Revista Madeira Total

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NÚMEROS QUE REVELAM A IMPORTÂNCIA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE MADEIRA FNBF APRESENTA A SUSTENTABILIDADE DA CADEIA PRODUTIVA FLORESTAL DO BRASIL AO MUNDO

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R$ 25,00

EMOLDURANDO O FUTURO Ao completar 47 anos de mercado, a ARAUPEL que atua com beneficiamento de produtos de alto valor agregado oriundos da madeira; gestão sólida e sensibilidade humana em suas relações, com a ajuda da tecnologia mostra que está pronta para as novas demandas do futuro




EDITORIAL A EXPECTATIVA MUDA A REALIDADE Para os que vivenciam, ou até mesmo cursaram Ciências Econômicas como eu, sabem que a demanda por produtos é fundamentada em necessidades e desejos, baseando-se na capacidade de pagamento de cada indivíduo. Se não pode pagar, não há demanda efetiva. Entretanto, existe um Brasil com sede de vitória, que aprende e torna-se mais competitivo. Os números mostram que em 2018, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 1,1% frente a 2017, mantendo o mesmo patamar de crescimento do ano anterior, quando recuperou-se após retrações de 3,5% em 2015, e 3,3% em 2016. Foram anos difíceis. Mas por que lembrar disto agora? Porquê estou convicta ao afirmar que a expectativa positiva de todo o ano de 2019 tem mudado a realidade do nosso Brasil ainda mais. Quanto ao governo, vemos avanços profundos, importantes e que afunilam em resultados positivos, apesar de muitas das declarações serem desnecessárias, ao que tange o comportamento de um Presidente com o conhecimento e vivência que tem, e que é esperado pela população plural existente no País, mas acredita-se que sejam somente distrações estratégicas de um marinheiro de primeira viagem, que precisa se proteger para inclusive sobreviver. Enquanto empresas, ainda vivemos fases de cortar custos, em alguns casos diminuir o quadro de funcionários, apostar em tecnologia, conhecimentos, abrir novas frentes de negócios e definitivamente aumentar a eficiência. Alguém aqui pode dizer o contrário? E para mostrar que é possível avançar mesmo em tempos difíceis, evidenciamos uma empresa que completou 47 anos de mercado. Paranaense, com capital 100% nacional e que se prepara ainda mais para as demandas do futuro: uma fábrica de molduras de madeira que investe em capital humano, tecnologias e expansão de mercado. Conheça o case de sucesso da Araupel, que figura entre as maiores moldureiras do Brasil, e enaltece a NOSSA CAPA desta edição. Entenda também através de dados da Abaf - Associação Baiana das Empresas de Base Florestal, o majestoso setor florestal na Bahia: o estado possui 657 mil hectares (ha) de plantações florestais, com expressiva presença de plantios de eucalipto (94% do total), o que a coloca em 4º lugar no ranking nacional de cultivo com a espécie. Leia na BRASIL FLORESTAL. Na seção TECNOLOGIA: a indústria de base florestal busca progressivamente minimizar os impactos ambientais de suas atividades, ao mesmo tempo procura ampliar a produtividade e reduzir custos operacionais. Para isso, o segmento vai conhecer os lançamentos da Timber: em solo brasileiro e em operação, as escavadeiras florestais Sany nos modelos SY215F e a SY155LL. Novos projetos de rentabilidade no Estado de Santa Catarina, sustentabilidade nas lentes dos binóculos, o setor de pisos laminados, calendário de feiras e eventos do setor e muito mais! Após a leitura, ótimos negócios! Rumo a 2020 de sucesso para todo o setor florestal! Sol Andreassa


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MADEIRA TOTAL PUBLISHER SOL ANDREASSA MTB 0011255/PR DIRETORIA MARCELO COLAÇO JORNALISMO jornalismo@grupomultimidia.com.br ASSINATURAS assinaturas@grupomultimidia.com.br PROJETO GRÁFICO ADRIANA DE OLIVEIRA DIAGRAMAÇÃO MÁXIMO WALESKO COMERCIAL COMERCIAL comercial@grupomultimidia.com.br LUIZ TONELLO tonello@grupomultimidia.com.br TI ADILSON ALVES DA CRUZ COLUNISTAS MANOEL FRANCISCO MOREIRA CONSELHO EDITORIAL TORU SATO COLABORADORES ANA MATOS BÁRBARA IBANEZ CÉLIA NOGUEIRA CLAUMAR BALDISSERA FABIANO KUTACH ISABELA CALIXTO JULIANE FERREIRA PATRÍCIA DANTAS RAFAEL MACEDO THIAGO LACERDA SANTIAGO

GRUPO MULTIMÍDIA SÃO PAULO - SP (11) 3675.4114

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MADEIRA TOTAL A REVISTA MADEIRA TOTAL É UMA PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DO GRUPO MULTIMIDIA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA LTDA., RUA RAUL OBLADEN, 939 – JARDIM ITÁLIA – SÃO JOSÉ DOS PINHAIS, CEP: 83020-500. A REVISTA MADEIRA TOTAL NÃO SE RESPONSABILIZA PELOS CONCEITOS E OPINIÕES EMITIDOS NOS ARTIGOS ASSINADOS. MADEIRATOTAL.COM.BR

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ÍNDICE 10 EMOLDURANDO O FUTURO

24 MERCADO DE TORAS: CRISES E INCÓGNITAS

26 FNBF APRESENTA A SUSTENTABILIDADE DA CADEIA PRODUTIVA FLORESTAL DO BRASIL AO MUNDO

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NÚMEROS QUE REVELAM A BALEIAS JUBARTE NO ALTO RENDIMENTO E BAIXO IMPORTÂNCIA DA INDÚSTRIA LITORAL BRASILEIRO: UMA CONSUMO EM SOLOS BRASILEIRA DE MADEIRA RESPONSABILIDADE TAMBÉM BRASILEIROS AGROINDUSTRIAL 8 I

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SETOR DE PISOS LAMINADOS


50/58 52

CÂMARA TÉCNICA DA TÁ NA WEB MADEIRA QUER IDENTIFICAR FORMAS DE POTENCIALIZAR RETORNO FINANCEIRO

AGENDE-SE | Feiras & Eventos

Imagem: mapas-brasil.net

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O MAJESTOSO SETOR FLORESTAL NA BAHIA

