Madeira Total Edição 35

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DISTRIBUIÇÃO GRATUÍTA - ANO VIII - EDIÇÃO 35

METALÚRGICA TURBINA: 45 ANOS DE TRADIÇÃO, ALIADOS À INOVAÇÃO

CEF DIVULGA NOVOS INCENTIVOS PARA O SETOR DA CONSTRUÇÃO

NANOFIBRAS DE CELULOSE, PLÁSTICO E ACRÍLICO: ENFIM JUNTOS


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CEF DIVULGA NOVOS INCENTIVOS PARA O SETOR

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ENERGIAS RENOVÁVEIS: DEMANDAS NACIONAIS

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STEPHAN SCHALLER É O NOVO DIRETOR EXECUTIVO DO GRUPO VOITH

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SUPERANDO METAS DA PRODUTIVIDADE, ECONOMIA E ERGONOMIA

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METALÚRGICA TURBINA: 45 ANOS DE TRADIÇÃO, ALIADOS À INOVAÇÃO 4

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O FUTURO DA MADEIRA SERRADA DE EUCALIPTO E A FALTA DE PESQUISA

OTIMISMO FAZ CRESCER? Alguém deve estar neste momento preparando-se para assinar um grande contrato de negócios. Outros ainda estão formalizando situações. Outros tantos em processo de divórcio. Olhando assim, pode parecer estranho que alguém faça planejamentos para os próximos 30 anos, incluindo doenças graves e rompimentos drásticos na vida pessoal. Nesta linha de pensamento, ninguém abre uma empresa, pensando no dia da falência. Por enquanto tudo está bem óbvio e tudo bem que sejamos otimistas! Mas há perigos que precisam ser vistos em tempo, para ajustes, correções e até mudanças de rotas e estratégias. Muita cautela e iniciativas positivas podem facilitar o dia a dia dos empresários, mas existe algo que ninguém poderá nos roubar: o conhecimento. Uma vez adquirido, nunca mais você será o mesmo. Existe uma tendência em superestimar as coisas boas e “varrer” para baixo do tapete, aquelas coisas que pesam ao caminhar. Porém, é necessário prestar atenção nos detalhes, nos sintomas e em nossos filtros. Julgamos as situações de acordo com nossa experiência, e seria um erro não buscar no mínimo uma segunda opinião quando falamos de negócios! Se em questões globais somos envolvidos pelos diversos fatores que puxam a cordinha do sucesso para um lado e para o outro, dentro da nossa empresa, não seria diferente. Durante nossa vida adulta registramos altos e baixos, bons negócios e erros fatais. E em escala infinitamente maior, os países enfrentam as mesmas situações. Colhem

os frutos dos erros e acertos dos seus gestores. Estamos todos em um mesmo barco. Para que lado você está remando? Para onde deixamos o mar nos levar? Quem deixamos no comando? Quando retomaremos a direção? E sob esta reflexão, apresento a edição de setembro e outubro do Madeira Total. Um case de sucesso que dura 45 anos: Metalúrgica Turbina, inova e traz tecnologia para o setor madeireiro, é destaque de capa deste bimestre. Que venham outros 45 anos mais de muito sucesso! Soluções para colheita florestal, silvicultura, debates, feiras e investimentos vem movimentando (aos poucos) a economia. Incentivos, reajustes, releituras. Cada vez mais, percebo que não damos um passo à frente sem a informação correta. Otimismo e conhecimento tem efeitos benéficos, especialmente motivacionais. Para confirmar isto, basta examinar a economia: havendo pessimistas contaminando o mercado, diminui-se a circulação de dinheiro, e tudo fica estagnado. Então, se me permitem um simples conselho, aqui vai: Tenha a informação em suas mãos, sonhe, mas seja antes de mais nada um bom investigador. Quem apoia-se somente em expectativas sem conhecer profundamente o “terreno” que pisa, está fadado ao fracasso, e provavelmente culpará qualquer circunstância pelo ocorrido. Sejamos otimistas pensantes! Boa leitura! Solange Andreassa

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SETOR FLORESTAL: EVENTO DE NEGÓCIOS & INOVAÇÃO ABRE INSCRIÇÕES

Expediente INFORMATIVO IMPRESSO MADEIRA TOTAL - ANO VIII - N.º 35 - SETEMBRO/OUTUBRO DE 2017 - O INFORMATIVO IMPRESSO É UMA PUBLICAÇÃO GRATUITA COM VERSÃO IMPRESSA E DIGITAL. PROIBIDA REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL. | DIRETORIA: MARCELO COLAÇO - MARCELO@GRUPOMULTIMIDIA.COM.BR | EDITORA: SOLANGE ANDREASSA - MTB0011255/PR - SOL@GRUPOMULTIMIDIA.COM.BR | JORNALISMO: JORNALISMO@GRUPOMULTIMIDIA.COM. BR | PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: ROBERTA BLONKOWSKI | DEPARTAMENTO COMERCIAL: ANA NERY - ANA@ GRUPOMULTIMIDIA.COM.BR | GILLIARD ADRIANO NOGOZZEKI - COMERCIAL@GRUPOMULTIMIDIA.COM.BR | LUIZ TONELLO - TONELLO@GRUPOMULTIMIDIA.COM.BR | COLUNISTA CONVIDADO: MANOEL FRANCISCO MOREIRA | TI: ADILSON ALVES DA CRUZ | REVISÃO: ANDRIELE SANTOS | COLABORADORES: CAMILA CARVAS | DANIEL PEDRA | ELISANDRA ESCUDERO | FERNANDA TURCO | JULIANE FERREIRA | LAILA REBECCA | LUCIANA NAVARRO | MEL MENDES | CARTUNISTA: FABIANE​TABORDA | IMPRESSÃO GRÁFICA: AJIR GRÁFICA | ADMINISTRAÇÃO: RUA RAUL OBLADEN, 939 - BRAGA - SÃO JOSÉ DOS PINHAIS - CEP 83.020.500 - PR - BRASIL - 55 (41) 3235-5015 | WWW.MADEIRATOTAL. COM.BR - MADEIRATOTAL@MADEIRATOTAL.COM.BR NOSSO CONTEÚDO TRAZ INFORMAÇÕES QUE TAMBÉM SÃO DE RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS, ENTIDADES E PROFISSIONAIS E NÃO EXPRIMEM A OPINIÃO DO GRUPO MULTIMÍDIA E NEM DE SUA MARCA MADEIRA TOTAL.

