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Escola Secundária do Castêlo da Maia Junho 2011

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Caríssimos leitores, O nosso obrigada a todos os que colaboraram na concretização desta edição da “Somos Revista”, desejamos sinceramente que o resultado final revele o empenho e o cuidado que todos imprimimos nesta segunda edição de 2011 e que continuemos sempre a merecer o vosso apoio e colaboração. Endereçamos um agradecimento especial à gráfica “Acesso” sem a qual não poderiamos apresentar este produto final, com a qualidade que todos merecemos.

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A equipa “SomosRevista”


e

l

ditoria

Impregnar o novo edifício escolar com o nosso carisma é o nosso grande desafio!

nunca me tinham passado pela cabeça; fiquei com a certeza de que, quando algo correr menos bem, a via do diálogo directo, sem interlocutores e sem a distorção de terceiros, é a melhor forma para o entendimento, para o esclarecimento, para o debate aberto, de ideias diferentes e convicções emergentes. Nós somos uma escola com pessoas extraordinárias; nós vamos ter um edifício fantástico! Foram precisos 20 anos para conseguirmos ter o nosso pavilhão gimnodesportivo, quase uma miragem para quem está nesta escola desde que ela foi inaugurada, e sempre a assistir a promessas goradas da sua construção. Agradecemos ao Parque Escolar a sensibilidade que teve ao ter percebido que sem o pavilhão nós ficaríamos sempre amputados e vazios daquilo que mais ansiávamos, daí o Desta vez a SomosRevista é temática, incidindo sobre a escola que fomos, que somos e o que vamos ser! A ideia surgiu do facto de vermos dia a dia o, ainda actual, edifício da nossa escola esbater-se, tendo já visto “desaparecer” o antigo bloco D e o bloco E, que já começa a moldar-se a uma nova imagem. É claro que o nosso sentimento se reveste de um misto de saudade e esperança! A primeira, porque tentamos, a todo o custo, recordar todos os bons momentos que estes espaços físicos trazem à nossa memória e principalmente toda a dinâmica que o auditório trouxe à nossa escola, com enfoque nos nossos alunos; de esperança, na medida em que o futuro nunca se constrói ignorando o passado, e isso permite-nos projectar no futuro uma escola em que o ambiente saudável entre colegas, funcionários, alunos e pais ainda continua a ser a nossa “imagem de marca”. Escrevo este editorial no dia em que acabei de escutar, um a um, cada digníssimo professor desta escola, com quem troquei alegrias, angústias e perplexidades. Com todos, sem qualquer excepção, aprendi sempre qualquer coisa, e acima de tudo a sentir o pulsar de cada um, esforçando-me por ver a escola com o olhar de cada um. Confesso que hesitei bastante antes de dar este passo, que penso ser inédito na organização escolar, por “temer” a reacção dos professores; mas, chegada ao fim, não tenho qualquer dúvida de que foi talvez, a melhor iniciativa que tive, nos já largos anos de experiência na direcção desta

nosso agradecimento público nesta revista temática, dedicada ao novo edifício. Para além de todos os espaços, que me abstenho de comentar pois a sua descrição faz parte integrante desta revista, deixo aqui uma nota de grande destaque e um sentido agradecimento à Câmara Municipal da Maia por ter cedido à escola o enorme terreno onde vai nascer o nosso invejável jardim! E porquê tudo isto agora? Simplesmente para vos dizer que o novo e espantoso edifício com que o arquitecto Carvalho Araújo nos brindou, só assumirá o seu pleno se nós, que cá trabalhamos, estudamos e confiamos para ter cá os nossos filhos, soubermos ocupar as novas instalações sem perder, um pouco que seja, do nosso “edifício humano”. O desafio que nos espera não é fácil pois trata-se de sermos nós a impregnar cada futuro espaço, cada esquina do novo edifício com a nossa dedicação, a nossa alma, o nosso carisma! Se não o fizermos, então todo este esforço e toda esta dispendiosa “nova roupagem” terá sido em vão! Nós temos orgulho no que Fomos; Não permitimos que ninguém interfira no que Somos; Nós recusamo-nos a deixar, quem quer que seja, a interferir no que Queremos continuar a Ser! Um bem haja a todos que cá trabalham e estudam e a quem tornou possível este novo e fantástico edifício escolar. Directora Paula Romão

escola. Foi um exercício deveras gratificante e enriquecedor, se bem que extenuante. Percebi, acima de tudo que, cada um à sua maneira, tem as suas razões, as suas motivações, e um sentir construído com base em percepções que, confesso, algumas

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u

e contec

O Navio-Escola Sagres no Castêlo da Maia Aventura, povos exóticos, costumes estranhos, naufrágios,

Paz, Amizade e

piratas… isto e muito mais foi o que os alunos que no passado dia

Comércio

30 de Março se deslocaram ao auditório da Junta de Freguesia

o nosso país e

de Santa Maria puderam “viver”. A convite da professora Rita

o Japão. Nesta

Gonçalves, o Comandante do navio-escola Sagres, Capitão-

paragem, gostámos especialmente de ouvir as histórias da

de-Fragata Pedro Proença Mendes, deslocou-se até ao Castêlo

princesa imperial Takamado e de saber que os portugueses,

para partilhar com os alunos da nossa escola alguns dos

e especialmente os seus narizes, são muito apreciados pelos

episódios vividos na viagem de circum-navegação que este

japoneses, que nos consideram um povo muito bonito!

navio realizou de 19 de Janeiro a 24 de Dezembro de 2010.

Após mais algumas paragens chegámos a Shangai (China),

Depois de apresentar o “seu” navio, o comandante descreveu

onde acompanhamos a guarnição à Expo 2010 e, em seguida,

os motivos que levaram à realização de tão longa viagem, não

aportámos a Macau (China), onde desembarcaram os cadetes

muito habitual num navio que se destina, essencialmente, à

que, entretanto, tinham terminado o seu treino de mar.

formação dos novos oficiais da marinha portuguesa. O Sagres é

E iniciámos a nossa viagem de regresso. Parámos na Indonésia,

uma barca com casco de aço que, para além da navegação

Tailândia, Malásia, Índia – mais especificamente em Goa -, Egipto

à vela, pode também navegar com a ajuda de propulsão

e Argélia. Atravessámos o Índico e, em especial a área do Golfo

mecânica. Para além de navio-escola, o Sagres é regularmente

de Aden, sem termos contacto com os piratas. Os últimos dias

utilizado como “embaixador” do nosso país e da marinha

foram terríveis! Ventos fortes e mar alteroso dificultaram a nossa

portuguesa.

viagem e fizeram atrasar um dia a chegada do navio a Lisboa.

Começou, depois, a aventura! Viajámos a bordo do Sagres até

Mas cá estamos, entre a massa humana e barcos de recreio

Salvador, no Brasil, e daí até Mar de Plata (Argentina), onde o

que nos vieram receber, na manhã de 24 de Dezembro…

Sagres integrou o Encontro “Velas Sudamerica 2010”. Soubemos

E muito mais haveria para contar mas o tempo previsto estava

que o Concordia, o navio canadiano que nos acompanhava

a chegar ao fim. Houve ainda tempo para oferecer algumas

desde o Brasil, tinha naufragado devido a uma terrível

lembranças ao comandante, entre as quais se salienta um

tempestade a que o nosso tinha escapado graças à perícia e

desenho do Sagres feito pela aluna Ana Pais, e para receber as

experiência dos nossos oficiais.

que o comandante gentilmente nos ofertou.

Daqui, continuámos a viajar para sul, contornámos o Cabo

Ficam a vontade e a promessa de visitar este navio e conhecer,

Horn e, depois de várias paragens, aportámos a São Diego

in loco, alguns dos espaços que pisámos e ocupámos ao longo

(EUA), para participar nas comemorações do Dia de Portugal

destes cerca de 90 minutos de “viagem”.

e receber os cadetes portugueses que farão a sua formação

Por fim, um agradecimento à Junta de Freguesia de Santa Maria,

habitual de três meses no mar.

na pessoa do seu presidente, Sr. Hamilton Prata, pela cedência

Rumámos a oeste e, depois de uma paragem na paradisíaca

do Auditório para esta actividade.

Honolulu, chegámos a Tóquio (Japão) para representar Portugal nas Cerimónias Comemorativas dos 150 anos do Tratado de

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entre

Professora Emília Cabral


Feira das Oportunidades FEIRA, (evento que tem lugar em local público, onde, em

da função. A evidência é as pré-inscrições recolhidas, de

dias e épocas fixas se expõem e vendem mercadorias. Pode

intencionalidades, nomeadamente para a frequência do curso

ser ainda uma exposição ou um parque de diversões.!!!) DAS

profissional de técnico de restauração variante de cozinha-

OPORTUNIDADES (no Marketing existe quando a empresa

pastelaria. Contamos ainda com a presença de turmas dos

pode lucrar ao atender às necessidades dos consumidores

cursos profissionais, a quem deixamos o nosso agradecimento,

de um determinado segmento. A simples concorrência não

expondo um pouco do seu trabalho, nomeadamente utilização

constitui uma vantagem competitiva, ou seja, a empresa de

de software em rede, coloração de flores utilizando corantes

melhor desempenho será aquela que gerar o maior valor para

alimentares, e processamento de manteiga. Contamos ainda

o cliente e que sustentar esse valor ao longo tempo.!!!) Como

com a presença de professores do departamento de línguas

vamos tendo alguma diversão na escola, acabamos por tentar expor e vender a nossa mercadoria, o bem mais valioso que contamos ter, espelhado na oferta educativa, o conhecimento, e as melhores metodologias, para o partilhar com sucesso. Só com a participação de todos foi possível manter, e perdoemme o parêntese pois adequado a uma feira o substantivo que apetece utilizar é barraca, talvez dito em Inglês “stand” já disfarçasse ou mesmo em Castelhano, “tienda” suavizasse e espelhasse melhor o espaço privilegiado que nos foi atribuído, bem equipado, e que, como dizia, permaneceu aberto ininterruptamente, das 14 às 23 horas dos dias 12, 13, 14 de Maio, no Parque Central da Maia. Só com o valoroso potencial humano característico na população escolar, foi possível

que, juntamente com alguns alunos, trouxeram a animação

superar o desafio, de coincidir nos dias 12 e 13 com outras

ao palco da Feira. Mais tarde, no stand, divulgaram a língua

actividades escolares. No cumprimento dos objectivos foi sendo

francesa e adoçaram a boca dos visitantes com uns crepes

disponibilizada informação aos visitantes, em vários suportes,

deliciosos.

papel, multimédia com projecção, e transmissão oral, onde

Resta agradecer a todos aqueles que com a sua presença e

os professores e/ou formadores conseguiram efectivamente

dinamismo contribuíram para o sucesso deste evento.

interagir com o público e passar a mensagem, revelando, cada um à sua medida, um excelente desempenho no cumprimento

Professores Eleutério Silva e Manuela Vale

Árvores e mais árvores Ainda os dias estavam frios e cinzentos quando o pavilhão A da nossa escola foi literalmente invadido por árvores e mais árvores de todas as cores e feitios! Eram o magnífico resultado dos trabalhos produzidos pelos alunos nas aulas de Educação Visual, com merecido destaque para os cartazes alusivos ao Dia Mundial da Árvore (elaborados por alunos do 8º ano) que, como todos nós sabemos, no hemisfério Norte, se comemora a 21 de Março em simultâneo com o Dia Mundial da Floresta e com a chegada da Primavera. Resta dizer que, numa era marcada por relevantes alterações climáticas e por inúmeras catástrofes naturais, esta exposição teve como objectivo alertar para a necessidade de proteger e preservar a natureza e, em particular, a “árvore” que é o pulmão de todos nós. Parabéns a todos os alunos pelo trabalho realizado!

Professoras de Educação Visual

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a

Participação dos alunos do 7 B, C e G da

eu c e t n o c

ESCM no RoboParty® Aitor Amorim, Ana Patrícia Dias, André Moutinho, Inês Fernandes, Inês Soares,

RoboParty®

Joana Santos, José Pedro Moreira, Maria Inês, Marta Gil, Miguel Garcia, Pedro Machado e Respectivos Encarregados de Educação.

O que é o RoboParty®? RoboParty® (http://www.roboparty.org/) é um evento pedagógico e lúdico que reúne equipas de quatro elementos (dos oito aos oitenta anos), que decorre no Complexo Desportivo da Universidade do Minho (Guimarães) durante 3 dias/2 noites com o objectivo de ensinar a construir robôs móveis autónomos, de uma forma simples e divertida, com a supervisão de tutores qualificados (estudantes universitários do Mestrado Integrado em Electrónica e Computadores). Inicialmente é leccionado um pequeno curso com os primeiros passos em electrónica, programação de robôs e construção mecânica. Depois, um kit robótico desenvolvido pela empresa SAR (Soluções de Automação e Robótica) e pela Universidade do Minho é fornecido a cada equipa para ser montado pelos participantes. O kit é entregue em peças (Figura 1) e os participantes têm que montar a parte mecânica (colocar rodas, motores, entre outros), montar a placa electrónica (soldar todos componentes, resistências, condensadores, diodos) e finalmente programar o robô (linguagem equivalente ao BASIC). No final, obtém-se o robô da Figura 2.

Testemunhos Ali poderá haver concursos mas não há competição! Rapidamente passamos de um estado de

PÂNICO,

quando

vemos

aquele

monte de peças e pecinhas...para um estado de realização total, aos poucos e poucos, vai nascendo das nossas próprias mãos um Robot! Montado, soldado, e programado por nós!!!! Nunca pensei!!!! Naqueles 3 dias, nada mais existe, apenas Robótica! Um ambiente fantástico! Adoramos e contamos repetir para o próximo ano!

Figura 1 Componentes do kit robótico

Figura 2 Robô Bot'n Roll One C

Em paralelo, realizam-se não só palestras científicas na área da robótica bem como actividades desportivas e lúdicas, como por exemplo: concurso de remates futsal, torneio de xadrez, torneio de golfe, pólo aquático, orientação, torneio de ténis de mesa, tiro com arco. Durante as duas noites do evento realizam-se sessões de cinema e/ou concertos musicais. No último dia do evento realizam-se competições opcionais de robôs nomeadamente Prova de Perseguição (perseguição de robôs num circuito pré-definido), Prova de Obstáculos (o robô entra num labirinto e terá que sair evitando os obstáculos no caminho) e Prova de Dança. Esta última envolve a decoração do robô, a selecção de uma música e a programação do robô para desempenhar uma determinada coreografia. O evento é aberto ao público em geral para todos poderem ver, a partir da bancada, o ambiente Roboparty e as provas finais. Este ano estiveram presentes três equipas da nossa Escola: equipa AZIS constituída por Aitor Amorim, Inês Fernandes José Pedro Moreira e Maria Inês (Figura 3); a equipa ROBOMANIA constituída por André Moutinho, Miguel Garcia, Pedro Machado e Maria Dores, encarregado de educação (Figura 4); e a equipa AS FREAKS constituída por Ana Patrícia Dias, Inês Soares, Joana Santos e Marta Gil (Figura 5).

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Filomena Soares - Representante dos Encarregados Educação do 7G

Figura 3 Equipa AZIS (da esquerda para a direita Inês

Figura 4 Equipa ROBOMANIA (da esquerda para a

Figura 5 Equipa AS FREAKS (da esquerda para a direita

Fernandes , Aitor Amorim, Maria Inês e José Pedro

direita André Moutinho, Miguel Garcia, Pedro Machado

Joana Santos, Marta Gil, Ana Patrícia Dias, Inês Soares)

Moreira)

e Maria Dores)


Na disciplina de Área de Projecto, especificamente em “Comunicação, Eventos e Empreendorismo”, três grupos aceitaram o desafio de viajar numa aventura pelo empreendedorismo e participar num concurso («A Empresa») a nível regional, nacional e internacional, promovido pela associação Junior Achievement Portugal, criando as suas «mini» empresas. Dos três grupos em participação, as empresas Inbox Glasses-a.e e Lusocortiça-a.e foram seleccionadas, de entre cerca de 80 empresas criadas no Norte de Portugal, para participar na Feira Ilimitada, que decorreu no Norteshopping no passado dia 18 de Março de 2011. Nesta feira, as (mini)-empresas divulgaram e venderam o seu produto: uma caixa de óculos – Ecobox – (Inbox Glasses) e um estojo em cortiça reversível (Lusocortiça). Após uma avaliação exaustiva por parte de três jurados, Dra. Guilhermina Rego, Vereadora do Pelouro do Conhecimento e Coesão Social da Câmara Municipal do Porto, Dra. Sónia Melo, Técnica da Direcção de Serviços de Apoio Pedagógico e Organização escolar da DREN e Dr. João Fonseca, Director do Norteshopping, foi atribuído o prémio de Melhor Técnica de Vendas à mini-empresa Inbox Glasses. Os nossos alunos estão de parabéns! Boa sorte para a final nacional! Professora Sónia Sousa

(Não) Estou Bem! Como muitos de vós já devem saber,

Escolas”; uma Sessão de Esclarecimento

o nosso grupo, (Não) Estou Bem! está a

de Dúvidas relativa à Depressão, em que

trabalhar o tema Distúrbios Psicológicos

a Dra. Lídia Águeda tentou responder a

– Depressão e Auto-mutilação. Como

todas as dúvidas que foram colocadas

tal, organizamos uma Semana de Apoio

na caixa de dúvidas que colocamos até

e

auto-mutilação,

ao final de Fevereiro no pavilhão E; e por

na semana de 28 de Fevereiro a 3 de

Sensibilização

à

fim, a escrita num cartaz de tudo aquilo

Março. Esta semana contou com várias

que qualquer elemento da comunidade

actividades: estimulação dos sentidos

escolar quisesse escrever.

e identificação da propensão para a

Esta semana teve bastante adesão,

depressão, baseada no ambiente do dia-

pelo que ficámos muito agradecidos

a-dia; a distribuição de pulseiras laranja,

à comunidade escolar por nos auxiliar

cor da psicologia e do laço da luta contra

neste projecto que tem como objectivo

a auto-mutilação; um debate acerca

a criação de alunos mais informados

da problemática “auto-mutilação nas

relativamente a estas perturbações.

