Solto#87

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SURF//EXTRA

MORRO DOIS IRMテグS- NORONHA


Fernanda Marcelino

no peito e na raça TEXTO: LETÍCIA KAPPER

HENRIQUE PISTILLI DIFUNDE O BODYSURFING NO BRASIL E NO MUNDO ATRAVÉS DO PROGRAMA DO QUAL É APRESENTADOR NO CANAL OFF.


“A cada 100 surfistas, dois ou três são bodysurfers. É uma tribo que é difícil de encontrar, mas sempre está lá”. A afirmação é de Henrique Pistilli, 36 anos, que desde janeiro de 2014 se tornou o defensor do surfe de peito com maior visibilidade no Brasil. O carioca, que morou durante 10 anos em Floripa e agora vive em Fernando de Noronha (PE), é apresentador da série Homem Peixe, do Canal Off. Nos últimos anos, viajando com a equipe do programa, tem desbravado ondas em todo mundo, inclusive aquelas que estão na lista das nunca encaradas por bodysurfers. O surfe de peito é uma modalidade na qual o único acessório necessário é o pé de pato. Ou seja, sem prancha. O que desliza nas pequenas, médias e grandes ondas é o corpo do surfista. Quem nunca pegou um jacaré? Pois é...é por aí. Mas o que para muitos é brincadeira de criança vem sendo cada vez mais difundido como esporte.

No ano passado, esteve na Austrália. Tudo foi registrado e será exibido na segunda temporada da série Homem Peixe, do Canal Off. “São ondas grandes e pesadas. Marcaram muito a minha vida e me deixaram mais tranquilo para eu continuar praticando”, disse. E o esporte está crescendo mundo a fora. Pistilli conta que “está aumentando número de encontros, de praticantes, de cursos e de campeonatos”. E ele tem contribuído com isso. Além da série, que mostra o bodysurfing a partir do olhar de um atleta apaixonado pelo o que faz, o Homem-peixe dá cursos e workshops nos quais une suas experiências de coach e na água – o que inclui o bodysurfing. No site www.homempeixe.com.br tem mais informações sobre Seacoach e Waterman Experience – esse curso já aconteceu em

Fernando de Noronha e na Indonésia. Lá também pode ficar sabendo sobre Waterman Session, workshop que já aconteceu em várias capitais do país.

ONDA ROLA SURFE DE PEITO Rio de Janeiro é o berço do surfe de peito. Henrique Pistilli nasceu lá e foi inspirado pelo seu professor de polo aquático que surfava de peito no Havaí. É lá, segundo ele, que tem o maior número de praticantes. Em Floripa, Pistilli citou dois nomes do surfe de peito. Um deles é o Flávio Carneiro, que é seu preparador físico. Mas é fora do país que a modalidade é mais valorizada. “No Havaí e na Austrália são os lugares onde o surfe de peito está mais enraizado em todo o litoral. No Havaí porque é o berço, na Austrália porque tem uma cultura de praia muito forte. Lá, quem tá na praia tem muita habilidade na água. É impressionante”, afirma.

Gisella sá

Pistilli já desceu ondas de 6 a 7 metros de altura e, em 2014, surfou em Jaws, no Havaí, em ondas nunca encaradas por surfistas de

peito antes. Também dropou as ondas das conhecidas praias Waimea – considerada uma das mais perigosas do mundo - e Sunset, ambas no Havaí. Está na lista do bodysurfer, ainda, ondas da praia Teahupoo, na ilha do Taiti (Polinésia Francesa), surfada somente uma vez por surfistas de peito antes dele.

POINT PANIC, HAWAII


Marcelo Freire

LAGE DA CACIMBA, NORONHA

No Havaí, inclusive, tem uma onda chamada Point Panic, que só pode ser surfada de peito. “Lá tem uma placa que diz que só se pode surfar de peito, é uma lei local. E é incrível essa onda. Ela tem um metro, no máximo dois, mas é um tubo lento e uma onda longa, boa para fazer várias manobras”, conta Pistilli, que em 2014 passou por lá. Apesar de esses lugares terem mais tradição, não quer dizer que lá sejam os únicos picos bons para o esporte. “Toda onda boa para o surfe é boa para o bodysurfing”, enfatiza o mestre no assunto. Então no litoral do mundo inteiro há um playground para os bodysurfings, inclusive em Santa Catarina.

