Madeira Total Edição 34

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DISTRIBUIÇÃO GRATUÍTA - ANO VIII - EDIÇÃO 34

CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: A VEZ DA MADEIRA KLABIN PLANEJA ACELERAR OS NEGÓCIOS ATRAVÉS DE INVESTIMENTOS

ESPECIAL: COBERTURA ELMIA WOOD 2017


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EM BUSCA DO LUCRO PERDIDO: ENERGIA ELÉTRICA É UM PESO PARA A INDÚSTRIA PARANAENSE

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TIMBER FOREST & PONSSE BRASIL LEVAM GRUPO DE CLIENTES PARA ELMIA WOOD 2017

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KLABIN PLANEJA ACELERAR OS NEGÓCIOS ATRAVÉS DE GRANDES INVESTIMENTOS

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CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: A VEZ DA MADEIRA

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MADEIRA DE REFLORESTAMENTO TRATADA: OPÇÃO SUSTENTÁVEL E EFICIENTE NA CONSTRUÇÃO CIVIL 4

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Luz no fim do túnel?

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RAÍZES DO BRASIL

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“O NOME DO JOGO É SUSTENTABILIDADE”

Foi em uma das noites mais frias da capital paranaense que finalizamos mais esta edição do Madeira Total. Creio que esta seja uma das mais importantes. Estamos vivenciando grandes transformações no mundo. Ouço muitas pessoas em meu dia a dia, algumas dessas histórias chamam mais minha atenção como economista e jornalista. Outras como mulher e mãe. A mudança das demandas, na forma de comprar, no perfil organizacional das empresas, que diga-se de passagem, passaram a ser menos assistencialistas no “pouco” e buscaram através da tecnologia e voracidade comercial ampliar seus horizontes, mudando efetivamente a realidade das comunidades, ampliando a cultura e educação, revertendo quadros de pobreza para estampar novos registros no IDH das regiões. São sonhos grandes, também para os pequenos. Esta realidade pode ser vista de cima, ou ainda sentida pela base da pirâmide. Todos nós, indiferente da faixa em que nos encontramos fazemos parte desta cadeia e somos responsáveis pela evolução. Estamos atravessando períodos difíceis no Brasil, onde especialmente as empresas encontram incontáveis barreiras para manter a solidez, o crescimento e a rentabilidade. A indústria de celulose e papel tem apresentado bons resultados em longo prazo, onde projetos de expansão marcam este período de nossa história. A Klabin é uma destas empresas que tem mantido a performance de investimentos e visão de mercado. E para quem como eu, conheceu desde pequena a realidade da cidade de Telêmaco Borba-PR e região, é incrível relatar os novos projetos de investimentos para os Campos Gerais. Afirmo com todas as letras que a crise não bateu nessa região durante todo o processo de construção da Unidade Puma em Ortigueira e região! Você sabe o que isso significa? Que ao contrário do que estava acontecendo na maioria dos municípios brasileiros, este foi um período de abundância, onde havia emprego e renda, onde o comércio vendia bem e a expectativa de estabilidade econômica por si só transformava o cotidiano. Em outras palavras, a notícia de novos investimentos é ainda mais fantástica, porque

com todas as letras entende-se que através da iniciativa privada nasce a ordem e o progresso que tanto almejamos. Inicia-se um futuro bom! Voltando ao macro, para aprofundar a análise do mercado nacional e internacional, trouxemos dados da balança comercial de florestas plantadas no Brasil, divulgada recentemente pelo Ibá, que registra superávit em 2017. Com exclusividade, destaque da nossa capa a matéria “Construção sustentável: a vez da madeira”, sobre a mobilização do setor, que através da Abimci - Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente, busca a solidez do mercado interno. Este trabalho passa por desenvolvimento de normatização, mudança de cultura e articulação política, para criar iniciativas que incentivem o uso da madeira no Brasil. E nosso conteúdo internacional vem através dos olhos treinados de Manoel Francisco Moreira, nosso correspondente internacional da edição, aproximamos as fronteiras do Brasil e Suécia. Um diário de bordo foi elaborado para compartilhar as experiências vividas por Moreira e dos visitantes da Elmia Wood 2017. Foram 4 dias intensos na floresta ao sul de Jonkoping, na Suécia. E para finalizar, a pergunta que não quer calar: É possível ser sustentável em um cenário de incertezas? Estas e outras respostas você encontra no tradicional Fórum Governança da Sustentabilidade no que tange a inovação, tendências, boas políticas e práticas sustentáveis na gestão empresarial entre outros temas de real importância. Em tempo: a busca pela competitividade brasileira passa por todas as esferas do poder. A missão é individual e a ação coletiva. Espero que todos os brasileiros possam ver luz no fim do túnel em breve, muito breve! Outras notícias você encontra aqui. Venha conosco em mais esta edição! Boa leitura! Solange Andreassa

Expediente INFORMATIVO IMPRESSO MADEIRA TOTAL - ANO VIII - N.º 34 - JUNHO/JULHO DE 2017 - O INFORMATIVO IMPRESSO É UMA PUBLICAÇÃO GRATUITA COM VERSÃO IMPRESSA E DIGITAL. PROIBIDA REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL. DIRETORIA: MARCELO COLAÇO - MARCELO@GRUPOMULTIMIDIA.COM.BR | EDITORA: SOLANGE ANDREASSA MTB0011255/PR - SOL@GRUPOMULTIMIDIA.COM.BR | JORNALISMO: JORNALISMO@GRUPOMULTIMIDIA.COM.BR | PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: ROBERTA BLONKOWSKI | DEPARTAMENTO COMERCIAL: LUIZ TONELLO - TONELLO@ GRUPOMULTIMIDIA.COM.BR - COMERCIAL@GRUPOMULTIMIDIA.COM.BR | COLUNISTA CONVIDADO: MANOEL FRANCISCO MOREIRA | TI: ADILSON ALVES DA CRUZ | REVISÃO: ANDRIELE SANTOS | COLABORADORES: CRISTIANE GRACIO | GISLEINE APARECIDA DA SILVA | JULIANE FERREIRA | MEL MENDES | RÔMULO SOUSA LISBOA | IMPRESSÃO GRÁFICA: AJIR GRÁFICA | ADMINISTRAÇÃO: RUA RAUL OBLADEN, 939 - BRAGA - SÃO JOSÉ DOS PINHAIS - CEP 83.020.500 - PR - BRASIL - 55 (41) 3235-5015 | WWW.MADEIRATOTAL.COM.BR - MADEIRATOTAL@MADEIRATOTAL.COM.BR NOSSO CONTEÚDO TRAZ INFORMAÇÕES QUE TAMBÉM SÃO DE RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS, ENTIDADES E PROFISSIONAIS E NÃO EXPRIMEM A OPINIÃO DO GRUPO MULTIMÍDIA E NEM DE SUA MARCA MADEIRA TOTAL.

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ENTREVISTA

UM PAÍS EM CONSTRUÇÃO O Brasil mudou muito nos últimos 60 anos. Houve avanços notáveis em diversas áreas – mas é preciso melhorar ainda mais

A população brasileira cresceu e com ela a demanda dos mais incontáveis produtos, inclusive de tecnologia. A expectativa de vida e a infraestrutura melhoraram consideravelmente. Durante todo este tempo, muitas empresas iniciaram suas atividades, algumas pouco cresceram e outras alcançaram níveis inimagináveis de sucesso e eficiência. No setor madeireiro, desdobramento do florestal, não foi diferente. Para traçar um panorama do polo de Ponta Grossa-PR, entrevistamos exclusivamente Leonardo Puppi Bernardi - Presidente do Sindimadeira-PG (Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e de Marcenarias de Ponta Grossa), que mostra o segredo do desenvolvimento das indústrias da região e o perfil regional, em busca do crescimento sustentável.

cado global. Toda a região está interligada por boa infraestrutura rodoviária, que vem sendo melhorada pelas concessionárias.

(Universidades, faculdades e laboratórios tecnológicos) para o desenvolvimento de produtos inovadores para indústria offshore, por exemplo.

