R.1#FIELD NOTES
FINISH YOUR BREAKFAST AND STAY FOR COLLAPSE
Salvador Dali - Still Life, Fast Moving
R.1#FIELD NOTES
FINISH YOUR BREAKFAST AND STAY FOR COLLAPSE
POST#1 R.1- O PAPEL DO DESIGN
Andr茅 da Loba - N贸madas Urbanos
Pretende-se que o designer seja capaz de enviar mensagens claras e pertinentes, exercendo, enquanto designer e cidadão, o papel de transformador social, catalisando a reacção de uma audiência muitas vezes adormecida.
POST#1 R.1- O PAPEL DO DESIGN Antes, o homem era selvagem. Com o tempo, e pelo uso da consciência e do pensamento afasta-se progressivamente de uma existência primitiva. Ao aproximar-se do universo racional o homem constrói uma série de objectos aos quais atribuí uma função e um significado. Posteriormente surgem linguagens, códigos através dos quais se desenvolve a comunicação entre a espécie humana. Desenvolvem-se comunidades, malha urbanas. Surgem ideias e pensamentos, quer individuais quer colectivos. A malha transforma-se numa grelha complexa. A inteligência passa a ser colectiva, distribuída por toda a parte em tempo real, o conhecimento está espalhado pela humanidade, na rede. Hoje em dia, não é possível assumir a existência de uma linguagem única, limitada a um conjunto de significados fixos (1). O desenvolvimento tecnológico e as mudanças sociais são os dois factores principais de mudança. Durante muitos anos, os designers dirigiram a sua comunicação a um público universal. Isto não acontece nos dias de hoje; A audiência para quem falamos é, neste momento, mais importante do que alguma vez o foi, e esta transformou-se. Não é possível falar para um todo da mesma forma quando o tecido humano se compõe da diversidade cultural e intelectual. É preciso mudar a forma como comunicamos e isso é tanto uma condicionante como uma vantagem e uma oportunidade. Sugere-se que se abandonem os campos tradicionais do design (gráfico, industrial, web, …) para que se exploram novos campos de trabalho nos quais o designer possa reflectir a sua influência e gerar um trabalho significativo e com valor. As questões do progresso não se prendem apenas com a história da humanidade mas também com a história de uma profissão (2). Vivemos hoje num mundo demasiado complexo, no qual o confronto com os problemas se torna cada vez mais complicado de percepcionar e isso pode precisamente ser o futuro de uma profissão; não se espera que se encontre uma solução-chave para os problemas contemporâneos mas sim
apontar um foco no caos. A verdade é que as transformações no campo do design, para melhor ou pior, são inegáveis. Penso que o primeiro passo, que será também o mais difícil é a tomada de consciência das possibilidades de um modo de exercer a profissão fora da rotina, no qual o designer faça uso da sua influência para difundir as mais pertinentes questões contemporâneas (3). Assumindo que o papel do designer não é neutral, este deve encontrar uma forma de se aproximar da comunidade, mostrando lhe novas possibilidades, sugerindo um ponto de vista, fazendo o público pensar, suscitando pensamentos e atitudes, facilitando a mudança. Pretende-se que o designer seja capaz de enviar mensagens claras e pertinentes, exercendo , enquanto designer e cidadão, o papel de transformador social, catalisando a reacção de uma audiência muitas vezes adormecida.
