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Carta da

Educação, Tecnologia e Desenvolvimento

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m edições anteriores desta Carta da SNA apresentamos visões críticas de nossa titubeante política econômica, dos problemas de nossa precária infraestrutura e da falta de suporte governamental para determinadas ações, indispensáveis ao desenvolvimento da agropecuária brasileira. Agora vamos mudar de rumo. E ressaltar os aspectos positivos da política governamental de incentivo à educação, pesquisa e inovação tecnológica. São programas que têm tudo a ver com o agronegócio e a manutenção de sua competitividade. São inegáveis os avanços conquistados nestas áreas nos últimos anos, sobretudo no atual governo da presidente Dilma Rousseff. O ProUni, o Fies e o aumento das dotações para os organismos de fomento de pesquisa e inovação são iniciativas que merecem nossos maiores elogios. É claro que existem problemas. No caso da educação, a qualidade, de uma forma geral, ainda é bastante deficiente. Mas é melhor ter alguma educação — ainda que não seja a ideal — do que permanecer na ignorância. Assisti alguns pronunciamentos da presidente Dilma Rousseff e pude notar a sinceridade de seu compromisso e empenho pessoal nestas questões. Concordamos e aplaudimos quando ela afirma que o Brasil nunca será uma nação desenvolvida enquanto mantiver o atual déficit educacional e não possuir uma boa estrutura de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, voltados para a inovação. A Embrapa está aí para comprovar a importância da pesquisa. O que seria de nossa agropecuária se não fosse a Embrapa? Certamente não estaríamos produzindo as 185 bilhões de toneladas de grãos da atual safra; não seríamos os maiores exportadores de soja, milho, carne, açucar e café, dentre outros produtos que saem de nossas terras. Em resumo, não seríamos um dos maiores e mais eficientes produtores de alimentos do planeta.

Não basta apenas o desenvolvimento da tecnologia. É preciso permitir amplo acesso dos produtores às inovações que são desenvolvidas nos diversos centros de pesquisa e universidades espalhados pelo país. Não adianta dispor de tecnologia inovadora sem que ela seja transferida para os agentes de produção, que poderão testá-la na prática do dia a dia de suas atividades. Adotar uma nova tecnologia é tão importante quanto desenvolvê-la. É isso que procuramos fazer na SNA. Nosso desafio é disseminar junto aos produtores as pesquisas e tecnologias inovadoras disponíveis. Divulgar, através de nossas revistas, dos eventos que promovemos e dos cursos que ministramos. Esse é o papel da SNA. Essa é a nossa contribuição para construção de um setor agropecuário moderno, com produtividade, sustentabilidade e renda. ••

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Esta edição de A Lavoura coincide com a realização da ExpoArroz, em Pelotas, e com a Agrishow, em Ribeirão Preto, dois dos mais importantes eventos do agronegócio brasileiro. Procuramos homenagear os participantes desses eventos e incluímos matérias — excelentes — sobre a produção de arroz, mecanização e agricultura de precisão. Publicamos, também, uma entrevista com o Prof. Jorge Ávila, presidente do INPI, sobre Indicação Geográfica, instrumento de fundamental importância para agregação de valor a determinados produtos de origem agropecuária. A SNA é entusiasta desse programa. Outra boa notícia é o fato desta edição ser distribuída em bancas de todo o país, com tiragem significativamente aumentada. Boa leitura!

Antonio Mello Alvarenga Neto

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A Lavoura

DIRETOR RESPONSÁVEL

ENTREVISTA Ricardo Inamasu

Antonio Mello Alvarenga

EDITORA

Cristina Baran editoria@sna.agr.br

REPORTAGEM E REDAÇÃO

Paula Guatimosim redacao.alavoura@sna.agr.br

SECRETARIA

Sílvia Marinho de Oliveira alavoura@sna.agr.br

ARROZ - MECANIZAÇÃO

ENDEREÇO

Cuidados minimizam perdas na colheita

ENDEREÇO ELETRÔNICO

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14

CRISTINA BARAN

Av. General Justo, 171 – 7º andar CEP 20021-130 - Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 3231-6350 Fax: 2240-4189

Coordenador da Rede de Agricultura de Precisão

ESPECIAL INDICAÇÃO GEOGRÁFICA

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EDITORAÇÃO E ARTE

Coordenação: Cristina Baran Paulo Américo Magalhães Tel: (21) 2580-1235 / 8126-5837 pm5propaganda@terra.com.br

Arroz do Litoral do Norte Gaúcho, primeira Denominação de Origem do Brasil

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COLABORADORES DESTA EDIÇÃO: Ciro Antonio Roselem Claudia de Mori Clênio Araújo Cristiane Betemps Edilson Fragalle Eduardo Copetti Euclydes Minella Gabriel Chiappini Giovani Capra Ibsen de Gusmão Câmara Joana Silva José Carlos Fachinello José Cláudio de Oliveira José Geraldo da Silva Larissa Morais Marianna Rebelatto Marisa Franco Nicácia Portella Machado Oswaldo Petrin Paula Guatimosim Priscila Alvariza do Amaral Rosangela Evangelista

ENTREVISTA Jorge Ávila Presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI)

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EQUINOCULTURA Gripe Equina: é simples prevenir

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Semeadoras: prontas para o próximo plantio

KUHN

MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA

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IMPRESSÃO

Ediouro Gráfica e Editora Ltda. www.ediouro.com.br

ALIMENTAÇÃO

É proibida a reprodução parcial ou total de qualquer forma, incluindo os meios eletrônicos, sem prévia autorização do editor. Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores, não traduzindo necessariamente a opinião da revista A Lavoura e/ou da Sociedade Nacional de Agricultura-SNA

Descubra o poder e os benefícios da uva

MANEJO DO SOLO SEMEADURA DIRETA Quando usar haste sulcadora e disco duplo em plantio direto

ISSN 0023-9135

CAPA: John Deere

Colheitadeira de grãos 9770 STS www.deere.com.br

PRAGA DA POMICULTURA

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Brasil está próximo da erradicação da mais danosa praga da maçã e da pera

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A Lavoura ANO 116 - Nº 695

COLHEITA Perdas na produção de grãos ainda assustam

COURO Novas tecnologias são desenvolvidas para a produção sustentável do couro

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PRAGA DO MILHO PERIGO: a Helicoverpa turbinada chegou

40 TECNOLOGIA AGRÍCOLA Novas tecnologias da Embrapa serão mostradas na Agrishow

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CEVADA Quando a cevada é a escolha certa

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FRUTICULTURA Pêssego bicolor adaptado em regiões mais quentes

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AGRICULTURA DE PRECISÃO Método avalia maturação de frutas sem destruir

ARROZ IRRIGADO Branco, vermelho e preto são novidades

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MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA

CONSUMO O bom e velho arroz com feijão

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Embrapa e parceiros testam maquinário para sorgo sacarino

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SNA 116 ANOS PANORAMA INFORME OCB/SESCOOP-RJ SOBRAPA ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA - SRB ORGANICSNET EMPRESAS

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DIRETORIA EXECUTIVA

DIRETORIA TÉCNICA

ANTONIO MELLO ALVARENGA NETO ALMIRANTE IBSEN DE GUSMÃO CÂMARA OSANÁ SÓCRATES DE ARAÚJO ALMEIDA JOEL NAEGELE TITO BRUNO BANDEIRA RYFF FRANCISCO JOSÉ VILELA SANTOS HÉLIO MEIRELLES CARDOSO JOSÉ CARLOS AZEVEDO DE MENEZES LUIZ MARCUS SUPLICY HAFERS RONALDO DE ALBUQUERQUE SÉRGIO GOMES MALTA

PRESIDENTE 1O VICE-PRESIDENTE 2O VICE-PRESIDENTE 3O VICE-PRESIDENTE 4O VICE-PRESIDENTE DIRETOR DIRETOR DIRETOR DIRETOR DIRETOR DIRETOR

FUNDADOR

Academia Nacional de Agricultura

COMISSÃO FISCAL

ALBERTO WERNECK DE FIGUEIREDO ANTONIO FREITAS CLAUDIO CAIADO JOHN RICHARD LEWIS THOMPSON FERNANDO PIMENTEL JAIME ROTSTEIN JOSÉ MILTON DALLARI KATIA AGUIAR

E

MARCIO SETTE FORTES DE ALMEIDA MARIA HELENA FURTADO MAURO REZENDE LOPES PAULO PROTÁSIO ROBERTO FERREIRA S. PINTO RONY RODRIGUES OLIVEIRA RUY BARRETO FILHO

CLAUDINE BICHARA DE OLIVEIRA MARIA CECÍLIA LADEIRA DE ALMEIDA PLÁCIDO MARCHON LEÃO ROBERTO PARAÍSO ROCHA RUI OTAVIO ANDRADE

P AT R O N O : O C TAV I O M E L L O A LVA R E N G A

CADEIRA

PATRONO

TITULAR

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41

E NNES DE S OUZA M OURA B RASIL C AMPOS DA P AZ B ARÃO DE C APANEMA A NTONINO F IALHO W ENCESLÁO B ELLO S YLVIO R ANGEL P ACHECO L EÃO L AURO M ULLER M IGUEL C ALMON L YRA C ASTRO A UGUSTO R AMOS S IMÕES L OPES E DUARDO C OTRIM P EDRO O SÓRIO T RAJANO DE M EDEIROS P AULINO F ERNANDES F ERNANDO C OSTA S ÉRGIO DE C ARVALHO G USTAVO D UTRA J OSÉ A UGUSTO T RINDADE I GNÁCIO T OSTA J OSÉ S ATURNINO B RITO J OSÉ B ONIFÁCIO L UIZ DE Q UEIROZ C ARLOS M OREIRA A LBERTO S AMPAIO E PAMINONDAS DE S OUZA A LBERTO T ORRES C ARLOS P EREIRA DE S Á F ORTES T HEODORO P ECKOLT R ICARDO DE C ARVALHO B ARBOSA R ODRIGUES G ONZAGA DE C AMPOS A MÉRICO B RAGA N AVARRO DE A NDRADE M ELLO L EITÃO A RISTIDES C AIRE V ITAL B RASIL G ETÚLIO V ARGAS E DGARD T EIXEIRA L EITE

R OBERTO F ERREIRA DA S ILVA P INTO J AIME R OTSTEIN E DUARDO E UGÊNIO G OUVÊA V IEIRA F RANCELINO P EREIRA L UIZ M ARCUS S UPLICY H AFERS R ONALDO DE A LBUQUERQUE T ITO B RUNO B ANDEIRA R YFF F LÁVIO M IRAGAIA P ERRI J OEL N AEGELE M ARCUS V INÍCIUS P RATINI DE M ORAES R OBERTO P AULO C ÉZAR DE A NDRADE R UBENS R ICUPERO P IERRE L ANDOLT A NTONIO E RMÍRIO DE M ORAES I SRAEL K LABIN

S YLVIA W ACHSNER A NTONIO D ELFIM N ETTO R OBERTO P ARAÍSO R OCHA J OÃO C ARLOS F AVERET P ORTO

A NTONIO C ABRERA M ANO F ILHO J ÓRIO D AUSTER A NTONIO C ARREIRA A NTONIO M ELLO A LVARENGA N ETO I BSEN DE G USMÃO C ÂMARA JOHN RICHARD LEWIS THOMPSON J OSÉ C ARLOS A ZEVEDO DE M ENEZES A FONSO A RINOS DE M ELLO F RANCO R OBERTO R ODRIGUES J OÃO C ARLOS DE S OUZA M EIRELLES F ÁBIO DE S ALLES M EIRELLES L EOPOLDO G ARCIA B RANDÃO A LYSSON P AOLINELLI O SANÁ S ÓCRATES DE A RAÚJO A LMEIDA D ENISE F ROSSARD E DMUNDO B ARBOSA DA S ILVA E RLING S. L ORENTZEN

SOCIEDADE NACIONAL

DE AGRICULTURA · Fundada em 16 de janeiro de 1897 · Reconhecida de Utilidade Pública pela Lei nº 3.459 de 16/ 10/1918 Av. General Justo, 171 - 7º andar · Tel. (21) 3231-6350 · Fax: (21) 2240-4189 · Caixa Postal 1245 · CEP 20021-130 · Rio de Janeiro Brasil e-mail: sna@sna.agr.br · http://www.sna.agr.br ESCOLA WENCESLÁO BELLO / FAGRAM · Av. Brasil, 9727 - Penha CEP: 21030-000 - Rio de Janeiro / RJ · Tel. (21) 3977-9979

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116 anos Roberto Rodrigues é eleito presidente da ACADEMIA FOTO MOREIRA

NACIONAL DE AGRICULTURA

Prestigiaram a solenidade da SNA, da esquerda para a direita, Flávio Perri, Roberto Paulo Andrade, Sérgio Quintella, Antonio Alvarenga, Roberto Rodrigues, Lindolpho Carvalho Dias e Antônio Freitas

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urante reunião comemorativa dos 116 anos de fundação da SNA, em janeiro, o ex-ministro Roberto Rodrigues foi eleito, por unanimidade, o novo presidente da Academia Nacional de Agricultura. Em seu pronunciamento, Rodrigues propôs a criação de um Grupo de Produtores (GP) — que seria composto pelas principais as nações produtoras de alimentos, entre elas EUA, Brasil, Argentina, Canadá, Rússia, Índia e Moçambique. O objetivo é estabelecer um programa amplo visando à garantia da segurança alimentar para as próximas décadas, em virtude do aumento populacional. “Até agora, nada está sendo feito nesse sentido. Falta liderança”, alertou Rodrigues, acrescentando que o Brasil, por sua posição e capacidade produtiva, poderia comandar o novo grupo.

Grupo dos Produtores O ex-ministro explicou que o Grupo dos Produtores poderia administrar fatores como produção, estocagem e logística, com governança global, sob a gestão executiva da

FAO. “Para participar do grupo, os países deveriam ter disponibilidade de terras, tecnologia para alavancar a produção e pessoal capacitado”, destacou. Rodrigues frisou que no GP “os países não poderiam fazer uso dos estoques públicos para intervir no mercado local numa situação de aumento de preços, por exemplo”. Por ser uma iniciativa no âmbito internacional, Rodrigues disse que seria indispensável a atuação do Ministério de Relações Exteriores no processo de constituição do GP. O assunto será debatido nas próximas reuniões da Academia Nacional de Agricultura.

Eleição e posse Seis novos acadêmicos foram eleitos durante o encontro comemorativo do aniversário da SNA para preenchimento das vagas existentes na Academia: a senadora Kátia Abreu; o presidente do Conselho Superior de Agronegócio da Fiesp, João Sampaio; o produtor e vice-presidente da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Sérgio Quintella; o ex-ministro da Agricultura, A Lavoura NO 695/2013 7

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Luiz Carlos Guedes Pinto; a economista e pesquisadora Elizabeth Farina; e o diretor da SNA, José Milton Dallari. A Academia Nacional de Agricultura também deu posse ao engenheiro, professor e produtor rural Lindolpho Carvalho Dias, conselheiro da Fundação Getúlio Vargas, que traçou um breve histórico de sua atuação no meio agrícola, enfatizando a evolução e a força do setor. “A agricultura foi uma das áreas que mais se desenvolveu no país. Isso foi possível, em Rodrigues cumprimenta o recém-empossado acadêmico Lindolpho Carvalho Dias sob os boa parte, graças à pesqui- Roberto aplausos de Antonio Alvarenga e Sérgio Quintella sa, ao ensino agrícola e à capacidade do Brasil em superar dificuldades, como é o caso da incorporação ao protodo o país. Por outro lado, os acessos em nosso site e cesso produtivo do Cerrado que, até recentemente, era conpáginas mantidas nas redes sociais já são muito signifisiderado impróprio para produção”, afirmou Lindolpho. “Nos cativos e crescentes. No total, já temos mais de 10 mil anos 1950, essas áreas tinham uma destinação incipiente; seguidores”. eram utilizadas para a criação extensiva de gado, e hoje são O presidente mencionou ainda a recente criação da TV as regiões mais promissoras para o crescimento da produSNA — um espaço na mídia virtual que reúne depoimentos ção de grãos”. de personalidades do agronegócio brasileiro. “Precisamos sempre melhorar e ampliar a difusão de informações econôOs 116 anos da SNA micas, de novas tecnologias e demais questões de interesse Ao celebrar os 116 anos da SNA, o presidente da instituido agronegócio”, observou. ção, Antonio Alvarenga, fez um balanço das atividades que Alvarenga também destacou a realização anual do Convem sendo desenvolvidas, ressaltando a defesa dos interesgresso de Agribusiness da SNA, que, em sua última edição, ses dos produtores, o ensino e a difusão de tecnologia e de contou com a participação de mais de 30 palestrantes do mais informações voltadas para a promoção do agronegócio. elevado nível, como, por exemplo, a ministra Izabella Alvarenga destacou a evolução das revistas A LavouTeixeira, os presidentes da Embrapa, Sebrae Nacional, OCB, ra e Animal Business Brasil, e as atividades da SNA na Abag, SRB, Cosag/Fiesp, dos secretários de Agricultura de São Internet, que abrangem um número cada vez maior de Paulo e Rio de Janeiro, bem como dos ex-ministros Pratini leitores. “Nossas revistas estão com tiragem aumentada de Morais e Luiz Carlos Guedes, dentre muitos outros. e, brevemente, estarão sendo distribuídas em bancas de

Em janeiro, a SNA recebeu uma delegação do Ministério de Comércio da China, liderada pelo viceministro Huang Hai e composta por funcionários e técnicos de alto escalão do ministério. Na oportunidade, o economista Fernando Pimentel, diretor da SNA, fez uma detalhada apresentação do agronegócio brasileiro. Os representantes do Ministério de Comércio da China demonstraram grande interesse em cooperar e participar de empreendimentos no Brasil, inclusive nos setores da logística voltada para o comércio exterior.

MARIA HELENA ELGUESABAL

Delegação da China visita SNA

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PANORAMA

Os preços internacionais em alta e o clima ajudaram, o Brasil colheu em 2012 mais uma super safra e as exportações brasileiras de grãos novamente bateram recordes: 12 milhões de toneladas de milho e 37,5 milhões de toneladas de soja, que tiveram como principais destinos a China e países europeus. Conforme as exportações crescem, aumenta também a demanda, nos mercados mais exigentes, por produtos monitorados em toda a cadeia, com garantia de qualidade que atestem que eles preservam as características originais.

ACERVO GENESISGROUP

Garantia do PADRÃO DE QUALIDADE alavanca exportação brasileira de grãos

Números recordes Junto com as exportações brasileiras, o Geneslab, considerado um dos principais laboratórios do segmento de análise e classificação vegetal do País também fechou o ano com números recordes. Foram classificados e inspecionados 27,5 milhões de toneladas de grãos, nas unidades do PR, MT, MS, GO, MG, RS, BA, MA, PI, TO, principalmente soja, milho e trigo para produtores, tradings e algumas das maiores processadoras do mundo. As exportações tiveram como principais destinos a China e os países europeus Só o Geneslab-PR, com sede em Londrina, foi responsável por 17 miregem o mercado mundial de produção e comercialização lhões de toneladas que passaram pelo controle de qualidade produtos agrícolas. E isso não pode ser perdido em nede desde a originação até os armazéns, além de terminais nhuma das etapas do processo, desde a propriedade até a de embarque, transbordos, terminais portuários e indústrimesa do consumidor. Com a classificação, a inspeção e a as processadoras. supervisão de embarques realizados pelas equipes do Enquadramento Geneslab, estamos buscando a excelência para o padrão de Para Henrique Victorelli Neto e Rodrigo Alves, diretores qualidade dos produtos brasileiros, única forma de agregar do GenesisGroup, do qual o Geneslab faz parte, “nossos provalor à nossa produção e abrir portas no cada vez mais comdutores estão buscando se enquadrar dentro das normas que petitivo e exigente mercado mundial”.

Cresce financiamentos ao Programa ABC N

os últimos seis meses de 2012 (julho a dezembro), os financiamentos concedidos ao Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) em todo o país somaram R$ 1,7 bilhão, resultado 523% superior ao mesmo período de 2011 e R$ 200 milhões acima do total financiado durante os doze meses da safra 2011/12. Foram firmados 4,5 mil contratos, cujo valor financiado representou 50% dos recursos previstos para a safra entre julho de 2012 e junho de 2013, de R$ 3,4 bilhões.

Melhor resultado Segundo o Departamento de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), foi o melhor resultado desde que essa modalidade de financiamen-

to foi criada. A região Sudeste registra os maiores volumes de financiamento, somando R$ 784,2 milhões, com destaque para São Paulo (R$ 477,2 milhões) e Minas Gerais (R$ 281,5 milhões), os dois maiores estados em total de recursos.

Empréstimos Os empréstimos obtidos por produtores do Sul totalizaram R$ 392,5 milhões, valor próximo aos do Centro-Oeste (R$ 383,1 milhões). O secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, acredita que a demanda por recursos de financiamento de investimento no ABC apresenta uma tendência de crescimento nos próximos anos, à medida que o programa se torna mais conhecido pelos produtores rurais. A Lavoura NO 695/2013 9

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PANORAMA

Logística deficiente prejudica transporte de animais o período das chuvas é que aparecem os problemas de infraestrutura, de escassez de investimentos em logística e da má conservação de estradas. No estado do Mato Grosso, a má conservação de estradas e pontes está inviabilizando o transporte de animais nas principais regiões produtoras de proteína vermelha. Os prejuízos atingem pecuaristas, frigoríficos e motoristas, que acumulam atrasos nas entregas, perdas com qualidade de carcaça dos animais, danos aos veículos e descumprimento de prazos.

de chuvas e agora existem trechos intrafegáveis. As chuvas se intensificaram a partir de dezembro de 2012 e desde então as estradas estão se deteriorando e impossibilitando a passagem principalmente de carretas. O representante da Acrimat na região de Vila Rica (1.300 km da Capital), Eduardo Ribeiro da Silva, relata que não há uma política de conservação e reparos nas estradas e, assim, as chuvas acabam atrapalhando o escoamento da produção, seja agrícola ou pecuária.

Trechos intrafegáveis

Os prejuízos não são restritos aos pecuaristas. O vice-presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo-MT), Paulo Tadeu Bellincanta, explica que a indús-

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Produtores têm reclamado à Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) que não houve um reparo nas rodovias e nas pontes antes do período

Prejuízos

tria é uma extensão da criação e os danos aos pecuaristas também são refletidos no beneficiamento da carne. Bellincanta conta que as perdas vão desde a redução do peso do animal devido ao tempo de transporte, queda na qualidade da carcaça, decorrente de possíveis machucados e hematomas causados durante o trajeto, e até mesmo com relação ao cumprimento de prazos de entrega para clientes e custos com horas extras. Luiz Fernando Conte é pecuarista em Juara, na região do Arinos, e revela que para entregar um lote em Sinop, que fica a 300 km da cidade, está gastando cerca de 20 horas, sendo que em boas condições este mesmo percurso não passaria de seis horas de viagem. “A situação é das piores possíveis. Há locais em que os caminhões não conseguem passar e precisam ser rebocados por tratores. Ficam parados à espera de ajuda para passar pelos atoleiros”.

Bactéria pode controlar parasitas na pecuária

Pioneirismo Este trabalho de pós-doutorado da pesquisadora Lea Chapaval, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) nos Estados Unidos colocará a Embrapa entre as instituições pioneiras no Brasil nos estudos de controle biológico por meio de bactérias e insetos que se relacionam por simbiose, especialmente as bactérias do gênero Wolbachia. Esses organismos O Brasil enfrenta problemas de aceitação de sua carne em outros países por fatores ligados à sanidade dos animais

LARISSA MORAIS

A identificação da relação entre as bactérias do gênero Wolbachia e parasitas comuns nos ruminantes, como moscas e carrapatos, pode contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias de controle parasitário que reduzam a utilização de pesticidas na pecuária. Assim, será possível produzir alimentos mais seguros para a população, com menos resíduos, e diminuir as barreiras sanitárias determinadas pela presença de contaminantes pesticidas nos alimentos de origem animal.

infectam alguns dos principais parasitas dos animais ruminantes, como a mosca-dos-chifres, a mosca-dasbicheiras e os carrapatos de bovinos.

Mosquito da malária Nos Estados Unidos, a pesquisadora irá estudar a infestação de mosquitos da malária por Wolbachia, foco do trabalho de sua orientadora, a cientista Sara Lustigman, Ph.D. em parasitologia molecular. Segundo LeaChapaval, o objetivo é trazer as técnicas lá utilizadas e adaptá-las para carrapatos e moscas

no Brasil. Com essa caracterização inicial será possível identificar, no futuro, linhagens promissoras de Wolbachia para o controle de parasitas na pecuária e definir novas estratégias de controle integrado. Durante três meses a pesquisadora será orientada por Sara Lustigman em uma parceira entre o The Johns Hopkins Hospital e o New York Blood Center (Centro de Sangue de Nova York). Fundado em 1889, o Johns Hopkins é um dos hospitais mais renomados nos EUA, e foi pioneiro na combinação de atendimento a pacientes, pesquisa e ensino. Apesar de possuir o maior rebanho comercial do mundo, com mais de 200 milhões de cabeças de gado, o Brasil enfrenta problemas de aceitação de sua carne em outros países, principalmente por fatores ligados à sanidade dos animais. “A presença de endo e ectoparasitas está ligada ao menor ganho ou à perda de peso, além da predisposição a outras doenças. Tudo isso gera perdas econômicas, que podem ser evitados com o controle de verminoses”, afirma Lea.

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PANORAMA Falta de condições das estradas ACRIMAT

Em Alta Floresta (800 km ao Norte do Estado) a situação não é diferente. O representante da Acrimat na região, Celso Bevilaqua, afirma que há muitos problemas por falta de condições das estradas. Ele conta que no percurso entre Alta Floresta e Colíder carros pequenos estão levando cinco horas em vez de duas horas usuais. “Nunca vimos uma situação como a deste ano. Os produtores estão se unindo para alugar máquinas para amenizar os problemas nas estadas. Não podemos mais esperar iniciativa do poder público, porém continuamos a pagar os impostos”. O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, afirma que ano após ano os pecuaristas reivindicam a manutenção das rodovias e das pontes para evitar que no período de chuvas haja a formação atoleiros, queda de pontes e quebra de caminhões, mas que os pedidos não são atendidos e os prejuízos ficam na conta de quem produz.

Péssimas condições das estradas geram prejuízos para produtores

Novas embalagens para frutas e hortaliças das e o risco de propagação de doenças para as lavouras. Isso porque as embalagens plásticas podem ser higienizadas a cada uso, diferentemente das caixas de madeira e de papelão.

Normas de qualidade De acordo com a Instrução Normativa 009/2002, as embalagens para acondicionamento, manuseio e comercialização dos produtos hortícolas podem ser descartáveis ou reutilizáveis (retornáveis). As retornáveis, a exemplo das caixas plásticas, devem ser higienizadas. Já as caixas de madeira e de papelão, por não serem higienizáveis, devem ser descartadas após primeiro uso. CEASAMINAS

A CeasaMinas e a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) firmaram convênios com associações rurais e uma cooperativa de agricultores para garantir a utilização de 73 mil caixas plásticas higienizáveis. A novidade visa facilitar a adesão de pequenos produtores ao processo de modernização das embalagens para frutas e hortaliças na CeasaMinas, em atendimento às normas de qualidade. Um dos convênios contempla seis associações rurais ligadas ao projeto Barracão do Produtor para a doação de 23 mil caixas plásticas higienizáveis. Os recursos de R$ 250 mil para compra das caixas provêm de um fundo de reserva referente ao saldo financeiro excedente dos Mercados Livres do Produtor (MLP) administrados pela CeasaMinas, sob delegação da Seapa.

