IMAGINÁRIO URBANO
o imaginário das crianças em relação a cidade como instrumento de compreensão e diagnóstico do território. Escopo preliminar de projeto Aluna Sofia Olival Orientadora Maira Martins Machado 05.06.2017
foto: Hugo Carmo
sumário
i. tema e questão ii. metodologia como processo iii. estar no território / estar acima do território iv. considerações v. recorte vi. cronograma vii. bibliografia viii. citações
foto: Hugo Carmo
i. tema e questĂŁo
Começo aqui minha proposta de trabalho de con-
da, agora é ferramenta para se chegar a uma questão.
clusão de curso, com a consciência de que com essas palavras já dou início ao produto final deste trabalho,
A forma que encontrei então para unir a certeza de
que consiste em todo o processo pelo qual estou pas-
querer ir pra rua com a angústia de não ter apren-
sando desde o primeiro momento em que pensei de
dido muito bem como ir pra rua, foi ir pra rua e
que forma gostaria de finalizar minha graduação. E
entender o porque que isso me pareceu sempre
esse primeiro momento foi: Quero caminhar na rua.
tão importante, a partir das duas principais for-
Não sabia como, nem onde, mas sempre soube o quê.
mas de percepção do espaço no meu entendimento, o estar acima e o estar dentro do território.
Durante toda a minha formação acadêmica, o meu processo projetual sempre seguiu um caminho pare-
A partir de um mapa do google e muita pesquisa
cido. Iniciando a partir uma questão previamente co-
em guias, facebook, eventos, entre outras formas
locada pelas professoras e professores, também en-
de busca de espaços de entretenimento da cidade,
tendida como tema ou programa, passando por uma
criei um mapa próprio, sinalizando lugares públicos
análise de referências (normalmente internacionais)
de interesse que tinham alguma relação com cultu-
por meio de dados coletados em livros e internet, se-
ra, cidade e comunidade e fui caminhar pela região
guida de uma ou duas visitas ao terreno e seu entorno,
que possuía a maior concentração de “alfinetes”
também previamente escolhido, partindo então para
desse mapa. Acreditava que dessa forma poderia
o “projetar”, momento em que se reflete sobre tudo o
conhecer pessoas interessadas na questão do di-
que foi estudado e analisado e se sugere uma solução.
reito à cidade e criar uma rede de apoio para me ajudar a entender essa minha vontade de ir pra rua.
Claramente, a falta de complexidade no processo relatado acima é só uma forma de representar uma certa angústia da minha parte em relação à falta de tempo e incentivo dado ao conhecimento vivenciado do território, que como arquitetos urbanistas, temos o poder de transformar com um risco de caneta. Portanto, o meu trabalho parte de uma vontade de tentar reverter o processo ao qual estou habituada, removen-
Mapa criado no googlemaps com sinalização de possíveis locais de interesse.
do a questão do início do processo e jogando-a mais
Depois de andar bastante e frequentar muitos locais,
adiante. De problemática, vira resultado. E o diagnósti-
percebi que não eram conversas entre quatro pare-
co territorial que antes partia de uma questão coloca-
des com pessoas já engajadas no tema da cidade e
da cultura que poderiam me ajudar a resolver minha
do Rio de Janeiro, a partir do relato etnográfico de
questão e sim as pessoas que se encontravam entre
dois bairros da cidade. Para construí-lo, o grupo de
esse lugares, nos espaço da rua. Percebi que queria
pesquisadores defende a necessidade de ir além
me aprofundar mesmo nas ações espontâneas que
da materialidade dos espaços e dos processos que
ocorrem no espaço urbano, nas dinâmicas naturais
nele se desenvolvem, buscando a dimensão simbóli-
de encontros, trocas e conflitos e principalmente
ca que podem apresentar. A etnografia de um lugar
na relação corpo-espaço, a forma que os usuári-
seria equivalente a etnografia do que se passa nesse
os, ocupantes, atores e moradores interagem, per-
lugar e a rua, como microcosmos real de espaços e
cebem e se apropriam do espaço material da cidade.
relações, se constitui pela forma como é utilizada.
Nesse momento passei a prestar muito atenção nas pessoas e compreendi uma citação de Michel Agier
Essa noção do corpo em movimento, como com-
no livro Antropologia da cidade: lugares, situações,
plemento indispensável à noção de entendimen-
movimentos[1], quando ele propõe a reformulação
to de território que estive mais próxima durante
da questão, O que é a cidade? para O que faz a ci-
minha formação, a da cartografia, compreende
dade?, sugerindo que o estudioso sobre o espaço
então a minha metodologia de pesquisa sobre o
urbano deve compreender a cidade do ponto de
espaço urbano. Como recorte antropológico, par-
vista dos citadinos, por “sobre os ombros”, deslo-
to da resposta que considero pertinente para a
cando assim o olhar da cidade para as pessoas que
questão colocada por Agier: O que faz a cidade?
a vivem, sentem e experienciam. Segundo o autor, o ponto de vista do antropólogo sobre a cidade
Em relação a minha concepção de cidade ideal, es-
é “um conjunto de conhecimentos, sempre em
paço de formação e apresentação de diversidade,
desenvolvimento e transformação”, no qual ele dá
onde os direitos de todos são respeitados, minha
o nome de cidade bis, “ou seja, a cidade produzi-
resposta é que são crianças, mulheres, idosas e
da pelo antropólogo a partir do ponto de vista das
idosos, pessoas com dificuldade de locomoção e
práticas, relações e representações dos citadinos
minorias ocupando as ruas com segurança e liber-
que ele próprio observa diretamente e em situação”.
