Zine South Side Boys - 2ª volta [Fevereiro - Abril]

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FARENSE EDITORIAL Entramos em março, e no momento em que saímos de Matosinhos com um empate a uma bola, o mundo e a Europa já começam a dar sinais graves da pandemia do COVID-19. Numa semana tudo muda e já não vamos receber o Cova da Piedade da próxima jornada em virtude de terem sido suspensos todos os campeonatos e competições europeias. Neste momento tudo é uma incógnita. Não se sabe se os jogos serão adiados ou os campeonatos terminados assim. Não se sabe quando tudo voltará ao normal. Faltam ser jogadas 10 jornadas que podem nunca vir a acontecer. Acabe agora o campeonato, ou joguemos no verão, nós estamos cá para o que vier. Por agora, fiquem em casa e protejam-se! De certeza que quando voltarmos, vamos voltar em grande...

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ÍNDICE

FICHA TÉCNICA

2. Editorial, índice e Ficha técnica 3. Mensagem da direção 4. Resumo da Segunda Volta 9. Eventos SS 10. Fanzone SS 11. Momentos Topo Sul 12. Especial Ultra: Brent Stiens 14. Associação Portuguesa de Defesa do Adepto 16. Entrevista Ultra - Marroquino 18. Poster central 21. Tattoos 22. Entrevista a jogador - Fabrício Isidoro 26. Espaço Ultra 27. Internacional 28. Nostalgia - Ginásio Tavira 06/07 30. Entrevista a Jogador Antigo - José Serrão SOU DE FARO

PROPRIEDADE_ South Side Boys CONTEÚDO_ Valter Ascensão, Fernando Nuno Vieira, Tiago Silva, Daniel Amaro, João Galrito, João Araújo, Bruno Magalhães, Jorge Mestre e Nuno do Amaral. DESIGN_ Jorge Mestre FOTOGRAFIAS_ Jorge Mestre, Nélson Ferreira Fernando Nuno Vieira, Nuno do Amaral e Bruno Magalhães.

SOU FARENSE


FORTES NA VITÓRIA

MENSAGEM DA

FIÉIS NA DERROTA

Direção

Estranhos dias estes que vivemos por esta altura de confinamento. Ainda assim, neste momento raro das nossas vidas, há uma certa originalidade que nos faz únicos. Somos South Side Boys. Fazer parte de uma claque é mais que envergar um símbolo e participar numa coreografia é mais que tirar uma foto. Somos um modo de vida. Essência de um bairrismo que não se quer perdido. A força de acreditar em nós mesmos, que juntos somos mais fortes, unidos em torno de uma paixão, de um amor. Somos feitos de estádios e não de sofás. São 26 anos para poucos , uma vida inteira para muitos, nós somos clube, somos cidade, voz incessante, tantas vezes rouca, mas nunca incansável no apoio ao clube. Onde quer que seja, em que divisão for, somos princípio meio e fim numa história feita de gente genuína, com garra, homens e mulheres fiéis a um clube e a uma cidade. Fortes na vitória, fiéis na derrota. O orgulho do Algarve somos nós.

Nuno do Amaral

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jogos

segunda volta 4 |

JORNADA 18 RENSE CASA PIA X FA 20 26 JANEIRO 20

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FIÉIS NA DERROTA

JORNADA 18 CASA PIA X FARENSE 26 JANEIRO 2020

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JORNADA 19 FARENSE X ESTORIL PR AIA 1 FEVEREIRO 2020

JORNADA 19 FARENSE X ESTORIL PRAIA 1 FEVEREIRO 2020


JORNADA 20 ARENSE PORTO B X F 2020 9 FEVEREIRO

JORNADA 20 ARENSE PORTO B X F 2020 9 FEVEREIRO

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JORNADA 21 LIVEIRENSE FARENSE X O O 2020 16 FEVEREIR

