Informativo
Veículo Oficial da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais - SOGIMIG I Março a Maio de 2009 GUSTAVO ROSCOE
Comissão organizadora do Congresso Brasileiro se reúne com o então governador em exercício, Antônio Augusto Anastasia
Governo de Minas apoia o Congresso Brasileiro FALE CONOSCO
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COMO O MÉDICO DEVE LIDAR COM CASOS DE VIOLÊNCIA SEXUAL? | 3
RESPONSABILIDADE SOCIAL É UM DOS PILARES DA SOGIMIG | 8
WORKSHOP ABRE OPORTUNIDADE PARA ATUALIZAÇÃO CIENTÍFICA | 9
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Palavra do Presidente
VICTOR HUGO DE MELO Av. João Pinheiro, 161. Sala 206 Centro. Belo Horizonte. MG. 30.130-180. Telefax: (31) 3222 6599 Telefone: 3247 1637 Site: www.sogimig.org.br E-mail: sogimig@sogimig.org.br Diretoria SOGIMIG - Gestão 2009-2010 PRESIDENTE Victor Hugo de Melo VICE- PRESIDENTE Renato Ajeje SECRETÁRIO GERAL Carlos Henrique Mascarenhas Silva 1ª SECRETÁRIO Frederico José Amedée Péret DIRETOR FINANCEIRO José Avilmar Lino Silva DIRETOR SÓCIO-CULTURAL Cláudia Lourdes Soares Laranjeira DIRETOR CIENTÍFICO Agnaldo Lopes da Silva Filho DIRETOR DE DEFESA DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL Maria Inês Miranda Lima DIRETOR DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS Cláudia Lúcia Barbosa Salomão DIRETOR DE COMUNICAÇÃO Gui Tarcísio Mazzoni Junior DIRETOR DE INFORMÁTICA João Henrique Penna Reis COORDENADOR DAS DIRETORIAS REGIONAIS Marcelo Lopes Cançado CONSELHO CONSULTIVO: MEMBROS ELEITOS Antonio Eugenio Motta Ferrari, Aroldo Fernando Camargos, Eddie Fernando Candido Murta, Henrique Moraes Salvador Silva, Ivone Dirk de Souza Filogônio, Lucas Viana Machado, Manuel Maurício Gonçalves, Marcelo Maciel de Araújo Porto, Ricardo Mello Marinho, Sávio Costa Gonçalves MEMBROS NATOS Antonio Fernandes Lages, Cláudia Navarro Duarte Lemos, Garibalde Mortoza Junior, João Pedro Junqueira Caetano, Sergimar Padovezi INFORMATIVO SOGIMIG COORDENAÇÃO DO INFORMATIVO Gui Tarcísio Mazzoni Junior PRODUÇÃO EDITORIAL E GRÁFICA Link Comunicação Empresarial - (31) 2126-8080 EDIÇÃO: Cristina Fonseca (MG 04557JP) REDAÇÃO: Kátia Soares EDITORAÇÃO: Danielle Marcussi Revisão: Regina Palla PROJETO GRÁFICO: Helô Costa e Wagner Rocha GRÁFICA: RONA EDITORA TIRAGEM: 3 mil exemplares Envie sua contribuição para sogimig@sogimig.org.br O Informativo SOGIMIG autoriza a reprodução de seu conteúdo, desde que citada a fonte. Pede-se apenas a informação de tal uso. A Associação não se responsabiliza pelo conteúdo ou pela certificação dos eventos anunciados na forma de agenda.
Presidente da SOGIMIG sogimig@sogimig.org.br
O Congresso Brasileiro é nosso! Foram muitos anos de espera, mas, finalmente, conseguimos: o Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (CBGO) é nosso! Ansiosamente aguardado, o Brasileiro já faz parte do dia a dia de todos nós, seja na organização do evento, seja na sua divulgação. Vamos receber em Belo Horizonte, no próximo novembro, 6 mil ginecologistas e obstetras do Brasil e América Latina, além, é claro, de mais 2 mil colegas de Minas Gerais. Minas veste a camisa verde-amarela para ser a anfitriã do maior evento médico da América Latina: o CBGO, que nunca foi realizado no nosso estado. A falta de local e infraestrutura adequada protelou por várias décadas a realização deste grande evento em Belo Horizonte. Contudo, esta espera não foi, de todo, ruim. A SOGIMIG cresceu e se fortaleceu, com a participação de colegas tanto na capital quanto no interior, e se credenciou para organizar o Congresso. Hoje, temos muito mais condições de divulgar o evento em Minas, com a ajuda e participação dos vice-presidentes e diretores regionais. Faltava, ainda, o local para organizar tão grande encontro. A parceria com o Estado, na utilização do Expominas, nos possibilitou o credenciamento final. Todas as pessoas que participaram do Congresso Mineiro em 2007 tiveram a certeza de que o evento naquele local será um sucesso. Teremos todo o Expominas disponível para os 8 mil congressistas participantes: salas adequadas, bem sonorizadas, com ar condicionado, cadeiras confortáveis, espaçosas, lanchonetes, restaurantes, enfim, toda a infraestrutura necessária para dar conforto a congressistas e palestrantes. A comissão organizadora está trabalhando há mais de um ano, com apoio do Governo do Estado e da Prefeitura de Belo Horizonte e de outras dezenas de entidades e instituições, para oferecer o melhor na grade científica, nos eventos sociais, no lazer e na hotelaria. Os melhores hotéis da cidade estão bloqueados para receber nossos congressis-