NOTAS // (1) One Voice -> Many Voices. Once it was possible to assume that there was one language (yours), one culture, one set of meanings. No.2, “mass communications”, which were based on that notion, have given way to targeted communications; broadcast shifs to narrowcast; one-to-many becomes many-to-one. And the visual and verbal language of the end user is almost certaily differet than yours. PULLMAN, CHRIS, Some Things Change in The Education of a Graphic Designer, (Allwoth Press, Second Edition, 2005) Ed. Steven Heller (2) Progress complicates for some as it simplifies for others. To be a professional designer in this enabled world, we must reinvent what it means to be a professional designer. Otherwise, we will be the frog in the water that reaches the boiling point so slowly that we don’t notice until it’s too late. HELLER, CHRIS (January 3, 2013.) WHERE DESIGN IS GOING, AND HOW TO BE THERE consultado em http://www.aiga.org/where-design-is-going -and-how-to-be-there/ (3)It’s easy to pass on these early directions as somewhat removed from professional design practice, and I think it will take some time before these approaches truly migrate into our day-to-day work for clients. But these changes may come sooner than we think, especially when considering the urgency of the times and the growing awareness in a number of industries, including health care and finance, of the business value associated with meaningful behavior change. FABRICANT, ROBERT; (Novembro de 2010); Design With Intent consultado em http://changeobserver. designobserver.com/feature/design-with
POST#2 SOBRE A EMIGRAÇÃO
Ao mesmo tempo que observamos um mundo desenvolvido e complexo, parecemos aproximar-nos cada vez mais de uma nova geração de nómadas que se desloca além fronteiras na procura de melhores condições de vida. E este aspecto é simples de entender: aquilo que temos hoje disponível no país de origem não é suficiente para que toda a “espécie” se alimente (neste caso, se empregue).
POST#2 SOBRE A EMIGRAÇÃO s. f. emigração (latim emigratio, -onis) 1. Acto ou efeito de emigrar. 2. Conjunto de pessoas que deixa o seu país ou a sua região para se estabelecerem noutro. A migração animal é um factor preponderante na sobrevivência de muitas espécies. Aparentemente, também o começa a ser para a sobrevivência (ou pelos menos para o bem estar) da espécie humana, pelos menos para parte da população portuguesa. Considera-se uma migração quando uma população (animal ou humana) se move de um lugar para outro, normalmente em busca de melhores condições de vida, seja em termos de alimentação, de temperatura, ou, no caso do ser humano, pela procura de um trabalho. Na sua fase nómada, o Homem não tinha ainda inventado a agricultura e caçava os animais que ingeria . A sobrevivência era difícil, e as suas movimentações prendiam-se com questões de sobrevivência muito directas – a procura de um lugar habitável e de comida que o pudesse manter vivo. Hoje em dia não é assim tão directo. A realidade com que nos deparamos hoje é complexa e mostra-nos uma mudança no panorama social. Ao mesmo tempo que observamos um mundo desenvolvido e complexo, parecemos aproximar-nos cada vez mais de uma nova geração de nómadas que se desloca além fronteiras na procura de melhores condições de vida. E este aspecto é simples de entender: aquilo que temos hoje disponível no país de origem não é suficiente para que toda a “espécie” se alimente (neste caso, se empregue). Este cenário torna-se particularmente assustador para os mais jovens (que se deparam com uma taxa de desemprego jovem de 40%), para quem o quadro de expectativas que vieram a
construir (e para o qual trabalharam) e a realidade não são compatíveis. Perante esta situação, que resulta muitas vezes em sentimentos de frustração e desilusão, a solução passa por construir uma carreira e um futuro fora do país. Existem dois tipo de migrações: temporárias, quando a população regressa ao seu lugar de origem, ou permanentes, quando a população se instala indefinidamente no novo espaço. Idealmente, se mais tarde muitos destes emigrantes regressarem ou investirem em Portugal, a economia do nosso país poderia beneficiar dos conhecimentos obtidos por estes no estrangeiro. Se isto não acontecer podemos estar perante uma situação de encolhimento demográfico e económico cada vez mais agudo. E isso pode ser um problema sem retorno. No entanto, antes de ver esta situação como um drama ou como um oportunidade é preciso aceitá-la como realidade. E se a nossa realidade nacional parece ter chegado a um impasse, esta pode ser a oportunidade de a confrontar com outras visões paralelas e dessa experiência retirar o melhor possível. Ao emigrar, um indivíduo adquire conhecimentos, que (provavelmente) não teria possibilidade de obter sem emigrar. Não falo apenas de conhecimentos académicos ou técnicos que poderiam ou não ser disponibilizados no nosso país mas sim da possibilidade de contactar com pessoas com outras perspectivas e realidades.