Grupo (Não) Estou Bem! - Miguel Oliveira, Francisca Viegas, Joana Martins 12C

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Casa do Infante e Museu da Imprensa

No dia 3 de Fevereiro de 2011, as turmas do 8.º ano da nossa

Sagres, uma espécie de escola da cosmografia e navegação.

escola realizaram uma visita de estudo à Casa do Infante e

No Museu da Imprensa, situado perto da Ponte do Freixo, tivemos

ao Museu da Imprensa, no âmbito das disciplinas de História e

a oportunidade de ver a exposição permanente «Memórias

Língua Portuguesa.

Vivas da Imprensa». Realizámos uma pequena viagem no tempo

Fomos divididos em dois grupos. Um deslocou-se ao Museu da

através dos equipamentos e peças gráficas que lá se encontram.

Imprensa e outro à Casa do Infante. Almoçámos todos juntos,

A exposição conta com verdadeiras relíquias e memórias

tendo por cenário a ribeira do Porto e um sol radioso de fim de

vivas da indústria gráfica. Composta por 160 peças, mostra a

Inverno a anunciar uma Primavera escaldante.

evolução da imprensa desde Gutenberg até à actualidade.

Mas vamos à visita…

No final, testámos a capacidade de algumas impressoras e

Na Casa do Infante, situada na zona da Ribeira do Porto,

trouxemos os nossos textos manualmente impressos. Visitámos,

percorremos as várias divisões do que terá sido o local do

ainda, a exposição PortoCartoon 2010, com o título «Aviões e

nascimento desse infante, de nome Henrique, que se consagrou

Máquinas Voadoras». Havia cartoons para todos os gostos! Foi

como o grande impulsionador do projecto dos Descobrimentos

uma animação e soltaram-se grandes gargalhadas!

Portugueses. A Casa terá sido utilizada, também, como

No final, regressámos à escola com muitos mais conhecimentos

Alfândega e Casa da Moeda. O Infante D. Henrique, filho do rei

e com a certeza de um dia muito bem passado!

D. João I, nasceu em 1394 e morreu em 1460. Ficou conhecido

como o Infante de Sagres ou o Navegador, pois instalou, em

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Professora Sandra Mota


Complexo de Educação Ambiental da Quinta da Gruta

“Nos dias 28 e 29 de Abril e 4 de Maio, todos os alunos do 8ºano de escolaridade

visita de estudo ao Complexo de Educação Ambiental da Quinta da Gruta, no âmbito das disciplinas de Ciências Naturais e foram em

Ciências Físico-químicas. Os alunos tiveram a oportunidade de assistir a um vídeo demonstrativo do funcionamento da ETA de Lever e foram sensibilizados para a importância de preservar os recursos hídricos. Esta actividade incluiu ainda uma saída de campo ao Almorode, ribeira do concelho da Maia com uma extensão de cerca de 3 km, que nasce no Parque de São Pedro de Avioso e tem a sua foz na freguesia de Santa Maria de Avioso, desaguando depois na ribeira do Arquinho, o principal afluente do Rio Leça, na qual observaram e capturaram alguns seres vivos típicos de zonas ripícolas.” Pofessores Carla Madureira, Nuno Gomes, Nelson Honório e Licínia Pranto

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Hoje um designer veio à nossa Escola...

Sexta-feira, 27 de Maio de 2011 - Hoje um designer veio à nossa Escola. Os alunos do 9ºB ouviram Álvaro Montanha relatar a importância da aplicação do design no dia-a-dia das pessoas. O designer encantou os alunos com os seus desenhos e aguarelas em papel e evidenciou que o uso do computador não surge sem antes existir o risco no papel. Os alunos viram o seu trabalho, desde o simples esboço feito num caderno de bolso ao produto final. Questionaram e expuseram os seus medos e ansiedades, e receberam palavras de coragem “de quem já por lá passou”. Antes de a campainha tocar, passou a ser um suposto “Cliente” de 27 jovens designers, e conversou com os alunos sobre o projecto de design que tinham realizado nas aulas – uma capa de CD de música. Fez comentários e observações de quem sabe o que a sociedade pretende de um designer, e levou-os a reflectir acerca de aspectos muito importantes para um criativo que está condicionado aos desejos de um cliente. Quase não houve tempo para entregar uma lembrança a todos, uma capa e um bloco para usarem como diário de bordo para que, no futuro, alguns possam criar e a tornar os sonhos de hoje uma realidade. Um forte agradecimento ao Designer Álvaro Montanha, pela sua disponibilidade e amabilidade para com os nossos alunos.

Professora Célia Almeida

A mensagem que o designer Álvaro Montanha nos passou, ao fim de uns memoráveis 90 minutos, foi a de vivermos o nosso sonho, seja ele qual for, e nunca, nunca deixarmos de sonhar, pois é a sonhar que o homem voa.

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Andreia Pimenta 9B


GPS e não só! O grupo de Geografia dinamizou algumas actividades que integraram o Dia Cultural da nossa escola, ocorrido a 13 de Maio. Desta forma, empreenderam contactos que culminaram com a presença do Director do Curso de Engenharia Geográfica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Sr. Prof. Doutor José Alberto Gonçalves. Apesar de não lhe ter sido possível trazer a estação fotogramétrica, fez uma demonstração das potencialidades da utilização do GPS no PDA. Os alunos tiveram a oportunidade de se deslocar para o espaço exterior da escola, colocando em prática essas potencialidades. Foram ainda apresentadas as principais áreas de estudo da engenharia geográfica e respectivas aplicações. O grupo de Geografia organizou igualmente uma actividade com curvímetros, tendo os alunos executado várias tarefas nos mapas disponíveis. Estes tiveram ainda a possibilidade de utilizar puzzles e jogos geográficos variados, tendo demonstrado entusiasmo pela aprendizagem das temáticas relacionadas com esta disciplina.

Professoras de Geografia

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“Parlamento dos Jovens” - Sessão Distrital Quando a professora Fernanda Varela

as nossas medidas e argumentos de

nos convidou para fazer parte deste

forma a representar melhor a nossa

projecto, nós aceitamos com entusiasmo.

escola. Entretanto, no Instituto Português

O tema “Que Futuro para a Educação?”

da Juventude, deu-se a eleição da

era

Presidente de Mesa para a Sessão Distrital

apelativo

e

fez

com

que

nos

Ana Luísa Azevedo - Presidente da Mesa à Sessão Distrital

empenhássemos ainda mais!

e ficamos muito orgulhosas quando

Formamos uma lista constituída por 10

soubemos que tinha sido eleita a nossa

uma

elementos com excelentes capacidades

colega Ana Luísa Azevedo do 12º E.

proposta na sessão nacional e a nossa

oratórias e criamos três medidas com o

Finalmente, chegou o dia 22 de Março,

colega Ana Luísa presidiu a mesa com

objectivo de melhorar o sistema educativo

dia da Sessão Distrital, que se passou

um desempenho excelente, sendo ainda

português.

na Faculdade de Psicologia e Ciências

de salientar que só não foi à Sessão

recebemos a deputada à Assembleia

da

Nacional por impedimento de ordem

da República, Dra. Carla Barros, que

Porto. Apresentámos as nossas medidas

pessoal.

nos

muito

e defendemo-las de forma vigorosa,

Em

úteis sobre questões de organização

conhecemos alunos de muitas escolas

enriquecedora

do Distrito do Porto, tivemos contacto

orgulhosas da nossa participação e

com um deputado à

esforço.

e

Na

prestou

sessão

escolar,

esclarecimentos

funcionamento

dos

órgãos

onde

de

soberania e dos aparelhos partidários,

Educação

da

Universidade

Assembleia

do

da

das

nossas

suma,

foi

medidas

uma

que

nos

Agradecemos,

para

ser

experiência fez

sentir

também,

o

mostrámos que tínhamos ideias sólidas,

República, o Governador Civil do Porto,

empenho da Coordenadora do Projecto

bem argumentadas e isso reflectiu-se na

um representante da Direcção Regional

Dra. Fernanda Varela que foi o pilar

posterior eleição de três deputadas para

de Educação do Norte e da Câmara

essencial para a nossa motivação e

a sessão regional, Mónica Magalhães

Municipal do Porto e ainda o Presidente

entusiasmo.

12ºB, Ana Sofia Conceição e Marlene

do Instituto Português da Juventude, mas

Barbosa do 12ºE. Foi também eleita a

acima de tudo, representámos a nossa

deputada Ana Luísa Azevedo do 12ºE

escola.

para presidir a mesa na Sessão Distrital.

No

final

do

dia,

o

positivo,

balanço pois

foi

A partir daí, começámos a preparar-nos

extremamente

como

para a sessão distrital, aperfeiçoando

deputados, conseguimos fazer passar

Ana Sofia Conceição Azevedo

12E; Ana Luísa

12E; Marlene Barbosa

12E;

Mónica Magalhães 12B

EDUCAÇÃO MORAL E RELIGIOSA CATÓLICA EM MOVIMENTO

Rilhadas, Fafe No dia 30 de Abril, 49 alunos do 7º ano desafiaram a chuva e partiram para um dia de Aventura no Complexo Turístico

de

Rilhadas

(Fafe),

acompanhados

pelo

Professor de Moral, Joaquim Anjos e pela Professora Rita Gonçalves. Foi um momento de experiências fortes, de diversão, de cooperação e superação de medos e obstáculos, de contacto com a Natureza de partilha de Valores, de Amizade… em liberdade.

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Professor Joaquim Anjos, EMRC


“O dia foi recheado de inúmeras actividades: começámos por nos apresentarmos através de jogos, de seguida fizemos uma caça ao tesouro, seguindo pistas muito divertidas e depois saltámos nos insufláveis. Após uma longa caminhada, seguiu-se o trajecto bem radical das pontes de corda. A seguir ao almoço, jogámos futebol e voleibol. Foi super divertido!”

Mariana Pereira e Sara Andrade 7E

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Encontro Diocesano de EMRC, Porto

No dia 20 de Maio, 210 alunos da nossa escola juntaram-se a cerca de 15 mil alunos de outras escolas da Diocese do Porto, no nono Encontro Diocesano de EMRC que decorreu no Parque da Cidade no Porto. O objectivo? Experienciar e partilhar valores e o gosto comum pela disciplina. Um dia com muitas diversões, atracções artísticas, desporto, música, dança e onde não faltou a presença e palavra do Sr. Bispo do Porto D. Manuel Clemente. Parabéns a todos pela forma como vivenciaram este dia e dignificaram a disciplina e a nossa escola. Um obrigado especial a todos os Professores (Anabela Teixeira, Carla Lopes, Cidália Sousa, José Nuno, Margarida Portela, Nelson Honório, Alice Sousa, Maria João Almeida, Raquel Lopes, Judite Osório, Rosa Ferreira, Fátima Oliveira, Marta Cavadas, Cátia Costa) e ao Sr. Pinto, que contribuíram com a sua presença, disponibilidade e diligência para que este dia se tornasse inesquecível.

Professor Joaquim Anjos, EMRC

“No Parque da cidade, no Porto, pudemos desfrutar de várias actividades lúdicas, tais como insufláveis, tiro ao alvo, futebol, a ainda a actuação no palco de participantes no “Portugal tem Talento” e da banda de rap “MIND da Gap”. Um dia em cheio que proporcionou aos alunos da ESCM momentos de descontracção, de muito divertimento e de vivência saudável da Amizade e dos Valores que aprendemos no dia-a-dia. ADOREI!”

Alexandre Simões, 7F

“Foi um encontro muito interessante porque

pudemos

conviver

com

outros alunos, fazer novas amizades e desfrutar de um dia maravilhoso. E ainda sobrou um grande escaldão para os mais distraídos!” Rita, Diana, Ana 9C

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“Jovens - mente e corpo saudáveis” Curso Tecnológico de Desporto do 10ºJ realizaram, no âmbito da disciplina de Organização e Desenvolvimento Desportivo, um seminário intitulado “Jovens – mente e corpo saudáveis”. Esta iniciativa, em parceria com a No passado dia 27 de Maio, os alunos do

disciplina de Inglês do 10ºH (Prof. Lurdes Lousada), teve lugar na cantina e foi dirigida para os alunos do 10ºH e 10ºI. Contou com a participação da Unidade de Saúde de Família – Viver Mais, do Centro de Saúde do Castêlo da Maia, nas pessoas da Enfermeira Manuela Rodrigues e das Doutoras Lúcia Torres e Joana Machado; com os Professores Estagiários de Educação Física Ricardo Soares e Rui Ribeiro e com a Professora de Filosofia, Diamantina Correia. As intervenções foram ao encontro de quatro grandes temáticas: Educação Sexual, Educação Alimentar, Importância da Actividade Física e os Afectos. Para além dos palestrantes, este seminário teve a colaboração de entidades exteriores à nossa escola que auxiliaram na organização do mesmo. Assim, cooperaram connosco Tintas Titan, Banco Português de Investimento, Sabonetes Castelbel e Florista do Rio. O balanço foi muito positivo e, segundo a avaliação feita junto dos alunos do 10º H e 10ºI, será uma actividade a repetir no próximo ano lectivo. A professora de Organização e Desenvolvimento Desportivo do 10J Silvina Pais

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Coimbra Olha para o relógio. Vês, os ponteiros pedem-te que ouças uma

barriga da cerveja e carne de vitelo armazenada ao longo dos

história. Esta será pois contada pelos velhotes Xavier e Amanda.

anos, de pantufas calçadas, discutia permanentemente com a

Como a lei amanda, a senhora é quem começa:

sua mulher, Amanda. Esta, magra e flácida, sobressaía-se com o seu sempre composto cabelo liso, longo e de um branco

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- Há muito, muito, muito tempo...

brilhante e sentava-se direita que nem um fuso, atentando os

- Não foi assim há tanto.

pássaros, enquanto continuava a história.

- Olha, foi sim, dinossauro! Bem, numa terra distante...

-Como estava a dizer - lançando um olhar de aviso ao marido,

- Não foi assim tão distante.

para se manter calado – os miúdos da última das três escolas

- Bem… Pronto, foi ali na aldeia do lado, onde as três escolas se

reuniram-se naqueles veículos a que se dava o nome de

tocam. As crianças estavam de partida para uma viagem longa

carreiras.

e enfatigante.

- Nunca mais me esquece, o porto no dia anterior tinha ganho!

- Não foi assim tão fatigante.

Foi um tremendo barulho na carreira que ainda hoje me entoa

- Cala-te.

nos ouvidos...

O velho cruzou os braços e calou-se.

- Não era assim tanto barulho – respondeu a Amanda, em tom

O casal encontrava-se no alpendre de madeira, sentado em

irónico.

cadeiras de baloiço. Duas crianças repousavam no chão

- Eu só sei, - disse Xavier orgulhosamente - que estava um barulho

poeirento, ouvindo de olhos bem abertos a história que decorria.

tremendo nas carreiras. Isso lembro-me eu! O que cantámos!....

O homem, de nome Xavier, quase calvo, com uma enorme

Os vivas que gritámos enquanto a paisagem se desvanecia


diante dos nossos olhos...

só! Cobertas de pó, claro, já que a maior parte data do século

- Disso também eu me lembro! Fiquei sem voz no dia seguinte

XVI ou XVII ou até XVIII, mas um verdadeiro tesouro patriota. O

devido às tentativas falhadas de vos fazer calar. Eu e o resto do

edifício era uma verdadeira caixa - forte, intocável pelo tempo

grupo.

e protegia os livros contra as malandrices da temperatura e dos

Xavier riu-se sonoramente.

bichos.

- Mas onde é que eu ia? Ah, sim, o trajecto… Os cânticos

- Como? – perguntou uma das crianças.

continuaram até avistarmos a civilização que procurávamos:

- Hum… - hesitou o velho, olhando para a mulher.

Coimbra.

- O ambiente era protegido e mantido estável com paredes

-Coimbra fica onde? – sussurrou uma das miúdas.

grossas e a porta feita de madeira teca, julgo eu, ajudado

-Não sabes?! No Alentejo – respondeu o irmão, convicto.

também com a humidade natural daquele edifício. Ora, para os

O velho tirou o cachimbo do bolso e acendeu-o, enquanto

bichos papirófagos, os que comem folhas de livros, arranjaram

Amanda e os ouvintes aguardavam silenciosamente, pois toda

duas soluções extremamente inteligentes. Construíram as

a gente sabia que era rude interrompê-lo quando acendia o

estantes com madeira de carvalho que, para além de ser muito

seu cachimbo. Deu duas baforadas e prosseguiu, franzindo

densa expele um odor acre para os invasores. Caso algum se

levemente os olhos num esforço de concentração:

atreva a penetrar nessas defesas, existem os morcegos.

- Coimbra era uma cidade e tanto. Velha como esta carcaça

- Morcegos!? – exclamaram os pequenos.

que tenho sentada a meu lado, mas mesmo assim, dotada de

- Sim, morcegos. Comem os bichos que restam e mantêm o local

uma beleza única - os ouvintes riram-se enquanto Amanda

desinfestado. Claro que depois é preciso alguém que limpe os

praguejava contra o marido, mas ainda assim distinguiu-se um

seus excrementos e que tape as madeiras preciosas com panos

leve tom rosado nas suas bochechas marcadas pelo tempo. -

de couro para que os cocós não as estraguem…

Acalma-te mulher! Céus!

- Caramba, mulher. Nunca pensei que soubesses tanto.

-Ora essa! Agora continuo eu que tu não sabes contar histórias.

- Ao contrário de alguns, eu estava com atenção na visita.

Ora, nós, catraios, visitámos a Universidade. Começámos, se

Xavier, atrapalhado, engasgou-se com o fumo do cachimbo.

não me engano, pela capela de S. Jorge.

Quando parou de tossir, o velho prosseguiu.

-S. Miguel mulher! E depois não posso ser eu a contar as coisas…

- Não me lembro onde fomos a seguir. Talvez almoçar? Sei

- Bem, capela de S. Miguel, exactamente – continuou, dirigindo

que foi numa cantina e que o prato tinha cenouras. Benditas

o olhar risonho aos netos – S. Xavier é que não poderia ser de

cenouras… - fez uma pausa silenciosa - Bem, o que me lembra

maneira alguma… Bem, essa tal capela, de estilo manuelino,

a seguir é de voltarmos àquele sol esturricante dos vidros das

comprovado na nave central, foi onde o Padre António Vieira,

carreiras, enquanto seguíamos caminhos para… hã… um

um senhor que até falava para os peixes, proferiu o sermão a

nome qualquer começado em Coimbra… Era Conímfo… Não,

Santa Catarina, invocada como protectora dos Filósofos. Ah,

Fucímbra… Coimbra! Não, essa era a cidade. Hã… Co..ním…

lembro-me muito bem é do órgão! Lindíssimo, um órgão barroco,

gra… Co… Co… Raios…Co…

com figuras chinesas.