dade. Apesar de serem praticamente excluídas da discussão sobre políticas públicas no espaço ur-
Me apropriarei dessa concepção de antropologia
bano por não pertencerem ao grupo de tomadas
urbana, em conjunto com a apresentada pelo livro
de decisões da sociedade, a presença dessas pes-
Quando a rua vira casa: A apropriação de espaços de
soas, que percebem o espaço físico a partir de di-
uso coletivo em um centro de bairro[2], que discute
ferentes escalas, tempo de vivência e contexto nas
os processo de transformação das estruturas físicas
ruas, representa uma cidade para todas e todos e
por isso a compreensão das suas perspectivas em
mava ser território aberto, dominável e mapeável.”[4]
relação ao seus percursos e vivências é essencial para o trabalho da arquiteta e do arquiteto urbanista.
A observação de como as crianças percebem, utilizam e se movem nos espaços da cidade traz ele-
Para concluir e sintetizar um pouco mais a minha
mentos importantes que podem auxiliar e contribuir
temática de trabalho, faço mais uma reflexão re-
no planejamento e construção do espaço urbano.
ferente às minorias citadas acima e de suas per-
Apesar do papel imprescindível da criança como
cepções do espaço público urbano. Poderia esco-
indicadora de qualidade dos espaços urbanos, as
lher qualquer um desses ‘grupos’ sociais para focar
cidades são completamente pensadas, projetadas
em meu trabalho, e acredito que cada um deles
e construídas por adultos para adultos e a tomada
me levaria a uma direção distinta e igualmente im-
de decisões relativa aos espaços urbanos também.
portante no diagnóstico dessa esfera da cidade. Isso dito, o tema do meu trabalho final de graduação é
A infância é especialmente prejudi-
sobre intervenção no espaço urbano público, partin-
cada, entre todos os grupos e categorias sociais ex-
do da ideia da própria intervenção como metodolo-
cluídas (nomeadamente grupos étnicos, minoritári-
gia. Mais especificamente, consiste em um estudo
os, pobres, mulheres, pessoas idosas, etc), quer
sobre o imaginário das crianças em relação a cidade
pela relativa invisibilidade face às políticas públicas
- a partir da aplicação de metodologias de trabalho
e aos seus efeitos, quer por que é geralmente ex-
de campo - como instrumento de compreensão e di-
cluída do processo de decisão na vida coletiva.”[3]
agnóstico do espaço e futura intervenção urbanística.
Fernanda Regaldo traz uma reflexão interssantes sobre
a percepção da infância pela cidade: “O
pesquisador italiano Francesco Tonucci propõe uma imagem interessante para elaborarmos a relação atual das crianças com o ambiente urbano. Estaríamos vivendo uma fábula às avessas: se até há pouco tempo havia um papel desempenhado no imaginário infantil pelo bosque – por excelência, o lugar obscuro, indecifrável e impenetrável, em que se escondiam coisas e seres terríveis –, esse papel passa a ser desempenhado pela própria cidade, que costu-
foto: Hugo Carmo
ii. metodologia como processo
O discurso acerca da construção de uma meto-
as questões operacionais para levar a cabo o tra-
dologia está muito presente em qualquer processo
balho de campo"[6]. Em seguida, como proposta fi-
de pesquisa. Entende-se por metodologia o cami-
nal, se estabelecerá o trabalho de campo e por fim
nho do pensamento e a prática exercida na aborda-
uma intervenção no espaço urbano público, ainda
gem da realidade para se chegar a um fim. Fim esse,
como parte da metodologia, para então se che-
que nesse caso, é o início de toda a investigação.
gar a uma conclusão acerca da questão proposta.
por
Os métodos em questão são relacionados à práti-
um problema, com uma questão, com uma dúvi-
cas de compreensão do espaço urbano estudadas
da ou com uma pergunta, articuladas a conhe-
com mais ou menos intensidade durante a formação
cimentos anteriores, mas que também podem
acadêmica de qualquer profissional da área, com
demandar a criação de novos referenciais."
foco na necessidade de transição constante de posi-
"Toda
investigação
se
inicia
[5]
cionamento do observador-projetista durante o proA minha investigação se inicia a partir de um inte-
cesso projetual como caminho para entendimento
resse pessoal acerca da metodologia como pro-
de um todo. As posições consistem no estar acima do
cesso projetual. A construção de uma metodologia
território e no estar no território. Neste momento não
para se chegar a uma questão é a própria meto-
será discutida a noção de território e deve ser com-
dologia deste trabalho e também seu fim, não con-
preendida como o espaço socialmente construído.
sistindo, portanto, na comprovação de um ponto e sim na compreensão da função e importância dessa investigação na prática arquitetônica. A partir de uma pesquisa sobre métodos diversos de trabalho de campo, e da aplicação de alguns deles no âmbito de trabalho escolhido, pretendo recorrer sobre suas potencialidades e fragilidades como técnicas de compreensão do objeto a ser estudado.
