Informativo SOGIMIG

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Informativo

Veículo Oficial da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais - Sogimig

Janeiro a Março de 2008

Parto seguro é tema de campanha da SOGIMIG STOCK PHOTOS

ENCONTRO MINEIRO ALIA PAINÉIS CIENTÍFICOS E MOMENTOS DE DESCONTRAÇÃO | ENCARTE

JUIZ DE FORA SERÁ PALCO DO 33º CMGO | 7 A MULHER GINECOLOGISTA E OS DESAFIOS DA MATERNIDADE E DA VIDA MODERNA | 9 FALE CONOSCO

www.sogimig.org.br PARCEIROS

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Av. João Pinheiro, 161. Sala 206 Centro. Belo Horizonte. MG. 30.130-180. Telefax: (31) 3222 6599 Telefone: 3247 1637 Site: www.sogimig.org.br E-mail: sogimig@sogimig.org.br Diretoria SOGIMIG - Gestão 2006/ 2008 PRESIDENTE João Pedro Junqueira Caetano VICE- PRESIDENTE Tânia Mara Giarolla de Matos SECRETÁRIO GERAL Bruno Muzzi Camargos 1ª SECRETÁRIA Márcia Mendonça Carneiro DIRETOR FINANCEIRO Clóvis Antônio Bacha DIRETORA SÓCIO-CULTURAL Maria Inês Miranda Lima DIRETOR CIENTÍFICO Frederico José Amedée Péret DIRETOR DE DEFESA DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL José Avilmar Lino da Silva DIRETOR DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS Tarina Marques Rubinger DIRETOR DE COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA Sérgio Simões de Souza COORDENADOR DAS DIRETORIAS REGIONAIS Marcelo Lopes Cançado VICE-PRESIDENTES REGIONAIS NORTE: Marco Aurélio Martins de Souza SUL: Renato Ajeje TRIÂNGULO: João Thomaz da Costa NORDESTE: Agildo Pereira Leal LESTE: Roberto Carlos Machado ZONA DA MATA: João Bosco M. de Oliveira CONSELHO CONSULTIVO Antônio Eugênio Motta Ferrari, Aroldo Fernando Camargos, Eddie Fernando Cândido Murta, Gerson Pereira Lopes, Henrique Morais Salvador Silva, Ivone Dirk de Souza Filogônio, Lucas Viana Machado, Manuel Maurício Gonçalves, Sávio Costa Gonçalves, Victor Hugo de Melo MEMBROS NATOS Cláudia Navarro C. D. Lemos, Sergimar Padovezi Miranda, Antonio Fernandes Lages, Garibalde Mortoza Jr. e Ricardo Mello Marinho

INFORMATIVO SOGIMIG COORDENAÇÃO DO INFORMATIVO Sérgio Simões de Souza PRODUÇÃO EDITORIAL E GRÁFICA Link Comunicação Empresarial - (31) 2126-8080 EDIÇÃO: Lucinéia Pacheco (MTB 5701) e Cristina Fonseca (MG 04557JP) REDAÇÃO: Eliana Fonseca e Ewerton Martins EDITORAÇÃO: Danielle Marcussi PROJETO GRÁFICO: Helô Costa e Wagner Rocha GRÁFICA PAMPULHA / TIRAGEM: 2 mil exemplares

Envie sua contribuição para sogimig@sogimig.org.br

JOÃO PEDRO JUNQUEIRA Presidente da SOGIMIG

Palavra do Presidente

Prezados associados, Iniciamos nosso terceiro e último ano de gestão depois de dois anos de grande atividade. Para muitos, pode parecer um fardo, mas, para mim, creio ser mais uma oportunidade ! A vida é feita de oportunidades e nos cabe aproveitálas, nunca desperdiçá-las. Temos muitos projetos para este ano. Nesta edição, vocês poderão acompanhar a agenda de eventos científicos. Serão vários eventos, principalmente no interior. Várias Vice-Presidências e Diretorias Regionais marcam presença através da realização de eventos: Ubá, Uberlândia, São João del-Rei, Passos, Ouro Preto e Juiz de Fora, entre outras. Criamos também este ano um curso de atualização em ultra-som, nos moldes do curso do TEGO, que será realizado na véspera da prova para título de habilitação na área de imagem. Será também um ano de eleições para a nova gestão que toma posse em dezembro deste. A SOGIMIG, após extensa consulta entre Diretoria Executiva, Conselho Consultivo, Vice-Presidncias Regionais e também entre os mais de 76 participantes do workshop realizado em fevereiro, lançou o Dr. Víctor Hugo de Melo para sucessão desta gestão. Isso não impede que outros associados com propostas diferentes, caso existam, possam montar suas chapas e defender suas idéias. Estamos também bastante atentos a uma verdadeira campanha contra o exercício da obstetrícia no Estado e mesmo no país. Mais de uma vez, deixamos claro que somos a favor da equipe multidisciplinar durante o parto, mas parece que não somos ouvidos. Na verdade, existe um grande embate para diminuir o espaço de trabalho do médico, uma vez que somos uma das raras profissões da saúde que não tem regulamentação própria. Enquanto isto, vários outros profissionais não-capacitados se apresentam “aptos” para realizar parto. Quem vai assumir os riscos cíveis e criminais do parto realizado pelo não médico? Quem cara pálida? Só falta pedirem para um médico qualquer assumir responsabilidades por atos não realizados por ele. E pior, deve ter algum que se sujeita a isto...infelizmente. O obstetra tem pelo menos seis anos de curso de medicina e mais três anos