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NOSSA CAPA

EMOLDURANDO O FUTURO

Ao completar 47 anos de mercado, a ARAUPEL que atua com beneficiamento de produtos de alto valor agregado oriundos da madeira; gestão sólida e sensibilidade humana em suas relações, com a ajuda da tecnologia mostra que está pronta para as novas demandas do futuro 10 I MADEIRA TOTAL


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Imagens: divulgação


A Araupel iniciou suas atividades em setembro de 1972. Empresa familiar, formada por capital 100% brasileiro que atua globalmente, é reconhecida por sua qualidade ao desenvolver suas atividades voltadas para o beneficiamento de produtos de alto valor em madeira. Produz guarnições e molduras, componentes de portas, de escadas, de janelas, de móveis, componentes para fachadas e matéria-prima para beneficiamento. Esses produtos são comercializados para home centers, indústrias, distribuidores, atacadistas e importadores, fábricas de portas e mobiliário. Com tecnologia avançada, precisão e rígido controle de qualidade, a empresa é capaz de customizar o produto de acordo com a necessidade de cada cliente. Com logística eficiente garante a entrega final do produto para o consumidor.

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A empresa possui um complexo industrial moderno e tecnológico, que utiliza equipamentos com scanners em várias etapas da produção, tornando mais eficiente, com precisão e com melhor aproveitamento da madeira. A planta comporta serraria, estufas, central de aplainamento, otimizadora, finger joints, moldureiras e a linha de pintura. No Brasil, a Araupel foi a pioneira a produzir molduras com a tecnologia finger-joint. Além disso, a empresa investe constantemente no aperfeiçoamento profissional de seus colaboradores, mantendo um alto nível técnico nas atividades. O compromisso com a sustentabilidade está presente em toda a cadeia. A biomassa proveniente do processo produtivo atende mercados como de geração de energia, indús-


trias de cerâmica e a aviária. A Araupel atua comprometida em promover qualidade de vida aos seus colaboradores. Restaurante, ambulatório médico, odontológico, fisioterapia e uma estrutura completa oferece um espaço agradável para o desenvolvimento do trabalho. E desde o ano de 1996, colaboradores e seus familiares contam com a Fundação Giacomar. Um local destinado para a prática esportiva e lazer.

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ENTREVISTA COM O DIRETOR Para que se possa compreender os caminhos trilhados e as expectativas de futuro, entrevistamos com exclusividade Norton Luis Fabris, Diretor Executivo da Araupel, que integra o quadro gestor desde abril de 2008. Madeira Total: muitos países são exímios compradores de produtos de madeira. Obviamente por questões culturais e do amadurecimento enquanto consumidores, os padrões de qualidade exigidos. Como se iniciou o processo de exportação para a Araupel? Houve uma evolução nestes parâmetros ao longo do tempo? Explique-nos. Norton: o processo de exportação estava incutido no DNA das empresas fundadoras: Araupel (Madeireira Giacomet S/A e Marodin S/A Exportação). Desde os anos 50 e 60, respectivamente, exportavam madeira serrada, especialmente para Europa e Argentina. A evolução na Araupel foi uma questão de tempo, iniciando suas atividades em 1972 também com exportação e desenvolvendo produtos manufaturados. Nos anos 80, houve uma migração para outros produtos e mercados com maiores demandas de qualidade, tecnologia e sustentabilidade. A partir de 1994, consolidou-se no segmento de produção de molduras, tendo como principal destino o mercado norte-americano. Madeira Total: nos últimos anos, o Brasil enfrentou diversos tipos e níveis de crises. Foram políticas, econômicas e inclusive tecnológicas. Como foi este período para Araupel, uma vez que a maior parte da produção vai para o mercado externo? Norton: por sermos predominantemente exportadores, somos mais sensíveis às crises externas, principalmente dos Estados Unidos e Europa. Mas, de qualquer forma, as incertezas políticas, econômicas e jurídicas se tornam um grande desafio para as empresas aqui estabelecidas – especialmente no nosso caso, que demanda longos ciclos florestais e, consequentemente, planejamento de longo prazo. Com o atual governo, temos a expectativa de que sejam criadas melhores condições para se empreender. Isso se dará com a aprovação das reformas previdenciárias, trabalhistas e fiscais. E, também, com investimentos em infraestrutura que permitam às empresas serem competitivas diante do atual cenário de concorrência mundial.

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Madeira Total: a Abimci - Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente, tem trabalhado intensamente em prol da normatização do sistema construtivo wood frame, o que contribuirá fundamentalmente para a redução do déficit habitacional brasileiro, aumentando também o consumo per capita de madeira no Brasil. Como associados, e empresa exportadora, conte-nos sobre as expectativas de em breve poder atuar mais fortemente no País, e como isso impactaria a Araupel. Norton: primeiramente é muito importante reconhecer e parabenizar o trabalho que a ABIMCI vem desenvolvendo juntamente com os produtores de base florestal que muito tem colaborado com nossa indústria. Quanto a normatização do sistema construtivo no Brasil, entendo que ele pode provocar uma ciclo virtuoso na construção civil uma vez que poderia reduzir consideravelmente os custos de produção e especialmente montagem de casas e prédios. Em relação aos EUA e Europa estamos muito distantes na aplicação desses conceitos e tecnologias e esse trabalho de Abimci certamente vem no sentido de diminuir essa distância. A Araupel, por ser vocacionada e preparada para a produção normatizada, certamente estará atenta e pronta para atender esse novo mercado quando o mesmo surgir. Madeira Total: empreender no Brasil é uma desafiadora missão para a grande maioria. No último dia 05 de setembro a empresa comemorou 47 anos de mercado, contando duas unidades produtivas, mais de 1500 colaboradores diretos e 3000 indiretos para produzir os mais de 200 containers/mês e demais produtos que são absorvidos pelo mercado nacional. Como a empresa compartilha seu o core business com a comunidade, colaboradores, fornecedores e clientes diante de tantas adversidades que represam a competitividade? Norton: a história da Araupel, de certa forma, mistura-se com a história de Quedas do Iguaçu, contribuindo diretamente para seu desenvolvimento. Na trajetória de muitas famílias da região, está a experiência de ser parte da Araupel. Funcionários com muitos anos de casa, parentes que já estiveram por lá. Sempre nos preocupamos muito com as pessoas, investindo em ensino, qualificação profissional, além de ações de responsabilidade social em parceria com outras entidades. Também levamos muito desenvolvimento à comunidade, com uma série de ações que permitiram a urbanização. Além disso, movimentamos a economia do município, seja diretamente, com a geração de empregos, seja com atividades associadas, como das empresas transportadoras.