Madeira Total: explique como é composto o polo com relação as indústrias. Leonardo: a indústria madeireira de Ponta Grossa é bem diversificada. Possui serrarias de diferentes especialidades, fábrica de OSB (Oriented strand board), Fábrica de MDF (Medium Fiber Board), fábrica de compensados multilaminados, usinas de preservação de madeiras, carpintarias, excelentes marcenarias e fábrica de revestimentos decorativos. Também temos fabricantes de artefatos de madeira como cercas, escadas, painéis treliçados, decks modulares, cachepôs, entre outros. Atualmente não possuímos nenhuma tanoaria, que trata-se de fábrica de tonéis para armazenamento de bebidas.

3) Madeira Total: quantas empresas estão associadas ao Sindicato atualmente e como as ações via entidade são organizadas? Leonardo: atualmente são 33 associados, de um total de 185 empresas na região. A medida que as empresas vão aperfeiçoando sua gestão e seus produtos, poderão ingressar no polo madeireiro, que já possui uma estrutura de divulgação online, feiras, sinalização rodoviária, eventos acadêmicos, entre outros. A entidade é organizada pela estrutura administrativa do Sindimadeira-PG, reunindo-se bimestralmente para discutir os próximos passos.

Madeira Total: atualmente quantos empregos são gerados através do setor florestal e de transformação da madeira na cidade e região? Leonardo: estima-se que o setor empregue 3.500 empregos diretos. O setor produtos de madeira paranaense representou 5,6% da pauta exportadora (ABIMCI-FIEP), já que a região dos Campos Gerais tem grande vocação florestal. É importante salientar que todas as empresas associadas ao Sindimadeira estão orientadas aos ODS - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – das Nações Unidas. Criamos os 10 mandamentos do Polo Madeireiro alicerçados sobre esses objetivos maiores. Leonardo Puppi Bernardi Presidente do Sindimadeira-PG

Madeira Total: Para iniciarmos nossa entrevista, conte-nos sobre a formação do polo madeireiro de Ponta Grossa-PR e sobre a criação do Sindicato. Leonardo: o projeto de integração do polo madeireiro de Ponta Grossa surgiu para fortalecer e divulgar as empresas da cidade e região metropolitana no mercado interno e externo. A instituição patrocinadora desse projeto é o Sindimadeira-PG, como preparativo para as comemorações de 60 anos que completará em 2020. Madeira Total: qual o perfil das florestas da cidade e região atualmente? Leonardo: a cidade de Ponta Grossa possui florestas de pinus e eucalipto muito bem conduzidas e adultas para atender a demanda principalmente de serrarias. As cidades vizinhas possuem importantes reservas florestais, estratégicas inclusive para o mer6

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1) Madeira Total: o que é, para que serve e em que estágio de aprovação/usabilidade se encontra o selo de “Indicação Geográfica”? Leonardo: o registro da marca como indicação geográfica junto ao INPI nada mais é do que o reconhecimento histórico e cultural da região de Ponta Grossa como importante produtora e fornecedora de produtos de madeira. Para obtenção desse registro, é necessário o cumprimento de diversos requisitos, como existência de uma estrutura de controle sobre os produtores, fixação de objetivos de excelência em sustentabilidade dos processos, comprovação de notoriedade econômico e cultural da região como produtora. Enfim, é um processo que encontra-se em desenvolvimento, e esperamos tê-la concluída nas festividades em alusão aos 60 anos do Sindimadeira-PG. 2) Madeira Total: quais produtos se originam no polo? Leonardo: basicamente qualquer produto originado da base florestal de florestas plantadas. Algumas empresas possuem parceria com a academia

4) Madeira Total: que tipo de benefícios são gerados a partir da associação ao sindicato? Leonardo: divulgação mercadológica, capacitação de quadro funcional, troca de informações estratégicas e principalmente defesa de interesses comuns. A Indústria brasileira vem sofrendo nas últimas décadas uma forte pressão tributária, tanto em impostos diretos, como indiretos na tarifa de energia elétrica. Além de obrigações acessórias do fisco brasileiro, que levaram a indústria em geral não acompanhar as taxas de crescimento mundial. 5) Madeira Total: as ações do sindicato preveem ações em todas as etapas da cadeia produtiva da madeira ou somente comercial, por exemplo? Explique. Leonardo: o sindicato foca-se em garantir a manutenção dos empreendimentos industriais madeireiros e de sua expansão. Para isso, faz-se necessária uma governança desde o plantio de florestas a comercialização preferencial no exterior. Isso engloba muitas etapas, passando por capacitação (Senai, universidade, cursos e treinamentos profissionalizantes), aperfeiçoamento da legislação e ligação entre produtores para que os subprodutos tornem-se matéria-prima para os demais. Na indústria madeireira, existe uma forte vantagem com os resíduos de madeira, pois representam matéria-prima nobre. 6) Madeira Total: quais as metas do Sindicato junto às empresas para os próximos períodos? Leonardo: a meta do Sindimadeira-PG é aumentar o quadro associativo e gerar novas fontes de renda para nossa associação, pois somos a favor do fim das contribuições sindicais compulsórias, que hoje representam 60% da nossa receita. E nosso lema é “Indústrias fortes, Sindimadeira-PG representativo, pessoas felizes. •


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CONSTRUÇÃO CIVIL

MADEIRA DE REFLORESTAMENTO TRATADA: OPÇÃO SUSTENTÁVEL E EFICIENTE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A madeira foi um dos primeiros materiais de engenharia utilizados pelo homem, e suas características como abundância e trabalhabilidade, além de propriedades físicas e mecânicas contribuíram para a expansão de seu emprego ao longo do tempo. Material renovável de ciclo curto, disponível, de baixo custo, normatizado, versátil, bonito, de fácil manuseio e excelente relação peso/resistência, seu suprimento pode ser administrado por meio de reflorestamento, o que faz dele um produto ambientalmente sustentável. E tem mais: sua extração e beneficiamento consomem menos energia do que a de outros materiais como o aço, cimento e alumínio, conforme quadro comparativo: 1 tonelada de material........ consumo de Kg EC* Alumínio..................................4.200,00 Plástico....................................1.800,00 Aço...........................................1.000,00 Cimento...................................260,00 Bloco de concreto...................26,00 Concreto simples....................26,00 Madeira....................................0,80 *quilos equivalentes de carvão

MADEIRA DE REFLORESTAMENTO X MADEIRA NATIVA – O uso de madeira de reflorestamento – desde que conduzido de forma a gerar mínimos impactos ambientais – de crescimento rápido, re8

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presenta um benefício ao meio ambiente, uma vez que diminui a pressão exercida sobre as florestas nativas (na década de 1960, optou-se por plantio dos gêneros Pinus e Eucalyptus para um programa de reflorestamento, que ampliasse a base de oferta de matéria-prima industrial e energia para o Brasil, e são essas as espécies mais utilizadas em substituição à floresta nativa, ou “madeira de lei”). Entretanto, para que a madeira de floresta plantada possa substituir uma espécie nativa, o tratamento químico realizado em usinas de preservação tem que ser adequado e rigoroso, e a madeira tratada produzida deve passar por controle de qualidade para garantir os parâmetros estabelecidos em normas técnicas do setor. TRATAMENTO QUÍMICO EM AUTOCLAVE – No Brasil, país de clima tropical e com grande biodiversidade, os processos naturais de biodeterioração podem ocorrer rapidamente. Por essa razão, para que o resultado do uso da madeira seja o melhor possível, é necessário submetê-la a tratamentos químicos com produtos preservativos que incrementem a sua durabilidade e garantam vida útil superior a outros materiais, mesmo em condições bastante agressivas de exposição. Atualmente, os produtos preservativos hidrossolúveis utilizados nas usinas de tratamento são o CCA-C (arseniato de cobre cromatado), à base

Imagem: @sxc

Imagem: Gert-Jan de Jong

Gisleine Aparecida da Silva | Coordenadora Técnica da ABPM

de cobre, cromo e arsênio, CCB (mistura de sais de cobre, cromo e boro), que pode ser tanto de base salina quanto de base óxida, e o CA-B, à base de cobre azole. MADEIRA TRATADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL – De acordo com estimativas da ABPM, a produção de madeira tratada no Brasil está em torno dos 2 milhões de m3 ao ano e quatro mercados são seus os principais consumidores: entre 60 e 65% da produção nacional vai para o rural (em especial mourões para cercas); o setor elétrico recebe ao redor de 15%, mesmo percentual do segmento ferroviário. E apenas entre 5 e 10% é utilizado na construção civil. Para efeito de comparação, nos Estados Unidos são utilizados mais de 25 milhões de m³ de madeira tratada por ano, e •