Coophemg Também foi assinado um termo de cooperação técnica com a Cooperativa dos Produtores de Hortifrutigranjeiros de Minas Gerais (Coophemg), para garantir a cessão de 50 mil caixas plásticas higienizáveis, também adquiridas com recursos originados do fundo de reserva da gestão dos MLPs. Com o melhor acesso às embalagens plásticas, os agricultores poderão acondicionar melhor os produtos, reduzir perNovas caixas plásticas higienizáveis podem acondicionar melhor os produtos

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PANORAMA

Brasil deve colher de 47 a 50 milhões de sacas de café em 2013 A primeira estimativa de produção de café (arábica e conilon) para a safra 2013 indica que o país deverá colher entre 46,98 e 50,16 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado. É o que aponta o primeiro levantamento da safra de café 2013, divulgado hoje (9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no auditório do Ministério da Agricultura (Mapa). O resultado representa uma redução entre 7,6% e 1,3%, se comparado à produção obtida na temporada anterior. Essa redução se deve ao ano de baixa bienalidade do produto. A bienalidade é uma característica presente na cultura do café, que altera com uma safra maior e outra menor. Essa alternância anual entre grandes e pequenas produções acentua-se mais em relação ao café arábica, mas também ocorre com o conilon. Um ponto a destacar deste primeiro levantamento é que as diferenças nos últimos anos, entre as safras de alta e baixa bienalidade vêm diminuindo. Isso se deve a diversos fatores, como: tratos culturais mais adequados, crescente aumento na utilização de irrigação, manejo de podas nos cafeeiros, adensamento das lavouras, plantio de variedades mais produtivas e melhores adaptadas e a renovação constante dos cafezais.

Produção A maior redução é observada na produção de café arábica, com queda entre 8,73% e 2,27% (redução entre 3,35 milhões e 870,7 mil sacas). Para a produção do robusta (conilon),

a previsão aponta desde uma redução de 4,0% a um crescimento de 1,64%, ou seja, redução de 499,9 mil a um aumento de 204,9 mil sacas. A produção do café arábica representa 74,71% (34,99 a 37,47 milhões de sacas) da produção do País, e tem como maior produtor o Estado de Minas Gerais, com 67,93% (24,25 a 25,45 milhões de sacas) de café beneficiado. Já o robusta participa da produção nacional com 25,29% de café beneficiado. O estado do Espírito Santo se destaca como o maior produtor dessa espécie, com 77,30% (9,24 a 7,869,81 milhões de sacas). CONAB

CAFÉ: bienalidade reduz safra

Área A área plantada com as espécies arábica e conilon no País totaliza 2.375,79 mil hectares. O resultado mostra um crescimento de 1,99% sobre a área de 2.329,36 hectares, existentes na safra 2012, ou seja, foram acrescentados 46.428,8 hectares. Em Minas Gerais está concentrada a maior área com 1.241,12 mil hectares, predominando a espécie arábica com 97,7%. A área total estadual representa 52,49% da área cultivada com café no País, e consequentemente o primeiro do ranking nacional. A segunda maior área plantada com café está no Espírito Santo, com 496,76 mil hectares. Desses, 308,08 mil hectares são com a espécie conilon e 188,68 mil hectares com a arábica. O estado é o maior produtor da espécie conilon, com participação de 77,3% na produção do país.

FUMO dá lugar a produção de UVAS A

PAULO LANZETTA

Embrapa Clima Temperado, em Pelotas/RS, apresenta um exemplo de diversificação de culturas, especialmente dedicada à fruticultura, como alternativa à produção de fumo. Embora, a região não seja típica para produção de videiras, a propriedade da família de Osvaldo Bohrer está cultivando uvas de mesa como forma de aumentar a produtividade e a rentabilidade da pequena propriedade, localizada na Colônia São Manoel, no 8º distrito do município. Os resultados positivos sinalizam a prosperidade para cultura nesta área geográfica, com uma produção de mais de cinco mil quilos de uvas. “As uvas dão maior retorno que o fumo”, faz a afirmação considerada inédita, o agricultor Osvaldo Bohrer. Há quatro anos, ele dedicava-se a cultura do fumo, que no seu entendimento tinha que ter muito mais dedicação de

mão-de-obra. Hoje, a troca do fumo pela cultura da uva indica nova paisagem na propriedade: parreirais em meio hectare de terra, cheios de cachos carregados do fruto.

Produção rápida A cultura da videira produziu rápido na propriedade, chegando em 15 meses a um resultado animador. A produção é considerada excelente, cada planta está dando de 7 a 8kg . A projeção é que para o próximo ano seja de

15kg/planta, comenta o extensionista da Emater/RS, Luiz Carlos Migliorini. Para o Chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa, João Carlos Costa Gomes, o papel da Empresa neste caso de sucesso está na condução dos pequenos agricultores a adotar as estratégias de manejo e uso de técnicas adequadas a produção de videiras. “As duas famílias estão diminuindo sua dependência de insumos e estamos fortalecendo a autonomia desses agricultores, ao acompanhá-los na construção dessa diversificação de culturas”, falou. Os motivos para o sucesso da cultura nesta propriedade, na concepção de Luiz Carlos Migliorini estão em três passos: uso de mudas de qualidade, adoção de tecnologias ideais de produção das videiras e a motivação dos agricultores em apostar na cultura, assumindo uma nova postura na condução do parreiral.

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Cuidados minimizam na COLHEITA

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perdas

SEBASTIÃO ARAÚJO

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ARROZ - MECANIZAÇÃO

Para evitar perdas na colheita do arroz, alguns cuidados devem ser tomados no início da operação. Entretanto, outros devem ser pensados já na implantação da lavoura, mas atenção especial deve ser dada ao ponto de colheita e às máquinas A Lavoura NO 695/2013 15

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ARROZ - MECANIZAÇÃO JOSÉ GERALDO

DA

S I LVA

PESQUISADOR DA EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO

SEBASTIÃO ARAÚJO

Q

uando a colheita do arroz é realizada tardiamente, aumenta a quantidade de grãos quebrados, enquanto a antecipação também pode favorecer o aparecimento de defeitos. Em ambos os casos, o valor comercial do produto é reduzido. Colher na época certa é, portanto, fundamental para se obter um produto de qualidade e com maior rendimento. O arroz atinge o ponto de maturação adequado quando dois terços dos grãos da panícula estão maduros. Embora essa fase seja fácil de ser identificada visualmente, pode-se tomar como base, também, o teor de umidade dos grãos, que, preferencialmente, deve estar entre 16% e 23%, para a maioria das cultivares. A colheita precoce, com umidade elevada, aumenta a proporção de grãos malformados e gessados. O arroz colhido tardiamente, com umidade muito baixa, afeta a produção pelo degrane natural, ocorrendo a trinca dos grãos e a redução do rendimento dos que permaneceram inteiros no beneficiamento. Algumas cultivares são muito exigentes quanto ao ponto de colheita. Desconhecer esta exigência pode acarretar acentuado índice de quebra de grãos no beneficiamento.

O ponto de maturação adequado é quando 2/3 dos grãos da panícula estão maduros, o que pode ser

Máquinas de colheita A colheita pode ser realizada por diversos tipos de máquinas, desde as de pequeno porte, tracionadas por trator, até as colhedoras automotrizes, dotadas de plataforma de colheita de grande largura de trabalho. Tais máquinas realizam, em sequência, as operações de corte, recolhimento, trilha e limpeza dos grãos. As colhedoras de arroz colhem e trilham as plantas numa única operação. As máquinas especiais para terrenos de baixa sustentação, como os de lavouras irrigadas, são equipadas com pneus arrozeiros ou com pneus duplados, de maior superfície de contato com o solo, ou com esteiras. São dotadas de mecanismos de corte e alimentação de plantas; de trilha; de separação; de limpeza; de transporte e armazenamento de grãos e de outros componentes especiais para garantir boa

operação nas variadas condições de cultivos, como as de várzeas. CUIDADOS PARA COLHER COM EFICIÊNCIA O ARROZ IRRIGADO: 1. Equipar a colhedora com rodado de esteira para operar nos terrenos de baixa sustentação; 2. Controlar a velocidade do molinete para não ultrapassar em 25% a velocidade de avanço da máquina; 3. Usar cilindro trilhador de dentes com rotação entre 500 e 700 rpm; 4. Regular adequadamente a abertura entre o côncavo e o cilindro batedor para obter máxima eficiência na trilha e mínimo dano e perda de grãos; e 5. Evitar velocidades de operação excessivas, já que isso aumente substancialmente as perdas.

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identificad


e pode ser

ARROZ - MECANIZAÇÃO produz menos palha na saída do sacapalha, é a plataforma recolhedora de grãos, que tem como componente principal um cilindro recolhedor com dedos degranadores feitos em polipropileno. O cilindro atua nas plantas raspando as panículas da base para o ápice. Com o giro, os grãos são arrancados e lançados para trás, em direção ao caracol, que os conduz ao canal alimentador do sistema de trilha da colhedora. A velocidade de deslocamento e, consequentemente, a taxa de alimentação da máquina, com o uso da plataforma recolhedora, podem ser aumentadas, sem que haja sobrecarga dos mecanismos internos da máquina.

Trilha

identificado visualmente, e o teor de umidade entre 16% e 23%

Plataforma de corte O mecanismo convencional que corta e recolhe as plantas é denominado plataforma de corte. Pelo fato de cortar os colmos abaixo das panículas e distante do solo, a plataforma indicada para o arroz é a do tipo rígida, sem movimento de flexão na barra de corte. A plataforma possui separadores de fileiras de plantas, que divide longitudinalmente a área de colheita; molinete, que recolhe as plantas puxando-as contra a barra ceifadora, formada de navalhas serrilhadas; e condutor helicoidal ou caracol, para transportar as plantas para o canal alimentador do sistema de trilha. A relação entre as velocidades do molinete e de deslocamento da máquina deve ser inferior a 1,25, para minimizar a ocorrência de perda de grãos na plataforma. Oportuno ressaltar que, na colheita do arroz, cerca de 70% das perdas são devidas à plataforma de corte. Uma alternativa para substituir a plataforma de corte, que

O mecanismo de trilha recebe as plantas da plataforma de corte e realiza a degranação e a separação primária dos grãos. Mais de 90% dos grãos são separados das panículas no ato da trilha. Os componentes responsáveis pela trilha são o cilindro degranador e o côncavo, que, para o arroz, devem ser de dentes. A velocidade periférica do cilindro varia conforme o teor de umidade dos grãos; em geral, é de 20 m a 25 m s-1, com uma velocidade de giro em torno de 500 a 700 rpm. Após a trilha, os colmos e parte dos grãos são conduzidos ao mecanismo de separação, composto pelo batedor traseiro, extensão do côncavo, sacapalha e cortinas. O batedor é um defletor rotativo que realiza uma segunda degranação das plantas contra a extensão do côncavo, conduzindo-as para o sacapalha para a separação final. As cortinas auxiliam na uniformização do material sobre o sacapalha, que descarrega a palhada no solo e conduz os grãos remanescentes para o mecanismo de limpeza. Para facilitar o preparo imediato do solo para o próximo cultivo, as colhedoras de arroz devem ser operadas com picador e espalhador de palhas. O uso do picador é também de fundamental importância para o cultivo da soca de arroz.

Limpeza Os grãos separados pelo côncavo e sacapalha e as impurezas são levados pela bandeja coletora para a unidade de limpeza, composta ainda de peneira superior, extensão da retrilha, peneira inferior e ventilador. A peneira superior realiza a pré-limpeza dos grãos que caem na pe-

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ARROZ - MECANIZAÇÃO neira inferior. A extensão da retrilha, posicionada na extremidade da peneira superior, tem a função de segurar os grãos não trilhados, enquanto a peneira inferior faz a limpeza final dos grãos.O ventilador joga o vento nas peneiras, auxiliando na eliminação das impurezas dos grãos, por diferença de densidade. Os grãos limpos são transportados por condutores helicoidais e por correntes elevadoras para o tanque graneleiro ou para a plataforma de ensacamento de grãos. Os grãos não trilhados são recolhidos pela extensão da retrilha e, daí, conduzidos à unidade de trilha da colhedora.

método simples, prático e preciso de se medir as perdas, dispensando os trabalhos de contagem ou de pesagem dos grãos. É importante enfatizar que as perdas devem ser avaliadas em pelo menos quatro áreas da lavoura. A determinação parcelada das perdas permite identificar as perdas ocasionadas pela plataforma de corte, pela sacapalha e peneiras da colhedora de forma parcelada.

Ocorrência de perdas As perdas acontecem, geralmente, em duas etapas distintas, antes e durante a colheita. Antes da ceifa das plantas, os fatores responsáveis pelas perdas são degrana natural, acamamento, ataque de pássaros, excesso de chuvas, ação de ventos, veranico prolongado e danos causados por doenças e insetos, que, além de diminuírem a massa dos grãos, depreciam o valor comercial do arroz. A degrana natural, que é dependente da constituição genética da cultivar e da ação prejudicial do vento, da chuva ou de veranicos, é um fator não controlável pelo produtor.

Impacto Quando o arroz está sendo colhido, o impacto das plantas com a plataforma de corte da máquina provoca perdas que dependem da facilidade de degrana da cultivar, da umidade dos grãos, da presença de plantas daninhas e da conservação e operação da colhedora. Imprimir à máquina velocidade excessiva de trabalho e incompatível com a rotação do molinete provoca a degrana prematura ou falhas de recolhimento, aumentando consideravelmente as perdas. As perdas que ocorrem na unidade de trilha são mais elevadas quando a abertura do cilindro trilhador e o côncavo da colhedora não estão devidamente ajustados. Regulagens inadequadas desses mecanismos causam trilha deficiente, fazendo com que boa parte dos grãos fique presa às panículas, dificultando a operação de separação nas peneiras ou provocando a trinca dos grãos, o que reduz a porcentagem de grãos inteiros no beneficiamento. As perdas também ocorrem nas peneiras devido à má regulagem do fluxo de ar, da abertura e da posição delas. No sacapalha, as perdas podem ser decorrentes da sua obstrução, da regulagem e da velocidade excessiva da máquina ou das condições da lavoura, como alta ocorrência de plantas daninhas e grãos com elevado teor de umidade ou imaturos.

Determinação da perda de grãos A perda de grãos na colheita pode ser avaliada segundo dois parâmetros: determinação da perda total ou parcelada. A determinação da perda total refere-se à avaliação da perda numa só etapa, realizada após a operação da colhedora. A Embrapa desenvolveu um copo medidor, que possui graduação específica para o arroz e representa um 18 A Lavoura NO 695/2013

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ARROZ - MECANIZAÇÃO

SEBASTIÃO ARAÚJO

ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS ANTES DE PROCEDER À COLHEITA: 1. Horário da colheita Evitar que a colheita seja realizada pela manhã, quando os grãos ainda se encontram umedecidos pelo orvalho. Caso ocorra chuva, deve-se esperar que o arroz seque, caso contrário, pode haver obstrução na colhedora. 2. Teor de umidade do grão O teor de umidade ideal dos grãos, para a maioria das cultivares de arroz, deve estar entre 16% e 23%. Na prática, como nem sempre se dispõe de aparelhos para determinar o teor de umidade no campo, o produtor pode basear-se na mudança de cor das glumas, considerando como ideal quando dois terços dos grãos da panícula estiverem maduros. Morder os grãos ou apertá-los com a unha pode também ser um indicativo útil. Se o grão amassar, o arroz encontra-se ainda imaturo; se quebrar encontra-se na fase semidura, e a colheita poderá ser iniciada. Em regiões de alta pluviosidade, onde a colheita é processada frequentemente com elevado teor de umidade, o produto deve so-

frer secagem imediata para preservar a qualidade durante o armazenamento. 3. Regulagem e manutenção da colhedora É possível obter maior rendimento, com custo reduzido, se forem seguidas as instruções contidas no manual do operador que acompanha a colhedora, efetuando a regulagem adequada dos mecanismos externos e internos da máquina. Deve-se atentar, principalmente, para o seu estado de conservação e sua manutenção, verificando se há navalhas de corte defeituosas, falta de peças integrantes do molinete e outras irregularidades nos mecanismos de trilha e abanação. A velocidade do molinete deve ser suficiente para puxar as plantas para o interior da máquina, devendo ser até 25% superior à velocidade de deslocamento da colhedora. Operar a colhedora com velocidade excessiva de trabalho predispõe a máquina a desgastes prematuros e a inúmeros riscos de acidentes. Quando o arroz estiver acamado, a velocidade de deslocamento da colhedora deve ser reduzida, e o molinete regulado com menor altura e mais avançado que nas lavouras não acamadas, sempre com alinhamento paralelo às navalhas. A colheita realizada no sentido do acamamento é mais eficiente e, por isso, às vezes torna-se necessário colher em uma só direção, apesar de haver redução dor endimento diário da operação.

Colheita com eficiência Para colher com eficiência o arroz irrigado, entre outros cuidados, deve-se equipar a colhedora com rodado de esteira para operar nos terrenos de baixa sustentação; usar cilindro batedor de dentes com rotação entre 500 rpm e 700rpm; regular adequadamente a abertura entre o côncavo e o cilindro batedor, para obter máxima eficiência na trilha e mínimo dano e perda de grãos; e evitar velocidades de operação excessivas, pois isso aumenta, substancialmente, as perdas.

Drenagem final

A regulagem e a manutenção da colhedora são determinantes na obtenção de maior rendimento, com custo reduzido

Em cultivos irrigados é de grande importância o conhecimento da melhor época para se drenar a lavoura antes da colheita. Deve-se levar em consideração que a drenagem antecipada, embora favoreça a economia de água, pode acarretar decréscimo na produtividade. A época da drenagem varia de acordo com as características do solo e da cultivar, e deve ser efetuada, geralmente, dez dias antes da ceifa do arroz, para maior facilidade de locomoção da máquina na área, sem prejuízo para a produtividade e a qualidade dos grãos, assegurando bom rendimento no beneficiamento. Além dessas recomendações, estabelecidas no sentido de reduzir as perdas na colheita do arroz e minimizar os danos sobre a qualidade do produto, também devem ser tomados alguns cuidados nas etapas subsequentes, no pós-colheita, como transporte, secagem, limpeza, tratamento e conservação das sementes e grãos, para que essas operações não contribuam para elevar as perdas.

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EQUINOCULTURA

GRIPE EQUINA: é simples prevenir Cuidados no manejo e higiene aliados a um bom programa de vacinação dos animais são eficazes na prevenção da doença, evitando surtos e contribuindo para a saúde dos cavalos 20 A Lavoura NO 695/2013

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CAMILA DOMINGUES

EQUINOCULTURA

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osse, coriza, febre, falta de apetite e apatia. Comuns à gripe em humanos, os sintomas são também os principais sinais da influenza equina — conhecida também como gripe equina. Seja no trabalho diário nas atividades agropecuárias, em competições, ou quando utilizados como meio de transporte, cavalos são atletas por suas habilidades físicas naturais. No entanto, o organismo dos equinos costuma ser bastante exigido nestas atividades e, por isso, os animais precisam estar em boas condições de saúde para exercer bem suas funções. Apesar de todo o porte do cavalo, o animal é bastante suscetível a variáveis externas. Causada por dois subtipos do Influenza Vírus (H7N7 e H3N8), a gripe equina prejudica o desempenho dos animais e pode ser a porta de entrada para outras doenças respiratórias.

Imunização A imunização dos animais ainda é a melhor forma de prevenção para que e a gripe equina não se instale. A contaminação é extremamente rápida e o período de incubação varia de três a cinco dias. A excreção viral pode durar até uma semana após o início dos sintomas. Por meio da tosse, o vírus pode chegar a 35 metros de distância. A disseminação da gripe equina através do vento acontece em um raio de até 8 km. “Além dos sintomas comuns das gripes, muitas vezes o animal perde o apetite e pode passar a ser seletivo com o que come”, explica o veterinário Thomas Wolff, doutor em cirurgia pela Universidade de Zurique, diretor veterinário da Confederação Brasileira de Hipismo e responsável pelo acompanhamento das equipes brasileiras de hipismo em competições como os Jogos Pan-Americanos e nas Olimpíadas.

Baixa resistência Segundo o especialista, a doença se instala mais facilmente nos equinos cuja resistência encontra-se baixa por excesso de esforço, estresse ou quando submetidos a grandes concentrações de animais. “Quando a doença acomete cavalos de competição, muitas vezes chega-se a perder etapas do calendário. O repouso é imprescindível para a recuperação nestes casos”, completa. A evolução dependerá da intensidade do quadro e da adoção de um adequado esquema de vacinação. No entanto, quando a infecção se instala no animal, é possível minimizar os riscos. “Muitas vezes, com bom manejo, higiene, boa comida, água abundante e um adequado período de descanso, o animal se recupera sozinho de uma infecção leve, em aproximadamente, uma semana. É importante lembrar que existem muitas doenças respiratórias que acometem os equinos, sendo a maioria de origem viral. Se não tomarmos cuidados, podemos ter agravamento do quadro respiratório e complicações pulmonares”, salienta Wolff.

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Prevenção e tratamento “Cada vez mais os criadores, proprietários e profissionais de hipismo brasileiros estão se conscientizando da neA Lavoura NO 695/2013 21

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EQUINOCULTURA cessidade de imunização contra a gripe equina, pois o gasto com o tratamento de possíveis complicações e infecções secundárias, como a pneumonia, torna-se muito mais elevado”, afirma o veterinário. Para os equinos já acometidos pelo vírus da gripe, o tratamento é feito, na maioria das vezes, com medicamentos mucolíticos — que auxiliam na eliminação do muco — vitamina C, expectorantes, analgésicos e antitérmicos. O animal deve ficar em repouso, ser bem alimentado e, preferencialmente, ficar isolado do grupo. Nos quadros mais graves, os antibióticos devem ser prescritos. Segundo Wolff, a ocorrência de infecções mais graves, sob supervisão veterinária, são raras. “Mas estes casos podem acontecer e levar, inclusive, à morte do cavalo. Por isso também que a imunização contra a gripe equina torna-se tão importante”, alerta o especialista. Vacinas encontradas em lojas especializadas são indicadas para auxiliar na prevenção da gripe equina, causada pelos dois subtipos do Influenza Vírus que atingem cavalos (H7N7 e H3N8). Compostas por vírus inativados, as vacinas, em geral, protegem ainda os animais contra tétano e encefalomielite leste e oeste. Normalmente, a primeira dose da vacina contra a gripe equina deve ser aplicada em potros aos três meses, com dose de reforço após três a quatro semanas. Os animais devem ser revacinados anualmente. Cavalos adultos nunca imunizados devem tomar duas doses, com intervalo de três a

quatro semanas. Éguas gestantes precisam ser imunizadas no terço final da gestação. Para animais que competem nas provas da Federação Equestre Internacional e da Confederação Brasileira de Hipismo, a revacinação contra a gripe é obrigatória a cada seis meses.

Manejo O manejo adequado constitui-se em outro fator primordial para a prevenção da gripe em cavalos. Os animais suados não devem ir para a cocheira antes de receberem uma ducha e serem secos, caso contrário, terão uma maior predisposição à doença. Mas, atenção: nos meses de inverno, o manejo deve ser mais cuidadoso e as duchas devem ser administradas de maneira criteriosa. “O material utilizado com o animal no dia a dia também se constitui em fonte de transmissão do vírus da gripe. Portanto, os panos e escovas devem ser utilizados exclusivamente pelo mesmo animal”, finaliza Wolff.

Equinos no Brasil De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Brasil possui o maior rebanho de equinos na América Latina e o terceiro mundial. Somados aos muares e asininos são 8 milhões de cabeças, cuja maior concentração encontra-se na região Sudeste, seguida pelas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Norte. MARISA FRANCO

CAMILA HERMES

CRISTINA BARAN

Boa alimentação e água farta são essenciais para a recuperação do animal

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EQUINOCULTURA

É tempo de prevenção contra a gripe equina

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las vacinas inativadas, faz com que seja necessária a realização de reforços vacinais a cada 3-4 meses em locais de elevado desafio para a doença. A vacina não impede a infecção e nem a eliminação viral. É importante ressaltar que animais vacinados podem eliminar o vírus; porém, com uma taxa menor quando comparados a animais não vacinados. Animais vacinados também poderão apresentar os sinais clínicos da doença quando em situações de desafio elevado; porém, os sinais clínicos serão mais brandos quando

ndêmica no Brasil, a influenza equina é uma das mais importantes doenças do trato respiratório dos equinos. Concentrações de equinos jovens em jockeys, centros de treinamentos, hípicas e eventos, aumentam o risco da infecção. “O rápido e constante trânsito de animais facilita a disseminação do vírus em uma população. Animais adultos e mais velhos são menos suscetíveis à infecção, porém, podem se tornar sintomáticos durante o convívio com cavalos doentes com elevada excreção viral”, explica o médico veterinário Alessandro Orsolini, da Pfizer Saúde Animal.

comparados a animais não vacinados. Após a primeira dose, deve ser aplicada dose de reforço após três a quatro semanas. Os animais precisam ser revacinados anualmente. Cavalos adultos nunca imunizados devem tomar duas doses, com intervalo de três a quatro semanas. Para animais que competem nas provas da Federação Equestre Internacional e da Confederação Brasileira de Hipismo, a revacinação contra a gripe é obrigatória a cada seis meses.

Cavalos infectados A doença é introduzida num rebanho saudável por cavalos infectados com ou sem sintomas clínicos. Após a infecção, o vírus é rapidamente replicado pelo sistema imunológico do animal. Com isso, a Influenza equina é facilmente prevenida se medidas sanitárias forem adotadas, como a quarentena de animais recém-chegados por um período de no mínimo 14 dias para observação de possíveis sinais clínicos, vacinação e vermifugação apropriadas.

Sintomas O vírus da influenza se dissemina rapidamente em uma população de cavalos através de aerossóis (provenientes de tosse e espirros) contaminados com partículas virais. Os sinais clínicos da doença incluem anorexia, descarga nasal, tosse e febre, sendo a severidade dos sinais clínicos dependente do nível de imunidade dos animais no momento do contato com o vírus. Um fator extremamente importante para o sucesso no controle da Influenza equina é o protocolo vacinal inicial (2 doses com intervalo de 21-30 dias), essencial para o desenvolvimento adequado de anticorpos protetores. A imunidade vacinal de curta duração para o vírus de influenza, induzida pe-

CRISTINA BARAN

Protocolo vacinal

Para animais que competem nas provas da Federação Equestre Internacional, a revacinação contra a gripe é obrigatória a cada seis meses

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ALIMENTAÇÃO

Descubra o poder e os benefícios da UVA A fruta auxilia no bom funcionamento do corpo humano. O suco de uva elaborado de forma natural age como estimulante de diversas funções do organismo

Casca é importante Bassi acrescenta, ainda, que a casca da fruta é igualmente importante, especialmente as de cor escura, porque concentram uma substância conhecida

Brancos e tintos Existem vários tipos de uvas brancas e tintas e cada uma possui as suas particularidades. Por exemplo, a Chardonnay, Riesling e Pinot Noir são usadas para a elaboração de espumantes. A Chardonnay também é utilizada na produção de vinhos brancos. Já Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat, são uvas tintas ideais para vinhos finos. As uvas Concord e Isabel são aproveitadas para a preparação dos sucos, ensina Luciana Salton, diretora executiva da Vinícola Salton. “Pesquisas mostram o quanto o suco de uva é benéfico para a saúde, auxilia na prevenção CRISTINA BARAN

Seja in natura ou na forma de suco, as uvas brancas e tintas são ricas em propriedades funcionais

como resveratrol, que protege a fruta contra o ataque de fungos e age de maneira semelhante no organismo, promovendo uma ação cardioprotetora e auxiliando o controle do colesterol. “Isso faz com que o vinho e o suco de uva sejam considerados alimentos funcionais, ou seja, que beneficiam o organismo”.

