A Noite de Cristal

Page 1

Escola Secundária Gabriel Pereira Curso de Línguas e Humanidades Disciplina de História A

A Noite de Cristal

Docente: Fernando Gameiro Discente: Sofia Banha


Índice Introdução ...................................................................................................................... 3 O antes d´ A Noite de Cristal ............................................................................................. 4

A Noite de Cristal ........................................................................................................ 6 Conclusão ..................................................................................................................... 9 Bibliografia ................................................................................................................. 10

2


Introdução O trabalho apresentado é sobre “A Noite de Cristal”. O objetivo deste trabalho é dar a conhecer aspetos importantes do momento histórico, que foi “A Noite de Cristal”. Vou tentar expor vários pormenores envolventes no tema, de maneira a esclarecer e explicar da maneira mais clara e objetiva possível. Ao longo do trabalho será feita uma abordagem sintética sobre os factos que antecedem a Noite de Cristal e os atos de violência ocorridos nessa noite de 9 para 10 de Novembro de 1938 contra os judeus em diversos locais da Alemanha e da Áustria. A metodologia utilizada na elaboração deste trabalho foi a leitura e análise de informação recolhida na Internet em diversos sites.

3


O antes d´A Noite de Cristal Nos países europeus, nomeadamente na Alemanha, o facto de os judeus negarem a sua conversão ao cristianismo e destes possuírem a imagem de assassinos de Jesus provocou a expansão do ódio e da suspeita para com estes. Sendo assim, ao longo dos séculos, os judeus que habitavam em países cristãos foram humilhados, expulsos, obrigados a transportar sinais identificativos e obrigados a residir em áreas separadas. Eram retratados como “filhos do Diabo” e acusados constantemente de crimes rituais, isto é, de assassinarem crianças cristãs. O anti-semitismo político, ou seja, o ódio aos judeus como factor na vida política, estava, destinado a ser um instrumento

usado

pelas

lutas

propagandísticas

que

disputavam a alma das massas. Nos anos 30 do séc. XX, com a crescente popularidade da ideologia nazi e a ascensão de Adolf Hitler ao poder, o anti-semitismo converteu-se num instrumento nas mãos de um partido populista e mais tarde na política oficial do Terceiro Reich. A partir daqui, os judeus deixam de ter a possibilidade de fugir das perseguições, uma vez que a ideologia racista fechou estes Fig. 1 – Adolf Hitler

potenciais recursos aos judeus.

A nova conceção racista definia o povo alemão como a raça mais pura e refinada, enquanto os judeus constituíam uma sub-raça que pretendia distorcer as consideradas “corretas” hierarquias do mundo e defraudar a raça superior da sua posição de liderança e de domínio. Os alemães diziam que se os Judeus triunfassem sobre a raça ariana, estes conduziriam a Humanidade para a decadência e a degradação. Tudo isto reafirmou o poder de Hitler e dos seus seguidores, rebaixando cada vez mais o povo judeu. Com o objetivo de acabar com a raça judaica, os alemães anunciam uma guerra racial até às últimas consequências: “a solução final”. Com

a

constituição

da

República

de

Weimar

(república

estabelecida

na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial, em 1919, e que durou até ao início do regime nazi, em1933), em Novembro de 1918, inicia-se uma nova era para os judeus na Alemanha. Parecia que a emancipação dos Judeus tinha finalmente atingido a sua plena 4


