ANO XVIX
SETEMBRO DE 2018
POÇOS DE CALDAS - MG
Nº 222
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Deus nos fala ao coração por meio de sua Palavra. Jesus Cristo revela-se como a Palavra Viva, que nos traz a salvação e nos chama a viver segundo a vontade daquele que nos criou à sua imagem e semelhança. Quem se propõe a ser seu discípulo assume com Ele a missão de transformar o mundo, edificando uma sociedade justa e solidária. As diretrizes que orientam o seguimento estão expressas na Bíblia, a cujo mês de setembro é dedicado. A Bíblia é importante aos que creem porque nela se encontram os fundamentos e as razões de nossa fé. A Pa l a v r a d e D e u s n o s v e m comunicar a verdade salvífica. Jesus é o enviado do Pai 'para que todos tenham vida e a tenham em abundância'. Por isso, anuncia a Boa Nova que impulsiona ao seguimento aqueles que tomam a sua cruz e se dedicam pela causa do Reino. Ser cristão significa ser discípulo de Jesus Cristo. E para poder sê-lo, sem desvios, erros ou ilusões, se faz necessário conhecer o próprio Cristo, bem como o caminho que se deve percorrer como discípulo Seu. Isto se dá ao conhecer, ler, meditar e orar a Palavra de Deus, contida na Bíblia Sagrada. É nosso dever, como cristãos, fazer com que a Palavra de Deus se multiplique. Portanto, levemos adiante a missão
deixada pelo Mestre. A Palavra de Deus é luz. Levar adiante o projeto de Jesus é uma responsabilidade muito grande. Porém, é essa a missão que Ele nos deixou. Devemos estar sempre disponíveis ao trabalho do Reino, sendo fiéis à resposta que damos ao chamado que Ele nos fez. A leitura da Bíblia é uma forma de estabelecer a comunicação e a comunhão com Deus. A partilha da Palavra possibilita a comunicação e a comunhão entre nós. Por tudo isso, e muito mais, vemos como é importante o conhecimento da Palavra de Deus. E para tal conhecimento se faz necessário uma leitura orante da Bíblia todos os dias. A Leitura Orante se dá em três passos: primeiro ler o texto (o que ele diz); depois disso, meditar sobre o que o texto diz para a minha vida e a situação atual ou passada: e então, o terceiro passo é o que eu digo ao texto, ou seja, a minha resposta ou atitudes que devo tomar diante daquilo que a Palavra me diz. Que todos nós possamos descobrir a importância e a força da Palavra de Deus e crescer na fé, no amor e nos sentirmos atraídos ao seguimento de Jesus! A Bíblia Sagrada apresenta o caminho e ajuda a solucionar nossos problemas. E podemos assim dizer com o salmista: “tua palavra é lâmpada para meus pés e luz para meu caminho”.
Vem aí uma nova primavera. Com ela, muitas cores, muitas flores e novas esperanças. Se o inverno foi rigoroso aqui em Poços de Caldas, as folhas secas continuaram adubando a terra, e nada pode deter a força, a beleza e o perfume da primavera. Se esta é a mensagem que nos vem da natureza, o que pensar da força transformadora da Palavra de Deus, presente na vida e na história de seu povo? Não é por acaso que o mês de setembro foi escolhido pela Igreja do Brasil, há mais de setenta anos, como o “Mês da Bíblia”. Um convite à leitura, ao estudo e à reflexão dos textos bíblicos, para nos inspirar e nos fortalecer na caminhada. Nesse ano, o Livro da Sabedoria foi o escolhido para nos reanimar na fé. O autor, um judeu imigrante na Alexandria, no Egito, tenta recordar toda a história de seu povo, para não deixar que a influência da cultura grega os faça esquecer suas raízes, alimentadas pela certeza de que nunca, em nenhum lugar, Deus deixou de conduzir e de proteger seu povo (Sb 19,22). Neste momento de incertezas, de desafios, no contexto político-eleitoral, vamos abrir o coração para acolher a Sabedoria Divina, que se deixa encontrar por quem a busca. Que essa Sabedoria encarnada em Jesus de Nazaré, e dada a nós por Ele, como dom de seu Espírito, nos ilumine para um discernimento, que contribuirá para construirmos uma saída que beneficiará sobretudo os mais pobres e excluídos de nosso país. Poços de Caldas, 3 de setembro de 2018 Julieta Amaral Costa (CEBI – MG)
