Congresso Maio 2007

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Informativo Congresso Mineiro 2007o EDIÇÃO ESPECIAL 32º CONGRESSO MINEIRO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | BELO HORIZONTE - 16 a 19 Maio - 2007

Congresso supera expectativas de qualidade técnica e de público

Mesa de abertura do EMGO 2007, realizado no Expominas, em Belo Horizonte. Evento reuniu cerca de 1.500 profissionais do Brasil e do exterior

O 32º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia (EMGO 2007), promovido pela Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOGIMIG), superou todas as expectativas dos organizadores. Considerado o terceiro maior dessa especialidade no País, o evento contou com cerca de 1.500 profissionais inscritos dos mais diferentes estados, sendo alguns de Portugal e Angola, e uma programação técnica e científica de alta qualidade. O congresso, que recebeu 36 convidados de fora do Estado, 270 de Minas Gerais e um internacional, também se destacou pelos fóruns de discussão sobre saúde pública, promovidos em parceria com os governos estadual e municipal, que tiveram em torno de 600 participantes. Realizado entre os dias 16 e 19 de maio, no Centro de Convenções Expominas, em Belo Horizonte, o congresso teve oito fóruns, 11 cursos de atualização e 46 mesas-redondas que abordaram uma

série de temas sobre a saúde da mulher, tais como vacina contra o HPV; a mortalidade materna; a saúde do adolescente; anticoncepção; aborto de repetição; climatério; doenças sexualmente transmissíveis e Aids; além do inédito curso de ultra-som no coração fetal com o professor belga Philippe Jeanty. Para marcar a abertura, foram entregues os prêmios Clóvis Salgado de Ginecologia e Lucas Machado de Obstetrícia a especialistas que publicaram trabalhos científicos de destaque nas duas áreas e certificados e menções honrosas para temas livres de ginecologia e obstetrícia. Além disso, foi lançada a 4ª edição do livro "Ginecologia e Obstetrícia - Manual para Concursos / TEGO", que aborda temas referentes à ginecologia e à obstetrícia, agrupados em formato de um manual, útil na atualização do médico e preparo para a prova de título de especialização em ginecologia e obstetrícia.


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Editorial

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Agradecimentos Em nome dos colegas do Norte, externo os meus cumprimentos pelo êxito do EMGO 2007. Os participantes foram unâmines em afirmar a grandiosidade do congresso e ficaram admirados com o perfil do presidente da SOGIMIG, João Pedro Junqueira Caetano: verdadeiro líder, competência com responsabilidade e ética, demonstração de profissionalismo e brilhantismo nas metas cumpridas. Fico honrado em participar dessa diretoria como vice-presidente do Norte, tendo a certeza de que com o seu perfil, Minas Gerais pode sonhar mais alto. Parabéns. Marco Aurélio Martins de Souza - Vice-Presidente da Região Norte da SOGIMIG Gostaria de parabenizar o presidente da SOGIMIG, João Pedro Junqueira Caetano, e toda a equipe da entidade, pelo brilhantismo e sucesso na condução do congresso . Obrigado pela hospitalidade e os dias de convivência fraterna. João Bosco Machado da Silveira - Vice-Presidente da FEBRASGO, Região Centro-Oeste Anápolis/GO

Prezados Colegas e Congressistas, Apresentamos nesta edição especial, um humilde resumo dos quatro dias do Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia realizado em Belo Horizonte, de 16 a 19 de maio de 2007, no Expominas. O sucesso do evento, um divisor de águas na história da SOGIMIG e da Ginecologia e Obstetrícia de Minas Gerais, é fruto do trabalho sério e ético que a entidade desenvolve. Todos os nomes importantes de nosso Estado participaram como palestrantes, representado todos os serviços, hospitais, faculdades ou universidades. Alguns, infelizmente, não participaram e esperamos contar com eles em futuros eventos da SOGIMIG, uma vez que essa iniciativa se posiciona como o 2º maior regional de GO do País e a sua importância científica ultrapassa as nossas fronteiras. Além disso, contamos também com mais de 30 professores, representantes de todas as regiões geográficas do Brasil e que, com certeza, muito contribuíram pela qualidade científica do congresso. Motivo de orgulho para todos nós, foi a iniciativa pioneira da realização dos fóruns de discussão e as parcerias com as entidades governamentais. A SOGIMIG inicia uma nova fase em sua história, levando muito a sério a questão da defesa profissional e da saúde comunitária. Gostaria de agradecer aos congressistas que participaram em número recorde, e que são na essência, a razão do sucesso do evento. Dr João Pedro Junqueira Presidente SOGIMIG 2006-2008