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Madeira Total: a propósito, do ponto de vista profissional, em reflexão, o que lhe parece mais fascinante e instigante no mundo da madeira ao dedicar-se a este mercado durante tanto tempo? Norton: as empresas fundadoras Madeireira Giacomet e Marodin Exportação têm 77 e 100 anos de existência, respectivamente. Estamos há tanto tempo neste negócio que costumamos dizer que temos “serragem nas veias”. Nosso vínculo com o negócio madeireiro foi construído ao longo das gerações que se sucederam por esses anos. Nossas famílias descendem de imigrantes italianos que vieram para o Brasil construir seu futuro e, após quase um século, continuamos a fazer o mesmo.

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LINHA DO TEMPO - ARAUPEL 1° de setembro, as empresas Madeireira Giacomet S.A. Indústria e Comércio e Marodin S.A.- Exportação, em associação com o grupo Maisonnave, iniciam a empresa Agromet Indústria e Comércio de Produtos Agropecuários Ltda., com a aquisição de 102.004 ha de terras no sudoeste do Paraná. A razão social da empresa muda para Giacomet Indústria e Comércio de Produtos Agropecuários Ltda. Eleita Empresa do Ano no setor Madeira e Móveis, pela Revista Exame.

1972 1973 1974 1975

Realização da 1ª SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho.

1976 1978

Expansão da agricultura em mais de 8.000 ha de terras. Fim das exportações de erva-mate.

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1983

Exportações de madeira de pinho serrada em bruto ou aplainada. Introdução de culturas de soja, trigo, milho e arroz.

Instalação da fábrica de produtos manufaturados de madeira (aplainados, lambris, assoalhos, cabos, molduras, pré-cortados, etc.) e do complexo de secagem artificial da madeira. Alteração da razão social para Giacomet-Marodin Indústria de Madeiras S.A. O Grupo Maisonnave se retira da sociedade. Industrialização da erva-mate, com exportação para o Chile, Uruguai, Argentina e Síria.


Início do setor de Desenvolvimento Tecnológico, objetivando o desenvolvimento de novos produtos e aproveitamento de árvores finas, pontas e galhos. Surgem painéis e vigas laminados resultantes da colagem de peças de pequenas dimensões. Eleita Empresa do Ano no setor Madeira e Móveis, pela revista Exame. Predomínio da exportação na receita da empresa.

1984 1990 1993 1995

Início da Fundação Giacomar, associação com estrutura e opções de lazer para os colaboradores e familiares. Invasão de áreas da empresa pelo MST (16.852 ha). Início da mecanização da colheita florestal.

Início da exportação de blocks para o mercado da América do Norte. Encerramento da atividade pecuária.

Início do projeto de construção das fábricas de celulose e papel cartão.

1996 1997

Alteração da razão social para Araupel S.A. Fábricas de celulose e papel cartão iniciam as operações.

2000 2001

Reconhecimento da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Corredor do Iguaçu, com 5.151 ha pelo Ministério do Meio Ambiente. Certificação pelo FSC® para Cadeia de Custódia. Encerramento da produção de celulose e papel cartão.

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Passa a integrar a Moulding & Millwork Producers Association, reconhecida associação americana que rege padrões para o mercado de molduras nos Estados Unidos. Lançamento da marca Arafill para o mercado interno. Conclusão do Ginásio Esportivo da Fundação Giacomar.

2003 2006 2008 2009

Modernização da Serraria.

2015

Colaborou importantemente para este conteúdo Rafael Codonho.

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Modernização do complexo de secagem de madeira.

2010 2012

Em dezembro 2015, inauguração da fábrica de Guarapuava.

Diversificação e busca de outros mercados abrindo clientes na Europa, Ásia e Oceania. Introdução de produtos manufaturados oriundos de florestas plantadas. Início da venda direta para grande parte de seus clientes em substituição aos Traders e Representantes.

Início das operações da nova Central de Aplainamento.



ARTIGO | INDÚSTRIA MADEIREIRA

MERCADO DE TORAS: CRISES E INCÓGNITAS Por Manoel Francisco Moreira O mercado de toras para madeira sólida vive, atualmente, há cerca de dois meses, uma crise histórica de mercado, salvo algumas exceções, causada especialmente pelo mercado externo. Senão vejamos: - Os americanos se prepararam para o período anual de furacões que este ano foram poucos; consequentemente ficaram estocados de madeira, especialmente de laminados. - O surgimento de um micro coleóptero (besourinho) na Alemanha obrigou-os a cortar áreas não previstas e obviamente colocar a madeira no mercado. - O mercado asiático, embora pareça promissor, se mostra muito volátil. - Internamente os fornecedores de toras dos exportadores dirigiram suas vendas às empresas voltadas ao mercado doméstico, cujo resultado foi a super estocagem e a queda nos preços. Por todo esse cenário, o que acontece é que o mercado de toras, especialmente de eucalipto, sofre com a queda nos preços e a dificuldade de colocar seu produto. O produtor independente de madeira plantada, já pressionado pelos preços baixos da madeira fina há anos, fica cada vez mais decepcionado e desestimulado com seu negócio. É aí que reside minha preocupação como consultor florestal: o futuro da madeira sólida oriunda de florestas plantadas. A Ibá - Indústria Brasileira de Árvores, em sua página principal na internet, apresenta dados interessantes sobre os quais quero discutir em prosseguimento à preocupação relatada, exatamente conforme expõe-se abaixo: *As áreas de árvores plantadas no Brasil atingem cerca de 7,84 milhões de hectares de eucalipto e pinus, e demais espécies (acácia, araucária, paricá e teca), para os seguintes segmentos:

