Revista Madeira Total

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RODER REPRESENTANTE FAE PARA TODO BRASIL RODER MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA END: RODOVIA JOÃO EMILIO RODER, KM 01-PARDINHO-SP FONE: +55 (14) 3886-1441/ CEL: +55 (14) 9 8140-0908 E-MAIL: RODER@RODERBRASIL.COM.BR WWW.RODERBRASIL.COM.BR


EDITORIAL Um ano para registrarmos em nossas memórias! Economia em recuperação, mesmo com as turbulências políticas que chacoalham nossas expectativas. Um ano de eleições, Copa, porém, um ano que começou com o juro oficial baixo, queda na inflação e finalmente projeções financeiras saindo do vermelho. Sim meus amigos, estamos diante de novas oportunidades da retomada e crescimento. O crédito mais barato, influencia diretamente nos resultados do PIB, por tudo o que acontece nos bastidores das pessoas ditas comuns. Vale lembrar que o crédito circulante, atrai os olhos de investidores e efetivamente começam as movimentações em infraestrutura oriundas da coleta desenfreada dos impostos, que pouco são aplicados. Vale lembrar que para que possamos desfrutar deste cenário no longo prazo, devemos eleger um presidenciável que mantenha as reformas e modificações elencadas por Temer e sua atual equipe. O fato é que não somos políticos; não como eles, mas precisaremos ter a astúcia deles se quisermos garantir um futuro minimamente estável para toda nação. Que surjam debates, enquetes, encontros após um dia de trabalho, para que juntos, possamos entender e posicionar o que é melhor para todos. E falando de encontros importantes, aconteceu recentemente o “1º Workshop ABPM 2018: Preservação de Madeiras - Novas Perspectivas”, um movimento importante para a entidade, associados e mercado. Para incentivar o uso de produtos certificados, o Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para Edificações, lança uma série de vídeos que esclarece dúvidas sobre uso das portas de madeira para a construção civil. No que tange tecnologia, empresas brasileiras têm investido tempo e dinheiro para que as soluções tragam um uso responsável, eficiente e sustentável dos recursos naturais; nesta edição, um novo case de sucesso da Klabin. Aumentar a produtividade e transparência nos processos produtivos, diminuindo a subjetividade, são os grandes desafios até para as maiores empresas da atualidade. Em nosso mundo florestal, sustentabilidade e segurança produtiva também são palavras muito pronunciadas. Aliás, este tema é debatido dia após dia em todas as empresas que buscam bom relacionamento com o mercado, vendas e lucratividade, e foi assim que trouxemos o robusto e potente Ergo da Ponsse na capa da edição deste mês. A real importância da tecnologia no setor florestal, é registrado mês a mês nos relatórios dos satisfeitos clientes da Timber Forest. Conheça de perto esses gigantes das florestas durante a Expoforest Brasil, no stand da marca. Em tempo: nosso agradecimento especial a todos os parceiros das indústrias, entidades, professores, pesquisadores e profissionais do setor que estão trilhando também o ano de 2018 conosco. Um novo formato, novo posicionamento da marca, pautas, abordagens, e o trabalho em conjunto investido, para que possamos preparar em cada bimestre a melhor edição da REVISTA MADEIRA TOTAL. Iniciamos com o portal em 1999, um trabalho disruptivo no setor, e para completar nossas ações entre os mundos online e off-line, não poderia faltar uma comunicação forte, inteligente, agradável e sobretudo palpável; que realiza, além de registros históricos do nosso setor, a via de mão dupla com o mercado: notícias com fundamento, para os melhores negócios! Nosso muito obrigada, e fiquem conosco diariamente também no portal madeiratotal.com.br. Bons negócios! Sol Andreassa Publisher

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ÍNDICE 9 EUCALIPTOCULTURA PARA USO MÚLTIPLO

18

32 NOVIDADES PARA MADEIRA NA FEICON BATIMAT 2018

33

NO CORAÇÃO DO SUL

24

OS EFEITOS DO PARQUE INDUSTRIAL BRASILEIRO DÉMODÉ

FORESTRY 4.0

36

28

SETOR DE PRESERVAÇÃO DE MADEIRA DISCUTE PERSPECTIVAS E A IMPORTÂNCIA DO ASSOCIATIVISMO

30

MADEIRA MATOGROSSENSE SERÁ DESTAQUE NA FORMÓBILE 2018

RASTREABILIDADE DA MADEIRA

40 COMÉRCIO INTERNACIONAL EXIGE CAUTELA

Programa Setorial da Qualidade

Portas de Madeira para Edificações

42

SEMINÁRIO SOBRE REGULAMENTAÇÃO E NOVOS MERCADOS DOS DRONES ACONTECE EM SÃO PAULO 6 I

MADEIRA TOTAL

44

AUSTRÁLIA & BRASIL

46

UMA VIAGEM FANTÁSTICA AO CHILE PRODUTIVO

50

SÉRIE DE VÍDEOS ESCLARECE DÚVIDAS SOBRE USO DAS PORTAS DE MADEIRA


20

TÍTULO

20

TÍTULO

20

TÍTULO

20

TÍTULO

54

SEGMENTO FLORESTAL NA FIMMA BRASIL 2019

56

US$ 2,5 MILHÕES DE EXPECTATIVAS

58

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL PRORROGA PROMOÇÃO DE TAXAS DO CRÉDITO RURAL

60

VENDAS INDUSTRIAIS REGISTRAM ALTA DE 3,78% NO PRIMEIRO BIMESTRE NO PARANÁ I

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MADEIRA TOTAL PUBLISHER Sol AndreASSA MTB 0011255/Pr DIRETORIA MArcelo colAço JORNALISMO jornalismo@grupomultimidia.com.br ASSINATURAS assinaturas@grupomultimidia.com.br PROJETO GRÁFICO & DIAGRAMAÇÃO AdriAnA de oliveirA COMERCIAL Andriele SAnToS andriele@grupomultimidia.com.br conSTAnTino BezeruSkA constantino@grupomultimidia.com.br GilliArd noGozzeki comercial@grupomultimidia.com.br luiz Tonello tonello@grupomultimidia.com.br TI AdilSon AlveS dA cruz COLUNISTAS FrAnciSco MoreirA JeFFerSon GArciA doriGon MArcelo WiecheTeck PAulo PuPo CONSELHO EDITORIAL Toru SATo COLABORADORES dAnielA TorezzAn JuliAne FerreirA leonArdo oliveirA PRÉ IMPRESSÃO & IMPRESSÃO AJir GráFicA

GRUPO MULTIMÍDIA São PAulo - SP (11) 3675.4114

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MADEIRA TOTAL A reviSTA MAdeirA ToTAl é uMA PuBlicAção TriMeSTrAl do GruPo MulTiMidiA coMunicAção corPorATivA lTdA., ruA rAul oBlAden, 939 – JArdiM iTáliA – São JoSé doS PinhAiS, ceP: 83020-500. A reviSTA MAdeirA ToTAl não Se reSPonSABilizA PeloS conceiToS e oPiniõeS eMiTidoS noS ArTiGoS ASSinAdoS. MAdeirAToTAl.coM.Br

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MADEIRA TOTAL


DionisioMG

DOSSIÊ FLORESTAL

EUCALIPTOCULTURA PARA USO MÚLTIPLO Por Jefferson Garcia Dorigon e Marcelo Wiecheteck, Consultores STCP O setor de base florestal de plantações florestais no Brasil, tradicionalmente é inovador e se posiciona na vanguarda do desenvolvimento da silvicultura de rápido crescimento, especialmente no cultivo dos gêneros Eucalyptus e Pinus. O sucesso da eucaliptocultura nacional deriva de uma série de fatores de ordem silvicultura (material genético adaptado, alta produtividade florestal, técnicas de produção), manejo florestal para diferentes finalidades, além de terras disponíveis a custos relativamente competitivos, condições edafo-climáticas favoráveis, de investimentos em uma indústria diversificada e consolidada e do desenvolvimento nas últimas décadas de um mercado de produtos florestais especializado.

O cultivo do gênero Eucalyptus no Brasil, com finalidade comercial, vem sendo praticado há algumas décadas, segundo duas formas de manejo. A primeira considera o sistema de cortes rasos sem desbastes (seguido de rebrota ou reforma florestal), tendo por objetivo a produção de praticamente um único produto florestal, tora de madeira para processo que se transforma em cavaco ou fibra para abastecer dois segmentos industriais da cadeia produtiva do setor e de grande importância nacional – fábricas de celulose/papel e de painéis reconstituídos (MDF – Medium Density Fiberboard, MDP – Medium Density Particleboard, etc.). A outra forma de manejo da floresta, aquela que agrega valor à produção florestal privilegia sistema multiprodutos ou de uso múltiplo. I

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Na prática, enquanto no “sistema único-produto” o plantio florestal é mantido sem intervenção de desbaste até o momento do corte (em média entre o 6º e o 7º ano), no “sistema de uso múltiplo” é aplicado um manejo diferenciado, com intervenções programadas durante a rotação até o corte final das árvores.


Imagem: Madeira Total


As intervenções mais comuns são os desbastes e as desramas (podas). Considerando os produtos florestais obtidos no sistema de manejo multiuso para Eucalyptus, de acordo com a região (mercado), no país tem sido priorizada a produção de quatro grupos de produtos: I. Toretes para fins energéticos com diâmetros de 8 cm abaixo; II. Toretes para processo (celulose e painéis reconstituídos) com diâmetros entre 8 e 15 cm; III. Toras para desdobro em serraria com diâmetros entre 15 e 25 cm; e, IV. Toras para laminação e compensados com diâmetros acima de 25 cm. Genericamente, os dois primeiros grupos são denominados, no mercado atual, de toras finas e os demais grupos chamados de toras médias e grossas.