Como ‘produto’ da proposta preliminar de trabalho, pretendo construir o meu projeto de investigação, "tempo dedicado a interrogar-nos preliminarmente sobre o objeto, os pressupostos, as teorias pertinentes, a metodologia apropriada e
iii. estar acima do territรณrio
foto: Hugo Carmo
iii. estar no territรณrio
atravessar
um território
abrir
um sendeiro
reconhecer
um lugar
descobrir
vocações
atribuir
valores estéticos
compreender
valores simbólicos
inventar
uma geografia
conceder
os topônimos
descer
um barranco uma mon-
subir
tanha
traçar
uma forma
desenhar
um ponto
pisotear
uma linha
habitar
um círculo
visitar
uma pedra
relatar
uma cidade
percorrer
um mapa
perceber
os sons
guiar
os odores
observar
os espinhos
escutar
os buracos
celebrar
os perigos
navegar
um deserto
cheirar
uma floresta
adentrar
um continente
encontrar
um arquipélago
hospedar
uma aventura
medir
um entulhamento
captar
alhures
povoar
sensações
construir
relações
achar
objetos
pegar
frases
não pegar
corpos
perseguir
pessoas
assediar
animais
entrar
num buraco
interagir
um engradado
escalar
um muro
pesquisar
um recinto
seguir
um instinto
deixar
um trilho
não deixar
rastos
caminhar
orientar-se
perder-se
errar
imergir-se
vagar
penetrar
ir adiante
As palavras elencadas na página passada são ações propostas por Francisco Careri, no livro Walkscapes, o caminhar como prática estética[8], que podem ser lidas e realizadas combinando a vontade as palavras das três colunas. Sua importância para este trabalho está no entendimento de que essas ações podem ser relacionadas tanto ao ato de cartografar quanto ao ato de caminhar como forma de construir e transformar paisagem. Pretendo discutir a articulação entre esses dois métodos, a partir da compilação de algumas produções existentes que considero compatíveis com o trabalho, procurando relacionar ação, função e elementos presentes em cada uma delas.Com isso, procuro criar ao longo do ano um panorama desses projetos de colaboração entre a cartografia e o caminhar e o espaço urbano, onde devo basear a construção da minha metodologia.
“A forma mais simples de carta geográfica não é a que hoje se nos mostra como a mais natural, isto é, o mapa que representa a superfície do solo vista por um observador extraterrestre. A primeira necessidade de fixar os lugares na carta está ligada à viagem: é o lembrete da sucessão das etapas, o traçado de um percurso... A necessidade de compreender numa imagem a dimensão do tempo juntamente com a do espaço está na origem da cartografia. Tempo como história do passado [...] e tempo ao futuro: como presença de obstáculos que se encontram na viagem; e aqui o tempo atmosférico se ajusta ao tempo cronológico... Em suma, a carta geográfica, embora estática, pressupõe uma ideia narrativa, está concebida em função de um itinerário, é odisseia..” [7]
os espaços do ir A história das origens da humanidade está intrinsecamente ligada à história do caminhar. A divisão da humanidade entre dois modos de habitar a Terra: os nômades e os sedentários, correspondem a duas modalidades de construção do espaço, sendo a primeira a simbólica e a segunda, a construção física. O Mapa de Bedolina, cravado numa rocha em Val Camonica, na Itália, é datado
de cerca de
10.000 a.C. e retrata o cotidiano de um vilare-
Figura disponível em http://topa-tank.tumblr.com/post/78201232603/ urbain-bedolina-map-iron-age-valcamonica.
MAPA: Sistema de percursos e atividades AÇÃO: Caminhar pelo espaço vazio ainda não ma-
jo paleolítico. A partir de um sistema de cone-
peado
xões e percursos, o mapa demonstra a dinâmi-
FUNÇÃO: Construção simbólica da paisagem
ca
da
vida
de
seus
“habitantes”,
repre-
sentando a cidade como o próprio percurso.
ELEMENTOS: Pontos, linhas, superfícies e desenhos
“A presença física do homem num espaço não mapeado - e o variar das percepções que daí ele recebe ao atravessá-lo é uma forma de de transformação da paisagem que, embora não deixe sinais tangíveis, modifica culturalmente o significado do espaço, e consequentemente, o espaço em si, transformando-o em lugar”[8]
Figura disponível em http://topa-tank.tumblr.com/ post/78201232603/urbain-bedolina-map-iron-age-valcamonica.
o
w a l k a b o u t
Walkbout é uma forma de mapeamento do continente criado pelas populações aborígenes da Austrália, que traduz todos os elementos do espaço, como montanhas, árvores e rios em cantos, escrevendo assim uma história de suas origens. Cada percurso é um canto e cada canto é uma história, passada de geração em geração, que descrevem o espaço ao longo do tempo como um guia cantado. AÇÃO: Caminhar, descrever e contar histórias FUNÇÃO: Mapeamento do continente a partir da construção de uma história das origens da humanidade, de forma a conectar tempo e espaço, sempre reconectando seus habitantes a mitologia ancestral. ELEMENTOS: Sons, linhas, pontos e setas. Vias de canto da região da língua Warlpiri, Austrália, 2000 d.C.