Gostaria de parabenizar a toda a diretoria da SOGIMIG pelo brilhantismo total e irrestrito do EMGO. Vocês estão marcando época em gestão de qualidade, como nunca tínhamos experimentado antes. Agradeço, também, o convite para participar do evento. José Helvécio Kalil de Souza - Belo Horizonte

Foi gratificante nossa estadia em Belo Horizante, não só pela cortesia e carinho como fomos recebidos, mas pelo tratamento dispensado. Foi uma feliz oportunidade de participar do congresso. Transmito meus parabéns ao presidente e à diretoria da SOGIMIG e a todos que contribuíram. Pedro Celeste Noleto Silva - Vice-Presidente da FEBRASGO, Região Norte - Belém/Pará

Gostaria de parabenizar Frederico José Amedée Péret (diretor científico do EMGO 2007) pela organização do Congresso. O EMGO demonstra o alto nível da Ginecologia e Obstetrícia em Minas Gerais. Parabenizo também pela edição do livro da SOGIMIG (Manual para Concursos). Marina Carvalho Paschoini - Uberaba

Um dos pilares da administração moderna é a capacidade de planejamento e isso é raro hoje. O sucesso ou o fracasso de determinado investimento se resume em pequenos detalhes. Com base nessa premissa, receba, Dr. João Pedro Junqueira Caetano, meu reconhecimento pela forma grandiosa e bem organizada como o EMGO foi realizado neste ano. Cássio de Melo - gerente distrital de Marketing e Vendas Organon

Senhores, gostei muito do EMGO 2007. As mesas-redondas estavam ótimas. Fiz o curso C7/8 - Curso de Atualização em Endocrinologia Ginecológica, Contracepção e Reprodução Humana. Sayonara Heleonora de Figueiredo Corrêa

Gostaria de parabenizar a SOGIMIG por mais um excelente EMGO. Francine Cruz Silveira

Agradeço a honra de ter participado do congresso. Foi um grande evento, que capacita seus organizadores a serem muito bem-sucedidos na edição nacional. Tudo funcionou adequadamente e percebi a grandiosidade científica das mesas. Renato Bravo - Rio de Janeiro

Expediente 32º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia - 2007 - Expominas - Belo Horizonte / Minas Gerais Projeto Editorial e Produção: Link Comunicação: 31) 2126-8080 Projeto Gráfico e Editoração: Danielle Marcussi Jornalista Responsável: Cristina Fonseca Redação: Sarah Torres e Eulene Hemétrio Trainee: Liliane Vieira Fotografia: André Schirm e Carol Reis Fotolito e Impressão: Pampulha Editora Tiragem: 4.000 exemplares