tas. Queremos produzir o melhor CBGO até então realizado. Minas do pão de queijo, das cachoeiras, das montanhas, das cidades históricas, do povo acolhedor e grande anfitrião não poderia fazer diferente. Queremos mostrar a todos o jeito mineiro de receber os milhares de amigos que virão ao nosso evento para prestigiar a nossa Ginecologia e Obstetrícia. Conclamamos os ginecologistas e obstetras de Minas Gerais para participar deste grande empreendimento. Será um congresso histórico, no berço da independência do Brasil. A Inconfidência Mineira foi o movimento libertário que nos conduziu para o grande país que somos hoje. Sabemos o quão difícil está sendo exercer nossa especialidade e as práticas clínicas e cirúrgicas cotidianas, pois estamos à mercê do controle das nossas atividades, tanto na esfera pública quanto na privada. De um lado, regras cada vez mais draconianas, impostos cada vez mais altos, honorários baixos, papéis e papéis para preencher, pacientes em maior número para atender e, do outro, o controle das operadoras de saúde sobre os nossos honorários e trabalho, além de uma clientela insatisfeita, que abre processos banais e, muitas vezes, injustos. Será o momento adequado para discutirmos, também, nossos problemas de defesa profissional, além de ser um cenário importante para mostrar nossa união e interesse pela atualização científica. Teremos ainda a grande participação da mídia nacional, acompanhando o dia a dia do evento. Nos quatro dias do CBGO, brasileiros estarão de olho na Ginecologia e Obstetrícia,e teremos um grande espaço para colocar nossas questões. Atualização científica, reciclagem de conhecimentos, confraternização, defesa profissional e discussão de parcerias irão acontecer entre 14 e 17 de novembro em Belo Horizonte. Contamos com vocês, ginecologistas e obstetras mineiros e mineiras, para nos auxiliar a divulgar o evento e nos acompanhar nessa jornada. Ate lá.
Em caso de dúvidas, questionamentos e sugestões, enviar e-mail para: sogimig@sogimig.org.br
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Acolhimento
Violência sexual: como o médico deve lidar com quem foi vítima? DIVULGAÇÃO
O assunto está nos jornais todos os dias, os casos de violência sexual parecem ter se multiplicado nos últimos tempos. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de BH, de agosto de 2006 a dezembro de 2008 foram registrados 592 casos. As estatísticas chocam a sociedade e exigem da classe médica um esforço e envolvimento intensos, afinal, mulheres que passam por violência sexual precisam de ajuda de várias especialidades médicas. E como os hospitais são a porta de entrada para o registro desse problema, o ginecologista tem reconhecidamente um papel crucial nas ações que se desencadeiam a partir do momento em que deparam com essa vítima. Mas como esse médico deve proceder ao se deparar com uma vítima desse trauma? Segundo a Presidente da Comissão de Violência Sexual da SOGIMIG, Maria Flávia Brandão, o primeiro passo é encaminhar a paciente a um dos Centros de Referência de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual. Em Belo Horizonte são quatro unidades disponíveis, localizadas nos hospitais Julia Kubtschek, Maternidade Odete Valadares, Hospital Odilon Behrens e no Hospital das Clínicas. Somente em um desses centros a mulher terá acesso a intervenções específicas. Ela receberá a profilaxia de gravidez indesejada e de várias doenças, inclusive o coquetel contra o vírus da Aids, devendo ser encaminhada o mais rápido possível, em no máximo 24 horas, para que esta profilaxia não tenha falha. A vítima também vai receber orientação jurídica, psicológica, de uma assistente social e terá acompanhamento médico por até um ano. “Todos os profissionais desses centros estão
tecnicamente preparados. O objetivo é oferecer condições para que ela possa reconstruir sua vida”, avalia. Nas cidades que não contam com centros de referência, as vítimas de violência devem ser encaminhadas para um hospital ou posto de saúde mais próximo. Outro passo, segundo Maria Flávia, é fazer a notificação compulsória, um documento a ser preenchido pelo médico e enviado à Secretaria Municipal de Saúde. Esse formulário pode ser obtido no site da SOGIMIG e é de fundamental importância, pois é por meio dele que as autoridades vão conhecer a natureza dos casos mais comuns e desenvolver, a partir daí, políticas públicas para lidar com o problema. As condições emocionais de uma mulher violentada sexualmente são as piores possíveis. Por isso, o ginecologista precisa estar preparado para lidar não somente com as seqüelas físicas, mas com sentimentos como dor, vergonha, culpa, constrangimento e, principalmente, o medo. É preciso ter um olhar sensível sobre a paciente, na busca de identificar fatores nem sempre explícitos, mas que podem colaborar na solução do problema em questão.