O Eucalipto na Cadeia Produtiva Florestal Floresta de Múltiplo Uso

A cadeia produtiva do setor florestal-madeireiro nacional caracteriza-se pela grande diversidade de produtos primários e beneficiados, conforme evidenciado na figura 01. MATÉRIA PRIMA

PROCESSAMENTO PRIMÁRIO

PROCESSAMENTO SECUNDÁRIO

PROCESSAMENTO TERCIÁRIO

• Siderurgia • Ferro Gusa/ligas • Outros • Energia térmica e elétrica

Carvão vegetal

Tora fina

Lenha

Painel reconstruído Resíduo de madeira

Serrado bruto

Tora médias/ grossa

Indústria de papel

Celulose Cavaco

Lâminas

MDF MDP OSB CHAPA DE FIBRA

Peças para construção civil Partes móveis para pisos/portas

Pallet/briquete

Serrado aplainado

Compensado

Piso Moldura Móvel Porta Janela Outros PMVA Vigas Tábuas Pranchas Pontaletes Sarrafos Serrado Ripas construção civil Caibros

Contrução civil

Partes para móveis Madeira roliça

Posters e mourões

Figura 01 – Cadeia Produtiva Florestal Baseada no Manejo de Múltiplo Uso

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MERCADO INTERNO/EXTERNO

• Papéis de escrita, embalagens, sanitários e outros • Prédios/casas e obras em geral • Móveis, pisos e portas • • • •

Agroindústria Cerâmica Restaurante Outros • Moveleira • Outros

• Prédios, casas e obras em geral (estrutural) • Embalagens/pallets • Outros • Forma de concreto • Outros • Movelaria • Eletrificação rural • Construção civil • Outros Fonte: Elaborado pela STCP (2018)


A madeira em tora (tora fina, tora média / grossa), principal matéria-prima industrial da cadeia produtiva do setor florestal, é proveniente principalmente de florestas plantadas de pinus e de eucalipto. No processamento primário, as toras podem ser transformadas principalmente em cinco produtos: carvão vegetal, cavacos, madeira serrada bruta, lâminas e madeira roliça. O cavaco é produzido via de regra a partir de madeira fina ou de resíduos de processos mecânicos de transformação, e a madeira serrada e as lâminas de madeira a partir de toras de diâmetro médio ou grosso. Para a madeira tratada, a tora passa por um processo vácuo -pressão em unidades industriais com autoclaves. O carvão vegetal, por sua vez, é produzido através da combustão controlada da lenha/madeira em tora. No processamento secundário os cavacos podem ser transformados em celulose ou em painéis reconstituídos (como MDP e MDF), a madeira serrada pode ser transformada em aplainados, componentes ou molduras, e as lâminas em compensado. No processamento terciário, os produtos secundários (painéis, aplainados, componentes e outros) são utilizados para produzir móveis, pisos, portas, janelas e outros produtos mais elaborados. Ao longo da cadeia de produção ocorre a geração de resíduos de madeira. Os resíduos de processo, bem como a madeira fina, podem ser utilizados na geração direta de energia, ou transformados em outros produtos como briquetes ou pellets (para energia), usados na produção de painéis reconstituídos de madeira (MDF, MDP, e outros) ou para a produção de celulose. O manejo florestal múltiplo uso contempla o abastecimento de madeira em tora para todos estes processos produtivos da cadeia, diante da existência de mercados estabelecidos e das espécies plantadas atenderem a qualidade e especificação requeridas aos diferentes processos industriais. Via de regra a agregação de valor à produção florestal aumenta com o aumento do ciclo da floresta e consequentemente com o aumento no sortimento (madeira de maior diâmetro). A experiência de empresas voltadas ao manejo multiprodutos indica as seguintes vantagens principais: • Maior diversidade de produtos da floresta; • Oferta de produtos diferenciados para multi-mercado; • Agregação de maior valor à madeira para maiores diâmetros (sortimentos); • Melhoria do fluxo de caixa do investimento; • Maior flexibilidade na venda dos produtos; • Sustentabilidade da operação. Onde se faz manejo de múltiplo uso no Brasil No Brasil, os polos mais destacados na produção florestal de eucaliptos voltados ao uso múltiplo são: (I) Paraná – na região dos Campos Gerais, centrado em torno do município de Telêmaco Borba, a partir de iniciativa empresarial de manejo visando o uso múltiplo de parte dos maciços florestais tradicionalmente voltados à indústria de celulose e papel. Tal iniciativa propiciou a atração de empresas madeireiras voltadas ao processamento e beneficiamento da madeira sólida de eucalipto. Tal prática foi incorporada inclusive por produtores florestais regionais consolidando a cadeia de valor;

Bahia – diferente do exposto acima, no extremo sul da Bahia no início dos anos 2000, uma operação integrada entre empresas do setor de celulose e da indústria da madeira sólida propiciou a produção de madeira serrada e beneficiada de eucalipto com padrão exportação, sem, no entanto, consolidar uma cadeia com produtores florestais; (III) Rio Grande do Sul - iniciativas mais recentes de investidores institucionais estão orientadas para o manejo múltiplo uso de eucalipto em escala comercial, principalmente na porção sudoeste. Fato semelhante, em menor escala se observa no Oeste Mato Grossense e na região Centro-Leste Sul Mato Grossense; (IV) São Paulo – ainda em processo de consolidação, observa-se a existência de produtores florestais com ênfase no manejo múltiplo de eucalipto voltado ao abastecimento de serrarias e usinas de tratamento de madeira, na região Sul do estado; (V) Santa Catarina – embora o eucalipto seja um gênero plantado minoritário em SC, evidencia-se a ocorrência de plantios antigos na região litorânea e do baixo Itajaí, manejadas para longo ciclo de produção florestal (acima de 20 anos). Trata-se, no entanto, de casos isolados, sem expansão nos últimos anos. (VI) Espírito Santo - No ES produtores individuais têm manejado suas florestas para atender a demanda crescente por madeira em tora para serraria eucalipto visando abastecer a indústria moveleira regional (Linhares/Serra); Apesar das iniciativas acima, de maior ou menor sucesso, a eucaliptocultura no Brasil é quase que exclusivamente voltada à produção de madeira em tora fina, abastecendo o setor de energia e as indústrias de celulose, papel, painéis reconstituídos. No Cone Sul, o Chile se destaca no manejo da floresta de eucalipto (e pinus) para o uso múltiplo, seguido da Argentina e do Uruguai. No Chile, as florestas de eucalipto há muito tempo e ainda são tradicionalmente manejadas para uso múltiplo. A indústria de madeira sólida do país é muito significativa nas receitas com exportações. As espécies predominantes no país são E. globulus e E. nitens. O Uruguai tem experimentado grande expansão em sua área florestal nos últimos anos. No país existe uma série de médias e grandes empresas que realizam manejo de uso múltiplo de eucalipto (E. grandis na maioria) e são integradas, produzem decks, pisos, laminados e compensados. Na região de Corrientes, norte da Argentina, duas grandes empresas têm parcelas expressivas de suas florestas de eucalipto sendo manejadas e preparadas para produtos florestais de qualidade, voltados a indústrias de madeira sólida, notadamente para a produção de serrados, decks, pisos, remanufaturados em geral e compensados. (II)

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Mercado de Madeira em Tora de Eucalipto A dinâmica entre a base da matéria-prima [florestas plantadas] e a indústria consumidora de madeira em tora e produtora dos produtos beneficiados ao consumidor é regida pela relação entre a oferta e a demanda de mercado para cada produto em região. O equilíbrio resultante destas forças de mercado depende diretamente da interação entre os diversos componentes, que incluem, entre outros, o perfil, escala e distribuição espacial e temporal dos maciços florestais plantados, bem como dos segmentos de mercado e interdependência entre os agentes econômicos (produtores e consumidores). O eucalipto é o principal gênero plantado no Brasil, devido à sua plasticidade de adaptação a diferentes ambientes, rápido crescimento e aplicação de sua madeira em diferentes processos e produtos industriais. Do total da área de florestas plantadas no país (7,8 milhões de hectares), os plantios de eucalipto ocupam expressivos 72,3% (5,7 milhões de hectares), de acordo com o relatório da IBÁ (2016). Mais de 50% do total plantado com eucalipto se localiza na região Sudeste e Centro Oeste, concentrado principalmente em Minas Gerais (24%), São Paulo (17%) e no Mato

Grosso do Sul (15%). Nos últimos cinco anos, o crescimento da área de eucalipto foi de 2,4% a.a.. O Mato Grosso do Sul é líder desta expansão, registrando aumento de 400 mil hectares neste período, com uma taxa média de crescimento de 13% a.a. Isso se deve à atratividade daquele estado quanto às terras disponíveis a custos competitivos, relevo adequado à mecanização, investimentos em larga escala (celulose e papel), e logística favorável para atingir mercados consumidores, incluindo a exportação. O consumo de madeira em tora para uso industrial de Eucalyptus para os múltiplos produtos principais da cadeia demonstram oscilações por segmento consumidor, nos últimos anos. No entanto, para alguns segmentos, isso pode ser resultado da conjuntura econômica nacional. O consumo nacional de madeira em tora de uso industrial de Eucalyptus atingiu 153,9 milhões de m³ em 2016, sendo que em 2014 somou 143,2 milhões de m³. Nota-se, no entanto, que o ritmo do consumo total de madeira em tora de Eucalyptus não foi afetado pela crise político-econômica nacional, apresentando crescimento de 7,5% no período 2014-16.

