“Menopausa, Hormônios, Bem-Estar e Sexualidade” Gerson Lopes Coordenador do Departamento de Medicina Sexual Hospital Mater Dei – Belo Horizonte/MG
A reação de homens e mulheres ao passar dos anos é diferente? Depende. Da velhice, só escapa quem já morreu.
“Para aqueles que não possuem dentro de si os meios para uma vida feliz e virtuosa, qualquer idade é um fardo”. Cícero (106 a C. – 43 d. C.)
“Assim se instala a mudança Nada se repete A renovação é constante.” Gilma Calaes Pimentel. Cântico de vida. Vitória: Ed. Livro e Mente, 1989.
ENVELHESER “Acreditamos que a melhor opção é envelhecer não passivamente, e sim como um guerreiro em constante busca pela qualidade de vida, revendo valores, crenças e limites, reinterpretando a vida de forma positiva.”
Ambiente Hormonal Pós-Menopausa FSH LH SHBG Libido TRE
E T T Livre = ou SHBG T Livre
Incrementa a necessidade de TRA
ESTROGÊNIO NA RESPOSTA SEXUAL FEMININA Qual é a prova de que os estrogênios desempenham um papel importante na DSF?
➡ Endogenous estrogen levels affect sexual function in elderly postmenopausal women. Maturitas 2004 ➡ The relative effects of hormones and relationship factors on sexual function of women through the natural menopausal transition. Fertil Steril 2005
Mulheres com menopausa fisiológica que apresentam níveis de estradiol mais baixos (<15 pg / mL) apresentam maior distúrbio do desejo sexual, dificuldade de lubrificação e dispareunia.
ESTROGÊNIO NA RESPOSTA SEXUAL FEMININA Recomendações para terapia estrogênica nas DSF
➥ A decisão de instituir qualquer TH deve ser individualizada e o paciente deve ser adequadamente informado sobre os riscos e benefícios (grau A). ➥ O uso do estrogênio local (intravaginal) pode melhorar a função sexual nas mulheres pósmenopáusicas com atrofia vaginal (grau A). ➥ A tibolona é eficaz para o tratamento dos sintomas da menopausa e atrofia vaginal, e em muitas mulheres resulta na melhoria da função sexual (grau A). ➥ As mulheres com menopausa prematura deve usar TH até a idade de menopausa natural, se o medicamento não é contraindicado (grau C). Endocrine Aspects of Women’s Sexual Function. J Sex Med 2010 9 561..585
ANDROGÊNIO NA RESPOSTA SEXUAL FEMININA Qual é a prova de que os androgênios desempenham um papel importante na DSF?
➡ Testosterone influences libido and well-being in women. Trends in Endocrinology and Metabolism 2002 ➡ Circulating androgen levels and self-reported sexual function in women. JAMA 2005 ➡ Decreased androgen concentrations and diminished general and sexual wellbeing in women with premature ovarian failure. Menopause 2008 Níveis baixos de testosterona podem desempenhar um papel no HSDD e também causar diminuição da receptividade sexual, falta de motivação, fadiga e uma ausência da sensação geral de bemestar.
ANDROGÊNIO NA RESPOSTA SEXUAL FEMININA Qual é a prova de que os androgênios desempenham um papel importante na DSF? ➡ Time course of effects of testosterone administration on sexual arousal in women. Arch Gen Psychiatry 2000 ➡ Transdermal testosterone treatment in women with impaired sexual function after oophorectomy. N Engl J Med 2000 ➡ Addition of testosterone to estrogen replacement therapy in oophorectomized women: effects on sexuality and well being. Climacteric 2002 ➡ Comparative effects of oral esterified estrogens with and without methyltestosterone on endocrine profiles and dimensions of sexual function in postmenopausal women with hypoactive sexual desire. Fertil Steril 2003 ➡ Safety and efficacy of a testosterone patch for the treatment of hypoactive sexual desire disorder in surgically menopausal women: a randomized, placebo-controlled trial. Arch Intern Med 2005 ➡ Testosterone patch for low sexual desire in surgically menopausal women: a randomized trial. Obstet Gynecol 2005 ➡ Genital and subjective measurement of the time course effects of an acute dose of testosterone vs placebo in postmenopausal women. J Sex Med 2007 ➡ Testosterone for low libido in postmenopausal women not taking estrogen. N Engl J Med 2008 ➡ Testosterone treatment of HSDD in naturally menopausal women: the ADORE study. Climacteric 2010
Terapia hormonal com testosterona tem efeito positivo na resposta sexual feminina, aumentando a receptividade sexual, a motivação, o desejo e uma maior sensação geral de bemestar.
HORMテ年IOS E MENOPAUSA
RECOMENDAÇÕES TERAPIA ANDROGÊNICA FEMININA A TA deve ser acompanhada de terapêutica estrogênica; É obrigatória a avaliação inicial de lipídios e da função hepática antes da TA; A TA deve ser administrada em baixas doses e por curto período de tempo; A via transdérmica (adesivos, creme e gel) parece ser preferível à via oral; Deve-se individualizar a terapêutica e respeitar inicialmente as mesmas contraindicações da terapêutica estrogênica; A TA não deve ser indicada em pacientes com câncer de mama ou endométrio, doença cardiovascular e doença hepática.