Crianças e adolescentes De acordo com Maria Flávia Brandão, as grandes vítimas de abuso sexual em Belo Horizonte são as crianças e adolescentes. “Só no Hospital Julia Kubtschek nós registramos dez casos com essa faixa etária nos três primeiros meses de 2009. Em 2008 foram mais de 50 vítimas”, revela. Ela lembra ainda que quando se trata de menores de 18 anos, o hospital ou o médico tem o dever
Confira os endereços dos Centros de Referência: Hospital Julia Kubitschek - Rua Dr. Cristiano Resende, 2745 - Bairro Milionários - Tel. 3389-7881 Maternidade Odete Valadares - Av. do Contorno, 9494 - Bairro Prado - Tel. 3337-9436 Hospital Municipal Odilon Behrens - Rua Formiga, 50 - Bairro São Cristóvão - Tel. 3277-6199 Hospital das Clínicas - Av. Prof. Alfredo Balena, 110 - Bairro Santa Efigênia - Tel. 3248-9330 Cidades do Interior de MG - Procurar um hospital ou o posto de saúde próximo
Dra. Maria Flávia: "Crianças e adolescentes são as grandes vítimas de abuso sexual"
legal de informar o caso ao Conselho Tutelar ou às autoridades cabíveis sobre o crime. De acordo com o artigo 13 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a suspeita ou confirmação de maus tratos e violência sexual deve ser denunciada. O artigo 245 do ECA dispõe ser infração administrativa “deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche de comunicar às autoridades competentes os casos de que tenham conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus tratos contra criança ou adolescente”. Assim, constitui dever do médico comunicar, não apenas aos pais, mas também à autoridade competente (Conselho Tutelar, autoridade policial, promotor de Justiça ou juiz da Infância e Juventude), ocorrência de violência sexual e maus tratos contra adolescentes e crianças da qual tomou conhecimento no exercício de sua atividade profissional, mesmo em serviço particular. Acima de 18 anos, a própria vítima deve fazer a denúncia, se ela o desejar. Outras orientações podem ser obtidas no Manual do Ministério da Saúde - Aspectos Jurídicos do Atendimento às Vítimas de Violência Sexual.
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Científico
A cesárea a termo e os resultados neonatais de artéria umbilical menor que 7.0, APGAR do quinto minuto menor que 3, admissão na Unidade de Terapia Neonatal e tempo de internação hospitalar superior a cinco dias. Todos os recém-nascidos foram acompanhados por 120 dias após o nascimento. De acordo ainda com os dados apresentados, 35.8% das cesáreas do grupo analisado foram realizadas antes de 39 semanas (95% IC, 35.0 - 36,6). Detectou-se redução do risco de ocorrência de um ou mais resultados neonatais adversos citados acima, quando a idade gestacional (I.G.) ao realizar a cesárea eletiva eleva de 37 para 39 semanas (15,3% com 37 versus 8,0% com 39; p<0,001). Esta redução de complicações se mantém mesmo após o ajuste para fatores de confusão. É interessante ressaltar também que, segundo os dados deste trabalho, a tendência à ocorrência de uma das complicações citadas aumentou quando a cesárea eletiva foi realizada numa I.G. de 41 ou 42 semanas. Sendo assim, quando comparados ao parto eletivo realizado com 39 semanas, o risco geral de ocorrência de uma das complicações neonatais foi de 48% quando o parto cesárea eletiva e a termo foi realizado com 37 semanas e de 27% quando realizado com 38 semanas. Este trabalho conclui que a melhor idade gestacional para a realização de parto cesárea
CLÓVIS CAMPOS
O artigo publicado em janeiro de 2009 no New England Journal of Medicine aborda um tema muito interessante e bastante presente nas discussões atuais sobre as melhores práticas assistenciais em Obstetrícia. O estudo delineou-se numa coorte prospectiva e multicêntrica, cujo objetivo era avaliliar a associação entre partos cesáreas eletivas realizadas ao termo, mas antes de 39 semanas e os seus resultados neonatais. As informações foram colhidas do banco de dados que contém relatos de todos os partos realizados em 19 centros acadêmicos nos Estados Unidos (Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development Maternal-Fetal Medicine Units Network). O universo de pacientes inicialmente analisado foi de 28.867 mulheres, sendo que após as exclusões (I.G. < 37 semanas, gestação múltipla, fetos com malformações, além de pacientes com indicações bem estabelecidas para realização imediata de parto cesárea) a avaliação final foi feita sobre 13.258 pacientes que foram submetidas a parto cesárea eletiva a termo. Os resultados neonatais avaliados foram: óbito, síndrome de angústia respiratória, taquipneia transitória do RN, hipoglicemia, sepse neonatal, convulsões, enterocolite necrotizante, encefalopatia hipóxico isquêmica, ressuscitação cardio-pulmonar ou suporte ventilatório após o nascimento, pH de sangue
eletiva a termo é com 39 semanas de gestação. Desta forma e diante das diversas evidências apresentadas neste e em outros artigos publicados na literatura, recomenda-se que o parto cesárea eletiva deve ser feito após a 39ª semana de gestação, excetuando-se os casos em que a interrupção da gestação antes desta época seja comprovadamente benéfica para a manutenção da qualidade de vida maternofetal. Esta medida além de reduzir as complicações neonatais e diminuir a morbi-mortalidade do recém-nascido, também possibilita a redução dos gastos com a assistência médica. Referência: Alan T.N. Tita et al. Timing of Elective Repeat Cesarean Delivery at Term and Neonatal Outcomes. N Engl J Med 2009; 360:111-20.
