Revista 74 - Specialized

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S E T E N T A E QU A T R O UMA PUBLICAÇÃO BIANUAL DA SPECIALIZED

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VOLUME 01 / EDIÇÃO 01

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SETEMBRO 2016


ÍN DICE

SEM DORMIR ATÉ SMYGEHAMN

EUA! EUA!

HOMENS DA MONTANHA

HUNTER E A LEVO

E M 1 9 74 , N O S S A H I S T Ó R I A C O M E Ç O U . T O D A V E Z Q U E V O C Ê P E D A L A , V O C Ê A P E R P E T U A .


ISSO É APENAS UM RELANCE DO QUE ESTIVEMOS FAZENDO PELOS ÚLTIMOS SEIS MESES. A INTENÇÃO NÃO É

IMPRESSIONAR OU INUNDÁ-LOS COM INFORMAÇÕES, MAS SIM ESQUENTAR

AS COISAS PARA DESEJAREM MAIS DE... TUDO. MAIS AVENTURAS, MAIS TEMPO NOS BOSQUES, MAIS HISTÓRIAS COMPARTILHADAS COM OS AMIGOS, E ACIMA DE TUDO, MAIS DIVERSÃO COM AS BIKES. AGORA NÓS OS CONVIDAMOS PARA RELAXAR E VER TUDO QUE TEM NOS INSPIRADO.



SEM DORMIR ATÉ SMYGEHAMN

O S v r ei g ete m p o t . A o s d e z a n o s de id ad e, esse p erc u rso d e 210 0 qu ilômet ros é u ma fera de peda l . A o p a s s o q u e é s im p l e s no c onc eit o - ir at é o t op o d a S u éc ia e d esc er o ma is r á pi do po ss ív e l p a r a t e r m in a r d e n t ro d o t emp o - é c omp let ament e imp lac áv el em sua ex ec uç ã o . E s t e é u m e v e n t o o n d e os c orp os se rebelam c ont ra o ritmo inc ansáv el; a luz do d ia pa r e ce s e e s t ica r p a r a d e p o is d a meia noit e (p orqu e , d e f at o , isso ac ont ec e ); e o s o n o s e to r n a u m e s t r a n h o q u e v e m o s ap enas d e v ez em qu and o. E tud o se soma a uma s i m pl es verd a d e : s e v o cê p l a n e ja co meç ar na linha d e p art id a, é m elhor esc olher u ma bike que v o c ê a m a p e da l a r , p o r q u e v o cê v ai p assar mu it o t emp o c om ela.

P eda l a r o S v e r ig e t e m p o t s e m p r e fo i o sonho d e Erik Nohlin, e send o o d esigne r da S eq uo i a , e l e a b r a ço u a o p o r t u n id a d e d e t ornar seu sonho u ma realid ad e. C om su a coleg a de tr a b a l h o , R it a Je t t e s e u a m ig o de inf ânc ia, Krist ian Hallberg ao seu lado, a equ ip e sa iu peda l a n do

do

in ício

(R ik

s g r ä nsen),

e

c hegou

ao

ext remo

su d este

da

Suécia

( S m y geh a m n ) 1 5 6 h o r a s a p ó s t e r e m c omeç ad o. Est e t emp o f oi bem abaixo d o limi te de 1 7 7 h o r a s . De s a f io a ce it o , d e s a f io dest ru íd o.






SEQ UOIA 1,000 DECISÕES, TOMADAS CORRETAMENTE



EUA! EUA!

As m ul ti dõ e s a m e r ica n a s e s t ã o in cend iad as, a t orc id a c lama. M egan Gu arnier é mais uma v ez a C a m p e ã N a cio n a l , e co m isso, ela se qu alif ic a inst ant aneament e p ara o time O l í mpi c o . E s t r e l a s e Lis t r a s . A chanc e d e se enf ileirar em u ma op ort u nid ad e que só a pa r ec e um a v e z a ca d a q u a t r o a n os. É t u d o p or c au sa d isso. O orgu lho est á lá p ara q ue to do s vej a m . I s s o é u m a m u l h e r p e rsegu ind o seu s sonhos c om c ad a got a d e c oragem e c o n vi c ç ã o q u e e l a t e m . É m a is d o q ue habilid ad e. É d et erminaç ão. É su p ort e. É v iv er o dia a di a c o m d is cip l in a e g r a ça . E co m mu it o t emp o em c ima d e u ma bike. Rap az , você r ea l men te se t o r n a o m e l h o r a m ig o d e su a bike qu and o v oc ê é p rof issional.