O Informativo SOGIMIG autoriza a reprodução de seu conteúdo, desde que citada a fonte. Pede-se apenas a informação de tal uso. A Associação não se responsabiliza pelo conteúdo ou pela certificação dos eventos anunciados na forma de agenda.

de residência médica para torná-lo capacitado. Além disto tudo, existe claramente uma política nos diversos níveis governamentais que deseja reduzir a qualquer preço o custo da saúde no país. Estamos a um passo da “cubanização” da medicina. Não é à toa que temos uma faculdade de medicina aberta a cada semana no país. Em Minas eram nove faculdades há dez anos, hoje já são 29...29... e não existe nenhum intuito de se diminuir o ritmo. Seremos (somos), como disse uma antigo governante de Minas, igual a sal: branco, barato e fácil de encontrar. Não existe lógica matemática que interfira na relação oferta e procura. Mas existe sempre um lado positivo, que é a oportunidade para os médicos bem formados se destacarem. Por causa destas várias dificuldades, no final do ano passado, lançamos a CAMPANHA PELO PARTO SEGURO, que ocorrerá paralelamente ao longo de todo o ano sobre a valorização do trabalho do ginecologista e obstetra. Foi criado também neste mês de março um grupo de trabalho para discutir o exercício da obstetrícia e propor ações ao longo dos próximos anos. A proposta é ser um grupo de trabalho a parte da Diretoria e que se dedique a esta questão. Fora toda a responsabilidade que hoje cabe à direção da SOGIMIG, estamos empenhados em organizar um excelente Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em 2009. Para tal, já contamos com uma série de comissões locais (científica, social e de divulgação) e a Comissão Organizadora Nacional já se reúne para planejar com bastante antecedência o evento. Criamos neste informativo a coluna Notícias do BH 2009 e, ao longo do ano, vocês poderão acompanhar a evolução dos acontecimentos. Inclusive gostaria, neste momento, de solicitar a todos os associados sugestões sobre outros congressos brasileiros, tanto do que devemos repetir como do que não devemos. Costumo dizer que podemos ter erros novos, mas repetir erros antigos é inadmissível. Utilizem o e-mail abaixo para enviar estas sugestões ou mesmo críticas. Que o ano seja profícuo ! Grato pela atenção de todos.

Em caso de dúvidas, questionamentos e sugestões, enviar e-mail para: presidencia@sogimig.org.br

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Defesa Profissional

SOGIMIG promove campanha pelo parto seguro e valorização do obstetra O aumento significativo do número de cesarianas, principalmente nos países em desenvolvimento, levou a SOGIMIG a lançar, no final do ano passado, um movimento pela humanização do nascimento ou da assistência obstétrica. A campanha estadual pelo parto seguro tem como principal objetivo mobilizar a comunidade médica para uma melhor informação às mães quanto a forma mais indicada de nascimento em cada situação. O movimento tem o apoio da Associação Médica de Minas Gerais, do Conselho Regional

de Medicina e do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais. O presidente da SOGIMIG, João Pedro Junqueira Caetano explica que o parto natural é, sem dúvida, a melhor alternativa para mãe e bebê em condições normais de saúde. “Alguns fatores, porém, precisam ser considerados antes de transformar a cesariana em uma vilã, como tem sido feito atualmente. Afinal, a enorme aceitação por parte das mulheres não veio por acaso e a cesariana se mostra necessária em várias situações, como para

evitar o sofrimento fetal e a mortalidade materna”, ressalta. Para o presidente, a questão não é defender o parto normal ou a cesárea e, sim, o parto seguro. “O médico tem o dever de priorizar o parto normal, mas é preciso avaliar, rigorosamente, cada caso, pois nem sempre o parto normal é a melhor opção”, afirma. O presidente da SOGIMIG alerta que as mães devem sempre procurar a orientação do médico sobre a forma mais segura do parto.

Grupo de estudos debate exercício da obstetrícia A SOGIMIG, como parte da campanha pelo parto seguro, criou um grupo de estudo para debater o exercício da obstetrícia. O objetivo é valorizar o especialista que é fundamental durante toda a gestação e no momento do parto. O diretor de Diretor de Defesa Profissional da SOGIMIG, Dr. José Alvimar Lino da Silva, informa que, com o passar dos anos, novas técnicas de assistência à gestante foram incorporadas ao arsenal médico. As parturientes passaram a contar com o médico bem-preparado para assisti-las. O diretor científico da entidade, o obstetra Frederico José Amedée Péret, acredita que a decisão sobre qual o tipo de parto deve ser do médico com o consentimento dos pais. Isso ocorre por meio de informações honestas e cientificamente baseadas que, atualmente, estão disponíveis para todos. "A opção pelo tipo de parto é uma decisão compartilhada, desde que toda informação esteja disponível. A decisão final, entretanto, precisa ser médica, pois se trata de um ato médico", acrescenta ele. De acordo com Dr. Frederico, muitas mulheres chegam ao consultório e pedem para ter o bebê por meio de cesariana. No entanto, explica o diretor cientifico, o médico não pode ser conivente com a mãe nesses casos. "É preciso mostrar os benefícios do parto normal e acabar com o mito de que o método vaginal é doloroso e sofrido como, por exemplo, é apresentado em novelas e filmes. A cesária tem de ser uma segunda alternativa, quando não é mais seguro esperar pelo parto normal", explica. Os ginecologistas e obstetras, informa o Dr. Frederico, estão bem-preparados para definir o melhor tipo de parto e conscientes do papel de orientarem as mulheres sobre a forma de nascimento. "No último ano, fizemos vários partos normais em pacientes que, a princípio, desejavam cesariana (muitas por informações incorretas e injustificadas) e acredito que tenha sido uma experiência muito gratificante", revela o diretor científico. A tendência hoje, afirma Dr. Frederico, é de serem adotados, no Brasil, modelos de trabalho interdisciplinar, ou seja, com médicos e enfermeiros habilitados atuando juntos, situação que ainda necessita de amadurecimento e ajustes para que dê certo. "Acredito que há espaço para as parteiras tradicionais, pois sabemos bem que há regiões onde não se têm médicos e enfermeiros. É preciso um incentivo no melhor preparo dessas pessoas para identificar complicações, o que é muito positivo", finaliza ele. www.sogimig.org.br | Belo Horizonte | MG