Filiada a

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BIOMASSA

ENERGIAS RENOVÁVEIS: DEMANDAS NACIONAIS

Fotos Divulgação FIEMS

Com investimentos de R$ 23,4 milhões, o Instituto Senai de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa) já em atividade desde abril deste ano, fomenta a atualização e a qualificação dos pesquisadores para gerar conhecimento e desenvolver tecnologias inovadoras que atendam às necessidades atuais e futuras da indústria. Com atuação transversal no campo da biomassa, o Instituto pretende atender a todos os setores da indústria e às demandas específicas de cada região do País em áreas como energias renováveis, cosméticos, fármacos e fármacos veterinários, alimentos para animais com combinação de biomassa para rações, química fina e resíduos industriais. Diversos projetos estão em execução, desenvolvidos em parceria com outros institutos e universidades. A inauguração oficial aconteceu em agosto. Com atuação transversal no campo da biomassa, o ISI Biomassa, localizado em Três Lagoas (MS), é a 1ª instituição de Mato Grosso do Sul e a 2ª da Região Centro-oeste a ser credenciada pela Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), estando apta a receber recursos para desenvolver projetos de inovação em parceria com empresas. O anúncio foi feito pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, e pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, na quarta-feira (06/09), em coletiva realizada na sede do Ministério da Educação, em Brasília (DF). •

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NEGÓCIOS & MERCADO

STEPHAN SCHALLER É O NOVO DIRETOR EXECUTIVO DO GRUPO VOITH

Dr. Hubert Lienhard O Comitê de Acionistas da Voith Management GmbH decidiu a respeito da sucessão do Dr. Hubert Lienhard, que ocupou, por um longo período, o cargo de Presidente e CEO da Diretoria Executiva. Stephan Schaller, atualmente membro do Comitê de Acionistas da Voith e chefe da divisão global de motocicletas do Grupo BMW, foi nomeado seu sucessor. Conforme planejado, Lienhard, que ocupava o cargo desde 2008, se aposentará em 2018, aos 67 anos, após o término de seu segundo mandato. A mudança na diretoria executiva acontecerá no dia 1º de abril de 2018. Stephan Schaller, nascido em 1957, estudou engenharia mecânica na Universidade Técnica de Rheinisch-Westfälische (RWTH), em Aachen, na Alemanha. De 1981 a 1999, ocupou cargos executivos e de gerência no Grupo BMW. Após quatro anos, incialmente como chefe de planejamento técnico e, em seguida, na gerência técnica da divisão de refrigeração da Linde AG, Schaller tornou-se chefe de produção da divisão de veículos comerciais da Volkswagen AG, em 2004. Desde 2007, é Presidente da Diretoria Executiva de marca de veículos comerciais da Volkswagen. No ano de 2010, tornou-se Vice-Presidente da Diretoria Executiva da Schott AG, antes de ser nomeado chefe da divisão global de motocicletas do Grupo BMW, em junho de 2012. Schaller é membro do Comitê de Acionistas da Voith desde 1º de outubro de 2015. Na mesma ocasião, ocorrerá a nomeação do Dr. Hubert Lienhard para o Comitê de Acionistas, com vigência a partir de 1º de abril de 2018, ocupando o cargo atual de Stephan Schaller neste comitê.

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Stephan Schaller “Com Stephan Schaller, encontramos o sucessor ideal para o Dr. Lienhard. Ele esteve envolvido em todos os desenvolvimentos estratégicos da empresa nos últimos anos em sua atuação como membro do Comitê de Acionistas e tem grande conhecimento da Voith e de suas estruturas. Dessa forma, garantimos um alto nível de continuidade para a empresa na sucessão. Além disso, Stephan Schaller tem muitos anos de experiência internacional em vários setores e indústrias fora da Voith. Dentre outros, ocupou cargos de liderança em duas das maiores empresas automotivas do mundo. Ficamos satisfeitos por termos conseguido para a Voith a presença de um líder com tanta expressividade na indústria alemã”, afirmou o Professor Dr. Hans-Peter Keitel, Presidente do Comitê de Acionistas da Voith Management GmbH e do Conselho de Administração da Voith GmbH & Co. KGaA. Keitel também manifestou grande entusiasmo por Dr. Lienhard ter concordado em contribuir com seus 17 anos de extensa experiência na Voith ao Comitê de Acionistas, e por continuar colaborando com seus conhecimentos ao futuro desenvolvimento do Grupo: “O Dr. Hubert Lienhard fez uma grande contribuição para a Voith nos últimos 17 anos, primeiramente como CEO da Voith Hydro e, desde 2008, como Presidente e CEO de todo o Grupo Voith. Liderou a empresa com sucesso em uma das fases mais desafiadoras e difíceis das últimas décadas agindo com objetividade, reforçou a rentabilidade de forma sustentável, e restaurou a capacidade estratégica do Grupo por meio de um programa de reestruturação de longo alcance.

Com sua agenda digital, estabeleceu a Voith como uma peça importante na transformação digital das nossas indústrias. Por essas razões, ele já merece os agradecimentos do Comitê de Acionistas e do Conselho de Administração, bem como de todos os 19.000 colaboradores da nossa empresa por todo o mundo”, continuou o Professor Dr. Keitel. NA AMÉRICA DO SUL A Voith Paper, divisão do Grupo Voith e referência mundial em inovação para a indústria papeleira, anuncia mudanças na alta direção para América do Sul. O executivo Flavio Silva, após trajetória bem-sucedida como Presidente da companhia no continente sul americano, encerra seu ciclo profissional na Voith Paper, e assumirá novos desafios a partir de 1º de outubro de 2017, fora do grupo. O sucessor, como Presidente da Voith Paper América do Sul, passará a ser o executivo Hjalmar Domagh Fugmann, atual Head Financeiro da empresa, que manterá o compromisso da Voith em conquistar resultados sustentáveis para os fabricantes de papel e celulose, por meio do fornecimento de tecnologias inovadoras. Fugmann tem formação em Direito e possui especialização em Economia Empresarial. Especialista em gestão de negócios, possui grande experiência em empresas multinacionais, juntandose ao Grupo Voith em 2016. Anteriormente, esteve no Grupo Sueco de empresas Hexagon AB, onde ocupava a posição de Controller das divisões de tecnologia e novos empreendimentos da América do Sul. •


Fotos: Divulgação

Flavio Silva SOBRE A VOITH A Voith Paper é uma divisão do Grupo Voith, além de parceira líder e pioneira na indústria papeleira. Por meio de inovações constantes, a Voith Paper está otimizando o processo de fabricação de papel com seu foco no desenvolvimento de produtos que preservam recursos, reduzindo dessa