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CONSTRUÇÃO CIVIL

Imagem: pixabay

aproximadamente 70% da produção destinada ao setor da construção. O setor de preservação de madeiras conta com normas técnicas desde 1973, mas somente em janeiro 2013, após mais de 10 anos de trabalho da ABPM, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) publicou a NBR 16143 - Preservação de Madeiras - Sistema de categorias de uso, de suma importância para a construção civil, setor que até então não tinha parâmetros para a utilização de madeira tratada. No mesmo mês, também foi publicada a revisão da NBR 6232 - Penetração e retenção de preservativos em madeira tratada sob pressão. Enquanto a NBR 6232, contempla métodos de ensaio para a madeira tratada, a NBR 16143 auxilia engenheiros e arquitetos a decidirem o tratamento adequado para que não ocorram ataques de insetos e apodrecimento do material, aumentando a vida útil do sistema construtivo. Afinal, a escolha do produto e do processo de tratamento depende do tipo de madeira e das condições em que será utilizada. A ABPM também criou, com o apoio do Instituto Totum, o Qualitrat, programa de autorregulamentação do setor de madeira tratada no país. Com o selo de qualificação concedido às usinas de tratamento de madeira, os interesses dos produtores e consumidores de madeira tratada ficam plenamente protegidos. •

DESTAQUE

1ª FLORESTAL TECH CONTA COM MOSTRA DE ARQUITETURA DA MADEIRA PARA O SÉCULO XXI Imagem: Divulgação

O setor de base florestal é um importante ramo da indústria nacional que envolve uma cadeia produtiva complexa e inúmeros segmentos distintos. Em Mato Grosso é uma das maiores economias do estado, que gera milhares de empregos diretos e indiretos e contribui de forma significativa para o desenvolvimento econômico e social. Para seguir crescendo e se fortalecendo, aliando produção, lucro e sustentabilidade, o setor demanda constante inova10

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ção tecnológica e busca por novos mercados. Para fomentar esses processos, dar visibilidade aos produtos e potenciais da madeira nativa de Mato Grosso e criar um ambiente favorável a novos negócios, o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado do Mato Grosso (Cipem) realizará o 1º Florestal Tech, entre os dias 18 a 20 de outubro de 2017 em Cuiabá (MT). O Florestal Tech será um grande encontro de negócios e irá funcionar como uma verdadeira vitrine para os produtos florestais mato-grossenses, em especial os provenientes do manejo florestal sustentável de madeira nativa. A programação será composta por painéis, palestras, mesas-redondas e exposições sobre novas tecnologias empregadas na madeira e seus potenciais de mercado, com destaque para o uso da madeira na construção civil, nicho defendido pelo Cipem como o futuro do setor florestal no estado a partir da análise do cenário mundial e a crescente demanda por tecnologias ambientalmente sustentáveis. Serão realizados painéis e debates sobre a tecnologia wood frame e a madeira laminada colada,

com representantes de empresas e pesquisadores da área, que permitirão a atualização e ampliação do conhecimento dos produtores, identificação de oportunidades e novas possibilidades de investimento. Além disso, irão apresentar para a sociedade os benefícios dessas técnicas que se adequam aos conceitos mais modernos de construções sustentáveis. Nesse sentido, o Florestal Tech também promoverá diariamente em sua programação rodadas de negócios entre os participantes. Outra importante atração do 1º Florestal Tech, que acontecerá entre os dias 18 e 20 de outubro de 2017 em Cuiabá, é a Mostra de Arquitetura da Madeira para o Século XXI. Com curadoria do arquiteto Marcelo Aflalo, a exposição itinerante, realizada com apoio do WWF-Brasil, é formada por 21 maquetes que traçam um panorama do emprego do material de maneira sustentável em construções ao redor do mundo e já foi apresentada nos principais espaços e eventos florestais do país. O objetivo desta iniciativa é ampliar o conhecimento e consolidar a madeira como a matéria-prima do futuro. •


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NOSSA CAPA

CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: A VEZ DA MADEIRA Com um déficit habitacional de mais de 6 milhões de residências, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), e um mercado potencial para os próximos dez anos, o setor da construção civil brasileira está no foco da indústria de madeira. Com avanços significativos no desenvolvimento de produtos e das normas técnicas, a expectativa do setor é atender boa parte desse nicho oferecendo soluções que contribuam para o melhor desempenho das construções, garantindo vantagens como alta produtividade em sistemas construtivos industrializados, uso de produtos sustentáveis, sequestro de carbono, maior conforto acústico e térmico, entre outros. À frente de todo esse movimento, a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), que há 45 anos representa o setor, lidera uma série de ações que visam ao desenvolvimento do mercado interno. Uma das iniciativas diz respeito ao desenvolvimento de normas técnicas para os produtos de madeira usados na construção civil, bem como, mais recentemente, para o sistema construtivo wood frame. Entidade gestora do Comitê Brasileiro da Madeira ABNT/ CB-31, a Abimci atua junto às 13 comissões de estudo que compõem o Comitê. Um dos trabalhos recentes inclui a retomada da revisão da norma técnica para madeira serrada em geral, produto que representa um percentual significativo da madeira usada em obra com várias aplicabilidades. “As ações dentro do CB-31 têm como objetivo garantir uma padronização dos produtos e disponibilizar produtos conformes e normatizados, e assim, aumentar o uso da madeira na construção civil”, afirma o superintendente executivo da Abimci, Paulo Pupo. A intenção é que a norma inclua todo o setor de madeira serrada, de coníferas a folhosas e especificadas por mercado, no que concerne a terminologia, requisitos e classificação. Esse exemplo de ação para madeira serrada também irá se repetir em outros importantes segmentos de produtos madeireiros, como compensados, painéis, pisos, portas e outros, dentro das atividades do CB-31. •

CONFIRA QUAIS SÃO AS COMISSÕES DE ESTUDO DO CB-31 CE 31.000.02 - Madeira Serrada CE 31.000.05 - Chapas de Madeira Compensada CE 31.000.07 - Painéis de Fibra de Madeira CE 31.000.10 - Madeira para Carretéis CE 31.000.11 - Mourões de Madeira Preservada CE 31.000.12 - Portas de madeira CE 31.000.13 - Pisos de Madeira Maciça CE 31.000.14 - Madeira Tratada CE 31.000.15 - Preservação de Madeira CE 31.000.16 - Cruzeta Roliça de Eucalipto Tratado CE 31.000.17 - Postes de Eucalipto Preservado CE 31.000.18 - Painéis de Partículas de Madeira CE 31.000.19 - Chapa Dura de Fibra de Madeira

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Imagem: Sonar

Associação que representa indústrias de madeira mobiliza setor para alavancar negócios no mercado interno. Trabalho passa por desenvolvimento de norma técnica, mudança de cultura e articulação política para criar iniciativas que incentivem o uso da madeira no Brasil

NORMA TÉCNICA PARA CASAS COM MADEIRA Comissão de Estudos da ABNT prepara texto que deve ser colocado em consulta nacional ainda este ano A principal ação na qual os setores da madeira e da construção estão envolvidos passa pelo desenvolvimento da norma técnica do sistema construtivo wood frame, que utiliza uma variedade de produtos em madeira. Desde o ano passado, com a instalação da Comissão de Estudos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), foi aprovado o escopo da norma, que pretende contemplar edificações de até dois pavimentos. Além de estabelecer parâmetros técnicos, a norma permitirá avanços em questões relacionadas à viabilidade da utilização do sistema construtivo, como os financiamentos imobiliários. “Com isso, haverá mais recursos para a implantação de projetos, resultando também em garantias para as empresas e para os clientes e consequente aumento do consumo de madeira no mercado nacional”, avalia o superintendente da Abimci e secretário da Comissão de Estudos, Paulo Pupo. A partir da instalação da Comissão de Estudos, foi criado um grupo de trabalho para sistematizar a força-tarefa e dar celeridade às discussões. Os coordenadores de cada tema previsto na norma – projeto, execução e desempenho - orientaram a estruturação de cada um desses pontos. Em 2017, houve evolução nas propostas para as partes Projeto e Execução da norma, abrangendo questões como requisitos gerais, componentes, projetos estruturais, projetos complementares e execução, entre outros. Na avaliação do coordenador da CE, Euclesio Manoel Finatti, vice-presidente do Sinduscon-PR, a evolução foi grande. “Temos hoje um texto já consistente envolvendo duas partes importantes do sistema construtivo wood frame, que são a preocupação de como serão considerados os projetos e como será a execução das futuras obras neste sistema construtivo”, afirmou. Para complementar o trabalho que vem sendo realizado, foi definida a criação de um novo grupo específico, para avaliar as informações referentes a materiais previstos para uso nesse sistema. A expectativa dos participantes é de concluir os textos produzidos ainda este ano para que posteriormente sejam validados pelos membros da Comissão e, então, colocados para consulta nacional.