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Científico

Ponto e contraponto

A histeroscopia no diagnóstico do câncer de endométrio Hoje, está bem estabelecido que a histeroscopia é um excelente método na avaliação e tratamento da maioria das alterações da cavidade uterina. A polêmica sobre a utilização da histeroscopia no diagnóstico do câncer de endométrio é antiga. Quando da implantação do Serviço de Histeroscopia do Hospital das Clínicas da UFMG, em 1994, o nosso querido e saudoso professor Rubens Monteiro de Barros, todas as vezes que me encontrava no bloco cirúrgico, dizia: “Padovezi, cuidado, esse exame ajuda a disseminar o câncer de endométrio”. Assim, as nossas discussões eram freqüentes, o que me levou a acompanhar esse assunto com muita atenção. Em uma revisão da literatura de 1980 a 2001, Ravel et al 2004 concluem que não há evidência de que as mulheres que realizaram a histeroscopia diagnóstica apresentem pior prognóstico em comparação com

outros métodos propedêuticos. Nessa mesma direção, Biewenga et al 2004 afirmam que a histeroscopia não aumentou a detecção de células endometriais em lavados peritoneal ou um pior prognóstico dos ca de endométrio estádio I. Já Takac and Zegura, em 2007, detectaram um aumento de citologia peritoneal positiva associada à histeroscopia, mas não houve diferença no estadiamento da patologia endometrial maligna. Um recente trabalho prospectivo de um grupo nacional (Damião et al 2007) concluiu que a histeroscopia diagnóstica, utilizando-se CO2 a uma baixa pressão de distensão (<80mmHg), não dissemina células endometriais para a cavidade endometrial em pacientes com ou sem afecção maligna endometrial. Mas o estudo não permite estender essa conclusão aos casos de estadiamento mais avançados de ca de endométrio.

A literatura em 1994, assim como a de 2007, não apresenta trabalhos conclusivos sobre a piora do prognóstico, nos casos em que a histeroscopia foi utilizada como método propedêutico. Carece, até o momento, de estudos prospectivos com maior casuística, contemplando, especialmente, os vários estadiamentos do ca de endométrio. Assim, baseado na literatura disponível, não há porque abrir mão da histeroscopia no diagnóstico inicial do câncer de endométrio. (Yazbeck et al 2005). Sergimar Padovezi Miranda Doutor em Ginecologia e Obstetrícia pela F.M. Botucatu – Unesp (SP) e coordenador do Serviço de Reprodução Humana e Endoscopia do Hospital Vila da Serra, em Belo Horizonte (MG)

Comentários do médico Sávio Costa Gonçalves Em sua história natural, os tumores malignos endometriais evoluem espontaneamente com a disseminação para outros tecidos e órgãos por meio de três vias: a canalicular, para a cavidade peritoneal pelas trompas; a linfática, para os anexos, vagina e linfonodos regionais; e a hematogênica, para pulmões, fígado, ossos e cérebro. Se analisarmos o que ocorre durante uma histeroscopia, alguns questionamentos importantes devem ser considerados: 1) o meio distensor ao ser injetado sob pressão na cavidade uterina poderia favorecer a dispersão de células neoplásicas que ali estiverem presentes, de modo a contribuir para acelerar a evolução natural deste tumor; 2) na histeroscopia cirúrgica que utiliza a ressecção com alça de tumores, fragmentos do mesmo poderiam ser carreados via trompas para a cavidade peritoneal, dos vasos linfáticos abertos para os linfonodos e tecidos vizinhos e/ou por meio das veias abertas para órgãos distantes. Primeiramente, interessa considerar que durante as histeroscopias, o meio distensor, dependendo da pressão imposta (acima de 70