Q ua n do el a e s t á n a q u e l e p ó d io , t u d o qu e se p od e v er é f elic id ad e. A v it ória. Às v e zes é fá c i l es q ue ce r q u e e s s a m u l h e r é como nós. Ela v iv e no mu nd o real. Ela t em u ma f amília, uma c a s a . T ê m p r a t o s n a p ia , e o cheiro d e p anqu ec as e c af é p ela manhã. E, assim como n ó s , el a ve s t e s e u k it , e n ca ixa s u a s sap at ilhas nos p ed ais d a v enc ed ora d e p rêmios Amira e s a i pa r a u m p e d a l . M a s e xis t e u ma d if erenç a su t il. Su a c amisa é d e u ma C ampeã N a c i o n a l . E e l a b u s ca m a is q u e a solit u d e e f elic id ad e d e p ed alar u ma bike - ap esa r de o b ter i s s o , t a m b é m - e l a p e d a l a co m a esp eranç a d e ou v ir aqu ela t orc id a p or mu itos e mui to s a n o s . E U A ! E U A ! E s t e é o S onho Americ ano d ela.





A MIRA A LÍDER INCONTESTÁVEL DA ESTRADA



HO MENS

DA

M O NTA N H A

O mo to r de n o s s o ca r r o d e a l u g u el c ont est ou su t ilme nt e enqu ant o c ome ç amos a subida i n i c i a l pel as v iz in h a n ça s m a is b a ixa s d a Est rad a Gibralt ar. C hei o d e garagens e c as as, nos i n fi l tr a m o s a t r a v é s d e s t e co r r e d o r est reit o e p ov oad o nos arred ores d e Sant a Bár b a ra , C a l i fó r n i a , a n t e s q u e a s ca s a s c omeç assem a d imin u ir, at é qu e c h ega mos na pa rte r ec en tem ent e as f a l t a d a d a s u b id a . A est rad a é su a v e e t em ap enas u ma d ireç ão - pa r a c i ma .

C o n fo r m e co m e çá v a m o s n o s s a l e nt a su bid a em d ireç ão ao c éu , era c omo se nós três c o l eti v a m e n t e in c l in á s s e m o s p a r a f re nt e d ent ro d o c arro nu ma t ent at iv a d e mant er nossos pes c o ç o s n o l u g a r . N o s s o s o l h o s t raç av am a li n ha d a est rad a em u m â ngu lo horrív el, e a s egui a a té q u e d e s a p a r e cia e m u m a c u rv a longín qu a. O silênc io t om ou c ont a d o c arro .

"P uta m er d a " , a l g u é m d is s e , f in al m e nt e. " I sso é u ma f era" .


N ã o é c o m o s e n u n ca t iv é s s e m o s p ed alad o em su bid as íngremes ant es, é qu e q ua nto ma i s s ub í am o s - q u a n t o m a is v ía m os o qu e est av a p or v ir no f im d o Terc eiro Est ág io do Am g en To u r o f C a l if o r n ia - a ú n ica c oisa qu e c onsegu íamos p ensar era: Eles v ão c om petir a qui ? Is s o v a i d o e r .

L O U C U RA C O M M A I S L OU C U R A " C omo v oc ê est á se sent ind o?" Eu p ergu nto, olh a ndo pel a j a n el a d a m in i v a n e n q u a n t o nosso c ic list a, And rew Firest one f az u ma p arad a . Ele es tá pr es te s a p e d a l a r e s t a s e çã o d e Gibralt ar nov ament e, p ela t erc eira v ez nest a ta rde. El e en c o l h e o s o m b r o s . R is o s .