Figura disponível em http://tpv-escape.blogspot.com.br/2010/05/walkabout.html
"O barro desprendeu-se das suas pernas como a placenta se solta de um recém-nascido. Então, como num primeiro vagido, cada antepassado abriu a boca e gritou: 'Eu sou!'. E esse primeiro 'Eu sou!', esse primordial dar nome, foi considerado, desde então e para sempre, o dístico mais sagrado do Canto do Antepassado. Todo homem do tempo antigo deu um passo com o pé esquerdo e gritou um segundo nome. Deu um passo com o pé direito e gritou o terceiro nome. Deu nome ao poço, aos canaviais, aos eucaliptos: voltou-se à direita e à esquerda, chamou todas as coisas à vida e com os seus nomes teceu versos. Os homens do tempo antigo percorreram todo o mundo cantando; cantaram os rios e as cadeias de montanhas, as salinas e as dunas de areia. [...] Envolveram todo o mundo numa rede de canto; por fim, […], sentiram-se cansados […]"[9]
situacionistas A internacional situacionista foi um movimento revolucionário anti-capitalista, formada em uma conferência na itália em 1957, que convidava todos a perder-se na cidade. Os dois mapas abaixo, The Naked City e Guide psychogéographique de Paris, de Guy Debord, são um convite a realização da experiência subjetiva no contexto urbano como forma de reapropriação do território. Considerando a cidade como espaço lúdico de experimentação coletiva, propõe-se investigar os efeitos psíquicos do espaço urbano sobre as pessoas.
Os mapas representam fragmentos de Paris isolados, conectados somente por setas, que demonstram todas as derivas possíveis entre essas “ilhas”. Esse convite ao jogo, objetivava contestar o bem-estar mostrado na propaganda burguesa capitalista, que se reduzia a construção de casa confortáveis e caminhos bem organizados, e discutir o espaço da circulação como espaço prazer e aventura. Há um elemento de liberdade na possibilidade de se perder, ligado à possibilidade de se orientar, ou seja, de se estabelecer com o território uma relação de desenvoltura e reconhecimento.
Guy Debord. The Naked City, 1957
Figura disponível em https://paulwalshphotographyblog.wordpress.com/2013/07/08/the-nakedcity/. Consultado em 03.07.17
“Os bairros descontextualizados são continentes à deriva dentro de um espaço líquido, são terrenos passionais que vagam atraindo-se e rechaçando-se
Guy Debord. Guide psychogéographique de Paris, 1957
Figura disponível em http://imaginarymuseum.org/LPG/Mapsitu1.htm. Consultado em 03.07.17
MAPA: Guia psicogeográfico AÇÃO: Deriva urbana
reciprocamente por meio do contínuo produzir de tensões afetivas desorientadas.“[10]
FUNÇÃO: Reapropriação do território, construção de aventuras dentro do contexto urbano, tranformado a cidade num jogo ELEMENTOS: Fragmentos de território e setas.
c o l e t i v o s De acordo com os Iconoclasistas, grupo argentino que trabalha com o mapeamento coletivo itinerante, investigação colaborativa, cartografias críticas e recursos gráficos activistas de código aberto, a elaboração coletiva de um mapa é um processo de criação que subverte o lugar de enunciação para desafiar os relatos dominantes sobre o território, a partir dos saberes e experiências cotidianas. Ou seja, o mapeamento coletivo tem como intenção o debate sobre o direito ao urbano, e como princípio a participação e colab-
AÇÃO: Construção coletiva acerca de certa problemática do espaço, a partir de relatos, percepções. FUNÇÃO: Elaborar relatos coletivos em torno de um meio comum, de forma a montar uma platafor-
oração dos “proprietários naturais dos bairros”, aque-
ma que viabiliza encontros e consensos sem excluir
les que ocupam os espaços públicos e dessa forma
as diversidades
fazem a cidade, permitindo nos localizar no espaço, e ter noção de nossa situação a fim de confrontá-la.
ELEMENTOS: Variados tipos de linguagem como desenhos, escritas, colagens, ícones, pictografia.
Produção cartográfica resultante de oficina de mapeamento coletivo que descreve a situação do bairro, ambientalmente e de trabalho próximo ao aterro sanitário localizado sobre o caminho de Buen Ayre, em San Martín. Figura disponível emhttp://www.iconoclasistas.net/jose-leon-suarez-argentina/. Consultado em 03.07.17
m o v i m e n t o MAPA: Espacialização da praça durante a festa do Boi e materialização da dança realizada na festa pelos próprios dançarinos do grupo. AÇÃO: Estudo aprofundado do local e realização de processo manual análogo ao do ocorrido para as festas populares. FUNÇÃO: Retomar técnicas de produção manual lúdica e coletiva e representar o movimento no espaço. ELEMENTOS: Cores, tintas, texturas, corpo. Mapas criados para um estudo da pesquisadora Flora Belotti, acerca da festa popular do boi do ponto de vista arquitetônico, a partir do entendimento da rua e a cidade como um cenário, e do urbanismo e a arquitetura como modos de interferir nesse cenário. O resultado da pesquisa se deu forma de um mapeamento gráfico da festa, propostas visuais de registro e apresentação das dinâmicas urbanas presentes, buscando mostrar formas de apropriação de espaço público. Mapeamento gráfico representante da espacialização da festa na praça,com a preocupação de se utilizar de métodos de produção que se aproximasse das técnicas de manuais de confecção das fantasias e organização da festa. Mapa da movimentação da dança no espaço, sendo cada cor um personagem diferente na roda do boi. Esse mapa partiu de uma vontade da pesquisadora de encontrar maneiras de representar o movimento da dança no espaço e mostrar a mudança de percepção causada nas pessoas a partir da movimentação.