GRUPO MÁQUINA

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ocê sabia que a uva é recomendada para que se tenha uma boa qualidade de vida e saúde? Além de ser uma fruta muito saborosa, é rica em nutrientes e traz diversos benefícios e bem-estar? Fonte de carboidrato, que fornece energia para o corpo e vitamina C, auxilia no bom funcionamento do sistema imunológico, aumentando as defesas do corpo humano. “A fruta possui também carotenoides, vitaminas do complexo B, D, E e K e propriedades como catequinas e flavonoides que mantêm o bom funcionamento da célula e tem ação antioxidante e anti-inflamatória, prevenindo o envelhecimento celular”, explica a nutricionista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Cintya Bassi.

Com a nova máquina, o plantio do sorgo sacarino ficou facilitado

A casca da uva escura promove ação cardioprotetora

de doenças e age como estimulante de diversas funções do organismo”.

Uso diário A diretora ainda reforça que o produto é rico em compostos bioativos, que são alimentos que, além de nutrir, apresentam propriedades preventivas, capazes de diminuir o dano causado pelo estresse oxidativo e suas consequências — como o envelhecimento precoce, doenças cardiovasculares entre outras. O hábito de consumir diariamente o suco da fruta proporciona melhorias no controle da pressão arterial e redução no índice de câncer. “Também é atribuída à fruta a otimização da função hepática e regeneração das células do fígado, efeito alcalinizante, que combate a acidez sanguínea, estimulante digestivo, redução da anemia, cansaço e osteoporose”, ressalta Cintya Bassi. “Tanto o suco de uva integral, quanto sua forma orgânica preservam suas características nutricionais, sendo igualmente ricos em nutrientes e nas propriedades funcionais como os flavonoides e resveratrol”, finaliza a nutricionista. A Lavoura NO 695/2013 25

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ENTREVISTA: Jorge Ávila, presidente do Instituto

Vantagens competitivas aumentam o interesse dos produtores pela certificação Presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Jorge Ávila fala com exclusividade à revista A Lavoura sobre o crescimento das Indicações Geográficas nos últimos anos e o enorme potencial brasileiro para esse tipo de certificação, que, além de reconhecimento, agrega valor aos produtos de determinada região As Indicações Geográficas ainda são pouco desenvolvidas no Brasil. É possível dimensionar o potencial desse tipo de registro no país, e quais os tipos de produtos mais promissores? O Brasil, em função de sua conhecida biodiversidade e riqueza cultural, tem todas as condições de obter inúmeras indicações geográficas. Este é um caminho que só agora estamos percorrendo. Na Europa, berço das IGs, existem mais de três mil produtos agropecuários com certificado de IG. Na América Latina, ainda existem poucas políticas para desenvolvimento da indicação geográfica. Na região, este assunto começou a ser discutido em países como Colômbia, México, Chile e Brasil. No Brasil, a certificação é recente. Passou a ser adotada só a partir da Lei da Propriedade Industrial, de 1996. Até fevereiro de 2013, tínhamos 41 IGs reconhecidas, 33 nacionais e oito estrangeiras. A nacional mais recente foi para o biscoito de São Tiago (MG). Sem sombra de dúvida, o potencial brasileiro é muito grande. Para se ter uma ideia, a Embrapa já identificou mais de 30 áreas geográficas com condições de abrigar centros de obtenção de produtos que podem ser reconhecidos como IGs. Além disso, o interesse dos produtores brasileiros em adquirir IGs é tanto maior quando percebem suas vantagens competitivas no comércio nacional e internacional, valorizando as tradições construídas ao longo de anos pelo nosso povo. A biodiversidade do Brasil, em especial da Amazônia, pode ser mais bem protegida por meio das IGs?

A biodiversidade, em tese, pode ser protegida por duas modalidades de propriedade intelectual: as patentes e as IGs. Encontrar a melhor forma de uso da biodiversidade da Amazônia ainda é um desafio para o país. Acredito que proteção e desenvolvimento da região devem caminhar juntos. No caso das IGs, o alcance social é mais imediato porque, com uma única proteção se atinge uma comunidade de produtores, muitas vezes humildes. A condição para tanto é que seus produtos ou serviços tenham uma origem geográfica específica, mostrando que são conhecidos naquele local ou que tenham características especiais por favores humanos ou naturais. A ideia é que as IGs possam comunicar ao mundo que uma certa região se especializou e tem capacidade de produzir um artigo diferenciado e de excelência. O Brasil é o único país que além de conceder IGs para produtos agropecuários e alimentos registra também minerais, artesanato, calçados, pedras semipreciosas etc. Existe uma estimativa de outras áreas possíveis de certificação? São muitos os exemplos de produtores que estão se articulando para conseguir uma IG. Só para citar alguns exemplos, temos grupos de fabricantes de azeite de regiões de Minas Gerais e São Paulo, produtores de pimenta de Minas e Goiás e os criadores de galinha caipira do Piauí, entre outros. A articulação destes produtores com instituições locais de referência, como o Sebrae, as universidades e órgãos dos governos estaduais e municipais, também são importantes para facilitar o desenvolvimento dos pedidos.

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Nacional de Propriedade Industrial (INPI) Em 2010 o INPI criou a Coordenação de Fomento e Registro de IG. Com o crescimento dos pedidos e as ações de fomento das IGs, o INPI pretende ampliar essa estrutura? Desde a criação da Indicação Geográfica, o INPI aprendeu muito sobre o processamento destes pedidos. A Coordenação contribui tanto para acelerar as análises, quanto para estimular produtores e agentes locais a gerar novas IGs. Nossa meta é chegar a 120 IGs nacionais até 2014, em parceria com estas entidades regionais. Como reduzir o tempo de concessão de registro, que já foi de 2,5 anos e hoje ainda é de um ano e meio? A redução dos prazos tanto para estes registros, como em relação às marcas e patentes, é prioridade do INPI. E tem sido alcançada de forma significativa nos últimos anos. No caso específico da IG, o INPI avançou nos seus métodos para processar estes pedidos. Além disso, as parcerias com outras instituições contribuem para que os pedidos fiquem mais corretos no cumprimento das exigências legais e, assim, a análise do INPI é mais fácil e rápida. Quais os procedimentos para obter um registro de IG? Em termos formais, além dos documentos descritos no portal no INPI, é importante apresentar elementos que comprovem ter o nome geográfico se tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação do produto ou prestação do serviço. A partir do depósito, o INPI faz um exame formal da documentação e publica o pedido que poderá ser deferido ou indeferido, cabendo manifestação de terceiros. Em termos substantivos, as parcerias com entidades como Sebrae, Embrapa e as universidades são essenciais para que os produtores possam cumprir as exigências necessárias, tais como a delimitação geográfica da área e a comprovação do diferencial do produto. Qual o custo envolvido em todo o processo de registro de uma IG? O pedido de Indicação Geográfica custa R$ 590 para Indicação de Procedência e R$ 2.135 para Denominação de Origem. A Indicação de Procedência refere-se ao nome do local que se tornou conhecido por produzir, extrair ou fabricar determinado produto ou prestar determinado serviço. A Denominação de Origem refere-se ao nome do local, que passou a designar produtos ou serviços, cujas qualidades ou características podem ser atribuídas a fatores humanos, geográficos e naturais.

Jorge Ávila, presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI)

Existem linhas de financiamento específicas para o segmento? A questão do financiamento está sendo discutida com Finep, CNPq e Sebrae, além de outras instituições relacionadas ao desenvolvimento. Qual a participação que outras instituições — governamentais ou não — têm ou poderiam ter na identificação e desenvolvimento das IGs? Outras instituições são fundamentais para o desenvolvimento das IGs, como as já citadas Sebrae e Embrapa, além do Ministério da Agricultura. Muitas organizações e ONGs estão na ponta da linha, mais perto dos produtores do que o INPI, e por isso podem nos conferir ajuda fundamental na criação de IGs. A relação do INPI com estas entidades será intensificada, de modo a atingir a meta de criação de IGs para o País.

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Indicação Geográfica: ARROZ DO LITORAL

Primeira DENOMINAÇÃO DE ORIGEM do Brasil A partir da década de 1970, o arroz do Litoral Gaúcho começou a ser vendido para vários estados brasileiros e a ter sua alta qualidade reconhecida pelo País

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rimeira região brasileira a receber Denominação de Origem (DO), o Litoral Norte Gaúcho apresenta características climáticas determinantes sobre a lavoura de arroz irrigado ali produzido. A região abrange 12 municípios, localizados em uma península com cerca de 300 quilômetros de extensão, no litoral do Rio Grande do Sul, entre o Oceano Atlântico e a Lagoa dos Patos. Essa estreita faixa de terra, entre grandes massas de água, está sujeita a ventos constantes (nordeste), que proporcionam um equilíbrio térmico e um ambiente diferenciado, determinantes da qualidade do arroz produzido na região e fundamental para a existência da DO. A vinculação do produto ao meio ambiente é uma condição para a chancela da DO. É o chamado “efeito terroir”, termo comum na França, em especial quando relacionado aos vinhos. As características únicas do arroz cultivado no litoral do Rio Grande do Sul são consequência do grande volume de água e da insolação durante a fase de maturação da planta. Pesquisas comprovam que a temperatura amena da região influencia diretamen-

te no enchimento do grão, assim como o regime de ventos e a umidade do ar. A comprovação do terroir foi o requisito que faltava para a confirmação da Denominação de Origem.

Grãos diferenciados Os grãos de arroz formados neste ambiente apresentam melhor aparência devido à disposição das moléculas de amido ocorrer de forma mais uniforme durante o período de enchimento. Assim, formam-se grãos mais duros, transparentes e com maior vitricidade quando polidos. Tais características, valorizadas tanto pela indústria beneficiadora quanto pelos consumidores, resultam num grão com maior quantidade de amido, superior rendimento na panela e melhores características de cocção, garantindo um arroz “solto” e de fácil preparo. Produzido em total harmonia com o meio ambiente, o arroz do litoral Norte Gaúcho agrega modernas práticas da sustentabilidade ambiental, social e econômica. Os produtores devem obter licenciamentos ambientais, racionalizar o uso

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NORTE GAÚCHO de água nas lavouras, controlar o uso de defensivos agrícolas e utilizar apenas sementes certificadas. Além disso, há necessidade de se registrar e controlar todas as etapas da produção, possibilitando a rastreabilidade completa do produto, da lavoura ao prato do consumidor.

Controle de toda a cadeia A Associação dos Produtores de Arroz do Litoral Norte Gaúcho (Aproarroz), por meio do Conselho Regulador, controla desde a produção, beneficiamento, até o produto final para o consumo. O objetivo é agregar valor, não só para os agentes envolvidos na cadeia produtiva, através da implementação de processos, mas para o próprio consumidor, que terá acesso a um produto com garantia de origem e qualidade. Já a sustentabilidade envolve uma série de fatores, desde a pesquisa e produção, passando pelo desenvolvimento de ações que promovam a organização e preservação do meio ambiente, até o estímulo e promoção do potencial turístico da região e o aprimoramento sociocultural dos associados, seus familiares e da própria comunidade.

Cosméticos são nicho de mercado Segundo o presidente da Aproarroz, Clovis Terra Machado dos Santos, a Indicação Geográfica só desempenhará seu poderoso papel de instrumento de agregação de valor quando o consumidor conhecer e desejar o arroz certificado. Para isso, é fundamental investimentos em divulgação. Para a associação, são necessárias várias ferramentas de apoio ao desenvolvimento das IGs, entre elas, políticas públicas, incentivos e novas tecnologias para o desenvolvimento de matéria-prima que atenda à indústria de cosméticos e de produtos farmacêuticos. Ele lembra que a indústria cosmética usa substâncias extraídas do arroz para a produção de pós, talcos, perfumes e cremes, como as grifes japonesas Shiseido e Kenzo, que, cada vez mais, retiram do arroz insumos para seus produtos. Do arroz também é extraída a hydrolat, substância rica em aminoácidos e açúcares, que estimula a síntese do colágeno. Da casca do arroz, foi isolada uma substância eficiente como filtro solar, orgânico e antialérgico.

Difusão de conhecimento

no campo. A fim de incluir a cultura da IG na educação, são sugeridos programas de ensino escolar que mostrem a sua importância para a região, suas responsabilidades e benefícios sociais, ambientais e econômicos.

Um pouco de história Entre 1936 e 1937 italianos, alemães e lavradores da região começaram a produzir o arroz no Litoral Norte Gaúcho, propiciando uma miscigenação de povos e culturas. A lavoura, que já nasceu comercial, facilitou o desenvolvimento daquela região, transformando-a em grande produtora de arroz. Novas tecnologias, implementadas a partir dos anos 1970, impulsionaram a produtividade e o cereal passou a ser comercializado também em diversos estados brasileiros. A partir daí, a qualidade do arroz do Litoral Norte Gaúcho começou a ser reconhecida e apreciada por consumidores de todo o país. Por isso, obtém preços superiores aos de outras regiões produtoras do cereal. As Indicações Geográficas contribuem para o resgate da cultura e do saber fazer, na agricultura, na gastronomia, na produção artesanal, perpetuando o conhecimento. Além disso, seus benefícios estão também intimamente ligados aos cuidados com meio ambiente, isto porque a rastreabilidade e a educação, fatores intrínsecos ao processo, obrigam a adoção de práticas de produção ambientalmente corretas. Mais informações: Associação dos Produtores de Arroz do Litoral Norte Gaúcho (Aproarroz) www.aproarroz.com.br (51) 9977 6366

Registro IG 200801 INPI Denominação de Origem /2010 Área Geográfica Delimitada: 300 km² Abrangência: 12 municípios (Balneário Pinhal, Capivari do Sul, Cidreira, Palmares do Sul, Mostardas, São José do Norte, Tavares e Tramandaí e parte dos municípios de Imbé, Osório, Santo Antonio da Patrulha e Viamão)

É também objetivo da Aproarroz a permanente qualificação dos produtores das regiões certificadas e as comunidades do entorno, através da disseminação do conhecimento e dos objetivos da certificação. Para tanto, são realizados seminários e palestras, bem como prestada assessoria direta aos produtores e suas famílias, através da transferência de tecnologia e conhecimentos. A associação entende que a valorização dos recursos humanos é elemento essencial para o sucesso da Indicação Geográfica e a consequente fixação do homem Em amarelo, área delimitada para o plantio do arroz, que possui grãos mais duros e transparentes

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SEMEADORAS: prontas para o PRÓXIMO PLANTIO

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A manutenção da máquina é fundamenal para que ela realize adequadamente suas tarefas

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JOHN DEERE

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A tecnologia que vem sendo agregada aos equipamentos está proporcionando ganhos significativos no desempenho e performance do agronegócio brasileiro E DUARDO C OPETTI ENGENHEIRO AGRÔNOMO, GERENTE DE DESENVOLVIMENTO DE MERCADO, SEMEATO S.A

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Parque de máquinas

agricultura brasileira, nestes últimos anos, está em processo de franca expansão, passando de 80 milhões de toneladas de grãos produzidas na década passada, para mais de 120 milhões de toneladas, obtidas ao longo do ano de 2012. O mérito deste crescimento deve-se, especialmente, aos produtores, que têm investido fortemente em novas tecnologias de produção, buscando soluções para os seus problemas. As máquinas agrícolas têm uma grande parcela de contribuição na obtenção destes resultados, pois a tecnologia que está sendo agregada aos equipamentos, pela indústria, tem proporcionado melhorias significativas no desempenho e performance das mesmas.

Neste contexto, é de extrema importância que, na administração do parque de máquinas da propriedade, esteja bem definido o programa de manutenção das máquinas. No caso específico das semeadoras, que possuem uso sazonal, ou seja, após terminado o período de plantio, a máquina passa por um longo período sem atividade, há tempo suficiente para a execução da manutenção preventiva, que poderá ser realizada em dois diferentes períodos: logo após a semeadura e/ou na pré-semeadura da nova cultura. Em um programa de manutenção é importante evitar que a semeadora seja lembrada somente alguns dias antes do período de semeadura recomendado para as diferentes culturas. Assim, evita-se a corrida contra o tempo, que obriga a fazer uma revisão às pressas, geralmente, com custos maiores e qualidade inferior. Isto, muitas vezes, origina uma “torcida” para que a chuva não venha, pois a máquina ainda não está pronta para trabalhar.

Rápido e eficiente

Manutenção preventiva x corretiva Manutenção define-se como as ações necessárias para a conservação ou restauração de determinados componentes. A manutenção preventiva visa a manter a máquina sempre em condições ideais de utilização, minimizando a manutenção corretiva, para que ela execute adequadamente suas tarefas. Obviamente, quando a máquina estiver em operação, podeSEMEATO

A utilização das máquinas em uma propriedade tem por objetivo a realização de tarefas de uma forma rápida e eficiente, dentro de um período pré-estabelecido, de acordo com as exigências das diferentes culturas, nas várias regiões agrícolas do país. A operação de plantio de qualquer cultura é um dos principais fatores para o sucesso no estabelecimento da lavoura. Portanto, é preciso dar à semeadora a verdadeira importância que ela representa dentro do processo produtivo. Uma boa semeadora deve possibilitar o estabelecimento rápido e uniforme da população de plantas desejada. Para tanto, ela deve colocar a semente no lugar certo e na quantidade correta, além de proporcionar um ambiente e condições adequadas ao processo de germinação.

Manutenção e conservação A correta utilização das semeadoras preconiza a tomada de certos cuidados, principalmente em relação à correta manutenção e conservação da máquina, fatores imprescindíveis, para o bom rendimento da máquina e determinantes para o sucesso ou o fracasso da lavoura. No Brasil, as distintas condições de clima e solo possibilitam a semeadura de grãos praticamente durante todo o ano, porém, a semeadura das culturas de inverno é iniciada no mês de abril e segue até meados de julho, em regiões mais frias. Uma semeadora utilizada para semear estas culturas, trabalha aproximadamente 30 dias por ano. Neste período, cada dia deve ser aproveitado ao máximo, para permitir que a cultura seja implantada dentro da época recomendada para a obtenção dos melhores rendimentos. Portanto, é importante que a máquina esteja em plenas condições de trabalho. Ao lado, semeadura de nabo forrageiro, simultânea à cultura do milho

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MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA rão ocorrer problemas devido ao mau uso, acidentes, desgastes ou defeitos de fabricação. A ocorrência destes fatos exigirá, então, a realização da manutenção corretiva. Um dos principais objetivos da manutenção preventiva é evitar o acúmulo de pequenos defeitos ou problemas que podem levar a uma maior danificação da máquina, e a consequente perda de tempo e aumento dos custos para efetuar os reparos. As semeadoras, em especial, necessitam de cuidados únicos, visto que seus principais mecanismos (sulcadores, limitadores de profundidade, compactadores) trabalham sempre em contato direto com o solo, sendo bastante exigidos, pois, normalmente, as condições são adversas.

Manutenção pós-plantio

SEMEATO

SEMEATO

O bom desempenho de uma semeadora é obtido logo após o seu uso, através da realização da manutenção pós-plantio. Para tanto, recomenda-se que, após o término das atividades de semeadura, sejam realizadas as seguintes tarefas: 1. a máquina deve ser lavada com água quente e sabão neutro para a remoção de todos os resíduos, principalmente de fertilizante, que é o grande vilão da corrosão; 2. os mangotes e demais componentes de borracha precisam ser retirados da máquina, limpos e armazenados em local seco, protegido da luz solar e bem ventilado; 3. as correntes devem ser retiradas, imersas em óleo lubrificante durante dois dias e lavadas com querosene ou óleo diesel e, posteriormente, penduradas em local isento de pó; 4. limpar os reservatórios de sementes para retirar os resíduos dos produtos utilizados no tratamento das sementes e/ou inoculação. Desmontar os distribuidores de sementes e limpá-los; 5. liberar a pressão de todas as molas existentes na máquina, deixando-as soltas, até o próximo plantio. Isto evita

que as molas fiquem “cansadas”; 6. lubrificar toda a máquina; 7. desmontar sulcadores, limitadores de profundidade e compactadores para verificar o estado dos rolamentos e retentores. Ajustar possíveis folgas; 8. inspecionar a semeadora: analisar se há peças desgastadas ou quebradas; 9. atenção especial na limpeza de todo o sistema e componentes responsáveis pela distribuição de fertilizante; 10. ao final, pode-se pulverizar a máquina com óleo, para garantir uma maior proteção; 11. armazenar em local seguro e, de preferência, coberto; 12. armazenar a máquina, sobre os pés de apoio e com os calços nos cilindros hidráulicos; Nesta fase, é muito importante o papel do operador, pois ele tem conhecimento do comportamento da máquina durante o trabalho e dos eventos ocorridos ao longo de sua utilização, fatos que devem ser considerados na realização da manutenção do equipamento. A decisão de realizar a revisão logo após o término da semeadura, depende das particularidades de cada propriedade, como, por exemplo, a disponibilidade de recursos para aquisição de peças e, também, a mão de obra disponível no momento. O certo é que, após a semeadura, há um período longo de tempo que a máquina permanecerá parada. Tempo este mais do que suficiente para a realização e análise dos orçamentos, assim como para a entrega das peças através dos revendedores autorizados. É importante a utilização de peças genuínas para garantir o melhor desempenho da semeadora. Caso não seja possível a realização da revisão/manutenção logo após o plantio, é importante que haja a consciência da necessidade de realizar estas tarefas, com tempo hábil, para que a máquina esteja em condições ideais quando iniciar o próximo plantio, sem risco de perda do período ideal recomendado para o plantio da nova safra. Infelizmente, muitos agricultores dispensam poucos cuidados às semeadoras. Isto se evidencia pelo fato de se encontrar, com facilidade, máquinas enferrujadas, com componentes gastos ou quebrados, deixadas no tempo ou armazenadas junto a adubos ou fertilizantes. É importante ressaltar que, com a correta manutenção e armazenagem, a semeadora terá maior vida útil e maior valor de revenda. Explorar ao máximo a vida útil da semeadora corresponde a um ganho significativo sobre o valor investido em sua aquisição. Para que isto, de fato, ocorra, é preciso atender todas as recomendações de utilização e manutenção indicadas pelos fabricantes. Após o plantio, a máquina deverá ser lavada. Não é recomendável fazer adaptações

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Semeadura de CULTURAS E DUARDO C OPETTI ENGENHEIRO AGRÔNOMO, GERENTE DE DESENVOLVIMENTO DE MERCADO, SEMEATO S.A

m qualquer sistema, a semeadura deve possibilitar o estabelecimento rápido e uniforme da população de plantas desejada. Para isso, a semeadora deve formar um ambiente que possibilite a absorção de água pelas sementes e as condições de temperatura e disponibilidade de oxigênio adequadas ao processo de germinação. A germinação deverá ocorrer o mais rápido possível para reduzir o risco de ataque de pragas de solo. Para isso, a semente necessita de um contato total com o solo, de modo a acelerar a absorção de água. As máquinas utilizadas para a semeadura das culturas de inverno ou culturas de grãos miúdos (trigo, aveia, cevada etc.), são denominadas semeadoras de fluxo contínuo, ou seja, apresentam sistema de distribuição de sementes através de rotores acanalados helicoidais, que distribuem as sementes de forma contínua, diferentemente das semeadoras de precisão, que distribuem as sementes de forma individual. Outra característica marcante das semeadoras de grãos miúdos é o espaçamento entre linhas. Estas máquinas apresentam espaçamentos entre linhas reduzido, normalmente de 17 cm.

Semeando grãos miúdos Basicamente, existem dois tipos de semeadoras que podem ser utilizadas para a semeadura de grãos miúdos: 1. semeadoras específicas para grãos miúdos, tipo TD; 2. semeadoras múltiplas, que realizam tanto a semeadura de grãos miúdos como de grãos graúdos. No caso das máquinas múltiplas, é necessário prepará-las para a semeadura com espaçamento reduzido, visto que o último trabalho realizado por estas máquinas foi a semeadura de culturas de grãos graúdos (soja, milho etc.), que utilizam espaçamentos entre linhas maiores.

A transformação destas máquinas de grãos graúdos para grãos miúdos é específica para cada modelo, mas, basicamente, resume-se na retirada dos sulcadores de adubo (tipo facão) e a retirada do sistema distribuidor de sementes de grãos graúdos (tipo alveolado ou pneumático). Após a retirada destes conjuntos, é preciso montar e reposicionar as linhas que irão realizar a semeadura de grãos miúdos, de acordo com o espaçamento que será utilizado. Esse tipo de máquina oferece uma gama maior de opções quando se trata do espaçamento entre as linhas.

Máquinas múltiplas As máquinas múltiplas são importantes, pois, além de proporcionarem melhorias na qualidade do Sistema Plantio Direto, possibilitam a introdução de novas espécies, viabilizando, desta forma, a rotação de culturas, fundamental para o sucesso do sistema. Essas máquinas também apresentam algumas particularidades no que se refere à qualidade da semeadura: pelo fato de trabalharem com rodas limitadoras de profundidade, apresentam uma semeadura mais uniforme, com menor revolvimento de solo, características muito favoráveis em se tratando de Plantio Direto. Outro ponto favorável às múltiplas é que, pelo fato de utilizarem as linhas fixadas em dois tubos porta ferramentas, apresentam maior defasagem entre as mesmas. Essa é uma característica importante, pois possibilita maior vazão da palhada, diminuindo significativamente a possibilidade da ocorrência dos “embuchamentos”, principalmente quando a semeadura se realiza sobre resteva de milho, que possui um volume bastante grande de palhada.

Calibração da semeadora O conhecimento da semeadora e a velocidade empregada durante a seme-

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adura são importantes para a uniformidade populacional de plantas e, consequentemente, para o rendimento de grãos. Esses fatores determinarão o sucesso na distribuição de sementes no solo e o estabelecimento da lavoura, que terão reflexos diretos na produtividade final da lavoura. A recomendação oficial da quantidade de sementes para as culturas de inverno varia conforme a cultura, de 200 a 330 sementes aptas/m². A recomendação para o trigo, por exemplo, é de 300 a 330 sementes aptas/m². Já para a cevada, recomenda-se de 225 a 250 sementes aptas/m². Como o peso de mil sementes dessas culturas podem

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DE INVERNO

As semeadoras múltiplas melhoram a qualidade do sistema de Plantio Direto

variar muito em função das condições climáticas, da adubação — principalmente nitrogenada — e da cultivar, entre outros. O ideal é que a regulagem seja feita em função do número de sementes por metro linear. Desta forma, em uma semeadura com espaçamento de 17 cm entre linhas, deverão ser distribuídas entre 50 até 60 sementes por metro linear, o que resultará em 300 a 330 plantas/m². Para calcular a quantidade de sementes a ser distribuída por hectare, é preciso seguir os seguintes passos: 1. Considerando-se um “stand” desejado de 300 plantas/m², deve-se cor-

rigir o poder germinativo da semente (90%): sem/m² = 300 x 0,9 = 330 sem/ m² ou 3.330.000 sem/ha. 2. Supondo-se que o peso de mil sementes seja de 40 gr, a quantidade em kg/ha será:Kg/ha = 3.330.000 x 40 gr = 133,2 kg/ha. 3. Se o espaçamento utilizado for de 17 cm entre linhas, então, teremos uma constante de 588,2 (10.000 m² : 17 cm), assim:133,2 kg/ha : 588,2 = 226,5 gr/100 metros. 4. Se em 40 gr há 1.000 sementes, em 226,5 gr teremos 5.662,5 sementes. Desta forma, para regular a quantidade de sementes, a semeadora,

após percorrer 100 metros, deverá distribuir 226,5 gramas de sementes em cada uma das linhas, ou então, deverá distribuir 56,6 sementes por metro linear. A regulagem de fertilizante segue o mesmo raciocínio utilizado para a regulagem de sementes, por exemplo: a quantidade desejada de fertilizante é de 250 kg/ha e a máquina apresenta espaçamento entre linhas de 17 cm (constante de 588,2), então teremos: 250 kg/ha : 588,2 = 425 gr/100metros. A máquina deverá distribuir, em 100 metros percorridos, 425 gr de adubo em cada uma das linhas.