POST#3 UMA GERAÇÃO DE YMIGRANTES
Encontram-se assim num impasse, tendo de decidir entre um futuro profissional e o seu passado (onde se inclui o local onde cresceram, os costumes que conheceram, a família e os amigos). Emigram por não terem no seu país as condições que lhes permitam concretizar os seus anseios e seus conhecimentos, por não encontrarem soluções que preencham as expectativas que criaram em longos anos de aprendizagem e crescimento.
POST#3 UMA GERAÇÃO DE YMIGRANTES “Salvamos os bancos, mas corremos o risco de perder uma geração.” Martin Shulz, Presidente do Parlamento Europeu —– Mas afinal, que geração é esta? Quem são eles e o que é que os caracteriza? Uma rápida pesquisa online abre-nos o caminho para a descoberta de uma época. Permite-nos aceder a uma vasta lista de características que definem uma geração e conhecer um conjunto de pressupostos que nos permite compreendê-la com maior profundidade. Os nativos da geração, nascidos entre o início dos anos 80 e meio dá década de 90 são ambiciosos, multitaskers e exigentes. Querem ver resultados e querem vê-los de imediato. Afinal, sempre cumpriram aquilo que deles se esperava: Estudaram mais do que os pais e avôs, andaram em escolas de línguas e a arranham outros tantos conhecidos aprendidos em tutoriais da internet. Viajam muito e são, em geral, cultos. Dominam as novas tecnologias e adaptam-se rapidamente às inovações e a novas condições. Cresceram em conforto e prosperidade, numa infância que quase pode ser caracterizada como demasiado protegida. Formam uma das gerações mais bem preparadas de sempre. E, no entanto, são tantas vezes vistos como uma “geração perdida”’, preguiçosa (porque ainda vive com os pais) , falhada, “à rasca”. Assim está hoje, geração de talentos desempregados, desperdiçados pelo sistema e pelo mercado, mas com ambições. É curioso notar como uma geração com estas caraterísticas se molda nos contornos de uma problemática como a emigração, que é hoje um problema maioritariamente jovem. E a questão
que se coloca é a seguinte: teria este fenómeno acontecido da mesma maneira se estivéssemos a falar de uma outra geração? Como se tem vindo a repetir desde o início deste trabalho, a questão central tem a ver com o facto de não serem encontradas soluções que preenchem as expectativas criadas ao longo de anos de aprendizagem e de desenvolvimento. Para uma geração que se considera ambiciosa e em alto movimento, um mercado de trabalho estagnado, no qual se entra com dificuldade e no qual não existe muitas vezes a possibilidade de se avançar na carreira, combinado com um alta taxa de desemprego que deixa sem ocupação muitos destes jovens não parece ser compatível com a sua maneira de ser. Assim, tornase compreensível que estes procurem outros caminhos para o futuro, que passam mais pela realização pessoal do que pelo sucesso monetário ou pelo estatuto.
POST#4 UM FUTURO EM RISCO
é o nosso futuro que está em risco.
Encontram-se assim num impasse, tendo de decidir entre um futuro profissional e o seu passado (onde se inclui o local onde cresceram, os costumes que conheceram, a família e os amigos). Emigram por não terem no seu país as condições que lhes permitam concretizar os seus anseios e seus conhecimentos, por não encontrarem soluções que preencham as expectativas que criaram em longos anos de aprendizagem e crescimento.