JORNADA 21 LIVEIRENSE FARENSE X O O 2020 16 FEVEREIR

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FORTES NA VITÓRIA

FIÉIS NA DERROTA

JORNADA 22 N SE ENSE X FARE VIL AFR ANQU O 2020 21 FEVEREIR

JORNADA 22 N SE ENSE X FARE VIL AFR ANQU O 2020 21 FEVEREIR

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JORNADA 23 C VISEU FARENSE X A O 2020 29 FEVEREIR

JORNADA 23 C VISEU FARENSE X A O 2020 29 FEVEREIR


O ÚLTIMO JOGO ANTES DA PANDEMIA

ÚLTIMA JORNADA

19-20

JORNADA 24 R EN S E LEIXÕES X FA 20 20 9 M A RÇ O

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JORNADA 24 R EN S E LEIXÕES X FA 20 9 MARÇO 20

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EVENTOS SS

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PLANTEL SCF 2019/2020


FANZONE SS

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Especial ultra

Brent

João Zeferino

Ora... o que posso dizer do meu amigo Brent, sem dúvida o Belga mais português que já conheci. Um puto impecável, um bom amigo! A prova que muitas vezes quem vem de fora dá mais pelo clube da terra do que a maioria dos que cá vivem. Por último só tenho de dizer que sem dúvida que faz falta aos SS. Não posso deixar de lhe chamar parvo/idiota/ucra de merda pela forma como desapareceu. Um abraSSo para ele, espero que esteja bem.

Nuno do Amaral

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Parafraseando Ernest Hemingway: “Quem estará nas trincheiras ao teu lado? ‐ E isso importa? ‐ Mais do que a própria guerra.” O Brent tinha um jeito simples, e uma grande vontade de ser uma mais valia no grupo, sempre pronto a ajudar. Tinha o carisma que lhe conferia a facilidade de se relacionar com a malta, a família SS, a sua família como tantas vezes dizia. Nas deslocações era sempre um dos membros com mais alegria e que nos contagiava a todos. Dele vou para sempre ter saudade dos muitos momentos que passamos juntos, até dos jogos de ping-pong que invariavelmente davam em gargalhadas sem fim . O stressado do belga será sempre um de nóSS.

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Stiens

Especial ultra

Bruno Magalhães

O Brent é uma pessoa incansável, sempre pronto a ajudar sem cobrar algo que seja. Lembro-me de quando estava a mudar de casa, foi o primeiro a dar-me ajuda, a querer carregar tudo e montar o que havia para montar. Chamava-lhe o Brent Construtor. Uma pessoa que consegue deixar nos com “ódio “ da maneira como se foi embora, mas que ao mesmo tempo deixa saudade. Quem o conhece sabe o quanto odiava partidas, e acredito que não tenha sido fácil para ele deixar este mundo ultra que ele tanto amava. A sua personalidade faz falta. Estarás a torcer pelo enorme Farense onde quer que estejas, isso tenho a certeza. | 13

Jorge Mestre

O Brent é o tipico gajo que marca a vida por quem passa. Amigo, sempre pronto a ajudar e de riso fácil. Os ataques de pânico dele, ficam-me marcados na memória: o primeiro a caminho do aeroporto de Lisboa, onde obrigou-me a mim e ao Araújo a parar no meio da A2 com um nevoeiro tremendo às tantas da manhã e o outro a caminho de Olhão, onde toda a comitiva da polícia e bus pararam para o acudir e depois levado num carro da bófia até Olhão, liga-me a meio da viagem, preocupado com a litrona que tinha deixado comigo. É o Brent que ainda estimo com histórias que nunca esquecerei. Volta Brent, estás perdoado.


“Futebol sem adeptos? Não!