USC: Quem é o Profeta Miqueias e em que época ele viveu? Miqueias foi um camponês que profetizou por volta do ano 700 antes de Cristo. Foi contemporâneo do muito conhecido profeta Isaías. Ele pôde ver, conviver, sentir, e tocar a situação de opressão e injustiça que atingia os camponeses, sobretudo aqueles da zona rural de Judá, que eram muito explorados pelos poderosos de então. Sofreu com eles e solidarizou-se com as vítimas da exploração. Esse sofrimento foi agravado com as invasões Assírias. Miqueias alude à plantação de vinhas e fala de lotes de terra. Era muito conhecedor da situação do campo de s e u te m p o . D e n u n c i a fo r te m e n te o s g ra n d e s proprietários. Diz assim: “Ai daqueles que planejam crimes e tramam maldades em suas camas. Quando acordam, praticam o que planejaram, cobiçam e roubam as terras, as casas e pertences das comunidades. Assim, oprimem povo, destroem a organização fraterna do povo da roça. Mas o Senhor vai mandar uma desgraça contra essa quadrilha”. Miqueias denuncia os juízes corruptos, e as injustiças de todo tipo. Denuncia também os falsos profetas que eram pagos para justificar as injustiças dos grandes. USC: Quando observamos o texto percebemos viver em círculos. Não parece tudo se repete? É interessante que quando a gente compara com a nossa situação de hoje, temos a impressão que vivemos em círculos e que a história se repete. É isso mesmo. Onde
existe o ser humano, existem os abusos e também vão existir sempre pessoas que têm a coragem de denunciar tudo que atrapalha o crescimento da sociedade segundo o projeto de Deus. USC: Ainda há tempo para que a gente possa pisar no chão de Miqueias e enxergar a dura realidade que nos cega? A reflexão sobre Miqueias nesse momento e o da atual conjuntura social e política é muito pertinente. É possível buscar nos ensinamentos do Profeta muitas saídas para as situações que hoje estamos vivendo. A atitude corajosa que ele toma, até correndo risco de morte, ao enfrentar essa situação de seu tempo e denunciar as injustiças. Ele nos fala da necessidade que nós temos também de abrir os olhos e de buscar saídas para a nossa situação de hoje. USC: Miqueias defende o desarmamento. E hoje vemos várias campanhas defendendo armar a população. Que análise o Cristão deve fazer diante disso? É interessante ver que o Profeta Miqueias viveu num tempo de muita guerra e de muito armamento por parte dos invasores de Israel e daqueles que queriam conquistar as cidades do interior até chegar a Jerusalém, a capital. Combate o armamento. Diz, no capítulo 4 versículo 3, que o povo não vai mais pegar em armas contra outro, nunca
mais aprenderão a fazer guerra. Cada um poderá sentar-se debaixo de sua vinha, sem ser perturbado, pois assim disse a boca de Javé dos Exércitos. Diz que das espadas de guerra vão ser feitas enxadas para trabalho, para a produção, e que das lanças usadas nas guerras vão ser feitas foices para trabalho. Comparando com a situação de hoje, percebemos uma forte tendência ao combate da violência com mais violência. Inclusive existem candidatos que falam que é preciso armar mais, por exemplo, combater o feminicídio armando mulheres. É meio difícil ver uma coisa dessas saindo da boca de candidatos à presidência. Pensam que o combate à violência tem que ser feito com mais violência. É preciso observar bem para discernir quais são os caminhos, as saídas para a nossa realidade. USC: Nas conversas percebemos que as pessoas estão desanimadas e desiludidas. Uma profunda reflexão sobre Miqueias seria um novo alento? Hoje percebemos que o povo está muito desiludido e desanimado com a situação e está achando que não compensa tentar nada, e que as coisas não vão melhorar. Se a gente vai buscar a luz na profecia de Miqueias a gente percebe que a saída não é por aí. Ele termina a profecia dizendo que o nome dele significa isso “Quem é como Deus”. Então ele apresenta um Deus que é muito presente na história do seu povo. USC: Praticar o direito, amar a misericórdia e caminhar com Deus para combater o uso da religião para alienar as pessoas, pode ser um caminho? Então é verdade: Deus não conduz a história sozinho. Conduz a vitória através de nós e então é preciso pensar que não é o pessimismo que vai salvar a nossa situação. Nós temos que acreditar que podemos fazer muita coisa e que nós temos um Deus que está do nosso lado, que acompanha a nossa história e que nos dá inspiração, coragem, nos dá força para construirmos, aqui agora o Reino que a gente deseja que seja um Reino de partilha de solidariedade e de mais justiça para todos.
O Ano do Laicato tem como objetivo geral: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”. A Diocese de Guaxupé propôs a criação de um banner específico que percorre todas suas Paróquias dos setores.