Hjalmar Fugman forma o consumo de energia, água e fibras. Além disso, a Voith Paper oferece um amplo portfólio de serviços para todas as seções do processo de fabricação de papel. Há 150 anos, a tecnologia da Voith vem inspirando clientes, parceiros de negócios e colaboradores no mundo inteiro. Fundada em

1867, a Voith é atualmente uma das maiores empresas familiares da Europa, com cerca de 19.000 colaboradores, receitas de € 4,3 bilhões e filiais em mais de 60 países. Como líder tecnológica, a Voith estabelece padrões nos mercados de energia, petróleo e gás, papel, matérias-primas e transporte e automotivo. •

NOTINHA

Foto: divulgação FSC Brasil

MANEJO RESPONSÁVEL BRASIL AFORA

FSC® já é o sistema de certificação florestal mais reconhecido no mundo, com quase 200 milhões de hectares certificados e mais de 33 mil certificados de Cadeia de Custódia. Em breve, o Brasil inteiro vai entender um pouco melhor o que é o manejo responsável e tudo o que essa arvorezinha representa. •

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CONSTRUÇÃO CIVIL

CEF DIVULGA NOVOS INCENTIVOS PARA O SETOR

Foto: @snowing

O setor recuperou as vendas nesse segmento em 5% em relação a 2016, e em relação a 2014 caiu apenas 6%, enquanto a arrecadação de ICMS caiu 20%

A Caixa Econômica Federal promoveu encontro com representantes da Associação Nacional de Comerciantes de Material de Construção (ANAMACO), da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT), e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) no dia 17/09, para debate sobre ações de fortalecimento do varejo de materiais de construção. Durante o evento, realizado no campus da Universidade CAIXA de São Paulo, o banco divulgou mudanças no Construcard (linha de crédito). Com objetivo de ampliar a conveniência para pessoas físicas, além de auxiliar o lojista na realização de negócios; desde setembro os varejistas que fizerem transações com o cartão Construcard, concorrerão a prêmios. A campanha promocional é realizada pela CAIXA e a CIELO.

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Foram disponibilizados novos limites pré-aprovados para os clientes e a taxa de juros de produtos foi reduzida. O crédito pode ser contratado com taxas a partir 1,98% a.m., dependendo do valor, garantias, prazo e do relacionamento com o banco. A CAIXA também anunciou que até dezembro, será realizada uma ação piloto para testar modelo alternativo de comercialização, em que o cliente poderá contratar o Construcard diretamente com o lojista. CONSTRUCARD AGORA Aceito em uma ampla rede, composta por mais de 80 mil lojas em todo o Brasil, o cartão Construcard pode ser usado na compra de materiais de construção (como tijolos, esquadrias, pisos, telhas e tintas), até armários não removíveis, piscinas, elevadores, caixas-d’água,

aquecedores solares, aerogeradores e equipamentos de energia fotovoltaica. Ao contratar o financiamento, o cliente recebe um cartão e tem até seis meses para realizar as compras e durante este período paga somente os juros dos valores que utilizar. COMPRAS & PAGAMENTOS O financiamento tem duas fases, utilização e amortização, e aceita diversas garantias (aval, alienação fiduciária de bem móvel, caução de depósito/aplicação financeira ou alienação fiduciária de bem imóvel), o que torna o crédito ainda mais acessível. O valor médio dos financiamentos é de R$ 15 mil e o limite varia de acordo com a capacidade de pagamento do cliente, não havendo valor máximo e o prazo para pagamento do financiamento pode chegar até 240 meses. •


ABIMCI EM AÇÃO

ABIMCI LANÇA ESTUDO SETORIAL EM SÍNTESE Nova publicação atualiza dados socioeconômicos, produção, consumo e exportação da indústria de madeira Por Assessoria de Imprensa Abimci |Juliane Ferreira pela Associação. “É uma nova ferramenta de consulta para o mercado, que baliza uma série de informações do setor”, afirma. WoodTrade Brazil A segunda edição do WoodTrade Brazil é parte da programação da Semana Internacional da Madeira em Curitiba - evento para avaliar mercado e oportunidades de negócios para o setor industrial madeireiro. Serão dois painéis, um para tratar de aspectos do mercado interno e o segundo com foco nas perspectivas no comércio internacional. •

Foto: divulgação

A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) lança em setembro durante o encontro WoodTrade Brazil, a primeira edição do Estudo Setorial em Síntese. O documento consolida os dados socioeconômicos de 2016, produção e consumo, além de apresentar números de exportação até junho deste ano e os principais destinos internacionais. De acordo com o presidente da Abimci, José Carlos Januário, o novo material contribuirá para nortear as estratégias de negócios das empresas associadas e será utilizado como subsídio para as defesas de interesse do setor realizadas

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INOVAÇÃO

Foto: Madeira Total

NANOFIBRAS DE CELULOSE, PLÁSTICO E ACRÍLICO: ENFIM JUNTOS

Inovação vai permitir ampliação do uso de polímeros comerciais – poliestireno e polimetacrilato – utilizados na indústria A mágica dos vegetais: fibras e nanofibras de celulose de eucalipto, bagaço de cana entre outros foram integradas à produção de poliestireno e acrílico Uma pesquisa uniu duas das tecnologias mais férteis nessa área ao trabalhar com compostos em escala extremamente reduzida (nanométrica) e, ao mesmo tempo, biodegradável. A inovação vem da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, onde pesquisadores desenvolveram um método para produção de poliestireno (plástico) e polimetacrilato de metila (acrílico) utilizando fibras e nanofibras de celulose de eucalipto, bagaço de cana e outros vegetais. O método pode ser utilizado para produzir materiais que, além de elevada resistência mecânica, têm baixo custo – já que as substâncias empregadas no processo são derivadas de fontes renováveis (celulose). Os poliestirenos e os acrílicos são largamente utilizados na construção civil, automobilística e em componentes eletrônicos. A Agência USP de Inovação já patenteou o produto. Fibras de celulose O Brasil é um dos líderes mundiais de produção de celulose e as inovações tecnológicas feitas a partir de derivados de fontes renováveis têm recebido atenção dos cientistas nos últimos anos. Se-