O velho esforçava-se por relembrar o nome, com as veias

-O objectivo desta história não é pôr as crianças a dormir…

das têmporas bem salientes e os gaguejos cada vez mais

Agora continuo eu! De seguida, ou antes, ou depois disso,

imperceptíveis. O nome não se revelava.

sabem que a idade não perdoa, passámos por várias salas –

- Seria Conímbriga? – perguntou docemente Amanda.

hesitou – A memória é uma coisa tramada… Ora, uma delas

- Conímbriga! Pois é! Amada Conímbriga!

foi a sala das armas, onde estão as alabardas da Guarda Real

Espetou um beijo nas bochechas da mulher, sendo esta que

Académica. Outras foram a sala amarela, repleta de retratos

agora corava violentamente com o fumo do cachimbo a

dos reitores de caras carrancudas nas paredes forradas da

rodopiar em seu redor. Xavier nem reparou, continuando a

seda de cor amarela, pois claro, para lembrar a faculdade de

história com um entusiasmo crescente.

medicina; e a sala azul, que evoca a faculdade de ciências e

- Fomos a Conímbriga, umas ruínas da cidade que é agora

tecnologia. Olhem, pode ser que um dia vão para lá estudar.

Coimbra, naturalmente. Foi feita na altura dos Romanos, muito

-Faltou-te a sala dos capelos, onde os meninos se tornam

antes de este país ser um país! Era uma cidade relativamente

doutores!

grande até ser construído um muro em torno de uma certa

-Sim, mas ainda não chegámos à melhor parte! - exclamou

parte da cidade, tornando-a mais pequena.

Xavier, em êxtase - Logo depois da sala das armas, rumámos

- Porquê? – inquiriram as pequenas vozes.

direitinhos a uma enorme biblioteca com aproximadamente 283

- Para os bárbaros não a conquistarem. – continuou Amanda

anos! Tinha o nome de... - Biblioteca Joanina, Xavier. - Isso! Ora, a biblioteca tinha cerca de 200.000 exemplares, vejam

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- Claro que agora está tudo destruído, mas, acompanhados de guias, visitámos as casas senhoriais com jardins interiores e um corredor à sua volta que dava acesso a todas as divisões. Algumas tinham retretes para os criados e símbolos de pedra no chão, a representar os elementos, mitos e coisas assim. - Fala-lhes do símbolo nazi. - Ah, sim! Como irão estudar, pequenos, o Hitler, que matou muitos Judeus na Guerra, tinha um símbolo, a cruz suástica, que está no chão de uma sala, ou um quarto de uma dessas casas ricas. Os guias disseram que era para contrariar o resto do padrão do chão, pois, como eles achavam que apenas os deuses podiam ser perfeitos, construíam tudo com um pequeno defeito, invertendo uma dessas cruzes. - Uau... – exclamaram as crianças. Mais tarde descobrimos que apenas tinham assimilado o tema dos morcegos e o do símbolo nazi, talvez devido a natureza de violência. Os idosos continuavam, perdidos em memórias conjuntas da infância, finalmente falando sem discutirem. - Vimos também umas espécies de saunas, as termas, onde as pessoas tomavam banho. Pelo que me lembro, apenas a pessoas mais ricas tinham um cemitério e um local de bênção nas propriedades. Grande parte das famílias tinha apenas o espaço de um quarto de uma casa senhorial para viverem. - Pois era, e depois de vermos tudo, ainda visitámos o pequeno museu. Lembras-te do que disse o guia, Xavier? Que a maior parte dos artefactos escavados eram recolocados no sítio onde eram encontrados…

- O que nos falta?

- …por falta de espaço, sim. Na altura também as escavações

- Não sei… - Xavier trincava o cachimbo distraidamente

estavam paradas. Dinheiro, julgo eu. Sempre o dinheiro.

enquanto olhava para o carro da filha que subia a rua de terra.

- Sempre o dinheiro. – repetiu Amanda. – Mesmo assim vimos

– Acho que acabámos. Depois penso que regressámos à escola.

aquelas coisinhas todas. Espadas, cerâmica, pedaços de caras

- Sim… Também acho que sim. Foi uma boa experiência.

e colunas, um pé de pedra, objectos de bijutaria muito gastos,

O carro apitou.

até vimos uma maquete à escala do templo que vimos lá fora.

- Apaga-me isso, Xavier, que raio de vício!

Coisa fantástica, digo-vos já.

- Sim. – repetiram obedientemente. Está claro que, mais tarde,

- Lembras-te da cara? – perguntou Xavier

fizeram exactamente o oposto.

- Que cara?

- O que nos falta?

– A cara desenhada num pedaço de parede vermelha… Pelo que

- Não sei… - Xavier trincava o cachimbo distraidamente

podemos ver, foi uma criança que a eternizou. Quem diria que

enquanto olhava para o carro da filha que subia a rua de terra.

um simples desenho num dia longínquo e provavelmente umas

– Acho que acabámos. Depois penso que regressámos à escola.

bordoadas no traseiro da criança perdurariam durante tanto

- Sim… Também acho que sim. Foi uma boa experiência.

tempo…

O carro apitou.

- Realmente fascinante… Mas isso não quer dizer que

- Apaga-me isso, Xavier, que raio de vício!

tenham permissão para andar a escrevinhar por tudo o que é parede, ouviram? – exclamou a velha ao ver a troca sugestiva de olhares entre as crianças. – Ouviram? - Sim. – repetiram obedientemente. Está claro que, mais tarde, fizeram exactamente o oposto.

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Anita Teixeira, Andreia Pimenta 9B


testemunho Caros alunos,

caminhando em AP12, na nossa escola

Caros pais e famílias,

em particular, caminho esse tantas vezes

Caros funcionários,

determinante na escolha de percursos

Caros colegas,

futuros, formativos e profissionais, dos nossos alunos.

Venho deixar-vos um testemunho que,

Um caminho muitas vezes marcado pelas

valendo o que vale, pretende fixar,

dificuldades, pelo desânimo, e também

para memória futura, as vivências de

pela vitória, pelo sucesso.

todos nós na partilha dos mais diversos

Um caminho em direcção à autonomia

percursos que Área de Projecto de 12º

responsável e sustentada, apoiado pelos

Ano (AP12) abriu a todos os nossos jovens

professores orientadores, pelas famílias,

alunos finalistas do Ensino Secundário,

por entidades externas à escola, porque

principalmente, desde a reestruturação

acreditaram que estes jovens são o

que esta área curricular sofreu na nossa

futuro e merecem confiança, porque são

escola no ano lectivo de 2007/2008.

capazes de fazer a diferença!

Independentemente

projectos

Eu acredito que, por vezes, a mudança

levados a cabo, todos eles tão diferentes

constrói sinergias positivas, obrigando-

entre

valor

nos a rever e a ajustar as nossas formas

como vamos fazer?

acrescentado do caminho que se foi

de estar na vida. Sinto que a mudança

Logo, a resposta da praxe: Tenham

provocada pela eliminação de AP12 dos

sempre… um plano B!

currículos não terá esse efeito positivo

Em jeito de conclusão, numa réstia

desejável.

de esperança, percebamos todos em

si,

importa

dos salientar

o

Por

um

lado,

poderemos

libertar-

conjunto que valeu a pena ter feito o

nos e aos alunos de uma «carga de

caminho.

trabalhos», pelo outro, AP12 deixará

Cumpre-me,

um vazio lacunar que, ao não haver

congratular, aqui, o conjunto de docentes

alternativa, impedirá os vindouros de

que possibilitou a concretização desta

desenvolverem

realidade iniciada em 2005/06 e que

competências

como

não haviam experimentado, desde o

ainda,

relembrar

e

agora se extingue:

modo de estabelecer contactos com

o exterior, ao desafio de encontrar

Ana Maria Meireles, Ana Maria Silva, Ana

soluções alternativas para um problema

Paula Rosas, Eduardo Silva, Gorete Porto,

impeditivo da realização de um passo do

José Carlos Maciel, Mónica Meireles,

projecto ou do projecto na totalidade,

Pedro Gens, Purificação Vasconcelos,

ficar à espera de resposta e ela não vir no

Rosa Amaral, Rute Ribeiro, Sara Cruz, Sílvia

tempo útil…

Amorim, Sónia Sousa, Susana Esteves,

De repente, a pergunta: Professor(a),

Vanessa Oliveira. A todos quantos possibilitaram a alegria e felicidade aos nossos alunos pela consecução do seu sonho e a nós, professores, momentos marcantes da nossa vida profissional, deixo o meu sentido agradecimento. Rosa Amaral, Coordenadora de AP12

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Alunos da ESCM encenam no Fórum Jovem Três grupos do Clube de Teatro da nossa escola encenaram no dia 26 de Maio no Auditório do Fórum Jovem da Maia, três peças de teatro, de seus nomes “A Avarenta”, “Vila Carqueja TV” e “Lost in Identity”, no âmbito da edição de 2011 do Festival de Teatro Escolar. Os três grupos, constituídos por alunos de anos e turmas diferentes, participaram num dia de actividades no fórum, ensaiando e preparando as peças de teatro que apresentariam de noite a pais, amigos e outros alunos. As peças foram divertidas, criativas e originais, com influências de drama, comédia e até diálogo em outras línguas. O público atento desfrutou do espectáculo e os cerca de cinquenta alunos envolvidos ficaram satisfeitos com o dia em cheio que tiveram na Maia. A interacção com o público e a boa organização foram também visíveis em todas as peças visto que os pequenos actores tinham bem presentes as suas falas e movimentos. Para além disso, antes do começo do espectáculo, os alunos foram elogiados pelo responsável do Fórum Jovem como sendo “pequenas promessas do teatro nacional”, tendo-se ainda comentado o quão divertido eles tornaram aquele dia no fórum. Os jovens actores retribuíram os elogios com um fim de tarde cheio de gargalhadas e diversão.

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Helena Lago | Encarregada de Educação


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à mesa com... No dia 13 de Maio, a comunidade da nossa escola teve oportunidade de apreciar, no passadiço coberto os trabalhos dos alunos de 12ºano realizados na disciplina de Área Projecto. No mesmo recinto, os alunos de diferentes turmas, junto com os seus professores de língua estrangeira, revelavam um pouco das tradições e costumes gastronómicos das diferentes culturas proporcionando um lanche diferente a todos. Simultaneamente, algumas personagens da obra “Os Maias” de Eça de Queiroz passeavam por entre os visitantes e, pelo meio-dia, representaram alguns excertos daquela obra num cenário improvisado e de acordo com a época. Tratava-se de um grupo de alunos do 11ºH, alunos da professora Sandra Mota, que após o estudo da obra, aceitaram o desafio de levar à cena, mesmo em situações muito difíceis, algumas

cenas.

Entretanto,

organizado

também pelo departamento de Línguas, decorria no Pavilhão C mais uma sessão do concurso de karaoké, tendo saído vencedora a aluna Beatriz da turma 8B

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Professora Elisabete Oliveira


Tabita na Tertúlia Castelense

Estar nesta escola durante quase um ano

pratica lectiva. Eu diria que o nível de

lectivo permitiu-me conhecer a vossa

autonomia

cultura escolar e vivenciar um sistema de

temos no nosso trabalho é determinado

organização escolar diferente. Para mim,

pelo nosso nível de controlo sobre as

a escola reflecte a cultura da sociedade

nossas acções. Reflectir sobre a nossa

e nós, como professores, estamos a

prática faz-nos exercitar o controlo e

formar uma nova geração. Isto quer dizer

abrir para a possibilidade de transformar

que nós, e todo o sistema educacional,

a nossa vida diária de sala de aula –

moldamos

do

especialmente se envolvermos os alunos

ensino uma profissão muito influente e

e usarmos o feedback imediato que

importante.

eles nos dão. Combinar o feedback dos

o

futuro

e

fazemos

e

responsabilidade

que

No dia 28 de Abril foi a minha vez

alunos com as nossas próprias reflexões

de

pode dar-nos uma maior noção do que

apresentar

Dinamarquesa

a

cultura

durante

uma

escolar reunião,

funcionou ou não.

na qual pude dar aos meus colegas

Tem sido muito interessante para mim

portugueses um olhar sobre o nosso sistema

aprender

educacional. Os temas mais “quentes”

cultura

na Dinamarca neste momento são a

que me surpreende é o facto dos

reflexão, a avaliação e a consciência

laços familiares serem tão fortes, em

do papel de cada um como educador.

comparação com a Dinamarca, mas

Assim, este foi um modo natural de

estes não serem “incorporados” na

iniciar a conversa. Independentemente

escola. Na Dinamarca, a cooperação

do sistema ou cultura em que estamos

parental

inseridos,

e

considerada fundamental para satisfazer

importantes para os professores que

as necessidades e o bem-estar de cada

querem progredir e trazer clareza para

aluno e lhe poder dar a melhor educação

sua sala de aula e profissão. Ser reflexivo

possível, uma vez que tanto pais como

significa observar o que fazemos na sala

professores têm interesse na progressão

de aula, perguntar porque o fazemos

académica

e se funciona – é um processo de auto-

social dos alunos. Isto não quer dizer

observação e auto-avaliação. Através

que a cooperação seja sempre fácil,

da recolha de informação sobre o que

mas tal como em qualquer parceria,

acontece na nossa sala, da sua análise

ambas as partes têm de esforçar por ser

e

compreensivas e cooperantes para que

estes

avaliação,

explorar

as

temas

podemos nossas

são

úteis

identificar

próprias

e

práticas

e

compreender

através

é

desta

altamente

e

no

a

escola.

vossa Algo

valorizada

e

desenvolvimento

como professora e desafiei os meus pontos de vista, desenvolvi as minhas abordagens e inspirei-me; enriqueci tanto cultural com profissionalmente. Espero que a minha presença cá tenha surtido o mesmo efeito desse lado e que esta reunião tenha aberto caminho para novos pensamentos e reflexões. Obrigado por este ano, pela cooperação e por muitas e memoráveis experiências.

Tabita Fyhn Jacobsen

Assistente Comenius

a relação funcione.

e crenças subjacentes, o que pode

Desde que cheguei, aprendi muito e

levar a mudanças e melhorias na nossa

tornei-me mais consciente do meu papel

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Vª Caminhada/BTT No passado dia 12 de Maio realizou-se a Vª Caminhada/BTT da nossa escola. A organização desta actividade esteve a cargo do Grupo Disciplinar de Educação Física com a colaboração dos alunos das turmas J e E dos 10º e 12º anos, respectivamente, do Curso Tecnológico de Desporto. Ao organizarmos este evento temos sempre como grande intuito proporcionarmos, aos seus participantes, um dia pleno de actividade física de braço dado ao convívio. Cerca das 9h:45m, saímos da escola divididos em dois grupos distintos: o da Caminhada e o do BTT. Embora os percursos fossem diferentes, o ponto de encontro era o mesmo, isto é, o Parque de Avioso. Chegados ao local por volta das 11h:30m, tínhamos à nossa espera, um variadíssimo e gostosíssimo conjunto de frutos assim como um divino sumo de laranja e bolo de chocolate oferecidos pelo Departamento de Línguas. Que excelente ideia… Também nos esperava uma sessão de alongamentos que sabe sempre bem depois do exercício físico, organizada por um grupo da Área de Projecto “Actividade Física, Saúde e Lazer”- Grupo: “Rumo à Saúde”, com a colaboração do Agra Club. Este grupo ainda distribuiu maçãs a todos os participantes. Os alunos também puderam usufruir de um torneio de Voleibol de Praia cuja organização esteva a cargo da Associação de Estudantes. Para além destas ofertas, há que registar o grande momento de convívio, de partilha dos “comes e bebes” que se estabeleceu entre todos. Esta ocasião é crucial para que possamos repor as energias e simultaneamente recuperar para o regresso. Às 15h partimos do parque e chegámos à escola cerca das 15h30m e 17h, os grupos do BTT e da Caminhada, respectivamente. Este evento só foi possível realizar-se com a colaboração de outras entidades que muito contribuíram para o sucesso do mesmo. Assim, ficam registados os nossos agradecimentos à Câmara Municipal da Maia, Câmara Municipal da Trofa, Guarda Nacional Republicana - Maia, Bombeiros Voluntários de Moreira da Maia, Unicer, Moto L e Quinta do Paiço. O Departamento de Expressões ficou muito satisfeito com a adesão a esta iniciativa. Os números ultrapassaram os das edições anteriores, registando-se este ano a presença de 572 alunos, 17 funcionários, 82 professores, 4 encarregados de educação num total de 675 participantes. A todos um bem-haja por terem contribuído para um dia diferente e nunca se esqueçam …

“mexam-se pela

vossa saúde”! A Coordenadora do Departamento de Expressões Professora Silvina Pais

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Aqui há fruta

Depois de tanto pedalar e de tanto caminhar, os participantes desta habitual e sempre brilhante iniciativa do grupo disciplinar de Educação Física tiveram ao longo do percurso a possibilidade de participar num Peddypaper, ideia das professoras de Línguas, para melhor conhecerem a região onde está integrada a nossa escola. Outra surpresa não menos espectacular os aguardava à chegada ao Parque de S.Pedro de Avioso. Pois, montadas à sombrinha, encontravam-se algumas mesas de piquenique decoradas com taças bem recheadas de fruta suculenta e tão apetecível ao fim daqueles quilómetros de calor e de esforço físico. Ora, quem foi amiguinho, quem foi?! Os professores de Línguas da nossa escola, pois claro! Logo, de manhãzinha, bem cedo, foram ao supermercado comprar melancias, melões, abacaxi, morangos, maçãs, laranjas… descascaram e prepararam sumos fresquinhos e encheram taças para todos os gostos. No meio das mesas, viam-se pedacinhos de bolo de chocolate também confeccionado com muito carinho pelos docentes do departamento de Línguas. Chegados ao parque, os atletas, agradecidos, lançaram-se à fruta e foi num ápice que tudo se bebeu e comeu. No final, os professores de Línguas e de Educação Física cantaram e bailaram encerrando desta forma tão divertida aquele que foi mais um dia inesquecível deste ano lectivo. Professora Elisabete Oliveira

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Departamento de Matemática e Ciências Experimentais,

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Este ano, no dia 13 de Maio, comemorou-se pela primeira vez