realização. Todas as limitações e restrições que ainda existiam foram retiradas e os Judeus podiam participar em todos os aspectos da vida política, tendo também um papel decisivo na cultura, na economia e na ciência. Durante a República de Weimar continuou a atividade das organizações políticas, religiosas e sociais judaicas, sendo uma das mais importantes a “União dos Veteranos de Guerra Judeus” que representavam os direitos destes soldados. No início, participavam nesta organização judeus de diferentes orientações políticas mas, com o tempo, esta organização adotou uma ideologia nacionalista alemã. Com a chegada de Hitler ao poder, o nazismo começou a impor uma nova cultura política que se manifestou numa política de terror: aqueles que se opunham ao governo eram detidos e encarcerados em campos de concentração. Aproximadamente dois meses depois de tomar o poder, o partido nazi declarou um boicote económico contra o comércio dos judeus. Esta ideia era o sonho de muitos desde os tempos da República de Weimar, mas desta vez foi o próprio partido no poder e os órgãos do Estado que o organizaram. O boicote foi apresentado como uma resposta à "propaganda anti-alemã" que os judeus estavam, segundo os nazis, no mundo todo. No sábado, 1 de Abril de 1933, foram colocados guardas das S.A. à porta dos estabelecimentos comerciais dos judeus para proibir a entrada de alemães. Sem um limite de tempo, o boicote foi cancelado um dia depois principalmente por causa da falta de resposta por parte do público alemão e porque os círculos económicos receavam que esta medida trouxesse consequências económicas negativas.

5


A Noite de Cristal A Noite de Cristal é o nome dado ao pogrom (“ataque violento maciço a pessoas, com a destruição simultânea do seu ambiente (casas, negócios, centros religiosos). Historicamente, o termo tem sido usado para denominar atos em massa de violência, espontânea ou premeditada, contra judeus, protestantes, eslavos e outras minorias étnicas da Europa, porém é aplicável a outros casos, a envolver países e povos do mundo inteiro.”)1 que teve lugar em diversos locais da Alemanha e da Áustria na noite de 9 para 10 de Novembro de 1938 sob o domínio nazi ou Terceiro Reich. O pogrom foi justificado pelas autoridades alemãs como uma reação espontânea de violência em relação ao assassinato do terceiro secretário da embaixada alemã em Paris, Ernst Von Rath, um diplomata alemão em Paris. Fig. 2 – Ernst Von Rath

O atacante, Herschel Grynszpan, era um judeu polaco de 17 anos condenado múltiplas vezes à deportação da França, cujos pais tinham sido expulsos da Alemanha na semana anterior, tal como mais de 17 mil judeus polacos. Ao perceber o estado deplorável em que os pais se encontravam, numa terra entre a Polónia e a Alemanha, Grynszpan pretendeu marcar o seu protesto com este gesto desesperado. A pedido de Adolf Hitler, Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda, estimula os dirigentes do NSDAP (Partido

Fig. 3 – Herschel Grynszpan

Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido por Partido Nazi) e os SA (Sturmabteilung ou Tropas de Assalto) a atacarem os judeus. As ordens determinavam que os SA deviam estar vestidos à paisana, a fim que o movimento parecesse ser um movimento espontâneo de uma população furiosa contra os judeus. Os incêndios

1

Pogrom. (s.d.). Obtido em 16 de Outubro de 2015, de Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pogrom

Fig. 4 – Joseph Goebbels

6


também chocaram uma parte da população, mas não o facto de que os judeus tivessem sido atacados fisicamente.

Durante o ataque foram incendiadas e destruídas 267 sinagogas em todo o Reich e foram queimados e saqueados mais de 800 negócios de propriedade judaica. Os vidros partidos das sinagogas e dos negócios deram nome ao progrom daquela noite – A

Noite

de

Cristal.

Nesta

noite

foram

assassinados 91 judeus e na manhã seguinte, mais de 300.000 judeus alemães do sexo masculino foram presos pelo “crime” de serem judeus, e enviados a campos de concentração onde centenas

acabaram

por

morrer.

Algumas

mulheres judias também foram detidas e enviadas para prisões locais. Estabelecimentos comerciais

Fig. 5 – Ataque aos estabelecimentos comerciais

de propriedade de judeus não puderam ser reabertos, exceto os que passaram a ser gerenciados por não-judeus. Toques de recolher foram impostos, limitando as horas do dia em que os judeus podiam sair de suas casas.