Carlos Henrique Mascarenhas Silva, Secretário Geral da SOGIMIG
Agenda
Acontece A SOGIMIG recebe até 14/08/2009 as inscrições para os prêmios Lucas Machado e Clóvis Salgado, conferidos aos melhores trabalhos científicos de 2008. Mais informações na SOGIMIG; Uberlândia recebeu, nos 17 e 18/04, a II Jornada SOGIMIG de Ginecologia e
Obstetrícia do Triângulo Mineiro; Nos dias 24 e 25/05 aconteceu a V Jornada SOGIMIG de Ginecologia e Obstetrícia de Muriaé / I Fórum de Gravidez na Adoslecência de Muriaé; Aconteceu em Ubá a II Jornada SOGIMIG de Ginecologia e Obstetrícia de Ubá
e Região no dia 16/05. No dia 11/03, diretores da SOGIMIG participaram de reunião na sede da Unimed-BH onde receberam proposta de remuneração para assistência obstétrica, para incentivar maiores taxas de parto normal. No dia 21/04, diretores da SOGIMIG participaram do Fórum da Sociedade Mineira de Pediatria sobre "parto normal ou cesárea".
29/05 a 30/05/2009 - Alfenas / MG IX Congresso Sul Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia "Prof. Edson Antônio Velano"
05/06 a 06/06/2009 - Passos / MG III Jornada SOGIMIG Materno Infantil de Passos
18/06 a 20/06/2009 - Montes Claros / MG IV Jornada SOGIMIG-Unimontes de Ginecologia e Obstetrícia do Norte de Minas
03/07 a 04/07/2009 - Ouro Preto /MG 1 Jornada SOGIMIG de Ginecologia, Obstetrícia, Sexualidade e Adolescência de Ouro Preto
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Científico
Mulheres de BH e a Sexualidade no Climatério ANDRÉ SCHIRM
Estudo transversal, de base populacional, com o objetivo de avaliar os fatores associados à sexualidade das mulheres brasileiras com idade entre 40 e 65 anos, com 11 anos ou mais de educação formal. Foi utilizado um questionário traduzido e adaptado culturalmente, o Short Personnal Experiences Questionnaire (SPEQ), auto-respondido anonimamente por 276 mulheres residentes em Belo Horizonte, selecionadas aleatoriamente. Foram analisados: o desejo sexual, a atividade sexual, a frequência de atividades sexuais, a satisfação sexual, o orgasmo, a intensidade do desejo sexual, assim como a frequência de excitação sexual. As mulheres com fogachos, insônia, depressão, nervosismo, estilo de vida sedentário, hipertensão, incontinência urinária, sem parceiro sexual e que tinham uma autopercepção ruim do seu estado geral apresentaram maior chance de ter escores de sexualidade abaixo da mediana. Ter parceiro sexual e sentir-se bem foram associados à melhoria da função sexual. Os achados desta pesquisa confirmam os dados de outros estudos, realizados na Europa, Estados Unidos e Australásia (região que abrange a Austrália, a Nova Zelândia, Nova Guiné e ilhas da Indonésia), usando o mesmo instrumento (SPEQ). Mostram que a sexualidade no climatério é influenciada tanto pelos sintomas consequentes à deprivação hormonal como pelos problemas de saúde que aparecem com o processo de envelhecimento. Os fatores psicológicos, comportamentais e relacionados à existência de parceiro sexual também influenciam esta complexa interação, que é a sexualidade. A importância da sexualidade diz respeito à intimidade, ao contato social, ao reconhecimento da atratividade e à forma de se sentir apoiada. Quando deteriorada, a sexualidade pode afetar significativa-
mente a auto-estima e a qualidade de vida das mulheres. Mesmo a disfunção sexual de duração curta pode criar frustrações e angústia e, quando crônica, pode conduzir à ansiedade e à depressão, prejudicar relacionamentos e causar problemas em outros aspectos da vida. Uma abordagem mais abrangente das mulheres climatéricas pelos profissionais que as assistem torna-se fundamental para a avaliação e tratamento das queixas sexuais. Uma vez que o fato de sentir-se bem pode melhorar a sexualidade sugere a necessidade de medidas objetivas, como, por exemplo, a avaliação do uso de terapia de reposição hormonal, o estímulo à prática de exercícios físicos e tratamentos adequados de doenças associadas, como a hipertensão. A visão desta fase da vida por um ângulo positivo deve ser estimulada, já que pode ser uma oportunidade para a mulher reconsiderar seus sentimentos e avaliar medidas que possam levar à melhoria da sexualidade e satisfação com a vida.