"N a ver da d e , e s t o u m e s e n t in d o m u it o bem" , ele d iz , e sint o qu e ele est á su rp reso . Ele ti n h a me d it o q u e e s t a v a p r e o cu p a d o c om seu joelho - qu e as p equ enas lesões em seu men i s c o pu de s s e m r e a p a r e ce r e a c abar c om seu dia. " M as não sint o d or algu ma ", ele dis s e.

T a l v ez v o c ê t e n h a r e co n he cid o s e u nome. O bisav ô d e And rew Firest one f u nd ou os Pneus F i r es to n e, e s u a f a m íl ia t e m u m a l onga hist ória na p rod u ç ão d e v inhos - u ma ind ú st ria na qua l An dr e w f o i cr ia d o , a t é l a n çar seu p róp rio negóc io em 20 14 . M as t alv ez v o cê o r ec o n h eç a co m o a s t r o d a t e r ce r ia temp orad a d e The Bac helor. Porém, at u alment e, ele é a pen a s um cicl is t a co m o n ó s , o l h a nd o p ara a f ac e d e Gibralt ar e se p rep arand o pa ra s o c á - l a . N a v e r d a d e , G ib r a l t a r é p rat ic ament e seu qu int al d e c asa - nad a mais ju sto q ue el e peda l a s s e l á .

D ev o di zer q u e a o f a z e r A n d r e w s u bir essa mont anha, não est amos sac rif ic and o nenhum c i c l i s ta i n i cia n t e a o s d e u s e s d a s s u bid as. E mesmo qu e ele se d esc rev a c omo u m c i clista medí o c r e, o s f a t o s s ã o o u t r o s : já comp et iu em d iv ersos t riat hlons e t erminou seu p rimeiro mei o Ir o n m a n a n o p a s s a d o . M a s Gibralt ar? Em u m t elef onema nest a semana, ele c o n fes s o u q u e n u n ca h a v ia ch e g a do ao t op o. " Eu f aç o p art es dela, mas sair e p e da la r tudo pr ec i s a d e u m ce r t o n ív e l d e l ou c u ra. "

"É uma r ua z in h a e s t r e it a e m a l d o s a " , ele diz , nos most rand o c omo se aqu ec e u m pouco n o B o s q ue d e T u ck e r p r im e ir o . Vo c ê c hega na 19 2 e ent ra na Gibralt ar, e aí d ep ende de s eu h umo r . S e e s t iv e r co m r a iv a , v o c ê sobe algu ns qu ilômet ros, mas é bru t al. Ela n ão dá fo l ga .

Não.

C er t a m e n t e

não

dá.

"Como

v oc ê

est á

c o n ti n ua m o s . B e m v in d o à C id a d e d os L ou c os.

se

sent ind o?"

Ele

de

ombros

e



ANDREW F IRESTON E

|

SPECIAL IZED TA RM A C P RO RA C E

|

ES TRA DA GIBRA L T A R , S A NTA BA RBA RA , C A L I FÓR N IA


IN G REDIENT E S

P U R OS

E

N A TU RAI S

Alg u mas

su bid as

são

c onhecida s

i n ter n a c i o na l m en t e - a q u e l a s p a r a f az er ant es d e morrer, qu e t êm d ossiês e ficha s c o mpl eta s . M a s a pó s v e r G ib r a l t a r du rant e o E s t ágio Rainha d o Amge n Tou r of C aliforn ia 2 0 1 6 , es s a s u b id a t a l v e z s e ja r is ca d a d e algu ma d essas list as. É u ma su bid a nu a e c rua , i n c a n s a vel m e n t e e s cu l p in d o s e u c a minho at rav és d e c ânions, f at iand o p ara f rent e e p a ra tr á s c o m s e u s g a r r a n ch o s .

N ó s ter m i n a m o s de re co n h ê ce - l a na hora do almoç o. Tod os falam so bre o pôr do sol e as v i s ta s , ma s agor a , nã o há na d a al é m de neblina .