POST#4 UM FUTURO EM RISCO “O futuro dos nossos filhos deve ser cá e não serem forçados a procurar emprego fora de portas e fora do seu país”, defendeu o ministro da Economia, citado pela Lusa. Sem me alongar sobre a credibilidade desta citação, considero que esta deveria ser uma premissa estabelecida e um ponto de trabalho essencial na agenda do governo. No entanto, a situação actual parece revelar um movimento inverso, existindo um desequilíbrio cada vez maior entre a oferta e a procura (de trabalhadores), principalmente na camada mais jovem da população. Desde 2002 que o desemprego e a sua duração têm vindo a aumentar de forma mais ou menos continuada, o que faz com que muitos interpretem esse aumento como estrutural. Com uma taxa de desemprego de 17,7 (o que representa aproximadamente 952 mil desempregados), brevemente chegaremos a um milhão de desempregados, um número verdadeiramente assustador se pensarmos que este corresponde a 1/10 da população portuguesa. A verdade é que nos ensinaram a sonhar e a lutar pelos nossos sonhos, disseram-nos que deveríamos estudar. Estudar para ter boas notas. Para que pudéssemos entrar num bom curso (preferencialmente à nossa escolha) onde deveríamos continuar a esforçar-nos pois nos abriria as portas para o mundo profissional. Acabando a sua formação, um jovem procurar integrar-se no mundo do trabalho, num processo muitas vezes de tentativa erro até conhecer o mercado e encontrar algo que se adapte às características pretendidas. Estas expectativas são por vezes demasiado altas na procura de algo que corresponda àquilo que ambiciona. Contudo, muitos jovens permanecem anos inseridos num sistema de rotação entre estágios ou então nem sequer chegam a entrar no mercado. Encontram-se assim num impasse, tendo
de decidir entre um futuro profissional e o seu passado (onde se inclui o local onde cresceram, os costumes que conheceram, a família e os amigos). Emigram por não terem no seu país as condições que lhes permitam concretizar os seus anseios e seus conhecimentos, por não encontrarem soluções que preencham as expectativas que criaram em longos anos de aprendizagem e crescimento. Será este, penso, o principal motivo da emigração em Portugal. O número de desempregados que anularam a sua inscrição nos centros de emprego por optarem pela emigração subiu para 24.689 em 2012, um número que representa um aumento de 48,9%. São números preocupantes, assim como é preocupante a percepção de que podemos estar perante a fuga da maior parte da população activa portuguesa, num país com gente cada vez mais envelhecida, realidade que uma pirâmide populacional invertida claramente ilustra.
POST#5 EMIGRAÇÃO COMO DESENRASQUE
Num mundo tão global e competitivo quanto o nosso, a falta de criatividade leva a inexistência ideias e soluções a circular, e não se potencia a inovação. A criatividade permite-nos avançar, a nós, indivíduos e a nós, como força colectiva de um país.
POST#5 EMIGRAÇÃO COMO DESENRASQUE A emigração é muitas vezes uma fuga à pobreza e à crise. Porém, isso não significa que os emigrantes sejam sempre os mais pobres dos pobres, nem que toda a migração tenha sempre origem na pobreza. Na realidade, a variedade das migrações é bastante maior do que geralmente se pensa. Aliás, isso é cada vez menos verdade na situação que observamos hoje em dia. Afinal, quem emigra? Quem são estas pessoas? Muitas delas são Portugueses. Portugal vive neste momento indubitavelmente um período de crise. A palavra crise é formada pelos caracteres que representam perigo e oportunidade. Perante uma situação complicada é importante reagir para que na luta contra uma força contrária surja algo. Os portugueses parecem gabar-se muitas vezes de ser mestres na arte do desenrasque e aparentemente demonstram algum engenho nisso. Mas, afinal, o que é o desenrasque? Quais as suas consequências?
Aplicado directamente ao tema sobre o qual me tenho debruçado ao longo deste semestre ultimamente temos assistido a algumas boas iniciativas que pretendem dar a conhecer ao mundo esta sua faceta de desenrasque e iniciativa. Destaco algumas: Portugueses pelo Mundo- Programa televisivo Portugueses pelo Mundo é uma série de televisão portuguesa, transmitida pela RTP1, que dá a conhecer a realidade de cidadãos portugueses que escolheram outro país para viver ao mesmo tempo que estes nos dão a conhecer a cidade e os costumes do lugar onde agora vivem. Pretende-se criar uma ligação à pátria e simultaneamente fomentar a integração entre culturas e indivíduos, mostrando as diferenças entre povos e culturas.