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A perseguição aos adeptos dos mais variados clubes e a culpabilização destes por todos os males no futebol não são de agora. Mas, ultimamente, tem sido intensificada a ideia de que os adeptos fazem mal ao futebol. Seja pela comunicação social ou até pelos órgãos responsáveis pelo desporto. Paira uma ideia de que quem segue um clube é um fanático e nada tem de positivo, enquanto quem fica em casa é responsável. Esta ideia é transmitida até à exaustão. Os adeptos não podem continuar a ser tratados como criminosos, quando na verdade são eles que dão vida aos estádios. A alma dos clubes está nas bancadas, naqueles que ali dedicam uns instantes de vida a apoiar algo importante para eles. Do jovem que gosta de cantar no meio da claque ao senhor que não dispensa as pipocas na central. É nestes que reside o verdadeiro espírito da bola. Isto é assim para quem vai ao futebol, para quem assiste de perto a esta realidade. Infelizmente, em Portugal, é notícia qualquer má atitude de um adepto, mas não se condena um polícia que cega um adepto, um adepto do Boavista. Por outro lado, houve uma onda de solidariedade. Adeptos de todo o país ergueram frases de apoio ao Jota. Isto prova como há lutas que são de todos. Lutas que não têm cor, lutas que apenas têm como objetivo exigir respeito à massa adepta.

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Desta vez, a Liga quer continuar o Campeonato sem adeptos. Futebol sem adeptos não é futebol. Querer terminar o campeonato nacional nestas condições é matar a essência do desporto. Ver os estádios vazios vai ser o mesmo que comer uma francesinha sem molho, perde o sentido. A Liga, a Federação e até mesmo os clubes ignorarem isto é ignorar quem sustenta verdadeiramente o futebol. Quem está lá semana após semana, e por vezes a pagar mais por jogos médios do que na Liga Europa (Moreirense – FC Porto, 19 euros. Bayer 04 – FC Porto, 15 euros). Aqueles que continuam a ser desrespeitados e tratados como marginais. As condições para ir ao futebol continuam a piorar para aqueles que gostam de viver o jogo. Este é o país em que a corrupção é adiada e adeptos são julgados num dia. É o país em que adeptos comuns não têm direito a cerveja com álcool, mas os de camarote já têm. Em França, claques de todos os clubes já se uniram. | 15

Façamos o mesmo pelo futebol português. Pelos adeptos de futebol de todas as cores: Não matem o futebol, o nosso futebol!!” Texto da autoria do associado da APDA, Francisco Figueiredo, gentilmente cedido pelo próprio, e publicado no blog https://aventar.eu/.


A a t s i v e en tr

SÉRGIO VIEGAS SÓCIO SS 16 16 |

O que te levou a juntar aos South Side Boys? O que me levou a juntar aos SS foi a vontade de querer apoiar o clube da minha terra de uma forma mais ativa. Também ajudou o facto de ter vários amigos a quererem fazer o mesmo e de, nessa altura, estar a acompanhar o movimento ultra e a ficar apaixonado pelo mesmo. Todos sabemos que o início da claque foi vivido de uma forma fervorosa pelos “jovens” elementos da claque… para muitos foram bons tempos da claque. Os tempos são outros como sabemos e nada volta atrás, mas na tua opinião o que havia naquela altura que não há agora (pontos bons e maus). Os tempos eram outros, sem dúvida. Eramos todos mais “livres”. Quer na questão do acompanhamento (polícia, câmaras de vigilância…), quer em termos da nossa vida pessoal. Hoje, quase todos, temos filhos e temos um emprego, o que nos leva a agir com mais consciência e não da forma que o fazíamos com outras idades e sem responsabilidades. Claro que hoje é mais cómodo e barato ir a uma deslocação. Estradas melhores e autocarros ligeiramente melhores tornaram as viagens mais “curtas”. Como é que olhas e analisas o atual momento dos South Side boys? E como esperas que o grupo encare esta nova mudança de direção? Em relação ao atual momento dos SS, estamos numa fase em que, se subirmos de divisão, isto vai deixar de ser um “passeio”. Rivalidades antigas vão voltar, formas de acompanhamento policial vão ser diferentes e vão surgir mais adeptos de ocasião. Vamos ter de conseguir adaptar-nos e muita coisa tem de mudar para estarmos à altura do que aí vem. SOU DE FARO