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gundo a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o País impedia a sua distribuição nas substâncias sintétiocupa o quarto lugar no ranking dos produtores de cas da matriz principal (o poliestireno).” celulose de todos os tipos e o primeiro produtor A celulose, por sua afinidade com água, mundial de celulose de eucalipto. Dessa forma, as não se misturava à resina (matriz sintética). Isso fibras de celulose vêm sendo estudadas como po- levava à separação entre os componentes no motencial material para substituição das fibras conven- mento de prepararão do compósito final. “O procionais. blema era ainda maior quando a celulose era utiDevido à importância comercial do poliesti- lizada de forma seca, o que tornava praticamente reno (resina do grupo dos termoplásticos) e por ele impossível a manipulação dos materiais”, relata o ter origem em fontes finitas da natureza (petróleo), pesquisador. a substância foi o foco A solução condas pesquisas do Deparsistiu no desenvolvi“Encontrar uma forma de utilizar tamento de Engenharia mento de um novo métanto a polpa como as nanofibras de de Materiais da EESC. todo para a “preparação Sob orientação do prodos materiais compósicelulose para produzir compósitos fessor Antonio José Félix tos baseado em um procom plásticos sintéticos, substituindo de Carvalho, pesquisacesso de coprecipitação fibras de vidro e outras, menos susdores adicionaram fibras (separação das substântentáveis. Uma nova oportunidade e nanofibras de celulose cias sólidas do líquido)”. para a cadeira produtiva da madeira.” no poliestireno para saO objetivo era impedir a ber o que resultava dessa aglomeração e garantir composição. uma boa dispersão das fibras na matriz polimérica Embora a ideia fosse promissora, por se para se obter no final um material homogêneo e tratar de um produto biodegradável, e se soubesse com propriedades mecânicas superiores aos proque as propriedades mecânicas da celulose a tor- dutos convencionais já existentes no mercado. nam tão rígida quanto o próprio aço, a proposta Uma vez resolvida a questão que inviabinão era tão simples assim. Segundo Carvalho, o lizava o emprego das fibras celulósicas, o trabalho problema residia em como dispersar as fibras nos de pesquisa resultou em um compósito com protermoplásticos de poliestireno e acrílico, uma vez priedades mecânicas bastante melhoradas, compaque as fibras de polpas celulósicas ou nanofibras ráveis a outros compósitos produzidos a partir de de celulose tendem a formar aglomerados, o que fibras sintéticas. •


Poliestireno e polimetacrilato de metila O poliestireno é uma resina do grupo dos termoplásticos que tem como característica principal a flexibilidade sob a ação do calor. Não é biodegradável e demora cerca de 100 anos para se decompor na natureza. O material é produzido a partir de fibra de vidro ou de carbono. É matéria-prima para

fabricação de diversos produtos: embalagens, copos descartáveis, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, brinquedos, componentes e peças da indústria naval, automobilística e construção civil. O polimetacrilato de metila é um tipo de acrílico. É transparente, rígido e de fácil polimento. Substitui materiais como vidro, madeira e metais leves. • Por Ivanir Ferreira – Jornalista Jornal da USP, com adaptações Madeira Total

O professor Antonio José Felix de Carvalho orientou os seguintes trabalhos relacionados à produção de compósitos: Preparação de compósitos de Polpa celulósica de eucalipto e poliestireno e seu processamento por extrusão de autoria de Caique Casale e Eliane Trovatti e Preparação de placas rígidas de polpa celulósica e de nanofibras de celulose com polímeros acrílicos, de Emanoele Maria Santos Chiromito. A patente recebeu o registro de número BR1020162954 do Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

Foto: Arquivo Pessoal

Compósitos Os materiais compósitos estão presentes na natureza, no corpo humano ou em qualquer outro lugar. São produzidos a partir da junção de dois ou mais materiais distintos, que combinados resultam em um produto com propriedades de melhor qualidade do que os materiais de partida. A ciência inova criando compósitos sob medida para atender à demanda de fabricação de determinados produtos que substituem os materiais convencionais (aço, ferro, alumínio), que possuem aplicações limitadas. Os compósitos produzidos em laboratório possuem características singulares e mais satisfatórias: leveza, resistência mecânica e tolerância a mudanças de temperaturas e ao contato de compostos químicos e água.

Antonio José Félix de Carvalho: novos materiais podem ser empregados em vários setores da indústria automobilística, construção civil e de componentes eletrônicos.

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NOSSA CAPA

METALÚRGICA TURBINA: 45 ANOS DE TRADIÇÃO, ALIADOS À INOVAÇÃO Empreendedorismo, inovação e garra. Nascida na cidade de Gaspar, região do Vale Europeu em Santa Catarina, a Metalúrgica Turbina tornou-se referência de inovação em soluções para a indústria de transformação madeireira. Agora, o desafio é adequar estas inovações as novas demandas do mercado Suas atividades começaram exatamente há 45 anos. Em 27 de abril, ainda sob o governo do então presidente do Brasil, Emílio Garrastazu Médici, que ficou conhecido como o período em que se registraram os maiores índices de desenvolvimento e crescimento econômico do País, foi dado o start da produção da empresa. Nestas mais de quatro décadas, foram enfrentadas muitas crises econômicas também, mas a determinação e desempenho das mãos fortes dos administradores por inovar buscaram-se produtos para o setor madeireiro, mantendo a “Turbina” sempre à frente do seu tempo. Com o aumento da população mundial, grandes empresas tornaram-se players para atender a demanda. Com uma gama gigantesca de produtos derivados da madeira atualmente, este setor continua sendo um dos mais promissores de qualquer PIB. Assim, acompanhando o mercado mundial, rompem-se as fronteiras brasileiras e inicia-se nos anos 70, às ações de venda de equipamentos em outros países sul americanos: Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Peru entre outros. Países do continente africano também tornara-se destino destes robustos equipamentos. As demandas instaladas no cotidiano fabril, pesquisas, testes e processos, apontaram soluções de corte da madeira, aproveitamento, rendimento e otimização do tempo, que transformaram a visão de empresários que antes acreditavam que na indústria da madeira ainda não havia tecnologia e inteligência de produção. As inovações possibilitaram novos processos de corte e layouts que trazem melhor rendimento e aproveitamento – melhor relação custo e benefício, com aumento considerável da produção e queda nos custos.