Celebração de encerramento da Semana da Família, presidida por Padre Lucas
Acolhida do banner do Ano do Laicato trazido pela Paróquia São Domingos e entregue na Paróquia Sagrado Coração de Jesus
Dia do Catequista é celebrado em todas as comunidades
Entrega do banner do Ano do Laicato à Paroquia Santo Expedito, trazido pela Paróquia Sagrado Coração de Jesus
Encontro de Formação da Liderança, assessorado pelo seminarista José Eduardo
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Não há nenhuma dúvida razoável que o mundo em que vivemos é dominado pela economia do mercado financeiro onde, para acumular riquezas imensas não precisa nem produzir bens, mas apenas ideias ou “aplicativos” que movimentem capitais imensos. Esta corrida, ao ter cada vez mais, não envolve a maior parte da humanidade. Se diz por aí que 10% dos homens possuem 90% da riqueza mundial. Apesar da população menos favorecida ser a parte mais injustiçada, ela também tende a reproduzir a mesma lógica do acúmulo. Nesta lógica, as pessoas se distanciam umas das outras e se pensa que cada um tem que resolver seu problema e que não devemos nos meter na vida dos outros. Graças a Deus, existem muitas boas pessoas que abrem o seu coração aos demais, principalmente aqueles que sofrem com maior peso as consequências de uma sociedade injusta. A proposta de Jesus, porém, é maior ainda de uma caridade feita pelo bom coração das pessoas. A proposta de Jesus nos leva a uma nova mentalidade, a uma maneira diferente de ver o mundo, as pessoas, os bens e a sua distribuição. Na Igreja, temos o sonho sempre vivo da Partilha, hoje representada pela Pastoral da Partilha e pela experiência do Dízimo. A Partilha não é uma maneira de juntar esmolas pela igreja. A Partilha, partir e repartir o pão, tem raiz no gesto de Jesus na Santa Ceia, que foi o mesmo gesto que fez quando multiplicou pães e peixes. A Partilha é pensar como Jesus, é uma mística, é uma maneira de ver e amar a vida, a partir da certeza de que não estamos sozinhos, mas somos um corpo. Não é imaginável que num grupo de dez amigos que saem para uma caminhada, um deles toma nove lanches para si mesmo, e deixa apenas um lanche para os outros nove amigos. O nosso mundo é assim. São Paulo nos trouxe em suas cartas uma frase de Jesus que não ficou nos evangelhos: “Há muito mais alegria em dar, do que receber”! Acumular, esconder para si, guardar, são todos caminhos de tristeza. Partilhar, então, é acima de tudo uma experiência de Deus, uma experiência espiritual de alegria, de vida, de comunhão com Deus. Quem se abre à Partilha faz experiência de ser instrumento de Deus. Além disso a Partilha é uma aposta para a evangelização. Oferecer a Partilha na própria comunidade significa dar o apoio concreto para que o Evangelho seja anunciado, as crianças e jovens recebam educação na fé, os noivos sejam preparados, os doentes assistidos, assim como famílias em dificuldade. Partilhar é declarar a própria fé na força do evangelho, que pode transformar o mundo, mas para isso nossas Paróquia e comunidades precisam de suas estruturas de meios e pessoas para poder realizar seus trabalhos e sua missão.
PARTICIPE! A oração do terço é para todas as idades
Partilha é também uma aposta na solidariedade. Partilhar significa que o nosso olhar é para uma sociedade mais justa e fraterna. É acreditar que todos têm direito a viver com moradia digna, saúde, educação, lazer. As comunidades com suas pastorais sociais tentam ser uma proposta de uma sociedade mais justa. Os recursos de uma comunidade são pequenos para socorrer a todas as necessidades da população mais sofrida. Mesmo assim, somos educados a partilhar com quem precisa. Muitas pessoas da comunidade se tornam instrumentos de Deus, fazendo com que nossas comunidades sejam mais humanas e fraternas, solidárias e justas. A Partilha é ver o mundo com os olhos de Jesus. Numa das Orações Eucarísticas que usamos nas missas, a oração VI-D que tem como tema “Jesus passa fazendo o bem”, rezamos assim:
Local: Rua Jamaica, 270 - Quisisana Residência de Genaro e Sebastiana
“Dai-nos olhos para ver as necessidades e os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs; inspirai-nos palavras e ações para confortar os desanimados e oprimidos; fazei que, a exemplo de Cristo, e seguindo o seu mandamento, nos empenhemos lealmente no serviço a eles. Vossa Igreja seja testemunha viva da verdade e da liberdade, da justiça e da paz, para que toda a humanidade se abra à esperança de um mundo novo.”
A Pastoral da Partilha, os padres Lucas e Graciano, juntos com toda a comunidade paroquial desejam aos aniversariantes, muitas felicidades, um crescimento na fĂŠ e na fraternidade para que todos os atos sejam para o fortalecimento de todo o Povo de Deus!
Direção: Padres Lucas e Graciano