2009 Criação da Comissão Casa Inteligente na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), reunindo entidades, empresas privadas, universidades e profissionais ligados ao tema

2009 Imagem: Biswarup Ganguly

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2011 Aprovada Proposta da Diretriz SINAT nº 005 - sistemas construtivos estruturados em peças de madeira maciça serrada com fechamentos em chapa delgadas

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Proposta pela Comissão o desenvolvimento de uma norma técnica para o wood frame

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2016 2017 2017

ABNT aprova criação da CE 002:126.011 - Comissão de Estudos de sistemas construtivos wood frame

2016 Criação do Grupo de Trabalho - Elaboração do texto para terminologia do sistema - Definição dos Grupos de Trabalho: projeto, execução e desempenho - Estudo e desenvolvimento dos textos pelos grupos

Reunião CE para validação do escopo da norma - Criação do Grupo de Trabalho: materiais

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Imagem: Sonar

MUDANÇA CULTURAL Construir com madeira é uma realidade nos principais países desenvolvidos do mundo. Uma tendência que ganha espaço até mesmo em locais sem tanta tradição, caso da Itália, onde em 1998 essas construções mal apareciam nas estatísticas e em 2009 atingiram praticamente 10%. Na Inglaterra, também no final dos anos 1990, as residências em madeira representavam apenas 2% das construções novas. Em 2007, eram 15% e, este ano, a expectativa é que atinjam 27%, conforme documento publicado pela Structural Timber Association (STA) da Inglaterra. Se na Europa e em países como Estados Unidos, Canadá e Chile os produtos de madeira fazem parte da indústria da construção, por que no Brasil – que detém a segunda maior área florestal do mundo, incluindo áreas plantadas e nativas, e é um tradicional exportador de produtos madeireiros para boa parte desses mercados – esse tema ainda gera tantas discussões, dúvidas e até estranhamento? “Um dos maiores desafios, sem dúvidas, é eliminar um erro básico de conceito de que casas de madeira são construções de baixa qualidade. Esse talvez seja o maior desafio que teremos ao longo de nossa jornada para a consolidação desse sistema no Brasil. Os exemplos aplicados em alguns dos principais países do mundo com cons-

truções em madeira, em larga escala, nos provam exatamente o contrário, pois esse é um sistema que traz soluções inovadoras e sustentáveis, economicamente viáveis, e com as garantias necessárias exigidas pelo mercado”, avalia Pupo. Pensando no aspecto cultural, uma das linhas de atuação da associação e de outras instituições envolvidas no tema, passa por estratégias de divulgação das ações em andamento para o desenvolvimento da norma do sistema wood frame, apoio a eventos da cadeia produtiva, produção de folders sobre os produtos de madeira, materiais institucionais de divulgação e compartilhamento de informações pertinentes ao setor. “O caminho é longo, pois as ações precisam andar em paralelo aos avanços técnicos e de mercado”, afirma Pupo. MERCADO POTENCIAL De acordo com a Abimci, todas essas ações têm como objetivo garantir uma padronização dos produtos e disponibilizar produtos conformes e normatizados, e assim, aumentar o uso da madeira na construção civil. “Será um passo importante para o aumento do consumo per capita de madeira, ou seja, criação de um mercado para a produção de madeira nacional, além de termos a possibilidade de oferecer ao país um sistema inovador e rápido, uma solução para atender a demanda e o déficit habitacional no país por moradias de interesse so-

cial”, afirma o superintendente. Segundo dados da CBIC, até 2025, o Brasil precisará ter em estoque 80 milhões de habitações. INDUSTRIALIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO “O aumento da produtividade aliado aos desafios para inovação do setor são estratégicos para toda a cadeia produtiva da construção, um desafio coletivo”. A afirmação do vice-presidente da Área Técnica do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), Euclesio Manoel Finatti, revela que o segmento tem tentado encontrar formas para melhorar os processos produtivos, reduzir a burocracia, melhorar a performance da mão de obra, mesmo ainda sem dois fatores decisivos para a retomada de crescimento: um ambiente institucional do país favorável e estabilidade macroeconômica. Da parte que compete às próprias empresas, a elevação da industrialização da construção é uma das frentes de atuação necessárias. “Já não se pode mais admitir que continuemos a empilhar tijolos. A adoção de sistemas construtivos modernos, que priorizem o desempenho das construções, o menor desperdício de materiais, além de questões como qualidade de vida para as pessoas que vão residir, trabalhar ou ter atividades de lazer nesses espaços passou a ser fundamental”, afirma. •

Por Assessoria de Imprensa Abimci | Juliane Ferreira 14

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INTERNACIONAL

ELMIA WOOD 2017: UMA VISÃO PROFISSIONAL Por Manoel Francisco Moreira São milhões de dólares investidos para apresentar ao mundo as inovações tecnológicas do setor florestal. Em uma única feira, visualizamos o dia a dia e um pedacinho do futuro das atividades do setor. Com a realização da edição 2017 da Elmia Wood, percebemos que a inovação real nos leva mais longe. E o desafio? Criar oportunidades para otimizar seus processos e aumentar a eficiência. Acompanhe a cobertura exclusiva realizada pelo Madeira Total, através de nosso colunista e correspondente internacional da edição, Manoel Francisco Moreira que em busca destas inovações para pequenas, médias e grandes empresas, rompe mais uma vez as fronteiras brasileiras e inicia sua viagem. Em ano de Lava-Jato, baixa rentabilidade e PIB bem encolhido, aqui no Brasil a esperança para as empresas é que a política tenha levado à crise em seu extremo, para que possamos reconstruir nosso país. Entretanto para que essa recuperação econômica aconteça, seja contínua e crescente e ainda possa expandir-se a todas as etapas da cadeia produtiva da madeira, é preciso investir em tecnologias que tragam alta produtividade, diminuam os custos e otimizem processos, tornando-os ecologicamente

corretos, rentáveis, transformando a sociedade positivamente, gerando riqueza e cultura, a exemplo de países concorrentes. A Suécia é um país nórdico, localizado na península Escandinava, na Europa Setentrional, dividindo fronteiras terrestres com a Noruega, a oeste, e com a Finlândia, a nordeste, além de estar ligada à Dinamarca através da Ponte de Öresund, no sul. Sobre a indústria florestal, (o que inclui a silvicultura), é uma das indústrias base do país, correspondendo a cerca de 10% de sua capacidade industrial. Atualmente, a Suécia é o terceiro maior exportador mundial de celulose, papel e produtos oriundos da madeira serrada. Segundo informações registradas por Lundberg, em seu relatório “The Swedish Forest Industries”, mais de metade da Suécia está coberta por florestas: coníferas em sua grande maioria, da família das pináceas as espécies dominantes (80%), seguidas das bétulas (13%), e em menor quantidade, dos álamos e carvalhos (3%). Este recurso do país gera emprego e salários diretamente para cerca de 60.000 suecos, e indiretamente para mais de 200.000. O consolidado evento florestal iniciou-se no dia 07 de junho. Foram 555 expositores de 28 países, que apresentaram seus novos produtos durante quatro dias intensos para os visitantes dos seis continentes do mundo. Confira. •

Imagem: @jcomp

Imagens: Manoel Francisco Moreira

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Dia 1

“Muitos expositores participaram da nova seção da Feira, “Load & Transport”, com seu tema de logística e manejo de madeira, reunindo grande parte dos visitantes. Outro setor que atraiu o público, foi a área dos drones. Foram realizadas inúmeras demonstrações para aplicações florestais. Muito concorrida para o acompanhamento das demonstrações, foi a área de picadores para biomassa. Vários expositores mostraram equipamentos de capacidades menores até gigantes como CBI e Peterson Pacific. A CBI chamou atenção com seu conjunto “flail/picador”, o qual permite a utilização integral da árvore na mesma operação, obtendo-se o cavaco de 100% da árvore e com redução dos custos de operação. De todas as marcas presentes vale destacar o fabricante sueco da marca Malwa com um conjunto harvester/forwarder de pequeno porte – peso de 5,4 ton, motor de 75 HP, grua com alcance de 6,1 m, capacidade de carga do forwarder de 5,5 ton e cabeçote do harvester Log Max 928ª de 420mm de abertura. Este equipamento pode ser combo. Um equipamento ideal para trabalho em desbastes e corte raso de eucalipto de diâmetro menor que 40cm/médio.”