A, C e D do 11º ano de Biologia e Geologia estiveram envolvidos

na escola o Dia Cultural. O Departamento de Matemática e

na recepção dos alunos visitantes e no percurso comentado dos

Ciências Experimentais, envolveu-se neste evento dinamizando

diferentes painéis. Foi ainda possível a visualização de um filme

várias actividades. O Grupo de Biologia e Geologia organizou

de animação alusivo à temática que terminou com a distribuição

a Dádiva de Sangue que, como habitualmente, contou com

de uma brochura com um passatempo e a oferta de um cartão

a generosidade de professores, funcionários e Encarregados de

Vodafone. No fim da manhã decorreu a palestra de "Biologia e

Educação. Na Feira de Minerais, diversas amostras de minerais,

Geologia", com a participação de alunos do 10º ano do Curso

rochas, conchas e fósseis prenderam a atenção dos visitantes

Científico – Humanístico de Ciências e Tecnologias e respectivos

principalmente pela aplicação que têm na confecção de

professores da disciplina. Os oradores convidados, Dr. Isaías

bijutaria e objectos decorativos. Os visitantes puderam ainda

Machado e Prof. Dr. António Guerner, abordaram de forma

apreciar Modelos da Escala de Tempo Geológico, Vulcões dos

muito esclarecedora, algumas temáticas essenciais ao percurso

mais simples aos mais elaborados e criativos, a simulação de um

académico dos alunos: 1ª parte - "Biodiversidade e Ecologia

autêntico “Jurássico Parque” com Dinossauros construídos em

Aplicada" e 2ª parte - "Energias renováveis e não renováveis".

barro, plasticina e papel, pelos alunos do sétimo ano, no âmbito

O balanço foi claramente positivo, com alunos, professores e

da disciplina de Ciências Naturais e visualizar um artigo da BBC

palestrantes visivelmente interessados e participativos.

sobre a história da Terra. Integrada na comemoração do Ano

O grupo de professores de CFQ do 7.º ano dinamizou, junto dos

Internacional das Florestas, decorreu a exposição “A Floresta não

alunos deste ano de escolaridade, a realização de um concurso

é só paisagem” que visou alertar os alunos para a importância

de maquetes sobre o Universo. Surgiram 18 trabalhos a concurso

da biodiversidade, fundamental num mundo cada vez mais

(4 maquetes da turma A, 2 maquetes da turma B, 2 maquetes

humanizado, e também olhar para a floresta como recurso

da turma C, 4 maquetes da turma D, 2 maquetes da turma E

económico, energético e social, a preservar. Alunos das turmas

e 6 maquetes da turma G), pelo que pode concluir-se que a


participação foi francamente positiva. Os alunos optaram, principalmente, por efectuar representações do Sistema Solar, dos eclipses do Sol e da Lua e da superfície lunar. A maioria dos trabalhos apresentados evidenciou bastante criatividade e empenho pelo que esta actividade poderá e deverá ser repetida em anos futuros. No laboratório de Química os alunos do curso profissional, Técnico de Processamento e Controlo da Qualidade Alimentar, processaram a manteiga tendo a mesma sido muito apreciada pelos visitantes. O grupo de Matemática promoveu uma exposição interactiva de jogos matemáticos realizados pelos alunos do 7º ano de escolaridade na área curricular não disciplinar de Área de Projecto e o grupo de Informática dinamizou vários jogos e programas, divulgou os sítios da Escola e do SomosRevista bem como uma exposição de software e hardware. Apesar de em simultâneo decorrer a Feira das Oportunidades, este ano a cargo deste Departamento, é de louvar o empenho e dedicação de todos os professores que de forma responsável contribuíram para o sucesso destes dois eventos. Professora Manuela Vale

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Desporto Escolar

O Projecto do Clube de Desporto Escolar, instrumento de grande relevo e utilidade no combate ao insucesso escolar e de melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem, através do cumprimento das

semanais,

actividades planificadas, promoveu estilos de vida saudáveis,

ministrados

favorecendo o envolvimento no projecto turma mais desportiva,

pelos

promovendo o gosto pela prática regular das actividades físicas,

Ferreira, Manuel Firmino e Lurdes

contribuindo para a formação equilibrada dos alunos da escola

Lagoa.

Secundária do Castêlo da Maia.

verificou a participação em actividades inter-escolas,

Nas actividades do Desporto Escolar, foi sempre observado

nomeadamente no Corta-Mato escolar e Distrital.

o respeito pelas normas do espírito desportivo, fomentando o

Felicitamos uma vez mais os alunos do Clube do Desporto Escolar

estabelecimento, entre todos os participantes, de um clima

pelos excelentes resultados obtidos nas diferentes provas, pela

de boas relações interpessoais e de uma competição leal e

criação de um clima saudável com relações de cumplicidade

fraterna, promovendo-se o combate à inactividade física e a

entre todos, e essencialmente por fazerem deste Clube uma

luta contra a obesidade.

verdadeira família desportiva. Parabéns a todos. Boas Férias e ...

No âmbito da dinamização interna, foram realizadas actividades,

regressamos em Setembro.

algumas delas repartidas por vários dias, envolvendo um número razoável de alunos da escola. Os professores responsáveis pela

professores, Também,

João ainda

neste

âmbito,

se

Coordenador do clube desporto escolar

Professor João Ferreira

dinamização da actividade interna foram os professores João Ferreira, Manuel Firmino e Bárbara Ribeiro. No âmbito da dinamização externa, foram realizadas várias competições, por cada um dos grupos/equipa, registando-se prestações muito positivas por parte dos alunos da escola, ao nível do Ténis de mesa, Ténis e Voleibol Feminino. A preparação dessas competições foi efectuada com recurso a treinos

Assim se divertiam os nossos pais…

da juventude dos seus pais. Pelo facto de estar planeada para

No passado dia 13 de Maio realizou-se a ”I corrida de carrinhos

a via pública, contou com a colaboração da GNR da Maia.

de rolamentos da Escola Secundária do Castêlo da Maia”.

Cerca de cinquenta alunos inscreveram-se na actividade, com

Este evento decorreu na rua Serafim da Cruz entre as 9:30 e

predominância dos alunos do 3ºciclo. Todos os participantes

as 10:30. A organização esteve a cargo dos ”Hot wheels”, um

vibraram com a prova e alguns revelaram-se exímios pilotos de

grupo de alunos da Área de projecto “Actividade Física Saúde

carrinhos de rolamentos.

e Lazer”. Esta iniciativa tinha como objectivo mostrar aos jovens

da nossa escola uma das actividades mais populares do tempo

Professor Eduardo Silva

SomosRevista 31


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«Fui eu que fiz!»

Chegou o dia 13 de Maio e a sala E25 preparou-se para receber alunos, professores e funcionários que, com muita vontade e criatividade, participaram num workshop dedicado às artes. Entre tintas, pincéis, colas e papéis; linhas, tecidos, fitas e cordões; jornais, revistas e outros materiais, viveram-se momentos de muita animação e de boa disposição que resultaram em pequenas “obras de arte” que puderam ser levadas para casa em modo de recordação. Ficou a vontade de repetir esta experiência tão enriquecedora e também um agradecimento das professoras de Artes Visuais a todos os participantes e em particular às Professoras Rosa Correia e Silvina Pais cujo contributo foi essencial para o sucesso desta actividade.

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As Professoras de Educação Visual


O workshop foi muito divertido por termos a oportunidade de libertar o nosso lado mais artístico.

João Pinto 8D

Na minha opinião foi uma actividade muito inovadora onde pudemos dar asas à imaginação. Espero que para o ano se volte a repetir. Maria Inês 7G

SomosRevista 33


a

u

e contec

Gostei muito desta actividade, pois foi muito divertida e criativa. Na sala onde estĂĄvamos, tĂ­nhamos muitos materiais que davam para fazer imensas coisas diferentes. Sara Ferreira 7ÂşG

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Achei que o workshop foi muito interessante. Gostei da maneira como tudo estava organizado, dos diferentes trabalhos que podíamos realizar e dos materiais que estavam dispostos para trabalharmos e para ao mesmo tempo nos divertirmos. Foi uma experiência fantástica!

Sofia Pedro 7G

O workshop de artes foi bastante interessante, aprendemos coisas novas com as professoras de Educação Visual e também com a professora de História (Professora Rosa Ferreira). Na minha opinião, podemos fazer bastantes actividades com os conhecimentos e conceitos que aprendemos neste Workshop. Gostei muito desta actividade. Mariana Oliveira 7G O workshop de artes foi muito divertido, conseguimos no pequeno espaço de tempo que lá estivemos, apreciar a arte e aprender a trabalhá-la. Tivemos também oportunidade de fazer acessórios de moda ao nosso gosto e para o nosso próprio uso.

Mariana Lopes 8D

"Favores em Cadeia" "Cumprindo o inicialmente delineado, os alunos da turma 7ºB, no âmbito do projecto "Favores em Cadeia", procederam à entrega de bens alimentares e ainda alguns brinquedos à APPACDM da Maia, contribuindo, assim, para mais sorrisos de alguns jóvens. O modo abnegado como estes alunos se dispuseram a ajudar é realmente digno de realce e merece o nosso reconhecimento, pois a solidariedade começa onde não se espera nada em troca (Antoine De Saint Exupery)".

Professora Raquel Lopes

35


p

ta l o s à avras

al

Se eu fosse...

Se eu fosse uma Equação revolucionava os conceitos matemáticos,

Mapa Mundo

porque todas as incógnitas negativas

Se eu fosse um

seriam igual a zero e todas as incógnitas

Olá!! Já pensaste se um dia acordasses

positivas seriam igual a ∞.

e tivesses como função ser um Mapa

Mundo?? É uma questão engraçada que

Bernardo Nogueira 7F

nos pode deixar a pensar... Se eu fosse um Mapa Mundo, faria algumas alterações... Os continentes seriam mais próximos, facilitando o turismo, o comércio e até mesmo a imigração. Mostraria o Mundo de uma forma mais precisa e brilhante. Para quê mostrar as imperfeições do Mundo? Entraria em contacto com a lei da Natureza, para esta as poder modificar. Todos os Mapas Mundo seriam em forma Se eu fosse um

de globo! Acabar com a representação

Livro

plana

Mundo

seria

uma

das

modificações com prioridade.

alegria de uma vida…

Quem tocasse, nem que fosse com

O meu índice dir-me-ia para onde ir

a ponta de uma unha em mim, seria

procurar a felicidade…

obrigado a percorrer o Mundo de uma

Nas minhas páginas estariam escritos

Se eu fosse uns Lápis

de cor

ponta à outra, mas claro de forma

todos os segredos para ser feliz…

Tornava o mundo muito melhor. Todas

agradável, suave e divertida.

A minha colecção seria sobre o resto da

as coisas tristes tornar-se-iam alegres e

Os espaços verdes, seriam ainda mais

vida de alguém que nunca esquecerei…

coloridas. Se pudesse ser um lápis de cor

verdes e a poluição seria inexistente,

O resumo na minha contracapa diria que

ajudaria o ambiente transformando os

deixando

um livro nos pode transportar para outro

resíduos em plantas.

consideravelmente magnífica.

mundo em apenas mil e uma palavras.

Desenhava,

Sara Estrela; Ana Patrícia 7B

desta

forma

a

paisagem

desenhava

E se um dia me apetecesse mudar tudo de

com o amarelo, magenta, azul e laranja

lugar?? Colocava a cidade do Porto na

uma casa de acolhimento para crianças

savana, Lisboa na Antárctida e chineses

abandonadas.

no deserto. Seria bastante divertido.

desenhava,

O

mundo

seria

tudo

aquilo que as pessoas desejam! Não

Tornar-me-ia também comestível, tendo

haveria guerra, mortes, pesadelos, dor

eu um ship dentro de mim. Fazendo com

e sofrimento, apenas humanos felizes! O

que quem me comesse ficasse com

mundo iria ser branco da paz, verde da

todas as informações que um Mapa

esperança e acabaria com o cinzento e

Mundo pode fornecer. Com isto, queria

preto das noites escuras.

acabar com a ignorância das pessoas

Se eu fosse um lápis de cor pintaria um

em relação à localização seja do que for.

sorriso nos teus lábios e colocaria brilho

Adorava ser um Mapa Mundo!

nos teus olhos.

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do

A minha capa seria colorida e mostrava a

Daniela Correia 9A

Teresa 8E


Se eu fosse um

Livro…

Se eu fosse? Eu sou. Se eu fosse um livro? Eu sou um livro. Sou um livro sem capa a quem dão os títulos que entendem, aberto, seguro nas mãos trémulas de quem salta para o abismo. Faço asas de folhas e folhas de vento. Sou um livro cujas palavras ninguém pode decorar, um livro de improvisos no qual é difícil lerem as entrelinhas, porque as próprias linhas se desvanecem até extremos, até não haver extremos. Sou um texto mais novo com o passar dos anos e, apesar disso, mais resistente. Poderia ser um dicionário de neologismos cujos Se

eu

fosse

uma

Tabela

de

basquetebol

significados valorizo. Poderia ser um livro de matemática, resolvendo problemas não com números, mas com expressões

Já alguma vez imaginaram como é ser

algébricas. Poderia ser um livro de

uma tabela de basquetebol?

biologia. Por vezes folheio páginas como

Eu nunca imaginei tal mas, se pensarmos

penteio cabelos, para tentar detectar a

bem, não deve ser uma função lá muito

pessoa humana. As palavras, porém, têm

divertida, pois qualquer um que se lembre

sempre mais de humano que o próprio ser

pode lá chegar com uma bola (de

humano, pois este torna-se quase divino

futebol, de voleibol ou a óbvia bola de

ao criá-las. Não sei ao certo que tipo

basquete e digamos que qualquer uma

de livro sou mas gostava de ser um em

delas pode causar estragos…) e fazer de

branco, para poder recomeçar quando

nós alvo para conseguir encestar.

quisesse. Gostava de ser um livro sem

A nossa única função seria estarmos

paginação, apenas com o marcador

quietos

lançarem

Olhava para as estrelas que brilham no

no presente. Dobrar as folhas, riscá-las?

coisas à “cabeça” para se divertirem e,

escuro, e as estrelas cadentes, como são

Não me importo, as palavras são eternas.

convenhamos, acho que isso não seria lá

belas!

É apenas uma ruga num rosto, um olhar

muito divertido.

Olhava para o céu que é extenso, azul e

desviado, uma marca do tempo, apenas,

macio, e a lua, como é perfeita.

feita por alguém criativo.

Olhava para a noite escura e negra

Já conheci muitos livros, algumas grandes

como uma cidade sem luz, sem cor e sem

obras literárias. Há sempre uma parte que

alegria.

fica na prateleira, outra que aparece

Olhava o sol da meia-noite, como é

em citações nas minhas páginas, mas

espantoso , um fenómeno raro !

a verdade é que aprendemos sempre

Observaria a perfeição das coisas que

lendo todos, cada um em particular.

me rodeiam, que me formam e me

completam.

à

espera

de

nos

Leonardo Ferreira, 8D

Anita Marante Teixeira 9B

Se eu fosse um Telescópio

Ser um telescópio é ser, simplesmente, um ‘’ser’’ que observa tudo o que pode ser observado mesmo aquilo que está fora do alcance dos nossos olhos. Já imaginaram algo tão fantástico? Sofia Fernandes; Veronika Somova 8B

SomosRevista 37


f

.

.. s a t r o a de p

or

Nesta edição da SomosRevista, dedicada ao passado, presente e futuro da nossa escola, pedimos a antigos professores, funcionários e alunos da ESCM que, de forma breve, respondessem a duas questões reveladoras das suas experiências aqui vividas e as partilhassem connosco: 1- Referir uma recordação marcante da sua passagem pela escola. 2- Deixar uma mensagem para a comunidade educativa.

Nome: Armando de Freitas Mendes ESCM: 1993 - 2001 Professor de: Biologia e Geologia -11º Grupo B 1- No dia 14 de Julho de 1999, no âmbito do programa Ciência Viva realizei, para o grupo de docentes da área de Biologia e Geologia da nossa Escola, um percurso a pé, numa extensão de 4 Km com o objectivo de observar os vestígios de glaciares na Serra da Peneda. Os colegas dos outros grupos ao terem conhecimento deste evento perguntaram porque é que não se realizava outra caminhada e a partir daí, todos os anos se realizaram vários percursos, Gerês, Serra do Alvão, Grutas de Mira d' Aire, Serra d' Aire ..., destinados ao corpo docente e aos nossos funcionários. Procurava-se sempre um percurso de média dificuldade para que todos pudéssemos desfrutar do contacto com a Natureza. Era um dia em que se esqueciam os problemas da Escola, havia entreajuda, estabelecia-se mais amizade. Bons momentos de convívio e sã camaradagem. No fim era agradável ouvir «Valeu a pena!» Um verdadeiro espírito de Escola. 2- Escola é, para além de um espaço físico, um local onde se concretiza o direito à Educação. Compete à Escola a formação integral dos seus alunos, para que, no futuro, possam construir os seus projectos: um sonho tornado realidade. É irrealista considerar a Escola isolada da Comunidade em que está inserida. Todos os intervenientes na Escola, em conjunto, deverão trabalhar no sentido de fazer com que a Escola seja um espaço de verdadeira troca de saberes, com uma vida e dinâmica próprias, partilha essa, estimulante para quem nela trabalhe e estude. Tudo isto será possível, numa sociedade em mudança, com trabalho, empenhamento, abertura, coresponsabilização. Mãos à Obra! Vamos em frente!

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Nome : Emília Maria Costa e Silva ESCM: 1998 - 2005 Coordenadora dos serviços administrativos e financeiros. 1- A escola é um espaço muito vivo, muito dinâmico que traz recordações a alunos, funcionários e professores. Não esqueço a vida e toda a aprendizagem que tive com um grupo tão significativo de pessoas. Toda essa vivência povoa ainda hoje o meu espírito, bem como, segundo penso, o de todos quantos têm o privilégio de passar pela nossa Escola. Toda a vivência foi marcante. Recordo o esforço de toda a comunidade escolar em torná-la muito humana, a melhor de todas. Enfim, recordar é viver. 2- Vale a pena investir nos valores educativos, preservar a nossa história, sem esquecer o mundo que está em mudança. Será nele que os jovens irão viver.