Todas as figuras desta páginas disponíveis emhttps://mapografiasurbanas.wordpress.com/pesquisa-2/festa-do-boi-morro-do-querosene/. Consultado em 03.07.17
i n s t a n t â n e o A campanha Calçada Cilada é uma campanha de mapeamento colaborativo online que tem como objetivo mapear as calçadas em mau estado pela cidade. A campanha funciona por meio de um aplicativo , onde
o usuário divulga a foto
do prob-
lema e o local onde ela foi tirada. Para participar, o usuário pode recorrer a fotos e rápidas avaliações acerca da situação das vias públicas. Cada foto é mostrada então em um base cartográfica de georreferenciamento, no
qual to-
dos os usuários tem acesso e podem inclusive apoiar a causa colocada por outra pessoa. Essa campanha é só uma das frentes do aplicativo, que na verdade, recebe fotos de quaisquer defeitos e irregularidades em relação as cidades. O objetivo é mobilizar pessoas e cidades em todo Brasil, colocando em pauta a questão da qualidade das calçadas e de todo o ambiente urbano e seu impacto na saúde, segurança e mobilidade de seus cidadãos; e
obter
um
levantamento
de
dados
so-
bre essas condições para gerar pressão nos órgãos
públicos
conta
da
e
privados
manutenção
que
tomam
desses
locais.
AÇÃO: Caminhadas pela cidade FUNÇÃO: Levantamento de dados e mapeamento de problemáticas a fim de chamar atenção para elas e também de confrontá-las. ELEMENTOS: Base cartográfica georreferencial e smart phone. Capturas de tela do aplicativo.
foto: Hugo Carmo
iv. considerações metodológicas
“Perder-se significa que entre nós e o espaço não existe somente uma relação de domínio, de controle por parte do sujeito, mas também a possibilidade de o espaço nos dominar. São momentos da vida em que aprendemos a aprender do espaço que nos circunda [...] já não somos capazes de atribuir um valor, um significado à possibilidade de perder-nos. Modificar lugares, confrontar-se com mundos diversos, ser forçados a recriar continuamente os pontos de referência é regenerante em nível psíquico, mas hoje ninguém aconselha uma tal experiência. Nas culturas primitivas, pelo contrário, se alguém não se perdia, não se tornava grande. E esse percurso era brandido no deserto, na floresta; os lugares eram uma espécie de máquina através da qual se adquiriam outros estados de consciência. “ [11]
Tenho consciência da enorme gama de possibili-
e locais de chegada de acordo com a intenção do
dades que a linguagem da cartografia aliada a expe-
poder dominante. Aqui ela se mostra como um im-
rimentação do espaço promove, e é essa diversidade
portante instrumento de localização, transformação,
que tentei mostrar minimamente no capítulo anteri-
identificação, e de compreensão sistemática do ter-
or, a fim de justificar o meu caminho em busca da me
ritório, facilitando sua abordagem e problematização
todologia do trabalho. Cada um dos trabalhos, ide-
pela possibilidade de elevar-nos sobre ele e, dessa
ologias ou projetos insiste na importância da apro-
forma, estabelecer uma relação de pertencimento.
priação do espaço pelas pessoas, seja pelo percurso, pelo movimento, pelas histórias e relatos coletivos
Tentarei agora relacionar alguns elementos presentes
ou individuais, pela linguagem visual ou simples-
nas produções analisadas com a construção do meu
mente pela identificação de coisas na paisagem.
projeto de investigação com a infância, que parte do
Este catálogo de formas de mapeamento está em
princípio da colaboração integral das crianças a partir
construção e continuará assim até o final desse proje-
da utilização de técnicas em que elas possam expres-
to, sendo sempre atualizado, juntamente com a justi-
sar as suas idéias e representações à sua maneira.
ficativa de suas escolhas para o processo da pesquisa. PERCURSOS: Cada vez mais o brincar ao ar livre está O ponto em comum de todas as produções é a pre-
sendo substituído pelo brincar em espaços interiores
sença do corpo atuando no espaço, como forma de
cobertos e fechados, e as ruas como local de socia-
produção de trajetórias narrativas sobre o território e
bilidade e estar passam a desempenhar a função de
do cartografia a partir da experiência. O corpo em
uma ponte de ligação entre um espaço fechado e
movimento informa muito sobre o ambiente ma-
outro, fazendo com as crianças percam a noção de
terial e social em que está inserido, o que me con-
espaço público como local de encontros, trocas e
vence ainda mais do trabalho com as crianças que,
diversidade. Considerando essa presença quase ex-
brincando com a cidade, abstraem as formas dos
clusiva da criança no espaço público aos percursos,
objetos atribuindo-lhes novas funções e significados,
(quando vão de um lugar a outro) pretendo anali-
subvertendo a lógica espacial criada pelos adultos
sar seus comportamentos durantes esse momentos
e mostrando outras cidades possíveis através de in-
de transição e trazê-lo à tona para as crianças com o
úmeras possibilidades de construí- la e reconstruí-la.[12]
objetivo de fazê-los perceber a importância de suas percepções e sensações acerca dos elementos mate-
Essa habilidade das crianças de transformar a par-
riais, pessoas, marcos que o cercam, como criador de
tir do perceber, analisar, sentir, imaginar e fazer
referencial urbano.As crianças são perspicazes e andam
será o principal objeto desse estudo, tendo como
pelas ruas com os olhos atentos a todos os detalhes
base, método e produtos, a ferramenta cartográfica.
da cidade, porém seu tempo de observação é limitado a espera dos semáforos ou da passagem de carros.