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Só assim vamos conseguir defender a imagem dos South Side de forma a mantermos o respeito que conseguimos ganhar ao longo da nossa história. A atual direção espero que tenha sucesso e que esteja a altura para o que aí vem. Embora eu não esteja de acordo de como a “transição” da direção anterior tenha sido feita, não posso querer que as coisas corram mal. Espero que corram bem. Qual o teu Grupo interno dentro dos SS e quais os planos do teu grupo para esta época? O meu grupo é o Grupo Abuissa. Neste momento, embora alguns membros continuem a frequentar o topo e ir a todos os jogos fora, não estamos ativos dentro da claque.

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Qual o jogo ou quais os jogos que mais te marcaram? Tens muitas épocas e podes mencionar vários jogos. Jogos que me marcaram foram muitos e cada um pela sua razão. Umas boas, outras menos boas. Mas todos me deixaram algo de positivo e que nunca irei esquecer. Vou apenas dizer quais os jogos… quem esteve nesses jogos saberá a razão para terem ficado marcados. Vou tentar organizá-los por ordem cronológica, mas é possível que não acerte em todos. Já são uns quantos anos… Farense x Braga (1º jogo SS); Deslocações a Setúbal e a Leiria (as duas primeiras); Deslocação a Campo Maior (a primeira); Vitória na Luz; Farense x Salgueiros (última jornada); Farense x Marítimo (última jornada); Farense x Lyon; Odiáxere x Farense (regresso à competição); Lusitano VRSA x Farense; Costa da Caparica x Farense; Sesimbra x Farense; Oriental x Farense; As duas deslocações às Caldas; jogo na Madeira com o Ribeira Brava; Olhanense x Farense; Vilafranquense x Farense; Mafra x Farense, e mais alguns… mas estes tem algo de especial que ficaram gravados.


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SC Farense x UD Oliveirense 16 fevereiro 2020


O porquê de apoiares um clube como o SC Farense em vez de um dos ditos clubes grandes de outras cidades? -Eu, como a maioria, já fui adepto de um dos chamados 3 grandes. Infelizmente somos quase obrigados a sê-lo. O verdadeiro clique que me fez ser apenas do clube da minha terra foi no último jogo que fui ver desse dito grande. A certa altura foi golo. Quero festejar o golo e olho para a minha volta e não conheço ninguém. Queria festejar, abraçar um amigo e no meio de uma multidão senti-me sozinho. Sentei-me e só queria sair dali. Comecei a ter vergonha de estar ali. O meu lugar não era ali. Naquele dia senti que o meu lugar era apenas a apoiar o clube da minha terra, o clube dos meus amigos, o clube que me representa a mim e à minha cidade. Ali curei-me daquilo a que chamamos clubite e passei apenas, e com muito orgulho e todas as minhas forças, a apoiar o Sporting Clube Farense. Em relação a esta época, era algo com que eu, e muitos mais, andávamos a sonhar desde que saímos da 1ª divisão. Um sonho que está prestes a tornar-se realidade. Só posso agradecer, principalmente, a atual direção por me estarem quase a tornar o sonho em realidade. E, por tornarem o Farense num clube credível e com os olhos postos no futuro.

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Uma vez mais, muito obrigado pelo tua simpatia e disponibilidade para connosco. Desejamos-te as maiores das felicidades, e que continues com o teu bom trabalho que tens vindo a fazer em prol dos South Side Boys. Pedimos-te então que deixes uma pequena mensagem, a todos os “farenses” que leram esta tua entrevista? A minha mensagem e que todos defendam estes dois símbolos, SCF e SS, sempre. Sem querer protagonismos, fama ou dividendos. A única coisa que podem esperar são alegrias e tristezas. E se assim for, vão ter muito orgulho em fazer parte da história deste clube e deste grupo. Abraço a todos e Força Farense

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TATtOOS Bruno Magalhães Tatuagem feita a 03/04/2019 Trabalho feito por Ian Martins A tatuagem para mim é arte no corpo que mostra as nossas paixões, algo que fica para a vida. A fidelidade que hei de ter por este clube e esta cidade será eterna. Não consigo pensar num sem pensar no outro. É um orgulho ser Farense.