"A sexualidade no climatério é influenciada tanto pelos sintomas conseqüentes à deprivação hormonal como pelos problemas de saúde que aparecem com o processo de envelhecimento" Como ginecologistas, somos frequentemente os primeiros profissionais, e muitas vezes os únicos, que as mulheres procuram para relatar seus problemas. Mais ainda, sempre estabelecemos relações de muito longa duração com nossas clientes, em relação a outros especialistas. Por essa razão, o ginecologista está numa posição ideal
para atender as mulheres de acordo com suas idades e necessidades, devendo manter atitude proativa e tratando as condições apresentadas. Acreditamos que o ginecologista é o profissional ideal para o atendimento de mulheres com queixas sexuais. Infelizmente, essas ideias ainda são muito distantes da realidade atual. Investimentos devem ser feitos na habilitação desses profissionais, para que pelo menos incluam em suas consultas espaço para as mulheres esclarecerem suas dúvidas relativas à sexualidade. Com isso haverá não só melhoria significativa no relacionamento médico-paciente, bem como no bem-estar geral, inclusive do profissional. Referência: VALADARES, A.L. et al. Sexuality in Brazilian Women aged 40 to 65 years with eleven years or more of formal education: associated factors. Menopause 2008;15:264-69.
Ana L. Ribeiro Valadares
G inecologista, vice-presidente do comitê de Endocrinologia e Climatério da SOGIMIG
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Workshop
XI Workshop SOGIMIG promove integração e FOTOS: KÁTIA SOARES
Evento contou com a participação de vários profissionais de Belo Horizonte e do interior
Nos dias 26 e 27 de março, o Ouro Minas Palace Hotel recebeu os integrantes da diretoria, os diretores regionais e de comitês científicos da SOGIMIG para a realização do seu XI Workshop. Na pauta, temas de grande relevância para a associação como a necessidade de fortalecimento da entidade no interior, a importância da defesa profissional e o andamento da organização do 53º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia - CBGO 2009. O evento também reservou grande espaço para atualização científica dos participantes. Em sua participação no evento, o Coordenador das Diretorias Regionais, Marcelo Cançado, destacou a necessidade cada vez maior da integração dos profissionais que trabalham no interior do estado. Ele explicou sobre o trabalho de mapeamento que está sendo realizado e sobre a importância do envolvimento de todos para o sucesso desse processo. Ao definir um representante para cada uma das 13 macrorregiões, a SOGIMIG dá um importante passo para alcançar todas as cidades mineiras e, consequentemente, crescer de forma consolidada. Uma pasta com
um CD com o regimento da diretoria e uma ficha cadastral foi entregue a cada participante do evento. “Queremos que todos participem do senso proposto pela SOGIMIG que tem o objetivo de conhecer mais detalhadamente a realidade de cada região”, explica. Na primeira parte, cada vice-presidente teve espaço para falar um pouco sobre a realidade na região que representa, detalhando as conquistas e dividindo os principais desafios com os demais participantes. Dr. Marcelo Cançado aproveitou a oportunidade para anunciar duas novas vice-presidências, a da regiões Oeste e Centro-Sul. O Diretor Financeiro da SOGIMIG, José Avilmar Lino Silva, apresentou proposta para ajuda de custos das vice-presidências desde que comprovadas com notas fiscais em nome da associação. A ideia é repassar até 30% da contribuição anual do que for pago pelos sócios antigos, de cada vice-presidência, e os novos, desde que não atinjam 50% ou mais que dos antigos. Quando o número de novos sócios atingir ou ultrapassar 50% dos antigos, será repassado até 30% do valor pago pelos antigos
e até 50% do pago pelos novos associados. Essa iniciativa visa dar mais autonomia às vicepresidências e estimular a adesão de novos associados. A SOGIMIG já calculou o valor a ser repassado para cada vice-presidência, baseando-se nas quitações das anuidades de 2009 e aguarda a solicitação e comprovação da necessidade dos valores a serem repassados.
CBGO O workshop foi uma boa oportunidade para os participantes se inteirarem sobre os andamentos da organização do 53º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia - CBGO 2009. O presidente do congresso, João Pedro Junqueira, ressaltou sobre a importância de cada médico associado se envolver na divulgação do evento. Cartazes, newsletters e outros meios de divulgação estão disponíveis a todos. “É nosso papel incentivar um grande número de inscrições. Esperamos dois mil participantes só de MG. Portanto, cabe a todos o papel de fazer do CBGO o maior evento do nosso segmento já realizado no Brasil”, enfatiza.