ENTREVISTA Inquieto, desbravador, consciente da sua função social, Henrique Pistilli tem muito a contribuir com o esporte e com o lugar onde vive. E ainda quer expandir seus horizontes e viajar para muitos lugares que ainda não vivenciou experiências no mar, como as ilhas da Polinésia. Radicado na paradisíaca Fernando de Noronha há sete anos, usa a Ilha para seus treinos e trabalho, mesmo que a internet lá seja “muito ruim”. Esse foi um dos motivos que o levou responder as perguntas para essa entrevista em duas partes, e sempre pela madrugada – a primeira leva chegou via Whats App por volta das 5h30. A segunda parte, entre 4h30 e 4h50 do dia seguinte. “Tem seus sacrifícios também”, disse.

Como é sua vida em Fernando de Noronha? Trabalho como empresário na Ilha com serviços de esporte e autoconhecimento, onde eu uno minha experiência de coach com a minha experiência na água. A rotina é de muito treino. Aqui em Noronha chove pouco. O vento na maioria das vezes é bom para o surfe. Tem onda boa de outubro, novembro até abril, maio. É um playground para quem quer estar na água, remar de canoa, fazer apneia, mergulho de cilindro, natação no mar, bodysurfing, rodar de bike. Eu misturo isso com a vida no Continente e os projetos, cursos, eventos e produções de vídeo. Aqui na ilha também dou alguns workshops, palestras, cursos para adolescentes. Fico mais ou menos um


mês aqui, um mês fora – Rio e São Paulo dando curso e pelo mundo treinando e gravando.

para as pessoas, para a comunidade, para os turistas. E sinto que tenho algo a oferecer.

Não acho que escolhi Noronha, acho que Noronha me escolheu. Toda ilha tem um pouco disso. A ilha que te escolhe. Aqui é o meu lugar, dentro da água, treinando, ajudando as pessoas, a comunidade, prestando serviço para os turistas. Aqui eu me sinto realmente pleno. Me vejo morando aqui durante muito tempo. E aqui só pode ficar se você tem um papel, uma contribuição

Hoje, no momento que estamos da humanidade, liberdade e amor são as duas coisas que temos oportunidade de viver, fazendo escolhas sempre em direção em quem a gente é, sem medo. Isso serve para que possamos realizar todo o nosso potencial no mundo e fazer isso não só por nós, pelo nosso projeto pessoal, mas pela missão de ajudar os outros, inspirar, dar o exemplo e

Sobre o bodysurfing..o que sente quando está pegando uma onda? Para mim, pegar uma onda de bodysurfing é como se fosse uma meditação dinâmica. Você precisa estar presente. Não pode estar pensando no passado, no futuro, precisa estar focado, concentrado e na medida em que você flui o teu corpo diz o que você

Fernando Cazaes

Porque escolheu Fernando de Noronha?

Falando em escolhas, o que pensa sobre elas?

apoiar quem precisa dar seu passo. E aí vem esse ponto do amor. Então escolhas com liberdade e amor nos guiam para sermos mais felizes na vida, na direção do que a gente é.

PIPELINE, HAWAII


precisa fazer. E aí e uma sensação de carinho com a onda, de integração. Você se sente um pegando toda a energia que ela traz do oceano, que ela vem navegando quilômetros e quilômetros para quebrar lá na beira. Essa sensação e indescritível.

E para praticar surfe, seja ele com prancha ou de peito, é preciso conhecer

Como você se prepara para enfrentar grandes ondas?

Marcelo Freire

O treino que eu faço é muito funcional, com bola, com alongamento, ioga, corrida, bicicleta, natação no mar, o próprio bodysurf. Water Polo é muito importante também. Fiz por muitos e muitos e muitos anos.

NORONHA







































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