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entrevista a

FABRÍCIO ISIDORO

Obrigado por teres aceite esta pequena entrevista para a nossa Fanzine! Primeiro que tudo gostaríamos que te apresentasses aos nossos sócios... Fabrício Isidoro Fonseca de Jesus, Brasileiro, 28 anos. Passei por toda a formação no Cruzeiro, já em idade de sénior fui emprestado ao Poços de Caldas, Vila Nova-MG, Caldas Novas, Sertãozinho, Formiga, Louletano e Farense. Já sabemos que a tua vinda para Portugal passou pelo Louletano e com a tua ascensão nessa equipa acabaste por vir para o Farense. Como foi a mudança para ti? Fizemos uma temporada muito boa no Louletano onde havia muitos jogadores jovens e de qualidade. A minha mudança para Faro foi ótima, era uma premiação de uma época bem feita pelo Louletano. Seria uma honra poder representar um clube com adeptos tão apaixonados. Uma felicidade muito grande ter a possibilidade de representar um clube tão grande como o Farense que é reconhecido e respeitado em todo o país. Desde que vim para o Farense, meu objetivo sempre foi que em todos jogos e competições daria o melhor e lutaria sempre pelos lugares de cima, onde o Farense merece sempre estar.

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Qual o teu melhor e pior momento enquanto jogador do Farense? Meu melhor momento até hoje foi a subida para a segunda liga, foi uma festa linda! O pior momento foi a derrota para o Caldas na Taça de Portugal. Foi uma tristeza muito grande e os nossos adeptos estavam em grande número no estádio em Caldas, mas infelizmente perdemos aquele jogo. Qual o teu maior sonho enquanto jogador, e enquanto jogador do Farense? Nós jogadores sempre queremos estar em níveis mais altos, o meu sonho nesse momento é fazer o melhor possível, terminar a época muito bem, pois o que for bom para o Farense será para mim também. Para ti qual importância dos “South Side Boys” durante o jogo? Vocês lá dentro sentem o nosso apoio? Os South Side Boys são impressionantes, eles realmente são o nosso 12° jogador. O apoio deles nos contagia, nos motiva e dar mais vontade de correr. (continua)

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É incrível vê-los em qualquer lugar do país, seja nas ilhas ou no continente. Sei que estarão sempre lá para nós apoiar. És um jogador com uma qualidade indiscutível e a equipa sentiu a tua falta e de outros elementos da equipa… parece que se lesionaram todos na mesma fase acabando por ser a pior fase deste ano! Como é que a equipa geriu o momento? Foi um momento difícil, é verdade, mas temos um plantel com jogadores experientes e que sabem que derrotas acontecem em qualquer momento, o importante era reagir, e ter calma, pois que aquela fase menos boa passaria, depois disso conseguimos uma sequência boa de resultados. 24 |

Bem chegamos ao fim, obrigado pela entrevista, e para terminar gostaríamos de te desejar toda a sorte do mundo dentro do nosso clube e que continues connosco por muitos bons anos! Por último queria apenas pedir-te uma pequena mensagem para todos os membros dos “South Side Boys”! O que eu tenho para dizer é mesmo obrigado, pelo carinho e pelo vosso apoio em todos os jogos, é motivador ver vocês gritarem sem parar durante o jogo, parabéns por essa paixão que vocês têm pelo Farense! Grande abraço a todos e estamos juntos, nunca parem de nos apoiar!

oro Fabricio Isid #14 SOU DE FARO

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espaço ULTRA

O QUE TE FAZ SER SS?