mmHg) e da permeabilidade tubária da paciente, desloca-se através das trompas e atinge a cavidade peritoneal, tal como em uma hidrotubação. Freqüentemente, a visão histeroscópica próxima ao orifício tubário permite observar que, de modo intermitente, o líquido entra por este orifício em direção à cavidade peritoneal carreando muco, sangue, pequenos coágulos e todos os resíduos tissulares suspensos. Em casos de cirurgias combinadas, com histeroscopia seguida de laparoscopia, quantidade variável deste líquido é comumente encontrada na cavidade peritoneal. Este mes-mo líquido distensor também entra diretamente no sistema vascular, podendo causar sobrecarga circulatória na paciente em caso de grande volume absorvido. Na hipótese de que células neoplásicas estejam presentes na cavidade endometrial, teoricamente, estariam instauradas as condições propícias para acelerar a progressão de uma neoplasia maligna por suas vias naturais. A análise da literatura científica sobre histeroscopia e tumor endometrial deve considerar o procedimento realizado: histeroscopia diag-

nóstica apenas ou histeroscopia cirúrgica com ressecção de tumor utilizando alça. Considerando-se a histeroscopia diagnóstica apenas e o risco de aumentar a dispersão de células neoplásicas para a cavidade peritoneal, as publicações até o presente momento estão rigorosamente divididas. De 18 estudos avaliados, 50%, incluindo uma meta-análise, não constataram aumento de incidência e 50% detectaram aumento de incidência de citologia peritoneal positiva para células endometriais. Não há, até agora, estudos sobre a real capacidade de implantação das células tumorais carreadas à cavidade peritoneal, ou sobre o favorecimento de disseminação linfática ou vascular pela histeroscopia diagnóstica. Por outro lado, no caso de histeroscopias cirúrgicas com ressecções, não há, na literatura atual, estudo consistente publicado que avalie o risco de disseminação tumoral. Atualmente, há um agravante ao risco de disseminação peritoneal do tumor relacionado aos planos de saúde. Os equipos necessários para o controle ideal da pressão intra-uterina durante o procedimento não têm sido autori-

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Científico zados pelos convênios. Conseqüentemente, histeroscopias realizadas com pressões elevadas poderiam aumentar o risco de células serem carreadas à cavidade peritoneal e aos espaços vasculares. Do ponto de vista oncológico, o método ideal para o diagnóstico de neoplasia endometrial é a biopsia realizada em consultório. Porém, cada vez mais, os diagnósticos têm sido realizados via ressecção histeroscópica por alça de massa tumoral. Minha preocupação como histeroscopista e cirurgião oncologista é que possamos estar prejudicando nossas pacientes ao empregarmos a histeroscopia cirúrgica em tumores malignos endometriais. No segmento

destas pacientes após o tratamento da neoplasia maligna, tenho observado algumas evoluções inesperadamente desfavoráveis, considerandose o estadiamento cirúrgico do tumor. A literatura atual não dá suporte para atribuir ou excluir a responsabilidade da histeroscopia cirúrgica nestas evoluções. Sendo a biópsia endometrial em consultório simples e de baixo custo, deveríamos utilizá-la mais freqüentemente, inclusive antes de realizar ressecções histeroscópicas em situações supostamente benignas. Quando a biópsia endometrial não for exeqüível ou quando nos depararmos com a possibilidade de uma neoplasia maligna de endométrio durante uma histeroscopia diagnós-

tica, a melhor conduta a seguir é “utilizar baixas pressões para o meio distensor da cavidade e realizar o exame em breve tempo, diminuindo assim o risco” (Consenso Brasileiro de Videoendoscopia Ginecológica – 2001, p. 327). Em seguida, bastaria realizar biópsia ou curetagem semiótica para o diagnóstico histopatológico do tumor. Por fim, deixemos que futuras pesquisas controladas, e não a evolução de nossas pacientes, tragam-nos conhecimentos mais sólidos sobre esse assunto. * Cirurgião oncologista pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões e Coordenador da Clínica Ginecológica do Hospital Felício Rocho

Comentários do médico Agnaldo Lopes da Silva Filho * O artigo discute um tema atual e extremamente relevante do ponto de vista clínico. A histeroscopia é considerada por alguns autores como o “padrão-ouro” na propedêutica do sangramento uterino anormal. Existe a preocupação desse procedimento estar associado à disseminação de células tumorais para a cavidade peritoneal, com alteração do estadiamento e prognóstico nas mulheres com câncer de endométrio. Apesar das controvérsias, estudos retrospectivos mostram uma maior taxa

de citologia peritoneal positiva em pacientes submetidas à histeroscopia em comparação à curetagem uterina ou biópsia endometrial. No entanto, o significado de um lavado peritoneal positivo isoladamente em mulheres com câncer de endométrio tem significado indeterminado. Apenas estudos prospectivos e randomizados com um maior número de participantes poderão nos ajudar a resolver essa questão. Dessa forma, a preocupação em relação à histeroscopia e o prognóstico do câncer

de endométrio é pertinente, sugerindo cautela na utilização desse método de forma indiscriminada. A indicação de outros métodos propedêuticos, como a biópsia endometrial por aspiração, em mulheres com alta suspeição para neoplasia maligna de endométrio parece ser uma boa alternativa. * Professor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da UFMG - Presidente do Comitê de Oncologia da SOGIMIG