Dia 2

“Apesar dos desafios impostos aos expositores, visitantes e até mesmo a organização da feira, visto o clima, as atividades continuaram a todo vapor. Grandes players mundiais lançaram novas máquinas e equipamentos florestais. A visitação estava intensa apesar da chuva contínua durante todos os dias da feira. E mesmo somado ao frio, os visitantes não se inibiram. Na atividade de silvicultura, foram inúmeras opções de rebaixadores de tocos, uma necessidade cada vez mais presente no Brasil. Igualmente plantadeiras, algumas interessantes e outras gigantescas demais (máquina base) na minha opinião. Durante o período da feira, foi possível constatar que o Brasil não está tão defasado no quesito tecnologia. Na parte de silvicultura já vi equipamentos “tupiniquins” melhor dimensionados à nossa realidade. Já quanto à colheita ainda sofremos com a falta de opções para máquinas de pequeno porte e ao alcance de pequenos empreiteiros de colheita. Muito interessante também a presença de crianças de todas as idades nos 4 dias do evento. A cultura é repassada desde muito cedo para seus sucessores. Curiosamente na área de demonstração da John Deere havia um menino de 11 anos operando um Forwarder”.

Dia 3

“Na parte estática, equipamentos menores chamaram a atenção. Diversos instrumentos profissionais de medição de campo completo, combinando com ultrassom e laser, para registrar dados, preparar e implementar planejamentos estratégicos da floresta. Bluetooth também é tecnologia adequada para nosso setor. Durante as demonstrações, percebi que é possível medir superfícies, alturas e até mesmo ângulos de forma rápida, onde os dados são armazenados na unidade e você pode exportá-lo diretamente para o excel ou ferramentas online”.

Dia 4

ELMIA WOOD - REGISTROS 2017 • • • • • • •

555 expositores de 28 países, dos quais 200 estavam aqui pela primeira vez 85.000 metros quadrados de stand 7 km de trilhas na floresta 131.000 metros quadrados da área de demonstração onde as máquinas florestais foram mostradas em operação 143 máquinas florestais em grande escala ao longo da trilha Número total de visitantes únicos: 41.834 Mais de 200 jornalistas credenciados de 24 países

“Observei que haviam cinco delegações de brasileiros na feira, contabilizando ainda os que viajaram individualmente. Novidades em peças de reposição para grandes máquinas, lubrificantes, pneumáticos, e maquinário para todas as necessidades desde o plantio até a colheita. Atenção máxima para as máquinas de colheita para pequenos produtores, com variedade de fornecedores. Registro das grandes corporações florestais brasileiras, que estavam em sua maioria representadas por seus diretores e corpo técnico, e que a partir deste momento atualizam suas tecnologias também para o Brasil. Muitas opções interessantes à disposição dos pequenos empreiteiros como harvester de menor porte, combo que transforma-se em forwarder em menos de 20 minutos, auto carregáveis com transmissão na carreta, tanto em tandem com conjunto de engrenagens como com auxílio de um redutor tipo “robson” movido por motor hidráulico. Vários tamanhos de carretas de auto carregáveis, permitindo maior flexibilidade na decisão de escolha, de acordo com a necessidade, assim como a grua perfeitamente dimensionada. As gigantes do setor de colheita como Johnn Deere, Komatsu, Ponsse, para citar as principais em atuação no Brasil, estavam lá representadas por gama completa de seus produtos.”

ALÉM DA TECNOLOGIA, O CASE BRASIL Praticamente todos os setores sofrem com este problema no Brasil. O custo para importações de máquinas. Muitas vezes não há similares no Brasil. Ainda na Elmia Wood, vi um skidder de fabricação romena, o qual parecia desenhado para nossas condições: máquina simples, sem muita tecnologia eletrônica embarcada, tamanho médio, motorização que temos no Brasil, mas analisando rapidamente o custo para importação, notei que mais uma vez os custos agregados tornam inviável o processo para pequenos investidores. Um limitador “nas sombras” da expansão florestal brasileira. • www.madeiratotal.com.br

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LANÇAMENTOS

TIMBER FOREST & PONSSE BRASIL LEVAM GRUPO DE CLIENTES PARA ELMIA WOOD 2017 Clientes conheceram antecipadamente o lançamento do Guincho de tração externa MW500, visitaram a fábrica, o campo de testes da Ponsse e ainda participaram da Elmia Wood

1 - Alemanha 2 - Suécia 3 - Finlândia

Imagens: Divulgação

Uma viagem especial ao coração da floresta sueca para conhecer as inovações do segmento florestal. Com um cenário espetacular, no quinto dia do mês de junho, a Ponsse Brasil e a Timber Forest (Dealler Oficial da Ponsse para o Sul do Brasil), embarcaram com um grupo de clientes para visitação na maior feira florestal do mundo, a Elmia Wood, que na edição de 2017, contou com 555 expositores, 41.834 mil visitantes, em 7 km de trilha da floresta e 131.000m² de área de demonstração onde as máquinas florestais foram mostradas em operação. A viagem começou com temperatura agradável, cerca de 20°C, com uma parada de dois dias em Frankfurt na Alemanha, onde todos foram recepcionados por Lucas Herzog e assistiram apresentação geral da empresa e sobre a parceria estabelecida com a Ponsse em todo mundo. Logo, no dia 06/06 todos participaram de duas visitas em campo, primeiramente com operação de guincho sincronizado e acoplado ao harvester e forwarder Ponsse e no fi- • Ponsse Ergo 6W com guincho externo Herzog MW500 acoplado, na Elmia Wood 2017

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Tradicionalmente, os clientes que visitam a fábrica ficam hospedados no Ponsse Club, onde originalmente era a casa de Eirani Vidgreen, fundador da Ponsse nal uma atividade especial: os clientes brasileiros conheceram antecipadamente um novo equipamento (lançado oficialmente um dia depois na Elmia Wood 2017), o HERZORG MW500 um guincho externo para máquinas Ponsse operado por controle remoto pelos operadores do outro harvester ou forwarder. Depois da visita na Alemanha, viajaram para Estocolmo (Suécia) de onde seguiram para a visitação de dois dias na Elmia Wood 2017 ao sul de Jönköping, para saber mais sobre as novidades no mundo do setor na feira florestal dinâmica. No sábado, (10/06) iniciou-se o deslocamento de Jönköping com destino a Vieremä (Finlândia) em uma travessia pelo mar Báltico, a bordo do navio Silja Serenade. No domingo a noite, todos foram recepcionados no Ponsse Club com o tradicional jantar com comidas típicas, participaram de uma competição com dardos no club, para na segunda-feira dia 12/06 conhecer a sede da Ponsse e a ampliação da fábrica, além do Centro de Logística de peças. Na visita a fábrica os clientes foram recepcionados por Juha Vidrgren, Presidente do Conselho e após realizaram um tour pela fábrica e visitação ao Campo de Testes da Ponsse.• Clientes Timber Forest | Ponsse Brasil na visita à fábrica da Ponsse em Vieremä, Finlândia

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INDUSTRIAL

KLABIN PLANEJA ACELERAR OS NEGÓCIOS ATRAVÉS DE GRANDES INVESTIMENTOS

Imagem: Divulgação

Exatamente um ano após o início das atividades produtivas da unidade de Ortigueira no Paraná, a tradicional indústria divulga novos investimentos bilionários

Unidade Monte Alegre - Telêmaco Borba - PR Após concluir em junho de 2016 os investimentos de R$ 8,5 bilhões destinados a construção da Unidade Puma em Ortigueira no Paraná, a Klabin planeja investir mais US$ 2,1 bilhões nos próximos anos. O valor será aplicado na aquisição de novas máquinas que ampliarão a capacidade da indústria nas áreas de cartões, papel kraftliner e celulose fluff. Segundo informações reveladas pelo novo diretor-geral da Klabin, Cristiano Teixeira em entrevista recente ao jornal Valor Econômico, o projeto do novo ciclo será apresentado ao conselho administrativo no início de 2018.