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Workshop
o entre profissionais e atualização científica
Dr. Lucas Machado apresentou palestra sobre terapia hormonal
Defesa Profissional A Defesa Profissional foi o tema da mesa redonda dirigida pela Diretora de Defesa Profissional, Maria Inês de Miranda Lima. Uma das convidadas para o debate foi a Diretora de Defesa do Exercício Profissional da AMMG, Cristiana Fonseca Beaumord. Ela tratou especificamente sobre o tema “erro médico”. Em sua apresentação ela falou sobre os casos mais comuns, os aspectos psicológicos que envolvem o médico e a paciente. Maria Inês ainda apresentou estatísticas sobre o assunto, destacando quais as áreas recebem mais reclamações dos pacientes. Para falar sobre os aspectos jurídicos relacionados aos erros médicos foi convidado o Procurador do Conselho Regional de Medicina, Frederico Ferri de Resende. Ele trouxe exemplos de alguns casos recentes denunciados pela imprensa e também sobre as reclamações de conduta de alguns profissionais
de medicina. Detalhou sobre os trâmites legais que cabem nesses casos e destacou que as denúncias contra médicos não podem ser anônimas. Um tema que foi amplamente debatido durante esta etapa do workshop foi a atuação do profissional de enfermagem na condução de partos normais. Todos os médicos presentes reconheceram a importância da colaboração desse profissional enquanto auxiliar na hora do parto, mas alguns relatos deram conta de que muitas vezes, principalmente em cidades do interior, o enfermeiro é o único responsável pelo atendimento à parturiente. Esse modelo de atendimento não é considerado o mais seguro para a paciente, pois o obstetra é, reconhecidamente, o único profissional tecnicamente preparado para lidar com esse procedimento. Durante a discussão, ficou clara a necessidade de formatar essa relação, definindo a atuação de cada profissional. A SOGIMIG irá realizar, ainda neste ano, um evento para tratar exclusivamente desse assunto, com foco na assistência ao parto e o ato médico.
Eventos Científicos, como organizá-los? Todos sabem que para que um evento tenha sucesso é preciso planejamento, estratégia e análise da viabilidade econômica. Esse foi o tema da exposição do Diretor de Comunicação da SOGIMIG, Gui Mazzoni. Ele destacou que a organiozação de evento deve se iniciar a partir da elaboração de um plano de negócios e que isso facilita as ações e torna a sua realização mais prática. “É preciso elaborar uma planilha discriminando a previsão de custos e receitas, pensar estrategicamente no evento como um negócio, com foco no resultado”, explica. Gui Mazzoni apresentou os passos para promover um evento bem-sucedido, como a escolha por temas abrangentes, se possível que abracem públicos novos. Não se esquecer de elaborar um plano de divulgação, com antecipação de pelo menos seis meses, procurando diversificar os veículos de comunicação, como newsletters, sites, jornais, flyers e banners. A data deve ser escolhida avaliando-se a realização de outros eventos concorrentes, seja da área médica ou de outros setores da sociedade ,mas que tenha o potencial de atrair o mesmo público.
Diretoria da SOGIMIG ouve propostas dos participantes no 2º dia do workshop www.sogimig.org.br | Belo Horizonte | MG
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Notícias
SOGILESTE completa 21 anos Investir em informação, capacitação e em qualidade profissional. Uma entidade de classe precisa desempenhar essas funções para crescer beneficiando seus associados e, indiretamente, todo o público que busca atingir. No caso da Associação de Ginecologistas e Obstetras do Leste Mineiro (SOGILESTE) todas essas funções são exercidas de forma exemplar. Desde o início da criação da entidade, há 21 anos, a direção não poupa esforços para atender a todas as necessidades dos associados, buscando alternativas viáveis, criativas e inovadoras que têm feito grande diferença em toda a região Leste do Estado. Um dos destaques das atividades da SOGILESTE é a realização do Congresso do Leste Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia, já inserido no calendário oficial de Governador Valadares. A cada ano, profissionais de várias cidades se reúnem para se informar sobre as últimas novidades científicas das áreas de Ginecologia e Obstetrícia. Especialistas de Mi-
nas Gerais e outros estados ministram palestras, trazendo novidades sobre tratamentos, descobertas científicas e pesquisas. O atual presidente da associação, Nilo Sérgio Nominato, explica que o grande foco do trabalho é a promoção da integração dos profissionais da região. “Todos têm o mesmo objetivo, que é promover o crescimento da SOGILESTE e a difusão de informação”, detalha. Segundo Nominato, as reuniões entre os associados acontecem mensalmente, com a participação da maioria dos 36 integrantes. A entidade investe também em comunicação, publicando bimestralmente o jornal “Informativo Sogileste”, com distribuição gratuita direcionada aos órgãos de imprensa, autoridades locais e associados. Outro investimento é a disponibilidade do equipamento necessário para a realização de videoconferências, facilitando a troca de experiências entre os associados e médicos de outras regiões. O diretor de Comunicação e Marketing,
Jornal publicado pela SOGILESTE
Roberto Carlos Machado, que também já presidiu a SOGILESTE por dois mandatos, explica ainda que a entidade já implantou o projeto Adolescer nas escolas da região. O trabalho consiste em ministrar palestras educativas para adolescentes entre 12 e 17 anos. Para o próximo mês de Julho, já está programada a realização de um simpósio materno infantil.