Nome Maria Manuela Liberato ESCM: 1992 -1998 Função Auxiliar de Acção Educativa

Nome: Ilídio Manuel Moutinho ESCM: 1993 - 2008 Professor : Matemática

1- Cheguei à Escola Secundária do Castelo da Maia em 1992/09/14. Foi uma experiência única, apesar do trabalho árduo, foi demasiado gratificante.

1- Foi imbuído numa forma límpida de pensamento, de sonhos e

Era como a minha segunda casa, que teria de mobilar

sentimentos que, em Setembro de 1993, me apresentei na Escola

e decorar, para que ficasse acolhedora para receber

para desempenhar as atribuições de educador.

Professores e Alunos que começavam a chegar ...

Certamente, que muito se passou de relevante… as relações com

Nesse período da minha vida senti-me completamente

os diversos actores da comunidade foram de uma riqueza enorme,

realizada, gostei do trabalho que desenvolvi junto de toda

sobretudo, as relacionadas com as sucessivas vagas de alunos que

a Comunidade escolar, construindo grandes amizades com

me passaram pelas mãos.

Professores, Colegas e Alunos.

Mas, igualmente, é justo enaltecer a realização de trabalhos

Em 1994/09/15 fui confrontada com um novo desafio ao

pedagógicos com os pares, as inovações tecnológicas introduzidas

ser nomeada Encarregada do Pessoal Auxiliar, tarefa difícil,

e os eventos efectuados anualmente e nos quais se inseriam alunos,

mas muito enriquecedora, tendo efectuado um bom

docentes, funcionários e Encarregados de Educação.

processo de aprendizagem no relacionamento com todos

Como piores momentos, recordo o falecimento da colega Manuela

eles, cultivando o rigor e a qualidade no serviço que prestei,

Vilarinho e de um aluno que, subitamente, pereceu no recinto

utilizando eficazmente os recursos existentes.

escolar.

Houve muitas situações que me marcaram, pelo que se

Não posso deixar de referir, como aspecto negativo, a forma como

torna difícil enumerá-las, contudo escolhi duas que me

a Tutela conduziu, ultimamente, a sua política educativa.

tocaram profundamente:

Finalmente, senti-me muito honrado e reconhecido pela confiança

Um aniversário em que o Conselho Directivo, Colegas e

e amizade manifestadas por todos, mas, em particular, pelos

Professores me presentearam cada um com uma bonita

membros do meu Departamento, Conselho Pedagógico e Direcção

rosa vermelha. Não tenho palavras que consigam descrever

da Escola.

as emoções desse dia. E, como não poderia deixar de ser, um outro momento que

2- O papel de cada um na construção de uma escola de sucesso é

nunca esquecerei: o almoço de despedida, quando da

fulcral. A responsabilidade de honrar e enobrecer o “mandato” que

minha saída para a Segurança Social.

receberam da Sociedade é um valor inestimável.

Que no Vosso jardim floresçam milhares de "ROSAS

A história da Escola, sendo curta, mas rica, é também passível de

VERMELHAS", todos os anos.

sobressaltos, daí que não resista a recordar um poeta com esta chamada:

2- A princípio pode parecer o "Cabo das Tormentas", desenganem-se.

“ Caminhante, não há caminho, Se faz caminho ao andar.”

De facto quando saírem desta Escola, o vosso rosto estará tal

Enfim, o meu sonho acabou, mas todos têm que continuar a

como o de uma criança ao receber um "belo presente", pois

Sonhar…

é isso mesmo que acontecerá, irão receber conhecimento, experiência, saberes... que vos enriquecerão de tal forma que não há prémio monetário que o suplante!!!! Beijinhos.

SomosRevista 39


f

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.. s a t r o a de p

or

Nome: Tiago Bandeira Curso: Ciências e Tecnologias ESCM: 2004-2010 1- As minhas melhores recordações da escola são os tempos livres passados nos vários espaços, a simpatia dos professores e funcionários, as actividades organizadas por nós, alunos, e pela escola, cuja participação permitia bem-estar e diversão, o melhoramento contínuo dos materiais tecnológicos disponíveis, e sem dúvida, o mais importante, as amizades que ficaram, não só com colegas, mas também com professores. Tanto amigos como alguns professores ajudaram-me no meu percurso escolar, mas, mais importante, ajudaram-me a crescer como pessoa. E foi com vários conselhos e vários gestos partilhados por essas pessoas que muitas vezes me senti feliz e capaz de continuar a lutar pelos meus sonhos, pelo que só tenho a agradecer por isso.

Nome: Reinaldo Moreira da Costa Padrão

Relembro um episódio recente, no meu último ano na escola,

Professor de Economia

em que, no âmbito da disciplina de Área de Projecto, o meu

ESCM: 1999 - 2010

grupo organizou o “Dia da Massagem”. Foi um dia marcante porque tudo correu melhor do que o esperado, em que se

1- Lembro-me de uma aula onde tive a presença da D. Maria,

evidenciou o trabalho árduo do grupo do qual fazia parte, a

Auxiliar de Acção Educativa (actualmente chamada Assistente

alegria de quem participou no evento (alunos e professores),

Operacional), que foi convidada a participar nela, e onde o seu

a satisfação pelo projecto por parte da escola de massagem

testemunho, como Auxiliar na escola se revelou excepcional.

convidada, e por fim, a minha realização pessoal e dos meus

Os alunos dessa turma de Sociologia assumiram também que

colegas de grupo, por tudo ter decorrido com sucesso.

se tratava de um convidado especial, tendo manifestado muito agrado com o testemunho que foi dado.

2- O sucesso só se consegue com bastante trabalho, mas nada é impossível.

2- A escola deve ser um espaço privilegiado do exercício da cidadania e das relações pessoais..

40

Ana Meireles - 1ª comissão instaladora

requisitar os contadores da água e luz e

Foi necessário abrir dezenas de caixotes

desta escola.

pedir a instalação da linha telefónica, tal

com imenso material para laboratórios/

como nas nossas casas.

oficinas, inventariá-lo, seleccioná-lo e

Quando em Junho de 1992 fui convidada

Assim, durante algumas semanas, a

arrumá-lo nos armários. Até alguns dos 70

para fazer parte da comissão instaladora

comissão instaladora “instalou-se” numa

alunos, se viram, de repente, atarefados

da Escola Secundária nº2 da Maia, não

sala da Escola EB2,3 do Castêlo da

com a montagem dos microscópios,

tinha uma ideia muito real do que seria

Maia, gentilmente cedida pelo Conselho

que

“instalar” uma escola nova! O edifício,

Directivo, e foi lá que recebemos e

separadas, para poderem fazer algumas

novo, existia, mas não era possível utilizá-

conhecemos

observações durante a aula de Biologia.

lo de imediato! Porquê? Simplesmente

leccionaram durante esse ano lectivo, os

Hoje, e passados quase 20 anos, vejo

porque não havia água, luz, telefone, e

poucos funcionários, e todos ajudaram

como a minha escola cresceu em todas

foram essas as nossas primeiras tarefas:

a arrumar a nova escola. Sim, arrumar!

as suas vertentes, e penso: Valeu a pena!

os

15

professores

que

vinham

embalados

em

peças


Nome: Ana Sofia da Silva Campos (ex-aluna) Ano de entrada na ESCM: 2000 Ano de saída da ESCM: 2006 Todos os dias temos que enfrentar dificuldades. Creio que aprendemos e nos tornamos mais fortes, descobrindo como ultrapassá-las. Na minha passagem pelo ensino secundário, surgiu-me um problema grave de saúde que me impossibilitou de frequentar as aulas. Foi necessário aqui um grande esforço, tanto do corpo docente como da direcção da escola, para providenciar a minha frequência às aulas (videoconferência), mantendo o contacto com os professores, os colegas e as matérias. O ensino secundário, por si só, exige uma capacidade de adaptação. São várias as mudanças: nova turma, novos colegas, disciplinas novas... Só fui capaz porque pude contar com a ajuda dos professores e dos funcionários da ESCM. Assumo, assim, toda a importância que a escola teve na minha vida. Todo o apoio e disponibilidade, todas as mensagens de força e esperança que me foram chegando nos momentos mais difíceis, o que me permitiu estabelecer uma relação única com todos os meus professores. Sempre me motivaram para que eu terminasse o meu percurso com sucesso, mantendo a vontade de estudar.

Na minha carreira docente, à semelhança de muitos colegas

perspectiva

e

de profissão, já leccionei em muitas escolas. Tantas que não me

sinceramente não estar

chegam os dedos das mãos para as contar (caso precisasse

equivocada, pois apostei

de contar pelos dedos). No entanto não tenho a menor dúvida

nesta

que a Escola Secundária do Castêlo da Maia é das que guardo

formação dos meus filhos.

melhores recordações e onde me deu mais prazer trabalhar.

Agora, numa altura de

Porquê? Porque possui um excelente ambiente de trabalho, um

grandes

corpo docente e não docente de elevado profissionalismo, uma

nível das estruturas físicas,

camaradagem entre colegas que sempre me agradou e que

tudo

recordo frequentemente com muito carinho e também porque

melhor. Vão-se as paredes,

se pauta pela inovação tanto pedagógica como tecnológica.

mas

É uma escola dinâmica e empreendedora. A procura de

cerne,

novas estratégias para solucionar os inúmeros problemas que

então envolvido por um

têm vindo a surgir na Educação nos últimos tempos, o não

espaço

“baixar os braços” face às dificuldades, o saber reconhecer

renovado que espero, à semelhança de outras escolas que

que não funcionando de determinado modo requer mudança

também sofreram esta intervenção, proporcionará novos

e que para mudar é necessário um planeamento consistente

espaços e novos materiais que tornam o processo de ensino/

com perspectivas de sucesso, proporcionando aos alunos

aprendizagem ainda mais atractivo.

oportunidades que não teriam noutras escolas. É esta a minha

escola

para

mudanças

vai o

espero

ficar

a

ao

ainda

fundamental, continuará

o lá,

completamente

Isabel Gonçalves Ex-Docente da ESCM e actual Representante dos Enc. Educação do 7G

SomosRevista 41


v

a e a pen

al

Relembrar o Sarau e Playback da nossa escola

organizado pelo grupo

Unidos” 12ºE

Projecto e com a colaboração do grupo de teatro, contou com a brilhante actuação de cerca de 100 alunos da nossa escola

No

sarau,

foi

tudo

bastante

divertido, havia alunos com muito talento e vocação para o que estavam a fazer, verificou-se bem a aptidão para cantar, tocar instrumentos e dançar de cada um dos participantes. O que eu gostei mais foi da actuação do meu colega Fábio Pinto e das canções de outros alunos.

42

Luís Alão 8D

“Dois Mundos

no âmbito da Área de

Parabéns a todos!


SomosRevista 43


S

. . . e u q abias ATELIÊ CARVALHO ARAÚJO

ESCM Depois de termos ganho a possibilidade de fazer o projecto da nova Escola Secundária Castêlo da Maia começaram a surgir-nos inevitavelmente várias ideias que gostávamos de implementar, ainda que numa forma abstracta. Fragmentos de outros projectos, ou simplesmente algumas ideias de como deveria ser uma escola secundária. Partir para um projecto como uma página em branco é uma impossibilidade a que o nosso cérebro não se permite, nem os nossos condicionamentos sócio-culturais. Assim, logo que foi possível resolvemos visitar o local da escola, para que rapidamente pudéssemos começar a preparar o “caldo do projecto”, que para nós deve ter vários ingredientes. A compreensão do lugar na sua total complexidade, na sua morfologia, topografia, paisagem, inserção urbana, são os aspectos com que tradicionalmente começamos a trabalhar. A partir daí começámos a “apurar a receita” à medida que fomos tendo outro tipo de informações e necessidades. Deparámo-nos

com

um

complexo

escolar,

composto por diferentes escolas, rematado de um dos lados pela ESCM, num terreno que suplantava bastante em área disponível as áreas construídas. Apesar de parte do terreno estar por ocupar, na altura ainda não sabíamos por que razão, surpreendeu-nos o aspecto cuidado da escola, limpo, organizado. Transmitia-nos uma imagem de eficiência e rigor. À partida tínhamos conhecimento de alguns pontos que deveriam ser abordados no projecto, nomeadamente pelo facto de ter de se implementar um turno único nas escolas, estas teriam que quase duplicar a sua área, para poder ter todos os alunos ao mesmo tempo. Começamos logo a procurar formas de ocupar o terreno disponível e de ter uma estratégia de organização global. Sabíamos que o novo edifício seria muito grande e não queríamos que fosse muito compacto ou se impusesse demasiado na frente do terreno. Entre algumas ideias que fomos testando, foi ganhando maior força uma estratégia de implantação que copiava a implantação existente, deslocando-a a 45º no sentido Sudoeste, criando um edifício que se ampliava alternado entre pátios e construções.

44


Depois começaram as reuniões, com a Direcção da Escola, com o Parque Escolar, Entidades Públicas e com os restantes projectistas de especialidades que compunham a equipa, assim como começávamos a receber os levantamentos necessários para desenvolver melhor os projectos. A escola já tinha tido reuniões com a Parque Escolar para decidir o programa final para o projecto, assim o programa que nos foi entregue já era relativamente consensual, poupando-se tempo nessa fase também crucial do projecto. As discussões com as diferentes entidades e projectistas englobavam o projecto nos seus aspectos mais técnicos e de cumprimento das áreas máximas de construção e do custo total da obra. Porém eram sobretudo as questões de apropriação de um património imaterial que mais nos interessavam. Estávamos perante uma escola tipo semelhante a outras escolas tipo que proliferaram pelo país, mudando a configuração conforme a topografia e a configuração do terreno, fortemente desconectado da sua relação com o contexto. Tínhamos particular interesse na ideia de evolução de uma escola tipo para uma escola identitária, baseado no contexto de inserção urbana, na percepção da escola enquanto elementos simbólico nas suas características mais relevantes e de um entendimento geral de um corpo dirigentes que tinha ideias claras sobre o modo de funcionamento da escola e da imagem que devia transmitir. Este processo de concepção gera edifícios com um código próprio, como ADN, algo de individual e único; Identidade ou personalidade. No primeiro contacto que fizemos com a escola pedimos para descreverem o que era a sua escola, ou o que deveria ser. Pedimos que elegessem algumas palavras-chave. Moderna, tecnológica e vanguardista, foram as palavras mais repetidas. De certa forma todos gostavam de afirmar a sua individualidade, apesar de algumas pessoas conseguirem ser mais precisas, percebe-se sempre nas pequenas preocupações como queriam que a escola funcionasse. Começamos nesta altura a visualizar uma escola como um pequeno pólo tecnológico, a ideia de campus, como um somatório de vários edifícios.

SomosRevista 45


S

. . . e u q abias

Nesta altura as opções tinham que começar cada vez a ser mais específicas. Tornava-se importante decidir o que fazer com as construções existentes. Para nós, mais importante do que saber se havia demolição integral, parcial ou se a construções eram aproveitadas integralmente, interessava-nos o conceito de apropriação. Para explicar o que para nós significa este conceito lembro uma entrevista de Philip Ursprung a Herzog & de Meuron. Este questionava qual era o significado do conceito de apropriação no trabalho do atelier. Para ele era um conceito fundamentalmente diferente da "tabula rasa", e diferente da abordagem modernista, mas não no sentido anti ou pós-moderno. É uma apropriação no sentido de adoptar estilos, formas de conduta e modos de funcionamento fazendo uso do mundo existente. Acerca da decisão do que é mantido da pré-existência ou do que é eliminado, a abordagem de Herzog & de Meuron é mais próxima de Viollet-le-duc, misturado com um processo de artes marciais como o Aikido, usando a energia do oponente para ganhar vantagem. Preservar o máximo possível de um edifício só faz sentido se ele tiver qualidades excepcionais ou se a demolição por razões técnicas, financeiras ou políticas não for possível. Se houver uma resistência de qualquer tipo, não vale a pena oferecer qualquer oposição heróica. Faz mais sentido integrar os elementos dados nas nossas próprias ideias. Faço esta referência porque me lembrou as questões de opção de base que tivemos que tomar quando iniciámos os primeiros projectos. Tendo por base escolas secundárias existentes que por força de uma mudança legislativa e de um programa de renovação liderado pela Parque Escolar E.P.E. teriam de duplicar a sua capacidade. As questões de apropriação vistas desta forma enquadravam-se na nossa visão e eram extremamente importante porque o programa da Parque Escolar é de reabilitação. Os modelos de base das escolas de esquema 3x3 pavilhonar não eram particularmente relevantes ou interessantes. A sua recuperação integral criava mais entropia do que uma mais-valia no projecto. A utilização parcial dos edifícios, fundamentalmente elementos estruturais e algumas fachadas, propiciavam sobretudo alternativas de implantação mais interessantes e diversas, com geometria, ritmo e regras de composição de conjunto, usando a topografia e o contexto como elementos diferenciadores. Depois de testadas as principais opções de projecto tínhamos que começar a realizar uma organização mais definitiva do programa. Um dos aspectos solicitados tinha a ver com uma ideia de uma escola aberta à comunidade, quer no seu funcionamento, quer na disponibilização de espaços. Os espaços privilegiados para se atingir esta relação eram a sala polivalente/ auditório, os espaços para clubes, as zonas de pausa de alunos e as áreas desportivas. A área institucional, composta pelos espaços de direcção, secretaria e atendimento aos pais, era para nós também muito importante. Queríamos que estes espaços fossem facilmente acessíveis, que se localizassem no piso térreo e fossem o primeiro contacto com a escola, funcionando como um filtro para os espaços lectivos de carácter mais privado.

46


A solução de volumes e pátios encontrada nos primeiros estudos era ideal para explorar com relativa facilidade a separação destas áreas de abertura à comunidade das restantes. Apesar de parecer que o projecto da escola é composto por vários pequenos edifícios, a verdade é que a escola é composta apenas por um único edifício, como uma malha em xadrez que se espalha sobre o terreno. Funciona como um animal em pé sobre as patas. Ou seja, o edifício é parcialmente elevado em relação ao terreno e apenas os programas de abertura à comunidade se localizam no piso térreo. São metaforicamente as patas, a ligação à terra, à comunidade.

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. . . e u q abias

Todo o restante edifício com as áreas lectivas funciona a partir do primeiro piso, até um máximo de 3, num esquema de acessibilidade em espinha. Desta forma é criada também uma permeabilidade visual e física no piso térreo, sendo possível atravessar o edifício por baixo, libertando o máximo de terreno possível, criando simultaneamente espaços exteriores cobertos para os alunos. Os novos espaços verdes criados fluem através do edifício, criando um espaço exterior contínuo, amplo e luminoso.