"À S V EZE S H Á U M A N E B L I N A É P I C A D U RA NTE A M ANHÃ, ANTES D O M EI O D I A . ELA C O S T UMA S E D E SFA Z E R D U R A N TE A TARD E, M AS I SSO A T O RNA M I STERI OSA . JÁ AC O N TEC E U D IS T ÂN C IA " .

D E S U B I R M OS

E

NÃO

E N X ERG AM OS

M AI S Q U E U M

C ARRO

DE

- R ya n U n g , o e s co t eiro d e ro t a p ara o Tou r d a C alif órna.

N o c o m eç o d a se m an a , co n v e r s e i c om Ryan U ng, o e sc ot eiro d e rot a p ara o Tour da C a l i fó r n i a . C o m o n ã o co n h e cía m os a est rad a, qu eríamos u ma noç ão d o qu e esp erar.

"E l a c o meç a n o c e n t r o d a cid a d e. Voc ê p assa p e la missão ic ônic a, e a p art ir da li, é só s ub i da pel o s p r óxim o s 1 2k m " , e l e d iz , nos c ont and o sobre o f inal d est e est ágio de 1 6 7 . 5k m. "S ó te m u m l u g a r o n d e a liv ia u m p ou c o, e é u ma méd ia d e 8 % d u rant e t odo o c a mi n h o . Ta l v e z v o cê p a s s e p o r p o nt os d e 6%, e o rest o é 10 %, e é d aí qu e v em a mé dia d e 8 %. V o cê n u n ca e s t á e m u m a e s t rad a ret a, mas se mp re em u ma esp ir al, e com uma vi s ta do s d o is la d o s . E n t ã o, s e h á v ent o, não e st á lhe aju d and o em m oment o algu m. " Ele fa z uma peq u e n a p a u s a a n t e s d e c o nt inu ar: " Não há ond e se esc ond e r" .

S ub i r é um a b u s ca p e l a h a b il id a d e . Exist em aqu eles qu e são nat u ral men t e ap t os, e a inda as s i m pr o c u r a m u m a p r e cis ã o cir ú rgi c a, e aqu eles q ue d esejam ap rend e r e ap erf eiçoa r s eu es ti l o p r ó p r io . É o e q u il íb r io perf eit o e nt re c ad ênc ia e rit mo. Pod e ser c ien t ífico e pr ec i s o - m e d id o , m e t ó d ico . A ju s t and o os ingred ien t es p ara a rec e it a p erf eit a pa ra ven c er . P a r e ce m u it o co m o p r o c e s so d e f abric aç ão d e c erv eja. . .

C E RV E J A A N T E S D A G L ÓR I A A e st rad a d e Gibralt ar f i ca no c ód igo p ost al 80 5 d e Sa nta Bárbara.


Es s e n úm e r o já s e r ia s u f icie n t e p a r a d iz er, " Ei, 8 0 5 é u m lu gar r enomad o p ara c er ve ja s". V am o s fa l a r s o b r e " co m o cicl is t a s amam c erv eja" e ac abar logo c om i s so. M as exp lora ndo o a s s un to d e ce r v e ja s e d a Fir e s t one Walker Brew ery (O i r mão d e And rew , Ad am, é um do s fun da d o r e s ) , u m a s e g u n d a c o ne xão emerge – c erv ejaria, saneament o rigoroso, ca s as de c er veja s t e c n ica m e n t e co r r e t a s e u ma ad esão rig orosa à essa obsessão. Obsessã o pelo o fí c i o . O b e s s ã o p e l o s d e t a l h e s . O b sessão p ela bu sc a inc ansáv el da p erf eiç ão .