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Deste total estima-se que os seguintes setores detêm os percentuais:

35%

celulose e papel

30% 13%

siderurgia e carvão vegetal

9% 6%

investidores financeiros (TIMOs)

painéis de madeira e pisos laminados

4% 3%

produtores independentes

produtos sólidos de madeira

outros

* Dados: iba.org/dados-estatisticos


Como se vê da relação acima, os produtos sólidos de madeira detêm apenas 4% do montante o que certamente não atende sua demanda, a qual deve ser suprida teoricamente pelos produtores independentes, que ainda são 30% do total. A produção de toras só pode vir de áreas manejadas e os produtores independentes com todas essas crises têm tido grande dificuldade em manejar seus maciços. Em verdade há dificuldade de entender que o manejo é a saída para se obter rendimento financeiro de um empreendimento florestal. O que se vê são poucos produtores independentes manejando seus maciços. Infelizmente em nosso País, especialmente na área florestal, a falta de dados estatísticos é flagrante. Assim não podemos projetar qual o volume que estará disponível aos produtores de madeira sólida nos próximos anos. Fala-se em apagão. Eu mesmo já o mencionei em artigos anteriores, porém este poderá acontecer antes mesmo das previsões, não pela falta de florestas, mas pela falta de florestas manejadas. A indústria de madeira sólida quase sempre se abasteceu das florestas das papeleiras, porém hoje essas estão deixando de fazer desbastes, por motivos óbvios. O fato é que cada vez mais escasseia a madeira grossa. E a única fonte são as florestas dos produtores independentes que, imaginando-se corretos os percentuais acima, a área disponível

seria de 2,35 milhões de hectares, espalhados pelo Brasil e carecendo de que seus proprietários sejam convencidos de que os desbastes é que trarão rendimento financeiro ao empreendimento. Vejo muitas entidades florestais promovendo as florestas sob vários ângulos, principalmente o reflorestamento, cujas iniciativas considero meritórias, porém muito pouco ou quase nada sobre manejo florestal (desbastes). Acho que está na hora de acordar e a iniciativa de jogar água na turma deverá ser da indústria de madeira sólida. Isto não resolverá a crise de mercado atual, mas evitará outra crise, talvez pior, qual seja a falta de madeira grossa.

Manoel Francisco Moreira é Engenheiro Florestal e Consultor.


ACONTECE

FNBF APRESENTA A SUSTENTABILIDADE DA CADEIA PRODUTIVA FLORESTAL DO BRASIL AO MUNDO O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) congrega 23 entidades sediadas em diversos estados que, juntas, possuem mais de três mil e quinhentas empresas associadas, sendo entidade representativa de todo o Setor de Base Florestal Brasileiro. Vislumbrando a oportunidade de demonstrar ao mundo a sustentabilidade da atividade de base florestal no Brasil, organiza o encontro “Sustentabilidade da Cadeia Produtiva Florestal do Brasil” durante o evento CasaCor Brasília 2019. Cientes de que o cenário político atual e as últimas notícias são desfavoráveis a economia do país, principalmente pela desinformação gerada, foi convidada a participar do evento mais de 30 Embaixadas do exterior no Brasil, na busca por desmistificar a imagem da madeira nativa da Amazônia perante o mundo.

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FÓRUM NACIONAL DAS ATIVIDADES DE BASE FLORESTAL


Na oportunidade o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (CIPEM), uma das entidades associadas ao FNBF, lançará um estande construído de madeira 100% nativa oriunda de Manejo Florestal Sustentável, demonstrando a variedade de produtos, composições e beleza das espécies tropicais brasileiras. Com a premissa de liderar pelo exemplo, o FNBF informa

Independente do cenário em que o Brasil se encontra atualmente, o FNBF como entidade representativa do setor que defende o Manejo Florestal Sustentável, não pode e não irá se omitir, uma vez que além de gerar riquezas ao país, esta atividade é o único meio de se manter as florestas em pé. O evento é marco que determina a era 4.0 do setor de base florestal, nele serão pautados assuntos como, Sustentabilidade da floresta nativa no Brasil, Sistemas de controle que gerenciam a atividade madeireira, Órgãos de gestão ambiental, Cadeia de custódia da madeira, Rastreabilidade dos produtos florestais e Legalidade do mercado florestal brasileiro. Essa importante agenda acontecerá no dia 18 de setembro de 2019 com início as oito horas da noite (20h) e horário previsto para encerramento as nove e meia (21h30) no endereço: Antiga Casa da Manchete, Setor de Indústrias Gráficas (SIG), Quadra I, nº 975, Brasília/DF.

Imagem: divulgação

que toda a madeira utilizada na construção do estande possui Guia Florestal e Nota Fiscal, garantindo a origem legal da madeira e demonstrando a efetividade do sistema de rastreabilidade brasileiro.

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ABIMCI EM AÇÃO

NÚMEROS QUE REVELAM A IMPORTÂNCIA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE MADEIRA A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) apresenta durante a Semana Internacional da Madeira, série de eventos realizados em setembro em Curitiba (PR), a principal publicação do setor industrial madeireiro e florestal do país – única com abrangência nacional. O Estudo Setorial 2019 retrata o panorama mais atualizado do segmento ao apresentar aos leitores os dados socioeconômicos e as contribuições para a economia brasileira. Um instrumento de trabalho para as empresas no dia a dia e para a Abimci em ações constantes de representação institucional, defesa de interesses e promoção comercial dos produtos de madeira no Brasil e no mundo. São mais de 150 páginas divididas em quatro capítulos – Floresta, Indústria, Mercado e Ações Prioritárias. Um docu-