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ENTREVISTA

APENAS O NECESSÁRIO Nem mais, nem menos. Nem a média, que pode gerar desperdício. Apenas o necessário. Essa é a base do conceito de agricultura de precisão, um tema que, em geral, remete a imagens de satélites, GPS, máquinas e sistemas caros e sofisticados. Para desvendar seu verdadeiro conceito, muito mais abrangente e natural do que sofisticado, A Lavoura entrevistou Ricardo Inamasu, coordenador da Rede de Agricultura de Precisão. Pesquisador do Centro de Instrumentação (São Carlos/SP), Inamasu representou o Brasil na Conferência Internacional sobre Agricultura de Precisão (ICPA), em Indianápolis (Indiana/EUA), promovida pela Sociedade Internacional de Agricultura de Precisão (ISPA), em meados de 2012. Na conferência, o pesquisador coordenou ainda uma sessão de debates sobre a Gestão da Informação na Agricultura de Precisão. Criada em 2009, a Rede de Agricultura de Precisão é composta por 214 pesquisadores, 20 Unidades da Embrapa e 52 parceiros, entre universidades, institutos de pesquisa, fundações, cooperativas, empresas e produtores rurais. Por que é comum associar a Agricultura de Precisão a equipamentos sofisticados e a altos custos de implantação? Imagino que a explicação esteja no histórico. As primeiras divulgações no País foram baseadas nas máquinas que portavam GPS, numa época em que este equipamento ainda era muito caro e só valia a pena instalar em máquinas de custo absoluto muito elevado, como colhedoras automotrizes (conhecidas também como colheitadeiras). Essas máquinas, de alta capacidade de trabalho, faziam com que o preço absoluto fosse diluído e o resultado relativo por hectare fosse compensador. Os dados também eram tratados por computadores gráficos, sofisticados para a época. Os fabricantes de máquinas, com o intuito de repetir a mesma contribuição realizada na indústria de construção — que trabalhavam com sistema ótico de controle de terraplanagem — divulgaram o equipamento agrícola como a tecnologia mais moderna do mercado. Qual é o verdadeiro conceito de Agricultura de Precisão? Esse é o ponto fundamental! A máquina precisa, por si só, não remete ao lucro como acontece na indústria de terraplanagem. É verdade que há muitos erros operacionais causados por imperícia do operador e a eletrônica embarcada pode eliminar tais erros. Porém, a maior vantagem está no tratamento da variabilidade espacial. A lavoura não é uniforme. O ponto de partida é reconhecer essas diferenças.

Tratar setores da lavoura que apresentam resultados diferentes como iguais, ou seja, pela média, pode levar o agricultor a aplicar o dobro do insumo necessário, em um extremo, e, no outro, apenas uma fração, perdendo em ambos os lados. Portanto, o conceito está fundamentado no tratamento dessas diferenças. O pequeno produtor pode adotar a Agricultura de Precisão? Dizemos que a AP é uma postura gerencial, que leva em conta a variabilidade espacial da lavoura para aumentar o retorno econômico e minimizar o efeito ao meio ambiente. Ou seja, ao tratar a lavoura respeitando as características de cada setor da propriedade, o produtor já estaria adotando os princípios da AP. Muitos pequenos produtores já fazem a AP sem saber, ao escolher a área mais úmida para uma determinada cultura e áreas mais drenadas para outra. Ao usar uma prancheta para anotar esses dados, o agricultor estará preparado para empregar uma planilha eletrônica e assim por diante. Sempre digo que não se faz um bom escritor com um belo computador. Nesse caso, não se faz um bom agricultor apenas com belas máquinas. Como promover essa mudança de paradigma? Estamos trabalhando com a Rede de Agricultura de Precisão, temos site, estamos ministrando palestras, editamos um livro sobre o assunto, porém, não podemos mudar sem contar com a ajuda de todos. A Revista A Lavoura, com certeza, traz uma importante contribuição nesse sentido, ao falar

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detalhadamente sobre a Agricultura de Precisão. Partindo do princípio básico da gestão da propriedade, como dar início ao processo? Qual seria o primeiro passo? O primeiro passo é querer ver a diferença no campo. Quanto maior a diferença, maior será o retorno econômico. É preciso conhecimento em informática para adotar a Agricultura de Precisão? Respondo por meio de uma pergunta. Para ser um escritor é preciso conhecimento em informática? Na realidade, quando se tem uma grande propriedade, as ferramentas da informática e a eletrônica embarcada tornam-se aliadas para realizar essa forma de gestão. Quais as vantagens da Agricultura Ricardo Inamassu é recebido pelo engenheiro-agrônomo Mário Fochesato, em visita à de Precisão para a preservação Vinícola Miolo. ambiental e para otimizar recursos financeiros, insumos e água numa propriedade? O insumo – incluindo a água – em excesso prejudica a cultura e o meio ambiente. O solo tem capacidade limitada de armazenamento de água e não é o mesmo em toda a extensão da propriedade; ela varia no espaço. Há também áreas que são mais suscetíveis à erosão. Portanto, entendendo melhor as diversas características do campo e tratando de forma a respeitar as diferenças, é possível otimizar e obter retorno, tanto no bolso como no meio ambiente. Quais os pontos principais para o produtor obter excelência em resultado? O ponto principal é respeitar as características do campo e nelas tratar a cultura de forma a produzir o melhor que a terra pode fornecer. Em uma agricultura moderna, repleta de máquinas, parece um paradoxo, pois a automação e a mecanização, aparentemente, afastam a comunhão do homem com a terra. Mas a Agricultura de Precisão, na sua essência, traz de volta o homem e desafiao para que a compreensão seja maior. A diferença O pesquisador Alberto Miele, da Embrapa Uva e Vinho, é um dos envolvidos na entre o passado e o presente é a ciência e a pesquisa do Lote 43, onde 247 videiras foram georreferenciadas. tecnologia muito mais avançadas do nosso lado. Para identificar uma calha natural de drenagem, muito Como escolher os locais para a implantação das culprovavelmente uma amostra por hectare seria insuficiente. turas e qual a nova forma de se analisar o solo? Mas, na prática, amostrar o solo num “grid” menor que um Em tese, em um setor de potencial mais elevado, temhectare não seria razoável, principalmente, pelo lado ecose uma expectativa maior de produtividade e, portanto, nômico. é onde se pode investir mais. Entretanto, estamos falanNo passado, a observação identificava as diferenças. Hoje, do de uma área totalmente equilibrada e não degradafelizmente, ferramentas como imagem aérea, mapa topográda, com todos os setores no seu melhor potencial. fico, medida de condutividade elétrica, ajudam a identifiA análise do solo é fundamental, porém, para encontrar car áreas com particularidades e orientam os locais de as características de toda a área, seria necessária uma quanamostragem. tidade muito grande de amostras. A Lavoura NO 695/2013 37

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Uma forma de simplificar abilidade com mapas de esta gestão é agrupar as regiprodutividade ou de colheiões em zonas de manejo utita, houve iniciativas para lizando informações de cam“corrigir” os setores mais po. As zonas de manejo são redeficientes. Hoje, se entengiões em que as característide que há etapas a serem secas apresentam suficiente seguidas até alcançar uma melhança para tratá-las como condição de equilíbrio da uniformes. Dessa forma, ferfertilidade. A aplicação de ramentas diversas estão seninsumos à taxa variada estado aplicadas para facilitar a ria no sentido de manter gestão. esse equilíbrio. Ricardo Inamassu opera o Crop Circle, sensor remoto de cultura Temos um exemplo signiQuanto às novidades ficativo o é chamado Lote 43, na Vinícola Miolo, gleba que intecnológicas, podemos citar dois interessantes grupos de clusive dá origem ao vinho ícone da empresa, que deverá recesensores. O primeiro grupo consiste de sensores que medem ber Denominação de Origem Controlada. Ali, numa área de 2,4 alguns parâmetros do solo em tempo real, possibilitando ao hectares de terra, cultivados com uvas Merlot, foram agricultor, após processamento dos dados, a visualização de identificadas três classes taxionômicas e 10 unidades de regiões de maior concentração de um determinado elemenmapeamento. Ou seja, num pequeno pedaço de terra são ento ou a orientar uma amostragem mais inteligente do que a contrados uma dezena de tipos de solo. amostragem por “grid”. Um bom exemplo, é o medidor de condutividade elétrica, além de outros como sensor para Como repassar à Extensão Rural que a antiga recomenmedir quantidade de matéria orgânica e ou acidez do solo, e dação, que considerava a coleta de várias amostras e a assim por diante. recomendação de correção e adubação pela ‘média’ deve ser substituída pelas ‘particularidades’? O segundo grupo é formado por sensores óticos. Estes Não se pode dizer que o processo de repasse à Extensão medem o quanto a planta está apresentando uma cor “sauRural e, consequentemente, aos agricultores é fácil. Pois, dável”. Após a medição da área com esses sensores, é possíainda hoje, o senso comum estabelecido sobre AP está ligavel identificar os locais onde as plantas estariam mais do fortemente aos satélites, às máquinas e aos computadoestressadas. Um dos melhores usos desses sensores, é na aplires e muito pouco à sustentabilidade da agricultura. O modo cação de fertilizante nitrogenado, pois as plantas em áreas mais adequado para repasse, na minha opinião, é pelo concom menor teor de nitrogênio têm uma coloração menos ceito. Para quem compreendeu o conceito básico, a AP toresverdeada, orientando o agricultor a elaborar mapa de rena-se uma agricultura realizada por meio de bom senso. A comendação para aplicação de nitrogênio à taxa variada. vontade de tratar as diferenças é que deve fazer com que E no setor de defensivos? busque ferramentas e não o contrário. Ainda não se tem sistema comercial de sucesso, mas há Quais as novidades da Agricultura de Precisão na área muitos estudos que mostram um grande potencial. Na realide correção e adubação? dade, a aplicação manual, detectando visualmente o alvo Como a AP é um processo de gescomo planta daninha, já é uma forma de aplicação à taxa tão, cada caso é um caso particular, variada, porém, é desejável que a identificação fosse feita mesmo para a área de corde forma automática. Há uma quantidade significativa de reção e adubação. No iníestudos que vão nessa direção. Imagino que, em breve, tecio, após a remos um sistema que apresentará sucesso comercial. identificaComo adaptar o conceito para a pecuária de leite e ção a varide corte? Para produção de pastagem e forrageira, podemos aplicar o mesmo conceito. Porém, a zootecnia de precisão traz o caráter de tratar o animal de acordo as suas necessidades. Dentro desse conceito, dividir animais em grupos de manejo de forma análoga à zona de manejo é uma forma mais ampla do entendimento. A grande diferença entre animais e plantas é que eles têm pernas e elas têm raízes. Portanto, Exemplos de imagens aéreas animais não são caracterizados por uma posição geográfica, usadas no diagnóstico e mas por nome ou por um identificador. Nesse contexto, os monitoramento em brincos eletrônicos aplicados no sistema de rastreamento têm Agricultura de Precisão potencial também como ferramenta para gestão do tratamento individual ou por grupo de animais. 38 A Lavoura NO 695/2013

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Ao lado, aeromodelo não tripulado usado para registro de imagens aéreas georreferenciadas. Abaixo, o robô agrícola em dois momentos: hoje (esq.) e a 15 anos atrás (dir.) EMBRAPA INSTRUMENTAÇÃO

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Com a escassez dos recursos hídricos, como a fertirrigação pode ajudar na gestão de nutrientes? Percebe-se que o conceito pode ser ampliado em todas as áreas; se é possível aplicá-lo em animais, por que não na irrigação? Na realidade, a Irrigação de Precisão já é um tema que tem sido estudado. Há tecnologia de sensores sem fio e pivôs centrais que aplicam à taxa variada. Não sei exatamente o motivo pelo qual ainda não estão no mercado, mas não tenho dúvidas de que, sendo a água um insumo escasso no mundo, em breve, veremos no campo. Portanto, todo o conhecimento de aplicação de fertilizante à taxa variada, com a irrigação deve sofrer uma integração. Não é à toa que entendemos a Agricultura de Precisão como uma agricultura de bom senso. O que são sensoriamentos proximais na agricultura de precisão? Na realidade, são os sensores óticos que mencionei anteriormente; têm origem no sensoriamento remoto por satélite. A imagem gerada por satélite nada mais é do que captação da luz refletida. A luz pode ser dividida em várias cores, inclusive nas ‘cores’ as quais não podemos ver, como o infravermelho e infravermelho próximo. Fazendo uma analogia com o som, temos o som grave e agudo. Porém, dizemos que a luz tem vários comprimentos de onda, em vez de grave e agudo. Pelo som podemos identificar, por telefone, se uma pessoa está alegre ou se está cansada. Com a luz, por meio de alguns comprimentos de ondas, detectamos se a planta está estressada, se está saudável ou se está com falta de algum nutriente. A grande diferença desses sensores é o custo, são muito mais acessíveis do que os que estão instalados em satélites e com a vantagem de podermos apontar diretamente para a planta que queremos ver, sem precisarmos esperar que a imagem chegue às nossas mãos. Há atualmente quatro fabricantes no mercado internacional e existem algumas unidades em teste nos campos brasileiros. Creio ser uma boa aposta. Quais as novidades apresentadas na Conferência Internacional sobre Agricultura de Precisão? É o evento internacional mais importante. Foram mais de 200 novidades apresentadas em 31 tópicos, portanto, é muito difícil descrever todas. O que chamou a minha atenção foi o aumento da quantidade de trabalhos na área de sensoriamento, tanto remoto quanto próximo. Outro ponto importante é o destaque ao papel da AP para uma agricultura susten-

tável. Acho que estamos no caminho certo. O significado de precisão, no caso, remete à exatidão, mas poderia ser também relacionado à necessidade, já que é fundamental para otimizar as atividades numa propriedade? Muito bem observado, mas o termo surgiu em inglês “precision agriculture” e, nesse idioma, não há o sentido poético que o Fernando Pessoa habilmente explorou. Talvez no Brasil possamos ousar e utilizá-lo também no sentido da necessidade. Esse modelo de pesquisa ‘em rede’ parece meio óbvio, mas ainda é uma novidade. Quais as vantagens desse modelo e como ampliá-lo? O modelo de pesquisa em rede é relativamente recente na Embrapa. A grande vantagem desse modelo é o compartilhamento de recursos de alto valor e a sinergia entre grupos de pesquisa em temas estratégicos e transversais como a Agricultura de Precisão. Entretanto, o que limita é a disponibilidade de recursos financeiros. A melhor alternativa nesse sentido é por meio de ampliação de parcerias. Entre os nossos 15 campos experimentais, sete são de parceiros privados. Estamos concluindo também a construção de um laboratório específico para esse tema. São 3.000 metros quadrados de área coberta e 2.000 de pátio, em uma área de 5 hectares. Será um local de integração entre várias áreas do conhecimento, entre pesquisadores visitantes tanto nacionais como internacionais, entre alunos de diferente formação, ampliando o potencial de aplicação da Agricultura de Precisão e também de parcerias.

Paula Guatimosim A Lavoura NO 695/2013 39

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PRAGA DO MILHO

PERIGO: a Helicoverpa turbinada chegou JOSÉ CLÁUDIO

DE

OLIVEIRA

ENG° AGRÔNOMO - JCO BIOPRODUTOS, BAHIA

C

onhecida em um passado recente como a lagartada-espiga do milho, a Helicoverpa era considerada uma praga secundária, segundo os manuais. Não exigia atenção, já que a lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda, com o seu hábito canibal, predava a Helicoverpa, mantendo-a sobre um nível de controle razoável. Em um cenário em que a lagarta-do-cartucho se tornava cada vez mais prejudicial e resistente ao arsenal de inseticidas químicos, provocando enormes danos econômicos na cultura do milho e algodão, surgiu o milho Bt. A salvação da pátria, o tão sonhado e esperado milho Bt, prometia terminar definitivamente com a preocupação e a perda de sono causadas pela Spodoptera frugiperda. Bastaram duas safras para a lagarta-do-cartucho criar resistência à primeira tecnologia Bt. Porém, o problema maior não foi a resistência, e sim, a Helicoverpa ter se aproveitado da ausência temporária da Spodoptera e se multiplicado de forma explosiva. Esta praga não respeitou materiais Bt e, muito menos, inseticidas químicos.

gastou a mais para a tentativa de seu controle. Na soja, ficou em torno de 200 reais/ha em inseticidas e perdas médias de 5 sacos/ha. Já no algodão, o prejuízo será de 600 a 1000 reais a mais por ha em inseticidas e perdas de, no mínimo, 50@ em caroço por ha. Para a próxima safra é provável que a Helicoverpa esteja mais forte e mais resistente e que a lagarta-do-cartucho venha de brinde, em virtude da pressão seletiva. Resumindo, vamos ter pragas mais robustas, altos gastos com a tecnologia Bt, inseticidas mais caros (certos produtos custam mais de 100 reais por aplicação), e com resultados duvidosos. Continuamos vendendo commodities como soja, milho e algodão. Entretanto, o consumidor não vai querer pagar mais caro porque estamos gastando mais. Além disso, a agricultura é uma fábrica a céu aberto, sujeita a todo tipo de intempérie, como por exemplo, os danos causados em decorrência do clima no oeste da Bahia nos últimos dois anos. Como fica a renda do produtor em caso de perda? Que matemática perversa é esta da agricultura moderna que só se aumenta o custo e o risco para o produtor?

Prejuízos de R$ 1 bilhão

Equilíbrio com a natureza

DIVULGAÇÃO

Atualmente, no oeste da Bahia, por exemplo, os prejuízos causados por ela talvez já ultrapassem 1 bilhão de reais, somando o que se

DEISE FROELICH-EMATER RS

A Helicoverpa voltou a causar prejuízos nas lavouras

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Acredito que temos que nos voltar a um conhecimento e equilíbrio maior com a natureza, uma vez que a via química, com toda sua simplicidade de aplicação e uso, tem mostrado um futuro sombrio. Partindo do principio de equilíbrio biológico da natureza, sabemos que, para cada praga e doença há um organismo antagônico, um inimigo natural. Assim sendo, os produtos que têm produzido melhor resultado no controle da Helicoverpa são formulados à base da bactéria Bacillus thuringiensis (nome comercial: Dipel, Baccontrol, Agree etc.). Existem também produtos à base de baculovírus VPN HzSNPV, um vírus que contamina e mata a lagarta, que é amplamente usado na Austrália. Em termos de fungos entomopatogênicos, acredito que o de mais fácil produção e uso seria o Metarhizium, já usado habitualmente para controle da cigarrinha na cana-de-açúcar e pastagens e também aplicado para o controle de cupim e percevejo marron. Em condições ambientais adequadas (calor, umidade, sombra e matéria orgânica), este fungo se multiplicaria em insetos, na matéria orgânica e nas pupas da Helicoverpa e Spodoptera frugiperda no solo. É difícil de imaginar sustentabilidade ambiental e econômica das nossas lavouras sem o uso de organismos benéficos no processo produtivo. Quando Deus disse na bíblia: Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra; entendo que o dominar é conhecer e conviver em harmonia e não subjugar e destruir a natureza.

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PRAGA DA POMICULTURA

QUASE ERRADICADA O Brasil está próximo da erradicação da mais danosa praga da maçã e da pera. Na safra 2012/2013, o país alcançou ‘registro zero’ de espécimes de Cydia pomonella

“São necessários mais dois anos de ‘registro zero’ para que a praga seja declarada como efetivamente erradicada, mas a cadeia produtiva certamente tem o que comemorar”, diz o coordenador-técnico do Programa Nacional de Erradicação da Cydia pomonella, Adalécio Kovaleski. E o setor da maçã, de fato, já está festejando: recentemente, a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM) homenageou, com placa, os principais envolvidos no Programa. Kovaleski, pesquisador da Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado da Embrapa Uva e Vinho, e a própria Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), representada pelo chefe-geral da unidade Uva e Vinho, Lucas Garrido, foram agraciados com a distinção, pelo “trabalho incansável e fundamental” rumo à erradicação.

O processo de eliminação

Assim, a opção foi começar, nas quatro cidades em que se detectou a Cydia, um trabalho de remoção e substituição de plantas hospedeiras (como macieira, pereira, marmeleiro, nogueira europeia, pessegueiro, ameixeira e nectarineira). Os proprietários dessas, ao concordarem em participar do Programa, recebiam, em

Ao lado, danos externos causados pela entrada e saída da lagarta. Abaixo, dano interno, na região das sementes

ADALÉCIO KOVALESKI / EMBRAPA UVA E VINHO

Era 1991, quando se detectou, num dos principais polos produtores de maçã do país — Vacaria (RS) — a presença de Cydia pomonella. A praga, relata o coordenador-técnico do Programa Nacional de Erradicação, foi introduzida a partir de fruta importada e infestada. “Nas áreas urbanas, a Cydia encontrou hospedeiras (espécies em que consegue se desenvolver) justamente por serem plantas não-comerciais, ou seja, que não recebiam os devidos cuidados de manejo”, detalha Adalécio Kovaleski. Iniciou-se, então, um traba-

Remoção e substituição

ADALÉCIO KOVALESKI / EMBRAPA UVA E VINHO

Registro zero

lho de monitoramento e prospecção da Cydia nos Estados do Sul do Brasil, liderado pelo pesquisador. Nessa fase, até 1997/98, identificaram-se exemplares do inseto nas áreas urbanas de quatro municípios: Vacaria, Bom Jesus e Caxias do Sul (RS) e Lages (SC). Os dois Estados concentram 93% da produção brasileira de maçã. A partir das informações obtidas no monitoramento, começou a ser implantado, efetivamente, o Programa de Erradicação. Isso aconteceu, resgata Kovaleski, pela aplicação de sistema “atrai-e-mata”, em que eram usadas armadilhas impregnadas com feromônio — que é um atrativo sexual — misturado com inseticida. Porém, em função dos custos e dificuldades de importação do material, a estratégia teve de ser alterada.

ADALÉCIO KOVALESKI / EMBRAPA UVA E VINHO

A

pomicultura brasileira está próxima de alcançar o que se coloca como uma façanha internacional: a erradicação, no país, da mais danosa praga da maçã e da pera em âmbito mundial, a Cydia pomonella. O que embala a perspectiva é, acima de tudo, o fato de que no monitoramento do ciclo produtivo 2012/2013 não foi encontrado, no Brasil, nenhum exemplar de Cydia (uma mariposa cuja lagarta se alimenta da polpa da fruta). Fora isso, o “desaparecimento” do inseto se dá em um ritmo gradual: na safra 2010/2011, foram capturados sete indivíduos da espécie; na 2011/2012, somente um. Os números contrastam com o que ocorria há pouco mais de uma década: na safra 1997/1998, a captura foi de mais de 22 mil insetos da espécie.

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PRAGA DA POMICULTURA Agora, outro grande desafio se apresenta para a pesquisa e para a cadeia produtiva da maçã é o enfrentamento à praga da mosca-das-frutas Anastrepha fraterculus”, antecipa Kovaleski. GIOVANI CAPRA - EMBRAPA UVA E VINHO

JOÃO CAETANO FIORAVANÇO / EMBRAPA UVA E VINHO

troca das plantas removidas, o mesmo número de plantas de espécies não-hospedeiras (como kiwizeiro, videira, citros e espécimes de frutas nativas — pitanga, guabiroba e goiaba. Foram substituídas mais de cem mil plantas nas áreas urbanas dos quatro municípios, aponta o coordenador-técnico do Programa de Erradicação. O ápice das trocas foi entre julho de 2002 e 2010, mas ainda hoje elas ocorrem, em pequenos volumes, diz Kovaleski. Ele assinala que as remoções/substituições eram direcionadas aos pontos geográficos em que eram identificados os focos da mariposa. “Os pomares comerciais também fazem monitoramento, apesar de nunca terem sido capturados exemplares do inseto nessas áreas”, acrescenta o pesquisador.

Ação exitosa A amplitude da exitosa ação de troca foi destacada pelo coordenador-técnico do Programa de Erradicação quando do recebimento da homenagem prestada pela ABPM. “É preciso agradecer às comunidades de Vacaria, Caxias do Sul, Bom Jesus e Lages, pois elas participaram diretamente do Programa, ao aceitarem que as equipes de trabalho entrassem nos quintais de suas casas, para remover as plantas hospedeiras”, ressaltou Kovaleski.

“Registro zero” No mesmo sentido, para ele, o ‘registro zero’ havido neste ano é “uma conquista feita a várias mãos; muitas organizações estiveram e estão envolvidas nessa vitória, que é histórica para o Brasil e para o mundo”. O pesquisador elogiou, ainda, a ampla participação da própria Associação Brasileira dos Produtores de Maçã no Programa: “O sucesso foi possível graças à tecnificação do setor, a união e à motivação de todos, desde o estabelecimento do Programa de Erradicação”. A proximidade de erradicação da Cydia implica na necessidade de o grupo continuar unido, reforçando o trabalho nas fronteiras, para que não haja novas introduções, enfatiza Kovaleski. “A partir da erradicação da Cydia pomonella, o Brasil demonstra competência técnico-científica”, diz ele.