INVESTIMENTOS & PRODUTIVIDADE Segundo a reportagem, o novo ciclo de investimentos da Klabin é divido em três áreas, iniciando no segmento de segmento de papel cartão. A empresa planeja comprar uma nova máquina de cartões no valor de US$ 800 milhões e poderá ser instalada na Unidade Puma, com capacidade produtiva de 500 mil toneladas ao ano e fará cartões para líquidos, alimentos e embalagens de consumo. A outra área de investimento da Klabin é a de papel kraftliner, muito usado pela indústria devido a sua resistência. A companhia também deve

adquirir uma nova máquina que faz esse tipo de papel com investimento previsto de até US$ 400 milhões, aumentando a capacidade de produção da indústria na área em 500 mil toneladas anuais. Os investimentos na área de papel kraftliner devem se concentrar na Unidade Monte Alegre, que fica em Telêmaco Borba. A última área a receber novos investimentos é a de celulose fluff, material utilizado para fazer fraldas descartáveis e absorventes. A Klabin deve adquirir mais um maquinário para elevar a produção das atuais 400 mil toneladas para 900 mil toneladas ao ano. O maquinário deve custar em torno de US$ 900 milhões e pode ser implantando em Ortigueira, ou na unidade catarinense.

Imagem: Madeira Total

UNIDADES PRODUTIVAS, COMERCIAIS E LOGÍSTICA A Unidade Puma foi construída em 24 meses e custou R$ 8,5 bilhões. Com capacidade de produzir 1,5 milhão de toneladas por ano de celuloses de fibra curta, de fibra longa e do tipo tuff. Foi o maior investimento privado na história do estado. Na cidade vizinha, a Klabin conta com a Unidade Monte Alegre, construída em 1946, produzindo papéis de fibra virgem para embalagens e papel cartão. Além das fábricas paranaenses, a companhia conta com outras 14 fábricas no Brasil e uma na Argentina, além de unidades comerciais e logística. • Unidade Puma - Ortigueira - PR 20

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NEGÓCIOS & MERCADO

BALANÇA COMERCIAL DE FLORESTAS PLANTADAS REGISTRA SUPERÁVIT EM 2017 PRODUÇÃO A produção brasileira de celulose atingiu os 8 milhões de toneladas (+5,3%) entre janeiro e maio de 2017; e a de papel registrou 4,3 milhões de toneladas (-0,6%). VENDAS DOMÉSTICAS As vendas de papel e de painéis de madeira no mercado doméstico permaneceram estáveis em 2,1 milhões de toneladas e 2,6 milhões de m³, respectivamente. EXPORTAÇÕES Importante ressaltar que a demanda por celulose brasileira continua em alta no mercado internacional. Foram exportadas 5,5 milhões de toneladas nos primeiros cinco meses do ano, expansão de 4,7% frente aos mesmos cinco meses de 2016. O segmento de papel registrou exportações de 892 mil toneladas (+1,8%), e o de painéis de madeira alcançou a marca de 490 mil metros cúbicos (+36,5%). DESTINO DAS EXPORTAÇÕES Claramente, a China manteve a posição de principal destino da celulose brasileira, representando mais de 43% do total exportado pelo Brasil e gerando uma receita no ano de cerca de US$ 1 bilhão, aumento de 27,7% em relação aos cinco primeiros meses de 2016. Já a América Latina se mantém como principal mercado para os segmentos de papel e de painéis de madeira, gerando receitas de US$ 492 milhões (+10,3%) e US$ 62 milhões (+26,5%), respectivamente.

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Imagens: @zirconicusso

É incontestável a importância do setor florestal para o Brasil e para o mundo. Existem muitos fatores que devemos analisar para então medir sua evolução nas esferas econômicas, sociais e ambientais. Neste espaço, buscamos brevemente tratar das questões econômicas somente, em uma análise de curto prazo, fornecida recentemente via indicadores de desempenho do setor de árvores plantadas, registrados na 37ª edição do boletim mensal Cenários Ibá. Acompanhem: O saldo da balança comercial do setor brasileiro de árvores plantadas atingiu US$ 2,9 bilhões de janeiro a maio de 2017, alta de 4,9% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, o setor de florestas plantadas registrou um total de exportações de US$ 3,3 bilhões, 3,2% acima do registrado no mesmo período de 2016. As vendas externas de celulose alcançaram US$ 2,4 bilhões (+4,1%), as de papel US$ 767 milhões (-2,0%) e as de painéis de madeira US$ 113 milhões (+25,6%). •

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FLORESTAL

RAÍZES DO BRASIL GARRAS DE CARREGAMENTO E DESCARREGAMENTO DE MADEIRA As garras J de Souza são reconhecidas por sua durabilidade, resistência e alto desempenho, especialmente no mercado brasileiro e sul americano, são aproximadamente de 50 modelos, divididos em onze famílias, com secção de área variando entre 0,18 e 2,00 m², dispõe de modelos aplicáveis em escavadeiras, retroescavadeiras, carregadores florestais, guindastes, pórticos e pontes rolantes, carregadeiras, triciclos, entre outras possíveis máquinas base, modelos para serviços extremamente rigorosos e também para trabalhos mais leves, para movimento de toras curtas e longas, carvão, cavacos, lenha, galhadas e resíduos florestais. GARRAS SÉRIE “R” Garras versão reforçada, construída em chapas grossas de aço certificado com limite de resistência de 450 Mpa e aço USI AR 450 com dureza aproximada de 450 HRB, um produto diferenciado indicado para movimentação de toras entre 1,6 e 6 m de comprimento em operações severas durante 24 h/dia. GARRA SÉRIE “S” Garra versão standard, construída em chapas de aço certificado com limite de resistência de 450 Mpa e aço USI AR 450 com dureza aproximada de 450 HRB, um produto indicado para movimentação de toras entre 1,6 e 4 m de comprimento em operações leves durante 10 h/dia.

Imagens: Divulgação

Com a venda de equipamentos florestais de alta durabilidade, a J de Souza, empresa 100% nacional, tem ampliado territórios no Brasil e conquistado mercados internacionais como o Chile, Estados Unidos, Paraguai e Uruguai, os quais já contam com representantes da marca. Os atendimentos para outros países são realizados via matriz, localizada em Lages, Santa Catarina. A linha completa da marca é composta por subsoladores florestais, ancinhos, cabeçotes multifuncionais, garras traçadoras e mesas traçadoras, garfos, carregadores frontais, carregadores carvoeiros, mini skiders e o mais novo lançamento, o Feller de Tesoura. ‘Se o cliente busca por máquinas e equipamentos de alta resistência, durabilidade, produtividade e com garantia de assistência e reposição de peças, com certeza a J de Souza é a melhor opção”. A conclusão é do engenheiro Anderson de Souza Diretor de Comércio, Indústria e Serviço da empresa que leva o mesmo sobrenome. “A J de Souza é pioneira na fabricação de garras traçadoras na América do Sul, e há mais de 20 anos desenvolveu o primeiro modelo de garra traçadora na serra catarinense, uma versão com garra de 0,58 m2, motor de 19 cc e corrente de passo 0,404” - instalada em escavadeira de 20 toneladas”. Atualmente, seus produtos e serviços marcam presença na América do Sul, América do Norte e África, sendo considerada líder no Brasil disponibilizando a mais completa linha de garras traçadoras do mundo: são quinze modelos, disponíveis em área de 0,18 , 0,30 , 0,40 , 0,58, 0, 85 , 1,00 , 1,20, 1,45 e 2,00 m2, motores de 19, 40, 60, 80, 90 e 110 cm3, corrente passo ¾” ou 0,404”, modelos com um ou dois traçadores, aplicáveis em tratores agrícolas com carregadores florestais, escavadeiras entre 8 e 45 toneladas, entre outras possíveis máquinas base, reforça o diretor.