A F i r es to n e Wa l k e r B r e w e r y , c om su a sed e loc aliz ad a em Paso Robles, t em u ma ét ica b e m s i m pl es : C e r v e ja an t e s d a g l ó r ia . E , ao mesmo t emp o qu e isso p oss a se r o c ont rário pa ra os c i c l i s ta s qu a n d o s e f al a d o l íq u id o d ou rad o, é u ma ét ic a v erd ad eira t ant o p ar a c ic list as como p a r a c o n s tr u t o r e s d e b ik e s . P a r a f a l ar d e ou t ra manei ra – v oc ê não qu er c orrer o risc o d e um m o s tr o s elv a g e m d e l e v e d u r a e s t r a gar as su as melhores c erv ejas. Voc ê qu er mantê-la s s epa r a da s , e n t ão é n a t u r a l q u e ess a s c erv ejas sejam armaz end as em u m belo armaz ém . N er ds de ce r v e ja s ã o co m o n e r d s d e bikes, ent ão qu a nd o a d egu st aç ão c omeç a, você r ea l men te v ê q u ã o o b ce ca d o s p o r c erv eja esses c aras são. O sabor nu nc a soou t ão rico. Hi s tó r i a s v ê m u m a a p ó s a o u t r a , e só são int erromp id as p ara bu sc ar mais c erv eja, direto do b a r r il . O p r o ce s s o s e t o r n a s e xy , e a imp rev isibilid ad e, elét ric a.

A s we wa l k th rou g h t h e l ar g e room o f oak b arrel s u sed to store th e b arre l-aged stron g al es, o ur g ui de Jim Crook s, aka Sour J i m, mi crob io logist an d M aster Ble nder, explai n s th e proc ess. He ta l k s o f t h e h i s tor y o f b e e r, and t h e re ’s a c er ta in gli nt in h is eye has he speak s of b acteria and “li ve ba rre l s . ” I t’ s an eye o pe ni ng c on versation t hat only gets more animated an d passio nat e wh e n Bar re l work s D i re c tor, J e ffe r s R i cha rd son , jo ins i n . Jef f ers explain s why it’s n ecessary t o ke e p t h e o th e r o c cu pa nt s of th is wa reh ou se—th e reb el liou s, b arrel -aged wild beers—at arms l e n g t h f ro m th e main b re we r y u p i n Paso Rob l es.

“In mo de rn bre w ing, you have o ne yeast an d that’s your ye ast. It ’s isolated an d you d on ’t want any t h ing els e growi ng , ” he s ays, e xpl a i n ing th e i deal en vironment of a large prod u ction b re wery l i ke Fi re s t o ne Wa l ker. “ Ye as t manage me nt i s a h u ge par t of b re win g. [He re] you in trod u c e t hese wild c ri t t e rs that c o me in o n th e barrel s—I mean , we d o i noc ulate, b u t th ere ’s stu f f th ere that we have n ’ t e ve n ide nti fi e d—a nd yo u ju s t l et it ri de. Th en you taste a nd you b len d f or co mplexi t y and f l avo r. Th is ad d s a b e a u ti ful ele me nt of creati vi t y i n th e Barrelwork s, b ec au se we get to make be e r s t h e way w i ne make rs d o. A nd i t’ s f u n .”


E en tã o vol t a -s e p a r a a s a l a d e d e gu st aç ão p ara p rov ar algu mas d as c erv ejas selv a gens. Al guma s d e s t a s ce r v e ja s e xp e r iment ais são u ma esp éc ie d a t rad iç ão d as “c erveja s a zeda s ” da B é l g ica . O u t r a s s ã o ap enas lou c as. U ma c oisa é c lara – elas são toda s del i c i o s a s .

O pr o c es s o d e f a b r ica çã o d e ce r v eja é c omo u ma d anç a qu e p od e ser int erp reta da l i v r em en te – t o t a l m e n t e o co n t r á r io d a c erv ejaria p rinc ip al – mas, d e algu ma f orma, h á um per fei to eq u il íb r io . D o p o n t o d e v is t a d e J im e J ef f ers, v oc ê t em qu e est ar p rep arad o pa ra a po s ta r tud o e v e r o q u e co n s e g u e . Voc ê t em qu e es t ar p rep arad o p ara ir à lou c u ra.

