Hipovitaminose D Ana Lúcia Ribeiro Valadares CMGO 2015

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Hipovitaminose D

Profa. Dra. Ana LĂşcia Ribeiro Valadares Pesquisadora colaboradora do Depto de Tocoginecologia da UNICAMP Professora do Curso de Medicina da UNIFENAS- BH


Vitamina D

É uma vitamina lipossolúvel

Poucos alimentos contêm naturalmente a vitamina D

A síntese dérmica é a principal fonte natural da vitamina

Vitamina D da dieta ou síntese dérmica é biologicamente inativa. Exige conversão enzimática de metabólitos ativos

Menkes CJ et al., 2014


Hipovitaminose D3 e Remodelação óssea

sintetizada na pele pela influência da exposição à luz solar ou ultravioleta

hidroxilada no fígado em 25-hidroxivitamina D3 -25(OH)D

e no rim em 1,25-dihidroxivitamina D3 (1,25D)

metabólito ativo responsável pela estimulação da absorção de cálcio pelo intestino

Feldman D et al., 2005


Concentração plasmática de 1,25-dihidroxivitamina D

Depende da disponibilidade: 25(OH)D

Atividades da enzimas renais: ●PTH

1-alfa-hidroxilase 24-alfa-hidroxilase

Regulada por

●Concentrações séricas de cálcio e fosfato ●Fator de crescimento fibroblástico 23 (FGF23)

Pazirandeh S et al., 2014


Concentração plasmática de 1,25-dihidroxivitamina D Vitamina D regula a secreção de PTH e

Calcitriol (1,25 hidroxivitamina D)

aumenta a liberação de cálcio no tecido ósseo

aumenta a absorção de cálcio no intestino

PTH regula a ativação de vitamina D em calcitriol.

aumenta a reabsorção de cálcio pelos rins

 Níveis adequados de vitamina D permitam um equilíbrio do cálcio, entre o que é liberado no tecido ósseo e o que é incorporado ao tecido ósseo, para que a saúde óssea não fique comprometida.  1,25 hidroxivitamina D e PTH: homeostase do cálcio.  Aumento de secreção de PTH (mais frequentemente devido a uma queda da concentração de cálcio no plasma) e hipofosfatemia estimulam as enzimas renais e melhorar a produção de 1,25 dihidroxivitamina D


Queda dos níveis circulantes de 25(OH)D

Hipovitaminose D3

Baixa disponibilidade de cálcio e fosfato

Redução da função dos osteoblastos

Anormalidades na mineralização

Barral D et al, 2007, Ibanez L et al, 2006, 2009; Ahmed ML et al, 2009


Queda dos níveis circulantes de 25 (OH)D

Hipovitaminose D3

Elevação da concentração sérica de paratormônio (PTH) e 1,25D

Estimula formação de osteoclastos e reabsorção óssea.

Perda óssea

Barral D et al, 2007, Ibanez L et al, 2006, 2009; Ahmed ML et al, 2009


Formação óssea


Luz fluorescente revela um aumento na largura das costuras osteóide (laranja) sem evidência de mineralização do osso novo

Osteóide aparece laranja, osso mineralizado é verde e marcadores de tetraciclina aparecem como bandas de verde-amarelo luminescentes dentro osso e abaixo osteoide (seta). As bandas duas distintas representam formação óssea mineralizada ativa.


Hipovitaminose D: Epidemiologia

• Baixa exposição solar • Dieta insuficiente em cálcio e vitamina D • Má absorção • Gastrectomia, anastomose gastrointestinal ou doença celíaca • Insuficiência pancreática • Imigrantes de climas quentes para climas frios • Mulheres que usam véus tradicionais ou vestidos que evitam exposição solar

Al-Shoha A et al. 2009; Kennel KA et al. 2010


Vitamina D e envelhecimento • Diminuição da ingestão dietética de vitamina D • Absorção diminuída de vitamina D

• Diminuição da exposição solar • Diminuição da geração de endógena de vitamina D durante a exposição ao sol

• Diminuição de conversão de 25-hidroxivitamina D para 1,25-dihidroxivitamina D nos rins

• Resistência a ação da 1,25-dihidroxivitamina D .

