Revista do Comando-Geral de Operações Aéreas
Contribuição do ITA para o Sistema de CT&I da Defesa Nacional APRS - Uma Nova Perspectiva para as Comunicações Militares em HF Novas Perspectivas para o GITE Simulação de Vôo de Baixo Custo
Nº 09 - Dezembro 2005
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Expediente Comandante-Geral de Operações Aéreas Ten Brig Ar William de Oliveira Barros Chefe do Estado-Maior do COMGAR Maj Brig Ar Gilberto Antônio Saboya Burnier Conselho Editorial e Revisão Cel Av José Eduardo Portella Almeida Maj Av Davi Rogério da Silva Castro Maj Av Marcelo Boaventura Leite Cardoso Maj Av Omar Sarmento dos Santos Maj Av Edson Fernando da Costa Guimarães Maj Av Jorge Luiz Schwerz Maj Av Hélcio Vieira Júnior Maj Av Élison Montagner Cap Av Antonio Ferreira de Lima Júnior Cap Av Sidney César Coelho Alves Ten Esp Com Luiz Carlos Leppa Projeto Gráfico, Diagramação e Fotolitos Tachion Editora e Gráfica Ltda. Rua Santa Clara, 552 - Vila Adyanna Tel/Fax: (12) 3921-0121 / 3922-4048 / 3922-3374 CEP 12243-630 - São José dos Campos - SP e-mail: info@tachion.com.br www.tachion.com.br Impressão Editora Gráfica Ipiranga SIG Quadra 08 - Lote 2095 CEP 70610-400 - Brasília-DF Tel: (61) 3344-2266 - Fax: (61) 3344-1077
Índice Editorial ..................................................................... 4 Ontologia de Centros de Gravidade: Método Conexionista ................................................. 5 Contribuições do ITA para o Sistema de Ciência Tecnologia e Inovação de Interessa da Defesa Nacional ........................................................ 9 APRS - Uma Nova Perspectiva para as Comunicações Militares em HF ....................................................... 14 Comando e Controle em Operações Combinadas: Desafio ou Utopia .................................................... 18 Novas Perspectivas para o GITE ............................... 22 Problema de Localização de Cobertura de Conjuntos ............................................................ 26 Simulação de Vôo de Baixo Custo - Uma Ferramenta para Muitas Aplicações .......................... 29 Eficiência Operacional - Uma Análise Mais Moderna .......................................................... 33 Laboratório de Processamento de Sinais Radar Assistido po Computador: Uma Nova Perspectiva para o Ensino de Guerra Eletrônica na FAB .............. 38
Distribuição interna. Tiragem: 1.500 exemplares. Os conceitos emitidos nas colunas assinadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias publicadas, desde que mencionados o autor e a fonte e remetido um exemplar para o COMGAR. spectrum@comgar.aer.mil.br (Internet)
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Editorial
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Comando-Geral de Operações Aéreas passa por fase de renovação. As novas aeronaves adquiridas, a implementação dos modernos conceitos de Comando e Controle em operações combinadas, o incremento em nosso esforço aéreo e a realização das primeiras Avaliações Operacionais são fatos que evidenciam a nova etapa que se descortina. Pautada na citação da Estratégia de Comando do Exmo. Sr. Ten Brig Ar Bueno, “A missão constitucional da Aeronáutica não deixa dúvidas quanto à priorização da defesa do país”, a aquisição dos novos vetores abrange aeronaves, tais como os A-29, os Mirage 2000, os Black Hawk (H-60L), os P3B, os CASA 295 (C-105A), os C-97, os C-98 e os C-99A/B e a modernização de frotas já existentes como as de A-1, F-5E/F, C-130H, H-1H e os C-95B. Essas conquistas representam a realização de sonhos de gerações de pilotos e tripulantes de nossas Unidades Aéreas e tornam evidentes a preocupação e a mobilização de todo o Comando da Aeronáutica, com o objetivo de garantir que o COMGAR cumpra a missão constitucional da Aeronáutica. A implantação dessas aeronaves vai exigir a disseminação de novos conhecimentos para suporte à utilização de novos sistemas. Daí a preocupação deste Comando-Geral com a formação especializada de seus recursos humanos em cursos técnicos e de pósgraduação em aplicações operacionais. Há cinco anos, valorizando e publicando as idéias e os trabalhos dos nossos militares, a Revista Spectrum tem se tornado um veículo de divulgação para dezenas de profissionais que, em acréscimo aos seus afazeres diários, contribuem com relatos de parcelas de suas experiências e especializações, gerando reflexões que colaboram com o en-