A cartografia que estou pesquisando, imaginando e
construindo, reage com os modos operacionais “ofi-
Para que a criança adquira inde-
cias” de mapeamento que supõem uma forma de or-
pendência de mobilidade/autonomia, ela precisa vi-
denamento territorial e demarca fronteiras percursos
ver
e
ver
a
cidade, precisa
habitar
os
es-
paços públicos com segurança e autonomia,
controlado e vigiado do lar cede terreno à rua, à
bem
praça, ao bairro. Aí começa a cidade e com ela o
como
participar
da
vida
da
cidade.”[13]
variadíssimo leque de contatos, relações, espetácuHISTÓRIAS:
Resgatar,
construir
e
imagi-
los e equipamentos que podem satisfazer os mais
nar outras possibilidades do espaço urbano.
ousados e fantasiosos sonhos de lazer e diversão.[14]
Outros referenciais acerca de um mesmo assun-
to sempre nos fazem refletir sobre novas possibi-
CONSTRUÇÃO COLETIVA: Importante para a noção
lidades e isso ocorre também com as histórias. A
de comunidade, de consideração do outro no es-
presença da história na infância é essencial para a
paço urbano e de percepção dos elementos em co-
criação do imaginário da criança, que tem seus va-
mum dos nossos cotidianos, dos desejos, frustrações
lores, ideais e opiniões em constante reformulação
e vontades de cada um e do coletivo, a fim de ima-
pelas coisas que ouve, vê e sente. Pretende-se por
ginar uma cidade para todos. Construção de uma
essa atividade a construção de uma história coletiva
linguagem visual em comum, inteligível por todos.
sobre seus bairros, a partir dos relatos de seus familiares que viveram momentos diferentes daquele
MOVIMENTO: Proposição de atividades que pro-
mesmo lugar, pelo que as crianças acreditam vi-
curem representar essa necessidade de mov-
ver agora e pelo que fantasiam que poderia ser.
imentação na vida de qualquer criança. Perceber como as cidades estão caminhando na
DERIVAS URBANAS E AS AVENTURAS: A cidade, para
direção da repressão ao movimento livre das cri-
a infância, não pode ser apenas um local de passagem
anças e pensar sobre como poderiam caminhar
entre lugares, ela deve ser considerada como fonte
em outro sentido. Pensar sobre linguagens de
de risco, descobrimento e aprendizado. A rua, não
representação do movimento.
como acesso mas como próprio espaço, representa
encontros, trajetórias cruzadas, vigilância, confianças,
atos públicos, e pode ser mais ou menos agradável,
é importante para o seu desenvolvimento físico (cor-
em função da diversidade de usos que dela se fazem.
rer, saltar, jogar), intelectual (estimular a imaginação) e
Ainda levando em consideração os percursos entre
social (como lugar de encontro e das relações sociais),
espaços fechados como uso praticamente exclusivo
por isso, “temos que aceitar que os espaços aptos para
do espaço público pelas crianças, surge a ideia do
o jogo e brincadeira são os espaços verdadeiros da ci-
convite ao “perder-se”, a utilização dos espaços de
dade: escadas, pátios, jardins, praças, as ruas, os mon-
transição com outras intenções, trazendo a ideia da
umentos. Os espaços que usam todos os cidadãos”.[15]
“O contato das crianças com a cidade
experimentação e da cidade como universo de infinitas possibilidades, ainda mais no imaginário da
CULTURA: Refletir sobre os elementos culturais pre-
infância.
sentes no seu bairro como construção de identidade
Para além da cerca do quintal, do
e como eles refletem no dia a dia das crianças. Ima-
muro da casa, do portão do jardim e da grade do
ginar formas de resgatar processos e vivências que
parquinho, começa um universo de mil formas, pos-
estão se perdendo com o tempo e também como re-
sibilidades espaços e acontecimentos. O espaço
presentar os novos processos que estão aparecendo.
IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMÁTICAS: Problema-
dos mutirões e da participação dos “excluídos” da
tizar as questões urbanas a partir da percepção das
discussão sobre o espaço público como forma de
crianças e mapeá-las como forma de confrontá-la.
mudança, têm surgido pelo mundo todo e isso deve
Entender quais são os problemas da cidade do
muito às ferramentas de georeferenciamento on-
ponto de vista das crianças. Dar visibilidade às suas
line e as redes sociais de comunicação, que unem
formas próprias de participação, manifestação, ex-
pessoas e objetivos em comum em locais diversos
pressão e ação com e no espaço urbano.
pelas cidades, além de informar sobre os lugares, rotas e qualquer outro dado necessário para pos-
Essas e outros quesitos serão contemplados por
sibilitar a presença das pessoas nos eventos cola-
atividades coletivas e individuais, sempre partindo
borativos. No entanto, a diversidade de informações
de uma aproximação e explicação, além dos resul-
presentes na internet é tanta que no meio de tan-
tados em forma de linguagem visual, materializa-
tas possibilidades, é mais fácil ficar em casa mes-
da, em todo momento buscando essa articulação
mo, pesquisando mais encontros. Comunidades
entre o estar acima e o estar no território. Os pro-
online também acabam restringindo o público
dutos serão expostos em um grande mapa base
que não faz parte de determinados grupos ou sim-
do bairro de forma a criar uma linhagem temporal
plesmente que não está conectado. Walter Benja-
de todo o processo e também físico, criando uma
min questiona: No mundo online, onde todos po-
grande rede de conhecimentos sobre a região.
dem falar de uma vez só, tem alguém escutando?