48


Apesar das escolas da Parque Escolar partilharem um modelo funcional parcialmente idêntico, o resultado final é muito diferente no seu ambiente e composição formal. A escola passou a ser um modelo híbrido entre uma escola compacta e um modelo pavilhonar, uma vez que mantêm parcialmente o princípio de autonomia dos blocos, que se interligam através de corredores que ocupam espaços intersticiais. Era importante para nós a ideia de devolver o carácter institucional às escolas no seu carácter formal. Esta ideia, que se foi mantendo nos liceus clássicos, tinha-se perdido um pouco com este tipo de escola modelo. Em todos os modelos existe o princípio de um percurso principal que a Parque Escolar intitula de " rua do conhecimento" e que para nós é um elemento de continuidade em toda a escola, criando o " percurso arquitectural" em "circuito fechado". É um elemento que mantém sempre as mesmas características em todo o projecto, de cor, materiais e organização, implantando-se como uma entidade própria. Esta solução permite que se trabalhe os interiores de forma autónoma, uma vez que se pretende que exista uma sensação de transição entre elementos diferentes, de certa forma percebendo-se as relações preexistentes.

A nova escola é específica para este lugar e para esta comunidade. Não corresponde a um modelo ou cópia da escola anterior. É uma “experiência” que se pretende que seja a base da experimentação académica, do desenvolvimento e do conhecimento.

SomosRevista 49


S

. . . e u q abias

“Parque Escolar” Construir as Escolas do Futuro

A Parque Escolar, E.P.E. foi criada pelo

escolar edificado e tem os seguintes

valorização da componente ambiental,

Decreto-Lei nº 41/2007, de 14 de Fevereiro.

objectivos:

através de um projecto de arquitectura

Tem

por

objecto

planeamento,

paisagista adequado.

gestão, desenvolvimento e execução

1. Recuperar e modernizar os edifícios

do

da

escolares num processo conjugado de

2. Abrir a Escola à Comunidade enquanto

rede pública de escolas com ensino

reposição da eficácia física/ambiental/

elemento

secundário aprovado pela Resolução do

funcional

de uma cultura de aprendizagem e

Conselho de Ministros nº 1/2007, de 3 de

Para

Janeiro.

intervenção que se vem vindo a fazer,

recentrando a escola nos meios urbanos

pretende corrigir problemas construtivos

em que se insere, criando condições

existentes, melhorar as condições de

para que nos horários extra escolares os

de Modernização do Parque Escolar

habitabilidade,

de

de

edifícios possam ser utilizados no âmbito

Destinado

acessibilidade,

permitir

abertura

de actividades associadas à formação,

programa

Nessa as

de

modernização

resolução

linhas

são

apresentadas

orientadoras ao

do

Ensino

Programa Secundário.

isso,

o

grande

esforço

segurança a

e

de

de

estratégico

divulgação

de

construção

conhecimento,

da escola à comunidade e adequar

aos

uma resposta eficaz a um ensino que

as

desporto e ao lazer.

se pretende exigente” e “constituir-se

exigências decorrentes da organização

como uma referência internacional: uma

e dos curricula do ensino secundário,

3. Criar um sistema eficaz de manutenção

escola a tempo inteiro, inclusiva e aberta

designadamente: a) maior flexibilidade

e gestão dos edifícios após a operação

à comunidade”.

na organização curricular, b) diversidade

de

sabido

pode

que

influenciar

comportamentos

o

espaço

as

escolar

espaço-funcionais

às

culturais

requalificação,

e

sociais,

mantendo

ao

uma

de práticas pedagógicas; c) acesso

eficiente e eficaz gestão da manutenção

e

os

continuado a fontes de informação

dos

que

atitudes

espaços

escolares,

em

estreita

o

variadas (centros de recursos); d) reforço

colaboração com a escola. Para isso,

utilizam (alunos, docentes e funcionários,

do ensino experimental de ciência e

considera-se de extrema importância

encarregados de educação), afectar

tecnologia (laboratórios e oficinas; e) uso

fomentar

a aprendizagem e influenciar o diálogo

intensivo de Tecnologias de Informação

instalações

e a comunicação entre os membros

e Comunicação (TIC); f) inclusão de

de medidas a fomentar com as escolas

da

criar

alunos com necessidades de educação

de responsabilização e formação, de

aprendizagem

especial; g) presença continuada de

educação para a cidadania e de

docentes e alunos na escola ao longo do

valorização

ambientes adequados, com qualidade

dia.

sentido de garantir a utilização plena

arquitectónica,

e

Neste âmbito reforça-se a necessidade

das instalações, o sistema a implementar

comunidade

oportunidades alargadas

escolar. de

a

estimulantes,

daqueles

condições

eventos

de

Pretende-se, com este programa, “dar

É

50

o

todos,

Ao

suportadas

confortáveis

está-se

favorecer

correcta e

utilização

equipamentos

do

espaço

das

através

público.

No

o

de requalificar globalmente o espaço

pretende dar respostas eficientes às

desempenho educativo. Ao oferecer

escolar através de uma intervenção ao

solicitações pontuais de reparação e

a docentes e funcionários condições

nível de espaços de ensino (salas de

cumprir

de trabalho adequadas e espaços de

aula,

de

descanso e socialização confortáveis,

oficinais,

pretende-se

seu

alunos e para docentes); centro de

bem-estar e consequente satisfação e

recursos / biblioteca; espaços sociais e

O diálogo que pretendemos fazer com

rendimento profissional.

de convívio; espaços administrativos, de

as comunidades escolares teve na Escola

O Programa de Modernização visa repor

recepção e de atendimento; espaços de

Secundária do Castêlo da Maia uma feliz

a eficácia física e funcional do património

educação física; espaços exteriores, com

realização: foi possível, no prazo previsto,

contribuir

a

em

a

para

o

espaços

laboratoriais,

espaços

de

espaços

trabalho

para

uma

correcta

intervenções

de

programação

conservação

e

manutenção.


envolver todos os intervenientes – as

se agora concursos para mais de uma

mas também de alegria e confiança.

equipas da Parque Escolar e do gabinete

centena de estabelecimentos de ensino.

Porque nos anima uma forte convicção

do arquitecto Carvalho Araújo puderem

As “novas escolas” que vão sendo

de serviço público, de rigor e eficácia, de

manter com a direcção da Escola, com

“habitadas” e apropriadas pelas suas

espírito de equipa com as comunidades

os professores e demais comunidade,

comunidades com benefícios educativos

educativas

uma fecunda troca de ideias até se

reconhecidos, a disciplina e organização

construir as escolas do futuro, contribuindo

chegar a um projecto de que todos nos

que exige a realização da obra em

para uma melhor educação.

orgulhamos.

simultaneidade com o decorrer das actividades

lectivas,

a

e

territoriais,

queremos

colaboração

Passados quatro anos estão já concluídas

com tantas empresas, a nossa própria

98 escolas e em obra encontram-se outras

experiência de trabalho, devolvem-nos

Eng.º Luís Martins, Delegação do Norte,

70. Para as fases seguintes preparam-

um profundo sentido de responsabilidade,

Director Geral Delegado.

primeiro Conselho Directivo

Junho de 1994. Três jovens inexperientes foram eleitas para

presidente, comunicou

formar o primeiro Conselho Directivo (Presidente, Vice-presidente

às outras colegas que

e Secretário), da então denominada Escola Secundária da

… estava grávida. Dali a

Maia, nº 2. A formação desta equipa foi feita de forma singular

poucos meses a equipa

e insólita. É uma história muito pessoal … e transmissível:

ficaria reduzida a dois

No dia da tomada de posse, a futura presidente transformou-

(ou seria a quatro?)

se rapidamente em futura ex- presidente, ou seja, não tomou

elementos. Nada que

posse. Nesse momento, tive a impressão que a casa, ou melhor,

assustasse estas mulheres (… do norte)!!

a escola, desabava em cima de mim. E agora? Quando dei por

Nunca seria possível falar desta época única das nossas vidas

ela, estava a futura vice-presidente (Rosa Fernandes) a passar,

sem mencionar a colaboração ilimitada de vários colegas,

rapidamente, de ex-futura-vice-presidente a presidente; e a

de entre os quais, justiça seja feita, à nossa querida Manuela

futura secretária (Paula Romão) a passar de ex-futura-secretária

Vilarinho, que infelizmente já não se encontra entre nós, e ao

a vice-presidente. Confuso? Sem dúvida.

inexcedível colega Ilídio Moutinho. Nunca esqueceremos o

Mas, estava a faltar um elemento. Quem iria ser a secretária

companheirismo destes colegas, que arduamente trabalharam

deste Conselho Directivo? Era preciso encontrar urgentemente

ao nosso lado. Passámos praticamente a viver na escola. Foram

alguém ainda mais inexperiente que as duas anteriores, pois

horas sem conta fora de casa.

faltavam apenas três horas para a tomada de posse do novo

Estas três jovens inexperientes, foram ao longo dos anos

órgão. Missão impossível? Nem pensar!

transformando-se em três profissionais que continuam a trabalhar

Afinal, sempre existem anjos e do sexo feminino! (Inês Marques)

em prol de uma escola pública inclusiva, onde se educa, se

“Serenamente”, as três jovens assinaram o livro de actas

instrui e se socializa.

oficializando, assim, o órgão do qual fariam parte durante os

Junho de 2011. Já não são inexperientes e muito menos jovens,

dois anos seguintes.

mas continuam a acreditar que “Só aqueles que tem coragem

Fez-se silêncio. E agora? Vamos ao trabalho! Na verdade se

de caminhar podem viver todos os dias na certeza de lá

diga que já estavam exaustas, pois fora uma manhã bastante

chegar.”( Messias Ricarte)

agitada. A partir daquele momento com certeza que tudo se

Professora Rosa Fernandes

iria compor, tudo aquilo fora um pouco como um casamento abençoado pela chuva. Dias mais tarde, a jovem inexperiente, recém-empossada

SomosRevista 51


S

. . . e u q abias Insólito?

52

Talvez! Ousadia? Muita! Inconsciência? Total!

nada a apontar à Comissão Instaladora,

também eu tinha tido oportunidade

Depois de ler o texto da minha ex-

que tinha sido indigitada para “abrir” a

de observar alguém que considerava

presidente do Conselho Directivo, e

escola. O tempo ia passando e as outras

muito boa profissional. Nem hesitei, tinha

minha digníssima actual sub-directora,

duas colegas da suposta lista começavam

poucas

entendi acrescentar mais uns pormenores

a esgotar a sua paciência pois eu “não

uma colega, ainda mais nova do que

inéditos.

atava nem desatava” Na noite anterior

eu, a aceitar algo que eu própria tinha

Estávamos no ano de 1994, quando um

ao da entrega da lista, confesso-vos que

recusado; ou seja, ainda hoje não sei

belo dia de Maio, uma colega (Rosa

nem dormi, pois, por mais respeito que

como consegui convencer uma colega

Fernandes) da escola se abeirou de

tivesse pelas minhas colegas, nada me

inteligente (Inês) a aceitar esse desafio,

mim com um ar um pouco conspirador,

impelia nem motivava para o exercício

utilizando os mesmos argumentos em

dizendo-me que queria falar comigo a

de um cargo na direcção de nada, muito

sentido contrário, ou seja, usei-os para

sós. Pensei logo o que teria eu feito de tão

menos de uma escola.

lhe dizer porque não podia aceitar, e usei

mal que exigia uma conversa tão formal.

3º acto: Eram sete da manhã, do dia D,

os mesmos para a convencer do motivo

Mas enfim, educadamente lá acedi ao

já “je” se encontrava bem estacionada

pelos quais achava que ela devia aceitar.

horas

para

tentar

persuadir

tal encontro, resignada ao que dali

5º acto: A eleição ocorreu, tendo-

viesse.

me eu comprometido a trabalhar

1º acto: Apenas vos digo que

na retaguarda, nas férias e afins

recordo até hoje cada palavra

para que tudo corresse bem, caso

proferida, cada segundo passado,

viessem a vencer as eleições, o

pois, à medida que a colega ia

que veio a acontecer. E assim

desfiando o seu discurso, a minha

foi, um belo dia, estava eu a

perplexidade

grande

ajudar a fazer as turmas, já as

que sinceramente, penso não ter

era

tão

aulas tinham acabado, quando

conseguido sequer articular uma

entra de rompante a obreira de

ideia, limitando-me a proferir algo

toda

como: eu? porquê eu? olha que eu

Fernandes) dizendo-me que desta

não percebo nada disto, mesmo

vez não lhe podia dizer que não,

nada (…) e o que eu gosto mesmo

pois o elemento da lista que iria

é de dar aulas! Perante alguma

ser indigitado presidente, tinha

esta

encruzilhada

(Rosa

insistência lá acabei por me livrar da dita

em frente ao portão da escola, a

desistido no preciso momento da tomada

colega, dizendo que ia pensar! Meti-me

encher-me de coragem para dizer às

de posse. Voltei à estaca zero! O que

no carro e andei sem rumo sempre com

colegas um “não” convicto e definitivo,

fazer?

aquelas palavras na cabeça: “Paula,

preparada que estava para sustentar os

6º acto: Agora o meu compromisso era

eu tenho-te observado e gostava que

meus argumentos, no caso de insistência,

maior! Como dizer que não, outra vez, a

fizesses parte da minha lista para a

saudável, naturalmente, por parte das

quem tanto tinha confiado em mim? Pior

próxima eleição do Conselho Directivo”;

outras duas “corajosas” colegas.

ainda; como dizer não, a quem eu tinha

eu? pensava, logo eu, caloira na escola,

4º acto: Mas o “peso na consciência” era

convencido ser um desafio interessante?

quase inexperiente no ensino, e fascinada

muito por ter demorado tanto tempo a

Como dizer não a duas colegas que

pelos meus alunos? Porquê eu?

decidir-me, pelo resolvi dar uma ajudinha

eu

2º acto: Durante uns dias nem em casa

para resolver o problema da minha

muito profissionais e acima de tudo

consegui falar sobre este insólito convite,

substituição de modo a não inviabilizar

por quem nutria o maior respeito? E foi

pois nunca tal me tinha passado pela

a dita lista de se candidatar. Assim,

assim que me iniciei nestas funções. Ora

cabeça, ainda mais porque não tinha

tal como eu tinha sido “observada”,

reparem quanto inconsciente fui: um

muito

prezava,

que

considerava


ano estagiária; ano seguinte professora

8º Acto: O resto da história é aqui contada

elevado civismo e bom clima que sempre

do 3º ciclo; ano seguinte, professora do

pela grande visionária de tudo isto (Rosa

teve é atestado também pelo facto

secundário; ano seguinte, vice-presidente

Fernandes)! Mas quero-vos dizer que as

de ainda cá estarem todos os colegas

do Conselho Directivo!

minhas ainda actuais companheiras de

que já fizeram parte da direcção, com

7º Acto: Mas o que vocês ainda não

direcção são fantásticas e que foram

excepção dos que já se reformaram e do

sabem é que a minha digníssima equipa

sempre elas as mais corajosas; sim, porque

colega que foi nomeado para instalar a

me tirou o tapete algumas vezes, senão

passado todo este tempo eu acho que

escola. Dessa comissão, destaco a nossa

vejamos: Julho 94, na tomada de posse:

não aceitei logo por falta de coragem e

querida colega Ana Maria Meireles e o

Paula tu é que ficas a vice-presidente

não por excesso de zelo ou consciência!

reformado mais bem disposto de todos,

(diz Inês); Novembro – Paula, estou

Tudo isto só foi possível, por estarmos no

Armando Mendes.

grávida (diz Rosa); Janeiro – Paula, a

ano de 1994, numa escola com 70 alunos,

A nossa escola tem na sua génese, um

partir de hoje tu é que diriges o Conselho

que tinha sido inaugurada no ano anterior.

bocado de todos quantos passaram na

Pedagógico, lamento mas estou muito

Hoje seria impensável esta sucessão

direcção, e na sua alma um pouco de

grávida! Fevereiro – Paula, agora tens de

de factos pois o grau de exigência,

todos os que por cá passaram e ainda

me substituir no Conselho Administrativo e

conhecimentos e de experiência revelam-

permanecem. É o nosso orgulho! É a

… (insiste Rosa). Fim do mandato – Paula,

se variáveis indispensáveis na direcção

nossa missão!

acho que devemos trocar de funções e

de uma escola. Muitos de nós fizemos

deves ser tu a Presidente (diz, Rosa).

parte do crescimento desta escola e o

Ano lectivo

Presidente/Director

Vice-presidente/Sub-director

1992-94

Alcino Pinto

Ana Maria Meireles

Secretário/Adjunto director Armando Mendes

1994-96

Rosa Fernandes

Paula Romão

Inês Marques

1996-98

Paula Romão

Margarida Miranda

Irene Tiago

1998- 2002

Albino Ramos

Conceição Moutinho

Armando Mendes

2002-2004

Paula Romão

Nuno Gomes Dídia Oliveira

2004 - 2009

Paula Romão

Rosa Fernandes Lúcia Teixeira

2009 - 2011

Paula Romão

Rosa Fernandes Rosa Fernandes

do

Graça Mota Inês Marques

Directora Paula Romão

SomosRevista 53


G

aleria

Todos

sabem

assistente

que

o

operacional

Sr.

Fernando,

desta

escola,

tem como tarefa cuidar da segurança de todos nós no espaço escolar. Todos sabem que o faz brindando-nos com a sua simpatia e disponibilidade, muitas vezes ainda antes de atravessarmos o portão. O que muitos não sabem é que ainda arranja tempo para preservar a memória colectiva da nossa escola, através das imagens que vai recolhendo e que ilustram a evolução do trabalho de recuperação e transformação dos edifícios. Aqui fica um cheirinho da sua reportagem fotográfica…

54


55


p

a

st i v e d ontos

1992-2011. Dezoito anos e alguns meses.

coloca à escola.

género para Portugal, mas penso que os

Uma

Quantos

Por outro lado, para além dos números,

resultados não seriam muito diversos. O

muitos

mudança

milhares

56

A Escola e os alunos 1992-2011: O que mudou?

de

de

século.

outra questão deve ser equacionada:

consumo e a atracção pelas redes sociais

mesmo. Quase uma geração passou

alunos?