Carro Transportador Pneumático Inclinado com virador de toras 14

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Um bom exemplo citado, é o Carro Transportador Pneumático Inclinado com virador de toras: É a inovação apresentada recentemente que traz mais agilidade para segurar as toras e realizar o giro. Tendo ganho de tempo e qualidade da madeira serrada. Marca consolidada, fabrica equipamentos duráveis. São projetos com classificação para pátio de tora, fazendo o corte no comprimento e classificando em box, que otimizam a linha de produção das serrarias - classificando a madeira e gradeando para secagem em estufa ou ao tempo. Toda madeira em pacotes, que será classificada, pode ser feita com uma linha completa ou parcial, conforme ne-

cessidade. Sendo o desgradeador das tábuas, para classificar e posteriormente destopar ou gradear novamente. Além de desenvolver projetos especiais para trabalhar espécies como o pinus, eucalipto, teca e madeiras tropicais, o portfólio confere: • Serrarias completas • Classificador de toras com sabre • Gradeadores e desgradeadores • Sistemas de classificação • Automação • Finger Joint • Serra-fita geminada • Tandem (com sistema de carro transportador inclinado com virador de toras) •

Serraria completa

Classificador de toras


Fotos: Divulgação

Serraria completa

“Temos clientes que adquiriram nossos equipamentos há mais de 40 anos e os mantém em funcionamento e em plena capacidade produtiva.”, explica Sigmar Sá – Diretor Executivo da Metalúrgica Turbina. Desgradeador

Refiladeira

Com o déficit habitacional no Brasil; o aumento da população mundial, novas frentes de negócios e pesquisas que envolvem a madeira e seus derivados, a empresa estuda projetos e expansão nacional e internacional. Os interesses da cadeia produtiva da madeira devem ser atendidos: equipamentos inteligentes com layouts conectados, que diminuem os custos e oferecem excelente qualidade de corte e aproveitamento já fazem parte dos desejos de consumo dos empresários, e nisto a Metalúrgica Turbina é especialista. Ainda há muito para crescer. A Metalúrgica Turbina é uma das mais importantes empresas fabricantes de máquinas e equipamentos para madeira. Atende grandes, médias e pequenas empresas conforme a expectativa de produção e demanda mercadológica. Acredita na recuperação da economia brasileira, e na força do trabalho. Posiciona-se como uma das poucas empresas tradicionais que resistiu às intempéries políticas e econômicas nacionais e internacionais, fiel aos seus valores e objetivos. Metalúrgica Turbina, uma brasileira, ganhando o mundo – escolhida entre as melhores fornecedoras de equipamentos do setor. •

Gradeadores e desgradeadores www.madeiratotal.com.br

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SILVICULTURA

OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS PARA SILVICULTURA Mais de 200 pessoas, principalmente pequenos e médios produtores rurais, participaram no último dia 30 de agosto, na Câmara de Vereadores de Itamaraju-Bahia, do encontro ‘Oportunidades de negócios na cadeia produtiva da silvicultura (bens madeireiros e não-madeireiros) e seus benefícios para a região’. O evento, promovido pelo Programa Ambiente Florestal Sustentável (PAFS) - uma iniciativa da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) com a ADAB – contou com a parceria do Sindicato Rural de Itamaraju e apoio da Câmara de Vereadores e da Prefeitura de Itamaraju. O encontro teve início com a abertura do presidente da Câmara de Vereadores, Francisco Chagas, seguido pelo discurso do presidente do Sindicato Rural, Everaldo Melo que reforçou a importância do debate para a cidade. “Itamaraju carece de alternativas sustentáveis e acredito que a silvicultura pode ser mais uma opção de desenvolvimento, visto que nossa atividade agrícola é bastante diversificada e nossas condições edafoclimáticas são as melhores para o cultivo de florestas”, reforçou. Seguindo a programação, foram realizadas quatro palestras: ‘Apresentação sobre o Setor Florestal na Bahia e Brasil’, por Wilson Andrade (Diretor Executivo da ABAF); ‘Programa Ambiente Florestal Sustentável’, por Paulo Andrade (Coordenador do programa); ‘Aspectos Sociais, Econômicos e Ambientais das Plantações Florestais’, por Sebastião Valverde (Universidade Federal de Viçosa) e ‘Regularização e Licenciamento Ambiental’, por Leandro Mosello Lima (Consultor Jurídico). Posteriormente, todos os participantes foram convidados a debater os temas. Durante o evento, 98 pessoas responderam a um questionário sobre diversificação da produção rural e a silvicultura, entre outros assuntos. Desses 92% acreditam na diversificação de atividade nas propriedades rurais; 78% gostariam de ter uma renda adicional; 67% disseram que o eucalipto poderia ser uma opção. O produtor rural Guido Carimã, presente no evento, informou ser favorável à silvicultura. “Temos áreas à vontade para plantar. Áreas que não dá capim, não dá nada. É plantar eucalipto que dá e ainda gera emprego. Além disso, eucalipto ajuda a conservar as florestas que existem; e não seca as nascentes. É planta, é árvore!”, disse. O produtor Laércio Gomes Correia declarou que este tipo de debate promovido é muito importante porque sempre que se fala em algo novo, o natural é as pessoas terem medo. “As palestras de 16

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hoje nos ajudaram a entender mais o assunto. O eucalipto é mais uma alternativa de negócio para incrementar as propriedades rurais dos produtores”, informou. O ambientalista conhecedor da região, João Esteves, concordou que toda e qualquer discussão é viável. “Não podemos desprezar que novas culturas venham a incrementar a economia, não só da cidade, como da região. O eucalipto, como as demais culturas, é uma boa oportunidade que deve ser estudada com critérios definidos”, disse. De acordo com Wilson Andrade, o encontro foi muito positivo porque abre a oportunidade de trazer mais conhecimento sobre o setor e suas vantagens. “A Bahia ainda não produz (e processa) a madeira plantada suficiente no estado e muito disso se dá pela falta de conhecimento sobre o setor. Trabalhamos, inclusive, para a inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores de madeira para uso múltiplo, visando o atendimento da demanda por móveis, peças e partes de madeira na Bahia - hoje atendida, na sua maior parte, por outros estados brasileiros. Em resumo, a atividade adicional com plantio de eucalipto aumenta a renda do produtor, reduzindo o risco de concentração em uma só cultura e, no município gera renda, emprego, impostos e demanda por produtos e serviços”, explicou. O professor Sebastião Valverde acrescentou que as atividades florestais não são competitivas em relação a outras culturas já existentes. “As florestas plantadas vêm para somar, a complementar as atividades de uma região, ocupando áreas que estão social e ambientalmente não correspon-