Cadeia produtiva A eliminação, ressalta o pesquisador, significa economia para a cadeia produtiva, pela menor aplicação de pesticidas, e, portanto, maior preservação do ambiente e da saúde do aplicador e do consumidor, além de uma maior competitividade no mercado internacional, pela redução de resíduos de pesticidas e, principalmente, pela ausência de uma praga de importância econômica. No programa de erradicação, plantas sadias substituíram as hospedeiras

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INFORME OCB/SESCOOP-RJ

Ações prioritárias da política nacional do leite Representantes da cadeia produtiva do leite participaram, no final de 2012, em Brasília, da 1ª Conferência Nacional do Leite, e evento que buscou acompanhar, avaliar e propor medidas de apoio à produção de leite no mercado nacional. Na ocasião, foi também proposta a criação de um marco regulatório para o setor – o Conselho Nacional do Leite – órgão de caráter permanente, que atuará em parceria com todos os elos envolvidos na cadeia produtiva da bovinocultura de leite. Ao longo dos últimos meses, a subcomissão do leite realizou 10 audiências em vários Estados para discutir temas como a necessidade de preço justo para os produtores; combate aos cartéis na produção dos insumos lácteos; estabelecimento de mecanismos de proteção do mercado interno de importação de produtos subsidiados; e a redefinição da carga tributária sobre leite in natura. O setor envolve 1,3 milhão de produtores e movimenta R$ 50 bilhões por ano. Em 2012, a produção nacional ultrapassou a marca dos 32 bilhões de litros de leite. O objetivoda Conferência Nacional do Leite foi criar e programar uma política nacional para o setor. Para isso, foi preciso conhecer a realidade e particularidade de cada Estado produtor para que a implementação da política possa atender a todos os segmentos da cadeia produtiva do leite e seus derivados. A Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Rio de Janeiro (OCB-RJ) teve participação efetiva na discussão, e destacou 12 ações prioritárias para o setor, a seguir: • Garantir a defesa comercial do mercado lácteo brasileiro, por meio da renovação do acordo de cotas e preços do leite em pó argentino, incluindo os queijos e o soro de leite; estabelecimento do acordo de cotas e preços para o leite em pó, queijos e soro de leite provenientes do Uruguai; manutenção dos direitos antidumpin-

gs sobre o leite em pó oriundo da União Europeia e da Nova Zelândia e consolidação da Tabela da tarifa de Externa Comum (TEC) em 28%. • Garantir a implantação da Instrução Normativa (IN 62/2011), priorizando questões de capacitação, pagamento por qualidade, fiscalização e eficiência dos laboratórios da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite (RBQL). • Assegurar recursos financeiros aos municípios, a fim de viabilizar as vias de escoamento da produção; melhorar o abastecimento e a distribuição de energia elétrica e internet banda larga, assegurando oferta constante e regular para produtores e indústrias. • Assegurar recursos financeiros para a execução dos Programas Sanitários e estruturação de serviços municipais e estaduais de inspeção sanitária de produtos de origem animal, visando à adesão ao SISBI/SUASA, de forma a garantir a qualidade e segurança do alimento nacional. • Revisar os marcos regulatórios do setor lácteo, em especial o da Regulamentação da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA). • Viabilizar a utilização dos créditos do PIS/COFINS para custeio e investimento em programas de capacitação de produtores e modernização do parque industrial. • Revisar e ampliar as políticas de apoio à comercialização, aquisição de alimentos e alimentação escolar, observando as peculiaridades regionais. • Fortalecer o processo de inovação tecnológica para a cadeia produtiva do leite, garantindo recursos orçamentários, sem cortes, e a criação de um fundo setorial específico. • Reestruturar, fortalecer e ampliar o sistema brasileiro de assistência técnica e extensão rural público e privado, estabelecendo convênios e parcerias com entidades afins. • Criar um sistema unificado de dados e estatísticas, para fundamen-

Marcos Diaz - presidente da OCB/RJ

tar as tomadas de decisão. • Estabelecer ações compensatórias aos produtores de leite devido aos custos ambientais. • Promover o associativismo e cooperativismo no setor lácteo, com o intuito de fomentar a organização dos produtores e trabalhadores. A OCB-RJ desenvolverá um planejamento estratégico para o ramo agropecuário, em particular na busca de parceiros que possam contribuir efetivamente para fomentar as ações deste setor, com destaque para a questão láctea. Para tal, vai estimular as cooperativas do Estado Rio de Janeiro a desenvolverem parcerias com rádios comunitárias, para dar início à formação de uma rede integrante de comunicação cooperativista. Objetivamos buscar parcerias capazes de integrar os diferentes setores envolvidos no processo de produção, a exemplo do que feito pela Comissão da Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, durante a 1ª Conferência Nacional do Leite, da qual recebemos apoio para estabelecer um programa direcionado às ações do setor lácteo. Tal programa deverá ter início o quanto antes, em apoio ao programa estadual de treinamento e formação do quatro social das cooperativas fluminenses. Acredito que estamos no caminho certo, aproximando a OCB-RJ das entidades de ensino e prefeituras do Estado, através dos nossos Núcleos de Apoio ao Cooperativismo (NAC).

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Nos paĂ­ses em desenvolvimento as perdas na fase da armazenagem podem chegar a 50%

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Levantamento do IBGE indica perda média de 6% na cultura do milho, do plantio à pré-colheita

PERDAS na produção de GRÃOS ainda ASSUSTAM As perdas vão da fase pré-colheita até a pós-colheita, acontecendo no transporte, no pré-processamento, na secagem, no armazenamento, na indústria ou no comércio

O

Brasil deve colher, na safra 2012/2013, mais de 183,5 milhões de toneladas de grãos, aumento de 10,5% em relação à safra anterior. A área plantada, no entanto, cresceu menos (cerca de 4%), o que confirma, por mais um ano, a eficiência do produtor rural brasileiro. É no aumento da produtividade média (nesta safra, de cerca de 6%) que reside o sucesso do campo em nosso país. Os números são do levantamento de safra divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) no início de março, o sexto da safra 2012/2013. Porém, tanto antes como após a colheita, ainda se perde boa parte da produção de grãos no Brasil. Dados oficiais

não são comuns ou periódicos como os de levantamento de safra. Mas alguns dados estão disponíveis, de acordo com o pesquisador Marco Aurélio Guerra Pimentel, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, na área de armazenamento. Por exemplo, levantamento realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre perdas do plantio à pré-colheita dos principais grãos produzidos no país no período de 1996 a 2002. “Este levantamento do IBGE apresenta dados para as culturas isoladamente e, no caso do milho, revela valores médios de perdas, do plantio à pré-colheita, de aproximadamente 6,1% durante o período de 1996 a 2002”, explica Marco A Lavoura NO 695/2013 47

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Aurélio. Fazendo as contas e trazendo esse percentual para a atual safra, seriam perdidos, apenas entre o plantio e a pré-colheita (ou seja, excluindo-se a pós-colheita, que é uma fase ainda mais crítica em termos de perdas), cerca de 4,64 milhões de toneladas de milho. Com esse milho a mais, a produção seria de aproximadamente 80,71 milhões de toneladas em 2012/2013, já que a Conab estima uma produção de 76,07 milhões. O pesquisador da Embrapa lembra, porém, que as perdas não se restringem até a fase da pré-colheita, indo após a colheita, seja no transporte, no pré-processamento, na secagem, no armazenamento, na indústria ou no comércio. “As perdas nas etapas da pós-colheita podem ser diretas, em massa, reduzindo a quantidade de produto, assim como em qualidade, afetando, por exemplo, a alimentação dos animais, que recusam o alimento, levando à baixa conversão alimentar, diminuição do ganho de peso corporal e, em casos mais drásticos, até mesmo interferência na fertilidade”, detalha.

Armazenamento Os dados de perdas de grãos, especificamente na fase de armazenamento, variam muito, dependendo sobretudo do nível tecnológico que o produtor utiliza. Marco Aurélio explica que, em países considerados desenvolvidos, os dados também oscilam, mas indicam perdas menores de 10%. Nos Estados Unidos, o índice é em torno de 5%. Já em países em desenvolvimento, as perdas podem chegar a 50% (ou seja, metade da produção) na fase do armazenamento. De acordo com o pesquisador, “as perdas são ocasionadas pelo ataque de pragas e fungos no armazém, que deterioram os grãos, reduzindo a massa dos mesmos e a qualidade, enquadrando estes grãos em tipos inferiores, devido ao percentual de infestação, grãos ardidos, impurezas e matérias estranhas presentes no milho armazenado”.

O que fazer? Marco Aurélio relaciona algumas medidas que o produtor pode tomar visando à diminuição nas perdas durante a safra. Uma delas diz respeito à própria conscientização quanto aos prejuízos causados pelas perdas: “o monitoramento e o controle das operações na lavoura, assim como no armazenamento, podem contribuir para a redução destas perdas”, afirma, lembrando os altos custos de produção, não apenas do milho. Para ele, “são necessários o monitoramento e a conscientização de todos os atores da cadeia de produção no sentido de aprimorar os processos de colheita, transporte e armazenagem para aumentar a competitividade do agronegócio, aumentando a remuneração do produtor com o que seria perdido”. Já durante o cultivo, as BPAs (Boas Práticas Agrícolas) são recomendadas. Por exemplo: seguir as orientações repassadas pelas empresas de sementes com relação ao espaçamento e à densidade de plantas; observar o zoneamento de riscos climáticos para a região de plantio; e adotar o manejo integrado tanto de pragas como de doenças. A limpeza de colheitadeiras e dos veículos de transporte da produção, medida simples e de fácil adoção, também ajuda a diminuir perdas e a garantir a qualidade do grão. Em relação a medidas que necessitam de maior investimento financeiro, o pesquisador cita a modernização das frotas, envolvendo caminhões e, principalmente, suas carrocerias, além de implementos usados na colheita e na armazenagem da produção. CLENIO ARAUJO - EMBRAPA MILHO E SORGO (SETE LAGOAS-MG)

ARQUIVO EMBRAPA MILHO E SORGO

A adoção das Boas Práticas Agrícolas (BPAs), como o correto espaçamento e densidade de plantas, ajuda a reduzir perdas

Na década de 1990, foi feito levantamento no Brasil que apontou perdas quantitativas de até 20% na produção de grãos. Se este índice ocorrer na atual safra de grãos, seriam 36,7 milhões de toneladas perdidas apenas no armazenamento. Em outras palavras, é uma perda bastante considerável, que certamente ocasionará grandes prejuízos aos produtores rurais brasileiros. Como na agricultura tudo funciona em termos de cadeia, esse dinheiro a menos afetará outros elos no agronegócio de grãos na safra 2012/2013.

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Carta da S O B R A P A

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Impasse energético U

ma das características fundamentais de nossa civilização é a total dependência do uso sempre crescente de energia elétrica, e a compatibilização desse fato com a preservação do meio ambiente humano saudável constitui um problema colossal, uma vez que as principais formas de geração de energia hoje utilizáveis são claramente insustentáveis. Embora as fontes de geração ditas não convencionais e pouco agressivas ao ambiente, como a eólica, a solar e as provenientes de biomassa, venham sendo ampliadas e aperfeiçoadas e cada vez mais contribuam para atenuar as consequências do aumento constante do emprego da eletricidade, todas elas padecem de limitações que restringem sua utilização em larga escala. Hoje tais fontes já geram no mundo um total de cerca de 380 gigawatts, equivalentes a 27 vezes a potência da usina de Itaipu, mas mesmo assim isto corresponde apenas a um percentual mínimo das necessidades globais. A energia eólica, a mais utilizada, depende sempre da existência de vento, nem sempre presente, agride a paisagem com a proliferação de suas enormes torres e turbinas e causa com as suas hélices danos consideráveis às aves e morcegos, seres muito importantes para um ambiente equilibrado. A energia solar somente pode ser utilizada quando há luz do Sol e em geral necessita de serem utilizadas imensas áreas, uma vez que a incidência da radiação solar, embora abundante, é muito dispersa. E a proveniente da biomassa, mesmo quando usada de modo sustentável, o que nem sempre ocorre, exige ocupação extensiva de terras, com repercussões negativas para a produção agrícola e sobre os ecossistemas naturais. Acresce a tais limitações o fato de ser quase impossível o armazenamento da energia produzida, muitas vezes mais disponível nos períodos de tempo em que é menos necessária. Com as tecnologias hoje disponíveis, só existem na verdade três diferentes formas de geração de energia elétrica em larga escala e que possam atender ao uso continuado capaz de suprir as crescentes exigências do desenvolvimento e do aumento de população humana: as usinas hidrelétricas, as térmicas a carvão, petróleo ou gás, e as térmicas nucleares, também denominadas usinas atômicas, todas três responsáveis por severos e nocivos impactos reais ou potencias ao meio ambiente. As usinas hidrelétricas exigem alteração profunda do fluxo dos rios, afetam fortemente a fauna aquática, essencial para algumas comunidades humanas, e necessitam em geral da ocupação de grandes extensões de terra para seus reservatórios, com pesadas repercussões sobre as populações ribeirinhas. Hoje está em voga o uso de usinas “a fio d’água”, com reservatórios mais reduzidos, mas fortemente dependentes de condições de pluviosidade favoráveis. Há também a considerar que o enchimento dos reservatórios por vezes afoga terras fartamente providas de vegetação, cuja decomposição durante anos produz grande quantidade de metano, um poderoso gás gerador do efeito estufa, a exemplo da usina de Balbina, na Amazôna. Assim, é incorreto afirmarse que as usinas hidrelétricas são uma forma “limpa” de produzir energia. Além dessas limitações, deve-se ainda levar em conta que a opção hidrelétrica só é viável quando existem desníveis aproveitáveis no curso dos rios, que cedo

ou tarde serão esgotados ou se situam em locais onde seu aproveitamento é indesejável. As usinas que queimam combustíveis fósseis, as mais amplamente usadas no mundo, são em larga escala responsáveis pelo efeito estufa, com emissões maciças de dióxido de carbono, gás que permanece na atmosfera durante décadas, gerando aquecimento global, o mais grave problema com que se defrontará a humanidade em médio e longo prazos. Tudo isso é ainda mais agravado pelos danos ambientais resultantes da extração de carvão, pelo menos quando acontece a céu aberto, e pelos desastrosos vazamentos de petróleo no mar, além da degradação geológica inevitável em determinadas formas de exploração de petróleo e gás, devido à contaminação de aquíferos, ou à movimentação de enormes quantidades de areias betuminosas e de xisto. Resta a energia atômica, hoje somente viável quando empregando a fissão nuclear, com o ainda não solucionado satisfatoriamente problema de dar destino adequado aos resíduos radioativos, alguns de longuíssima persistência nociva. Embora o funcionamento normal dessas usinas não represente qualquer impacto ambiental significativo — exceto quanto ao destino adequado dos resíduos — não se pode ignorar o risco de vazamentos de radioatividade que, embora sejam muito remotos, podem ser potencialmente catastróficos, com atestam os acidentes de Tchernobil, na antiga União Soviética, e recentemente o de Fukushima, no Japão. É verdade que novas tecnologias têm tornado as usinas cada vez mais seguras, mas ainda assim o desastre de Fukushima levou alguns países a suspenderem pelo menos temporariamente seus planejamentos relativos ao uso comercial da energia nuclear, embora outros continuem a construir usinas, incluindo o Brasil. Afigura-se, porém, que cedo ou tarde o uso amplo das usinas nucleares será reativado em face do fato de serem elas as que menos afetam o ambiente e não contribuem para o efeito estufa. Tais considerações nos levam a concluir que na atualidade a geração de energia elétrica em escala crescente e em condições de segurança ambiental é um problema sem solução totalmente aceitável. Todas as alternativas possíveis com as tecnologias hoje disponíveis apresentam inconvenientes e impactos ambientais indesejáveis. O único procedimento que pode atenuá-los é fazer-se o uso mais racional possível da energia gerada, já que o aumento de geração será cada vez mais impactante. Cada watt poupado é um watt disponível a mais. É imprescindível que as populações humanas conscientizem-se de que pagaremos sempre um preço ambiental e econômico altíssimo pelo desperdício de energia elétrica. E sempre será assim até que esteja disponível a sonhada energia produzida por fusão nuclear, a energia gerada pelo Sol e as demais estrelas, que poderá ser abundante, segura e não agressiva ao meio ambiente. Mas essa solução tecnológica, pesquisada há décadas sem resultados práticos, situa-se em futuro provavelmente remoto e ainda não previsível.

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Citações “O recurso mais escasso de todos é o tempo. Não podemos mais nos dar ao luxo de adiar decisões. Juntos, podemos dar um passo gigantesco em direção ao futuro, aqui e agora.” Essa afirmação, atribuída pela Imprensa a Ban Kimoon, Secretário Geral da ONU, no início da conferência Rio+20, realizada em 2012, referia-se obviamente às decisões relativas aos graves problemas ambientais, foco da reunião. Infelizmente, as esperanças do Secretário foram frustradas, porque o enorme conclave, que contou com a participação de numerosos chefes de Estado, chegou apenas a resultados pífios, tendo em vista que as decisões sobre os relevantes problemas ambientais, que afligem o mundo e põem em risco a própria humanidade, não surgiram ao final da conferência e foram apenas transferidas para 2015. Perdeuse uma oportunidade preciosa e desperdiçou-se inutilmente o “recurso escasso” citado. Resta saber se dentro de apenas dois anos chegar-se-á a alguma solução efetiva para os ingentes problemas ambientais do mundo, ou se continuaremos a nos aproximar perigosamente, cada vez mais, de um ponto de não-retorno.

Natureza em perigo Um dos mais vistosos e coloridos psitacídeos endêmicos do Brasil é o papagaio-charão, ou papagaioda-serra (Amazona petrei), considerado estar nas categorias “Ameaçado” na Lista Oficial Brasileira e como “Vulnerável” na internacional, publicada pela União Internacional para Conservação da Natureza - IUCN. É o menor papagaio do gênero Amazona, pesando apenas 280 gramas. Sua cor é verde, com uma máscara vermelha na cabeça, que se estende às asas e parte das pernas, mostrando ainda manchas azuis nas asas e amarelas na extremidade da cauda. A coloração vermelha é mais extensa nos machos, que também são um pouco maiores. A espécie se concentra nos remanescentes das florestas de araucária, o pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia), ainda existentes no nordeste do Rio Grande do Sul e sudeste de Santa Catarina, durante o período de março a julho, no qual as sementes do pinheiro — os pinhões — constituem seu principal alimento. Não há registros confiáveis de sua presença nos estados do Paraná e de São Paulo, onde podem ter ocorrido no passado. Nos demais meses espalham-se no Rio Grande do Sul, habitando a vegetação arbórea residual em áreas já muito alterada pelo homem, onde se reproduzem. Esse comportamento significa ser o papagaiocharão uma ave migratória, que vem alterando as áreas de concentração, na medida em que se degradam as florestas de araucária. A espécie tem sido monitorada

pelos pesquisadores do Projeto Charão, que avaliaram ainda existir uma população entre 16.000 e 19.000 indivíduos, aparentemente estável. A presença dessa ave em unidades de conservação é apenas eventual, devido a seus hábitos migratórios, o que aumenta as ameaças à espécie. O principal risco é a destruição das florestas de araucária, eliminadas em larga escala entre 1910 e 1940 e ainda não adequadamente protegidas, onde sobrevivem. Sofre também com captura dos filhotes em suas áreas de reprodução e ainda pela eliminação progressiva da vegetação nas áreas aonde se dispersam. Para melhorar as medidas de proteção do papagaio-charão torna-se imprescindível uma melhor proteção das florestas de araucária nas regiões onde as aves ainda se concentram.

A Bolívia cria enormes áreas protegidas O governo da Bolívia está celebrando o Dia Mundial das Áreas Úmidas – 2013 criando novas três enormes áreas classificadas como Áreas Úmidas de Importância Internacional, no Departamento de Beni, situado no nordeste do país, e assim aumentando para 204.797.361 hectares (2.047.973 km2) a sua área total protegida de acordo com a Conferência Ramsar. Esse gesto da Bolívia é uma forte evidência de seu sério comprometimento com a conservação das áreas úmidas e com a filosofia da Convenção, situando-se agora em primeiro lugar em extensão de área, e assim ultrapassando o Canadá. Desde a primeira criação de uma área úmida protegida, pela Austrália, em cumprimento à Convenção, passaram-se 28 anos antes que o Peru criasse o Complejo de humedales del Abanico del rio Pastaza, quando, então, a Convenção alcançou mais de 100 milhões de hectares protegidos. Pouco mais de um decênio depois, mais 100.000 de hectares haviam sido acrescentados. Hoje existem no mundo 164 países participantes da Convenção, com um total de 2.100 áreas úmidas protegidas, incluindo oásis em regiões desertificadas, regiões pantanosas, rios, lagos e recifes de coral. A Convenção Ramsar foi firmada em 1971, no Irã, na cidade que deu seu nome. Seu conceito básico é dar wise use às “áreas úmidas”, ou seja, o uso sustentável conciliado à conservação das “áreas úmidas”, assim entendidas como pântanos, charcos, turfeiras ou qualquer acumulação de água permanente ou temporária, doce, salobra ou salgada, abrangendo áreas marinhas até seis metros de profundidade, se consideradas de interesse internacional. A finalidade das áreas assim entendidas é proteger as suas funções ecológicas, bem como a função reguladora dos cursos d’água, e a preservação da flora e da fauna, especialmente a das aves aquáticas.

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A Convenção foi promulgada pelo Brasil em 1996, e de acordo com o conceito acima incluiu o Parque Nacional da Lagoa do Peixe (RS), o Parque Nacional do Araguaia, o Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense, a Reserva Particular de Patrimônio Natural do SESC no Pantanal, a Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense e o Parque Estadual Marinho de Manoel Luís (MA), onde existem importantes formações de coral. Fonte: IUCN Global Protected Áreas News – 08/02/2013

Enfim, um possível aspecto positivo do CO2 A revista científica Nature, na edição de 06 de fevereiro deste ano, publicou um artigo sobre a função benéfica do dióxido de carbono (CO 2) no desenvolvimento das florestas, estimulando seu crescimento. Com isto, a floresta amazônica se tornaria menos vulnerável ao aquecimento global. Esse estudo se contrapõe a outro, do ano 2000, no qual era previsto que a partir de 2050 essa floresta começaria a secar e morrer por causa do aquecimento global. As plantas absorvem o CO2 da atmosfera e com ele fabricam sua matéria orgânica. Quando a planta morre, ao apodrecer ou ao ser queimada, o carbono é devolvido à atmosfera, sob a forma de CO2. Assim, conforme as florestas cresçam ou diminuam, contribuem para absorver CO 2 ou produzi-lo. Estima-se que hoje existam entre 500 bilhões a um trilhão de toneladas de toneladas de carbono nos trópicos e foi avaliado que com a destruição das florestas, principalmente as da Amazônia, poderiam ser liberados cerca de 50 bilhões de toneladas de carbono a cada grau Celsius a mais na temperatura média do planeta, agravando seriamente o efeito estufa. A ação fertilizante do aumento de CO 2, agora constatado segundo o estudo citado, superaria as perdas na maioria dos cenários imaginados, podendo mesmo haver um aumento líquido do carbono armazenado nas florestas até o fim do século. Contudo, esse efeito fertilizante não acontece com o metano e o ozônio, também gerados pelas florestas, e assim esses gases poderiam contribuir para gerar um efeito negativo maior. Em suma, parece não haver ainda certeza do que acontecerá com as florestas com o aumento inevitável do efeito estufa devido a outras causas, principalmente à queima de combustíveis fósseis.

Código Florestal A Procuradora Geral da República interina Sandra Cureua encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF), em 21-01-2012, três ações questionando artigos do Código Florestal sancionado em 2012, tendo considerado como inconstitucionais os dispositivos existentes no Código que extinguiram ou reduziram áreas protegidas an-

tes existentes, especialmente na Amazônia. Em acréscimo, questionou também a anistia a quem degradou áreas preservadas na legislação em vigor. A Procuradora solicitou ao STF a concessão de liminares para suspender dispositivos do Código e, em acréscimo, requereu também a adoção de rito abreviado para o transito do processo, permitindo assim abreviar a decisão. As ações citadas abordam questões relevantes, em particular porque as alterações do status das áreas protegidas em unidades de conservação abrem precedente perigoso na preservação de nossas áreas preservadas.

Iniciadas as atividades relativas à IPBES A definição de ações para ajudar na preservação da biodiversidade, e desta forma evitar a extinção de espécies da flora e da fauna mundiais, é tema prioritário para a Plataforma Intergovernamental de Ciência e Política sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, nome extenso e complicado de uma organização internacional criada pela ONU em abril de 2011, mais conhecida pela sua sigla IPBES, em inglês, cuja primeira reunião ocorreu recentemente em Bonn, Alemanha. Cientistas e negociadores de mais de 100 países buscam agora chegar a um acordo sobre como deverá funcionar a Plataforma. A ideia é que a IPBES constitua uma fonte de dados, informações e conhecimentos científicos que possam auxiliar as discussões em torno de questões relacionadas com diversas convenções das Nações Unidas já aprovadas, direcionadas para biodiversidade, áreas úmidas, espécies migratória e comércio internacional de espécies selvagens da flora e da fauna em perigo de extinção. Servirá, principalmente, como um meio de transmissão de tais conhecimentos científicos para os tomadores de decisão, algo como já é feito em relação às mudanças climáticas. O IPBES funcionará em conjunto com outros órgãos das Nações Unidas, especialmente o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e o Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Fonte: Baseado em artigo publicado na página eletrônica da Agência Brasil (www.agencia Brasil.ebc.com.br)

Tentativa para controlar a pesca do atum O Comitê Científico da Comissão Internacional para a Conservação do Atum do Atlântico (ICCAT, sua sigla em inglês) recomendou que a pesca máxima do atum-de-barbatana-azul, no leste do Atlântico e no Mar Mediterrâneo, seja limitada em 13.500 tonelaA Lavoura NO 695/2013 51

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das, até 2013. Essa espécie de atum tem sido fortemente visada pelos pescadores, em virtude de seu elevado valor comercial e, como consequência, mostrou-se severamente impactada. Em reunião do ICCAT, realizada na cidade de Agadir, Marrocos, entre 12 e 19 de novembro último, o Japão, os Estados Unidos, o Canadá e a União Europeia determinaram as medidas de manejo para diferentes espécies de atuns e de outros peixes. Nos últimos anos, alguns sinais de recuperação do atum-de-barbatana-azul foram aparentemente detectados em algumas avaliações do Comitê Científico do ICCAT, o que motivou logo solicitações para o aumento das cotas de pesca. Contudo, como não é conhecida com alguma segurança a velocidade e extensão dessa suposta recuperação, os cientistas especialistas no assunto recomendaram que a captura total fique entre 12.900 e 13.500 toneladas anuais, para que se viabilize a recuperação dos estoques. O primeiro plano do ICCAT para redução das capturas da espécie foi adotado pela Comissão em 2008 e revisado em 2010, com o término em 2013, mas uma avaliação recente verificou que o plano então vigente foi baseado em dados otimistas, significando que a pesca continuou não sustentável, especialmente no Mediterrâneo. Se medidas eficientes não forem adotadas, a pesca do atum-de-barbatana-azul poderá ser inviabilizada no futuro. Mais um exemplo do uso abusivo de um recurso natural.

com consequências desastrosas, fatos esses que agravam o problema de abates indiscriminados. Existem hoje reconhecidas três espécies de elefantes, duas na África e a outra no sul e sudeste da Ásia. Segundo dados publicados em 2012, os elefantes asiáticos estão reduzidos a apenas cerca de 40.000 indivíduos, divididos em populações fragmentadas e, na sua maior parte, insignificantes e em declínio, mas assim mesmo ainda são caçados, principalmente pela dificuldade em compatibilizar a ocupação de territórios pelos seres humanos e pelos elefantes, em áreas densamente povoadas. Os elefantes africanos são mais numerosos, com uma população total hoje estimada entre 472.000 a 690.000 (1,3 milhões em 1979), mas também fragmentada em múltiplas subpopulações, muitas delas em severa redução, embora dentro de diversos parques nacionais esses animais estejam em crescimento populacional, criando um sério problema para seus gestores, que já têm recorrido ao abate para compatibilizar o número de elefantes existentes nessas áreas protegidas com sua capacidade de suporte. Contudo, considerando-se que há pouco mais de dois séculos as duas espécies africanas provavelmente somavam alguns milhões de animais e ocorriam quase em todo o continente, fora das áreas desertificadas, a população total atual é na verdade apenas residual. Fonte: Nature, 05-07-2012 e literatura sobre as duas espécies

Fonte: Rede WWF

Acirrou-se a matança de elefantes O Gabão incinerou em junho de 2012 cerca de cinco toneladas de presas de marfim existentes nos seus estoques, como uma vívida demonstração pública da intenção de o governo desse país de quebrar a espinha dorsal do abjeto tráfego ilegal de marfim, altamente desejado na Ásia por motivos culturais tradicionais. Em 2011, segundo os registros internacionais, a quantidade de presas contrabandeadas nesse tipo de comércio ilícito atingiu o nível máximo, desde que uma proibição da atividade fora estabelecida em 1989. Na verdade, a caça ilegal de elefantes, particularmente na África, foi a mais intensa em um decênio, como constou de um relatório das Nações Unidas publicado em junho de 2012. Os elefantes são seres inteligentes, com organização social muito complexa. Vivem em grupos familiares compostos de fêmeas e filhotes machos, todos liderados por uma matriarca; os machos adultos não fazem parte dos grupos, aos quais se unem somente no cio. Se a matriarca for abatida, todo o grupo se desestrutura, e seus participantes entram em stress,

SOBRAPA Sociedade Brasileira de Proteção Ambiental CONSELHO DIRETOR PRESIDENTE Ibsen de Gusmão Câmara DIRETORES Maria Colares Felipe da Conceição Olympio Faissol Pinto Cecília Beatriz Veiga Soares Malena Barreto Flávio Miragaia Perri Elton Leme Filho CONSELHO FISCAL Luiz Carlos dos Santos Ricardo Cravo Albin SUPLENTES Jonathas do Rego Monteiro Luiz Felipe Carvalho Pedro Augusto Graña Drummond

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MANEJO DO SOLO

SEMEADURA DIRETA Quando usar haste sulcadora e disco duplo em plantio direto A semeadura direta, obtida por meio de semeadoras-adubadoras, passou a ser a operação que provoca maior revolvimento do solo, na linha de semeadura

A

de compactação resultante do manejo adotado, tipo de uso, operações demandadas pelas culturas. Quando a área é bem manejada, com quantidade de palha apropriada na superfície do solo; quando adota boa rotação de culturas e adequada umidade para operações mecanizadas, então o plantio pode ser feito com uma semeadora configurada para reduzir a mobilização de solo, usando mecanismos menos agressivos, como os discos duplos. Essa medida pode trazer benefícios à operação e redução de custos para o produtor. Caso o solo não apresente condições físicas adequadas para a semeadura — por exemplo, o aumento da resistência à penetração das raízes — pode ser o momento de utilizar o mecanismo do tipo haste sulcadora.

luta para conservar o solo tem uma trajetória de sucesso no Paraná. Foram muitas as etapas vencidas pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), desde o seu início, em meados dos anos 1970. Primeiro, o controle da erosão, a construção das curvas de nível que estancaram as voçorocas. Antes de chegar ao consagrado sistema de plantio direto (SPD), foram recomendadas práticas de preparo mínimo, cobertura vegetal e outras. Entre os esforços para convencer o agricultor, destaca-se o “simulador de chuvas”, útil para mostrar o princípio da erosão: o impacto das gotas de chuva sobre a terra nua. Os técnicos do Iapar souberam usar conhecimento científico e didática com os agricultores para manter a riqueza depositada na camada superior do solo, que é a matéria orgânica. O conhecimento do solo, a criação e adaptação de máquinas e, ainda, a indicação de espécies de gramíneas ou leguminosas para cobertura verde, foram determinantes nesse processo.