J Clin Endocrinol Metab, October 2014
Contrários Diagnóstico de FADS em mulheres saudáveis (síndrome ainda não é bem esclarecida, níveis de A não correlacionam com SS específicos); Uso geral de T na infertilidade, DS diferentes de HSDD, cognitivas, metabólicas, saúde dos ossos, bem estar geral; Uso do DHEA devido a dados limitados relativos a eficácia em mulheres normais ou com insuficiência adrenal; Uso de T ou DHEA no tratamento de mulheres com hipopituitarismo, ins. adr, menopausa cirúrgica, usando corticoides ou outras condições associadas com baixos níveis de A. Dados limitados que a TA melhore sintomas e falta de estudos sobre riscos a longo prazo.
J Clin Endocrinol Metab, October 2014
Reforçam Tendências que apontam para a eficácia e segurança na terapia com T a níveis fisiológicos e a curto prazo, nas mulheres pós-menopáusicas com DS devido ao HSDD. Os níveis de T endógenos não preveem resposta à terapia. Atualmente os produtos de T (níveis fisiológicos) para uso em mulheres não estão disponíveis em muitos países, incluindo os EUA, e os dados de segurança a longo prazo são escassos; Qualquer mulher que esteja recebendo terapia com T, deve ser monitorada quanto a sinais e sintomas de excessos de A.
SEXUALIDADE E FUNÇÃO SEXUAL Sexualidade e função sexual fazem parte do bem-estar e da saúde da mulher como um todo. Assim, os aspectos da função sexual de uma mulher devem ser incluídos na avaliação geral de sua saúde LOPES e MAIA,1995
A função sexual normal envolve uma série de complexos fatores hormonais, psicológicos e socioculturais DAVIS,1998
SEXUALIDADE
Biológica e reprodutiva; Erótica , afetiva, forma de
expressão pessoal e de busca de prazer.
SEXO APÓS OS 50 Aspectos emocionais, sociais e culturais: Perdas; Pressão social e familiar; Monotonia;
Sintomas climatéricos Depressão;
Aposentadoria.
MODIFICAÇÕES NA RSF 1ª Fase: Desejo: Diminuição da libido:
Baixa estima;
Modificações corporais; Pressão social (culto à juventude); Imagem corporal; Monotonia sexual; Falta de estímulo sexual.
MODIFICAÇÕES NA RSF 2ª Fase: Excitação:
Resposta mais lenta; Redução da vasocongestão; Redução ou ausência no aumento dos seios; Menor expansão da vagina; Dispareunia devido a baixa lubrificação vaginal.
MODIFICAÇÕES NA RSF 3ª Fase: Orgasmo: Alteração da intensidade do orgasmo; Contrações vaginais com menos intensidade; Aumento do tempo de retorno do organismo ao
estado pré-estimulatório;
Redução da capacidade multi-orgástica.
MODIFICAÇÕES NA RSM O desejo sexual, a excitação e atividade sexual diminuem com o
avançar da idade; Na presença do desejo sexual este já não é capaz de produzir ereção
concomitante ou imediata; A dificuldade de obtenção e manutenção da ereção aumenta; Há maior ocorrência de ejaculação retardada; A quantidade de sêmen e a intensidade da ejaculação se reduzem; Perda da ereção imediatamente após a ejaculação; Período refratário se torna mais longo
ALTERAÇÕES POSITIVAS Alterações psicológicas positivas na mulher: Menos inibição e mais
experiência; Maior permissividade; Ausência do medo de
engravidar.
Alterações psicológicas positivas no homem:
O homem maduro demora mais tempo a ejacular; São amantes mais refinados, que se entregam mais a parceira e aos jogos sexuais; Quanto mais ativo sexualmente o indivíduo for na vida adulta, mais o será na velhice.
SEXUALIDADE DA PESSOA SÓ Auto-erotismo, sexo solitário, onanismo ou masturbação: Provocar prazer sexual pelo contato da mão, ou por meio de instrumentos adequados, nos orgãos genitais. “Masturbação: sexo com a pessoa que você mais ama."
Woody Allen
TH e Sexualidade
Estrogênios: - a atração e receptividade - LH T
- SHBG T Livre
Progestogênios: - C21 Depressão/ Libido - C19 Libido
Testosterona: - do bem estar e da libido.
Libido
A reposição com estrogênio associado a androgênio determinou melhora mais acentuada na qualidade
de
vida
e
na
sexualidade
em
relação
estrogenioterapia isolada Tese de Doutorado - UNIFESP Dr. Justino Mameri
à
Saúde e Sexualidade A OMS coloca a sexualidade segura e prazerosa como um dos índices de qualidade de vida da população um dos indicadores do bem-estar físico, mental e social
ORIENTAÇÕES GERAIS Reposição hormonal (segundo avaliação e orientação médica); Lubrificantes; Exercícios físicos; Estímulo ao erotismo; Lazer e atividades que valorizem a vida e a qualidade de vida.
Associação entre estilo de vida e saúde Viver mais e melhor
Satisfação
Qualidade Felicidade
Auto-estima
de Vida
Saúde
Sensação de bem-estar
Fonte: Carr, 1996; Bossemeyer, 1999
Descanso e sono
Atividade física regular
Consultar o médico Não fumar Alimentação balanceada/evitar a obesidade
Investir na saúde
Evitar o estresse
Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal
Ingestão de água Bebidas alcoólicas com moderação
“Receita” para viver mais e com mais saúde e prazer
Investir no lazer
Respeito à individualidade
Tornar as relações sexuais atrativas
Conhecer o próprio corpo e o da(o) parceira(o)
Diálogo e cooperação
Investir no relacionamento
Namoro e envolvimento afetivo
Administrar crises Ampliar recursos psicológicos
â&#x20AC;&#x153;Receitaâ&#x20AC;? para ser um (a) ginecologista diferenciado (a)
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