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Atividades da Diretoria
Responsabilidade Social: um dos pilares da SOGIMIG GUILHERME BERGAMINI
O Dia Internacional da Mulher mereceu uma comemoração especial e criativa voltada para a prevenção e educação, abordando questões relativas à saúde da mulher. A programação incluiu um dia inteiro de atividades na Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG), parceria proposta pela Diretoria de Assuntos Comunitários da SOGIMIG. Toda a diretoria e componentes dos comitês científicos se envolveram com a ação e destinaram parte do seu dia a este trabalho. Na programação houve palestras direcionadas a mulheres de diversas faixas etárias. Entre os assuntos abordados, Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/ AIDS), métodos contraceptivos e climatério. O evento focou, principalmente, o público adolescente. Para Cláudia Barbosa Salomão, Diretora de Assuntos Comunitários da SOGIMIG, essa é uma fase que requer uma atenção especial de todos os médicos. “Trata-se de um momento da vida cujas escolhas e hábitos vão gerar consequências para toda a vida,
Funcionárias da Assembléia Legislativa assistem a palestra da dra. Neli Sueli Teixeira de Souza, no Dia Internacional da Mulher
daí a importância da nossa atenção especial”, explica. O trabalho dedicou espaço exclusivo também aos garotos, afinal, eles estão diretamente ligados à vida sexual das
adolescentes. “Realizamos uma oficina só para os meninos. Foram esclarecidas dúvidas sobre métodos contraceptivos e distribuídos panfletos educativos”, acrescenta.
Outras atividades comunitárias da SOGIMIG >> Casa Bem Me Quer - localizada no bairro Mangabeiras, cerca de 40 crianças e adolescentes da entidade recebem orientação gratuita da SOGIMIG, com abordagem de temas como anatomia do aparelho reprodutor feminino e masculino, fisiologia, métodos contraceptivos, sexualidade e DST/AIDS. Os encontros acontecem pelo menos quatros vezes ao ano.
>> Instituto Santa Inês (Monte Calvário) - Oficinas informativas a adolescentes surdos mudos do Instituto Santa Inês (Colégio Monte Calvário). Utilização de material específico, com linguagem voltada exclusivamente para este público.
>> Convênio com OAB Mulher - Promoção de eventos comunitários informativos em diversas cidades, como Belo Horizonte, Betim, Lagoa Santa, Contagem e Pitangui.
>> Programas dos Governos Municipal e Estadual - Assistência técnica a programas destinados a adolescentes, com o esclarecimento de dúvidas e difusão de informações.
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Informativo SOGIMIG | mar a mai | 2009 Comissão organizadora do CBGO se encontra com várias entidades para assegurar o sucesso do evento
Capa - CBGO BH 2009
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Governo de Minas apóia CBGO BH 2009 A comissão organizadora do 53º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (CGBO 2009) foi recebida em audiência, pelo então governador em exercício, Antônio Augusto Anastasia. Os objetivos do congresso e a grande dimensão do evento foram descritos ao governador, tendo sido enfatizado seu grande potencial econômico, turístico e científico. Anastasia atribuiu grande importância ao evento, oferecendo o suporte do governo do Estado. O apoio em áreas como segurança pública, transporte, estrutura de turismo, trânsito, entre outras, são consideradas estratégicas para o sucesso do congresso. Com bastante simpatia, deligência e boa vontade, o governador, em exercício, aceitou o convite para a solenidade de abertura do congresso, desejando sucesso e manifestando seu empenho pessoal. O apoio obtido pela comissão organizadora se soma aos esforços empregados até agora para que o 53º CGBO seja um sucesso. Essa reunião foi uma das ações da comissão, que está se empenhando para obter uma programação imperdível. Afinal, Belo Horizonte deve receber cerca de nove mil participantes do CBGO, que movimentarão a hotelaria e o comércio da cidade, trazendo grande impacto ao turismo da capital mineira. A expectativa é ocupar os 72 mil metros quadrados de área construída do Expominas, com renomados palestrantes nacionais e internacionais. Já está confirmada a presença do prof. Leon Speroff, autor do livro Endocrinologia
Ginecológica Clínica e Infertilidade, um dos mais importantes livros sobre o tema. Considerado uma referência da Ginecologia e Obstetrícia mundial, atua na área de contracepção esteroidal. Sua contribuição foi essencial às restrições à prescrição de contraceptivos orais para mulheres acima dos 35 anos nos Estados Unidos, suscitando o interesse pelas questões hormonais da menopausa. Outros nomes já confirmados são dos médicos Philippe Jeanty e Baha Sibai, dos Estados Unidos, e Kypros Nicolaides, da Inglaterra, que participarão por video-conferências. A programação inclui palestras, debates, mesas-redondas, conferências e cursos de atualização sobre temas importantes como “Terapia Hormonal do Climatério”, “Fertilização Assistida, Estado da Arte” e “Conduta nas Mulheres de Risco para Câncer de Mama”. As inscrições já podem ser feitas no site da SOGIMIG (www.sogimig. org.br), onde também é possível encontrar opções de pacotes com hospedagem nos principais hotéis da cidade, além de links para enviar trabalhos científicos e, ainda, ter acesso às informações detalhadas sobre o congresso e a capital mineira. No mês passado, a comissão se reuniu com representantes da Polícia Militar, BHTrans, além do Secretário de Estado da Saúde, Marcos Pestana, e o presidente da Prominas, Arlindo Porto. Sãos ações como essas que vão garantir o sucesso em todos os aspectos do Congresso Brasileiro.