OSWALDO PETRIN

Condição física do solo

ESALQ/USP

A ênfase, agora, é sobre a semeadura direta e sua relação com a conservação do solo e água. Conforme observam os pesquisadores Osmar Conte, Anderson de Toledo e Graziela Barbosa, a consolidação do sistema de plantio direto como técnica conservacionista permitiu à agricultura brasileira avançar na conservação do solo e dos sistemas de produção. Essas máquinas possuem regulagens que podem proporcionar maior ou menor mobilização na linha. Um dos fatores que mais influenciam nesta mobilização é o uso de hastes sulcadoras ou de mecanismos análogos, os discos duplos, que têm a finalidade de posicionar fertilizantes no solo, similares aos que atuam na deposição das sementes.

IAPAR

Solo e água

O que determinará a regulagem desses mecanismos é, basicamente, a condição física do solo. Ou seja, o grau

Haste sulcadora e discos duplos posicionam fertilizantes no solo (acima) para o plantio direto de culturas como o milho (ao lado)

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COURO

COURO

Amigavelmente ecológico Embrapa Pecuária Sudeste desenvolve tecnologias para produção sustentável do couro

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iante do avanço da China no mercado mundial de couros, investir em sustentabilidade é a alternativa para o Brasil manter-se competitivo e conquistar os mercados exigentes. Este é o foco dos trabalhos de pesquisa em couro de bovinos e ovinos na Embrapa Pecuária Sudeste: produzir de forma cada vez mais sustentável. A indústria do couro foi responsável por 6,86% da balança comercial brasileira em 2011 e emprega mais de 50 mil trabalhadores. As exportações do setor cresceram de US$ 700 milhões em 2000, para US$ 2,045 bilhões em 2011, mostrando que existe grande demanda para o produto brasileiro.

Taninos vegetais

EMBRAPA PECUÁRIA SUDESTE

No processo de curtimento, em vez do poluente sulfato de cromo, largamente utilizado pela indústria há décadas, a Embrapa aposta em taninos vegetais como curtentes, tais como acácia e castanheiro, além de sintéticos. São substâncias pouco impactantes e biodegradáveis. O sulfato de cromo foi uma revolução nos curtumes no início do século passado, por ser barato e facilmente encontrado na natureza, além de imprimir características inigualáveis ao couro. Porém, pelo fato de ser considerado perigoso, é poluente e deixa resíduos sólidos após o curtimento. Esses resíduos não podem ser queimados, pois a combus-

Manuel Antônio Chagas Jacinto afirma que o Brasil tem tecnologia para produzir couro de qualidade e de forma sustentável

tão transforma o sulfato de cromo trivalente em sua forma hexavalente, considerada substância cancerígena, necessitando de um tratamento adequado antes da deposição em aterros controlados. A fiscalização de órgãos ambientais obrigou a indústria a encontrar alternativas à queima e ao processo de enterrar os resíduos cromados. Hoje, eles passam por um “descurtimento”, em que o colágeno é hidrolisado para ser usado como “enchimento” no próprio couro. No entanto, mesmo esse processo gera efluentes com cromo, que precisam ser tratados. O que se faz é precipitar o cromo que, transformado em lodo, volta a ser sulfato de cromo, após tratamento ácido.

Mercados mais exigentes Consumidores da União Europeia (UE) têm preferido artigos manufaturados com curtentes “ecofriendly” (ou amigavelmente ecológicos). Montadoras alemãs têm exigido que os bancos de seus veículos sejam revestidos com couro sem cromo. Além disso a REACH, um sistema integrado autorização e restrição de substâncias químicas na UE, tem impedido a entrada de manufaturados feitos com produtos químicos perigosos para a saúde humana. “Por isso investimentos em alternativas como o uso de taninos vegetais e curtentes sintéticos são soluções viáveis. Atualmente é mais caro curtir a pele dessa forma, mas estamos no caminho do futuro sustentável. Os mercados mais exigentes demandam e pagam mais por isso”, afirma o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste Manuel Antônio Chagas Jacinto, responsável pelo laboratório de couros. Segundo ele, o Brasil tem tecnologia para produzir couro de alta qualidade sem usar o cromo.

Reuso da água Outra opção sustentável é o reúso da água. No laboratório da Embrapa, um circuito fechado separa os efluentes de curtimento, elimina os poluentes, e retorna a água para novo curtimento. Jacinto também tem feito experimentos com água de estação de tratamento de esgoto (ETE), em vez da água industrial ou retirada do subsolo, como fazem os curtumes. Os resultados têm sido positivos. “Estamos antecipando as mudanças. Tudo o que testamos aqui envolve tecnologias que a indústria já tem à disposição. Queremos aperfeiçoá-las para que os curtumes brasileiros tornem-se sustentáveis e conquistem os mercados exigentes no exterior”, explica o pesquisador. LARISSA MORAIS - EMBRAPA PECUÁRIA SUDESTE

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EMBRAPA PECUÁRIA SUDESTE

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Quando a CEVADA é a ESCOLHA CERTA E U C LY D E S M I N E L L A

CLÁUDIA DE MORI

MELHORISTA DE CEVADA DA EMBRAPA TRIGO

PESQUISADORA DE SÓCIOECONOMIA DA EMBRAPA TRIGO

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PAULO KURTZ / EMBRAPA TRIGO

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A cevada é um mercado específico N 695/2013 57 e a área de cultivo está em expansão A Lavoura

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CEVADA

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semeadura da cevada começa em maio e vai até julho no Brasil. Após redução de área de cultivo no começo dos anos 2000, chegando a 77,5 mil hectares na safra 2009/2010, a cultura da cevada voltou a crescer. A estimativa de área para a nova safra é de superar os 104 mil hectares da safra passada. A principal dificuldade para manter a área tem sido a competição com o mercado internacional, principalmente com importações do Mercosul e, internamente, com outras espécies como trigo e aveia no Sul, ou feijão e milho irrigado no Sudeste e Centro-Oeste, que disputam as oscilações do mercado a cada novo ano agrícola. Além disso, há a necessidade de cumprimento das exigências de produção de grãos com qualidade cervejeira, principal mercado da cevada no país. Ainda assim, nos últimos dez anos (2003-2012), a produção apresentou taxa de crescimento de 1,8% ao ano, fruto do aumento constante do rendimento nas lavouras (acréscimo médio de 43,9 kg/ha/ano nesse período) pelo uso de novas cultivares, associado ao emprego de melhores práticas de manejo. Na safra 2011/12, por exemplo, o rendimento médio brasileiro registrou um recorde de 3.451 kg/ha.

Produção concentrada No Brasil, a produção de cevada está concentrada na região Sul (PR, SC e RS com 97% da área), onde o sistema de cultivo de sequeiro é tradicional, envolvendo mais de 1.300 propriedades, com áreas que variam de um a 700 ha/propriedade. O principal concorrente da cevada é o trigo, tanto pela tradição no cultivo, quanto pela maior tolerância a solos ácidos e de baixa fertilidade, além da menor suscetibilidade a algumas doenças. Contudo, a cevada apresenta como vantagens: ciclo mais curto, entrando primeiro e saindo entre uma e duas semanas antes que o trigo, permitindo antecipar os plantios de verão; resistência a doenças como a ferrugem da folha do trigo; produtividade superior ao trigo na maioria das safras, na mesma região, mantendo uma relação muito próxima nos preços de comercialização; e liquidez de mercado, com a produção contratada antes da semeadura.

Safra atual Nesta safra, a área de cevada na região Sul deve ocupar 50,8 mil ha no PR, 46,3 mil no RS e 4,5 mil em SC. Em São Paulo, em cultivo irrigado, estima-se a repetição de área de 2.500 ha em 2013. As cultivares indicadas são BRS Cauê, BRS Elis e BRS Brau, da Embrapa Trigo, e as cultivares MN610 e MN 743, da AmBev para a Região Sul; e BRS Sampa e BRS Manduri para São Paulo. As cultivares Embrapa ocupam, em média, 80% da área na Região Sul e 100% da área irrigada. A partir das pesquisas desenvolvidas pela Embrapa (unidades Trigo e Cerrados), a cultura típica de clima frio ganhou espaço no Centro-oeste e Sudeste do país, com cultivos em sistema irrigado em GO, DF, MG e SP. O estado de Goiás foi pioneiro no cultivo irrigado, chegando a mais de 2.245 ha em 2001, mas o trabalho não teve continuidade em razão do alto custo do frete para escoar a produção até SP ou PR. No caminho inverso, com o fomento da indústria e o lançamento

Além de servir à produção de malte para a indústria cervejeira, a cevada compõe farinhas ou flocos para panificação, na produção de medicamentos, produtos dietéticos e sucedâneos do café

de cultivares adaptadas à região, a cevada em São Paulo passou de 240 ha em 2005 para 2,5 mil em 2012.

Produção paulista A produção paulista começou em 2004, através da parceria entre pesquisa e indústria de malte para o desenvolvimento de cultivares de rendimento e qualidade industrial competitivos. Assim, já foram registradas as cultivares BRS Sampa, BRS Manduri e BRS Itanema. No cultivo irrigado, a cevada concorre com uma série de culturas que ocupam área de pivô central, principalmente o feijão na estação seca. Em condições de igualdade em potencial de resultados econômicos, a cevada tem como vantagens, além da liquidez, rendimento competitivo com menor quantidade de água e o menor uso de fertilizantes nitrogenados. No sistema de produção, a cevada quebra o ciclo de doenças das leguminosas e, devido à curta dormência dos grãos, pode ser malteada logo após a colheita.

Onde está o mercado consumidor A cevada tem inúmeras utilidades, além do malte para a indústria cervejeira, e é aplicada na composição de farinhas ou flocos para panificação e derivados, na produção de medicamentos, na formulação de produtos dietéticos e sucedâneos de café. Contudo, o principal mercado da cevada no mundo é a alimentação animal, com 68% da produção mundial utilizados como forrageira e ração para as criações. No Brasil, devido a alternativas mais vantajosas para

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CEVADA

Nos últimos 10 anos, segundo dados da CONAB, a área de cevada teve uma queda de 43%, passando de 154,1 mil ha na safra 2001/02, para 104 mil ha na última safra (2012/13). A redução está vinculada ao preço do produto e à alta exigência nas especificações da matéria-prima para atender à indústria cervejeira. Os preços do mercado interno são definidos pelo preço das importações e os custos de produção no Brasil têm sido maiores quando comparados com outros países do Mercosul. Em 2012, o preço médio pago ao produtor no Paraná foi de R$461,17/tonelada. No entanto, com a redução da produção mundial em 3% na safra 2012/13, as cotações do cereal começaram em alta em 2013, sendo o preço médio pago ao produtor no Paraná de R$613,23/t, parte pela redução da produção esperada no Rio Grande do Sul (quebra de rendimento e padrão de qualidade) e parte pelo comportamento dos preços externos.

PAULO KURTZ

Maior desafio

os animais, a cevada tem sido fomentada para uso na fabricação de malte para indústria cervejeira e, nesse sentido, o mercado do cereal no país pode ser caracterizado como um mercado especializado, com estreita vinculação entre produtores e indústria, por meio de programas de fomento, assistência técnica e compra garantida, o que requer do produtor atenção para atendimento às exigências do produto final. Na prática, o produtor destina aos animais os grãos que não foram enquadrados pela classificação da indústria para malte, suplementando o rebanho com ração. Para forragem, a cevada produz abundante biomassa e grãos com maior teor de proteínas que o milho.

É preciso reconhecer que o gargalo está no clima. A maior dificuldade dos produtores brasileiros é vencer a chuva e a umidade na maturação dos grãos, que podem causar perdas na germinação. Então, colher a cevada de maneira estável, com os 95% de germinação exigidos pela indústria malteira, é o grande desafio da pesquisa e do produtor nas condições de clima na Região Sul. Mas qual a cultura que não traz risco? Na incerteza climática, o melhor é apostar em mais de uma espécie, como o trigo e a cevada, por exemplo, que não concorrem em épocas de semeadura e de colheita. Para mais informações sobre o cultivo de cevada no Brasil, consulte o site da Embrapa Trigo em http:// www.cnpt.embrapa.br/culturas/cevada/index.htm. Figura 1: Evolução da cevada no Brasil (Embrapa Trigo)

Nova maltaria Com o início das operações da nova maltaria da Ambev em Passo Fundo (RS), a indústria nacional de malte demandará este ano cerca de 660 mil toneladas de cevada classificada. Contudo, a produção nacional de 2012 com qualidade para malte não ultrapassou 150 mil toneladas, suprindo apenas um quarto da demanda da indústria, com o restante do abastecimento trazido principalmente da Argentina e do Uruguai. Atualmente, existem quatro maltarias em operação no Brasil: Malteria do Vale (Taubaté/SP), Agromalte-Agrária (Guarapuava/PR), Navegantes-AmBev (Porto Alegre/RS) e Passo Fundo-Ambev (Passo Fundo/RS). Juntas, têm capacidade de produção de malte de 560 mil toneladas, atendendo cerca de 40% do consumo nacional, apenas pela indústria cervejeira que, além das grandes marcas, ainda conta com mais de 200 cervejarias artesanais.

Figura 2: Evolução das cotações no Paraná, no Rio Grande do Sul e do preço mínimo - 2007 a 2012 (Embrapa Trigo)

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ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

Por que alguns ALIMENTOS, como o CHOCOLATE, FAZEM MAL aos pets? Guloseimas consumidas por donos de animais de estimação muitas vezes podem ser tóxicas a seus pets. É importante entender que o organismo do homem se difere do organismo de cães e gatos, daí a importância de oferecer uma dieta equilibrada ao animal onos que não resistem à carinha de vontade de seus pets, devem pensar duas vezes antes de dividir com eles suas guloseimas. O chocolate, por exemplo, é um dos principais causadores de intoxicações alimentares. Acontece que alguns alimentos, mesmo sendo comuns na dieta humana, não podem ser ingeridos pelos animais de estimação. Mas por que o chocolate faz mal aos pets? A veterinária da Vetnil, Amanda Carvalho, explica que o organismo dos pets não é igual ao do ser humano. “Algumas das diferenças entre homens e os pets são nítidas, como a sensibilidade ao frio. Um pet pode andar no gelo sem queimar as patas, por exemplo. Acon-

tece que internamente também há diferenças significativas. A forma de metabolizar substâncias é uma das principais.”

Por que eu posso comer chocolate e meu pet não? No caso do chocolate, explica a veterinária, o composto químico nocivo ao pet é a teobromina (encontrada no cacau), uma substância similar à cafeína. Ela age como estimulante poderoso no sistema nervoso central e cardíaco, provocando vasoconstrição e um intenso aumento no trabalho muscular cardíaco e estímulo do cérebro. Esta alteração provocada pela teobromina poderá proporcionar arritmias

FIM da OTITE Aurivet: Suspensão oleosa otológica, antibiótica, antimicótica, anti-inflamatória e analgésica Aurivet é uma solução que associa Gentamicina, Betametasona, Clortrimazol e Benzocaína, apresentando uma combinação perfeita para o tratamento das otites nos pequenos animais.

Indicação A associação de princípios ativos da fórmula de Aurivet promove ação

graves nos cães. Outro agravante é sua meia vida e eliminação, a teobromina poderá permanecer no organismo do animal por 17,5 horas após a ingestão, podendo prolongar-se no organismo por até 6 dias, pois sua eliminação acontece apenas pela via hepática. “A cafeína em excesso faz mal a uma pessoa adulta e não é rapidamente eliminada pelo organismo de um bebê, por exemplo. A teobromina age de forma semelhante no organismo dos pets, que não conseguem eliminá-la do sangue de maneira rápida, sendo prejudicial à saúde de cães e gatos e podendo levar a quadros de intoxicação”, explica Amanda Carvalho.

otites como: Staphylococcus intermedius, Pseudomonas sp., Proteus sp., E. coli e Klebsiella sp. O Valerato de Betametasona é um potente glicocorticóide que combate os sintomas clássicos da inflamação (calor, rubor, dor),

efetiva contra vários agentes que causam otites em cães e gatos. O Clotrimazol é um antifúngico de amplo espectro do grupo dos Imidazóis, indicado para tratamento das otites complicadas principalmente por Malassezia sp e Cândida sp. A Gentamicina é um aminoglicosídio que atua de um modo geral sobre bactérias gram + e gram -, agindo sobre os micro-organismos presentes nas

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VETNIL

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ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

Ferimentos tratados A Vetnil está disponibilizando uma solução para limpeza de ferimentos e fluidificação de secreções mucopurulentas. É o Tergenvet, que tem como propriedade principal, a capacidade de reduzir a tensão superficial ou interfacial de um meio em relação ao outro, facilitando sua miscigenação. Por esta razão, fluidifica

as secreções espessas, removendo para o meio líquido, as aderências ou tecidos necrosados, favorecendo sua eliminação. Devido a sua capacidade tensoativa, favorece a penetração de outros compostos nos tecidos. A indicação do produto é fluidificar e diminuir a viscosidade das secreções mucosas e exsudatos, muito comuns nos casos de dermatites, abscessos e flegmões. VETNIL

suprimindo o prurido e a irritação nos condutos auditivos. A Benzocaína promove uma anestesia local, aliviando a dor no ouvido gerada pela inflamação.

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MARCO DALBÓ

FRUTICULTURA

Faixa branca na polpa amarela é bem visível

Duas cores, um mesmo sabor PÊSSEGO BICOLOR se adapta bem em regiões mais quentes de Santa Catarina

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“A grande novidade é a polpa bicolor, com predominância do amarelo, mas com uma faixa branca bem visível”, diz Dalbó. O pesquisador explica que mutações são raras e ocorrem ao acaso. Ele acreditava que essa era uma mutação única, mas descobriu que nos Estados Unidos ela também já ocorreu, mas de forma inversa: polpa branca com uma listra amarela.

MARCO DALBÓ

ma nova variedade de pêssego, resultante de uma mutação, apresenta uma característica inédita: polpa amarela e branca. Além disso, por apresentar uma floração antecipada, a ‘Zilli’ tem potencial para se adaptar a regiões menos frias. A cultivar, lançada pela Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), já está disponível aos produtores interessados. Segundo o pesquisador Marco Antonio Dalbó, que atua na área de melhoramento genético da Estação Experimental da Epagriem Videira (oeste catarinense), a ‘Zilli’ é uma mutação da variedade ‘Chimarrita’, a principal cultivada em Santa Catarina. Recebeu este nome em homenagem ao fruticultor em cujo pomar de três hectares foi identificada. Por ser uma mutação, a ‘Zilli’ mantém as mesmas características de aparência e sabor da ‘Chimarrita’. Até mesmo a produtividade é semelhante às 30 toneladas por hectare obtidas, em média, pela cultivar original. A produtividade é semelhante à cultivar “Chimarrita”: 30 ton/ha

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FRUTICULTURA Mas a grande surpresa para os pesquisadores da Epagri foi a florada antecipada da ‘Zilli’, que deverá permitir que a variedade seja cultivada em regiões mais quentes de Santa Catarina (como o litoral sul), de São Paulo e Minas Gerais, onde a floração deve ocorrer em julho. Essa antecipação torna a cultivar mais suscetível à geadas, se plantada em regiões em que tradicionalmente há mais de 200 horas de frio, como a ‘Chimarrita’, que floresce em agosto. E é justamente esse o diferencial que viabilizará seu plantio em locais mais quentes. Mas, conforme explica o pesquisador, ainda serão necessários mais dois ou três anos de experimentos para que essa característica seja comprovada. Assim como a ‘Chimarrita’, a ‘Zilli’ deve ser plantada durante o inverno, seguindo as mesmas recomendações de espaçamento, adubação e manejo do pomar. Em geral, após

três anos as plantas começam a produzir, mas a plena produção acontece no quinto ano.

Viveiristas Dois viveiristas cadastrados já estão multiplicando o material, que está em fase de proteção: • Pontel Mudas: (49) 9802-1500 — pontel@formatto.com.br • Frutplan: (53) 3277-7035 — www.frutplan.com.br

BRS Fascínio é o nome da nova cultivar de pêssego recém-lançada pela Embrapa.

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pesquisadora Maria do Carmo Raseira explica que a “Fascínio” foi obtida por polinização aberta do cruzamento entre a cultivar Chimarrita e a nectarineira Linda. “Ramos desta planta foram enxertados e colocados na coleção da Embrapa a fim de serem comparados a outras cultivares e seleções”. Maria do Carmo informou ainda que, em 2004, novas plantas (clones da mesma) foram também plantadas em uma unidade de observação, localizada no interior de São Paulo. “O tamanho da fruta e a baixa acidez são características marcantes da BRS Fascínio”, ressalta.

Polpa branca esverdeada A BRS Fascínio produz frutas de polpa branca esverdeada com traços de vermelho — e textura não fundente —

EMBRAPA CLIMA TEMPERADO

PÊSSEGOS firmes, brancos e grandes caracterizam a cultivar FASCÍNIO Tamanho da fruta e firmeza da polpa chamam atenção

não se ‘esborracha’ ao apertá-la — no ponto de colheita. O caroço, em relação à polpa, é pequeno e semiaderente a esta. A floração e a maturação são mais tardias que BRS Kampai e BRS Rubimel, cultivares anteriormente lançadas pela Embrapa. Segundo a pesquisadora, a produção por planta variou conforme as condições do ano. Em plantas adultas, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, houve uma produção de 58,8 kg/planta. Já, em Jarinu, São Paulo, as produções foram maiores, chegando a 90kg/planta. “A produtividade não é a característica mais importante desta cultivar. Provavelmente, o tamanho das frutas e a firmeza da polpa — branca e doce — sejam os atributos que mais chamam a atenção”, identificou.

Plantio Como indicação ao plantio da nova cultivar, Maria do Carmo destaca que o solo deve ser profundo e bem drenado e, preferentemente, rico em matéria orgânica. “A BRS Fascínio adapta-se bem em regiões com 200 a 300 horas de frio hibernal. Caso não haja esta condição climática, será necessário tratamento químico para a superação da dormência”, explicou. Em Jarinu, no interior de São Paulo, há 400 plantas em teste, que demonstraram boa adaptação àquela região. As frutas da BRS Fascínio são recomendadas para consumo in natura, já que o mercado paulista tem preferência por pêssegos de polpa branca, doce, com baixa ou nenhuma acidez perceptível e maiores. CRISTIANE BETEMPS - EMBRAPA CLIMA TEMPERADO

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TECNOLOGIA AGRÍCOLA

Novas tecnologias na AGRISHOW Embrapa Instrumentação mostra, no campo, robô agrícola e novos sensores

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presentar, no campo, em Ribeirão Preto (SP), as tecnologias que nasceram em projetos de pesquisa nos seus laboratórios, em São Carlos (SP). É dessa forma que a Embrapa Instrumentação participará da 20ª edição da Agrishow, no período de 29 de abril a 03 de maio de 2013. O Centro de Pesquisa apresentará diversas tecnologias que buscam maior retorno econômico e social e menor impacto ambiental, na área dinâmica da feira, especialmente, ligadas à Agricultura de Precisão, Automação Agrícola, Pós-Colheita e Agricultura Familiar.

Robô agrícola móvel Desenvolvido em parceria entre a Embrapa Instrumentação, a Escola de Engenharia da USP de São Carlos-SP e a empresa Jacto Máquinas Agrícolas, a Plataforma Autônoma para apoio à Agricultura de Precisão emprega o que há de mais avançado em tecnologia robótica modular para aquisição de dados em campo. O protótipo pretende ser um conceito de mobilidade e grande capacidade operacional. O uso da robótica em sistemas autônomos vem suprir a ausência de profissionais frente à crescente demanda para aquisição massiva de dados em campo, além de servir como laboratório para desenvolvimento de tecnologia nacional, adaptada às condições da agricultura tropical.

Sensor Ótico de Índice Vegetativo

Sensor de condutividade elétrica do solo Uma das maiores dificuldades em agricultura de precisão é a amostragem e gestão de um determinado fenômeno, sem conhecimento prévio das zonas de manejo (áreas com características homogêneas ou iguais) da propriedade. Em áreas pequenas, o número de amostras é também pequeno e fácil de coletar, mas, quando se trata de grandes áreas, a dificuldade aumenta, tanto em tempo como em custo. Neste contexto, a Medida da Condutividade Elétrica do Solo está se tornando uma importante ferramenta para uma prévia avaliação da área a ser estudada, facilitando as definições das áreas de manejo. O mapeamento é realizado para avaliar a composição global do solo e baseia-se no estudo da variação da condutividade. A técnica verifica a facilidade ou dificuldade que a região-alvo oferece à passagem de um determinado valor de corrente elétrica. O equipamento funciona de modo automático, tracionado por veículo, adaptado a diferentes implementos e manualmente.