Efeito do uso da Tibolona nas artérias oftálmicas e Retiniana avaliados pela ultra-sonografia Doppler: ensaio clínico aleatório, triplo-cego e controlado com placebo Abaixo, o resumo da tese de doutorado do colega Marco Aurélio Martins de Souza, de Montes Claros, defendida em 20 de dezembro de 2007 pela UFMG. Objetivo: avaliar o efeito do uso da tibolona nas artérias oftálmica e retiniana. Métodos: realizou-se ensaio clínico, prospectivo, longitudinal, aleatorizado, controlado com placebo, triplo-cego, em que das cem mulheres na menopausa, 50 usaram o princípio ativo tibolona 2,5 mg e 50 o placebo, para formar o grupo-controle. No grupo A, das 50 mulheres que iniciaram o estudo, 44 retornaram após 84 dias para a finalização dos exames e, no grupo B, retornaram 47. Foram estudados os vasos artéria oftálmica e retiniana, de-

terminando-se o índice de resistência (IR), índice de pulsatilidade (IP) e relação sístole/diástole (S/D). As aferições foram feitas antes da medicação e 84 dias após. Utilizou-se o teste t de Student para amostras independentes na comparação das médias entre os grupos e para amostras dependentes na comparação entre as médias dentro do mesmo grupo. Resultados: a comparação das características das mulheres nos dois grupos mostrou semelhanças entre elas em relação a: idade, tempo de menopausa, índice de massa corporal, pressão arterial, paridade e freqüência cardíaca. O grupo que usou a tibolona apresentou na artéria oftálmica as seguintes

médias: IR(pré)0,71±0,05 IR(pós)0,72 ± 0,08 (p=0,43); IP(pré)1,29±0,22 IP(pós)1,30±0,25 (p=0,46) e SD(pré)3,49±0,77 SD(pós)3,65±0,94 (p=0,32). Na artéria retiniana foram obtidas as seguintes médias: IR(pré)0,67±0,09 IR(pós)0,69±0,10 (p=0,78); IP(pré)1,20±0,29 IP(pós)1,22±0,32 (p=0,27) e SD(pré)3,29±0,95 SD(pós)3,30±1,07 (p=0,36). O grupo controle também não apresentou mudanças estatisticamente significantes nos índices avaliados após 84 dias. Conclusão: a tibolona na dose de 2,5mg não apresenta efeito vascular nas artérias oftálmica e retiniana quando usada por um período de 84 dias.

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Workshop

Diretoria da SOGIMIG debate grade científica do 33º CMGO CAROL REIS

DIVULG

Profissionais de Ginecologia e Obstetrícia participam do Workshop preparatório para a 33º. CMGO, que será em setembro

No dia 16 de fevereiro, a diretoria da SOGIMIG se reuniu no Hotel Dayrell, em Belo Horizonte, no Workshop preparatório para o 33º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia. O encontro reuniu a diretoria executiva, vice-presidentes, diretores regionais, presidentes de comitês e os integrantes do conselho consultivo, com o objetivo de discutir a programação e definir a grade científica preliminar do congresso, que acontecerá no mês de setembro, em Juiz de Fora. O encontro foi aberto pelo presidente da SOGIMIG, João Pedro Junqueira e, na sequência, o diretor científico do Congresso, Frederico José Ameéd Péret, apresentou a proposta de programação para o CMGO.

Após a discussão da estrutura geral do evento, os participantes se dividiram em dois grupos, que debateram separadamente a programação científica de ginecologia e de obstetrícia. Para Frederico Péret, que tem participado da organização dos workshops desde 1998, a importância do encontro está na democratização das decisões e na divisão de responsabilidades. “A partir do workshop, o que vai ser discutido no Congresso não se resume a uma decisão de dez pessoas, mas sim, de um grupo amplo, com representatividade em praticamente todo o estado”, afirma. Além disso, ele comemora os temas a serem abordados. “Cumprimos toda a pauta, com folga de tempo e fechamos uma grade que vai abordar

assuntos diversificados que, com certeza, interessarão muito os congressistas”. O vice-presidente regional da Zona da Mata, João Bosco Melgaço de Oliveira, concorda. “O CMGO é muito importante porque funciona como uma ferramenta para atualizar, especialmente àqueles que estão no interior, sobre as pesquisas e sobre o que está acontecendo no resto do estado e do país. É um recurso para levarmos a informação ao colega de profissão que está longe da capital”, explica. CAROL REIS

Caráter democrático é exemplo para outros estados O Presidente da SOGIMIG João Pedro Junqueira entende o caráter democrático do evento como um dos principais fatores que projetaram a Associação ao posto de segunda maior do país. “Hoje, a diretoria é composta por 11 diretores executivos, 15 integrantes do Conselho Consultivo, 6 vice-presidentes regionais, 41 diretores regionais e 23 presidentes de comitês. Em nosso modelo de workshop, todos eles são convidados a dar a sua sugestão. Só não participa quem não quer”, diz.

Ainda segundo o presidente, os encontros também são importantes para formar lideranças, o que às vezes só será percebido no futuro. “Nos encontros, os integrantes da diretoria exercitam fundamentos que poderão ser aplicados em suas regionais, como a condução de reuniões e a prática de ouvir os parceiros”, destaca. Fatores como esses fizeram com que o modelo de planejamento de congresso da SOGIMIG fosse utilizado como base para a formatação dos modelos de outros estados.