Em paralelo será disposto um outro mapa base
É importante que as iniciativas que buscam
para a criação de um mapa sensorial da região, que
demonstrar a possibilidade de potencial de mu-
pode ser atualizado a qualquer momento por quem
danças dos espaços públicos pratiquem suas ati-
quiser. Anteriormente serão combinadas as legen-
vidades no próprio espaço público. A intervenção
das desses mapas com base na vivência cotidiana
na rua muda a percepção das pessoas sob local e
das crianças. O mapa sensorial permite uma apro-
dá a chance de todos conhecerem, participarem
ximação entre a cartografia e a vivência, trazendo os
e antes de tudo, tenham vontade de fazer parte.
sentidos do corpo como a própria ferramenta de elaboração e também de leitura posterior do mapa. Se utilizando de texturas, cores, ícones entre outros materiais, esse mapa deve dar uma ideia geral da empatia da cidade para com as pessoas, por meio das sensações gerada pela escolha dos materiais. Além disso, outro quesito importante na minha estratégia metodológica é de promover as atividades sempre que possível no espaço público. Cada vez mais organizações e coletivos que trabalham em prol da ativação dos espaços, da mobilidade a pé,
v. recorte
foto: Hugo Carmo
todas as fotos retiradas do google earth
todas as fotos retiradas do googlestreetview
O recorte físico da minha pesquisa é a favela de Para-
que negam o espaço público e intimidam qualquer
isópolis, na zona Sul da cidade de São Paulo, com
pedestre. Esse grande contraste entre a comunidade
população estimada em 43 (IBGE, 2010), 55 (SEHAB,
e seu entorno acaba os distanciando, e isolando Para-
2011) e 100 mil habitantes (União de moradores e
isópolis como uma cidade dentro de outra cidade.
comércio de Paraisópolis), o que a torna a segunda maior favela do município, e a oitava maior do país.
Essa propriedade de cidade também se encontra na multiplicidade de serviços (no sentido de comér-
A partir dessa última estimativa, Paraisópolis tem
cios e não necessidades básica) e pessoas de todas
quantidade superior ou equivalente de moradores
as gerações. Todas as crianças que frequentam a
à maior parte dos municípios do Estado de São
ong moram, estudam e realizam todas as suas ativ-
Paulo, além da densidade que chega a 490hab/ha.
idades no bairro, e em sua maioria, tem muitos familiares que também são moradores. Isso gera um
A escolha desse local foi feita por ser o bairro de
dinamismo físico e urbano, que faz com que estudar
uma organização não-governamental que frequen-
Paraisópolis seja como estudar uma cidade, com po-
to como voluntária há 10 anos, cujo objetivo é pro-
tencialidades, problemáticas e conflitos semelhantes.
porcionar às crianças do bairro um espaço onde
Pode-se dizer também que já é um assen-
possam ler, brincar e fazer parte de outras ativi-
ta- mento informal consolidado, no que se diz
dades no contraturno da escola. Apesar de existir
respeito às técnicas de construção das casas e ao
a impressão de que as crianças moradoras de co-
caráter permanente do bairro, que carrega muitas
munidades brincam muito mais na rua do que as
histórias em relação ao seu espaço físico e social.
da cidade dita “formal”, essa atividade não é muito frequente na região, tanto pela presença do tráfico,
Todos
esse
quanto pela falta de espaço, que tem que ser divi-
para
dido com carros, motos, entulhos e muitas pessoas.
aos espaços da criança no contexto urbano.
uma
fatores pesquisa
combinados, interessante
contribuem em
relação
Por outro lado, a sua presença nas ruas caminhando ou sentadas na frente de suas casas é muito significante
Como será mostrado posterioremente no crono-
e mostra um grande constraste com a cidade formal
grama do trabalho, vou iniciar minha pesquisa a par-
nesse quesito.Isso pode ser visto com um pequeno pas-
tir de caminhadas, entrevistas e conversas com mora-
seio pelo google street view, como mostrado ao lado.
dores adultos, a fim de criar um primeiro panorama do contexto físico e social que me encontro, basea-
A procura intensa de pais por espaços como
do em alguns aspectos como a questão urbana, os
essa ong, retrata uma necessidade por abri-
pontos e personagens de interesse, as histórias de
go e segurança fora de casa e consequen-
moradores já mais antigos do bairro e também a fim
temente
bairro.
de criar confiança e compreender melhor os espaços.