Festa de Encerramento Se o 53º CBGO vai atrair participantes de diversas partes do mundo, nada melhor que encerrar o evento com uma grande festa, com iguarias para todos os gostos. De acordo com a coordenadora da parte social, Maria Inês Miranda Lima, o local escolhido para a festa é o Clube Labareda, na região da Pampulha. Segundo a médica, o local é o único coberto da capital mineira com capacidade para receber seis mil pessoas. “Vamos reunir o melhor da culinária italiana, oriental e, é claro, vamos oferecer opções irresistíveis da deliciosa comida mineira”, adianta. DIVULGAÇÃO
Governador em exercício, Anastasia, ofereceu apoio ao CBGO em reunião com a comissão
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Formação Profissional
O autoconhecimento: uma das chaves da excelência no trabalho do ginecologista e obstetra A palavra ouvir no dicionário Aurélio significa “perceber, entender, dar ouvidos às palavras de...”. Para muitos, seu significado pode parecer simples, mas o seu real sentido nem sempre é levado ao pé da letra. E, quando o assunto é a prática da Ginecologia e Obstetrícia, o ato de ouvir torna-se ainda mais importante e pode fazer toda a diferença no dia a dia do consultório médico. O ginecologista/obstetra, por características da própria especialidade, acaba por ser um confidente em seu campo de trabalho. Lida frequentemente com questões que ultrapassam a técnica médica e com assuntos que fazem fronteira com sentimentos diversos, como o amor e a sexualidade, por exemplo. O aspecto subjetivo dos temas discutidos numa consulta pode ser grande. Por isso, a capacidade de suspender, durante a consulta, seus juízos morais, pode ser muito importante para escutar, de forma mais desimpedida, o paciente. O psicanalista Sérgio de Castro, da Escola Brasileira de Psicanálise, avalia que essa profissão é, em alguns aspectos, comparável a do psicanalista, justamente pelo médico ser solicitado a intervir em questões relativas à subjetividade do paciente. “A paciente muitas vezes se expõe intimamente em uma consulta. Para falar das questões que
a levaram ao médico, ela às vezes tem que externar problemas que escapam do campo técnico. Problemas pessoais, de um modo geral relativos a questões amorosas, com o cônjuge, relações extra-conjugais, etc. Por isso, o ginecologista se torna objeto de confidências e precisa estar preparado para escutar sem julgar, mesmo se ele próprio estiver vivenciando um problema supostamente semelhante na vida pessoal”, detalha. A partir desse quadro, o psicanalista sugere que esses profissionais busquem uma forma de autoconhecimento, entre eles, a psicanálise. Ele explica que esse é um dos caminhos para se exercer a atividade com mais prazer e menos angústia. Conhecendo melhor a si próprio, suas dificuldades e limitações, terá condições de separá-las das de seu paciente. Foi o que aconteceu com o ginecologista Gui Mazzoni. Após oito anos de análise, hoje ele se considera uma pessoa mais realizada em todos os aspectos. Para ele, as pessoas pensam que a maturidade está relacionada com a capacidade de escolha sem interferências. Porém, a decisão acontece a partir de uma resultante de diversas forças e interferências. Algumas claramente identificadas, conscientes. Outras mais difíceis de se lidar, inconscientes, construídas ao longo da existência. “O ca-
minho do crescimento pessoal leva a uma maior capacidade de identificar os vetores que resultam numa decisão, além de aprender a escolher melhor as boas interferências”, define o médico. Para ele, buscar o autoconhecimento é talvez o investimento isolado que mais amplifica a capacidade de se ter uma vida minimamente feliz, favorecendo sobremaneira o aprimoramento profissional. “Na carreira médica, por que uns optam por uma especialidade com perfil mais conservador e outros investem em áreas possuidoras de condutas mais invasivas, por exemplo? Conhecer-se é fundamental para compreender as próprias decisões. O profissional deve ter clara a visão global da relação com seus clientes a fim de reduzir possíveis nebulosidades que possam diminuir a força de evidências científicas”, acredita Gui Mazzoni.
Dr. Sérgio de Castro compara o ginecologista ao psicanalista
Decisão de fazer o melhor Hoje em dia vários profissionais lidam com a falta de tempo e com a correria para cumprir os horários de sua agenda. Mas para Sérgio de Castro, a falta de tempo e o ritmo acelerado que o trabalho impõe à maioria dos profissionais não precisam impedir o médico de fazer um trabalho de qualidade. “Uma consulta de menor duração pode ser boa e eficaz, dependendo, por exemplo, da disponibilidade subjetiva do médico
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em estar verdadeiramente presente nos minutos que durarem a consulta. Tal disponibilidade se ligará ao que chamamos aqui de autoconhecimento, entre outros fatores”, exemplifica. Sérgio de Castro lembra uma frase de um filósofo francês, Alain Badiou, que define a psicanálise como o discurso contemporâneo que lida, por excelência, com o amor. “Trata-se, numa análise pessoal, de uma oportunidade de fazer uma espécie
de “segunda edição” da vida, reconsiderar escolhas, reavaliar o caminho percorrido até então, confirmar certas decisões e, eventualmente, refazer outras. Os ginecologistas e obstetras, ao lidarem com questões em interface com o amor, podem reservar um tempo para cuidar de si próprios e de suas vidas amorosas. Isso certamente se refletirá, de forma positiva, em sua prática médica”, completa.
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