Bruno Simão – Grupo Tavira

Em relação à resposta... É algo diferente, apoiar o clube da nossa cidade, convívio com a malta, mentalidade, defender o que é nosso! Saber que no meio disto tudo somos pequenos mas somos enormes!

Vítor Gonçalves

O que me faz pertencer aos South Side é o transportar o amor que sentimos pelo farense e pela nossa cidade para a bancada, como uma família e unidos por um objetivo comum que é o apoio incondicional ao Farense...”Descobri” os SS quando o clube foi ao fundo e hoje já não consigo ver um jogo sem ser naquele topo sul apoiando, cantando e festejando com os meus amigos...

André Santos – Ala Militar 26 |

Faz parte da minha vida e com muitas histórias para contar... no inicio muita união e camaradagem ninguém olhava de lado para ninguém e ninguém ficava para trás. Éramos amigos a sério... agora os tempos são outros. Muitos não têm estes valores e as leis também são outras. Hoje em dia temos uma claque moderna contra muitas coisas que outrora formavam claques... gangues, bairrismo, violência, drogas… coisas que agora não são aceites e me faz às vezes não me rever nesta claque. Mas uma vez SS, SS para sempre.

Bruno Magalhães - Penha

“Desde Puto vou á bola para te vencer, vou-te apoiar mesmo que estejas a perder”. Foi com o meu avô que dei os meus primeiros passos no Farense, foi nos SS que aprendi a ver a vitória na derrota. Nos South Side Boys aprendi a amar algo incondicionalmente, a ter carinho pelo que é meu e a defendê-lo com unhas e dentes.

João Miau

O amor ao clube da terra! Sentimento de família! Todos diferentes, mas todos iguais, juntos com o mesmo objetivo!

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internacional

ULTRAS RAPID

Os ultras do Rapid dispensam apresentações e são já há muito tempo uns dos melhores na sua área geográfica, mas também dos mais reputados a nível mundial. Muito completos a praticamente todos os níveis (vocal, número, pirotecnia, fumos, desacatos, etc), mas há um aspecto onde se destacam particularmente: o das coreografias! Na bonita e difícil arte de “tifar” nas bancadas, eles são uma referência para qualquer um que aprecie esse aspecto. Fazem coreografias de todas as maneiras e feitios (seja em pano, plástico, confetis, mosaico, com efeitos, etc), chegam ao ponto de fazer várias no mesmo encontro, têm organização, originalidade e criatividade. A juntar a isto tudo, ganham pelo facto de terem várias grupos no seu famoso Block West (o nome dado à bancada onde ficam os seus ultras): Ultras Rapid, Tornados Rapid, Green Lions, Lords Rapid, Spirits Rapid, entre outros pequenos grupos e subgrupos. Para eles, tudo é pretexto para “tifar”... Ou é pelo aniversário de um desses grupos, do clube, da bancada, do estádio... Ou é simplesmente por ser um jogo grande/importante, por ser derby, por ser europeu... Todo o tipo de jogos, datas, momentos valem para eles arranjarem maneira de trabalhar e apresentar uma coreografia. Do mais simples ou mais complexo, é rara aquela que uma pessoa não consiga aplaudir! Se há clubes que foram vítima do futebol moderno e os seus grupos ficaram muito a perder por terem um estádio novo, no caso do Rapid até se pode dizer que já fizeram mais coreografias em três anos e meio no seu novo estádio (no Allianz Stadium, que fica no local do antigo e mítico Estádio Gerhard Hanappi) do que a maior parte dos grupos em estádios com dezenas de anos!