OTC – Estufas de topo aberto Em busca de soluções para administrar o aumento da concentração de dióxido de carbono atmosférico, as consequências sobre crescimento mais rápido da planta e, principalmente, a proliferação de pragas e insetos, é possível simular essa situação em diferentes culturas. As OTCs (open-top chambers) são Estufas de Topo Aberto,adequadas para estudos com aumento do teor de CO2 devido à possibilidade de conduzir ensaios em todos os estágios de desenvolvimento de plantas, com menor interferência de artefatos, exceto o plástico, que altera parte da radiação solar e um pequeno aumento da temperatura, que pode ser solucionado com instalação de sistema de refrigeração. Além disso, a condução destes experimentos permite a obtenção de respostas ao gás EMBRAPA INSTRUMENTAÇÃO

Com um sensor remoto de cultura, chamado Sensor Ótico de Índice Vegetativo, que permite visualizar a cor da planta, será possível saber se ela está com deficiência, ou não, de nutrientes. Muitas vezes, a cor é um indicativo de que a planta está ou não deficiente. Com essas leituras, são elaborados mapas para identificar áreas com estresse — como de-

ficiências nutricionais e incidências de danos de pragas e doenças em diversos estágios vegetativos das culturas. Esses sensores ainda apresentam a possibilidade de interação com implementos agrícolas para a aplicação de fertilizantes nitrogenados, em taxa variada, corrigindo as deficiências em tempo real.

O robô agrícola móvel é uma plataforma autônoma para aquisição de dados em campo

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EMBRAPA INSTRUMENTAÇÃO

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O sensor de condutividade elétrica do solo analisa suas diferentes camadas

Agricultura Familiar

em condições naturais que incluem as flutuações diárias e sazonais do clima. A Embrapa Instrumentação, em parceria com a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna – SP), dentro das ações do projeto “Impacto das Mudanças Climáticas Globais Sobre Problemas Fitossanitários” ou Climapest, tem diversos experimentos com OTCs instalados: Belém (PA), Petrolina (PE), Sete Lagoas (MG), Londrina (PR), Jaguariúna (SP) e Vacaria (RS). Estudos com espécies florestais, maçã, pêssego, soja, uva, milho, algodão, forrageiras, mandioca e banana estão sendo conduzidos nas OTCs.

Turgormeter O Turgormeter é um sistema que utiliza um sensor para determinar o estado de hidratação de caules, frutas e hortaliças volumosas. Permite ampliar a utilização dessa medida — chamada de pressão de turgescência — nas áreas de póscolheita, ecofisiologia e irrigação. Apresentado pela primeira vez na Agrishow, o Turgormeter possui as seguintes aplicações: 1. em laboratório — para avaliação da qualidade, mediante leituras da firmeza dependente da hidratação e do amadurecimento de frutas e hortaliças; 2. no campo — para leituras da pressão de turgescência celular, em estudos de ecofisiologia; 3. na irrigação — para manejo em acionamento automático em resposta ao estado de hidratação da planta. A rapidez e praticidade do sistema são seus maiores diferenciais. Além disso, possibilitará a primeira automatização da irrigação diretamente controlada pelo estado hídrico da planta. A Embrapa Instrumentação já promoveu uma rodada de negócios em novembro de 2012 e, em abril, deverá fazer o licenciamento para que a tecnologia chegue ao mercado.

A Embrapa Instrumentação vai demonstrar, ainda, soluções para o Saneamento Básico Rural. O sistema de Fossa Séptica Biodigestora, que inclui o Clorador Embrapa, será apresentado em tamanho real na área dinâmica. Para isso, serão utilizadas caixas de fibrocimento em tamanho real, tubos e conexões, além da distribuição de folderes da tecnologia. A Fossa Séptica Biodigestora é um sistema barato e de fácil instalação, que transforma o esgoto humano, canalizado direto do vaso sanitário, em adubo orgânico, pelo processo de biodigestão. Essa tecnologia vem sendo difundida pela Embrapa há uma década e já tem milhares de unidades instaladas nas cinco regiões do Brasil. Dessas, 5.638 unidades contaram com apoio de duas instituições, a Fundação Banco do Brasil (2.873 unidades) e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (2.765 unidades). O Clorador Embrapa complementa o processo, garantindo qualidade de água aos consumidores. O aparelho, acoplado ao reservatório, clora a água, eliminando o risco de contrair uma série de doenças.

Agrishow em números A organização da Agrishow 2013 está otimista com a feira, que completa duas décadas. Essa perspectiva pode ser traduzida pelos seguintes números: • 790 expositores • Presença de 130 novas empresas nacionais e 25 novas empresas estrangeiras; • 440 mil m² de área (crescimento de 19% das áreas de estandes); • 76% dos visitantes participam do processo de compras: agricultores, pecuaristas, agroindustriais, estudantes, industriais e empresários do setor; • R$ 2,150 bi em negócios realizados e 152.836 mil visitantes de 18 países durante a feira, em 2012. EDILSON FRAGALLE E JOANA SILVA - EMBRAPA INSTRUMENTAÇÃO

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AGRICULTURA DE PRECISÃO

Novo LABORATÓRIO de referência nacional

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instalação, inédita no Brasil, será inaugurada em setembro deste ano e contará com sistema computacional de geoinformática para tratar os dados massivos gerados em campo e produzir informações para a gestão em Agricultura de Precisão. Avaliações de compatibilidade de máquinas e implementos de diferentes fabricantes ao padrão internacional ISOBUS também estão previstas nas instalações.

EMBRAPA INSTRUMENTAÇÃO

O Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão (Lanapre) da Embrapa permitirá, num só local, pesquisar e desenvolver equipamentos, sensores, componentes mecânicos e eletrônica embarcada

Campo experimental O campo experimental de cinco hectares, em torno do laboratório, estará dotado com pista de teste de desempenho de tratores e Maquete virtual do novo Lanapre, que será inaugurado em setembro implementos para aplicação de insumos à taxa variada e de veículo aéreo não tripulado (VANT). Além trução de sistemas de suporte à tomada de decisão em sisdisso, contará com casa de vegetação e pequenas áreas de temas produtivos; plantio para testes contínuos de sensores e atuadores. 4. Mensurar a eficiência econômica e ambiental pela adoO Lanapre, construído com apoio de emendas parlamenção de tecnologias da AP; tares do Congresso Nacional, também traz um modelo de 5. Disseminar as tecnologias e avaliar o nível de adoção da parceria envolvendo dois centros de pesquisa, a Embrapa AP no Brasil. Instrumentação — que há mais de duas décadas se dedica ao A iniciativa privada — que já tem interagido com a Rede tema — e a Embrapa Pecuária Sudeste — que terá importande AP por meio de várias empresas — deverá incluir mais uma te contribuição na área de Zootecnia de Precisão e cederá o parceria nas pesquisas relacionadas ao tema, através do espaço físico para a implantação do laboratório, numa área Fundo de Apoio à produção de Conhecimento da Confederada Fazenda Canchim. ção da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Já o Ministério Rede de Agricultura de Precisão da Agricultura, Pecuária e Abastecimento — via Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo — está traA Embrapa já desenvolve pesquisas em AP desde a décabalhando no levantamento para formular uma política pública da de 80. Em 2009, iniciou um projeto orçado em quase R$ 7 para Agricultura de Precisão. milhões — dos quais investe R$ 2,5 milhões de forma direta — para a criação da Rede de Agricultura de Precisão II. Ela Nanotecnologia envolve 20 unidades da Empresa, além de parceiros de uniA Embrapa irá inaugurar, também, em junho, o módulo versidades, institutos de pesquisa e empresas, num total de de Integração do Laboratório Nacional de Nanotecnologia 214 pesquisadores e inclui 15 unidades experimentais distripara o Agronegócio (LNNA), que auxilia as pesquisas da buídas nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Rede AgroNano, coordenada pela Embrapa Instrumentação, país, com pesquisas em 11 culturas perenes e anuais e cerca com a participação de 14 Centros de Pesquisa da Embrapa de 100 atividades de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação. e 37 empresas, universidades e instituições no Brasil e no Os principais objetivos da Rede de AP são: exterior. O Laboratório, inaugurado em 2009, tem contri1. Gerar tecnologias para otimizar a aplicação racional de buído diretamente em pesquisa para o desenvolvimento de sensores e biossensores; filmes, revestimentos comesinsumos, para reduzir riscos e degradação ambiental e tíveis e embalagens funcionais para alimentos; maximizar o retorno econômico; 2. Estudar as causas da variabilidade espacial e temporal bionanocompósitos; novos materiais e processos em Nanotecnologia e suas aplicações no agronegócio; estudos dos das respostas dos sistemas produtivos; 3. Desenvolver mecanismos e procedimentos para a cons- aspectos de segurança em Nanotecnologia, entre outros. 66 A Lavoura NO 695/2013

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Fim da ideologia agrária C ESARIO R AMALHO

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S ILVA

PRODUTOR RURAL E PRESIDENTE DA SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA (SRB)

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inalmente, a sabedoria começa a tomar o lugar da ideologia na condução da política agrária brasileira. Com o passar do tempo, o governo se deu conta de que a insistência num modelo atrasado de simples distribuição de terras não deu certo, não sendo o melhor, nem para assentados, nem sequer para o País.

Falta de resultados A falta de resultados dos assentamentos é a prova cabal de que só doar a terra era um contrassenso e desperdício de energia e recursos; e que levar adiante este formato acarretaria em mais prejuízos e na perpetuação do subdesenvolvimento. Somando os governos FHC, Lula e Dilma, o número de imóveis rurais desapropriados chegou a aproximadamente 5,6 mil unidades nos últimos 18 anos. No mesmo período, cerca de 1,1 milhão de famílias foram assentadas. Porém, desassistidos em infraestrutura, os assentamentos viraram favelas rurais, e não polos de produção. Pouco se sabe sobre o que produzem, salvo raríssimas exceções, estas conectadas ao mercado. Além disso, a ausência de tecnologia e também de assistência técnica, bem como de vocação da maioria das pessoas assentadas (muitas oriundas das cidades, sem qualquer familiaridade com o campo) culminou, por exemplo, numa corrupção agrária. Ao longo dos anos, um sem número de reportagens mostrou a venda de

lotes pelos “assentados”, como se aqueles imóveis rurais fossem propriedades privadas e não entregues pelo Estado por meio de desapropriações ou adquiridas com dinheiro público. Este cenário desastroso escancarou a falência de uma reforma agrária divorciada da realidade do papel do agro para o Brasil e para o mundo. Até o final de 2011, um balanço do próprio Incra revela que aproximadamente 790 mil famílias, cerca de 43% do total de assentados, tinham abandonado os lotes. Além disso, 35,4% transferiram de forma ilegal as terras. Anacrônico, este modelo perdeu significado no mundo atual. Primeiro, porque há muito tempo não existem mais terras improdutivas no Brasil. Se o produtor deixar de produzir, ele automaticamente será penalizado pelo (injusto e equivocado) mecanismo de índices de produtividade.

Estudos destacam O curioso é que rotineiramente são divulgados estudos que destacam os ganhos de produtividade e a modernização do agro brasileiro. O mais recente, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), mostra que o produtor rural vem produzindo mais usando menos insumos. Aponta que Brasil e China são os países que mais aumentaram a produtividade agropecuária entre 2001 e 2009. O crescimento do Brasil quanto à produtividade total dos fatores foi de 4,04%, enquanto a taxa mundial foi de 1,84%, no período.

O segundo motivo para o fim desta reforma agrária é a valorização do preço da terra, o que inviabiliza a compra por parte do governo. E a terceira razão é que existem maneiras mais inteligentes e eficientes, do ponto de vista socioeconômico, de tratar da questão, como, por exemplo, avançar na integração cada vez maior dos assentamentos e da agricultura familiar na cadeia produtiva do agro por meio da diferenciação e agregação de valor, deixando no passado o conceito de subsistência. O desaparelhamento do Incra, que desmembrou a política para os assentamentos entre diversos ministérios, a fim de dar mais assertividade às ações, foi um grande passo em direção ao futuro.

Programa Terra Forte E a implantação do programa Terra Forte, que destinará R$ 300 milhões para promover a agroindustrialização e estimular a comercialização da produção agrícola dos assentamentos, é a maior prova deste novo (e correto) pensamento para a política agrária brasileira, que tem como lastro o cooperativismo capaz de gerar emprego, renda e desenvolvimento. Para a Rural, que sempre defendeu a inserção dos assentamentos no agro, o amanhã passa impreterivelmente pelo fortalecimento deste tipo de política de profissionalização da reforma agrária. Com o inexorável aumento da demanda mundial pelos produtos agrícolas, somente os melhores serão capazes de produzir com volume, qualidade, preço e de acordo com os requisitos sociais e ambientais exigidos pela sociedade moderna.

Sociedade Rural Brasileira Rua Formosa, 367, 19O andar – Anhangabaú - Centro CEP 01049-000- São Paulo – SP Tel: (11) 3123-0666 – Fax: (11) 3223-1780 — www.srb.org.br Jornalista Responsável: Renato Ponzio

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POR G ABRIEL C HIAPPINI

O barato dos orgânicos Pelo menos uma vez por semana, a cenógrafa Teresa Devulsky vai até a uma feira orgânica no bairro onde mora, em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro, e volta com o carrinho cheio de produtos que, segundo ela, “no sistema tradicional de produção recebem muitos aditivos químicos”. Adepta da alimentação natural há trinta anos, Devulsky percebeu a evolução do mercado orgânico ao longo do tempo. “Naquela época, era bastante caro e não existiam muitas opções, então, eu consumia poucos produtos. Hoje, a oferta é maior e mais variada. Já consigo encontrar alface orgânica por R$ 1,50, preço similar à convencional”, afirma. Teresa encaixa-se perfeitamente no perfil brasileiro do consumidor médio de alimentos orgânicos que, segundo pesquisa realizada pela Organic Services, é composto de mulheres acima dos 40 anos, com alto grau de escolaridade e maior poder aquisitivo. Além disso, ela já percebeu — como consumidora atenta ao mercado e ao bolso — que a tendência é de queda na diferença dos preços entre orgânicos e convencionais.

Orgânicos x convencionais E Teresa não está sozinha. Quem também faz coro com essa teoria é o diretor comercial da rede de supermercados Zona Sul, Pietrangelo Leta. Quando perguntado se os orgânicos serão, um dia, competitivos com produtos convencionais, ele é enfático: “Pelo menos, no Zona Sul já são. Fazemos promoções semanais com mais de 20 itens. Acredito que o maior desafio, hoje, seja a cadeia de produção e o processo logístico. Ou seja, ter produto em loja, pronto para consumo, 365

dias do ano”. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o mercado de produtos orgânicos movimenta hoje, no Brasil, em torno de meio bilhão de reais. Esse mercado cresce entre 15% e 20% ao ano. Por conta do aumento na demanda, além de atuar no varejo de orgânicos desde 1998, o Zona Sul criou, há dois anos, uma marca própria, a BioVida, que inclui verduras e legumes certificados e cresce 60% ao ano. Outros grandes grupos também começaram a deixar o conservadorismo de lado. Marcas como União, Pilão e o Grupo Pão de Açúcar, também já atuam na produção, distribuição e venda de orgânicos.

O problema é de escala

GABRIEL CHIAPPINI

Crescimento da produção e o aumento da demanda elevam a competitividade dos produtos orgânicos frente ao mercado convencional. Com preços mais atrativos e com grandes empresas investindo nesse nicho, orgânicos abandonam o status de produto marginal e ganham cada vez mais espaço na lista de compras do consumidor

No grupo Pão de Açúcar o espaço nas gôndolas reservado aos orgânicos é bem sinalizado

O preço não tem sido um entrave para o aumento do consumo orgânico. Pelo menos é o que afirma quem está do outro lado da cadeia produtiva. “A principal dificuldade é o crescimento, isto é, como aumentar a capacidade interna de produção, sem que isso afete na qualidade final do produto”,

afirma Adilson Lunardi, coordenador da Cooperagreco - Cooperativa de Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral, em Santa Catarina, que faz parte do projeto OrganicsNet, da SNA. Na cooperativa, 200 famílias trabalham na produção e beneficiamento de produtos orgânicos em 21

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Orgânicos mais caros: um mito? A discussão em torno dos preços dos orgânicos vai longe. Essa dúvida aparece principalmente em pessoas que deixam de consumi-los, exatamente por este fator: o preço. Segundo a Euromonitor, especialista em pesquisas de mercado, no Brasil, orgânicos são de 60% a 100% mais caros que os produtos convencionais. Esse fato não é exclusividade do país. Na pesquisa Healthy Eating Consumer Trend Report, realizada este ano, nos Estados Unidos, sobre tendências no consumo de alimentos saudáveis, foram ouvidos 1500 consumidores, e apenas 11% dos entrevistados disseram estar dispostos a pagar além de 5% a mais em um produto orgânico, enquanto 23% pagariam “um pouco mais” (até 5% mais caro). Entre os 289 que nunca compraram orgânicos, 79% argumentaram ser “muito caro”. Lunardi aponta um equívoco na comparação de preços em grande parte das pesquisas realizadas. “Não se pode comparar um produto orgânico com um produto convencional, sem qualquer tipo de qualificação. Orgânicos são certificados e têm alto padrão de qualidade”. O coordenador da Cooperagreco explica que este tipo de comparação provoca distorções no resultado final da pesquisa. “Se compararmos, por exemplo, uma geleia orgânica com uma geleia convencional, sendo a última feita a partir de frutas importadas, encontraremos preços semelhantes”.

GABRIEL CHIAPPINI

unidades espalhadas por oito municípios da região. A cooperativa, que viu o número de associados quase triplicar nos últimos dois anos e fechou o faturamento do ano passado em R$ 4 milhões, vê com bons olhos a entrada de grandes empresas no mercado orgânico. “Com a adesão dessas grandes marcas, aumentam-se as oportunidades. O orgânico, então, deixa de ser um produto marginal para ganhar visibilidade do consumidor”.

Outro ponto levantado por Lunardi é a margem de lucro de alguns setores. “Alguns canais de venda praticam altas margens de lucro. Isso ocorre principalmente no varejo, que possui margens elásticas”, diz Lunardi, referindo-se principalmente às grandes redes de supermercados. Quanto a isso, Teresa, nossa persona- Nas feiras de orgânicos a compra é realizada diretamente do produtor gem lá do início da matéria, dá a dor mais problema do supermercado dica: “Uma boa opção são as feiras, é igual à solução para o cliente”. elas oferecem produtos com um preço mais atrativo, pois permitem que se Mito ou não, o fato é que durante compre direto do produtor”. o fechamento dessa matéria, o jornalista bebia um suco de laranja orgâniJá o diretor comercial do Zona Sul co comprado por R$ 12,59 (1 litro). No nega a prática de sobrepreço, pelo conmesmo supermercado. O suco conventrário, segundo ele, “ter produtos orcional, com a mesma quantidade, que gânicos é um diferencial, e por isso faanuncia possuir “gominhos de laranja”, zemos o possível para que o negócio sai por R$ 5,77. E, por mais que o conseja sempre viável. Portanto, ter marsumo desses produtos venha aumengens menores para um grupo de produtando a cada ano, também é fato que tos que acreditamos no potencial faz muitos fatores contribuem para o enparte do nosso dia a dia, da carecimento da sua produção. E é jusnegociação à execução.” E completamente este tema que traremos na menta: “Internamente usamos a próxima edição da A Lavoura. seguinte frase: problema do fornece-

O Centro de Inteligência em Orgânicos (CIO), da SNA, com o apoio do Sebrae, se mobiliza diariamente para trazer conteúdo de qualidade sobre o mercado e a produção de orgânicos no Brasil. Através da reunião de artigos, publicações, dissertações e textos técnicos, produzidos em centros e instituições de pesquisa de todo o país, leva conhecimento até produtores, consumidores, assim como promove a troca informações com especialistas e interessados no setor de orgânicos, dentro e fora do país. O CIO quer contribuir para o fortalecimento da cadeia produtiva de alimentos e produtos orgânicos, ajudando a entender melhor o diferencial e as vantagens desse mercado, que ainda tem muito a crescer, mas que aos poucos vai mostrando sinais de amadurecimento. Para conhecer melhor o projeto acesse: www.cioorganicos.com.br. “CI Orgânicos, sua rede de conhecimento” A Lavoura NO 695/2013 69

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AGRICULTURA DE PRECISÃO

Método avalia maturação de frutas sem destruir PROF. JOSÉ CARLOS FACHINELLO, DRA. NICÁCIA PORTELLA MACHADO E ENG A AGR A PRISCILA ALVARIZA DO AMARAL FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS- R S

Portáteis e precisos, os novos equipamentos, além do acompanhamento da maturação, avaliam os parâmetros de qualidade como: firmeza de polpa, sólidos solúveis, acidez, cor e matéria seca, que determinam a qualidade das frutas

Avaliação não destrutível Segundo Fachinello, na UFPel são utilizados dois equipamentos com infravermelho, que avaliam a qualidade das frutas de forma não destrutível: NIR (espectroscopia do infravermelho próximo — Nearinfrared), e espectrofotômetro DA-meter. O espectrofotômetro NIR-Case (Sacmi/Imola), cujo comprimento de onda varia entre 600 e 1000nm, é um equipamento que permite obter uma série de amostras de calibração para posterior avaliação dos parâmetros de qualidade determinados por um método referencial (normalmen-

te destrutível). Para cada espécie de fruta e variedade é necessário um novo modelo de calibração. Estes modelos devem ser baseados em grandes conjuntos de dados, incluindo frutas de diferentes pomares, épocas de colheita, sistemas de produção, entre outros.

Índice de maturação Já o DA-Meter, utilizado para estabelecer um índice de maturação, é calculado com base na diferença de Absorbância (DA) entre dois comprimentos de onda (670 e 720nm) próximos do pico de absorção da clorofila-a (Índice de Diferença de absorbância-índice DA). Como exemplo, em pêssegos, o índice DA parece estar relacionado com o real teor de clorofila-a na polpa das frutas e com as alterações fisiológicas e físicoquímicas (níveis de emissão de etileno e parâmetros de qualidade) que ocorrem durante a maturação.

Mercado brasileiro Estas novas tecnologias, já são amplamente utilizadas na Europa e Japão por agricultores e cooperativas. Ainda não há previsão de quando estarão disponíveis no mercado brasileiro. Além do acompanhamento da maturação, os métodos não destrutivos avaliam os parâmetros de qualidade como: firmeza de polpa, sólidos solúveis, acidez, cor e matéria seca, que determinam a qualidade das frutas. Em geral, qualquer fruta pode ser submetida ao método não destrutivo, desde que, no caso do NIR, seja feita uma calibração prévia.

A campo Por ser um equipamento portátil e de fácil utilização, o DA-Meter pode ser levado a campo para acompanhamento da maturação das frutas sem que estas necessitem ser colhidas. O equipamento é capaz de gerar um índice que, correlacionado com demais parâmetros de qualidade já ci-

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LUIZ EDUARDO ANTUNES / EMBRAPA CLIMA TEMPERADO

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ovos métodos não-destrutivos para avaliação da maturação de frutas, como aparelhos com luz infravermelha,já estão chegando ao mercado. Posicionados ao lado da fruta, eles fazem a leitura dos teores de açúcar, acidez, resistência da polpa, sanidade, qualidade e não causam nenhum tipo de dano à fruta. O aparelho tem sua versão portátil, o que facilita seu uso a campo. A novidade foi desenvolvida pelo pesquisador José Carlos Fachinello, professor da Universidade Federal de Pelotas-UFPel. Conforme explica o professor, atualmente a maturação de frutas é realizada por meio de processos destrutivos que analisam a firmeza de polpa — com utilização do penetrômetro —, os sólidos solúveis (°Brix) — com utilização do refratômetro —, e a acidez titulável — com utilização do pHmetro. Mas Fachinello alerta que todos os três métodos usam amostras da polpa para análise de características internas das frutas e por isso faz-se necessário descartá-las. Além disso, utilizam reagentes e geram resíduos químicos e orgânicos. “Apesar de não existirem números precisos sobre o percentual de perdas decorrentes dos métodos de análise tradicionais, considerando as grandes empresas do ramo, que avaliam uma porcentagem da produção de suas frutas utilizando técnicas destrutivas, estima-se que um número considerável de frutas são perdidas em consequência destas avaliações”, calcula o professor.

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AGRICULTURA DE PRECISÃO

JOSÉ CARLOS FACHINELLO

tados, possibilita a definição de um ponto ideal de colheita específico para cada espécie de fruta. Já no caso do equipamento NIR, as análises dos parâmetros de qualidade são feitas em laboratório. PRINCIPAIS VANTAGENS DOS MÉTODOS DE ANÁLISE POR INFRAVERMELHO: 1. Possibilitam realizar as medições em um número ilimitado ou mesmo em todas as frutas pertencentes a uma planta ou a um lote; 2. Permitem que se repita a análise sobre a mesma fruta inúmeras vezes; 3. Não necessitam de nenhuma preparação das amostras; 4. Não geram nenhum tipo de resíduo. Além dessas vantagens, o NIR também permite que vários parâmetros de qualidade sejam analisados simultaneamente. Quanto ao DA-Meter, suas vantagens específicas são: tamanho do equipamento, possibilitando que o mesmo seja portátil, podendo ser utilizado quer no campo analisando as frutas, como em centrais de distribuição e varejo em geral; possui um custo acessível; não sofre influência da temperatura das frutas e não requer praticamente nenhuma calibração, podendo ser aplicado sobre frutas de diversas cultivares e espécies. Segundo Fachinello, a nova tecnologia está sendo ajustada para as diferentes espécies de frutas nacionais. Atualmente, os pesquisadores estão trabalhando com a avaliação de pêssego, kiwi, maçã, pêra e laranja.

O DA-Meter é um leitor portátil que avalia a maturação das frutas no campo ou em centrais de distribuição

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ARROZ IRRIGADO

EPAGRI

Branco, vermelho e preto são n

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á estão disponíveis aos produtores três novas variedades de arroz irrigado branco, vermelho e preto, desenvolvidas pela Epagri. A variedade SCS118 Marques é adequada ao mercado consumidor tradicional, já que a cor do grão é branca, quando descascado e polido. Já as variedades SCS119 Rubi, de cor vermelha, e SCS120 Ônix, preta, são consideradas especiais, devido ao seu aspecto, adequadas a pratos especiais. Além disso, têm composição química diferenciada, com conteúdos mais elevados de compostos fenólicos, importantes em nossa alimentação, como os antioxidantes. Estas duas variedades especiais destinam-se a nichos de produtores e de mercado, representando novas oportunidades para algumas agroindústrias, que podem se organizar desde a produção, até a comercialização.

Branco tradicional A SCS118 Marques, inicialmente indicada para cultivo em Santa Catarina, pode ser cultivada em outros estados, mediante realização de experimentos denominados de VCU (valor de cultivo e uso) e ter sua extensão de uso aprovada. É uma cultivar de ciclo tardio, com 144 dias da emergência até a completa maturação dos grãos, para as condições da Estação Experimental da Epagri, em Itajaí-SC. Possui excelente arquitetura de planta e perfilhamento e é resistente ao acamamento. A planta apresenta estatura média de 105 cm na fase da completa maturação. Em condições experimentais, a cultivar SCS118 Marques apresentou produtividade de 9,0 t/ha, na média de três anos, em cinco locais do estado de Santa Catarina. É considerada medianamente resitente à brusone e à toxidez indireta por ferro.

Arroz vermelho A variedade SCS119 Rubi tem como grande diferencial a aparência do grão integral, que é vermelho, devido à cor do seu pericarpo. É uma alternativa que vem atender à demanda crescente por O arroz SCS120 Ônix é voltado a um nicho especial de mercado

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ARROZ IRRIGADO

EPAGRI

ão novidades

O arroz branco SCS118 Marques tem ciclo tardio (144 dias), excelente arquitetura e perfilhamento

tipos especiais de arroz, consumidos por nichos específicos de mercado, associados a tradições culturais ou mesmo oferecidos em restaurantes especializados, principalmente nos grandes centros urbanos. A SCS119 Rubi apresenta as características de planta do tipo “moderno”, com duração do ciclo biológico, emergência/maturação igual a 125 dias. Com alto valor de mercado, possui grão longo, fino e pouco degranador. Deve ser consumido na forma de arroz integral, apenas descascado e não polido e seus grãos possuem alto teor de compostos fenólicos, substâncias que, no organismo, têm função antioxidante.