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Philippe Jeanty apresenta avanços em ultra-sonografia fetal Destaque do EMGO 2007, o professor belga Philippe Jeanty ministrou o curso "Ecocardiografia Fetal" e participou das conferências "Desafios e Artefatos nos Diagnósticos Ultra-sonográficos" e "Gemelaridade". Jeanty abordou em suas apresentações a evolução tecnológica em medicina fetal, permitindo aos profissionais saber muito mais sobre o feto intra-útero do que apenas o sexo ou aspectos morfológicos. O curso "Ecocardiografia Fetal", com duração de três dias, incluiu os principais diagnósticos ultra-sonográficos de má formação cardíaca durante a gestação, correlacionando a anátomo-ultrasonográfia com aulas práticas e dissecação anatômica em coração suíno. O objetivo foi aprimorar o conhecimento dos profissionais que trabalham com o ultra-som sobre a anatomia normal e anormal do coração do bebê. De acordo com o professor Jeanty, cerca de 80 a 120 bebês a cada dez mil nascimentos apresentam algum tipo de alteração que, muitas vezes, está associada a outros tipos de anomalia. "Por isso a importância de fazermos uma análise mais aprofundada, identificando todos os aspectos gerais e específicos do coração fetal", destaca. O intuito é que o diagnóstico seja feito no período gestacional para que haja melhor assis-

Renomado professor Jeanty realiza ultra-som durante aula prática do curso “Ecocardiografia Fetal”, que abordou os principais diagnósticos de má-formação cardíaca durante a gestação

tência e sobrevida do bebê depois do seu nascimento. Para o médico André Viotti, participante do curso, a oportunidade foi extremamente especial e interessante. "A chance de conhecer uma pessoa com a experiência e o conhecimento que o professor Philippe possui é única", destaca o ginecologista.

Tecnologia Os novos aparelhos também ajudam aos profissionais da medicina em seus diagnósticos. Os equipamentos de melhor tecnologia permitem observar detalhadamente o desenvolvimento fetal, os riscos e a presença de algum tipo de doença ou anomalia. Além disso, é possível tratar alguns problemas antes do nascimento. Os exames em ultra-som 4D, por exemplo, propiciam obter imagens extremamente nítidas do bebê e do interior do útero, inclusive para satisfazer a curiosidade dos pais. A ultra-sonografia possibilita aos médicos acesso ao útero para exames como o de vilo corial ou a amniocentese, que determinam, entre outros problemas, a presença de fetos com Síndrome de Down. Reconhecimento mundial

Aula de dissecação anatômica em coração suíno, realizada durante o curso “Ecocardiografia Fetal”, que contou com a presença de vários profissionais

Diretor do setor de ultra-sonografia do Women's Health Alliance (Nashville, TN, USA), Jeanty é premiado mundialmente pelos conhecimento em ultra-sonografia, especialmente em obstetrícia. O professor belga já publicou centenas de trabalhos sobre o diagnóstico pré-natal e é coautor de importantes livros como "Prenatal diagnosis of congenital anomalies" (1987) e "Ultrasound in Obstetrics and Gynecology" (1990).

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Novas tecnologias e temas atuais marcaram os debates do congresso Novas técnicas

O 32º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia propiciou aos profissionais inscritos a atualização técnico e científica através de 11 cursos e 46 mesasredondas. Foram abordados diversos temas sobre ginecologia e obstetrícia, como vacina contra o HPV, mortalidade materna, aborto de repetição, reprodução humana, novas tecnologias de ultra-som, anovulação e climatério. Confira alguns desses assuntos:

Sérgio Martins afirmou que uma das dificuldades é a falta de informação das pacientes. "Muitas mulheres se recusam a fazer o exame por medo ou vergonha", comentou. Para ele, a gestão também é outro problema. "Alguns municípios possuem recursos, mas não se organizam nem se mobilizam para sanar o problema. No sistema privado, Garibaldi Martoza desmistifica o fato de que esse tipo de câncer acomete somente mulheres de baixa renda. Para ele é necessário um comprometimento do profissional em incentivar e divulgar o exame e as formas de prevenção da doença. Ele destaca ainda a vacina contra o HPV como uma forma extremamente benéfica para todos os sistemas. "O alto custo do medicamento ainda impossibilita o acesso a todas as mulheres", avalia. Irregularidades menstruais podem indicar anorexia

Almir Urbanetz

Prevenção ao câncer ginecológico Por que a incidência do câncer de colo de útero não diminui no Brasil? Esse foi o questionamento discutido no curso de "Atualização em Patologia do TGI e Colposcopia: Aspectos Diagnósticos e Terapêuticos". Os médicos Sérgio Martins Bicalho e Garibalde Mortoza Júnior falaram sobre as dificuldades do sistema público e privado.