Foto Ilustrativa: Madeira Total

dendo aos anseios da sociedade”, declarou. Florestas plantadas - O setor, além dos aspectos econômicos, gera impacto positivo no que diz respeito ao meio ambiente, compromisso social e qualidade de vida. Árvores plantadas são cultivadas atendendo a planos de manejo sustentável que tem como objetivo reduzir os impactos ambientais e promover o desenvolvimento econômico e social das comunidades vizinhas. Plantadas para evitar a pressão e degradação de ecossistemas naturais, as florestas contribuem ainda para o fornecimento de biomassa florestal, lenha e carvão de origem vegetal. Os plantios de árvores desempenham importante papel na prestação de serviços ambientais: evitam o desmatamento de habitats naturais, protegendo assim a biodiversidade; preservam o solo e as nascentes de rios; recuperam áreas degradadas; são fontes de energia renovável e contribuem para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa por serem estoques naturais de carbono. O Programa - O PAFS é um programa coordenado pela ABAF em parceria com a ADAB e vem trabalhando temas relativos à educação ambiental em comunidades rurais, como: Uso Múltiplo da Floresta Plantada; Regulamentação Ambiental das Propriedades Rurais (Código Florestal/ CAR/ Cefir); Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF)/Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC); Preservação dos Recursos Hídricos; Prevenção e Controle de Incêndios Florestais; Controle de Gado nas Áreas de Preservação; Combate ao Carvão Ilegal e Programa Fitossanitário de Controle de Pragas. O resultado tem sido muito positivo graças às parcerias feitas com o Governo do Estado, através da Seagri e ADAB; Sindicados Rurais da FAEB/Senar; e Prefeituras, através de suas secretarias de agricultura e meio ambiente. “Acreditamos que a responsabilidade de uma produção rural sustentável tem que ser de todos nós”, acrescenta Andrade. O PAFS conta com uma equipe de engenheiros (agrônomos e florestais) que vem trabalhando com uma estrutura formada por veículos, equipamentos audiovisuais, campanha publicitária e material informativo. Após intenso trabalho em cerca de 1 ano, o PAFS percorreu mais de 103 mil quilômetros, realizou cerca de 114 treinamentos em aproximadamente 100 comunidades, instruindo cerca de 4 mil produtores rurais de frutas, eucalipto, café, entre outras culturas, da região. • Por Yara Vasku com adaptações Madeira Total


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INTERNACIONAL

COMPANHIA ADOTA CONCEITO DE INOVAÇÃO ABERTA PARA PARCERIAS COM STARTUPS, UNIVERSIDADES E CENTROS DE PESQUISA

Foto: @jcomp

O Desafio Fibria é realizado em parceria com o movimento 100 Open Startups, plataforma internacional que conecta startups a grandes empresas e fundos de investimento

Ao se inscrever no Desafio Fibria, é preciso fornecer uma série de conteúdos e informações que serão analisados pelos executivos da empresa conectados às startups pelo processo de matchmaking online, em que é feita uma primeira avaliação levando em consideração os requisitos determinados pela companhia. As propostas que se destacarem serão convidadas a apresentar para a banca de avaliadores, composta por executivos da Fibria e convidados, para identificar os parceiros para o potencial desenvolvimento de projetos pilotos e/ou parcerias. Esses projetos poderão se transformar em oportunidades para contratos com a Fibria, na forma de prestação de serviços ou aquisição de produtos inovadores, de acordo com o nível de maturidade e consistência tanto da startup quanto da solução apresentada. As inscrições estão abertas até 6 de no18

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vembro no site https://openstartups.induct.no/ public/pages/fibria e envolvem nesta fase dois temas de pesquisas na área florestal.

sociados, preferencialmente realizadas direto no viveiro e campo, trazendo ganhos em velocidade e simplificando etapas.

O primeiro desafio - “Tecnologias de caracterização não destrutiva e rápida de árvores individuais” - busca ferramentas e tecnologias para dinamizar a avaliação de diferentes características de árvores individuais no campo, tais como densidade básica, propriedades químicas e morfológicas da madeira, além de aspectos fitossanitários e fisiológicos associados ao crescimento.

Sobre o Movimento 100 Open Startups O 100 Open Startups é a principal plataforma de conexão entre startups e grandes empresas, focada em gerar oportunidades de negócio. Atualmente o movimento reúne cerca de 420 grandes empresas e 3.400 executivos que colaboram na categorização das propostas cadastradas. Como parte do processo, os Demodays completam o ciclo de avaliações com o olhar da Rede de Investidores que são compiladas na plataforma e utilizadas na definição das 100 startups mais atraentes do ano publicadas anualmente no Ranking 100 Open Startups Brasil. •

O segundo desafio - “Genotipagem instantânea para certificação de clones de eucalipto” - busca inovações em soluções mais simples e imediatas de análise de DNA ou mecanismos as-


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ARTIGO DE OPINIÃO

O FUTURO DA MADEIRA SERRADA DE EUCALIPTO E A FALTA DE PESQUISA Por Manoel Francisco Moreira – Consultor Florestal parar os clones dessa raridade preciosa não descobri, infelizmente, pois os clones conhecidos hoje de E. urograndis, não têm o mesmo comportamento. Quando se investiga quais instituições estão trabalhando em cima do assunto, encontramos apenas alguns abnegados, porém incipientes, que insistem em lutar contra a falta de dinheiro para financiamento das pesquisas. Assim na UFPR alguns alunos da pós graduação estão desenvolvendo trabalhos de melhoramento genético com vistas a madeira mecanicamente processada. Na UFV (Universidade Federal de Viçosa), o Prof. Vinicius Resende de Castro, bem que gostaria de desenvolver pesquisas na área porém, em função da falta de recursos, pesquisa sobre carvão, pois essa indústria financia algumas atividades e ações. Onde encontramos alguma pesquisa mais efetiva foi na ESALQ-USP, onde o Prof. José Nivaldo Garcia, desenvolve trabalhos nas áreas de: • cálculo da árvore como estrutura complexa; • melhoramento dos eucaliptos para produção de madeira serrada; • manejo florestal para toras grossas; • técnicas de desdobro para minimização dos efeitos das tensões de crescimento; • qualificação física e mecânica da madeira serrada; • vigas laminadas coladas; • grandes estruturas de madeira; • aplicações ambientais dos resíduos de serrarias e de indústrias de estruturas de madeireira. Recentemente, na área de genética encontrei em uma palestra online da Engenheira Florestal