“Riso Nero” O arroz preto é assim denominado por apresentar, na forma de arroz integral, o pericarpo preto, que é a película que envolve o grão de arroz, quando apenas descascado. Voltado a um nicho especial de mercado, a SCS120 Ônix foi desenvolvida a partir do cruzamento entre o arroz preto “Riso Nero” trazido da Universidade de Milão

(Itália) com o Epagri 107. A nova variedade tem ciclo biológico (emergência/ maturação) de 125 dias, grãos longos e finos que, quando descascados, têm peso equivalente a apenas 2/3 do peso de grãos de arroz convencional. Recomenda-se que seja consumido somente na forma de arroz integral. Cozido, apresenta aroma sabor acastanhado e sua qualidade nutricional também é diferenciada (rico em proteínas e fibras), com elevada atividade antioxidante.

Para o desenvolvimento de uma nova variedade de arroz por meio de técnicas de melhoramento genético, há a necessidade de trabalhos de pesquisa científica multidisciplinar ao longo de 12 a 13 anos. Estas atividades demandam intensos e detalhados trabalhos de campo e de laboratório, para os quais, além dos cientistas envolvidos, é necessária uma equipe de operários rurais e técnicos de apoio.

Fruto de pesquisa

Estação experimental de Itajaí

A disponibilização desses materiais eleva para 20 o número de variedades lançadas pela Epagri no mercado desde 1976, quando foram iniciadas as atividades de melhoramento genético de arroz irrigado. Essas variedades são plantadas em 85% da área de arroz irrigado de Santa Catarina, além de serem cultivadas também em grandes áreas de outros estados brasileiros, como Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, bem como países da América do Sul, como Bolívia, Paraguai e Argentina.

Os principais trabalhos de melhoramento genético para criação de novas variedades de arroz são realizados pela equipe de cientistas da Estação Experimental de Itajaí. O objetivo é desenvolver e transferir ao setor produtivo produtos tecnológicos de alta qualidade. Os resultados deste trabalho se tornam evidentes quando se analisa a produtividade das lavouras de arroz de Santa Catarina. Em 1970, a produtividade catarinense de arroz irrigado era menor que 2 t/ha. Atualmente, os agricultores contam com variedades que sustentam A Lavoura NO 695/2013 73

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ARROZ IRRIGADO

A SCS119 Rubi tem ciclo de 125 dias e alto valor de mercado

Fonte de energia

EPAGRI

Cereal responsável pelo suprimento energético da alimentação de dois terços da população mundial, o arroz tem uma grande importância econômica e social no estado, onde envolve 8.377 agricultores, que cultivam 150.000 hectares em 11.230 pequenas propriedades agrícolas, distribuídos em 83 municípios. Esse volume sustenta um parque industrial descentralizado de 66 agroindústrias, das quais, 40 associadas ao Sindarroz (Sindicato das Indústrias de Arroz), que deteem

maior parte do total beneficiado (1.500.000 t), gerando dois mil empregos diretos. Santa Catarina também é reconhecida por produzir a melhor semente de arroz irrigado do Brasil. A Acapsa — Associação dos Produtores de Semente de Arroz Irriga-

Ao contrário do arroz branco, o vermelho e o preto possuem propriedades antioxidantes e devem ser consumidos na forma integral EPAGRI

um rendimento médio de 7 t/ha. Todavia, entre os orizicultores catarinenses tecnificados, são comuns produtividades superiores a 10 t/ha em um único cultivo (ciclo). Tudo isso permite que o estado detenha o segundo lugar no volume arroz irrigado produzido no Brasil.

EPAGRI

EPAGRI

do — congrega 21 associados que abastecem, com semente certificada, todo mercado catarinense e a demanda dos estados brasileiros produtores. Além das variedades, a pesquisa em Itajaí desenvolveu e adaptou tecnologias para o cultivo sustentável do arroz irrigado, com a utilização de sistema pré-germinado em todo o Estado. A recomendação de utilização de adubação em doses e épocas adequadas, juntamente com a aplicação de produtos registrados para o controle de plantas daninhas, combate a insetos e doenças, também reduziu os custos e elevou a renda do produtor.

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CONSUMO

C IRO A NTONIO R OSOLEM MEMBRO DO CONSELHO CIENTÍFICO PARA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL (CCAS) E PROFESSOR TITULAR DA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÍCOLAS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” (FCA/UNESP BOTUCATU)

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O bom e velho ARROZ com FEIJÃO

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tema produção de alimentos x produção para exportação é recorrente. Normalmente se confunde agricultura familiar com produção de alimentos para os brasileiros e agricultura empresarial com produção para exportação. A ideologia reza que produzir alimentos para a população é bom, a produção para exportação é nefasta. A cada movimento dos chamados “setores organizados da sociedade” essa discussão vem à tona. A hedionda agricultura empresarial, além de estragar o ambiente, deixa o coitado do brasileiro com fome. Será? A migração da população para as cidades tem sido importante também no Brasil. Na sociedade moderna, urbana, com marido, mulher e filhos trabalhando fora e com mais dinheiro disponível, muda o hábito alimentar.

Prato típico E também o prato típico, o arroz com feijão, em algumas regiões, e a mandioca, em outras. Enquanto é reduzido o consumo de alimentos amiláceos, que dão trabalho para serem preparados, aumenta o consumo de frutas, verduras, legumes, carnes, bolos, leite e derivados e, lógico, de pratos prontos. Essa é uma tendência mundial. Recente pesquisa da Kantar Worldpanel revelou que, somente nos últimos 3 anos, a participação do arroz com feijão no gasto com alimentação dentro de casa caiu 4 pontos porcentuais. O interessante é que, no mesmo período, o preço real do arroz caiu 5,08 % e do feijão carioca 2,74 %. A queda de preços deveria resultar em aumento no consumo, que não ocorreu. Uma consequência da mudança no hábito alimentar.

Comportamento da produção E como tem se comportado o lado da produção? Tem faltado arroz e feijão, de modo a tornar legítima a alega-

Nos últimos 10 anos, a produção de arroz cresceu 139 mil toneladas/ ano, mas o consumo aumentou apenas 66 mil ton/ano

ção dos “setores organizados”? Nos últimos 10 anos, a produção de arroz no Brasil cresceu 139 mil t/ano. Não é muito. Mas o consumo cresceu apenas 66 mil t/ano. Mesmo com o aumento da população. Isso se explica por que o consumo anual per capita diminuiu de 70 kg para 66 kg. O consumo de feijão per capita tem se mantido próximo a 16,5 kg nos últimos 10 anos, e tem sido atendido pela produção nacional.

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Autossuficiência

Consumo declinante

Em outras palavras, o Brasil é auto-suficiente em alimentos básicos. Tem ocorrido importações e exportações eventuais, em quantidades relativamente pequenas. Se forem computadas as importações e exportações de arroz e feijão nos últimos 10 anos, a conta fica próxima de zero. Assim, cabe a pergunta: deve-se estimular a produção de arroz e feijão ou das culturas de exportação e produtoras de energia? Todas as previsões indicam que o Brasil deverá continuar a crescer, com melhoria da situação econômica da população. Isso resultará em menor consumo de arroz, feijão e outras amiláceas, em função da mudança no hábito alimentar. Então produzir alimentos amiláceos para quem?

Se a tendência de consumo é declinante, maior produção resultaria em menores preços, inviabilizando a produção, uma vez que as oportunidades de exportação para esses produtos são limitadas. Por outro lado, o aumento de produção de produtos energéticos e para exportação gerará renda, empregos e riqueza. A riqueza gira a economia, melhorando a vida de todo mundo. Em resumo, lógico que é necessária, e será ainda por muitos anos, a produção dos alimentos básicos, mas a história recente tem mostrado que o equilíbrio entre a produção de alimentos, culturas energéticas, matérias-primas e grãos para exportação tem sido muito bom no Brasil, não justificando mudanças drásticas no sistema.

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NOVO feijão carioca rende mais A

IPR Andorinha é o nome da nova cultivar de feijão do grupo comercial “Carioca”, que acaba de ser lançada pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). O feijão agrada tanto produtores quanto varejistas e consumidores. Segundo o pesquisador responsável pelo desenvolvimento do novo material, Nelson da Silva Fonseca, no campo a variedade agrada pela sanidade da semente e porque os produtores paranaenses preferem material de alta precocidade. Já no mercado, conforme a linguagem do setor, porque “empacota bem”, ou seja, tem boa aceitação e “boa saída”. Na panela, após o cozimento, o feijão IPR Andorinha cozinha mais rápido, rende mais, possui caldo grosso e excelente sabor.

IAPAR

ÃO

CONSUMO

Não-transgênico A cultivar foi obtida pelo método tradicional de melhoramento genético (sem uso de transgenia) e tem grãos do tipo comercial carioca. Quando plantada em clima quente, pode ser colhida em apenas 65 dias, e em 82 dias quando cultivada em condições de temperatura amena. Na média, o ciclo equivale a 73 dias, tempo suficiente para ajudar a reduzir os riscos climáticos. Nos experimentos, a melhor média de produtividade ultrapassou os 2,5 mil quilos por hectare.

A cultivar foi obtida pelo método tradicional de melhoramento

O pesquisador alerta que em decorrência da suscetibilidade à murcha de curtobacterium — doença que ataca a planta de feijão, entupindo vasos e reduzindo a produção — recomenda-se não fazer o cultivo em áreas contaminadas com esse patógeno, bem como fazer uso de sementes sadias.

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Equipamento conta com até 80 linhas de plantio, tendo 10; 9 ou 7,5 metros de largura de trabalho e 12,5; 15 ou 17 centímetros de espaçamento entre linhas. Largura de transporte fica em 4,8 metros em todas as configurações

KUHN DO BRASIL

Maior semeadora do país

Aguardada há anos, a Kuhn do Brasil lançou a maior A nova semeadora Kuhn interage com o solo e o relevo mesmo em declives semeadora de grãos finos já produzida no país. A Quadra acetuados ou taipas Venta é um implemento diferenciado, com projeto e execu12,5cm, 15cm ou 17cm. “A vantagem é que esse equipação realizados na fábrica localizada em Passo Fundo/RS, tammento pode servir para plantio de arroz adensado até culbém conta com a participação de engenheiros do Grupo Kuhn turas, como o trigo, que não necessita de adensamento”, na Europa. Ela ultrapassa os 100 hectares de plantio por dia. explica Souilljee.

Grandes produtores

Copia perfeitamente o terreno

A semeadora atende a grandes produtores que necessitam alto rendimento e precisão para plantio de culturas como o arroz, trigo, aveia, cevada, entre outros. Robusto, o equipamento conta com o distribuidor eletroeletrônico da empresa alemã Rauch, garantindo homogeneidade a semeadura. Entre as diferenças desta máquina, está, segundo o fabricante, o reservatório de sementes. Em vez de caixas acopladas à estrutura, a Quadra Venta possui uma carreta com reservatório de sementes com 3.500 litros. “Com isso, a máquina fica mais prática para a manutenção e regulagem da profundidade das linhas de plantio, sem contar a capacidade de carga que diminui consideravelmente as paradas para abastecimento”, garante Fábio Souilljee, da Kuhn do Brasil, lembrando que o reservatório possui sensores para avisar o nível de sementes. A Quadra Venta pode ser configurada em até 9 versões. De 45 linhas a 80 linhas, com largura de trabalho entre 7,5 metros a 10 metros e com espaçamento entre linhas de

Mas se existe algo que chama a atenção nesta máquina é quando se percebe como ela interage com o solo e o relevo. “Falamos que ela copia perfeitamente o terreno, pois, mesmo em declives acentuados ou taipas em lavouras de arroz, a Quadra Venta consegue plantar sem deixar o piso interferir no seu trabalho”, explica Souilljee. Seu sistema eletroeletrônico tem a tecnologia Isobus, com isso, garante a comunicação com as principais marcas de tratores. Desta maneira, a iluminação noturna, larguras de trabalho, processo de plantio, doses de sementes por hectare e sensores de nível de tanque são controlados pelo monitor CCI-100 de dentro da cabine do trator. Esse monitor é touch screen. O sistema hidráulico requer um trator com tomada de potencia de 1.000 rpm, ou seja, não necessita fluxo contínuo, pois tem uma bomba hidráulica independente. A indicação de potência de trator é de 5 CV por linha para trigo e 4 CV por linha para arroz.

Sistema eletrônico de controle de pragas Relatórios de serviços Os órgãos de Vigilância Sanitária exigem que as empresas apresentem relatórios sobre os serviços realizados para controle de pragas. Até então, esse tipo de informação era gerada em planilhas internas criadas em cada estabelecimento. O sistema EcoView padroniza os relatórios e fornece dados precisos por segmento de controle, área trabalhada, produto utilizado, metas e resultados. Mini-impressoras acompanham a ferramenta, permitindo que os relatórios demandados por um cliente possam ser impressos ou enviados em formato digital pela Internet. Para conhecer os detalhes sobre o EcoView e as soluções completas para controle de pragas da Ecolab acesse: www.ecolabs.com/br/ Divisao-Pest.asp

Ecoview gera relatórios on line sobre Controle de Pragas

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em o tamanho e a aparência de um celular a mais nova ferramenta voltada para o monitoramento e controle de pragas. Consolidado nos EUA há anos, o EcoView, um sistema inovador e altamente eficiente para controle e eliminação de pragas, finalmente chegou em versão web ao Brasil e à America Latina. Sua função, como um auditor móvel, é a de gerar relatórios de serviços que incluem informações detalhadas e abrangentes como: monitoramento da população de insetos e sua localização no ambiente; instalação de armadilhas; aplicação de pesticidas; até a quantidade total de pragas capturadas e suas diversas espécies. “Os benefícios desta tecnologia são inúmeros, entre eles a possibilidade de poder contar com um sistema que permite padronizar e automatizar a geração de relatórios de serviços. Estes reportes oferecem análises estatísticas e relatórios em tempo real, que apontam as principais diretrizes de oportunidades de higiene, manutenção estrutural e controle de pragas”, explica Luiz Chaves, diretor da área de Controle de Pragas da Ecolab no Brasil.

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BRAN

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EMPRESAS - ESPECIAL MECANIZAÇÃO Branco faz lançamentos na Agrishow Pulverizador de ação dupla 2HP é um dos lançamentos

Novos modelos de roçadeiras, motosserras, pulverizadores e motobombas, lançados em 2013, estarão em exposição na 20ª edição da Agrishow, maior feira de agronegócios do país, em Ribeirão Preto (SP)

Agrishow Durante os cinco dias da Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, entre 29 de abril e 3 de maio, o Show Car (carreta) da empresa de motores Branco permanecerá estaciona-

do no local. Transformada em escritório para dar suporte ao pessoal de vendas e marketing da Branco nos dias da feira, a carreta levará para o Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste, em Ribeirão Preto, mais de 100 modelos das nove linhas de produtos da marca Branco. Entre os lançamentos, destacam-se: dois novos modelos de roçadeiras, de 33 cc e 43 cc; dois novos modelos de motosserras, de 25 cc e 52 cc; um novo modelo de pulverizador de ação dupla 2HPs e três novos modelos de motobombas, 701 motor 2T com 1 HP, 716 motor 4T com 6,5 HPs, 720 diesel com 13 HPs e vasão de 200 mil litros de água/hora.

Carreta “A carreta da Branco é um verdadeiro transformer que expõe os produtos aos

MATSUDA

Equipamento facilita e preserva a ensilagem milho e sorgo, quer aproveitando excedentes da safra anterior ou aproveitando-se da safrinha que ocorre nessa época do ano. Isso porque, com a perspectiva de um período de clima seco quando o Inverno chegar, ou, principalmente, quando a estiagem for prolongada, poderá faltar alimento para o gado. A ensilagem, O equipamento junta todas as etapas da silagem em uma respeitando os única operação princípios básicos para bem preparála, conforme advertem os técnicos, é neste período do ano que anteceuma das técnicas mais difundidas para de ao Inverno que os técnicos re“guardar e preservar” o volumoso. Dencomendam aos produtores o aproveitro desse princípio, a Matsuda Equipatamento do excesso de forrageiras promentos produziu um equipamento simduzidas durante a estação das águas, ples e versátil, o Silo Fácil Salsichão destinando-as para a produção de Matsuda, que é acionado pela tomaensilagens. O mesmo acontece com o

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visitantes nacionais e internacionais desta grande feira que, uma vez por ano, faz de Ribeirão Preto o centro internacional do agronegócio”, diz Daniel Leite, supervisor de vendas da Branco nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. “A Branco investe na Agrishow porque a feira é uma grande vitrine. O retorno vem com o tempo. Semanas e até meses depois da feira a Branco continua a fechar negócios que são decorrência da Agrishow”, conta Daniel.

Expositores Cerca de 790 expositores participam da Agrishow 2013 em 23 setores, entre os quais Agricultura de Precisão, Agricutura Familiar e Máquinas Agrícolas. A Branco vai expor produtos de suas nove linhas: Motores, Motobombas, Geradores, Jardim, Motocultivadores, Náutica, Construção Civil, Bio Soluções e Acessórios.

da de força do trator e equipado com uma esteira própria para abastecimento contínuo. Possui também aplicador de inoculantes, inoculando 100% da matéria a ser armazenada, por meio de jato direcionado e rosca sem fim para a armazenagem e compactação das silagens no Silo Salsichão. O princípio técnico do Silo Fácil Salsichão otimiza a ensilagem com alto grau de compactação, evitando a entrada de ar no silo e garantindo maior qualidade da mesma, juntando todas as etapas em uma única operação com o mais baixo custo-benefício. O Silo Salsichão, por sua vez, é fabricado em polietileno flexível em três camadas, em 140 micras, com aditivo absorvedor de radiação UV. Possui tecnologia de armazenamento que permite um longo período de tempo exposto às maiores exigências climáticas, tendo como uma das principais vantagens a manutenção das características de qualidade originais da silagem armazenada. Mais informações: www.matsuda.com.br equipamento@matsuda.com.br Tel: 18 3273 9090 A Lavoura NO 695/2013 79

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EMPRESAS - ESPECIAL MECANIZAÇÃO Sopro de Inovação

VILLAGIO GRANDO

A vinícola catarinense Villaggio Grando implantou um sistema mais natural de combate às pragas na colheita de suas videiras, utilizandose da aplicação de jatos de ar quente sobre as folhagens para destruir fungos e tornar a planta mais resistente. A inovadora tecnologia brasileira, desenvolvida há pouco tempo em parceria com outras vinícolas, garante método mais natural na produção das uvas, reduzindo substancialmente a aplicação de produtos químicos, que são substituídos pe- Método natural utiliza jato de ar quente no combate de pragas los jatos de ar quente aplicados durante alguns segundos em cada planta. muito promissor”, explica o diretor da VG, Guilherme Grando. Reduzindo defensivos Localizada no município de Água Doce, nos campos de altitude de Santa Catarina, a vinícola Villaggio Grando reúO sistema, que também está sendo adotado por outras ne características ímpares de solo e clima, próprios para o importantes vinícolas da Região Sul, contribui para a prodesenvolvimento de seus vinhedos. São 42 hectares e 13 teção do meio ambiente e sobretudo para a boa saúde dos variedades de uvas, cultivadas em harmonia com a natuconsumidores de vinho, muitas vezes até eliminando o uso reza, para a produção de vinhos tintos, brancos, rosé e esde defensivos químicos nas videiras. pumantes em tiragens limitadas, que traduzem o terroir “É uma tecnologia muito recente e ainda estamos fazendo autêntico de umas das regiões mais frias do país. ajustes, tanto no equipamento, quanto na maneira de apliwww.villaggiogrando.com.br car este tratamento que até o momento tem-se mostrado

Suplementação de precisão disponível na Internet

U

ma forma simples e fácil de avaliar a situação da suplementação do rebanho está disponível para os pecuaristas na internet. A nova ferramenta contribui para que as definições e avaliações das estratégias dos pecuaristas sejam corretas no momento de suplementar os animais. Desenvolvida pela Minerthal, foi denominada ‘Programa Interativo de Suplementação de Precisão’ e informa ao pecuarista se a suplementação está adequada aos ciclos da pecuária (categoria animal e estações do ano). Considerando as categorias animais x época do ano x suplemento, o conceito de suplementação de precisão, desenvolvido pela tradicional fabricante de suplementos minerais para bovinocultura, observa diversos fatores que podem influenciar as exigências

nutricionais dos bovinos, o que permite fechar a conta da equação: resultado (meta do desempenho do animal) X categoria animal X qualidade de forragens disponíveis. “De uma forma simples e fácil, podemos navegar pela ferramenta para verificar qual o melhor produto para suplementação de uma determinada categoria ou estágio produtivo, que forneça nutrientes de qualidade e quantidade ideal durante todos os períodos do ano”, explica o responsável técni-

co da empresa, Fernando José Schalch Júnior. A ferramenta interativa permite que o pecuarista insira todo o ciclo produtivo, com informações do ‘Sistema de Cria’, cobertura/pico lactação, meio lactação, final de lactação/desmame dos bezerros, final de gestão e parto; ‘Sistema de Recria e Engorda – Desmama de Machos’, recria, engorda e terminação e ‘Sistema de Recria e Engorda – Desmame de Fêmeas’, recria, gestação de novilhas e descarte. Outros dados também podem ser inseridos, como a época do ano, águas, secas, transição de águas/ seca e transição de seca/águas. Mais informações: www.minerthal.com.br/ hotsite/ciclo.php

Reprodução da imagem do programa de suplementação de precisão, disponibilizado no site da Minerthal

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EMPRESAS - ESPECIAL MECANIZAÇÃO Maior colheitadeira do Brasil roduzida na Europa, a CR9090 chegou para os produtores brasileiros. A New Holland acaba de lançar a maior colheitadeira do país. Ela é equipada com um motor de 13 litros, o qual possui um novo sistema de controle de emissões e utiliza ureia no processo, garantindo mais força e menos consumo. Sua potência de 530cv tem capacidade suficiente para plataformas de até 45 pés, capaz de suportar cargas de 12.500 litros de grãos e um sistema opti spread™ (controle na cabine de direção e amplitude da distribuição de resíduos nos 45 pés).

NEW HOLLAND

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Maior cabine Com a maior cabine do mercado e área envidraçada de 5,8m², fica fácil de acompanhar o sistema totalmente automatizado de piloto Intellisteer™ e de controle de carga Intellicruise™. No conforto da cabine que A colheitadeira CR9090 tem cabine envidraçada e atende aos produtores mais eficientes possui controle automático de temperatura e um frigobar integrado, o operador passa a dominar os duto ao tipo de grão e pode diagnosticar as voltagens, rocomandos pelo monitor Intelliview IV™ da nova CR9090. tações e pressões. Além de ter acesso aos mapas de produtividade, o opeSegundo o gerente de marketing de produto da New rador controla também, pelo monitor, uma série de comHolland, João Rebequi, a colheitadeira CR9090 atende proponentes da máquina responsáveis, pela adequação do produtores mais exigentes, com ótima produtividade e eficiência.

Caminhão para o setor agrícola

JÚLIO SOARES

Com mais de 50 anos de tradição na produção de máquinas agrícolas, a Agrale apresenta o seu novo caminhão 8700 com tecnologia Euro V. Segundo o fabricante, robustez e economia, com alta performance, são características que se destacam no novo modelo de caminhão da Agrale. É ideal para a utilização no escoamento da produção agrícola e em serviços rurais, oferecendo melhor desempenho e resistência, baixo consumo de diesel, baixo custo de manutenção, com menos emissões de gases poluentes.

Cabine espaçosa A cabine estendida, ampla e espaçosa, é outro destaque no novo modelo. Possui linha arrojada e visual marcante, além de proporcionar maior ergonomia e conforto ao motorista e aos

acompanhantes, explica a Agrale. Com alta tecnologia, oferece maiores recursos ao operador, maximizando o aproveitamento do veículo, tais como, novo painel de instrumentos com computador de bordo, que fornece importantes informações para o motorista, como consumo instantâneo, médio e por 100 km, além de autonomia e nível de combustível no tanque. Outras novidades são os faróis, lanternas e luzes de direção em LED, vidros e espelhos com acionamento elétrico, novo sistema de ar-condicionado e o exclusivo Daytime Running Light, dispositivo de acendimento automático dos faróis mesmo durante o dia, informa o fabricante.

Novo caminhão da Agrale é usado no escoamento da produção

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esolver questões tecnológicas ligadas à mecanização na cultura do sorgo, tanto na hora do plantio como na colheita. É com esta intenção que a Embrapa Milho e Sorgo vem trabalhando com empresas que fabricam máquinas agrícolas. Têm sido feitos testes em campo e os primeiros resultados começam a aparecer. Resolvidos os gargalos tecnológicos em relação ao plantio direto e à colheita mecânica, a expectativa é de que o sorgo sacarino possa realmente se expandir no país e se firmar como complemento à cultura da cana-de-açúcar na produção de etanol. De acordo com Evandro Chartuni Mantovani, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo na área de mecanização agrícola, algumas alternativas e oportunidades estão sendo avaliadas em parceria com a indústria para a mecanização do sorgo sacarino na produção de bioetanol 1G e bioenergia.

Plantio direto Em relação ao plantio direto, o desafio é o corte da palhada da cana para o posterior plantio do sorgo sacarino utilizando-se o equipamento tradicional de plantio de grãos. Para tentar solucionar a questão, “uma semeadora adubadora foi toda adaptada e uma nova máquina foi desenvolvida pela Marchesan com o nome COP CA, com bons resultados de campo, inicialmente para a cultura da soja e, agora, em testes para sorgo sacarino”, explica Evandro. Já sobre a questão da colheita mecânica, como não existem, no Brasil, máquinas específicas para o sorgo sacarino, algumas opções usadas em outras culturas precisam ser testadas. Para isso, adequações são necessárias, o que costuma trazer alguns problemas, como perda de material no campo.

Cana e milho Equipamentos usados nas colheitas de cana-de-açúcar e de milho para silagem estão passando por testes. Segundo o pesquisador da Embrapa, no momento, duas empresas, a John Deere e a New Holland, estão em con-

EMBRAPA MILHO E SORGO

MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA

Com a nova máquina, o plantio do sorgo sacarino ficou facilitado

Embrapa e parceiros testam MAQUINÁRIO para

SORGO SACARINO Como ainda não existe no Brasil máquinas específicas para sorgo sacarino, algumas opções usadas em outras culturas estão sendo testadas tato com a Embrapa Milho e Sorgo e com interesse de realizar parcerias para adequação dos seus equipamentos de colheita de silagem. Os trabalhos dessas empresas mostraram que a máquina para colheita de forragem é a mais indicada para o sorgo sacarino e apresenta custo operacional mais vantajoso.

Demanda dos agricultores Na visão de Evandro, o plantio direto do sorgo sacarino na palhada da cana já não é mais um problema, por

conta do lançamento feito pela Marchesan. Ele destaca também a parceria com a New Holland para testes com uma máquina colhedora de milho para forragem, mas que pode ser adaptada à colheita de sorgo sacarino. “Os entendimentos mantidos pela Embrapa Milho e Sorgo com as empresas de máquinas sinalizam de forma bem evidente o interesse em apoiar as demandas dos agricultores e das usinas para atender ao sistema de produção do sorgo sacarino/biomassa”, finaliza.

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