Tabela 01 – Consumo de Madeira de Eucalyptus para Uso Industrial por Segmento Industrial (2014 – 2016) Volume de Consumo (MM m³)

Segmento Industrial Celulose e papel Lenha industrial Carvão Painéis reconstituídos Indústria de madeira sólida Madeira tratada Outros Total

2014

2015

2016

Anual (% a.a.)

% (2014-2016)

61,8 42,7 22,2 6,5 7,0 1,8 1,1 143,2

65,6 48,6 21,2 6,1 6,6 1,7 1,4 151,2

70,7 46,9 21,5 5,9 5,9 1,5 1,6 153,9

7,0 4,8 -1,6 -4,7 -8,2 -8,7 20,6 3,7

14,4 9,8 -4,4 -9,2 -15,7 -16,6 45,4 7,5

Fonte: Ibá (2014, 2015 e 2016), elaborado por STCP (2018). Estatística anterior a 2014 não está disponível

PMS 6% Processo 50%

Energia 44%

Energia (<8 cm): 68 MM m3 Processo (8 – 15 cm): 77 MMm3 PMS (> 15 cm): 9MM m3 TOTAL: 154 MMm3 Nota: PMS: Produtos de Madeira Sólida Fonte: Ibá (2016), elaborado por STCP (2018)

Figura 02 – Consumo de Madeira em Tora de Eucalyptus de Uso Industrial por Grupo de Produtos e Sortimento no Brasil

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O consumo de madeira em tora de Eucalyptus por sortimento (categorizado entre grupo de produtos para energia, processo e produtos de madeira sólida – PMS) em nível nacional, indica em 2016 uma alta concentração de madeira fina (lenha para energia e processo para celulose e painéis reconstituídos) além de baixo consumo deste gênero para produtos de madeira sólida, com maior valor agregado. Tal fato evidencia o interesse premente do mercado consumidor nacional em madeira em tora oriunda de manejo único (corte raso). Esta cultura estabelecida na indústria nacional, aliado aos portes de investimentos em larga escala em indústrias de transformação que utilizam


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a madeira fina (carvão, celulose e painéis reconstituídos) são os principais fatores responsáveis por este perfil consumidor. Em 2016, a maior proporção de madeira em tora de eucalipto consumida pela indústria de base florestal foi de tora fina de Eucalyptus, ou seja, de ciclo curto, sendo a madeira de processo (8–15 cm) utilizada nos segmentos de celulose, papel e painéis reconstituídos, que utilizaram 77 milhões de m³ em conjunto, exatamente a metade do total. Em seguida a madeira fina de Eucalyptus utilizada para fins energéticos (abaixo de 8 cm) foi a mais consumida (66 milhões de m³, ou 44% do total).

O restante da madeira de Eucalyptus (9 milhões de m³), foi representado pelo consumo de toras médias e grossas, utilizadas na indústria de madeira sólida, madeira tratada e outros setores. Esse volume representou apenas 6% do total consumido de madeira em toras de Eucalyptus em 2016. Existe, portanto, grande potencial ainda não explorado de desenvolvimento da indústria de PMS de eucalipto no país. No entanto isso requer uma conjuntura favorável que envolva estímulo a investimentos florestais no manejo multiuso, o consequente estabelecimento e consolidação de mercados de madeira sólida para este gênero.

Tendências Recentes dos Segmentos Consumidores de Madeira de Eucalipto Conclusão Após breve período de aquecimento da demanda por tora de processo de eucalipto nacionalmente, a procura por este sortimento sofreu queda no final de 2017. Tal fato deveu-se a um excedente de oferta de tora fina de eucalipto nas regiões Sul e Sudeste do país, o que têm provocado retração de preço na média nacional no período. Algumas empresas de celulose podem estar consumindo madeira de plantios próprios, enfraquecendo a demanda no mercado. No Brasil, cerca de 80% da produção de celulose é proveniente de madeira de florestas de eucalipto para processo. A indústria brasileira de aço continua a reagir positivamente. Em Nov/17, a produção nacional de aço bruto cresceu 15,3% em relação a Nov/16, totalizando 3,0 milhões de toneladas. Neste início de 2018, o setor siderúrgico efetuou reajuste de preços dos aços planos, usados pela indústria automobilística. Estes indicadores corroboram possível aumento da demanda por carvão vegetal/lenha industrial de eucalipto como insumo do processo siderúrgico, além de exercer pressão sobre seus respectivos preços, principalmente no mercado florestal de Minas Gerais. A indústria de madeira sólida e de madeira tratada teve sua demanda retraída de madeira média e grossa de eucalipto nos últimos meses de 2017, corroborando com as quedas nos volumes de consumo de tais segmentos entre 2014 e 2016. Tal fato deve-se em parte pela retração na indústria da construção civil e moveleira, além de limitações no fornecimento deste tipo de produto com qualidade adequada no mercado nacional. No entanto, sinais de possível melhoria no segmento de construção civil, a partir de crédito e financiamento, principalmente aos programas de habitação do governo federal deverão possivelmente reverter esta tendência.

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A eucaliptocultura nacional tem ampliado sua participação tanto em área plantada quanto, consequentemente, no consumo da madeira deste gênero em diferentes segmentos já consolidados de mercado no Brasil. O aumento da importância do eucalipto na economia florestal é evidenciado pela ocupação de quase ¾ do total com área florestal plantada no Brasil (72% área total em 2016) e da expansão da ordem de +4,3% a.a. (entre 2007-16). Esta é uma tendência que deverá se manter nos próximos anos. Associado a esta ampliação da silvicultura, algumas tendências, citadas abaixo, deverão apresentar grande influência sobre a evolução da eucaliptocultura no país nos próximos anos. • Aumento do manejo florestal para uso múltiplo, especialmente para o eucalipto; • Ampliação na área de plantações entre as cooperativas (crescimento da demanda por tora fina - energia); • Maior participação de TIMO (Timber Investment Management Organization) e de produtores independentes em área plantada; • Ganho em produtividade (IMA – Incremento Médio Anual); • Preços crescentes do valor da terra e de arrendamentos; • Maior comprometimento dos plantios com o suprimento industrial de grandes empresas do setor; • Ampliação da área com fomento florestal em algumas regiões; • Maior custo de produção florestal-industrial; e • Adaptação da indústria madeireira (tecnologia) à matéria prima (eucalipto).


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equipamento o sistema passa a receber de modo automatizado dados da máquina, tornando possível o controle e o planejamento operacional sem sair do seu escritório. A comunicação de dados é feita entre o TimberFleet e satelites de alta órbita, com cobertura global e troca de mensagens em tempo real, conforme parâmetros pré-definidos, independentemente do tipo, marca ou modelo da máquina.


Depoimentos “A Timber Forest teve e tem, participação importante no cumprimento das novas metas produtivas de nossa empresa e também em nossa atuação. Optamos pela Timber Forest porque comprovadamente seus equipamentos nos ofereceram alta produtividade, ótimo resultado em horas trabalhadas/dia; facilidades em acesso de manutenção e baixo custo de peças de reposição. O consumo baixo de combustível via motor Mercedes Bens, e ainda a adaptação fácil dos operadores”. Antônio Jacob de Souza Filho Gerente de Produção e Transporte da FRP Florestal “A parceria com a Timber Forest existe há 09 anos, e toda equipe tem um cuidado imenso com o dia a dia na floresta, o que resume-se em ações de pós venda eficiente e ótimo custo benefício, incluindo as peças de reposição. Sempre atuamos com sistema Full Tree, e em janeiro de 2018, implantamos um novo modelo de corte; o cut to length, criando através dos equipamentos, uma estrutura mais segura e enxuta, baixando custos operacionais. Vale ressaltar que temos controle total na gestão operacional com o Sistema Timber Fleet - sem sombras na transmissão, e isso é fantástico”. Marcos Fabricio Burati Diretor de agronegócios da Santa Maria Papel e Celulose, fundada em 1962. “Completamos 47 anos de mercado, porém ingressamos no setor florestal apenas em 2006. A parceria com a Timber Forest iniciou-se no ano de 2011, quando adquirimos o primeiro cabeçote Log Max. Foram diversos equipamentos adquiridos sequencialmente, e recentemente adquirimos o primeiro cabeçote Ponsse. Um ponto fortíssimo da Timber Forest é o pós venda. Sempre nos atenderam com zelo e cuidado. Seus equipamentos são extremamente confiáveis e todo processo fica completo, com a disposição e responsabilidade no dia a dia florestal.” Luis Henrique de Souza Diretor Geral da Delta Serv – Serviços Gerais Ltda.