Gabriela Bassa, a afirmação de que a Arborgen já identificou alguns clones mais adequados para trabalhar a madeira serrada. Isto posto, fica a pergunta: para onde vai a indústria de madeira sólida de eucalipto no Brasil? Vamos perder para o nosso vizinho Uruguay, mais desenvolvido na área do que nós. Tenho certeza que os leitores estão pensando em vários pontos que contribuem com essa situação. Creio, felizmente como mais alguns, que o futuro do eucalipto é certo, na medida que será a nossa madeira dura disponível nos próximos anos, assim que o Brasil (leia-se Governo) entender que o papel da Amazônia é muito maior que simples fornecedor de toras. Assisti com grande entusiasmo outra recente palestra, no início deste mês de setembro, um empresário de Goiás, proprietário de plantações de eucalipto que resolveu industrializá-los e hoje, comercializa madeira serrada para o Norte e o Nordeste, além do exterior. Para região Norte, atua no fluxo contrário das madeiras amazônicas, numa prova que na adversidade, quem tem persistência e criatividade tem sucesso. A indústria de madeira mecanicamente processada de eucalipto, precisa reverter, também através de suas associações, esse quadro de incipiente pesquisa na área. Insisto, o eucalipto será a madeira dura do futuro próximo, por todos os motivos que conhecemos. A iniciativa tem que ser da iniciativa privada, pois do nosso governo financeiramente quebrado pouco ou nada podemos esperar. Espero, sinceramente, que depois deste artigo, possam surgir pessoas me contradizendo que já existem pesquisas aqui ou acolá. Pobre o país cujas pesquisas estão “na bacia das almas”. •

Fotos: Madeira Total | Ilustração África: @freepik

Na década de 90, fui enviado à África do Sul para observar como os sul-africanos conseguiam fazer casas, janelas, portas e móveis com uma madeira que usávamos para celulose, lenha e carvão, basicamente. Encontrei naquele país, que à época era nosso horizonte florestal, além de pujante indústria de madeira sólida, institutos de pesquisas estatais e privados, preocupados com o melhoramento genético das madeiras destinadas àquele uso. De lá para os dias atuais, demos um salto na utilização do eucalipto como fonte de madeira sólida, porém, muito longe dos níveis da África do Sul, ainda. De maneira geral, a indústria se queixa da desuniformidade da madeira, especialmente no que se refere a densidade, coloração e índice de rachaduras e outros. Enquanto a indústria de celulose, graças ao seu gigantismo, desfruta hoje do state-of-art da pesquisa, chegando ao luxo de discutir espessura da parede das células ou diâmetro do lúmen, a indústria de madeira sólida convive com as “sobras” eventuais dessas pesquisas, que diga-se de passagem, foram em sua maioria esmagadora financiadas pelas celuloses. O Eng. Florestal José Valmir Calori foi um dos últimos pesquisadores dessa área, financiada pela indústria. Tenho um exemplo interessante disso que foi uma área expressiva plantada no Sul da Bahia pela antiga Aracruz Celulose: os pesquisadores Dr. Edgar Campinhos Jr., e Dra. Yara Ykemori, desenvolveram um híbrido a partir de Eucalyptus grandis x E. urophilla que resultou em magníficas árvores: densidade, coloração e, principalmente, rachaduras zero. Esse povoamento supriu por alguns anos a fábrica da Lyptus, de reconhecida qualidade quanto aos produtos de madeira produzidos. Onde foram

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FLORESTAL

SUPERANDO METAS DA PRODUTIVIDADE, ECONOMIA E ERGONOMIA Um dos pilares da produtividade é a economia, no entanto existem incontáveis desafios no dia a dia das florestas plantadas que só podem ser superadas com tecnologia e qualidade, acima de tudo Ao longo da história do setor florestal no Brasil e no mundo, sempre nos deparamos com a tecnologia. Frutos destes investimentos são colhidos e belas histórias de crescimento, evolução e expansão são registradas em números. Contudo, o que muitas vezes não podemos ver, é o trabalho por trás destas medalhas: estudos, aperfeiçoamento, desenvolvimento, treinamentos, disciplina e responsabilidade. Estes requisitos são fundamentais para que se deem passos largos na competitividade e qualidade. De maneira generalista podemos resumir: tudo começa no laboratório, passa pela floresta, indústrias até transformar-se definitivamente e chegar nas mãos das pessoas. É esta usabilidade que permeia as ações da tradicional fabricante finlandesa do harvester PONSSE Ergo pelo mundo todo. Atendendo os mais variados perfis e portes das empresas, este harvester é mais versátil do que se imagina: selecionando o número de rodas, o tipo de grua e o cabeçote, pode-se atuar nos ambientes mais extremos e em diferentes condições. O eficiente motor Mercedes-Benz e o sistema hidráulico com circuito duplo (uma bomba dedicada para grua e outra para o cabeçote), garantem que o desempenho do Ergo seja imbatível em sua classe. A ergonomia da cabine, a facilidade de manutenção e a estrutura resistente da máquina, bem como o melhor atendimento ao cliente do mercado, asseguram o rendimento do PONSSE Ergo ano após ano.

Monitoramento satelital em tempo real Maior espaço interno e área envidraçada entre fabricantes.

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UMA FLORESTA SEM SEGREDOS Novas metas produtivas, de economia e ergonomia são registrados diariamente. Todas as tecnologias ofertadas tornam viáveis a acessibilidade em tempo real: velocidade, produtividade, consumo, tempo de atividade e resultados ao final do período, mesmo nas regiões mais remotas do Brasil, revelando os segredos das florestas plantadas, mesmo à distância. •

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Foto: Divulgação

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O PODER DA ESTRATÉGIA PARA SUPERAR DESAFIOS FLORESTAIS: PONSSE ERGO

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FOREST GAMES

Foto: @jcomp

CRUZADINHA FLORESTAL

1 - Com uma área de 7,84 milhões de hectares de reflorestamento, o setor brasileiro de árvores plantadas é responsável por 91% de toda a madeira produzida para fins industriais e 6,2% do PIB Industrial no País e, também, é um dos segmentos com maior potencial de contribuição para a construção de uma economia verde. 2 - Projeções mais recentes indicam que a população mundial deve atingir 9,1 bilhões de pessoas até 2050, impulsionando a demanda por commodities e bioenergia. Para atender esse volume crescente – em um cenário de baixo carbono, energias renováveis e desmatamento líquido zero –, serão necessários 250 milhões de hectares adicionais de florestas plantadas no mundo. 3 - Com a utilização das mais avançadas técnicas de manejo sustentável, as florestas plantadas ocupam 7,84 milhões de hectares e representam menos de 1% do território nacional, mas são responsáveis por mais de 90% de toda a madeira utilizada para fins produtivos.