Lançamento: Feller de Tesoura TJ 500a 22

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GARRAS SÉRIE “SR” (LANÇAMENTO) Garras versão super-reforçada, construída em chapas extremamente grossas de aço certificado com limite de resistência de 450 Mpa e aço USI AR 450 com dureza aproximada de 450 HRB, um produto diferenciado indicado para movimentação de toras maiores que 5 m ou árvores inteiras em operações extremamente severas durante 24 h/dia. GARRAS SÉRIE “E” Garras versão especial, com construção estilo americana, dotadas de dois cilindros hidráulicos e sem braço estabilizador, é construída em chapas extremamente grossas de aço certificado com limite de resistência de 450 Mpa e aço USI AR 450 com dureza aproximada de 450 HRB, é um produto diferenciado indicado para movimentação de toras maiores que 5 m, árvores inteiras e alimentação de mesa traçadora em operações extremamente severas durante 24 h/ dia e em tamanhos maiores para grandes movimentações em pátios. GARRAS SÉRIE “C” E “CE” Garras versão carvoeira, construída em chapas grossas de aço certificado com limite de resistência de 450 Mpa e aço USI AR 450 com dureza aproximada de 450 HRB, um produto diferenciado indicado inicialmente para movimentação de toras em praças de carvoejamento, posteriormente passou a ser utilizada no enchimento de containers, normalmente é montado em um carregador carvoeiro fixo ou giratório


aplicado em pás-carregadeiras ou empilhadeiras. Aversão “CE” é mais estreita, e conta com um cilindro e dois braços estabilizadores, já a versão “C” é mais larga, conta com um braço estabilizador e pode receber rotator embutido no centro. GARRAS SÉRIE “RE” Garras para movimentação de resíduos florestais, galhadas, entre outros, construída também com chapas grossas de aço certificado com limite de resistência de 450 Mpa e aço USI AR 450 com dureza aproximada de 450 HRB. GARRAS SÉRIE “SL” Garra versão super leve, construída em chapas de aço certificado com limite de resistência de 450 Mpa e aço USI AR 450 com dureza aproximada de 450HRB, um produto indicado para movimentação de toras entre 1,6 e 4 m de comprimento, indicadas para aplicação em carregadores florestais, guindastes, retroescavadeiras e triciclos. GARRA SÉRIE “RZ” Está é uma série projetada para movimentar raízes, tem construção similar aos equipamentos da versão “R”, porém com unha interna totalmente fechada e externa parcialmente fechada, que possibilita a redução de volume da raiz ou outro material a ser movimentado, esta versão também é construída em chapas grossas de aço certificado com limite de resistência de 450 Mpa e aço USI AR 450 com dureza aproximada de 450 HRB.

GARRA SÉRIE MS Série com forma construtiva para arraste de toras, projetada para Mini Skiders J de Souza e para carretas Cam Blunk de tratores agrícolas, também é construída em chapas grossas de aço certificado com limite de resistência de 450 Mpa. GARRA SÉRIE RT Garras versão reforçada para traçamento, construída em chapas grossas de aço certificado com limite de resistência de 450 Mpa e aço USI AR 450 com dureza aproximada de 450 HRB, conta com dentes na parte inferior da cabeça da garra e solda dura para nas unhas que auxiliam no arraste de toras, é um produto diferenciado indicado para movimentação de toras entre 1,6 e 6 m de comprimento em operações severas durante 24 h/dia, são aplicadas nas garras traçadoras J de Souza e também alimentação de Slachers. GARRA CONCHA A garra-concha é um equipamento destinado a movimentação de cavacos, carvão e lenha, é aplicável em escavadeiras, carregadores florestais e outras máquinas base, disponibilizamos o equipamento com capacidade volumétrica de 1 m³ e 3 m³, sendo possível o desenvolvimento de outros tamanhos conforme a necessidade do cliente.

SOBRE A J DE SOUZA Com raízes brasileiras, a J de Souza produz hoje uma ampla linha de soluções direcionadas a silvicultura, colheita florestal, pátios de toras, praças de carvoejamento e movimentação de resíduos florestais, sendo equipamentos de grande resistência e alta produtividade. Seus clientes contam também com um serviço bastante difundido: “Acompanhamento ao Cliente” na floresta, na indústria, via telefone e internet, rapidez na reposição de peças, uma vez que a J de Souza fabrica praticamente todos os componentes do produto na fábrica localizada na região serrana do estado de Santa Catarina. A empresa conta com filial em Sete Lagoas no estado de Minas Gerais, onde dispõe de um robusto estoque de peças e o serviço de preparação de máquinas. Há previsão para o ano de 2018 a abertura de uma unidade no norte/nordeste do Brasil. •

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FEIRAS & EVENTOS

“O NOME DO JOGO É SUSTENTABILIDADE” Governança da Sustentabilidade – O Caminho Natural do Desenvolvimento discursos daqueles que olham para as soluções sustentáveis como meras fontes de custos, não como oportunidades de mudança, e ainda negando-lhes o caráter humano e ambiental. Situações de crise, no entanto, exigem soluções criativas. E é justamente um grau mais elevado de inovação que precisamos almejar quando buscamos alternativas de uso frente à escassez de recursos naturais não-renováveis. Portanto, uma quebra de paradigma capaz de evidenciar que a sustentabilidade não é – nem se propõe a ser – uma panaceia para todas as dificuldades empresariais. É, antes, uma alternativa de caminho para agregar valor financeiro e social em toda a cadeia produtiva e que promova a adoção de soluções que harmonizem nossas prioridades ambientais, econômicas e sociais. Estes aspectos e temas relacionados são a base da programação do Fórum Sustentabilidade & Governança que a STCP Engenharia de Projetos e a Milano Consultoria e Planejamento realizam nos dias 22 e 23 de agosto de 2017, na FAE Business School. Como nas edições anteriores, quatro painéis estruturam o fórum, sempre precedidos de palestras principais com temas atuais e que destacam a importância da Governança da Sustentabilidade. A palestra de abertura do 1º dia do Fórum trará o tema: “A economia da Sustentabilidade: Custos e Benefícios de Boas Práticas” seguida do 1º painel onde serão apresentados os cases corporati-

vos da WestRock, Cargill e JTI, que buscarão retratar as tendências em sustentabilidade e governança das corporações. O 2º painel tratará dos temas como Energia, Tecnologia, Inovação e Sustentabilidade, contando com a presença das empresas MRV Construções, Mepen Energia e Itaipu Binacional. O encerramento do dia será com Luís Veiga da Sociedade Ponto Verde de Portugal versando sobre “Economia Circular, Logística Reversa e Novos Negócios: o Case Ponto Verde”. O segundo dia será aberto por Manoel Sobral Filho, Diretor Executivo do Fórum de Florestas da ONU – UNFF, com o tema “As florestas, o clima, a biodiversidade e as metas de desenvolvimento sustentável da ONU”. Nesse dia os painéis tratarão, sucessivamente de “Capital Natural e Sustentabilidade Corporativa” com presença de David Brand da New Forest - Autrália, Michel Jenks do Forest Trends – Estados Unidos, e da “Conservação da natureza no mundo corporativo” na visão da David Canassa do Grupo Votorantim e Malu Nunes da Fundação Boticário no Brasil. Convidamos a todos para, a partir do Fórum Sustentabilidade & Governança, buscarmos “O Caminho Natural do Desenvolvimento”. •

“É possível ser sustentável em um cenário de incertezas?”