“Até algum tempo atrás, trabalhávamos com motosserras e tratores. Atualmente em todas as áreas que permitem o corte mecanizado, utilizamos o conjunto de cabeçote de corte mecanizado e transporte com o Forwarder. Os incrementos de produção foram além das expectativas, já que a segurança é fator fundamental para nossa empresa; com redução significativa do custo de extração/tonelada. Excepcional foi a percepção de qualidade notada por nossos clientes. O acompanhamento satelital através do Timber Fleet tem nos ajudado a realizar as manutenções preventivas, programando as paradas de forma a não intervir na logística florestal”. Antonio Carlos de Sá – Cavassim Madeiras

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TECNOLOGIA

FORESTRY 4.0 Este termo está associado a Revolução Industrial da qual estamos vivendo. Especialmente na Alemanha e na Europa Central, Silvicultura 4.0, é um termo bastante habitual. Mas o que isso significa afinal? Trata-se das tecnologias relacionadas a Internet das coisas, manufatura aditiva, produção autônoma nas atividades silviculturais, onde tudo isso deixou de ser tendência do futuro para se tornar diferencial dos negócios. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A INDÚSTRIA 4.0

INDUSTRIA 4.0

INDUSTRIA 2.0 INDUSTRIA 1.0 Era da mecanização Século XVIII e XIX Produção em larga escala Energia a vapor

Era da eletricidade De 1850 a I Guerra Mundial Linhas de montagem Produção em massa

INDUSTRIA 3.0 Era da automação De 1990 a 1970 Tudo comoça a ser digital processo produtivo automatizado Surgem os primeiros robôs

Era dos sistemas cyber-físicos Hoje em dia Internet das coisas Automação dos softwares

Imagens: Revista Madeira Total

Partindo do princípio que a silvicultura é uma ciência dedicada ao estudo de métodos que promovam a implantação e a regeneração dos povoamentos florestais, em função dos interesses econômicos, sociais, culturais e ecológicos, vivenciamos desafios fundamentais para este segmento: as alterações climáticas, a urbanização, mudanças demográficas entre outras questões – e por isso, neste sentido, a gestão florestal exige, por conseguinte, uma ampla informação e decisões complexas. É exatamente aí, que a tecnologia começa a fazer sentido no dia a dia florestal, que graças a Engenharia Florestal, tem sido bastante significativo. Mas, o que muda com a Revolução industrial no setor florestal? – Aumento de produtividade por meio da otimização e automação; onde estas informações são armazenadas na nuvem e podem ser acessadas a qualquer momento, de qualquer lugar; – O desenvolvimento de tecnologias de análise em tempo

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real, consumindo menos materiais, mão de obra e outros recursos, assim como automatização do processo de controle de qualidade, análise de riscos e investigação de desvios, que hoje são atividades essencialmente manuais, Digitalização dos produtos em um ecossistema interconectado (sistemas e objetos conectados ao celular, comandos de voz, avisos de segurança através de sensores e outros. Os dados gerados hoje serão os produtos de amanhã, atendendo as necessidades e formas de consumo, como papeis mais resistentes a umidade por exemplo; A transparência será muito maior de toda cadeia produtiva, em parte porque o fluxo de informações está mais acessível; Manutenções preventivas agendadas, sem interrupções inesperadas. Customização dos produtos em larga escala;


SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

INTERNET DAS COISAS

REALIDADE AUMENTADA

COMPUTAÇÃO DE NUVEM SISTEMAS INTEGRADOS

MANUFATURA ADITIVA

BIG DATA

INDÚSTRIA 4.0

ROBÔS AUTÔNOMOS

SIMULAÇÕES

Então, teremos processos mais eficientes utilizando menos recursos, atividades que respeitam o meio ambiente, novos materiais mais resistentes e adaptáveis. Além de sustentabilidade, outra palavra para definir a Revolução 4.0, sem dúvida nenhuma, é produtividade. Aquisição de dados no ambiente real

Sistema Avançado de processamento de dados

Comunicação em tempo real

Análise dos dados

Quanto ao Brasil, de forma geral, a indústria nacional ainda passa pela transição do que seria a Indústria 2.0, caracterizada pela utilização de linhas de montagem e energia elétrica, para a Indústria 3.0, que aplica automação por meio da eletrônica, robótica e programação. Entretanto, a boa notícia é que não precisaremos passar por todo o processo evolutivo ocorrido nos países mais desenvolvidos. É possível queimar etapas. *Manufatura é, resumidamente, a fabricação de produtos. Logo, temos diferentes tipos de manufaturas: artesanal, máquinas, processos químicos, biológicos, robóticos, processos, entre outros. Recentemente, a inserção de novos processos revolucionou o mercado, principalmente com as técnicas de manufatura aditiva, uma novidade que permite fabricar quaisquer peças e utensílios utilizando softwares e hardwares específicos é a impressão em 3D.

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BALANÇO

SETOR DE PRESERVAÇÃO DE MADEIRA DISCUTE PERSPECTIVAS E A IMPORTÂNCIA DO ASSOCIATIVISMO Associação Brasileira de Preservadores de Madeira (ABPM) organizou, no interior de São Paulo, o primeiro Workshop ABPM

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Para aproximar as usinas de tratamento da Associação Brasileira de Preservadores de Madeira (ABPM), a entidade organizou, no início de abril, o “1º Workshop ABPM 2018: Preservação de Madeiras - Novas Perspectivas”, com o objetivo de oferecer conteúdo atualizado e estimular a troca de experiências entre as empresas. A proposta faz parte do planejamento estratégico da instituição para ampliar a atuação junto aos associados. O encontro foi realizado na Câmara Municipal de Santa Cruz do Rio Pardo (SP), com a empresa Madtrat como anfitriã. O presidente da ABPM, Gonzalo Lopez, fez uma breve apresentação sobre a Associação e avaliou que, no setor, faltam informações e divulgação de trabalhos. Por isso, a entidade vem trabalhando para congregar todos os setores, dar apoio às usinas e também para desenvolver e consolidar o mercado. Ele ressaltou, ainda, o trabalho da ABPM para garantir a qualidade dos trabalhos de preservação de madeira e citou que as primeiras normas foram elaboradas pela instituição. “Só temos um mercado consolidado se ele tiver normas claras e abrangentes, envolvendo todos os aspectos de preservação de madeira”, garantiu. No âmbito político, Lopez destacou que a ABPM mantém grupos que atuam junto aos órgãos governamentais para avaliar textos regulatórios e resolver questões fiscais. Mas esses não são os únicos trabalhos da ABPM. Para difusão de conhecimento, a Associação tem feito publicações e realizado cursos e treinamentos. Foi criado, por exemplo, o evento Wood Protection, conferência sul-americana para discussão e atualização de conhecimento sobre o que está sendo feito no Brasil e no mundo. A primeira edição foi realizada em 2017, como parte da programação da Semana Internacional da Madeira em Curitiba (PR) e acontecerá a cada dois anos. “Temos uma série de desafios. A Associação existe para buscar soluções para problemas comuns. Precisamos motivar, incentivar, participar. Se caminharmos juntos na mesma direção, estaremos mais perto de atingirmos a nossa meta”, completou. Para promover a entidade e todo o mercado da madeira tratada, a Associação está desenvolvendo um planejamento de Comunicação e Marketing, com o objetivo de fortalecer a imagem institucional da entidade, ampliar a atuação junto aos associados e levar às empresas associadas informações de mercado, técnicas e comerciais.

Uso da madeira tratada O evento contou ainda com a participação do engenheiro civil Guilherme Stamato, diretor da Stamade Projetos e Consultoria em Estruturas de Madeira, que fez uma série de alertas quanto às oportunidades que o setor de madeira tem na área de habitação com o aumento da demanda por construções mais sustentáveis associados ao déficit habitacional. “É fundamental falar da importância da construção com madeira no Brasil e no mundo. Ao redor do mundo, a madeira já vem sendo muito utilizada como material construtivo de alta tecnologia”, garantiu. As construções com madeira tratada têm diversos nichos, segundo o diretor da Stamade. Um deles é a industrialização das estruturas, que está diretamente ligada ao consumo de madeira proveniente de florestas plantadas. Stamato lembrou que essas estruturas devem seguir a norma brasileira ABNT NBR 16143:2013 de preservação de madeiras, e destacou o importante trabalho da ABPM para isso. Segundo ele, seguir a norma dá suporte para que seja possível discutir com órgãos públicos os benefícios da madeira na construção civil. “É uma grande tendência mundial para solucionar a situação dramática que estamos vivendo com relação ao efeito estufa. A madeira é renovável; não emite CO2 e ainda sequestra CO2 da atmosfera - em média uma tonelada de CO2 para cada metro cúbico de madeira; promove a redução de consumo de energia nas residências, proporcionando conforto térmico; e, com preservação, é durável”, apontou.

Novos associados O workshop rendeu frutos para a ABPM. Uma das empresas participantes, Tramal Tratamento de Madeiras, aproveitou o encontro para se associar. Bruno Rubinato, sócio-proprietário da empresa, avaliou que eventos como esse são muito produtivos e trazem muito conhecimento. Mas, para ele, o setor ainda precisa de mais união. “Aprendemos muito, tiramos muita coisa para aplicar no nosso dia a dia. Minha empresa tem duas usinas de tratamento de madeira. É importante estarmos associados à ABPM, participarmos de uma associação que nos representa. O setor tem muito a crescer e as empresas também têm muito a evoluir e se modernizar”, admitiu.

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FEIRAS & EVENTOS

MADEIRA MATOGROSSENSE SERÁ DESTAQUE NA FORMÓBILE 2018 Por Daniela Torezzan & com adaptações Madeira Total

O setor que representa a quarta economia do estado de Mato Grosso e gera cerca de noventa mil empregos diretos e indiretos, conquista mais espaço e ganha credibilidade internacional. A madeira mato-grossense será destaque durante a Feira Internacional de Fornecedores da Indústria da Madeira e Móveis (ForMóbile), que acontecerá de 10 a 13 de julho deste ano, em São Paulo. O evento sediará a segunda edição do Florestal Tech, feira com exposição e produtos da madeira nativa de Mato Grosso, realizada pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem). O evento reunirá representantes do setor florestal de Mato Grosso e delegações de outros estados e países. O principal objetivo é ampliar as discussões sobre o cenário econômico, as tendências, oportunidades e novas tecnologias do setor. Além disso, a feira representa um importante espaço de negócios, reunindo empresas produtoras e compradoras de madeira. Durante a feira, o CIPEM divulgará os produtos florestais oriundos das indústrias associadas localizadas em várias regiões de Mato Grosso. Além dos produtos, também estará disponível um catálogo interativo que, por meio do aplicativo (cipem ra), é possível interagir em diversas interfaces, como por exemplo, no ambiente interno de uma residência, aplicando as 32 espécies de madeira nativa disponíveis, alterando a parede, o forro, o piso.