Além disso, Paraisópolis está encravada no meio do
O última parte do diário de campo desse seme-
bairro mais rico de São Paulo e também o mais seg-
stre seria a partir da observação das crianças na
regado no que diz respeito a apropriação do espaço
rua , para ai sim partir para o trabalho de cam-
urbano. o bairro do Morumbi é o cartão postal da São
po tendo elas próprias como pesquisadoras.
a
deficiência
desses
no
Paulo como cidade dos muros, repleta de fortalezas
RELEITURA: _ Walkscapes (Cap I, II, IV), Francisco Careri
ESCRITAS: _ Diário de campo: Primeiras impressões _ Caderno geral
PRODUTOS: _Cronograma por semana até a banca _Mapa Nolli de Paraisópolis (com ruas) impresso em A0 e colado na cortiça _Texto explicativo do trabalho para enviar a alguns envolvidos _Caderno com escopo da proposta preliminar
LEITURA: _ Walking and Mapping (Cap 6 a 9), Karen O’Rourke _ Tese “Na cidade com crianças - uma etnografia espacializada”, Samy Lansky
LEITURA: _ A invenção do cotidiano, Michel de Certeau _ Artigo: “As crianças e a etnografia: Criatividade e imaginação na pesquisa de campo com crianças”, Emilene Leite de Sousa
PRÁTICAS: _ Caminhadas pelo bairro com foco nos pontos de interesse
PRODUTOS: _Topografia Paraisópolis com as ruas gravadas _Encadernação do caderno do Diário de campo _ Primeira parte do diário de bordo: Conxtetualização do bairro _Atualização do mapa PRÁTICAS: _ Entrevistas com moradores _ Caminhadas com eles pelo bairro ESCRITAS: _ Diário de campo: Contextualização do bairro. _ Caderno geral
LEITURA: _ Walking and Mapping (Cap 1 a 5), Karen O’Rourke _ Space, the City and Social Theory, Fran Tonkiss (Cap 6 “Spatial Stories: Subjectivity in the City”) PRODUTOS: _ Segunda parte do diário de campo: Primeiras impressões _ Atualização do mapa PRÁTICAS: _ Caminhadas pelo bairro com foco na questão urbana
vi. cronograma
PRODUTOS: _ Terceira parte do diário de campo: Pontos de interesse e personagens _ Atualização do mapa
ESCRITAS: _ Diário de campo: Pontos e personagens de interesse _ Caderno geral
LEITURA: _ “Contexto de desenvolvimento e a percepção espacial das crianças”, Ruy Krebs _ Capitulo 8 do livro - Topofilia: um estudo de percepção, atitudes e valores do meio ambiente. TUAN, Yi-Fu. _ “Manual de mapeo colectivo: Recursos cartográficos críticos para procesos territoriales de creación colaborativa”, Iconoclasistas PRODUTOS: _ Documento reunindo métodos de trabalho com crianças _ Cronograma de atividades com as crianças para próximo semestre _ Quarta parte do diário de bordo: Crianças nas ruas _ Apresentação seminário: Mapa sintetizando as caminhadas e diário de bordo + Metodologia para o trabalho com as crianças PRÁTICAS: _ Caminhadas pelo bairro com foco nas crianças ESCRITAS: _ Diário de campo: Crianças na rua _ Caderno geral
CARERI, Francesco. Walkscapes. O caminhar como prática estética. São Paulo: Ed. Gustavo Gilli, 2013 FERREIRA DOS SANTOS, Carlos Nelson e VOGEL, Arno. Quando a rua vira casa: A apropriação de espaços de uso coletivo em um centro de bairro. 3ª ed. São Paulo: Projeto, 1985. CALDEIRA, Teresa P. do Rio. 2000. Cidade de Muros: Crime, Segregação e Cidadania em São Paulo. São Paulo: Editora 34/Edusp. 399 pp. DE CERTEAU, M. A invenção do cotidiano: 1. Artes do fazer. Ed. Vozes, 1999 O’ROURKE, K. Walking and Mapping: Artist as cartographers. The MIT Press, 2013. RISLER, Julia e ARES, Pablo. Manual de mapeo colectivo: Recursos cartográficos críticos para procesos territoriales de creación colaborativa. 1ª ed. Buenos Aires: Tinta Limón, 2013. BRETTAS, Nayana. A Cidade (Re)Criada pelo Imaginário e Cultura Lúdica das Crianças: Um Estudo em Sociologia da Infância. 2009
[1] AGIER, Michel. Antropologia da Cidade: Lugares, Situações, Movimentos. São Paulo, Editora Terceiro Nome, 2011 [2] FERREIRA DOS SANTOS, Carlos Nelson e VOGEL, Arno. Quando a rua vira casa: A apropriação de espaços de uso coletivo em um centro de bairro. 3ª ed. São Paulo: Projeto, 1985. [3] Sarmento; Fernandes; Tomás; 2008 [4] REGALDO, Fernanda. Devagar: crianças. PISEAGRAMA, Belo Horizonte, número 07, página 08 - 13, 2015. [5], [6] MINAYO, M. C. S.; DESLANDES, S. F . Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2007. [7] CALVINO, Italo. Il viandante nella mappa. Milão. Garzanti. 1984 [8] CARERI, Francesco. Walkscapes. O caminhar como prática estética. São Paulo: Ed. Gustavo Gilli, 2013 [9] CHATWIN, Bruce. The Songlines. Nova York. Viking. 1987 [10] CARERI, Francesco. Walkscapes. O caminhar como prática estética. São Paulo: Ed. Gustavo Gilli, 2013 [11] LA CECLA, Franco. Perdersi, l’uomo senza ambiente. Roma-Bari, Laterza, 1988. Citação retirada do livro Walkscapes. O caminhar como prática estética. [12] [13] BRETTAS, Nayana. A Cidade (Re)Criada pelo Imaginário e Cultura Lúdica das Crianças: Um Estudo em Sociologia da Infância. 2009 [14] Vogel; Leitão, 1995. [15] Tonucci, 2003.
vi. cronograma vi.bibliografia
vii.citações