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A mesa-redonda "Ginecologia InfantoPuberal" lotou a sala Alberto Henrique Rocha, no Expominas, na quarta-feira, dia 16 de maio. Entre as discussões, foi destacada a importância de observar os sintomas apresentados pelas adolescentes como irregularidades menstruais ou acnes para tratar diretamente as causas dos problemas. Segundo a ginecologista Maria Virgínia Marinho, em alguns casos, esses sinais podem estar relacionados à Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) ou até mesmo à anorexia. Por isso, o primeiro profissional que atenderá essa jovem é o ginecologista" afirmou.

O tratamento do Sangramento Uterino Anormal (SUA) tem movido especialistas a buscarem métodos seguros e menos invasivos como alternativa à histerectomia. Uma dessas principais técnicas foi apresentada na mesa-redonda “Sangramento Uterino Anormal, na qual foram discutidas técnicas conservadoras para tratamento do SUA, como a ablação térmica e o sistema intra-uterino de levonorgestrel. O procedimento consiste na inserção de um balão dentro do útero que, aquecido, provoca a queima do tecido endometrial, diminuindo ou até extinguindo a perda sanguínea. "Dura em média 15 minutos e com resultado de controle do quadro clínico em 93% dos casos”, observa Sérgio Simões, que desenvolveu, recentemente, sua tese de mestrado sobre o tema no Laboratório de Reprodução Humana da UFMG, sob orientação dos professores Aroldo Camargos e Agnaldo Lopes. Situações especiais em reprodução humana Na mesa-redonda "Situações Especiais em Reprodução Humana" foram discutidos temas como idade, reprodução e aplicação de testes genéticos. Um dos assuntos que também chamou a atenção foi a questão ética e legal em torno do congelamento de óvulos e tecido ovariano para pesquisas de fertilização in vitro, injeção do espermatozóide dentro do óvulo e congelamento de embriões e espermatozóides, dentre outras variantes.

Evaldo Trajano de Souza Lima


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hematológicos e ambientais. Segundo o ginecologista e obstetra Clóvis Antônio Bacha, cerca de 10% a 20% das gestações terminam em abortamento. "Se um aborto se repete por duas vezes ou mais é sinal de que algum fator desencadeante possa existir", explica. O aborto de repetição é mais comum em mulheres acima de 35 anos, quando são mais freqüentes casos de anomalias e má-formação do feto. Ele explica que o aborto precoce muitas vezes é confundido com menstruação irregular. Por isso, é preciso que a mulher esteja atenta aos atrasos no ciclo, cólicas e sangramentos. Se a eliminação for espontânea e sem necessidade de curetagem , o aborto não deixa seqüelas. Por outro lado, a cada curetagem há riscos de aderência intra-uterina. Jane Savoi Silveira e Zuleide Cabral participaram do curso “Atualização em Ginecologia InfantoPuberal/Sexologia”

Informação e o câncer de mama "Prevenção, Diagnóstico e Novidades no Tratamento do Câncer de Mama" foi o tema da mesa-redonda coordenada pela mastologista Adriana Vianna Cançado. "É muito importante aproveitar essa oportunidade, quando reunimos diversos profissionais da área médica, para falarmos sobre uma doença que cresce progressivamente no Brasil". Ela afirma que a informação é o ponto principal que deve ser trabalhado. "Devemos informar e orientar as mulheres sobre os métodos de prevenção como o auto-exame, manter hábitos saudáveis e a consulta periódica ao médico", explica. O mastologista Antônio Fernandes Lages reforça que a principal arma para a diminuição da incidência do câncer no Brasil é a comunicação. "Não adianta termos todas as ferramentas para prevenir e tratar o câncer se a mulher não tiver a iniciativa".