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Durante a Florestal Tech os participantes terão a oportunidade de conhecer o setor florestal de Mato Grosso, através de informações sobre a origem da madeira, a forma sustentável de colheita, as práticas comerciais, o potencial de utilização, entre outros pontos. Para o CIPEM, o espaço representa a oportunidade de consolidar a mensagem de sustentabilidade da cadeia produtiva de madeira nativa do estado junto ao público participante, divulgando as ações do setor em benefício da coletividade e das gerações futuras. “Acreditamos que o evento é um espaço importante para promover a madeira nativa de Mato Grosso, oferecendo aos visitantes produtos florestais com garantia de origem. Oportunidade que reúne qualidade e respeito ambiental só pode gerar bons negócios para o setor de base florestal”, ressalta Rafael Mason, presidente do CIPEM. As inscrições para participar do evento já estão abertas e podem ser feitas diretamente no site do evento, através do preenchimento de um formulário online www.florestaltech. com.br O 2º Florestal Tech conta com o apoio do Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal (FNBF), Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (FIEMT). A primeira edição do evento, realizada em outubro de 2017, em Cuiabá, registrou mais de 800 visitantes.


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NOVIDADES PARA MADEIRA NA FEICON BATIMAT 2018 Este ano, a Montana Química comemora seus 65 anos de mercado com produtos e serviços inovadores para proteção e acabamento de madeiras e apresenta na Feicon Batimat, lançamentos e novas embalagens de produtos consagrados no mercado. “A ideia das novas embalagens para alguns dos nossos produtos visa adequar volumes e quantidades às necessidades dos clientes, alinhando-se aos padrões existentes no mercado”, explica Michel Sentinelo, gerente de Marketing e Comunicação da Montana. Diversos produtos e embalagens são destaques da Montana para a feira que acontece no São Paulo Expo de 10 a 13 de abril: Mazza – Lançamento do pote com 400 gramas. A nova embalagem é intermediária entre a bisnaga com 220 gramas e o pote de 1 quilograma. O produto também é comercializado em balde com 6,4 quilogramas para uso industrial. Pentox Super – A nova embalagem de 5 litros, metálica e com alça, substitui o galão de 3,6 litros. Verniz Tingidor Brilhante – A nova cor Ipê vem juntar-se às tradicionais Castanho, Imbuia e Mogno.

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Osmotol Plus Verniz Premium – Ganha a nova cor Ipê – versões acetinada e brilhante – que se junta às cores já existentes Canela Imbuia e Mogno. Laca (Lackstone) – Nas cores branca e preta alto brilho, o produto com padrão profissional para acabamento de móveis estará à disposição do consumidor final, especialmente os adeptos do ‘faça você mesmo’, para pintura de mobiliário, prateleiras e peças de madeira. Fornecido em ‘kits’, o produto Montana vem com orientação completa e de uso seguro para alcançar os melhores resultados. Seladora Montana Base Solvente – O produto permitirá ao consumidor final preparar com qualidade a superfície de madeira a ser pintada com verniz, Stain ou Lasur. O resultado final terá padrão profissional. Especialmente recomendado para adeptos do ‘faça você mesmo’.

Tocar e sentir Ao vivo e em cores! Também faz parte das “experiências” oferecidas no estande. O Painel Sensorial traz aplicações da linha de acabamentos Montana: Vernizes, Stain e Lasur permitindo ao visitante ver as tonalidades e brilho de cada produto e sentir as texturas. A História da Montana também ganha um espaço especial. Em comemoração aos seus 65 anos, um grande painel com a Linha do Tempo ocupa uma das paredes do estande, contando aos visitantes os principais momentos de sua história.


FAST NEWS

OS EFEITOS DO PARQUE INDUSTRIAL BRASILEIRO DÉMODÉ A compra de equipamentos importados caiu com a recessão. Vamos aos dados da pesquisa da Abimei – Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais, que mostra que enquanto a importação de máquinas e equipamentos caiu 16% em 2017, a compra de peças e acessórios de reposição cresceu 14%. O nosso parque fabril está obsoleto (em média 17 anos de idade), e com a limitação para grandes investimentos, fruto da crise

instalada no país, segundo a previsão da entidade, a importação de bens de capital deve levar ainda pelo menos cinco anos para recuperar os volumes alcançados em 2013, quando 33 milhões de dólares chegaram ao Brasil em máquinas e equipamentos. Compensações vindas do volume de importações de produtos em geral no país, são esperadas pelo setor.

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RASTREABILIDADE DA MADEIRA Rastreabilidade é a capacidade de traçar a história, aplicação ou localização de um determinado produto através de identificação. Pensando em produtos do setor de base florestal, a rastreabilidade permite identificar a origem dos materiais ou componentes, a história da produção e ainda distribuição e ainda a localização do produto depois de pronto. Através da identificação via QR Code das toras de madeira, é possível fazer o acompanhamento desde sua extração até o destino final. Com a rastreabilidade, tanto o vendedor quanto o consumidor conseguem ter a certeza sobre a legalidade do produto, ter evidências disso e de toda a documentação da Cadeia de Custódia, conforme estabelecem os órgãos fiscalizadores. Com a mundialização dos mercados comerciais, é necessário identificar a origem das matérias-primas e das condições reais em que a produção é realizada.

Vantagens – Acompanhamento do produto e do veículo que o transporta através de GPS (By UniFloresta), – Coleta de dados e informações necessárias sobre o produto e o transporte para produzir evidências, – Detalhamento das informações do produto (tora de madeira), tais como volumen, UT, numero da árvore, sessão da tora e projeto de manejo; – Geração de provas materiais (georeferenciadas, GPS) – Aplicação à prova de fraudes (criptografia) – Rastreamento via satélite; – Não é necessário uso de internet para coleta de dados (apenas sincronização); – Cálculo de cubagem de madeira em tora; – Identificação individual de toras através de QR Code, – Incremento do valor agregado do produto final;

Imagem: Divulgação

A Unifloresta – Associação da Cadeia Produtiva Florestal da Amazônia), busca trabalhar também a confiabilidade da procedência dos produtos de base flroestal, e dispoe junto ao Uniconsult, diversos mecanismos para garantir a segurança jurídica do processo de comercialização e a legalidade da madeira.

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ECONOMIA | ARTIGO

COMÉRCIO INTERNACIONAL EXIGE CAUTELA Por Paulo Pupo

O comércio mundial vive dias de tensão e de atenção. As incertezas em relação ao posicionamento do governo dos Estados Unidos quanto às taxações para importações de produtos como o aço e o alumínio deixam, por um lado, o país exposto a possíveis retaliações, mas mostra que as questões comerciais e bilaterais entre países estão sensíveis e são mais importantes do que nunca. As relações internacionais são pauta prioritária para governos e empresas. Quando falamos de produtos de madeira e, em especial do mercado americano, podemos dizer que o setor madeireiro brasileiro teoricamente não se encontra em rota de colisão com a política comercial americana. No entanto, aguardamos com atenção o desenrolar das ações, e em especial as

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possíveis mudanças do Sistema Geral de Preferência dos (SGP) dos EUA, programa que concede, para alguns produtos madeireiros, redução parcial ou total de imposto de importação. O programa encontra-se suspenso desde o início do ano, aguardando a votação pelo Congresso americano para a sua renovação. Decisões macros como do SGP ou de acordos bilaterais entre países com economia e consumo interno forte, interferem de forma direta em toda a dinâmica do comércio mundial. Além disso, as negociações em curso do NAFTA, entre EUA - Canadá – México, também podem trazer alterações importantes em relação à madeira serrada e vários outros produtos madeireiros.


Todas essas mudanças no comércio internacional acenderam um sinal de alerta até dentro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que sugeriu cautela aos países, lembrando que há outros riscos ao comércio global, além dos novos posicionamentos dos norte-americanos. Entre as incertezas apontadas estão a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) e a saída dos EUA da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês). A preocupação também já faz parte do discurso da Organização Mundial do Comércio (OMC), que tem dado declarações reforçando que em qualquer guerra comercial não existem ganhadores. Diante desse cenário, o setor produtivo brasileiro avalia, no entanto, que podem surgir oportunidades. A expectativa é de que medidas protecionistas como as impostas pelo governo Trump, estimulem um posicionamento mais assertivo por parte do governo brasileiro na direção de estabelecer acordos comerciais que beneficiem as exportações para outros mercados, caso do Mercosul, do necessário acordo com a União Europeia e até mesmo uma aproximação com a Aliança do Pacífico (Chile, México, Colômbia e Peru). As indústrias de madeira do Brasil, por exemplo, por meio da representação da Abimci, têm atuado fortemente na tentativa de superar barreiras tarifarias e não tarifárias, e os desafios impostos para o comércio internacional, haja vista a representatividade que as exportações assumiram para os produtos de madeira fabricados no país. Nos últimos anos, as exportações nacionais de madeira se fortaleceram, fechando em 2017 com crescimento significativo nos volumes embarcados de alguns produtos, embora ainda sem que isso signifique aumento real no faturamento devido à

variação de preços no mercado internacional, ao comportamento do câmbio e outros fatores. O monitoramento das decisões que afetam a economia mundial é apenas uma das frentes de atuação da Abimci. Como defensora dos interesses do setor, a entidade tem atuado também com o objetivo de ampliar as parcerias e os acordos técnicos de cooperação com os principais mercados compradores do produto nacional. É o caso, recente, das negociações, em fase avançada, para obter o reconhecimento do Programa Nacional de Qualidade da Madeira (PNQM) pelo Instituto Argentino de Normalização e Certificação (IRAM), que poderá garantir o acesso do compensado brasileiro àquele mercado, sem que para isso seja necessária outra certificação no destino. O mesmo já ocorre com os produtos destinados aos países da Comunidade Europeia, que reconhecem o PNQM para obtenção do selo CE Marking. Tal ação, além de um importante ganho comercial, fortalece institucionalmente a Abimci nas relações internacionais e, principalmente, garante acesso dos produtos nos principais mercados compradores. Assim, o certo é que, nesse momento de intensas mudanças e incertezas no comércio mundial, a atenção e o acesso a informações confiáveis serão indispensáveis para a tomada de decisões. A Abimci cumpre esse papel, abastecendo as empresas associadas com informações pontuais e assertivas, e representando o setor nos principais mercados importadores. Paulo Pupo, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) www.abimci.com.br