Rômulo Sousa Lisboa

Diretor de Desenvolvimento e Qualidade STCP Engenharia de Projetos

Maiores informações em: www.sustentabilidadegovernanca.com.br

Imagens: Divulgação

Não é novidade que a economia nacional vive tempos difíceis. Também é sabido que o empresariado brasileiro não aproveitou na medida do desejável os anos de expansão registrados no início desta década para internalizar e aprofundar em seus negócios o conceito de sustentabilidade. Em meio à crise, há um grande risco de que os três eixos do tripé da sustentabilidade – pessoas, planeta e rentabilidade (people, planet, profit) – sejam ainda mais negligenciados. Em momentos como este é grande a tentação de que apenas o fator rentabilidade seja levado em conta. Também prosperam neste cenário os

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INDÚSTRIA

EM BUSCA DO LUCRO PERDIDO: ENERGIA ELÉTRICA É UM PESO PARA A INDÚSTRIA PARANAENSE

Imagem: @dashu83

O reajuste impactará principalmente os setores de madeira, celulose e papel, têxtil, minerais e metalúrgico

A economia brasileira não sai do lugar desde 2012 e as indústrias paranaenses recebem a partir de 24 de junho, mais um ônus. A conta de energia elétrica fica em média 5,62% mais cara. O desafio agora é recolocar os negócios nos trilhos em mais um ano de aperto. Segundo informações da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) em seu levantamento, os setores mais afetados pelo reajuste envolvem a indústria metalúrgica, que terá o maior percentual do faturamento comprometido dentre os segmentos da indústria de transformação. Os empresários do setor terão de destinar 8,39% das receitas para o pagamento da conta de energia. Em junho de 2014, antes do reajuste daquele ano, os custos para o segmento eram de 3,69%, com a nova tarifa há um aumento de 127,3%. No mundo real, a economia não tem dado muitas chances para a competitividade brasileira. Os lucros decorrem no investimento na produção, logo, boas previsões são tão valiosas quanto ouro em tempos de guerra. Mas a realidade da indústria paranaense é outra. Esse reajuste significa que as empresas de transformação terão, em média, 2,63% do faturamento comprometido com contas de energia elétrica. Na opinião de Edson Campagnolo Presidente da Fiep, “boa parte das indústrias tem resultado operacional que não supera 3% de tudo que é comercializado. A conta de luz tem um peso muito grande nas planilhas de custos das indústrias, o que neste momento de crise tira ainda mais a competividade e cria mais entraves no ambiente interno e na concorrência com os produtos importados”, argumenta. O segundo segmento mais afetado é a indústria madeireira que precisará separar 8,19% do que comercializa para cobrir as despesas com a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel). Em três anos, o percentual destinado à conta de energia pas-

sou de 3,61% para 8,19%, um aumento de 126,8%. As fabricantes de produtos minerais não-metálicos terão 7,36% do faturamento comprometido; a indústria têxtil 7,07% e o setor de papel e celulose 5,15%. CASE DE SUCESSO A Klabin é um bom exemplo de solução para os gastos com energia, uma vez que possuem geração própria. Segundo informações do Relatório de Produção e Consumos Sustentáveis divulgado em 2016, somente 14% de toda energia gerada e consumida é não renovável:

Energia não renovável - 14%

Energia renovável - 86% - Biomassa - Licor Negro - Energia elétrica de geração própria

Fonte: Relatório de Sustentabilidade 2016, Klabin. A troca do combustível fóssil por biomassa como fonte energética é foco da gestão ambiental da Klabin há alguns anos. Atualmente, 86% da matriz energética é composta por fontes renováveis. A Unidade Puma, que entrou em operação em março de 2016, já foi planejada para tornar a Klabin uma organização autossuficiente na geração de energia

elétrica, com capacidade para produzir 270 Megawatts. Destes, 120 MWh são destinados à operação industrial da unidade e os 150 MWh restantes estão disponíveis para comercialização no Sistema Elétrico Brasileiro (G4-DMA Energia). Em 2016, a Klabin consumiu 57.763.359,37 GJ de energia em suas operações, aproveitando toda a sua capacidade de geração de energia de fontes renováveis. Do total, entre energia elétrica comprada, própria da hidrelétrica e de termoelétrica, 3.068.920,29 MWh foram utilizados para consumo e 434.298,56 MWh foram vendidos. Em 2016 não houve redução no consumo absoluto de energia na Klabin. (G4-EN3, G4-EN6). Vale ressaltar que a energia consumida na Unidade Puma é proveniente de duas caldeiras: a caldeira de recuperação, que utiliza o licor negro (resíduo do cozimento da madeira), e a caldeira de biomassa, que produz vapor a partir da biomassa gerada e processada na fábrica. A visão de longo prazo influencia diretamente nos investimentos e estratégia de cada empresa. Uma das saídas para recuperar as margens de lucro, aponta inclusive para o aumento da produtividade. Em 2012, as empresas que dependiam das vendas no mercado externo foram as que mais sofreram. Hoje o panorama é outro. Mercado nacional está destruído por questões políticas e o humor do consumidor final e também suas finanças foram fortemente abaladas. O que era para ser um ano de “arrumação” com os acontecimentos ao longo do semestre, nos deixa em dúvida: é mais uma parada antes da retomada ou a recuperação vai levar mais tempo? • Dados sobre o aumento da energia elétrica no Paraná: Fiep Dados sobre geração e consumo de energia Klabin: Relatório de Sustentabilidade 2016 www.madeiratotal.com.br

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FEIRAS & EVENTOS

SINDICATOS DO SETOR DE BASE FLORESTAL SÃO DESTAQUE NO PRÊMIO QUALI – MT Imagens: Divulgação

Simno e Sindusmad receberam a premiação que reconhece excelência em gestão e inovação das organizações

Sig frid Kirsch Presidente do Sindusmad

Equipe do Sindusmad recebe a premiação

O Movimento Mato Grosso Competitivo (MMTC) realizou no dia 22.06 deste ano, a 10ª edição do Prêmio de Gestão para Excelência Quali-MT. Durante a festa, foram entregues as premiações da 2ª Edição do Prêmio Quali Inovação e da 1ª Edição do Quali Sindical, que reconhecem a eficiência na aplicação do Modelo de Excelência em Gestão (MEG) no ciclo 2016. Dentre as 40 organizações públicas, privadas e sindicatos de diferentes segmentos que se candidataram à premiação destacaram-se os sindicatos do setor de base florestal que receberam dois prêmios na categoria sindical. O Quali-MT classifica as organizações de acordo com o nível de maturidade na gestão. O Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso (Simno) e o Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad), associados ao Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem),

Ederson Aquino Secretário Executivo do Simno

Ederson Aquino (Simno), Jandir Milan (Fiemt_MMTC) e Rafael Mason (Cipem)

foram reconhecidos no nível “Construindo a Excelência Sindical”. O presidente do Sindusmad, Sigfrid Kirsch, reforçou a importância da equipe de colaboradores na conquista do prêmio. “Esse reconhecimento representa todo o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo sindicato em suas bases em busca da excelência no último ano. É um reconhecimento que nossa equipe é dedicada e preparada para contribuir com o crescimento e defender o setor de base florestal de Mato Grosso”, explicou Kirsch. Já o executivo do Simno, Ederson Aquino, destacou a importância do prêmio na disseminação de uma cultura de qualidade nas organizações, até mesmo nas mais distantes da capital. “O prêmio fortalece a imagem de todo o setor e a credibilidade do sindicato junto à sua base em todo o estado. É um certificado de qualificação, um reconhecimento de nossa organização que vai se converter em resultados positivos”, afirmou o executivo.

O diretor e vice-presidente do Cipem, Rafael Mason, também acompanhou a premiação e comentou com alegria o reconhecimento dado ao setor. “Essa premiação demonstra quanto o setor está empenhado na eficiência da formação de pessoas e na qualidade do serviço prestado. Vamos buscar melhorar cada vez mais enquanto setor e incluir a cada ano novas empresas e sindicatos nesta inciativa”, reforçou Mason. Durante a cerimônia de premiação, o presidente do conselho superior do MMTC e do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan, deixou claro que inovação e excelência em gestão são o único caminho para que as organizações superem o cenário de crise. “Quando uma empresa investe em gestão e inovação toda cadeia é impactada de forma positiva, inclusive os próprios funcionários que ganham em qualidade de vida. Toda a sociedade se beneficia dos resultados dessa iniciativa”, concluiu Milan. •

EXPOMADEIRA & CONSTRUÇÃO Local: Curitiba - PR Data: 20 a 22 de setembro

50° CONGRESSO INTERNACIONAL DE CELULOSE E PAPEL Local: Hotel Unique – São Paulo - SP Data: 23 a 25 de Outubro

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