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M A D E I R A T O T

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A L RESPOSTAS: 1 - ECONOMIA, 2 - CARBONO, 3 - MADEIRA, 4 - EUCALIPTO, 5 - BIOENERGIA, 6 - REFLORESTAMENTO, 7 - SANTACATARINA, 8 - HECTARES, 9 - COMMODITIES, 10 - FLORESTAS-PLANTADAS, 11 - MANEJO, 12 - SUSTENTÁVEL.

O futuro do mundo em que vivemos está nas mãos das novas gerações. Pessoas conectadas por redes e sinais. São tecnológicos, buscam novas experiências através de estatísticas. Aliás, já compõe estas estatísticas. Compram e vendem sem sair de seus sofás. E sobre o que será do setor florestal? Nos resta por enquanto analisar os dados. Quem viver, verá!

4 - Os plantios de eucalipto ocupam 5,7 milhões de hectares da área de árvores plantadas do País e estão localizados, principalmente, em Minas Gerais (24%), em São Paulo (17%) e no Mato Grosso do Sul (15%).

5 - Os plantios de pinus ocupam 1,6 milhão de hectares e concentram-se principalmente no Paraná (42%) e em Santa Catarina (34%). • Informações: IBA Relatório Anual 2017


FEIRAS & EVENTOS

SETOR FLORESTAL: EVENTO DE NEGÓCIOS & INOVAÇÃO ABRE INSCRIÇÕES O Florestal Tech acontece em Cuiabá (MT) nos dias 18, 19 e 20 de outubro O 1º Florestal Tech reunirá representantes do setor florestal de Mato Grosso e delegações de várias partes do país e do mundo para realizar negócios, discutir o cenário econômico, as tendências, oportunidade e novas tecnologias do setor. O evento contará ainda com rodadas de negócios entre empresas e compradores visando o mercado interno e externo. Um dos temas principais dos debates será o uso da madeira na construção civil, nicho defendido pelo Cipem como o futuro do setor florestal no estado, já que é crescente a demanda do mercado por tecnologias ambientalmente sustentáveis. Nesse sentido, serão realizados painéis e mesas redondas sobre as tecnologias Woodframe e Madeira Laminada Colada, processos construtivos baseados na madeira que tem ganhado espaço no mercado internacional e já começa a ser implantado no Brasil. Outra atração é a Mostra da Arquitetura da Madeira para o Século XXI, com a curadoria do arquiteto Marcelo Aflalo, que apresentará maquetes e projetos de construções em madeira existentes no Brasil e no mundo e discutirá seus benefícios e especificidades. O Cipem lançará ainda um catálogo, que apresenta por meio de recursos interativos as principais madeiras nativas comercializadas pelo setor florestal, informações técnicas sobre elas e seus potenciais usos e aplicações.

O evento é promovido pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e Governo do Estado de Mato Grosso por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento econômico (Sedec) e será realizado no Centro de Evento do Pantanal. O 1º Florestal Tech conta ainda com o apoio do Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal (FNBF), Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT) e da organização não governamental WWF-Brasil. As inscrições para o 1º Florestal Tech, evento de negócios florestais que acontece em Cuiabá nos dias 18, 19 e 20 de outubro, foram abertas nesta segunda-feira (18.09). Para se inscrever, os interessados devem preencher um formulário online, e no ato do credenciamento, entregar um quilo de alimento não perecível. Os alimentos arrecadados serão doados pelos organizadores do evento para instituições de caridade. RODADAS DE NEGÓCIOS & DEBATES “O debate sobre o uso da madeira nativa como matéria-prima da construção civil, fomenta a inovação, aproximando o mercado do futuro e as

exigências crescentes da sociedade por tecnologias verdes. Uma participação ampla do público, envolvendo profissionais nesta discussão”, explicou o presidente do Cipem, Rafael Mason.

Para as empresas associadas aos sindicatos que fazem parte do Cipem as inscrições devem ser realizadas diretamente nos seus sindicatos. As empresas não sindicalizadas também podem participar, basta se inscrever através dos sindicatos da região, mediante pagamento de taxa de R$600,00. Representantes de empresas interessadas em participar da rodada de negócios devem entrar em contato com o Cipem pelo telefone (65) 36443666 e realizar cadastro. Para mais informações (65) 3644-3666 | www.cipem.org.br •

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NOTINHA

MÁQUINA FLORESTAL 2144G DA JOHN DEERE É LANÇADA DURANTE A LIGNUM BRASIL A máquina florestal 2144G da tradicional John Deere foi concebida para atuar de acordo com as condições das florestas brasileiras, voltada para operações como harvester, processador, garra traçadora e carregadora florestal. Conta ainda com as certificações ROPS/FOPS/OPS e com o sistema de monitoramento JDLink™. Fortalecendo ainda mais a marca e o compromisso da John Deere com o setor florestal brasileiro, a empresa participa da Lignum Brasil - Feira de Transformação, Beneficiamento, Preservação, Energia, Biomassa e Uso da Madeira, evento que acontece de 20 a 22 de setembro, em Curitiba (PR). Na feira, a companhia além de apresentar a máquina regionalmente, destaca sua estrutura de Pós-Vendas voltada aos clientes do Sul. Recentemente, a John Deere inaugurou duas filiais na região: em Porto Alegre (RS) e em Lages (SC), que se juntaram à unidade de Telêmaco Borba (PR). As inaugurações reforçaram a importância da rede de filiais no Sul e estão estrategicamente localizadas para oferecer fácil acesso para clientes e prestadores de serviços. •

Foto: Divulgação

Agende-se 50° CONGRESSO INTERNACIONAL DE CELULOSE E PAPEL Local: Hotel Unique – São Paulo - SP Data: 23 a 25 de Outubro 2018 NACIONAIS XVI EBRAMEM + III CLEM Encontro Brasileiro em Madeiras e em Estruturas de Madeira + Congresso Latino-americano de Estruturas de Madeira Local: São Carlos - SP Data: 26 a 28 março

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FEICON Local: São Paulo Data: 10 a 13 de abril

CIBIO Local: Curitiba - PR Data: 4 a 6 de setembro

EXPOFOREST Local: São Paulo - SP Data: 11 a 13 de abril

FÓRUM SUSTENTABILIDADE & GOVERNANÇA Local: Curitiba - PR Data: 21 e 22 de agosto

CONSTRUSUL Local: FIERGS – Porto Alegre - RS Data: 01 a 04 de agosto

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