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mento robusto que atende às necessidades do mercado, das empresas associadas, de institutos de pesquisa, universidades, imprensa, agentes financeiros e de investimentos, órgãos de governo e outras entidades representativas. O primeiro capítulo – Floresta – traz uma visão geral sobre a cobertura florestal mundial, bem como o perfil e as perspectivas da base florestal brasileira quanto à área, principais grupos de espécies e as contribuições do setor de base florestal na geração de renda, emprego, diversidade de fauna e flora, pesquisas, proteção do solo, nascentes e mananciais. O levantamento mostra, por exemplo, que além dos tradicionais plantios de eucalipto e pinus, outras espécies florestais vêm ganhando espaço no cultivo. A partir dessas informações é possível identificar o potencial industrial existente na diversidade da base florestal brasileira, com-


posta por áreas nativas e plantadas. O documento atualiza também o perfil da indústria brasileira madeireira com dados sobre uso da matéria-prima, porte, localização e números de empregos e de empresas no capítulo Indústria. Reconhecidas por uma produção que investe em desenvolvimento de produtos, melhoria técnica e novas soluções para os mercados doméstico e internacional, as 53.107 empresas brasileiras desse setor estão concentradas nas regiões Sudeste (37%), Sul (34%) e Nordeste (12%). São indústrias que exercem um importante papel na balança comercial do país, emprego e geração de renda, apesar dos gargalos que ainda afetam o custo de produção como infraestrutura logística nacional precária em algumas malhas rodoviárias; elevada carga tributária; baixo nível de

o desenvolvimento de normas técnicas; estimular práticas sustentáveis e a transparência. Assim, o Estudo Setorial Abimci 2019 é uma visão geral dos fundamentos relevantes que impactam o negócio industrial madeireiro e das contribuições do setor para o país. A Associação acredita que a transparência nos dados e a divulgação ampla do peso da indústria madeireira para a economia brasileira por meio da geração de emprego e renda, saldo positivo na balança comercial, conservação de áreas de preservação e fabricação de produtos a partir de matéria-prima renovável podem trazer resultados positivos para toda a base florestal. São muitos os desafios conjunturais, que precisam ser superados. Para isso, nada mais importante que a informação

automação; dificuldades de acesso ao crédito; inadimplência; exigência por produtos padronizados e certificados no mercado internacional; qualificação de mão de obra; e nível de investimento no setor florestal-madeireiro. Na sequência, o documento apresenta o conteúdo de maior peso para as próximas ações da Abimci e tomada de decisões das empresas. O capítulo Mercado detalha os produtos processados mecanicamente a partir dos números de produção, consumo e exportação dos últimos dez anos de madeira serrada de pinus e folhosas, compensado de pinus e folhosas, portas, molduras e pisos. Uma das novidades desta edição é a inclusão de informações sobre o segmento de pellets e biomassa, que passa a integrar oficialmente a estrutura organizacional da Abimci com a criação de um Comitê específico. Essa parte do documento traz ainda alguns destaques de conteúdos sobre a normalização de madeira serrada, construções com madeira, certificação de portas, potencial da construção civil norte-americana e origem legal da madeira. O documento encerra com as Ações Prioritárias da Abimci, que irão nortear a atuação da entidade na defesa de interesses, representação política e institucional, promoção comercial e desenvolvimento técnico dos produtos de forma a contribuir para a sustentabilidade nos negócios e aumento da competitividade. São eles: defender os interesses do setor industrial madeireiro; melhorar a competitividade da indústria madeireira; contribuir para um melhor desempenho das exportações brasileiras de madeira; ampliar a certificação de produtos e promover o aperfeiçoamento e

precisa e de credibilidade para avançarmos e construirmos oportunidades de negócios para as empresas de base florestal na nova economia.

Paulo Pupo Superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) www.abimci.com.br Imagem: Fiep

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SUSTENTABILIDADE

BALEIAS JUBARTE NO LITORAL BRASILEIRO: UMA RESPONSABILIDADE TAMBÉM AGROINDUSTRIAL A Veracel Celulose e o Instituto Baleia Jubarte (IBJ) realizam periodicamente o monitoramento aéreo das jubartes na costa do Sul da Bahia. O objetivo é estudar a população de jubartes e colaborar para a definição de rotas de navegação mais seguras e ambientalmente responsáveis

O estudo acontece entre o litoral do Rio Grande do Norte e do Rio de Janeiro durante o pico da temporada de reprodução das baleias, nos meses de agosto e setembro, e pretende analisar o crescimento e a distribuição desta população. Os resultados deste novo monitoramento serão analisados até o final do ano, mostrando a evolução da iniciativa e os próximos passos em benefício do meio ambiente. Dessa vez, este monitoramento será somado ao de outras equipes que monitoram a região entre o Rio de Janeiro e Santa Catarina.

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ATIVIDADES HUMANAS X NATUREZA O último censo aéreo (2015) apontou que a população de baleias Jubarte tem aumentado cerca de 12% ao ano, passando de 2.200 baleias Jubarte em 2001, para 17 mil em 2015. Quanto à distribuição dos animais, o estudo permite entender como as atividades humanas - como pesca, exploração de petróleo e tráfego de grandes embarcações podem afetar as baleias, e também auxiliar na definição da melhor rota de navegação para as embarcações da Veracel.


TREINAMENTO PREVENTIVO A parceria da Veracel com o IBJ acontece desde o ano de 2001 e vai além do trabalho de monitoramento e prevenção. Há três anos, criou-se uma agenda positiva que amplia as ações exigidas pelos órgãos ambientais. O IBJ oferece treinamento para a tripulação das barcaças que transportam a celulose do Sul da Bahia para o Espírito Santo, para que os colaboradores possam detectar uma situação de risco de atropelamento e evitar um possível acidente com o animal.

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BUSINESS

Imagens: divulgação

Instalada em Eunápolis, desde 1991, a Veracel é um empreendimento agroindustrial que integra operações florestais, industriais e de logística. A capacidade de produção anual da empresa é de 1,1 milhão de toneladas de celulose branqueada de eucalipto, atingindo em maio deste ano a marca de 15 milhões de toneladas produzidas. A atual configuração da base florestal da Veracel mantém um hectare protegido ambientalmente para cada hectare de plantio de eucalipto.