O regime Nazi atribuiu aos judeus a responsabilidade destes acontecimentos obrigando Fig. 6 – Incêndio numa sinagoga as

organizações

judaicas

a

pagar

uma

“compensação” ao Estado no valor de mil milhões de marcos. As indemnizações foram confiscadas e os comerciantes judeus foram obrigados a limpar os vestígios da destruição para “restaurar o aspeto da rua”. A Noite de Cristal constituiu a finalização Fig. 7 – Ataque aos estabelecimentos comerciais de um período de segregação social, expropriação económica e incentivo à emigração judaica por meios supostamente constitucionais. O que aconteceu a seguir foi uma combinação deste 7


processo constitucional com uma violência brutal, manifestada principalmente através da intensidade e da frequência de atos caracterizados por uma crueldade sem precedentes. Após a “Noite de Cristal”, a vida dos adolescentes e crianças judaicas na Alemanha e na Áustria tornou-se ainda mais difícil: além de serem impedidos de entrar em museus, parques e piscinas, também foram expulsos das escolas públicas. Os jovens, assim como os seus pais, passaram a viver totalmente segregados naqueles países. Desesperados, muitos judeus cometeram suicídio. As famílias judaicas desesperadas tentaram sair da Alemanha e da Áustria.

8


Conclusão Neste trabalho abordei o tema “A Noite de Cristal”, que ocorreu na noite de 9 para 10 de Novembro de 1938 que consistiu em ataques violentos aos judeus com a destruição do seu ambiente (casas, lojas, centros religiosos), na Alemanha e na Áustria. Os vidros partidos das sinagogas e dos negócios deram nome ao progrom daquela noite – A Noite de Cristal. Aprendi com este trabalho que este terrível acontecimento histórico foi um marco importante na história mundial que deu origem ao maior genocídio de milhões de judeus. Este trabalho foi muito importante, porque adquiri conhecimentos e aprofundei uma época bastante relevante que é recordada como o maior extermínio étnico do século XX. Ao longo da pesquisa sobre este tema desenvolvi e aperfeiçoei competências de investigação, seleção e organização da informação.

9


Bibliografia 1938: O pogrom da "Noite dos Cristais". (s.d.). Obtido em 16 de Outubro de 2015, de DW: http://www.dw.com/pt/1938-o-pogrom-da-noite-dos-cristais/a-672173 A Noite dos Cristais. (s.d.). Obtido em 16 de Outubro de 2015, de Enciclopédia do Holocausto: http://www.ushmm.org/outreach/ptbr/article.php?ModuleId=10007697 A noite dos cristais. O que realmente ocorreu? (s.d.). Obtido em 16 de Outubro de 2015, de Radio Islam: https://www.radioislam.org/islam/portugues/revision/noite_cristais.htm Alemanha recorda 75 anos da "Noite de Cristal". (s.d.). Obtido em 16 de Outubro de 2015, de Diário de Notícias: http://www.dn.pt/globo/europa/interior/alemanha-recorda-75-anos-danoite-de-cristal-3524618.html Noite de Cristal. (s.d.). Obtido www.infopedia.pt/$noite-de-cristal

em 16 de Outubro

de 2015,

de Infopédia:

Noite de Cristal para lembrar o horror. (s.d.). Obtido em 16 de Outubro de 2015, de Euronews: http://pt.euronews.com/2013/11/09/noite-de-cristal-para-lembrar-o-horror/ Noite dos Cristais. (s.d.). Obtido em 16 de Outubro de 2015, de Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Noite_dos_cristais Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. (s.d.). Obtido em 16 de Outubro de 2015, de Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Nacional_Socialista_dos_Trabalhadores_Alem%C3%A 3es Pogrom. (s.d.). Obtido em 16 https://pt.wikipedia.org/wiki/Pogrom

de

Outubro

de

2015,

de

Wikipédia:

República de Weimar. (s.d.). Obtido em 16 de Outubro de 2015, de Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_de_Weimar Sturmabteilung. (s.d.). Obtido em 16 https://pt.wikipedia.org/wiki/Sturmabteilung

de

Outubro

de

2015,

de

Wikipédia:

10


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.