Pattanaungkul S et al., 2000


?????????????? 30 a 40 ng/mL (75 to 100 nmol/L)

Saúde óssea

Estimada pelas concentrações de 25hidroxivitamina D (25[OH]D

Valores

Mensuração

Definindo suficiência em Vitamina D Níveis inferiores a 20 ng/mL (50 nmol/L) são insuficientes para a saúde óssea

https://www.nos.org.uk/document.doc?id=1352


O receptor de vitamina D (VDR) é quase universalmente expresso em células nucleadas.

Conversão fora do Rim

Além de seu papel na homeostase de cálcio e osso, a vitamina D regula potencialmente muitas outras funções celulares

VDR

Funções celulares

Vitamina D e saúde extraesquelética Vários tecidos fora do rim expressam a 1alfa-hidroxilase (CYP27B1), a enzima responsável pela conversão de vitamina D

https://www.nos.org.uk/document.doc?id=1352


Vitamina D e saúde extra-esquelética

No entanto, não foi estabelecida uma associação causal entre o estado de vitamina D e doenças (câncer, infecções, doenças autoimunes, doenças cardiovasculares e metabólicas).

Bouillon R, 2015


Hipovitaminose D: Manifestações clínicas Depende da gravidade e duração da deficiência • 25{OH}D entre 15 and 20 ng/mL [37.5 to 50 nmol/L]: Assintomáticas/ Ca,P, FA normais/ PTH aumentado em 40 a 51% das pacientes • Deficiência severa, prolongada de vitamina D:  absorção intestinal de cálcio e fósforo e hipocalcemia hiperparatireoidismo secundário fosfatúria, desmineralização óssea e, quando prolongada, a osteomalácia nos adultos. Sintomas associados: dor, fraqueza muscular, fratura e dificuldade em andar. • Níveis <10 ng/mL (25 nmol/L): Fraqueza muscular e dor óssea (94%), Fratura (76%), Dificudade para andar (24%) Espasmos musculares, câimbras, formigamento/dormência e incapacidade de deambular (6 a 12%). Basha B et al., 2000


https://www.nos.org.uk/document.doc?id=1352


>10 ng/mL

Hipovitaminose D: Avaliação

Cálcio Fósforo Fosfatase alcalina PTH Eletrólitos Uréia Creatinina Anticorpos teciduais para transglutaminase

Rotineiramente não avaliar DMO em pacientes cujo único fator de risco é vitamina D baixa.

 Em geral entre10 e 20 ng/mL (25 e 50 nmol/L) Não há necessidade

Dawson-Hughes B et al., 2015


Tratamento de hipovitaminose D

Dose dependente da natureza e da gravidade

Capacidade normal de absorção: 100 unidades (2,5 mcg) de vitamina D3  0,7 a 1,0 ng/mL (1,75 a 2,5 nmol/L) de 25 (OH) D no soro. Maiores incrementos vistos em pacientes com os níveis de base 25 (OH) D baixos. O incremento declina com a concentração  acima de 40 ng/mL (100 nmol/L) de 25 (OH) D.

Tripkovic Let al. 2012


Vitamina D em gestantes • Dose diária para a vitamina D é de 600 UI (15 microgramas), que pode ser encontrado em alguns, mas nem em todas as vitaminas pré-natais. • Não é necessário verificar os níveis de vitamina D na população geral de gestantes. • Mulheres em risco de deficiência de vitamina D devem ser rastreadas para 25-OH-D e tratadas se o nível está baixo.

• O nível ideal na gravidez é desconhecido, mas deve ser pelo menos 20 ng/mL (50 nmol/L). Tratamento com 1000 a 2000 unidades internacionais vitamina D por dia é seguro.

Gilen- Goldstein J et al., 2015


Vitamina D e Climatério • A ingestão ideal de vitamina D é incerta.

• Mulheres na pré-menopausa: Embora a ingestão ideal não foi claramente estabelecida geralmente são sugeridas 600 UI de vitamina D/ dia.

• Em mulheres na pós-menopausa: 800 UI de vitamina D/dia são aconselhadas.

• Doses mais elevadas são necessárias, em casos de má absorção ou metabolismo rápido de vitamina D devido à terapia concomitante com droga anticonvulsivante.