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grandecimento da missão constitucional da Força Aérea. O teor dos artigos desta edição reflete o grau de profissionalismo e a competência dos nossos recursos humanos. Discussões de temas como o emprego do poder aéreo, sob o enfoque dos Centros de Gravidade; o CoTen Brig Ar Juniti Saito mando e Controle; a AvaliaChefe do Estado-Maior da ção Operacional de sistemas; Aeronáutica o uso de ferramentas de simulação no treinamento de equipagens; e as inestimáveis contribuições dos nossos professores e pesquisadores em assuntos afetos à defesa, dentre outros artigos, evidenciam a importância de se aliar a ciência e a tecnologia ao emprego operacional. A aplicação do conhecimento científico na solução de problemas operacionais é o grande enfoque desta edição que mais uma vez supera as expectativas quanto ao conteúdo técnico e abrangência. Foi um privilégio estar à frente deste Grande Comando neste momento de grandes realizações e conquistas. O sucesso dos trabalhos do COMGAR depende de cada um de nós, comandantes, pilotos, especialistas, militares e civis. A contribuição de cada um permite que o conjunto atinja o objetivo maior, a missão cumprida com sucesso, segurança e, por que não dizer, excelência. Voar, Combater e Vencer
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Ontologia de Centros de Gravidade: Método Conexionista Narcelio Ramos Ribeiro – Cel Av Comandante da Base Aérea de Salvador
“A destruição de conjuntos de alvos não é automaticamente equivalente à vitória. Fatores intangíveis como cultura, religião e nacionalismo, entre outros, são muito importantes, pois só eles estabelecem a efetiva conexão entre alvos e vitória”.[1]
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resistência do inimigo na guerra é pro duto de dois fatores: a extensão dos meios de que dispõe e a firmeza de sua vontade. " Há fatores ou recursos motivacionais que mantém um grupo social unido e disposto a alcançar determinado objetivo político. Todo grupo social (estado-nação, grupos criminosos nacionais ou transnacionais, grupos terroristas, etc.) possui centros de gravidade, que são fatores, recursos, espaços geográficos, fontes de moral, força, poder ou capacidade (física, econômica, política, militar ou mental), que criam condições favoráveis, para impor a vontade política a um inimigo ou resistir à imposição de outrem ou, quando atingidos eficazmente, permitem a consecução dos objetivos políticos do grupo oponente, resultando nas seguintes situações: a) redução expressiva da vontade de prosseguir na contenda; e/ou b) diminuição significante da capacidade de atingir os objetivos políticos." Centros de gravidade não existem por si só. Geralmente, há fatores que concorrem para que eles existam. Esses fatores servem de sustentação e podem ser uma alternativa às ações de guerra, caso o centro de gravidade seja intangível ou se os custos e os riscos não compensarem as ações diretas. A figura nº 1 ilustra uma situação hipotética, em que quatro fatores atuam na sustentação de um centro de gravidade. Outros fatores poderão concorrer para a
sustentação de um centro de gravidade, no entanto, para forças aéreas com poucos recursos, sugere-se selecionar um número pequeno dentre os mais importantes, pois em cada um desses fatores poderão existir alvos ou objetivos passíveis de ações letais e não-letais em grande quantidade e não haverá meios para atender a essa demanda. No processo de identifi- O Coronel Aviador Narcelio cação e análise, busca-se es- Ramos Ribeiro é piloto de pacolher os CG e os fatores de trulha, concluiu o CFOAv em sustentação (econômico, mi- 1980 e exerce atualmente a litar, psicológico, político, função de Comandante da geográfico, sociológico, his- Base Aérea de Salvador. Postórico e internacional) mais sui curso de Guerra Eletrôniprováveis. Após a realização ca na Inglaterra (“Electronic desses processos, devem-se Warfare Directors”) e pós-graorientar as Linhas de Ação duação em Planejamento Es(LA), letais e não-letais, para tratégico e Qualidade Total alvos ou objetivos que agre- pela AEUDF (Brasília). O Cel guem valor à fragmentação Av Narcelio tem trabalhos puou deterioração dos centros blicados nas revistas da de gravidade e/ou aos fato- UNIFA e O Patrulheiro. res de sustentação. Isso depende do cenário e do planejador.