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Nostalgia Época 2006/2007

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por João Galrito

Ginásio de Tavira - FARENSE

Para muitos o Farense batia no fundo, para poucos começava-se a reerguer-se... com os South Side não era diferente, para uns já não era o que tinha sido, para outros era mais um reerguer... e é esta nossa capacidade de lutar, acreditar e rejuvenscer que nos fez chegar ao que somos hoje. Este ano seria o ano 0 depois da interrupção do futebol senior do nosso clube e os South Side passavam por um processo semelhante ao do nosso clube, muita malta nova surgia no nosso seio e através desses “putos”, que hoje ja não são putos e alguns ainda nos acompanham, surgiu o grupo Nova Guarda. Grupo esse que surgiu com o intuito de receber e tentar incutir a mentalidade ultra e transmitir a nossa identidade, ficando em processo de maturação até ao momento em que a selecção natural faz com que os que se revêem no nosso modo de vida se mantenham e os restantes se afastem. Nesta altura estes “putos” alimentavam-se das histórias que lhes contávamos na esplanada entre copos, das fotos e vídeos que retratavam os primeiros 12/13 anos dos SS e lamentavam nunca ter vivido esses momentos áureos dos SS. Numa curta transferta a Tavira, os velhotes resolveram levar os putos de comboio numa tentativa destes começarem a escrever as suas próprias histórias e sentir o espírito de uma transferta e nada melhor que esta curta viagem até Tavira para defrontar o Ginásio de Tavira. Para mim esta viagem era assombrada pelo desfecho da transferta a Portimão na época 2002/2003, mas acabaria por correr tudo bem. Viagem animada, num espirito incrivel lá chegamos a Tavira, fazendo um pequeno passeio até ao estádio que ficava na outra ponta da cidade para nos encontrarmos com outros ultras que se tinham deslocado de carro. Pelo caminho arranjámos o material para a coreografia improvisada (extintores), bem ao nosso jeito aventureiro.

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FIÉIS NA DERROTA

No jogo conseguimos reunir todos os ingredientes, fumarada, animação intensa durante os 90m, pequenos atritos com os locais durante o intervalo e sobre o resultado... não me lembro. No regresso a Faro, alguns resolveram fazê-lo de carro outros resolveram voltar de comboio dando continuidade à bela bebedeira que se ia intensificando... o regresso seria já de noite e à espera do comboio no café junto à estação era recheado de histórias que ainda hoje me trazem lágrimas aos olhos de rir ao recordá-las. Uma bela transferta, um bom jogo e uma das primeiras experiências de alguns putos que se iniciavam no nosso grupo e por ainda aqui andam nos dias de hoje.

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entrevista a

JOSÉ SERRÃO

antigo capitão SC Farense #1

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Obrigado por teres aceite esta pequena entrevista para a nossa Fanzine! Primeiro que tudo gostaríamos que te apresentasses aos nossos sócios... Antes demais o meu obrigado pelo convite. É sempre um gosto falar convosco e partilhar com os momentos vividos nesse clube que me diz muito Chamo-me José Serrão, tenho 44 anos e tenho nacionalidade Portuguesa. Joguei em vários clubes: na formação joguei no Leixões e Vitória de Guimarães. Enquanto sénior joguei no Esposende, Ovarense, FC Marco, Naval 1º Maio, SP Covilhã, Operário dos Açores, União da Madeira e Farense onde terminei a minha carreira enquanto jogador. Como começou a tua aventura no Farense? Em que ano chegaste e como encontraste o clube? Estávamos no ano de 2010, o Farense tinha acabado de subir à segunda divisão e recebi o convite do treinador na altura, Joaquim Mendes. Encontrei um clube que apesar de ter acabado de subir, apresentava algumas dificuldades, a nível do plantel, treinávamos sempre à noite porque grande parte dos jogadores eram amadores! As infraestruturas apresentavam alguma decadência, por exemplo no meu caso que vivia num quarto no estádio, não tinha as melhores condições, mas na altura tive que me adaptar.