Grouuer- Plataforma/Rede Social O Grou é uma ave migratória que, tal como os portugueses, se aventura e cruza países à procura de novos horizontes. Retirando o nome a esta ave,o grouuer é uma plataforma online que facilita o contacto entre os portugueses espalhados pelo mundo, estabelecendo ligações pessoais e profissionais mais fortes e mais eficazes e abrindo novos horizontes e novas oportunidades.Pretende-se facilitar a criação de pontes entre os portugueses,quer vivam em Portugal ou noutro país do mundo, que partilham a mesma língua, a mesma cultura, a mesma memória colectiva de um povo que sempre ousou desafiar fronteiras. Manda-te – Plataforma online O Manda-te! pretende ser uma plataforma para a valorização pessoal e profissional. Tendo começado como uma referência em ofertas de trabalho no estrangeiro, o Manda-te começa ao mesmo tempo a divulgar outro tipo de informações que facilitem uma maior preparação aquando uma deslocação para outro país. Podemos ver respondidas questões tantas vezes colocadas sobre a política de trabalho num determinado local, sobre como preparar um currículo e/ou uma entrevista, ou mesmo como estabelecer uma rede de networking. Resumindo, Portugal é um país pequeno. E em parte, os portugueses são pequeninos lá fora. Mas desenrascam-se, procuram e esforçam-se (cada vez mais) para dar o melhor de si e do seu país. Em momentos de crise,como o que vivemos actualmente, a criatividade (e o desenrasque) são trunfos cada vez mais importantes. Num mundo tão global e competitivo quanto o nosso, a falta de criatividade leva a inexistência ideias e soluções a circular, e não se potencia a inovação. A criatividade permite-nos avançar, a nós, indivíduos e a nós, como força colectiva de um país.
POST#6 CONCLUSテグ
Com ele pretendi desvendar uma realidade que, apesar de estar já bem admitida, não tem ainda os seus contornos e consequências bem definidos. Procurei desvendar as suas facetas, os seus números, mas também os seus rostos, um rosto que pode ser o meu, o de muitos dos meus colegas, o rosto de toda uma geração altamente qualificada.
POST#6 CONCLUSÃO Escrevo este post quase em jeito de uma conclusão. A conclusão de um trabalho que se desenvolveu e evoluiu ao longo do semestre, mas também a conclusão de um ano, de um curso e de um de um percurso académico. Ao mesmo tempo que se conclui uma fase, inicia-se uma nova na qual pretendo encontrar o meu lugar e o meu foco enquanto designer que, como referi no inicio deste semestre, deverá ser o de catalisar a reacção de uma audiência muitas vezes adormecida. Foi o que procurei fazer com este trabalho, que tem como principal objectivo mostrar a realidade de uma problemática tão actual como aquela que é a da nova vaga de emigração portuguesa. Este é um tema que nos acompanha todos os dias, seja nos meios de comunicação social, nas conversas de café ou na lembrança de um amigo ou familiar que partiu. Com ele pretendi desvendar uma realidade que, apesar de estar já bem admitida, não tem ainda os seus contornos e consequências bem definidos. Procurei desvendar as suas facetas, os seus números, mas também os seus rostos, um rosto que pode ser o meu, o de muitos dos meus colegas, o rosto de toda uma geração altamente qualificada. E é isso que acaba por ser a principal característica deste movimento, aquilo que diferencia esta nova vaga de outras levas de emigrantes que partiram no passado (como a conhecida emigração dos anos 60). Hoje em dia emigram muitos jovens, rapazes e raparigas, já não é apenas o homem enquanto pai de família que emigra e envia remessas de dinheiro para Portugal. Também nisto há uma diferença, uma vez que agora não existe retorno monetário do investimento feito pelo país nestes jovens (muito maior do que aquele feito nos emigrantes dos anos 60, principalmente em termos de educação). São indivíduos jovens ou famílias no início da vida que pretendem começar a sua vida noutro local perante um leque de expectativas estagnadas.
Os jovens portugueses vêem-se, hoje, empurrados para fora do país que os formou e onde construíram perspectivas de futuro profissional e pessoal. Nos que partem, existe uma mudança na mentalidade social, acompanhada da tomada de consciência desta realidade. De certa forma, espero que este trabalho possa ajudar aqueles que cá estão, potenciais emigrantes, os familiares ou os amigos de emigrantes ou simplesmente quem possa estar interessado no assunto e queira compreender melhor esta questão.