Projeto
Poemínimos
Quintais André Soltau
Ilustrações: Vitor Soltau
Ideias que Cabem no seu mundo
Na casa de minha infância havia um mágico quintal com frutas, parreira de uvas, mesa de pedra e misteriosos recantos que desbravava na companhia de seres imaginários e de meu gato Serelepe. Quintal com roupas coloridas voando em varais e cercas sempre quebradas para novos territórios de fugas. Os textos curtos estão imersos na memórias desse quintal. Não Haicais – creio não ser capaz da métrica exigente mas Quintais pequenos e ricos em multivariados universos de menino. Que seu voo permita o pouso em alguma palavra efêmera ou para uma conversas com seres mágicos. André Soltau
Verão 2015
Tarde e vento Mar nervoso Sorte do velho livro
Infância tinha vento Cantava no fio Dança o cabelo arrepiado
Sorri brilhante
Menino em pés descalços Serena é tua iluminação
Curvas contidas Versos enfim Rimas caretas Amores sem fim
Da palavra rude O silêncio gritou No coração tranquilo
PĂĄssaro sonoro Folha amarela Universo no pequeno grĂŁo
SabiĂĄ cantarola Cortina Ă bailar sol e poesia.
Velho relógio Finita horas Despertará enfim?
O caminho? Além das cercas em mim Fluxos sem fixos
Cuidadoso jardineiro Paciente, espera A oferenda do gr達o
O amarelo retrato Memórias sem cor Mãos rugas silêncio anéis
Os dias estão quietos Espinha impõem-se ereta Palavras espraiam-se ao sol
Em manhĂŁs A mente quieta Pereniza um dia sem sol
Noite alta Laranjeira vestiu-se de noiva Estrelas decoram seu vĂŠu.
Daquele que nasce Ao silĂŞncio rompido Mil coisas pintam as horas
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