O N DE AS C OI S A S S E LVA G E N S ESTÃO A neblina est á d e v olt a a Gibralt ar, p orém bem m a i s a l ta d o q u e a n t e s . S o m o s r e comp ensad os c om u ma v ist a limp a qu e se est end e a té a po r ç ã o r o c h o s a d a s u b id a , o n d e u m mist erioso nev oeiro se d esenrola a p art ir d a estra da a n tes de s e g u ir p a r a o t o p o . A n drew t ambém se d irige p ara c ima, e eu esc u t o sua r es pi r a ç ã o e n q u a n t o m e t o d ica m e n t e d ef ine u m rit mo est áv el at rás d e nós. Não d emora m ui to a té q u e A n dr e w t e m q u e s e l ev ant ar p ara se liv rar d a d or e c ont inar a su bir.


“Ir r á !”, di z E r ick , dir ig in d o v a g a r o sament e at r ás, “Ele est á mand and o v er agora !” , Todos ós r i mo s u m p o u c o . Ve r o u t r a p e s soa sof rend o em u m a su bid a ond e v oc ê sabe qu e d eve es ta r do en d o é u m p o u co e n g r a ça d o, não é? Ok, é cr uel.

“NÃO. NINGUÉM GOSTA. QUERO DIZER, ESPANHÓIS PEQUENOS SIM, MAS NÃO PAIS DE TRÊS FILHOS, COM 83KG E 1,80M. ELES NÃO.”

– And rew Firest o n e , diz end o se g osta de

ub i da s .

S ub i r é h o r r ív e l . S u b ir é m a r a v il h oso. Para ser bom, v oc ê p rec isa ser genet ic am en te a b en ç o a do co m u m m ix d e ca r a t e r íst ic as id e ais qu e v ão lhe a aju d ar a su bir mont a nha s em es fo r ço s ; o u t e r a q u e l e t r a ço imp rev isív el qu e lhe p ermit e d a r t u d o d e si e i g nora r eus l i mi te s . U m a v it ó r ia n o t e r ce iro est ágio d o Amgen Tou r of Ca lif órnia p rov av elme nte a i ex i g i r u m p o uco d o s d o is – o c ient ist a e o sel v agem.

A v i tó r i a d e A n d r e w ch e g a e n q u a nt o ele d á o ú lt i mo gás ond e a Gibra l tar c ru z a com a s tr a da E . C a m i n o C ie l o . P o r u m b rev e moment o, o so l p art e a n eblina p ara brilhar um r a i o de l uz e m s eu m o m e n t o d e g l ó r ia, e ele jo ga s u as mãos p ara o alt o. Su a asc enç ão a té G i b r a l ta r est á com p l e t a - a s a u d açã o d a v it ória sela o moment o.

"Aquel a úl t im a p a r t e " , d iz e l e , r e s p i rand o p rof u nd ament e, " p arec eu bem mais íngrem e ".

Ma i s c edo , e n q u an t o A n d r e w e s t ava f az end o mais um a c u rv a alt amen t e f ot ogênica , eu c o l o q uei m in h a ca b e ça p a r a f o r a d a janela e su t ilme nt e p lant ei e s sa sement e em seu uvi do : "V o cê d e v e r ia f a z e r d is s o s e u alv o. "

"S ub i r i s s o ?" El e d is s e , f a z e n do u m qu iet o som d e d eboc he. M as e u v i. Ao se d ebr u ça r no g ui dã o pa ra d e s ca n s a r , u m a ch a m a s e ac end eu . Eu j u ro qu e ou v i as e n grenagens do "ta l v ez eu d e v a " gir a r e m e m s u a cab eç a. Porqu e é i s so qu e o gost inho d e algo c omo isso fa z .

N o s d á m a is f é e m n ó s m e s mos. Fé p ara ac e rt ar mos a f órmu la. Fé p ara d e stru ir

mo n ta n h a s co m a m is t u r a ce r t a d e f orç a bru t a, jog o d e c int u ra e u ma ast ú c ia gent il q ue ã o va i de s t r u ir a p e q u e n a co n f i anç a qu e t emos e m mãos. Fé qu e u m d ia, va mos on s egui r a m is t u r a p e r f e it a d e u m KOM . M as agora v amos t omar aqu ela c erv eja.