Rosen e Drezner, 2015


Tratamento de hipovitaminose D • Indivíduos de alto risco: com concentrações de 20 ng/mL (50 nmol/L): 50.000 UI de vitamina D2 ou D3 VO uma vez por sem / 6 a 8 sem. Segue-se dose necessária para manter o nível de 25 (OH) D: pelo menos 800 unidades de vitamina D/dia

• Para indivíduos de alto risco com 25 (OH) D sérico de 20 a 30 ng/mL (50 a 75 nmol/L), suplementação inicial com 600 a 800 unidades de vitamina D3/dia • Pacientes com má absorção: dosagem oral e duração ,dependem da capacidade de absorção de vitamina D • Altas doses de vitamina D de 10.000 a 50.000 unidades/ dia podem ser necessários para pacientes com gastrectomia ou má absorção. • Pacientes que permanecem deficientes ou insuficientes de vitamina D com 10.000 a 50.000 unidades/ dia precisarão ser tratados com metabolitos hidroxilados vitamina D, porque eles são mais facilmente absorvidos, ou com a exposição solar ou lâmpada solar

Dawson-Hugh et al, 2015


Monitorização

Pacientes tratados, que permanecem deficiência podem precisar de mais 3 a 6 semanas de vitamina D2 ou D3 (50.000 UI) por via oral 2 vezes por semana.

Pacientes que aumentaram substancialmente o nível de vitamina D, mas não chegaram a uma concentração ideal após um curso de 50000UI por 6 a 8 semanas tratar por mais 6 a 8 semanas

Adultos saudáveis, em uso de vitamina D (600 a 800 UI/dia não requerem acompanhamento.

Em ambos os casos, um novo exame de 25 (OH) D deve ser obtido cerca de um mês após a conclusão da terapia para assegurar-se de obter o nível ideal de 25 (OH) D.

Pacientes sendo tratados para deficiência de vitamina D: nova mensuração 3 a 4 meses após iniciar a terapia.

Dawson-Hugh et al, 2015


Vitamina D: Toxicidade

NĂ­veis acima de 88 ng/mL (220 nmol/L)

HipercalciĂşria Hipercalcemia

Limite seguro para a vitamina D como 4000 UI/dia

Dawson-Hugh et al, 2015


Conclusões  A concentração de 25[OH]D) para a saúde óssea é controversa, em torno de 30 e 40 ng/mL (50 a 100 nmol/L). Não existem evidências de benefício além da saúde óssea.  Para adultos de baixo risco, não é necessária a triagem rotineira de indivíduos para deficiência de vitamina D ((Grau de evidência 2C). Sugere-se a ingestão de 600 a 800 UI de vitamina D diariamente (Grau de evidência 2B).  Para adultos de alto risco, nos quais há uma suspeita clínica que as doses habituais são inadequadas a mensuração das concentrações de 25 (OH) D é útil para garantir que a suplementação seja adequada.  As manifestações clínicas da deficiência de vitamina D dependem da gravidade e a duração da deficiência.  Com deficiência prolongada e severa de vitamina D há reduzida absorção intestinal de cálcio e fósforo e a hipocalcemia ocorre, causando hiperparatireoidismo secundário, o que leva a fosfatúria, desmineralização dos ossos e, quando prolongada, a osteomalácia nos adultos.  Para adultos de alto risco com 25 (OH) D de 20 ng/mL (50 nmol/L), recomenda-se vitamina D (grau 1A). 50.000 unidades de vitamina D3 por via oral uma vez por semana durante seis a oito semanas, seguidas por uma dose de manutenção  Indivíduos de alto risco com 25 (OH) D na faixa de 20 a 30 ng/mL (50 a 75 nmol/L), sugere-se que a suplementação com vitamina D (Grau de evidência 2B) com 600 a 800 unidades diariamente. Alguns indivíduos podem precisar de doses mais elevadas. Em adultos de alto risco, acompanhamento de 25 (OH) D e as medições devem ser feitas aproximadamente três a quatro meses após iniciar terapia de manutenção para confirmar que o nível-alvo foi atingido.


OBRIGADA! anarvaladares@gmail.com


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