Aborto de repetição Embora a maioria dos casos de aborto de repetição seja provocada por causas genéticas, as novas técnicas podem ajudar os casais. O assunto foi abordado durante a mesaredonda "Perda Gestacional de Repetição", coordenada pelo médico Eduardo Pandolfi. O aborto de repetição se manifesta entre 2% a 5% dos casais em idade reprodutiva. Quando o aborto acontece até a 12ª semana de gravidez, ele é considerado precoce e pode ser provocado por causas genéticas, infecciosas, imunológicas e distúrbios de coagulação. A partir desse período, as principais causas são dificuldade de expansão e crescimento do útero devido à má-formação uterina e à incompetência cervical (incapacidade de manter o colo do útero fechado para conclusão da gestação). Além disso, a interrupção da gravidez ainda pode ser provocada por fatores hormonais,

Medicina baseada em evidências

Avanços na medicina fetal A atualidade e avanços em medicina fetal foram foco da mesa-redonda que contou com a participação de Evaldo Trajano de Souza Filho, Mário Dias Correa Junior e Marcos Murilo de Lima Faria. Os participantes abordaram o diagnóstico e a predição de anemia fetal em pacientes RH negativo, o acompanhamento de gestação gemelar, a discordância de crescimento dos fetos e os procedimentos invasivos precoces para diagnóstico genético fetal. Segundo o médico especialista em medicina fetal, Coridon Franco Costa, esses avanços permitem fazer um diagnóstico precoce de doenças, possibilitando um acompanhamento do feto até o nascimento.

Frederico José Amedée Péret

Ricardo Cristiano Leal

Um dos destaques do último dia do congresso foi a mesa-redonda "Medicina Baseada em Evidências", coordenada pelo ginecologista Vitor Hugo de Melo. A medicina baseada em evidências é um movimento que surgiu há algumas décadas e funciona como um filtro da informação de boa qualidade. Em razão da extensa literatura médica, a especialidade vem para orientar e indicar os melhores estudos e artigos. São regras que orientam o médico para uma visão crítica do que está lendo. Segundo o ginecologista Vitor Hugo de Melo, a medicina baseada em evidências é um conjunto de atitudes, ações e técnicas que fornece e oferece a noção exata do estudo. Ele afirma ainda que em medicina não existe verdade absoluta.

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Cuidados e limites da atuação médica Os vários aspectos éticos e legais que envolvem o ginecologista e o obstetra ante o atendimento ao paciente foram abordados na mesa-redonda "Defesa Profissional", coordenada por Manuel Maurício Gonçalves. De acordo com ele, existe muito desconhecimento por parte dos médicos sobre os procedimentos que devem ser tomados para evitar queixas no caso de complicações cirúrgicas, como o consentimento informado do paciente ou seu representante legal. Ele citou, por exemplo, a legislação que trata sobre a laqueadura de trompas que, apesar de existir há dez anos, ainda é ignorada por muitos profissionais. Geraldez Thomaz, da Paraíba, foi um dos especialistas convidados de fora do Estado, que esteve presente no congresso

José Helvécio Kalil de Souza

O ginecologista e obstetra Hugo Miyahira, um dos palestrantes da mesa, ressaltou também os limites do médico quanto ao atendimento infanto-puberal. Na sua opinião, há uma contradição entre o Código Civil e o Estatuto da Criança e do Adolescente quanto ao sigilo médico nesses casos. Miyahira esclarece ainda que adolescentes grávidas ou infectadas pelo HIV são incentivadas a conversar com seus pais. "Se ela se recusar, o médico deve avisá-la que vai quebrar o sigilo", afirma.