TA R M AC

PRO

RACE

A BIKE DE CORRIDA COMPLETA

DIS C



HUNTER

E

A

LE VO

MAT T HU N T E R É O C I C LI S T A Q U E TO D OS Q U EREM SER. UM D ESTRU I D OR DE TRIL HAS E M D I VE R S OS A S P E C T OS, EL E POSSU I U M ESTI L O I M PEC ÁVEL E UM C HARME RO B U S T O . É T A M B É M A Ú L TI M A P ESSOA Q U E PREC I SA D E AJ U D A PAR A S U B IR UMA T R I L H A . M A S E Q U A N TO À FORÇ A PARA FAZER M AI S TRI L HAS? SER Á QUE EL E G O S T A R I A D E S A B E R M AI S SOBRE I SSO?

PA RA R ESPOND ER ESS A

P E RG UN T A E P A R A M E D I R C OM O C I C L I STAS D E TRI L HAS REA GI RI AM À NOV A TU RB O L E VO FS R , N ÓS OS E N V I AM OS A F INAL E L I GU RE, NA I TÁL I A, PARA D ES C O B RIR.



MATT HUN TER |

CAPACETE AMBUS H | SOS P EL, F RA NÇ A



"P ARA FAL A R A VE R D A D E , EU QUERI A OD I Á- L A. "

Ma tt Hun te r n u n c a f o i d e f a l a r com rod eios. Ele f ala d a f orma c omo pe d ala - com i n tegr i da de e m u it a t r a n q u il i d a d e . Ent ão enq u an t o su a reaç ão inic i al f oi d e d isp ensa r a T ur b o L evo s e m p e n s a r d u a s v e z e s, ele ac abou esc olhend o u m ou t ro c ami nho. Ma tt H un ter es c o l h e u d a r o u v id o s a s u a c u riosid ad e e bas ear seu v ered it o f inal sobre a Tur bo L evo n a ún ica co is a q u e e l e con h e c e e c onf ia d e v erd ad e: O p ed al .

O s di a s pr o s s e g u ir a m n a s t r il h a s d a I t ália, e M a t t v iu o est ig ma d as " e- bikes" i r e m obra . N o mun do d a s m o u n t a in b ik e s , ela s são u m t ant o d e sp rez ad as, c onsid e rad as como tr a pa ç a , e is s o a t é p o d e s e r v er d ad e, d ep end o d o âng u lo qu e v oc ê ol har. M as c om um a per s pec ti v a d if e r e n t e , é u m a b ik e m u it o d iv ert i d a d e p ed alar, e v oc ê p od e ir mais lon ge do que po di a a n t e s .

C o mo m o u n t a in bik e r s , n ó s e n xe rg amos as c oisas d e maneira p are ci d a – exist em n oç ões pr éc o n c eb id a s , s im , m a s n ó s p r o jet amos a Tu rbo L ev o p ara su p erá- la s . O resu lt ado é s i m pl es e v a i d i r e t o a o p o n t o – a T u rbo L ev o l he d á a f orç a p ar a f az er mais t rilha s.

D epo i s da v ia g e m , n ó s p e d im o s q u e ele f alasse u m p ou c o sobre a exp eriênc ia. “Voc ê tem q ue tes tá - la .

Q u e r o d iz e r , v o cê p od e c hegar a c on c lu são qu e qu iser , mas é muit o

di v er ti do d e p e d a l á - l a . E u e s cu t o mu it o, ‘ Ad o rari a f az er t rilhas c omo v oc ê, mas é muito pl a n o o n de e u m o r o ’ , e m in h a r e s p ost a semp re f oi, ‘ Bom, ac ho qu e v oc ê p rec isa se muda r ’. Ma s a g o r a , v o cê p o d e co m p rar u ma L ev o e p ed alar nos p rad os c omo se f o ssem g r a n des m o n t a nh a s ” !



HORA DE PEDALAR


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