Muitos,

Quem

que

entre as crianças e jovens estão na ordem

desde que a Escola Secundária do

moram

usando

do dia, também por cá. Por exemplo, um

Castêlo da Maia (ESCM) foi inaugurada,

uma expressão cunhada pelo Professor

estudo apresentado no Porto já este ano

em 31 de outubro de 1992. O que têm

Joaquim Azevedo?

concluiu que as crianças entre os 8-10

em comum os 1048 alunos que hoje

Um relatório sobre as crianças inglesas

anos dão mais importância à roupa e ao

frequentam a nossa escola com os 75

recentemente divulgado veio mostrar

calçado do que aos brinquedos. Também

que a frequentaram naquele primeiro

que o culto do individualismo, ganância

dados revelados no mês passado pela

são,

hoje,

nos

nossos

“as

pessoas

alunos”,

ano? E o que os distingue?

Comissão

Seria muito fácil cairmos no lugar-comum,

projecto EUKidsOnline, revelam que 78%

dizendo que os alunos de ontem eram

dos jovens portugueses, com idades entre

muito mais fáceis do que os de hoje, mais

os 13 e os 16 anos, estão presentes nas

educados, menos indisciplinados, mais

redes sociais.

atentos e trabalhadores. No entanto,

Ainda segundo dados deste ano, as

devemos

refletir

sobre

um

Europeia,

no

âmbito

do

aspecto

crianças com idade compreendida entre

essencial: Quem eram, há 18 anos, e

os três e os 15 anos passam mais de cinco

quem são hoje os nossos alunos?

horas por dia na companhia dos meios

Em primeiro lugar, não esqueçamos

de comunicação. Segundo este estudo,

que, inicialmente, a ESCM tinha poucos

uma em cada quatro crianças de oito

alunos e todos do ensino secundário. Em

anos tem seis meios de comunicação

1992, a frequência do ensino secundário

no quarto – 45 por cento tem televisão,

era, em termos percentuais e a nível

40% computador e 30% aparelhagem

nacional, bem mais baixa do que é hoje,

ou rádio. Finalmente, 97% das crianças

o que significa que muitos dos jovens

com 12 anos e 64% com oito anos

ficavam fora das escolas secundárias.

tem um telemóvel, e 62% das crianças

Consequentemente, a escola secundária

portuguesas tem livre acesso à Internet.

pública era para todos na sua Missão,

e egoísmo teve e tem um impacto tal

Os especialistas em psicologia acreditam

mas não continha, de facto, todos.

na vida das crianças que as famílias e

que estes dados estarão muito próximos

Hoje, praticamente todos os jovens que

os alunos necessitam de treino básico

da realidade actual. E, embora se refiram

terminam o ensino básico continuam a

em

moral.

à sociabilidade das crianças e jovens fora

estudar nos vários percursos formativos

Aconselha-se os pais a confiarem menos

da escola, penso que são essenciais para

que a escola pública oferece. Além

nos infantários e creches e mais em

lermos a realidade dentro da escola. De

disso, a nossa escola tem praticamente

membros da família para os ajudarem

facto, como pode a Escola esperar que

tantos alunos do ensino básico como

a educar os seus filhos. Critica-se o

os alunos de 2011 sejam como os de 1992

do ensino secundário. Sendo assim, a

consumo, promovido pela publicidade

ou mesmo de 1999?

nossa população escolar é muito mais

dirigida às crianças, e o modo como

Hoje não basta à Escola como instituição

heterogénea e diversificada em termos

a utilização das redes sociais encoraja

apresentar bem “a matéria” para que ela

de idade, meio familiar e contexto

os seus utilizadores a gabarem-se do

atraia e os alunos se interessem por ela. A

sociocultural e económico. Esta é, por

número de amigos que têm, sem nunca

velocidade da nossa vida em sociedade

si só, uma grande diferença entre a

pensarem na importância da qualidade

leva à impaciência e superficialidade; a

ESCM de ontem e a de hoje; este é, em

dessas amizades.

abundância eleva o consumidor ao poder

si mesmo, um enorme desafio que se

Desconheço se existe algum estudo deste

e o desperdício é visto como natural; a

amor

e

responsabilidade


diversidade (também da informação)

comportamentos e atitudes. A questão é:

fascinar os seus alunos.

obriga a uma enorme capacidade de

nós também mudámos, o mundo que é o

Até porque fascinar é diferente de atrair,

“filtrar” o mundo à nossa volta e torna as

deles e nosso também mudou. A Geração

como dizia Pedro D’Orey da Cunha há uns

escolhas mais difíceis; o prazer e a baixa

F, ou Geração Facebook, cresceu e

anos. Os meios tecnológicos e digitais ao

tolerância ao “não prazer” substituem o

cresce online, num mundo digital onde

dispor dos jovens de hoje podem fascinar

agir “por dever”, a ideia de que muito do

tudo é imediato, volátil e fugaz.

sem atrair. Os professores nunca poderão

que se quer só se consegue através do

Perante tais mudanças, a Escola precisa

ser substituídos pelos meios tecnológicos

sacrifício; a interactividade, mobilidade

de saber ouvir, fugir à rotina, abandonar

e digitais porque estes não esperam nada

e desmaterialização próprias do mundo

progressivamente o método expositivo em

dos alunos, não têm esperança neles nem

virtual

favor de aprendizagens mais interactivas,

expectativa do seu desenvolvimento.

como a flexibilidade, capacidade de

fazem

emergir

novos

valores

centradas

Modernas investigações mostram bem

adaptação, “ir e estar” sem sair do

promotoras da criatividade e inovação,

a

mesmo sítio.

optar

favoreçam

expectativa que se transmite de mil

Por tudo isto, não vou aqui defender

a

personalizada

maneiras: é o olhar de conivência, é o

que os alunos de hoje são piores do

e menos massificada, treinar para a

sorriso de entendimento. E, ao contrário,

que os de ontem. Mais difíceis? Talvez.

ausência de prazer imediato e diferir a

a ausência de esperança também se

Mais desafiantes? Sem dúvida. É óbvio

gratificação. Em suma, precisa de atrair e

transmite. O desafio que se nos coloca,

que mudaram, que não têm os mesmos

não deve cair na tentação de se limitar a

enquanto professores, é evitá-lo!

na

por

experimentação

métodos

aprendizagem

que

mais

e

importância

fundamental

desta

Luísa Pinho Profª de Inglês e Coordenadora de Ensino Secundário

Estas últimas férias de Verão foram as únicas em que ansiávamos para que as aulas começassem, pois iria ser uma nova experiência numa escola diferente em vários aspectos. O tempo passou e... finalmente chegou o GRANDE dia – o primeiro dia de aulas. No primeiro dia de aulas a nossa turma foi guiada até uma sala onde vimos pela primeira vez a nossa nova Directora de Turma: a professora Alice Sousa. À primeira vista pareceu-nos uma professora simpática, mas um pouco séria. O que se revelou falso, pois a pessoa séria do primeiro dia, logo, logo passou a ser a professora amiga e carinhosa. Infelizmente, quase no fim do primeiro período, a professora teve de se ausentar. Passadas umas semanas chegou uma professora que a substituiria durante o resto do 1º Período e todo o 2º Período: a professora Ana Caseiro. Logo no primeiro dia, a professora surpreendeu-nos com duas músicas compostas por si. Demonstrou ser uma pessoa descontraída, talentosa e também muito exigente. Nesta escola todos os nossos professores são muito amigos e compreensivos; os funcionários estão sempre dispostos a ajudar. Relativamente à turma, mesmo sendo diferente, achamos que é muito divertida e acolhedora. Achamos que esta é a melhor escola que já frequentámos, pois é organizada, GRAAAAANDE e todos os funcionários e professores são muito simpáticos. Gostámos muito das primeiras impressões que tivemos da escola e esperamos continuar a sentir o mesmo durante os próximos anos… MAS NÃO PRETENDEMOS FICAR AQUI PARA SEMPRE!!! Mariana e Sara 7F

SomosRevista 57


p

a

st i v e d ontos

ESCOLA VELHA, ESCOLA NOVA MUDAR, MAS PARA MELHOR

“Continuamente

vemos

novidades

/

diferentes

em

tudo

da

esperança” são dois conhecidos versos do nosso poeta Camões. Não quero partilhar do seu pessimismo, quando falo da minha escola. Aquela escola que conheci desde sempre, desde mesmo antes dela ter sido construída. Faço parte da sua existência, conheço-a e posso falar dela como só alguns dos docentes ou funcionários que cá trabalham hoje. Faço parte de, agora, um pequeno grupo que fundou a nossa escola e que a viveu ao longo de duas décadas com entusiasmo, dedicação e amor. Mas também faço parte de um grupo que ainda hoje mantém esta antiga chama que nos envolve com os nossos alunos e colegas a quem dedicamos o esforço renovado dia a dia de que a vida moderna não se compadece. Foi para eles que construímos uma escola que queremos que seja, antes de mais, um espaço de humanidade e de tolerância. Também um espaço de saber, que só pode ser fundado nas raízes da amizade. Porque foi na escola que todos, novos e velhos, aprendemos o sentido da palavra amizade. Certo é que “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, lá diz o nosso Camões, e que as mudanças nem sempre se fazem para melhor também sabemos. Mas este “mudar-se cada dia” faz parte do nosso tempo. E é nele que vivemos e trabalhamos, é com as mudanças constantes que temos de saber conviver. Saibamos, pois, mudar, mas sempre para melhor. A nossa escola vai mudar. Vai deixar de parecer a mesma, parece até que estão a destruir a escola velha. Vai ser renovada, reconstruída. Reconstruída, sim, fundada na escola velha. Novos e talvez surpreendentes espaços e condições óptimas de trabalho nos esperam. Um novo rosto, um novo aspecto. Não nos iludamos com as aparências, pois elas podem enganar-nos. Teremos que saber juntar a juventude do espaço novo ao velho saber que vem de trás e saber fazer a mudança. Quando falo da minha escola, gostaria de mudar os versos do Camões para dizer “Continuamente vemos novidades / em tudo iguais à esperança”. É o meu desejo e estou convicta de que é também o de todos os que fundaram e que querem continuar a nossa escola.

A minha escola... Posso ter chegado cá apenas há um ano, mas para mim isso bastou para ver como esta escola é limpa, os professores fantásticos, e como os espaços estão organizados. A escola pode ter entrado em obras mas, mesmo assim, não perdeu o seu esplendor e a sua capacidade de organização, com a qual eu me deparei desde o primeiro dia. Mariana Pereira 7F

58

Professora Teresa Barbosa


Somos “Profissionais” Somos quatro alunos do Curso Profissional de Técnico de Energias Renováveis, aplicadas a Sistemas Solares Térmicos, neste momento no segundo ano da nossa formação, o que corresponde ao 11.º ano. Decidimos frequentar este curso porque percebemos que o futuro estava aqui. No final da nossa formação, teríamos dois caminhos à nossa frente: ou o mundo do trabalho ou o do prosseguimento de estudos. Nos dias de hoje, em que o mercado de trabalho está já tão preenchido e nos dá tão poucas oportunidades, estes Cursos surgem como alternativa a quem pretende acabar o seu percurso académico no final do 12.º ano, mas também a quem pretende uma formação superior. O facto destes cursos serem leccionados por módulos capitalizáveis, dá-nos a vantagem de irmos progressivamente adquirindo as competências. Caso isso não aconteça com sucesso, temos sempre a oportunidade de recuperar essa matéria, que estando mais dividida é menos extensa e, logo, de mais fácil aquisição.

contexto de trabalho, no segundo ano, pois permite-nos um contacto prévio com o mercado de trabalho e com as nossas futuras funções e responsabilidades. É, ainda, a melhor forma de testarmos os conhecimentos que já possuímos e de repensar alguns que não temos e outros que necessitamos de aprofundar. Num país que tem apostado nas energias renováveis (a nosso ver ainda há muito para fazer, muitas áreas onde investir e outras para repensar), este Curso de Técnico de Energias Renováveis, pareceu-nos

aliciante,

atractivo

e

com

grandes

saídas

profissionais. Esperamos dar o nosso melhor e maior contributo para uma área essencial à economia e ao progresso do país: a auto-suficiência energética. Edite Sousa; Hugo Costa; Mara Santos; Sílvia Lopes 11 I

Outra das vantagens deste tipo de cursos é a formação em

PROTESTO - E o 10º F, pá?” “Todos os alunos do 10º F … (16 esbeltos rapazes e uma deslumbrante rapariga!)… pretendem deste modo apresentar o seu descontentamento

pelo

facto

da

sua

participação no Concurso de Quadras de S. Martinho, apesar de ter sido alvo de destaque (obteve um dos prémios!), a turma não ter sido identificada fotograficamente, AS

OBRAS NA NOSSA ESCOLA …

como é tradição na revista da nossa escola! Bom, … nós reconhecemos a nossa beleza, mas … SEREMOS assim tão excessivamente

Desde o início do mês de Março, a nossa escola tem entrado num processo

BELOS?!”

alunos do 10F

de remodelação dos seus edifícios e envolvente. Em primeiro lugar, está a ser feita a remodelação dos pavilhões E e D. Esta

A Equipa da SomosRevista aproveita a

situação faz com que os que tinham aulas nesses pavilhões, tenham agora

oportunidade para relembrar que se reserva

que se deslocar para contentores situados no campo de jogos! Por vezes, este

o direito de seleccionar textos, fotografias,

facto torna-se bastante aborrecido pois, especialmente no Verão, parece

ilustrações, entre outros, de acordo com

que estamos dentro de um “forno”!

critérios editoriais. Desta forma, agradecemos

Na minha opinião, o projecto está interessante, sendo o edifício muito

o contributo desta turma com a sua quadra

moderno!

publicada no número anterior, no entanto

Porém, penso que este projecto destruiu um auditório construído recentemente

não nos sentimos obrigados a ilustrá-la, tal

(há pouco mais de 1 ano!) e que, pelo que sei, teve elevados custos,

como não o fazemos à totalidade os textos

apresentando-se novo e muito moderno!

que nos são fornecidos.

Concluindo, a “nova escola” vai ser interessante e diferente, mas a “velha

A Equipa SomosRevista

escola”, no meu entender, não estava assim tão mal para que se justificassem estas obras, principalmente nos momentos difíceis em que nos encontramos em termos económicos.

Hugo Gomes 10ºF

SomosRevista 59


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a

st i v e d ontos

A minha, nossa Escola A história repete-se: mais um ano a terminar, gente que vou deixar para trás, pessoas que não vou mais cumprimentar, paredes que não mais me vão acolher, cadeiras nas quais não me vou mais sentar, computadores nos quais não mais vou teclar, infoponto que já não vai necessitar da minha password, nomes que não mais vou chamar… costuma ser sempre assim, ano após ano, com o aproximar do fim das aulas dois sentimentos me assolam o espírito: a felicidade do dever cumprido e a nostalgia do que deixo para traz. Uns loiros, outros morenos, uns altos, outros mais baixos, uns mais gordinhos, outros mais magros, uns felizes, outros nem tanto, uns entusiasmados, outros desmotivados, uns sabichões, outros com maiores dificuldades, cada um com os seus defeitos e qualidades. São tão diferentes, todos trabalham de modo diferente, todos querem coisas diferentes e todos têm sonhos diferentes. Claro que estou a falar dos meus alunos, daqueles que têm feito parte da minha vida ao longo dos anos e que me deram a felicidade de com eles poder privar, aprender e ensinar. A Escola, enquanto instituição ou estabelecimento de educação, deve ser um lugar de excelência, parte integrante da nossa formação e construção da nossa felicidade, não apenas um edifício. A escola deve ir para além do espaço físico. A Escola para mim é uma comunidade, uma comunidade constituída por pessoas, pessoas singulares que embora substituíveis, continuam a fazer parte da história dos lugares por onde passam. A Escola está em permanente reformulação, reformulação essa patente não apenas nas novas paredes que se irão edificar mas também nas novas pessoas que por ela irão passar e que da sua história para sempre irão fazer parte. Habituei-me a esta Escola, como todos os anos me habituo às outras por onde vou passando, apesar de saber que não vou nelas permanecer por mais que alguns meses. Fixei nomes, estabeleci amizades/cumplicidades, entreguei-me a diferentes rotinas, adaptei-me às novidades. É claro que a saudade faz parte do meu quotidiano, saudade dos que outrora também deixei para trás. Melhor me compreenderão os colegas que, como eu, todos os anos se deparam com uma nova Escola. Quem julga que fazer da Escola um lugar perfeito é uma tarefa fácil, desengane-se, pois como disse, a Escola é constituída por indivíduos e a perfeição, por muito que possa ser um objectivo a alcançar, não é uma característica inata ao indivíduo. A Escola faz-se quotidianamente com muito amor, respeito, paciência, democracia, compromisso, carinho, firmeza, compreensão e esforço de todos nós que existimos e que tornamos possível que esta exista também. Na sociedade actual, a volatilidade ideológica que actualmente vivenciamos e que se traduz numa grave crise valorativa condiciona em certa parte o seu principal propósito que é garantir o desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade do indivíduo e criar condições favoráveis à promoção do sucesso escolar e educativo. Contudo, orgulho-me de ter passado por mais uma Escola e comprovar o esforço encetado por todos quanto dela fazem parte na concretização deste grande objectivo. Urge saber aproveitar as oportunidades e, sobretudo acreditar: crer na realização pessoal no nosso potencial e na relação digna com os outros, no sonho e na ambição.

Sejam felizes e descubram um norte para a vossa ambição.

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Professora Mª João Almeida


O nosso regresso à escola

No que respeita às relações interpessoais que estabelecemos entre o grupo até estas são completamente diferentes, isto

O nosso regresso à escola, foi o chegar a uma meta já há algum

porque: a faixa etária em que nos encontramos é outra, há uma

tempo por nós traçada que só agora vemos concretizada.

troca de experiências devido à diversidade de idades, o facto

Este nosso voltar tem como objectivo essencialmente elevar os

de as aulas serem à noite torna o ambiente mais motivador,

nossos níveis de habilitações escolares com a esperança que

funcionando para nós como um escape à rotina diária, apesar

este seja uma mais-valia quer a nível profissional, quer a nível

da exigência do processo.

pessoal.