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Mas os anos foram passando e o Presidente da altura, António Barão, foi melhorando as condições do clube. E chegaste a ser capitão. Nessa altura, nesse momento que mensagem tentaste sempre passar ao grupo? Fui capitão de equipa na minha terceira época no clube, no ano em que subimos à segunda liga! A mensagem que sempre tentei passar ao grupo foi uma mensagem de orgulho! Estávamos a representar o melhor clube do Algarve, todos tinham que sentir a responsabilidade de representar aquela camisola e tínhamos do nosso lado uma massa associativa que vivia intensamente o clube e uma claque que nos acompanhava para todo lado e sempre nos apoiavam nos bons e maus momentos! Uma curiosidade, chegaste a marcar um golo pelo Farense, relata-nos esse momento. É verdade! Foi no jogo contra o Mafra. Estávamos no minuto 94 e a perder 2-1. Na altura pedi ao João de Deus, que era o treinador para ir à área porque senti que poderia ajudar naquele momento! O treinador deixou. Tínhamos um canto estudado em que o Bruno Carvalho batia e o Bruno “grandão” entrava ao primeiro poste. E assim foi. Ele ganha a bola, sobra para mim no segundo poste e encosto para o golo! Foi uma sensação única!

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Lembro-me de uma altura que tinhas deixado de jogar e, entretanto, tiveste que voltar, conta-nos como foi esse momento? Na minha última época como jogador, o Bruno Ribeiro saiu e entrou um novo treinador, o Mister Mauro. Na altura não trouxe treinador de GR. O Presidente António Barão fez-me o convite para integrar a equipa técnica, até porque eu já treinava os GR na formação do Farense. E eu aceitei o convite! Mas passado dois meses de eu estar na equipa técnica, o Tiago, que era o GR titular na altura, lesiona-se e terminou a época para ele. O Mister Mauro teve uma conversa comigo e disse-me que queria que eu voltasse para a baliza e fizesse os 8 jogos que faltavam para o fim da época. E assim foi! Fiz os 8 jogos e fizemos 7 vitórias e 1 empate. Uma grande recuperação na tabela classificativa e acabei por terminar a minha carreira, no Estádio S. Luís com 14000 adeptos e uma subida de divisão! Foi um tremendo orgulho para mim! Todos merecíamos esta subida principalmente os SSB por todo o apoio e dedicação a este grande clube! Depois de terminares a carreira, entraste para a equipa técnica como treinador de guarda-redes, como foi essa transição ? Acabou por acontecer naturalmente até porque no ano anterior já tinha tido essa experiência e a transição tornou-se mais fácil! Qual o teu melhor e pior momento pelo Farense?

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O melhor foi sem dúvida o dia da subida! 14000 adeptos no S. Luís e a vitória de 2-1 ao União de Leiria. O pior foi a descida de divisão já como treinador de GR em Barcelos, que apesar da vitória por 3-2 contra o Gil Vicente não foi suficiente para garantir a manutenção. Para ti qual a importância dos SS durante o jogo? Sem dúvida a melhor claque que tive até hoje! Percorriam km e km sempre a apoiar a equipa! Lembro-me perfeitamente do apoio que tivemos na noite que antecedeu o jogo da subida de divisão! Simplesmente fantásticos!! Percebi aí que nada poderia falhar! Que não poderíamos falhar!! O vosso apoio em todos momentos foi fundamental! Bem estamos a chegar ao fim, obrigado pela entrevista, desejamos-te toda a sorte do mundo, e para terminar gostaríamos que deixasses uma pequena mensagem para todos os membros dos South Side Boys. Obrigado eu, mais uma vez por esta oportunidade de falar de um clube que muito significado tem para mim! Para além do clube, os SS também significam muito para mim! Sempre me apoiaram em todos os momentos e sei que deixei grandes amigos! Apenas vos quero dizer que esteja onde estiver ficarão sempre no meu coração por tudo aquilo que passamos! São sem dúvida o orgulho do Algarve e do clube! Não sou de Faro, mas aprendi a gostar do Farense! Obrigado por tudo!

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