Os palestrantes debateram sobre a importância dos novos métodos de análise e acompanhamento da mãe e feto, o uso racional dos corticóides e detalharam sobre o diagnóstico pelas alterações do Doppler de artéria oftálmica e a avaliação fetal realizada pelo Doppler venoso. "As novidades contribuem para indicar o melhor momento para o especialista realizar as intervenções que vão beneficiar a mãe e o filho", explica o ginecologista Frederico José Amédeé Péret. Ele destaca alguns dos benefícios do uso de corticóides, como a redução do SARI, diminuição da hemorragia intraventricular e o aumento da sobrevida da mãe e do feto. Para que o acompanhamento seja correto, é necessário o diagnóstico precoce, além de exames maternos fetais, a cada 12

horas, recursos disponíveis de cirurgia de emergência, bom senso clínico, recurso para hemotransfusão, entre outras condições. Anovulação Crônica muito além de um problema reprodutivo

Diagnóstico de Pré-Eclâmpsia Avaliar a vitalidade fetal, o uso de corticóides e quando e como indicar e interpretar o Doppler de artérias oftálmicas foram os assuntos debatidos na mesa-redonda “Novidades em Diagnóstico e Conduta na Pré-Eclâmpsia”. O encontro coordenado por Marco Aurélio Bernardes Carvalho contou com apresentações de Frederico José Amédeé Péret, Alexandre Simões Barbosa, e Renato Augusto Moreira de Sá.

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Marcos Felipe Silva de Sá

Hugo Miyahira

Sala lotada para a mesa-redonda “Anovulação Crônica Hiperandrogênica”, sob a coordenação do especialista Ricardo Mello Marinho. Diagnóstico e repercussões de longo prazo da síndrome plurimetabólica, análise crítica do uso da Metformina e o tratamento com enfoque reprodutivo foram os principais assuntos da mesa. A anovulação é associada ao aumento do nível de hormônios masculinos e muitas vezes também acompanhada de outros distúrbios, como aumento do colesterol, triglicérides, obesidade, diabetes e vários outros fatores de risco.


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Fóruns destacaram saúde pública e ética profissional

Fórum de prevenção da morte materna, que contou com representantes da SOGIMIG, FEBRASGO, Associação Médica, Secretaria de Estado e Municipal da Saúde, Conselhos Regionais de Psicologia, Medicina e Enfermagem, Abenfo, Ministério Público, Assembléia Legislativa e Câmara Federal

A saúde pública foi um dos temas de destaques da programação do 32º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia. Sem perder o foco na atualização científica, o congresso estreitou o relacionamento da SOGIMIG com os governos municipal e estadual, para melhorar o atendimento do sistema público e promover o bem-estar feminino. Foram oito fóruns que debateram soluções para serem implantadas por instituições, profissionais e poder público.

Fórum debate prevenção à mortalidade materna Criar um sistema de informações para levantar as demandas locais e planejar estratégias que evitem o aumento da mortalidade materna em Minas Gerais. Esse foi o principal objetivo do "Fórum Estadual de Prevenção da Morte Materna - Tecendo a Rede em Defesa da Vida". O secretário de Saúde do Estado, Marcus Pestana, abriu o evento, ressaltando a importância da parceria entre entidades e poder público para construir um sistema de saúde humanizado que atenda toda a sociedade. Segundo Pestana, a prevenção deve estar enraizada nas políticas públicas do Estado. O secretário destacou que muitos avanços vêm sendo alcançados graças a essas parcerias. "O governo é passageiro, por isso a importância dos comitês, associações e a participação da sociedade", explica. De acordo com ele, foram organizados 547 comitês de prevenção de mortalidade materna e, entre 2003 e 2006, foram capacitados 8 mil profissionais para emergências clinicas e cirúrgicas nas regiões mais pobres. Sexualidade do adolescente é foco de educadores

Tânia Mara Giarolla de Matos

Falar a mesma língua que o jovem é o grande desafio dos educadores quando o assunto é sexualidade. "A questão da educação deve chegar ao mesmo nível do adolescente, enaltecendo seus valores para que ele assuma uma conduta de cuidado com o corpo, prevenindo-se de uma gravidez indesejada e de doenças sexualmente transmissíveis", destaca a ginecologista Maria Júlia Vieira de Oliveira, que participou do fórum "Sexualidade do Adolescente para Educadores".