João Bosco Melgaço e Elson Corrêa

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33º. CMGO

Juiz de Fora receberá o último Congresso Mineiro realizado fora de BH DIVULGAÇÃO

Juiz de Fora é uma das principais cidades da Zona da Mata Mineira

OL REIS

A cidade de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, foi escolhida para sediar o 33º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia (CMGO), que acontece de 3 a 6 de setembro deste ano. O congresso adquiriu importância especial, pois, além de ser o último CMGO a ser realizado no interior de Minas Gerais, será uma espécie de preparação para próximo Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), que acontece em Belo

Horizonte, em 2009. Nos anos seguintes, todos os CMGO acontecerão exclusivamente na capital, enquanto os EMGO percorrerão alternadamente as cidades do interior. De acordo com o diretor regional de Juiz de Fora, Elson Corrêa de Mello Junior, é antigo o anseio dos ginecologistas e obstetras da região pela realização do CMGO na cidade. “Juiz de Fora tem um número expressivo de profissionais especializados nessas áreas. Eu

calculo que tenhamos, só de profissionais da ginecologia, de 200 a 250 médicos atuantes diretamente na cidade”, explica. “O último CMGO realizado na cidade foi há cerca de 15 anos; já era hora de recebermos outra edição do evento”, comemora. O diretor espera contar com o apoio dos representantes das cidades da região: “vamos entrar em contato com pessoas de boa influência na região, como os diretores regionais Marco Aurélio, de Barbacena; Marcelo Porto, de Ubá; ou Carlos Wilson, de Muriaé, por exemplo, e convidá-los a colaborar efetivamente com a organização". Élson defende a presença dos estudantes no evento, assim como Marco Aurélio Bernardes, diretor regional de Barbacena, que considera de grande importância o contato com a pesquisa de ponta e com o meio profissional desde cedo. “É preciso fortalecer nos jovens a idéia da educação continuada. Hoje, é preciso freqüentar cursos, ir a congressos, simpósios, se especializar a partir de pós-graduações. Só se mantém no mercado quem assimila esta idéia”, explica Marco Aurélio, que é também professor da Faculdade de Medicina de Barbacena. Sobre essa questão, o diretor regional de Juiz de Fora lembra a existência de três faculdades de medicina em Juiz de Fora e acrescenta: “logo esses estudantes vão fazer provas de residência; obstetrícia e ginecologia são matérias básicas que todos deverão dominar. Esperamos receber muitos estudantes de Juiz de Fora e de Barbacena em nosso Congresso”.

Organizadores esperam receber profissionais de todo Sudeste Receber convidados de São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, além, é claro, dos profissionais de Minas Gerais. Essa é a expectativa do presidente da SOGIMIG, João Pedro Junqueira, para o 33º CMGO. “Especificamente, o Congresso deste anoacontece de forma conjunta com o 3º Congresso Internacional de Ginecologia e Obstetrícia de Minas Gerais e com o 14º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Região Sudeste da FEBRASGO. Por isso,

teremos convidados de todo o Sudeste”, adianta. Além disso, a posição da cidade é outro fator atraente para participantes de outros estados: “Juiz de Fora tem localização estratégica, pois além de seu ótimo potencial para atrair participantes do Rio de Janeiro, não está muito longe nem de São Paulo, nem de Belo Horizonte”, destaca. João Pedro explica que o CMGO é o segundo congresso nacional em número de participantes e a expectativa é

crescer ainda mais. “Com a grande participação de outros estados, acreditamos que o público em Juiz de Fora chegue aos 1.500 participantes”. O 33º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia acontece de 3 a 6 de setembro (quarta a sábado), no Expominas de Juiz de Fora. As inscrições podem ser feitas pelo site www.sogimig.org.br, que contém todas as informações sobre o evento.

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Notícias

Operadora que adquire carteira de usuários deve arcar com dívidas A juíza da 34ª Vara Cível de Belo Horizonte, em ação de cobrança de honorários médicos proposta pela Cooperativa dos Médicos Ginecologistas e Obstetras Ltda. (Ginecoop), patrocinada pelo Escritório Arantes, Garcia e Adv. Associados - Assessoria Jurídica da Federação Nacional das Cooperativas Médicas (Fencom), - condenou a ALL Saúde (Administradora Brasileira de Assistência Médica Ltda) a pagar a dívida deixada pela extinta operadora Saúde Master Assistência Médica à Saúde Ltda. A Saúde Master ficou devendo honorários médicos por serviços prestados pelos médicos cooperados da Ginecoop e vendeu a sua carteira de usuários para a ALL Saúde, com a autorização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Nessa negociação, as operadoras de plano de saúde celebraram contrato, prevendo que a ALL Saúde ficaria isenta de qualquer responsabilidade pelas dívi-

das contraídas pela Saúde Master até a data da transferência da carteira. A Ginecoop ajuizou ação de cobrança contra ambas, argumentando que a ALL Saúde também deveria responder pelas dívidas, como sucessora, porque a Lei 9.656/98, que visa preservar o direito dos consumidores dos planos de saúde, não poderia ser aplicada para excluir a responsabilidade de quem adquire a clientela pelo pagamento dos serviços médicos anteriormente prestados. Alegou, ainda, que uma operadora não poderia adquirir a melhor parte de outra - a carteira de clientes -, deixando de pagar os médicos que contribuíram, com o seu trabalho, para a existência dessa carteira. A juíza da 34ª Vara Cível de BH, Mônica Libânio Rocha Bretas, concluiu, citando o artigo 1.146 do Código Civil, que: “O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente

contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação e, quanto aos outros, da data do vencimento.” A ALL Saúde poderá recorrer ao Tribunal de Justiça de MG, mas a decisão é um importante precedente na luta contra as operadoras de plano de saúde que não honram os seus compromissos com os médicos e demais prestadores de serviços e depois, com a anuência da ANS, transferem a sua carteira de usuários, sem pagar as dívidas e sem que estas sejam assumidas pela operadora adquirente da carteira.Decisão no mesmo sentido e contra as mesmas operadoras, ressalte-se, já havia sido proferida pelo juiz da 24ª Vara Cível de Belo Horizonte, em ação proposta pela Coopanest/MG. (Fonte: Arantes, Garcia e Adv. Associados)