FAST NEWS

SEMINÁRIO SOBRE REGULAMENTAÇÃO E NOVOS MERCADOS DOS DRONES ACONTECE EM SÃO PAULO Na manhã do dia 15 de maio, na abertura do evento DroneShow, a regulamentação e os novos mercados dos drones será destaque. As formas de contratação públicas e privadas que estão acontecendo serão analisadas sob o ponto de vista técnico e legal para diversos serviços, como mapeamento, agricultura, inspeções, filmagens profissionais e o emergente mercado de transporte usando drones autônomos. A programação trata o cenário atual e futuro das aplicações comerciais de drones no Brasil, seus potenciais nas aplicações comerciais, aerolevantamentos, aeronavegabilidade de drones e habilitação de pilotos, e ainda integração de sistemas de liberações de operações e recomendações aos pilotos.

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Este seminário faz parte da feira DroneShow 2018, maior evento de drones da América Latina que acontece de 15 a 17 de maio em São Paulo (SP): www. droneshowla.com/programacao-droneshow-2018. O evento contará com 20 atividades, entre seminários e cursos voltados para o mercado de drones e uma feira com mais 40 expositores.


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FAST NEWS

AUSTRÁLIA & BRASIL O Brasil é o país onde os altos executivos mais tem dificuldades para contratar. Uma pesquisa da empresa de consultoria americana de recursos humanos, Robert Half, aponta que 76% dos brasileiros entrevistados afirmam sentir muita dificuldade em contratar profissionais com qualificações no mercado. A consulta aconteceu com aproximadamente 5000 vice-presidentes financeiros de 13 países. Devemos levar em consideração que a taxa de desemprego atual brasileira está próxima aos 12%, no entanto a taxa

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de desocupação é muito menos para profissionais jovens (média de 25 anos de idade), e com formação superior: 5.7%. Em termos percentuais dos executivos que responderam à pesquisa, em ordem decrescente, os países com maiores dificuldades para encontrar profissionais qualificados: Brasil (76%), Austrália (57%), Emirados Árabes (54%), Nova Zelândia (45%), Reino Unido (44%), Singapura (41%), Holanda 40%, Hong Kong (39%), Alemanha (36%) e Chile (32%).



Imagem: Madeira Total

NOME SEÇÃO ARTIGO | INTERNACIONAL

UMA VIAGEM FANTÁSTICA AO CHILE PRODUTIVO Por Manoel Francisco Moreira A eficiência florestal chilena é objeto de nossa admiração. Com extensão territorial de 4,3 mil km, que alonga-se desde o Peru até a Antártida, e uma largura média de 200km, conta ainda com uma magnífica cordilheira que impossibilita grande parte do território em tornar-se produtivo, restando-lhes apenas 2,62% de solo útil, inclusive para florestas. Porém mesmo diante desde cenário geográfico limitante, o Chile ainda mantém-se líder em várias frentes, especialmente quando comparado aos demais países da América do Sul – o que inclui a indústria madeireira brasileira.

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Visitamos o Chile a convite da Associação Gaúcha de Empresas de Base Florestal – Ageflor, no mês de novembro de 2017, a qual organizou a caravana de executivos florestais. Fomos recepcionados magnificamente pela CMPC Chile, e depois comparecemos à Expocorma, (feira de equipamentos florestais em Concepcion). Ao longo desta excelente viagem, foi possível vivenciar e observar incontáveis qualidades desta potência madeireira, aos quais:


Utilização da madeira

Duas espécies de eucalipto e uma de pinus, representam as principais essências cultivadas naquele país, o que por si só já se constitui uma certa vantagem sobre o Brasil: medram bem naquele solo Pinus radiata 59,1%, Eucalyptus globulus 23,6% e E. nitens 10,5% as quais têm características madeireiras muito boas. Nenhuma dessas espécies consegue ter sucesso no Brasil, em que pese os esforços dos melhoristas e estudiosos tanto das universidades como das empresas particulares e Embrapa Florestas. Alguma experiência parece promissora em relação a híbridos de E. globulus com outras espécies, porém ainda em estágio de experimentação. Devido ao clima mediterrâneo daquele local, referidas essências encontram ali clima propício ao seu desenvolvimento, em que pese a topografia extremamente dobrada onde são plantadas as florestas, o que é perfeitamente razoável, pois dada a escassez de solos aproveitáveis, os terrenos planos vão para a agricultura. Assim, onde é possível entrar com tratores com sub-soladores o preparo convencional do solo é feito, onde não é possível, covas são o preparo. Já a colheita tem no sistema de cabo aéreo uma atividade corriqueira; o uso de tal equipamento entre nós causa bastante admiração e dúvidas sobre os custos, porém no Chile, chego a dizer, que o cabo aéreo é tão comum quanto os auto-carregáveis são para nós. A desrama é outra atividade considerada corrente, especial e principalmente no Pinus radiata, cuja espécie é bastante pródiga em galhos que iniciam na base do fuste e não tem desrama natural intensa. Devido aos altos custos de colheita os desbastes são reduzidos em número ou até mesmo inexistentes, variando sua realização de acordo com a finalidade do povoamento.

Aqui está o ponto alto da tecnologia daquele chileno. Deixo de lado a abordagem da madeira para celulose, pois nesse assunto o Brasil nada deve a ninguém. Porém quanto a madeira mecanicamente processada temos muito a aprender com os amigos chilenos. O desdobro de eucalipto, secagem e preparo de peças de maior valor agregado tem avançado grau de desenvolvimento. Secagem talvez já foi um tabu, como ainda é hoje no Brasil, mas parece ser uma tecnologia dominada. Sabemos quão difícil é secar eucalipto dada suas características instáveis que variam de região para região. O Chile resolveu esse problema com intensas pesquisas na área e o apoio necessário da academia. Podemos citar como exemplo interessante do domínio do eucalipto como madeira útil, a intensa utilização do gênero na composição de chapas de compensado, o qual é amplamente utilizado na indústria doméstica e para exportação, tendo os USA como principal, porém não único, cliente. Quanto ao pinus, este tem grande gama de utilização sendo o carro chefe das exportações de madeira beneficiada. Chamou-me atenção a fabricação pelo Chile de vigas em “i”. Para quem não sabe, a viga “i” tem as bases feitas em madeira de pinus em fingerjoint e no meio uma chapa de OSB engastada e colada nas bases. A viga assim construída tem resistência superior ao aço e peso muito inferior, o que permite sua utilização tanto na base de uma casa como na cobertura. No Brasil desconhecemos a utilização da viga “i” em madeira. De tudo que pude ver o que mais chama atenção no Chile é a qualidade da madeira. Não refiro-me às espécies, mas a qualidade do produto industrial. Os chilenos não

Álvaro Bueno

Silvicultura e manejo

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Álvaro Bueno

conhecem “polegada gorda e polegada magra”, por exemplo. Pontaletes que serão exportados para servirem de pallets, feitos da medula, são tão bem serrados e acabados que parecem madeira de primeira. Chapas de compensado de diversas composições, inclusive usando eucalipto como miolo, são exportadas para vários países. As técnicas de desdobramento são as mais modernas e feitas por equipamentos importados de países como Suécia, Alemanha e Finlândia, o que confere ao produtos alta produtividade e qualidade impecável. Pilha de serragem não é visível em lugar algum. Um sofisticado sistema de armazenamento de toras de pinus foi desenvolvido, pois um país com aquele relevo não tem como estabelecer uma indústria madeireira abastecida “just-in-time”; as toras são “regadas” por aspersores no pátio da indústria, diuturnamente, evitando assim o “blue-stain”. De tudo que vimos, pode-se resumir: QUALIDADE DO PRODUTO.

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Infraestrutura Este é um capítulo que me dá tristeza ao discorrer. Que dizer de uma pátria que tem no seu principal porto de exportação de produtos florestais (Concepcion) 80% da mercadoria chegando de trem? Cujo sistema ferroviário repousa em trilhos de bitola larga? Cujo sistema rodoviário nos causaria inveja pela rede? O porto de Concepcion estava em greve quando estivemos lá. Eles também têm problemas com estivadores. O que chamou atenção foi a limpeza e a organização de tudo que vimos no porto. Fomos informados da efetividade com que as mercadorias são exportadas e sua permanência no porto. A despeito da greve, tudo parecia em ordem, limpo. Dava a impressão de que se tratava apenas de um dia de feriado.