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trabalho do ginecologista e obstetra. Ficou clara a posição da Sogimig ser favorável às equipes multiprofissionais desde que cada uma assuma o papel para o qual tenha formação adequada e seja responsável pelos seus atos, não ocorrendo substituição de um profissional por outro não qualificado. Febrasgo Aproveitando o clima do encontro, a diretoria da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) realizou sua reunião periódica para definir ações e estabelecer novas estratégias. Segundo a ginecologista e obstetra Cláudia Navarro, representante da entidade, foram definidos novos editores para as publicações da federação e também assuntos referentes ao novo portal da Frebrasgo, que estará no ar na próxima semana. Além disso, foram discutidos, em assembléia, temas ligados ao próximo Congresso Brasileiro de GO, que será realizado em Bonito (MS). Edson Lucena

O fórum, que reuniu professores de escolas públicas, médicos e representantes do governo, refletiu sobre a educação dos jovens em casa e na escola. Para Maria Júlia, o mais importante é estabelecer o diálogo entre pais e professores e informá-los sobre os métodos contraceptivos e de prevenção de DSTs. “Uma fase cheia de medos, insegurança, curiosidade e angústia que merece uma atenção especial", destaca ainda a ginecologista e obstetra Tânia Mara Giarolla de Matos. "As palestras são informativas e esclarecedoras e nos preparam para lidar com situações que são recorrentes no dia-adia da escola", elogia a professora Mônica Motta, que participou pela primeira vez do congresso. Ética profissional Representantes da SOGIMIG estiveram reunidos com Associação Médica, FEBRASGO, Secretaria de Estado e Municipal da Saúde, Conselhos Regionais de Psicologia, Medicina e Enfermagem, Abenfo, Ministério Público e Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa do Estado e Câmara Federal para tratar de temas relacionados à defesa e ética profissional durante o fórum "Defesa Profissional: Responsabilidade do Atendimento Multiprofissional da Mulher". O objetivo foi discutir a responsabilidade e limites de atuação dos profissionais da saúde envolvidos no atendimento multiprofissional da mulher, buscando melhorar o atendimento, bem como a qualidade e as condições de

O secretário de Saúde do Estado, Marcus Pestana

Diretorias regionais Com o objetivo de levantar as demandas específicas de cada região e estabelecer um planejamento de ações para os próximos dois anos, a SOGIMIG realizou o fórum "Diretorias Regionais SOGIMIG". Durante o encontro, foram abordados os três vértices prioritários dessa gestão: atenção especial ao associado quite e atuante; ações que visem a defesa da especialidade e que melhorem as condições de trabalho dos ginecologistas e obstetras; e ações comunitárias que repercutem sobre a responsabilidade social da entidade. A proposta da SOGIMIG é promover a difusão de informações por meio de eventos localizados, focados na realidade de cada um. Endometriose ainda intriga comunidade médica

Cezar Alencar Lima de Rezende

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Um problema de saúde que atinge a mulher moderna. Assim foi descrita a Endometriose no fórum que discutiu a doença e que foi coordenado pela ginecologista e obstetra Cláudia Navarro. Os congressistas ressaltaram que hoje as mulheres menstruam precocemente, mais vezes e engravidam tardiamente. Foi destacado que o médico deve conhecer a doença, entender os sintomas e divulgála para todos os especialistas para que seja diagnosticada e tratada logo na fase inicial. Além disso, o médico deve ouvir a paciente, porque é ela é quem oferece a oportunidade do diagnóstico.


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SOGIMIG presta homenagem a notáveis de Medicina A Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOGIMIG) decidiu realizar uma homenagem especial durante o 32º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia (EMGO 2007). A entidade lembrou, durante a cerimônia de abertura, de notáveis da área de Medicina e batizou as salas do congresso com os seus nomes. Confira abaixo os homenageados.