Células-tronco embrionárias A SOGIMIG partiu em defesa dos estudos com embriões de até cinco dias, conforme estabelece a Lei de

Biossegurança, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005. O assunto voltou à mídia no mês de março, quando chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), para julgamento, Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que busca impedir o uso de células-tronco embrionárias humanas em pesquisas no Brasil. Até o fechamento desta edição, a ação ainda não havia sido julgada. Dr. João Pedro Junqueira lembra que esse tipo de pesquisa já é realizada em vários países como Estados Unidos, Inglaterra e Japão. "O Brasil é um dos países mais desenvolvidos em fertilização in vitro. A Adin impede o avanço na busca de soluções para a população",

alega. Ele acrescenta que os estudos podem ajudar a encontrar saídas para doenças crônicas degenerativas, como o Mal de Alzheimer. Apesar de terem sido liberadas pela Lei de Biossegurança, as pesquisas estão suspensas desde que o ex-procurador geral da República Cláudio Fonteles deu entrada a uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo. A Lei de Biossegurança permite o uso de embriões resultantes de fertilização in vitro nas pesquisas desde que tenham, no máximo, cinco dias após a fertilização e estejam na clínica há, pelo menos, três anos. Além disso, exige a autorização dos genitores para o uso nos estudos e proíbe a comercialização dos embriões.

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Mês da Mulher

Médicas enfrentam o desafio de conciliar maternidade e trabalho ARQUIVO PESSOAL

No mês de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. São inegáveis os frutos da revolução feminina em nossa época: basta ver recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no início de março, que reforça o papel fundamental das mulheres no mercado de trabalho: elas representam 44,4% de pessoas ocupadas; 53,5% da população em idade ativa e 45,5 % na população economicamente ativa. No entanto, o mercado de trabalho é apenas uma das facetas de uma mulher que hoje assume inúmeros papéis e é capaz de trabalhar fora, estudar, cuidar de filhos e da casa. Na área de ginecologia e obstetrícia, as médicas trabalham, em média, 14 horas por dia, além dos plantões noturnos e de finais de semana. No mês das mulheres, apresentamos duas experiências: duas médicas mães, profissionais excelentes e com mais de dez anos de profissão, que contam suas experiências para conciliar a múltipla tarefa de ser mulher. Ginecologista obstetra, Cláudia Navarro, 20 anos de profissão, foi a primeira presidente mulher da SOGIMIG em 60 anos da entidade. Atualmente, é representante do Sudeste na Febrasgo. Cláudia tem um filho adolescente, é casada com um também médico ginecologista há 20 e está terminando seu doutorado, na Universidade Federal de ARQUIVO PESSOAL

Cláudia Navarro e o filho José Carlos

Tarina Rubinger com os gêmeos Cristiano e Estevão, de três anos: rotina modificada

Minas Gerais. A médica brinca que seu filho poderia ter algum tipo de especialização, tamanho o número de participações nos EMGO (Encontro Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia) quando era criança. Foi a forma que a médica encontrou de manter a proximidade com o filho. No campo profissional, acredita que há uma vantagem das mulheres ginecologistas. “Atualmente, a mulher está confiando mais na ginecologista e grande parte prefere se consultar com as mulheres”, analisa. Cláudia destaca que a família é fundamental quando se trata desta profissão. “A obstetrícia limita muito o profissional porque ele tem de ficar esperando o parto, tem de trabalhar no final de semana, por isso é fundamental a aceitação e o apoio da família”, diz. Cláudia afirma que o companheirismo, a aceitação, o entendimento do marido foram fundamentais para que ela atuasse de forma mais aprofundada junto às entidades de classe. “Esse envolvimento, sempre fiz por amor, nunca por vaidade. Gosto de me envolver porque acredito que alguém tem de lutar pelo que acha justo na profissão. Consegui conciliar bem as coisas, tudo estava equilibrado. Se existe segredo, a chave é gostar muito

e achar que estou na profissão certa e esse amor à profissão, às entidades de classe e o apoio da família”, afirma.

Vida restrita Mãe há menos tempo, Tarina Marques Rubinger tem15 anos de profissão e dois filhos, gêmeos, de 3 anos. A rotina antiga de trabalho, que começava às 7h30 e terminava às 21h, teve de dar espaço a uma nova forma de viver para adequar a vida profissional à rotina de mãe. “A vida fica restrita enquanto temos filhos dependentes. Hoje, fala-se muito da questão da modernidade, da mulher ter ido para mercado de trabalho lutar com iguais condições. Mas essas condições nunca serão iguais porque temos que administrar tudo: casa, babá, se as crianças estão bem, se há comida em casa. É muita responsabilidade”. Tarina diz que, por enquanto, teve que adiar os sonhos das pós-graduações desejadas e diminuir a jornada diária. “Muitos colegas não dão conta. Algumas reduzem a carga horária, outras páram de trabalhar. Atualmente, posso dizer que parece que o tempo passa mais rápido. Ser mulher moderna no século 21 dá trabalho de cão, o que dá alegria são os filhos”, reflete.