Conclusão Temos o que aprender sempre, com tudo e com todos. No ramo madeireiro temos o Chile como uma nação a ser observada. Claro que o empresariado brasileiro tem muito que melhorar em vários aspectos, mas nosso governo também deveria olhar para o Chile e dali tirar lições de desenvolvimento especialmente em três áreas aqui listadas sem ordem de prioridade: infraestrutura, fiscal e burocracia.

Álvaro Bueno

Quero abordar aqui não apenas a mecanização da colheita mas também a mecanização do processamento da madeira. Esclareço que nada entendo de tributação, mas estou passando apenas a informação maior e mais relevante. O Chile permite a importação “livre” de equipamentos florestais e industriais. As taxas de impostos são muito baixas, comparadas com as nossas e a burocracia nem se compara. Quem tiver interesse em saber com mais detalhes esta informação terá que consultar um especialista. O que importa é o resultado que vimos: com uma, teoricamente, colheita muito mais cara e indústria altamente equipada e moderna o Chile é nosso concorrente no exterior. Nossos exportadores sabem, melhor do que eu, o que estou falando em termos de concorrência. Vejam que não estou considerando que o crescimento da nossa madeira por unidade de área é maior que no Chile.

Álvaro Bueno

Mecanização

Delegação da Ageflor – Viagem ao Chile, novembro de 2017 I

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CONSTRUÇÃO CIVIL | ESPECIAL PORTAS

SÉRIE DE VÍDEOS ESCLARECE DÚVIDAS SOBRE USO DAS PORTAS DE MADEIRA Iniciativa do Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para Edificações pretende incentivar uso de produtos certificados

Já está disponível o primeiro vídeo da série “PSQ-PME, a marca de qualidade da sua porta”. A iniciativa do Comitê de Portas da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) apresenta ao mercado o Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para Edificações (PSQ-PME), mostrando que por meio da certificação é possível garantir aos clientes desempenho, qualidade técnica e cumprimento das normas da ABNT. O objetivo da campanha é disponibilizar informações que esclareçam as principais dúvidas dos profissionais que especificam os materiais utilizados na construção civil, promover a importância da certificação e da escolha por produtos certificados. As próximas animações irão tratar de temas como especifi-

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cação por desempenho, instalação, pesquisa e desenvolvimento, sustentabilidade, entre outros. Para ver o vídeo acesse www.psqportas.com.br.

Abimci assina acordo com a CDHU A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) assinou um termo de acordo com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) do Estado de São Paulo visando o fomento e a garantia da qualidade das habitações construídas pelo governo do Estado.


O acordo viabiliza a publicação no site da CDHU da relação de empresas e produtos certificados pela ABNT, por meio do Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para Edificações (PSQ-PME). A partir de agora, todas as construções feitas pela CDHU, que demandarem portas internas de madeira, deverão adquirir produtos das empresas certificadas. A ação reforça o importante passo institucional, comercial e de reconhecimento do programa junto ao mercado.

A Abimci ficará responsável por, periodicamente, atualizar a relação de empresas e produtos certificados junto à Companhia. A lista das empresas habilitadas a atender as obras do Estado de São Paulo ficará disponível no site www.cdhu. sp.gov.br/download/empresas-qualificadas/Portas-Internas-de-Madeira.pdf.

Programa de Qualidade de Portas de Madeira no ENIC 2018 O Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para Edificações (PSQ-PME) participa da 90ª edição do Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic). Realizado pela Associação dos Sindicatos da Indústria da Construção Civil do Estado de Santa Catarina (Asic-SC), com a promoção da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o evento será realizado de 16 a 18 de maio, em Florianópolis (SC). O programa terá um estande institucional na Expo Enic, feira que integra a programação do evento. O objetivo é apresentar ao setor da construção civil as vantagens de se especificar portas certificadas para os empreendimentos imobiliários.

O encontro terá nove salas com programação técnica que abordarão temas como Recursos para Financiamento – Panorama atual e o que esperar nos próximos anos, Compromissos e ações do setor da indústria da construção no Fórum Mundial da Água 2018, Política Nacional de Disseminação do BIM, Custo das obras paralisadas, Reforma Trabalhista, Responsabilidade Social e Sustentabilidade como plataforma de negócios e Regularização de obra no âmbito da Receita Federal do Brasil. As inscrições podem ser feitas pelo site www.cbic.org.br/enic

Programa Setorial da Qualidade

Portas de Madeira para Edificações

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CÂMARA DE SECAGEM A ATACAMA é uma câmara de secagem de madeira altamente eficiente, indicada para realizar as mais difíceis secagens de madeira verde. Desenvolvida para suprir desde as necessidades mais simples até as mais complexas, a Atacama é a estufa mais versátil e confiável da categoria. Devido sua eficiência, o modelo inovador da Atacama pode competir até mesmo com equipamentos de maior porte.

CARACTERÍSTICAS GERAIS capacidade de secagem vazão de ar consumo de vapor quantidade de dampers dimensões do modelo modelo potência

VANTAGENS DO PRODUTO • Trocadores dimensionados para ter a máxima eficiência • Distribuição de calor homogênea para toda a estufa • Ciclos de secagem reduzidos • Capaz de secar 600m³ mensais • Plano de secagem integrado

• Preço justo

• Fácil Montagem • Acompanhado de instruções

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• Sistema informatizado de controle e automação • Assistência 24h • Suporte técnico online • Supervisão operacional

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CONECTANDO O NEGÓCIO AO CLIENTE


SERF DRYTECH Uma empresa pioneira na otimização de secagem de madeira

A SERF Engenharia iniciou suas atividades no ano de 2007 na cidade de Curitiba/PR atuando com empresa suporte em diversos segmentos da indústria. Nos últimos anos a demanda por processos mais eficientes e tecnologias direcionou a empresa a buscar novas alterna-tivas tecnológicas para a melhoria contínua. Com espírito empreendedor e inovação tecnológica constante, a SERF através de sua equipe desenvolveu diversas soluções para este segmento. Projetos como pré-secadores para aumento de produtividade da indústria de madeira de eucalipto, sistema de secagem móvel para auxilio na secagem de madeira serrada e toras, desenvolvimento e operação de projeto de estufas contínuas de secagem de madeiras. Neste último equipamento em parceria com empresa do segmento industrial que possibilitou a construção e aplicação do equipamento, hoje são cinco equipamentos operando sendo quatro no Brasil e um na Africa do Sul. O SIRE - Sistema Integrado de Recuperação de Energia - é um equipamento desenvolvido pela SERF DRYTECH que possibilita a recuperação de até 25% das energias utilizadas na secagem de madeira possibilitando o aumento de capacidade produtiva, recuperando energia térmica e tempo nos processos de produção.

Outros serviços:

Análise e diagnóstico: Diagnóstico energético com foco na energia elétrica e térmica da planta industrial;

Alternativas sustentáveis: Gestão e uso de vapor na planta industrial

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Otimização de recursos: Gestão da demanda e uso da energia e de combustíveis na indústria;

Manutenção evolutiva: Acompanhamento e supervisão dos equipamentos de secagem de madeira com gestão de dados a distância, buscando a redução de energia térmica e elétrica.

www.serf.com.br serf@serf.com.br

Unitec 2 Tecnosinos - Parque Tecnológico São Leopoldo Sala G13 Avenida Unisinos, 950 Bairro Cristo Rei, São Leopoldo, RS, Brasil.


Imagem: Madeira Total

MERCADO & NEGÓCIOS

SEGMENTO FLORESTAL NA FIMMA BRASIL 2019 A base florestal é o primeiro elo da cadeia produtiva de madeira e móveis e, ciente de sua relevância a FIMMA Brasil 2019 potencializará esse segmento com uma ação exclusiva a ser agregada a feira. Durante o evento, que ocorrerá de 26 a 29 de março de 2019, em Bento Gonçalves, será construída uma área para a exposição do segmento florestal, compreendendo desde insumos, matérias primas para viveiros, plantio de mudas, colheita florestal; biomassa; até transportes florestais, beneficiamento da madeira, produção de celulose, produção de chapas e painéis derivados da madeira, produção de embalagens e equipamentos. Além do espaço de exposição, os participantes terão a oportunidade de participar de palestras com temas pertinentes para o setor durante o Workshop FIMMA.

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De acordo com o presidente da FIMMA Brasil 2019, Henrique Tecchio, o objetivo é aproximar fabricantes e fornecedores do segmento com a indústria de máquinas e equipamentos para móveis. “Sabemos da importância do segmento florestal, por isso a intenção é desenvolver ações que venham ao encontro dos interesses de ambos os setores”, aponta. Dados de 2017 do Sistema Nacional de Informações Florestais mostram que o Brasil é um país florestal com cerca de 58% do seu território coberto por florestas naturais e plantadas, o que representa a segunda maior área de florestas do mundo, atrás apenas da Rússia. São estimados 485,8 milhões de hectares de florestas nativas (FRA 2015) e 10 milhões de hectares de florestas plantadas (IBGE, 2017).