Gracilda Porto da Rocha recebe fllores durante a homenagem ao Dr. Alberto Henrique Rocha

Dr. João Pedro Junqueira Caetano entrega placa à senhora Helena Malheiros Fiúza em nome do Dr. Henrique Machado Horta

Dr. Rodrigo Carvalho Ribeiro recebe a placa de homenagem em nome do Dr. Geraldo Ribeiro

Maria do Carmo Malheiros Ribeiro representou a família e recebeu a homenagem feita ao médico Dr. Darcy Ribeiro

O Dr. Hugo Werneck recebeu, em nome da família, a homenagem ao Dr. Hugo Furquim Werneck

Regina Vitória Monteiro de Barros recebeu a homenagem feita ao Dr. Rubens Monteiro de Barros durante a cerimônia de abertura

O pai e o filho do Dr. Ricardo Savassi Biagioni, respectivamente, Dr. Biagioni e Bernardo Dias Biagioni recebem a homenagem

A placa com a homenagem ao Dr. Manoel Mauro Ladeira foi recebida pelo seu filho

Dr. João Pedro entrega placa a Dirceu Luiz Pedro de Oliveira, representante da indústria farmacêutica pela parceria com a SOGIMIG

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Especialistas se confraternizaram durante o

Leonardo José Batista foi o ganhador do carro, sorteado pela SOGIMIG no último dia do evento. Ele recebe as chaves do Dr. João Pedro Junqueira Caetano

Os homenageados e participantes do Congresso puderam se confraternizar durante os coquetéis realizados pela SOGIMIG


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e os eventos sociais do Congresso Mineiro

ro, to.

A festa de encerramento no restaurante PorcĂŁo, com quase 1.200 pessoas, e a Comida di Buteco, no Expominas, foram bastante animadas


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Estudos observacionais ganham prêmios

Temas livres em ginecologia e obstetrícia também tiveram destaque

Os professores doutor Agnaldo Lopes da Silva Filho e o doutor Victor Hugo Melo foram os ganhadores, respectivamente, dos prêmios "Clóvis Salgado" e "Lucas Machado" de ginecologia e obstetrícia. Eles receberam certificado e um cheque de R$ 3.750 durante a cerimônia de abertura do EMGO 2007.

O diretor científico da SOGIMIG, Frederico José Amedée Péret, entrega o prêmio de melhor tema livre em ginecologia para Sérgio Simões de Souza

O diretor científico da SOGIMIG, Frederico José Amedée Péret, entrega o certificado de menção honrosa em ginecologia para Rívia Maria Lamaita

O diretor científico da SOGIMIG, Frederico José Amedée Péret, entrega o certificado de menção honrosa em ginecologia para Fábio Costa Peixoto

Dr. Marco Aurélio Bernardes de Carvalho recebeu prêmio e certificado pelo melhor tema livre em obstetrícia

O diretor científico da SOGIMIG, Frederico José Amedée Péret, entrega o certificado de menção honrosa em obstetrícia para Mário Dias Corrêa Júnior

O diretor científico da SOGIMIG, Frederico José Amedée Péret, entrega o certificado de menção honrosa em obstetrícia para Gláucio de Moraes Paula

Dr. Victor Melo recebe o prêmio do Dr. Lucas Machado. Dr.Melo foi o representante mineiro do grupo formado por mais de 250 especialistas de vários centros de pesquisa do Brasil, do Caribe, do México e da Argentina, que avaliou 600 pacientes grávidas infectadas pelo HIV. O objetivo foi verificar se o medicamento utilizado para evitar a transmissão vertical da doença interferia no peso do bebê ou aumentava o índice de prematuros.

Dr. Agnaldo Filho recebe o prêmio de Delzio Salgado Bicalho. Dr. Agnaldo Filho desenvolveu um trabalho comparando duas técnicas de histerectomia (remoção cirúrgica do útero): vaginal e abdominal. O estudo detectou que a histerectomia vaginal requer menor tempo cirúrgico e de internação, retorno mais rápido à vida ativa e melhor qualidade de vida pós-cirurgia.

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