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Atividades da Diretoria ARQUIVO SOGIMIG

Dr. Bruno Muzzi esteve em São Paulo no dia 26 de março, representando a SOGIMIG durante apresentação para a indústria farmacêutica do 33º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia / Congresso de GO da Região Sudeste da Febrasgo. A apresentação ficou a cargo da Grow-up, empresa captadora de patrocínios.

Dra. Maria Inês Miranda representou a SOGIMIG nas seguintes atividades: - Entrevista na Rede Minas sobre a polêmica do parto cesárea - Entrevista na TV PUC - com Sônia Lansky- sobre parto - Entrevista na Rádio Cultura da PUC Minas sobre parto cesariana - Entrevista na Rádio CBN - parto cesariana - Palestra na Associação Comercial de Minas sobre a saúde da mulher na modernidade pelo Dia Internacional da Mulher.

Dr. Frederico Péret representou a SOGIMIG nas seguintes atividades: - Reunião do Pacto Nacional de Redução de Mortalidade Materna no Ministério da Saúde em Brasília – Fevereiro/2008

- Reunião da campanha BH pelo parto normal - Secretaria Municipal de Saúde - Entrevista para o Bom Dia Minas/TV Globo, MG Record, Rádio Inconfidência, Caderno Bem Viver/Estado de Minas e Caderno Fim de Semana/Hoje em Dia sobre o parto consciente. Dra. Tarina Rubinger representou a SOGIMIG nas seguintes atividades: - Entrevista para a Rádio CBN e Programa Tudo de Bom/TV Band sobre o parto consciente.

Confira a programação de eventos da SOGIMIG para 2008 05/04 - Belo Horizonte / MG - Manhã de Atualização SOGIMIG em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia 25/04 a 26/04 - Uberlândia / MG - 2º Simpósio SOGIMIG de Ginecologia e Obstetrícia do Triângulo Mineiro 17/05 - Ubá / MG - 1ª Jornada SOGIMIG de Ginecologia e Obstetrícia de Ubá e Região 30/05 a 31/05 - Belo Horizonte / MG - 1º Curso SOGIMIG de Atualização em Ultra-Som 05/06 a 06/06 - São João del-Rey / MG - 8º Congresso Sul Mineiro SOGIMIG de Ginecologia e Obstetrícia 28/07 a 01/08 - Belo Horizonte / MG - Curso Preparatório para o TEGO 01/08 e 02/08 - Passos / MG - 2ª Jornada SOGIMIG de Ginecologia, Obstetrícia 15/08 a 16/08 - Ouro Preto / MG - 1ª Jornada SOGIMIG de Ginecologia, Obstetrícia e Sexualidade da Região dos Inconfidentes

03/09 a 06/09 - Juiz de Fora / MG - 33º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia / 3º Congresso Internacional de Go de Minas Gerais

23/10 a 25/10 - Montes Claros / MG - 3ª Jornada SOGIMIG de Ginecologia e Obstetrícia do Norte de Minas

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BH 2009 - Notícias

Comissão planeja com antecedência o Congresso Brasileiro de GO e Obstetrícia ARQUIVO SOGIMIG

A Comissão Organizadora Nacional do 53º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (BH 2009) esteve reunida em Belo Horizonte no dia 29 de março, no Hotel Ouro Minas, para discutir o planejamento estratégico do evento. A equipe definiu a organização do evento com divisão de tarefas para o ano de 2008. O principal objetivo da Comissão Organizadora é planejar com bastante antecedência todos os principais pontos do evento, que será realizado entre os dias 14 e 17 de novembro de 2009, no Expominas, em Belo Horizonte. Os médicos que fazem parte da Comissão: Dr. Nilson Roberto de Melo (SP), Dr. Francisco Prota (SP), Dr. Ricardo Oliveira (RJ), Dra. Cláudia Navaro (MG), Dr. João Pedro Junqueira (MG) e Dr. Víctor Hugo de Melo (MG). A Comissão, por intermédio do Dr. João Pedro, e o diretor da Mac Viagens - agência ofi-

cial do BH 2009 -, Sérgio, visitaram nos dias 5 e 6 de março os oito maiores hotéis de Belo Horizonte. O objetivo foi apresentar o Congresso Brasileiro e solicitar o empenho na reserva do maior número de quartos para o evento. Durante as visitas, a Comissão foi informada por alguns hotéis de que uma outra operadora de turismo, de fora do Estado, falsamente, fez reservas como agência oficial do evento. Essa informação não é correta. A Mac Viagens é a agência oficial do evento.

Visita Dr. João Pedro Junqueira foi recebido no dia 25 de fevereiro pela secretária estadual de Turismo, Érica Drumond. Na ocasião, o médico apresentou o Congresso e solicitou apoio do governo estadual para o evento. A comissão organizadora do evento

Comissão da esq. para a dir: João Pedro, Nilson Melo, Cláudia Navarro, Ricardo Oliveira, Francisco Prota e Víctor Hugo

tem como um dos objetivos formatar em 80% a grade científica em novembro de 2008, um ano antes do evento. As comissões social e de divulgação também já começaram a se reunir.

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