LANÇAMENTO DO CABEÇOTE PONSSE H8HD EUCA NA EXPOFOREST 2018

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Visite o estande da Timber Forest na expoforest 2018 localizado na área C7 WWW.TIMBERFOREST.COM.BR Paraná: (41) 3317-1414 | Santa Catarina: (49) 3227-1414 | Rio Grande do Sul: (51) 3491-8191


INVESTIMENTOS

US$ 2,5 MILHÕES DE EXPECTATIVAS

Imagens: Divulgação

Recentemente a Klabin anunciou a aquisição de 12,5% da startup israelense Melodea Bio Based Solutions, de tecnologia de extração de celulose nanocristalina (CNC), produzida 100% a partir de fontes renováveis. Segundo a tradicional empresa, a compra da startup realizada por US$ 2,5 milhões, fortalece a frente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D+I) da Klabin, que está focada na construção de soluções que visam o uso responsável, eficiente e sustentável dos recursos naturais. A intenção é o uso da celulose nanocristalina (CNC) na criação de papéis e embalagens ainda mais resistentes, 100% recicláveis, além de potencializar oportunidades para novos negócios em produtos de base florestal. “A capacidade de adoção da base tecnológica de CNC da Melodea é altíssima, com aplicações potenciais em diversos setores. A CNC, em uma combinação de propriedades como alta cristalinidade, capacidade de formar filmes e estruturas densas e de alta coesão, é uma rota inovadora para o desenvolvimento de barreiras renováveis e sustentáveis em papéis e embalagens, proporcionando mais resistência em relação à penetração de ar, água, vapores e óleos, entre outros; é uma tecnologia com menor impacto ambiental”, afirma o diretor de Tecnologia e Unidade de Celulose da Klabin, Francisco Razzolini.

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A empresa informa que, nos últimos três anos, aportou R$ 70 milhões para completar a integração das frentes de pesquisa e desenvolvimento das áreas florestal e industrial. Há pouco mais de dez meses, a Klabin inaugurou um Centro de Tecnologia na unidade de Telêmaco Borba – Paraná, buscando antecipar tendências e criar novas tecnologias e aplicações sustentáveis com laboratórios capazes de produzir uma gama diversa de produtos de base florestal e realizar simulações das linhas de produção das fábricas.

Sobre a startup A Melodea Ltd. Foi fundada em 2010 por pesquisadores do Departamento de Biotecnologia da Faculdade de Agricultura da Universidade Hebraica de Jerusalém, a startup tem desde 2012 participação estratégica do grupo sueco Holmen AB. Fundamentalmente pioneira no desenvolvimento de um processo industrial economicamente viável para extração da celulose nanocristalina, a companhia desenvolve ainda tecnologias únicas para aplicação da CNC visando melhorar a resistência e outras propriedades de materiais como bioembalagens, papéis, têxteis, produtos farmacêuticos, cosméticos, tintas e adesivos, obtidas a partir da polpa da madeira e de resíduos da indústria de papel e celulose.

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AGRONEGÓCIO

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL PRORROGA PROMOÇÃO DE TAXAS DO CRÉDITO RURAL O produtor economiza R$ 8 mil a cada R$ 1 milhão contratado A CAIXA prorrogou até 29 de junho a redução das taxas de juros do Crédito Rural para todos os produtores. A medida tem como foco o pré-custeio da próxima safra (2018/2019) e visa atender principalmente a necessidade de recursos para o financiamento do custeio das culturas de soja, milho, arroz e algodão. Além do pré-custeio da Safra Verão 2018/2019, as taxas reduzidas alcançam também as operações de custeio pecuário e de estocagem (FEE e FEPM) da safra vigente. Os produtores do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) contam com a redução nas taxas do custeio de 7,5% para 6,7% ao ano. Para os demais produtores, as taxas também foram reduzidas de 8,5% para 7,7% ao ano.

Viabilidade 2018/2019 “A estratégia da CAIXA é apoiar o agronegócio brasileiro, oferecendo condições para antecipar a aquisição de insumos, com taxas abaixo das praticadas pelo mercado, permitindo que os produtores possam se programar, reduzir cus-

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tos e aumentar a rentabilidade. Para um custeio com prazo de 12 meses, por exemplo, o produtor economiza R$ 8 mil a cada R$ 1 milhão contratado”, explica o vice-presidente de Produtos de Varejo da CAIXA, Fábio Lenza.

Onde encontrar A CAIXA disponibiliza cerca de 1.700 agências habilitadas a operar com o Crédito Rural em todo o país, com produtos que atendem as principais culturas agrícolas, como soja, milho, arroz, café, algodão, trigo, feijão, cana-de-açúcar, laranja, sorgo, além da bovinocultura de corte e leite. Para auxiliar na elaboração dos projetos, a CAIXA possui ainda convênio com mais 2.500 empresas de consultoria rural, em todas as regiões do país, e oferece um processo simplificado para operações de custeio agrícola de até R$500 mil, com análise técnica online, diretamente na agência, o que garante o acesso mais ágil ao recurso pelo produtor. Com informações Caixa Econômica Federal



INDUSTRIAL | PARANÁ

VENDAS INDUSTRIAIS REGISTRAM ALTA DE 3,78% NO PRIMEIRO BIMESTRE NO PARANÁ Por Elvira Fantin – Fiep & Madeira Total Pesquisa Indicadores Conjunturais da Fiep - Federação das Indústrias do Paraná

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Infelizmente nem todos os setores tiveram bom desempenho. Há sinalização da retomada do crescimento, entretanto a recuperação será lenta, segundo a Fiep Em comparação a igual período do ano anterior, as vendas industriais do Paraná registraram uma elevação de 3,78% no primeiro bimestre deste ano. Na dianteira aparecem as compras de insumos, que acumularam alta de 5,83% no período. O emprego também teve uma pequena reação positiva de 0,89%.

Especificamente no mês de fevereiro as vendas industriais apresentaram alta de 10,36% em comparação a janeiro, resultado típico do segundo mês do ano por conta do mês de janeiro ser tradicionalmente de baixa atividade. Os gêneros com maiores altas foram ‘Vestuário’ (+66,18%), 'Couros e Calçados' (+41,67%) e 'Veículos Automotores' (+38,11%). As maiores quedas foram registradas em 'Edição e Impressão' (-12,99%), 'Produtos Químicos' (-7,41%) e 'Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos' (-7,33%).

Retrocesso nas vendas industriais

Emprego

“Apesar do crescimento neste primeiro bimestre, o nível de vendas deste período equivale ao registrado em 2007, ou seja, há um retrocesso de 11 anos em termos de vendas industriais no Paraná”, afirma Marcelo Percicotti, gerente de Economia, Fomento e Desenvolvimento da Fiep. Ele observa que os números da pesquisa confirmam que continua grande a dependência de insumos importados, com alta de 39,08% em relação ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, no mesmo período houve uma elevação de 7,40% nas vendas industriais para o exterior.

Marcha lenta Ainda segundo o economista, o pequeno aumento de compras de insumos registrado em fevereiro (+0,68%) e a utilização de capacidade instalada que permaneceu igual a de janeiro (69%), indicam claramente que a recuperação será lenta. “Ainda não se percebem sinais mais fortes que indiquem uma aceleração da recuperação industrial”, comenta, acrescentando que “será um longo caminho até se atingir os níveis de produção de 2013”. O resultado acumulado de janeiro e fevereiro de 2018 em relação ao mesmo período de 2017 mostra que dos 18 gêneros pesquisados, 12 tiveram desempenho positivo e apenas seis negativo. As maiores altas foram registradas em ‘Couro e Calçados’ (+69,37%); ‘Edição e Impressão’ (+47,56%) e 'Vestuário' (+25,87%). Os gêneros com maiores quedas foram 'Borracha e Plásticos' (-21,77%), 'Madeira' (-11,16%) e 'Material Eletrônico e de Comunicações' (-9,69%).

Em relação ao nível de emprego, 13 dos 18 gêneros pesquisados registraram resultados positivos e cinco negativos no mês de fevereiro, resultando em variação positiva de 1,02%. O emprego diretamente ligado à produção subiu +0,92%. O resultado de janeiro e fevereiro de 2018 contra igual período de 2017 apresenta aumento de +0,89% no 'pessoal empregado total' e redução de -2,69% no 'pessoal empregado na produção'. Os principais aumentos em fevereiro se deram em 'Móveis e Indústrias Diversas' (+2,28%), 'Couros e Calçados' (+1,52%), e em 'Alimentos e Bebidas' (+1,51%). As maiores quedas se deram nos gêneros 'Petróleo e Álcool' (-0,43%), 'Vestuário' (-0,38%) e 'Têxteis' (-0,25%).

Madeira em queda Janeiro e fevereiro de 2018 versus janeiro e fevereiro de 2017 mostra oito gêneros positivos e outros oito negativos. Os maiores aumentos foram registrados em 'Couros e Calçados' (+19,59%), 'Veículos Automotores' (+12,39%) e 'Produtos Químicos' (+8,99%). Os gêneros com maiores quedas foram 'Madeira' (-12,25%), 'Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos' (-4,62%) e 'Borracha e Plásticos' (-2,87%).

Horas trabalhadas A massa salarial líquida apresentou, em fevereiro ante janeiro, aumento de 6,26% em decorrência do aumento de emprego; as horas trabalhadas diminuíram 2,71% por conta da menor quantidade de dias úteis em fevereiro; e a utilização da capacidade instalada manteve-se constante em 69%. Este nível de utilização de capacidade é um ponto percentual superior ao registrado em fevereiro de 2017.

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AGENDE-SE

2018 NACIONAIS

INTERNACIONAIS

CONSTRUSUL Local: FIERGS – Porto Alegre - RS Data: 01 a 04 de agosto

EUROFOREST Local: Borgonha - França Data: 21 à 23 de Junho

CIBIO Local: Curitiba - PR Data: 4 a 6 de setembro

FINNMETKO Local: Jämsä - Finlândia Data: 30 de agosto à 01 de setembro

FÓRUM SUSTENTABILIDADE & GOVERNANÇA Local: Curitiba - PR Data: 21 e 22 de agosto

EKO-LAS Local: Mostki - Polônia Data: 7 à 9 de setembro

FLORESTAIS EM PREVISÕES DESDE 1500

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