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ALTO RENDIMENTO E BAIXO CONSUMO EM SOLOS BRASILEIROS

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A indústria de base florestal busca, progressivamente, minimizar os impactos ambientais de suas atividades, ao mesmo tempo em que procura ampliar a produtividade e reduzir custos operacionais. Para alcançar estes objetivos, os empresários do setor contam agora com uma nova tecnologia como aliada. Chegaram em solo brasileiro, e já estão em operação, as escavadeiras florestais Sany nos modelos SY 215F e a SY155LL comercializadas em toda a região sul pela Timber. A cadeia de produtos florestais ganha quando a colheita é

realizada de maneira produtiva e sustentável. Estes conceitos fazem parte do modelo SY215F, que pode ser equipado com cabeçotes harvester, garra florestal e feller direcional. Com o respaldo do atendimento feito pela Timber, que atua no desenvolvimento da mecanização florestal no Brasil há quase duas décadas, a SY215F entra no mercado florestal com força total, porque alia tecnologia de nível internacional e serviço de pós-venda impecável. O equipamento, inclusive, está surpreendendo gestores nos três estados do Sul pelo alto rendimento, com baixo consumo de combustível.

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ALTO RENDIMENTO Acelerando o ritmo dos negócios sustentáveis das florestas plantadas, a SY215F, é preparada para atuar nas condições brasileiras. Pode ser utilizada na derrubada e traçamento de madeira.

Motor Eletrônico Japonês Marca Mitsubishi, potência máxima (159HP ou 118,5 Kw), 04 Cilindros, Injeção Eletrônica, Sistema hidráulico Kawasaki (bomba, comando hidráulico, redutor e motor de giro), Vazão máxima da bomba hidráulica 2 x 220l/min com exclusivo controle eletrônico positivo das vazões para cada movimento, Bomba de auto-abastecimento elétrico de série, cabine fechada ROPS/FOPS, Luzes de LED, Carro longo com 09 roletes inferiores e 02 roletes superiores de mancal duplo, Tanque de combustível de 340 litros (opcional 680 litros), Tanque hidráulico de 230 litros, Chassi inferior configuração Forest Hight Walk (carro alto) – 700 mm de vão livre, Protetor de esteira HD, rolamento, motor de giro, roda motriz e roletes configuração da versão 25 toneladas, Sistema de arrefecimento do motor e hidráulico padronizado da classe de 30 toneladas, O equipamento é composto também por itens opcionais como: ventoinha reversível, manta térmica, kit supressor de chamas, trocador de calor adicional, bomba de vácuo, janelas em policarbonato de 19 mm, grades frontal e superior. A SY215F: sem sombra de dúvida, é um equipamento projetado para sua floresta.

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CRESCIMENTO À BASE DE INOVAÇÃO Michel Barroso da Costa, proprietário da empresa Cultivar Serviços Florestais, adquiriu recentemente o Harvester SY215F. A empresa faz parte do conjunto empresarial do setor madeireiro Blue Forest & Ekomposit, comandado por Paulo César da Costa. “O equipamento é extremamente viável nas florestas: alta produtividade, baixo consumo de combustível, oferecendo conforto para o operador, - o que multiplica o rendimento da máquina, trazendo resultados significativos para nossa empresa, com economia de tempo na operação para as metas de colheitas estipuladas”, reforça Michel.

Este equipamento é o mais novo integrante da família: “adquirimos o Sany 215F porque comprovamos sua eficiência em campo, quando comparado a outras marcas que possuímos em outras frentes operacionais. Sua robustez e eficiência são diferenciais para manter nossa produtividade alta. Quanto aos opcionais de segurança, como a proteção antichamas; é um quesito adequado para o perfil da colheita florestal brasileira, que tem carga horária diária maior que em muitos países. Hoje, esta proteção é uma das inovações que nos dá segurança para trabalhar em prol das metas produtivas de forma quase ininterrupta”, complementa.

Michel Barroso da Costa proprietário da empresa Cultivar Serviços Florestais.

“Baixo consumo e inovador sistema de segurança Sany, aliados à rapidez, precisão e robustez do cabeçote Ponsse, nos trazem produtividade imbatível”.

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SOBRE A TIMBER A Timber é uma empresa que atua também no desenvolvimento da mecanização florestal no Brasil há quase duas décadas. A empresa é revendedor exclusivo das marcas Ponsse e Sany nos três estados do Sul do país. Com sede em Curitiba – PR, Lages-SC e Guaíba no Rio Grande do Sul, a Timber realiza ainda a customização de máquinas, fornece sistema próprio de gerenciamento de frotas Timber Fleet e presta suporte técnico de alto nível.


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DOSSIÊ FLORESTAL

SETOR DE PISOS LAMINADOS O setor de pisos laminados brasileiro é moderno, sustentável e cheio de design. Do total de florestas plantadas para fins industriais do Brasil, pelo menos 6% é destinado para produção de painéis de madeira e pisos laminados. São comercializados por ano 11,9 milhões de m³ por ano. A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) dentro do projeto de divulgação e valorização dos produtos de base florestal, reforçando a bioeconomia, vem trabalhando em uma campanha sobre o piso feito de HDF - high density fiberboard ou HPP – high density particleboard, madeira de pinus ou eucalipto reconstituída, chamada “Laminados, já pensou?”. Voltada para o consumidor final, a campanha nas redes sociais mostra características e atributos do piso laminado, que ao contrário de outros revestimentos, o laminado é produzido com 100% de matéria-prima renovável com origem em árvores cultivadas e certificadas. Só um produto de madeira industrializada é capaz de proporcionar toda essa beleza, elegância e aconchego. Com constantes investimentos em inovação, entre os vários desenvolvimentos dessa indústria está a tecnologia que dificulta o acúmulo de pó. Além de facilitar a limpeza, essa propriedade ajuda a tornar o laminado a melhor opção para quartos, por exemplo de bebês, por ser hipoalergênico. O produto, que é o encontro do natural com o moderno, da tecnologia com o charme e da resistência com a praticidade, oferece sensação de amplitude e elegância aos ambientes. Graças às novas gerações de desenvolvimento, é possível usar esse material também em áreas como lavabos. Os pisos laminados são resistentes à água, o que prolonga a vida útil e permite toda a beleza nesse ambiente também.

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Imagem: Unilin


-quebra, tomando como base um dia de instalação para até 40m². A perda de material não chega a 5%. Por isso, não há necessidade de contratação de caçamba para retirar o entulho, por exemplo. Isto é consumo consciente! O produto tem um custo benefício vantajoso, sendo, segundo a campanha, a melhor opção no mercado. Por ser bastante resistente a riscos e possíveis quebras, o laminado dura muito tempo e fica lindo como novo por mais tempo. Naturalmente, para obter tais benefícios, os cuidados devem ser diários.