Deste modo as nossas expectativas estão a ser superadas aos

Chegados à escola vemo-nos confrontados com um tipo de

vermo-nos confrontados com este tipo de ensino. Apesar da

ensino e método completamente distinto daquilo que nós

exigência do processo, uma vez que temos sessões de segunda

estávamos habituados, não há testes de avaliação, mas núcleos

à sexta das 19:00 às 23:00, o grupo/turma mostra um grande

geradores e domínios de referência, não há aulas expositivas,

espírito de entre ajuda, de companheirismo, de solidariedade

mas sessões em que somos levados a reflectir acerca de todo

e de partilha. São estes os valores que estruturam a nossa

o tipo de assuntos e matérias, não há manuais mas sim um

caminhada, que estão a revelar-se a chave para o nosso

Referencial de Competências – Chave onde estão inscritas as

sucesso, neste nosso regresso à escola.

tais competência que nós temos que validar, não há professor mas sim formador. Este tipo de ensino baseia-se essencialmente na nossa experiência pessoal e profissional, no fundo do nosso

CURSO EFA – EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS NS (2010/2011)

conhecimento do mundo.

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Um jardim não é só paisagem

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A criação, melhoramento e preservação das áreas verdes

necessidade de conservação desse ambiente com fortes marcas

foram desde cedo uma prioridade na nossa escola. Ao longo

de ruralidade e colocar a natureza no centro das atenções,

dos anos, professores, funcionários e alunos dedicaram-se

transmitindo as regras e a informação necessárias para, em

a construir e a enriquecer um património vegetal relevante,

uníssono, se construir uma consciência ecológica. À frente deste

coleccionando não só espécies com interesse ornamental,

projecto esteve uma equipa de professores orientados pela Drª

mas sobretudo aquelas com importância ecológica, típicas dos

Manuela Vilarinho. Foi um projecto agregador de saberes e de

nossos ecossistemas, da região atlântica e mediterrânica.

áreas disciplinares diferentes que se construíram à volta do então

Importa referir que a escola, integrada num pólo escolar,

designado “Clube Verde”, apoiado pelo Departamento de

construído de raiz numa zona de lavradio, ainda com muita

Ambiente e Qualidade de Vida da Câmara Municipal da Maia.

actividade agrícola, era marcadamente rural no ano da sua

As actividades desenvolvidas eram variadas desde reciclagem

inauguração. Anunciava-se já um acelerado processo de

de papel, elaboração de objectos com esse papel (postais de

transformação (construção de grandes vias, de habitações e

natal, capas e artefactos), orientados pelo grupo disciplinar de

urbanizações, de fábricas e armazéns) conforme o modelo

Educação Visual, participação em feiras de plantas e mostras,

de desenvolvimento comummente aceite, o que significa

onde se foi ensinando essas artes e transmitindo a mensagem,

pouco sustentado. Na altura, o Projecto pensado e designado:

que se disseminou rapidamente. O projecto Educativo tinha um

“Humanizar a Escola” tinha a grande finalidade de alertar para a

forte vínculo ambientalista que se traduzia no desenvolvimento


utilizando determinadas ervas. O projecto da escola inserido no programa “Ciência Viva” tinha como finalidades o estudo dos diferentes tipos de solos da escola, as plantas mais adaptáveis a esses solos, e aquisição de plantas aromáticas/medicinais. Estas últimas provenientes

da

empresa

de

agricultura

biológica ERVITAL – PLANTAS AROMÁTICAS E MEDICINAIS LDA do Mezio – Castro Daire - Viseu, onde fomos em visitas de estudo com os nossos alunos de Técnicas Laboratoriais de Biologia II. De todas estas formas, criaram-se condições de partilha, enriquecendo-nos em experiências e conhecimentos, tornando assim possível

de imensas actividades transversais às várias disciplinas, favorecendo os projectos de área-escola que integravam o currículo do ensino básico na altura. Criada a sensibilidade, nos anos seguintes a escola partiu para uma 2ª fase de implementação do projecto com o enriquecimento dos jardins, principalmente nas zonas limítrofes do perímetro da escola virado para a estrada e, ainda, as encostas dos pavilhões E e C. A opção por plantas autóctones orientou desde sempre as nossas escolhas e a candidatura a vários projectos (do Instituto de Promoção Ambiental - IPAMB, do Ciência Viva, etc.) propiciou a colaboração com diferentes instituições como, por exemplo, a Fundação de Serralves, o Parque Biológico de Gaia, o Instituto Geológico e Mineiro e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - UTAD. O professor do departamento de botânica desta universidade, Prof. José Ribeiro proferiu uma palestra para a comunidade escolar sobre a importância da preservação da flora autóctone e da biodiversidade, ajudou a classificar algumas espécies e deu orientações sobre a colocação de algumas, como os cuidados a ter no seu desenvolvimento, principalmente das espécies mais exigentes. Tínhamos à época uma colecção de mais de 150 espécies autóctones vindas de todas as regiões do país, algumas espécies endémicas integradas na Rede Natura 2000, altamente protegidas, que víamos crescer, misturar-se e adaptar-se às novas condições. Foi um laboratório de experiências! As aves de jardim atraídas pelos espaços abertos dos prados, pelos frutos selvagens (framboesas, mirtilos e morangos-bravos) e pelos insectos dos jardins de plantas aromáticas, alegravam-nos com a sua presença. Tivemos também o privilégio de contar com a presença do Padre Fontes, conhecido pela organização do Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes, que nos contou os segredos das pomadas milagrosas e mezinhas que tudo curam,

concretizar muitos dos nossos sonhos. Muitas horas foram dedicadas à plantação das espécies adquiridas, muitos fins-de-semana dedicados a esta missão tão nobre e, ao mesmo tempo, aprazível. Vê-las desenvolver de ano para ano foi, para todos nós, gratificante. Muito mais se podia dizer, mas por mais que se diga mais fica por dizer! Agora, a escola defronta-se com um novo desafio. No processo de construção da nova escola, este espólio e a forma como será perpetuado constitui um assunto delicado. É evidente que todos nós, de uma forma ou de outra, ficamos sensibilizados quando vemos desaparecer espaços que já faziam parte do nosso dia-a-dia, que nos habituamos a gostar e que ajudamos a humanizar. Mas devemos encarar a mudança com optimismo e também acreditar que será para usufruir de uma escola melhor. Muitas árvores já foram salvas, com a mestria da equipa técnica encarregada de o fazer, outras infelizmente não terão a mesma sorte, por serem demasiado grandes, pouco relevantes ou estarem no sítio errado. Outras pequenas plantas foram transplantadas por nós mesmos e serão posteriormente integradas nos novos jardins, sempre com a anuência do arquitecto paisagista João Bicho. Algumas dessas espécies poderão vir a embelezar/ornamentar jardins, varandas e floreiras de elementos da nossa comunidade educativa, que se inscreveram para uma possível aquisição. Faz-se de tudo para aproveitarmos ao máximo as nossas plantas e a nossa biodiversidade. Importa lembrar que um projecto de arquitectura paisagista é um trabalho de autoria, que deve ser respeitado, caso contrário corremos o risco de o desvirtuar. No entanto, tivemos sempre uma atitude receptiva por parte do arquitecto responsável, que soube no momento próprio e com conhecimento de causa esclarecer as nossas dúvidas e, também, aceitar algumas das

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nossas sugestões.

No final, esperamos ter uma escola que não perca a sua

Fazem parte da nossa herança os Azevinhos (Ilex aquifolium),

identidade, que saiba preservar a sua memória e que perspective

os amieiros (Alnus glutinosa), as árvores do género Acer (Acer

o seu futuro, coligindo vontades, promovendo valores e

negundo, Acer pseudoplatanus, Acer palmatum), as bétulas

prosperando com a dedicação de toda a comunidade escolar.

(Betula celtiberica), os cedros (Cedrus atlantica), os ciprestes (Cupressus sempervirens), o marmeleiro (Cidonia oblonga), os Cotoneaster sp., os pilriteiros (Crataegus monogyna), o diospireiro (Diospyros kaki), os freixos (Fraxinus angustifolia), os liquidâmbares (Liquidambar sp.), os oleandros (Nerium oleander), as aroeiras (Pistacia lentiscus), os pinheiros-manso (Pinus pinea), os carvalhos (Quercus robur), os sobreiros (Quercus suber), a oliveira (Olea europaea) as tramazeiras (Sorbus aucuparia), as tílias ( Tilia sp.), os folhados (Viburnum tinus), só para referir algumas de entre muitas outras plantas. Todo este património herdado será enriquecido com a execução do projecto paisagístico, uma vez que este contempla um grande incremento de biodiversidade, com a introdução de novas espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas, nomeadamente medicinais e aromáticas.

Serão

também criados novos espaços como, por exemplo, as hortas pedagógicas na zona do descampado.

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Professores Nuno Gomes, Célia Fernandes e Carminda Teixeira


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QUE ESCOLA SOMOS?

os nossos resultados ENSINO BÁSICO ENSINO SECUNDÁRIO EXAMES NACIONAIS 9º ANO – LÍNGUA PORTUGUESA Dados do teste OTES (GEPE – MIN-EDU) 2010 MELHOR MÉDIA de entre as 9 escolas do concelho em 2008 e

dos alunos inquiridos à saída do ensino secundário, responderam

2010; a 189ª melhor média num total de 1301 escolas públicas e

“concordo” ou “concordo totalmente” , em relação às

privadas a nível nacional.

afirmações abaixo, nas seguintes percentagens:

EM 2010: segunda escola que MAIS ALUNOS LEVOU A EXAME (140) no concelho da Maia.

93% - “A maior parte dos meus professores tem qualidade”: 85% “Os professores fazem um esforço para tornar as aulas mais

EXAMES NACIONAIS 9ºANO – MATEMÁTICA

interessantes (visitas de estudo, debates, filmes, etc.)”; 87% “Existe uma boa relação entre a maioria dos professores e

3ª MELHOR MÉDIA do concelho em 2007 e 2010 (com diferenças

alunos”;

de 2 décimas para as escolas com a melhor média) ; a 262ª

93% “Gosto do convívio com a maioria dos meus colegas”;

melhor média num total de 1301 escolas públicas e privadas a

80%

nível nacional.

aprendizagem”;

EM 2010: segunda escola que MAIS ALUNOS LEVOU A EXAME

96% “Existe uma boa relação entre a maioria dos funcionários

(140) no concelho da Maia.

e alunos”;

“O

ambiente

da

turma

contribui

para

a

minha

95% “Sinto-me seguro nesta escola (não existem problemas de PORT + MAT: Posicionada NO GRUPO DAS ESCOLAS PÚBLICAS

segurança, violência, existência de armas, tráfico de droga,

COM MELHORES RESULTADOS nos exames nacionais no ano de

etc.)”.

2010 (83,64% das escolas obtiveram resultados inferiores aos

Dados do último relatório teste AVES (OPINIÃO SOBRE A ESCOLA,

nossos);

Setembro 2010)

PORT + MAT: 63º Escola

a nível nacional QUE MAIS ALUNOS

LEVOU A EXAME em 2010 (ou 52º, se incluídas apenas as escolas públicas) num total de 1301 escolas.

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Nós somos uma escola onde: Tens à tua espera professores empenhados e funcionários dedicados!

Projecto “Programa de Acção Tutorial”(Ensino Básico)

O grupo das Escolas estudadas, o Valor Acrescentado (AVES)

Objectivo: atenuar eventuais situações de conflito e resolver

da ESCM é o quinto maior no Ensino Secundário.

dificuldades de aprendizagem dos alunos.

Há grande tradição nos cursos profissionalizantes das áreas do

Resultados: incrementou-se a relação da família com a escola;

Desporto e da Gestão de Redes Informáticas.

centrou-se o trabalho na educação para os valores, cuidando

Em pelo menos um dos últimos três anos, os resultados nos

da formação integral.

exames nacionais estiveram entre as 35% melhores escolas a

Promover o sucesso pessoal e educativo dos alunos.

nível nacional nas oito disciplinas com mais inscritos.

Recursos e iniciativas: acção de tutoria (professores-tutores e

Em 2010-11, os alunos de 10º ano obtiveram muitos bons

alunos-tutores) em que intervêm os elementos diferentes da

resultados nos testes intermédios.

Comunidade Educativa (alunos, docentes e encarregados de

TAXAS DE REPETÊNCIA

educação).

ENSINO BÁSICO – no ano 2009/2010, a taxa de repetência foi de 6,1%, inferior à do concelho (11,1) e à nacional (13,6%) ENSINO SECUNDÁRIO – no ano 2009/2010 a taxa de repetência foi de 17,7% , a do concelho de 16,3% e a nacional de 17,9%.

o nosso website http://www.secundario.maiadigital.pt/NR/exeres/9428E2964260-4954-B9F1-BC7EADADC496,frameless.htm

TAXAS DE DESISTÊNCIA E DE ABANDONO Taxa de desistência e abandono em valores muito inferiores quando comparados com os valores nacionais.

Os nossos clubes Os nossos projectos Projecto “Mais Sucesso Escolar” (2007-2010)

Cidadania, Línguas, Saúde, Ambiente e Segurança,

Objectivo: recuperar os alunos com mais dificuldades no Ensino

“Mais Sucesso”, Cultura e Comunicação.

Básico; Resultados: taxa de transição dos alunos abrangidos pelo

a nossa missão

Projecto no 9º ano em 2010 – 97%. (na globalidade das turmas

Prestar à comunidade um serviço de qualidade, assente num

de 9º ano essa percentagem foi de 99,3% )

ambiente de humanismo, responsabilidade e autonomia, tendo

Recursos e iniciativas: apoios extra-aula com horário marcado

por base elevados padrões de exigência e um dinamismo

e dois professores em sala de aula a Português, Matemática e

constante.

Inglês, tutoria, turmas reduzidas.

a nossa visão Valorizar as potencialidades de cada um, estimulando o trabalho

Projecto “Na Escola, Pela Escola” (2010-2013)

em equipa, num ambiente de partilha e de colaboração.

Objectivo: Taxa de progressão esperada para 2012-2013 – 97%

os nossos valores

(8º ano); 96% (9º ano). Resultados: ainda não disponíveis; de referir as excelentes

Compromisso,

solidariedade,

responsabilidade;

Rigor,

classificações dos alunos em algumas turmas do 10º ano nos

determinação, reflexão, resiliência; Criatividade, iniciativa,

testes intermédios.

curiosidade; Equidade, cidadania, tolerância.

No ano lectivo 2010/2011 as médias da turma 10ºB nos testes

“Na Escola, pela Escola”

intermédios foram: Físico-Química 17,6 valores; Filosofia - 17,7

A Direcção

valores; Biologia e Geologia - 14,0 valores; Matemática – 15,3. Recursos e iniciativas: Formação de turmas, em Port e Mat, de acordo com os resultados escolares dos alunos no 9º ano; apoios diferenciados por níveis de proficiência.

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SomosRevista - ficha técnica Revista 04/ Junho 2011|Escola Secundária Castêlo da Maia |Coordenadora: Délia Carvalho |Grafismo e Paginação: Júlia Santos | Publicidade: Maria Clara do Vale | Redacção / Revisão: Alice Sousa; Rita Gonçalves; Xavier Calicis.

Colaboraram nesta edição: Aitor Amorim 7ºG; Alexandre Simões 7ºF; Ana 9ºC; Ana Luísa Azevedo 12ºE; Ana Patrícia Dias 7ºG; Ana Sofia Conceição 12ºE; André Moutinho 7ºC; Andreia Pimenta 9ºB; Anita Teixeira 9ºB; Assistente Comenius Tabita Fyhn Jacobsen; Assistente Operacional Fernando Correia; Atelier Carvalho Araújo; Bernardo Nogueira 7ºF; Daniela Correia 9ºA; Diana 9ºC; Direcção da ESCM; Edite Sousa 11ºI; Encarregada de Educação e Ex-Docente da ESCM Isabel Gonçalves; Ex-Docente da ESCM Ilídio Manuel Moutinho; Encarregada de Educação Filomena Soares; Encarregada de Educação Helena Lago; Ex- aluno da ESCM Tiago Bandeira; Ex- Auxiliar de Acção Educativa da ESCM Maria Manuela Liberato; Ex- Docente Ana Meireles - 1ª comissão instaladora da ESCM; Ex-aluna da ESCM Ana Sofia da Silva Campos; Ex-Docente da ESCM Reinaldo Moreira da Costa Padrão; Francisca Viegas 12ºC; Helena Alves 10ºH; Helena Andrade 10ºH; Hugo Costa 11ºI; Hugo Gomes 10ºF; Inês Fernandes 7ºG; Inês Soares 7ºG; Joana Martins 12º C; Joana Ramos 7ºF; Joana Santos 7ºG; João Pinto 8ºD; José Pedro Moreira 7ºG; Leonardo Ferreira 8ºD; Luís Alão 8ºD; Mara Santos 11ºI; Maria Inês 7ºG; Mariana Lopes 8ºD; Mariana Oliveira 7ºG; Mariana Pereira 7º E; Mariana Pereira 7ºF; Mariana Pinheirinho 8ºC; Mariana Pinho 7ºF; Marlene Barbosa 12ºE; Marta Gil 7ºB; Miguel Garcia 7ºG; Miguel Oliveira 12ºC; Mónica Magalhães 12ºB; Parque Escolar; Pedro Machado 7ºG; Professor Eduardo Silva; Professor Eleutério Silva; Professor João Ferreira; Professor Joaquim Anjos; Professor Nelson Honório; Professor Nuno Gomes; Professora Carla Madureira; Professora Carminda Teixeira; Professora Célia Almeida; Professora Célia Fernandes; Professora Elisabete Oliveira; Professora Emília Cabral; Professora Licínia Pranto; Professora Luísa Pinho; Professora Manuela Vale; Professora Maria João Almeida; Professora Paula Romão – Directora da ESCM; Professora Raquel Lopes; Professora Rita Gonçalves; Professora Rosa Amaral; Professora Rosa Fernandes; Professora Sandra Mota; Professora Silvina Pais; Professora Sónia Sousa; Professora Teresa Barbosa; Professoras de Educação Visual; Professores de Geografia; Rita 9ºC; Sara Andrade 7ºE; Sara Ferreira 7ºG; Sara Isabel 7ºF; Sílvia Lopes 11ºI; Sofia

somosrevista.escm@gmail.com

telef. 22 9820641 / 22 9825088

Rua Professora Idalina Quelhas | 4475-640 STª Maria Avioso

SomosRevista, Escola Secundária Castêlo da Maia

Impressão:

Acesso - indústria gráfica

Fernandes 8ºB; Sofia Pedro 7ºG; Teresa 8ºE; Vasco Duarte 7ºG; Verónika Somova 8ºB.


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