Imagem: Duratex

Em escritórios, esse revestimento de piso se destaca por ser resistente a marcas provenientes de cadeiras, tornando o ambiente ainda mais confortável e elegante. As marcas Durafloor, Eucafloor e Quick Step possuem produtos com maior resistência desenvolvidos exclusivamente para usos corporativos. A instalação do piso laminado é muito prática e rápida, diferentemente de outros tipos de piso. Com o chão nivelado, coloca-se uma manta e já pode ser feita a instalação. É possível mudar um ambiente no mesmo dia sem quebra-

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custos de seus projetos e empreendimentos. Para saber mais dessa solução, o site ou as redes sociais da campanha possuem muitas informações. https://www.facebook.com/penselaminado/posts https://penselaminado.com.br @penselaminado

Imagem: Eucatex

Outros diferenciais são o isolamento térmico e a redução de ruídos. Quando instalado em conjunto com a manta redutora de ruídos, o laminado torna o cômodo muito mais silencioso no ambiente e entre os andares. Cada fabricante tem uma solução que vai tornar o ambiente muito mais tranquilo e silencioso. Neste caso, os ruídos podem diminuir em até mais de 20 decibéis entre pavimentos, se comparado com outros revestimentos que são fixados diretamente no contrapiso. Para arquitetos, projetistas e construtoras, esta pode ser uma vantagem na redução dos

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MERCADO & NEGÓCIOS

CÂMARA TÉCNICA DA MADEIRA QUER IDENTIFICAR FORMAS DE POTENCIALIZAR RETORNO FINANCEIRO AO MUNICÍPIO Prefeitos, empresários e lideranças estiveram reunidos no 5º Fórum DEL para discutir o desenvolvimento dos municípios. O evento organizado pela Facisc (Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina) aconteceu em Florianópolis, visando as potencialidades e destaques dos municípios que adotaram o programa de Desenvolvimento Econômico Local (DEL). No Fórum, a Câmara Técnica da Madeira criada em Rio Negrinho é um dos exemplos de projetos inovadores.

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A apresentação do projeto Rio-Negrinhense foi feito pelo prefeito Julio Ronconi. “Rio Negrinho está entre os maiores produtores de madeira de Santa Catarina, mas grande parte desse material sai da cidade de forma bruta. O objetivo da Câmara Técnica é encontrar formas de agregar valor e identificar novas oportunidades que propiciem o desenvolvimento do setor e ampliação da geração de emprego e renda”, destacou Julio.


Imagem: divulgação

Durante sua apresentação, o prefeito apresentou o processo de implantação do DEL em Rio Negrinho desde 2017 e que atualmente já conta com oito câmaras técnicas: Desburocratização, Agronegócio, Cultura, Educação, Inovação, Saúde, Turismo e da Madeira.

No caso da Câmara Técnica da Madeira, dados indicam que atualmente são 428 empresas ligadas à cadeira produtiva da madeira em Rio Negrinho, gerando em torno de 7.000 empregos diretos. “É uma cadeira produtiva enorme e complexa, que envolve desde a produção de mudas, plantio, desbaste, colheita, beneficiamento, serraria e indústria. Sem contar que o mercado da madeira é enorme”, enalteceu Julio.

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CONSELHO DE REPRESENTATIVIDADE O DEL consiste no envolvimento representativo da comunidade. Entidades públicas e privadas, clubes de serviços, associações de classe, educação e meio ambiente, movimentos organizados, associações comerciais e poder público devem estar representados. E então, cria-se um Conselho com essa representatividade. O modelo surgiu na Alemanha, onde existem conselhos de desenvolvimento que pensam o município em longo prazo. A Facisc adaptou o projeto para ser implantado nos municípios de Santa Catarina e o que caracteriza o processo do DEL é o protagonismo dos atores locais, na formulação de estratégias, na tomada de decisões econômicas e na sua implementação.

Imagem: Madeira Total

Colaborou para este conteúdo Fabiano Kutach.

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TA NA WEB

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AGENDE-SE | FEIRAS & EVENTOS

2019 NAC I O NA I S CURSO DE TECNOLOGIA DE CELULOSE Local: ABTCP - São Paulo - SP Data: 16 e 17 de outubro www.abtcp.org.br 52º CONGRESSO INTERNACIONAL DE CELULOSE E PAPEL - ABTCP Local: Hotel Transamérica - São Paulo - SP Data: 22 a 24 de outubro www.abtcp.org.br CURSO BÁSICO DA FLORESTA AO PRODUTO ACABADO (C&P) Local: ABTCP - São Paulo - SP Data: 06 e 07 de novembro www.abtcp.org.br

6º SEMINÁRIO DO TISSUE Local: Suzano - Imperatriz - MA Data: 20 de novembro www.abtcp.org.br CURSO DE GESTÃO PARA RESULTADOS Local: ABTCP - São Paulo - SP Data: 26 e 27 de novembro www.abtcp.org.br 16º ENCONTRO DE OPERADORES DE CALDEIRA DE RECUPERAÇÃO Local: Suzano - Imperatriz - MA Data: 27 e 28 de novembro www.abtcp.org.br

I N T E R NAC I O NA I S LISDEREVMASH Local: Centro Internacional de Exibição, Kiev - UcrâniaData: 24 a 27 de setembro de 2019 www.lisderevmash.ua/en

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IV CONGRESSO LATINO AMERICANO DE ESTRUTURAS DE MADEIRA Local: Montevideo - Uruguai Data: 18 a 20 de novembro www.clem2019.uy


2020 NAC I O NA I S I CONGRESSO DE FLORESTAS MULTIFUNCIONAIS Local: Pindamonhangaba - SP Data: abril 2020 FORMOBILE Local: São Paulo Expo - Imigrantes Data: 30 de junho a 03 de julho www.formobile.com.br

SHOW FLORESTAL Local: Três Lagoas - MS Data: 05 a 07 agosto www.showflorestal.com.br LANÇAMENTO EXPOFOREST Local: São Paulo - SP Data: 01 de dezembro www.expoforest.com.br


BRASIL FLORESTAL

O MAJESTOSO SETOR FLORESTAL NA BAHIA O Brasil é um País gigante. As atividades florestais são proporcionais ao seu território. Por isso, é de suma importância conhecer de forma mais profunda os dados do setor. São com estas informações que podemos torná-lo mais produtivo e competitivo. Entender as demandas para direcionar os negócios, e o mais importante: manter a cadeia produtiva da madeira forte. São por estas questões que a Abaf - Associação Baiana das Empresas de Base Florestal lança seu mais novo relatório: Bahia Florestal 2019 (base de dados 2018). Confira abaixo a síntese:

O estado possui 657 mil hectares (ha) de plantações florestais, com expressiva presença de plantios de eucalipto (94% do total), o que coloca a Bahia em 4º lugar no ranking nacional de cultivo com a espécie. As associadas da ABAF detêm 528 mil ha de florestas plantadas, o que corresponde ao expressivo percentual de 85% do total estadual, corroborando com a amplitude de atuação da associação.

As condições edafoclimáticas favoráveis juntamente com os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) florestal, especialmente nas áreas de silvicultura e manejo refletem nos altos níveis de produtividade das florestas plantadas no estado. Na Bahia, onde atuam importantes players do setor, os níveis de produtividade médios das florestas de eucalipto ultrapassam os 30 m³/ha.ano. Em alguns casos os incrementos superam 40 m³/ha.ano, o que confirma o desenvolvimento tecnológico da silvicultura local, que é tratada como benchmarking internacional.

Imagens ilustrativas

No que se refere à certificação, o estado possui 744 mil ha de áreas certificadas (entre florestas de produção e remanescentes florestais nativos). As cerificações são voluntárias e reconhecidas pelo Forest Stewardship Council (FSC) e pelo Programa de Certificação Florestal Brasileira (CERFLOR). A maioria das áreas certificadas (mais de 99%) pertence a seis empresas associadas da ABAF, juntamente com seus fomentados e parceiros. Mais de 65% das áreas de florestas plantadas no estado pelas empresas estão certificadas por algum dos selos (FSC e/ou CERFLOR).

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A indústria de base florestal estadual pode ser considerada diversificada, estando ativas 636 empresas. São empresas que atuam na indústria celulose e papel (papel, papelão, celulose de fibra curta, celulose solúvel/especial, entre outros), na indústria de madeira sólida (madeira serrada, madeira tratada, móveis de madeira etc) e na indústria de material energético (carvão vegetal biomassa/pellets e resíduos da atividade florestal).

O estado da Bahia possui relevância nacional no quesito de produção de madeira em tora de floresta plantada. Em 2017 o estado produziu aproximadamente 16 milhões de m³ madeira, o que representou 7% da produção nacional. Do total, quase 13 milhões de m³ foi destinado à indústria de C&P (88%), que é o principal segmento consumidor do estado. Esse segmento, em 2018, no estado da Bahia produziu mais de 3,3 milhões de toneladas de celulose, representando 15% do total produzido no país. Esse produto tem grande importância na pauta das exportações do setor florestal brasileiro. Considerando a cadeia produtiva do setor florestal-industrial na Bahia, o Produto Interno Bruto (PIB) atingiu R$ 14,2 bilhões em 2018. O setor contribuiu com mais de 5% do PIB estadual, no mesmo ano. Estima-se que a arrecadação tributária do setor foi superior a R$ 4 bilhões em 2018, o equivalente a 4,3% do total arrecadado na Bahia.

O setor tem sido historicamente um dos principais da economia baiana. Em 2018, foi o primeiro, responsável por 18,4% do total das exportações do estado. Os produtos da sua cadeia produtiva somaram mais de US$ 1,62 bilhão nas exportações, contribuindo de maneira significativa no saldo positivo da balança comercial.

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Esse mesmo setor recebeu investimentos da ordem de R$ 728 milhões em 2018, 16% a mais do que em 2017. A maioria desse montante (90%) foi direcionada à reforma, implantação e manutenção dos plantios florestais, o que expressa a preocupação setorial quanto à qualidade de seus ativos florestais, principal fonte de suprimento de madeira em tora para atender as demandas industriais. As empresas associadas da ABAF estimam que, para o período entre 2019 e 2024, serão investidos mais de R$ 2 bilhões no setor de base florestal.

Outro indicador de relevância do setor de base florestal no estado é o contingente de mão de obra (direto e indireto) e a geração de renda. Em 2018, o contingente setorial alcançou 234,5 mil empregos, cerca de 8% do total nacional florestal.

No que diz respeito às florestas de proteção e conservação, estima-se que no estado existam entre 400 a 500 mil ha de florestas nativas destinadas à preservação ambiental. Deste total, as associadas da ABAF contribuem com 380 mil ha, o que representa 87% do total. Em resumo, o setor tem mais de 0,7 ha preservado para cada ha de produção.

Paralelamente, a ABAF e outros atores locais e estaduais atuam na promoção de atividades socioambientais com destaque ao Programa Ambiente Florestal Sustentável (PAFS) que vem trabalhando temas relativos à educação ambiental em comunidades rurais: Uso Múltiplo da Floresta Plantada; Regulamentação Ambiental das Propriedades Rurais (Código Florestal/ CAR/ Cefir); Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF)/Plano ABC; Preservação dos Recursos Hídricos; Prevenção e Controle de Incêndios Florestais; Controle de Gado nas Áreas de Preservação; Combate ao Carvão Ilegal; e Programa Fitossanitário de Pragas. Associados: Aiba, Aspex, Assosil, Bracell, Caravelas Florestas, ERB, Ferbasa, Floryl, JSL, Komatsu, Ponsse, Proden, Sineflor, Suzano, Veracel e 2Tree. Informações: ABAF

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• Realidade virtual • Programação de jogos interativos • Telas e totens interativos • Realidade aumentada • Vídeos 2D, 3D e 360 graus • Promotora virtual holográfica • RFID NFC beacons • Projeções interativas • Aplicativos para tablets e celulares • Totem de fotos • Espelho interativo (touch e kinect) • Piso e parede interativa • Display holográfico • Simuladores e cinema 7D • Locação e venda de equipamentos • Projetos especiais personalizados

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