Fig.: 1 - Fatores de Sustentação
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No processo de identificação e análise de centros de gravidade há que se considerar os seguintes aspectos: a) natureza do conflito (o conflito entre grupos sociais oponentes pode ser de natureza fundamental ou acidental); b) natureza do inimigo (um grupo social inimigo, quanto a natureza, pode ser racional ou irracional); c) natureza de centros de gravidade (os centros de gravidade, quanto à natureza, podem ser tangíveis e intangíveis); d) fatores sociológicos - nível de civilização, perfil sociológico da população, raça, credo ou tribo majoritária, grau de independência, nível de segregação geográfica e estágio de auto-determinação; e) fatores econômicos - infra-estrutura, capacidade de auto-sustentação na guerra, dependência de suporte externo, se a economia é em escala ou não, capacidade dela suportar o poder militar e se a economia é agrária ou industrial; f) fatores geográficos - constituição geográfica do país oponente, modelo e tipo de relevo, clima, hidrografia e vegetação, distância entre as forças e a base de suporte e tipo de limitação que o terreno impõe às forças; g) fatores militares - importância dos líderes militares dentro do governo, a natureza da doutrina militar, capacidade deles se engajarem em atividades militares que não de guerra, se essa força militar tem capacidade de planejar e de operar no nível estratégico ou são estritamente operacionais e táticos, o conhecimento e estrutura que eles possuem para gerar concepção, táticas, métodos, modelos e, até mesmo, procedimentos nas áreas de comando e controle, guerra eletrônica, logística, análise operacional e inteligência, tipo de tecnologia que eles utilizam, se eles fabricam seus próprios equipamentos e composição de forças; h) fatores psicológicos - nível de satisfa-
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ção da população, condições de vida, se eles têm suas necessidades básicas atendidas, nível da qualidade de vida dessa população, o grau de influência que sofre a população pelos seus líderes políticos, se ela é influenciada por líder religioso ou pela mídia, outro tipo de liderança sobre a população, desejo da população em prosseguir na guerra, se eles apóiam, voluntariamente, os objetivos de governo e se eles têm noção clara dos cenários em questão; i) fatores políticos – objetivos políticos da contenda, grau de moralidade e de aceitação desses interesses e objetivos políticos na visão da população e da comunidade internacional, forma de governo, interesses vitais desse governo, apoio da população a esse governo, a influência da opinião pública no governo e se o governo é repressivo/ditatorial; j) fatores internacionais - características e posturas da aliança ou coalizão que a força inimiga participa, escopo desses organismos internacionais, visão da comunidade internacional sobre essa força, se essa força é respeitada como líder ou se ela é liderada e se ela recebe algum tipo de apoio para o esforço de guerra; k)fatores históricos - em conflitos passados qual foi o centro de gravidade dessa força e se ele pode ser escolhido como centro de gravidade outra vez, mudanças que ocorreram no governo e na população desde o último conflito, histórico de rivalidade ou animosidade entre o grupo social inimigo e o nosso, e como se comporta esse grupo social quando conduzido a desafios. Além de considerar os aspectos acima listados, é necessário verificar se esses fatores concorrem, como ponto forte ou fraco, na sustentação de centros de gravidade e se eles são centros de gravidade ou não. Esses fatores e os centros de gravidade necessitam ser identificados, para possibilitar o
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planejamento.
Processo de Análise de Centros de Gravidade
Processos de Identificação de Centros de Gravidade Os seguintes passos devem ser realizados para a identificação dos centros de gravidade: a)identifique os objetivos políticos de todos os beligerantes; b)identifique a natureza do conflito e do inimigo; c) examine os beligerantes à luz dos fatores mencionados anteriormente; d)selecione, dentre esses fatores, os possíveis candidatos a centro de gravidade (essa seleção pode ser realizada tomando por base a definição de centros de gravidade e os questionamentos formulados em cada fator); e)identifique a natureza de cada candidato a centro de gravidade; f) para selecionar o(s) verdadeiro(s) centro(s) de gravidade, formule a seguinte questão para cada um dos candidatos: se ele for removido ou fragIDENTIFICAÇÃO DE CENTROS DE mentado haverá reGRAVIDADE dução expressiva da vontade de prosseguir na contenda e/ ou diminuição significante da capacidade do grupo social atingir os seus objetivos políticos?; g) se, após submeter todos candidatos a essas avaliações, a resposta for negativa reinicie o Fig 2 - Identificação de CG processo, mas se for positiva passe para o item 2. A figura nº 2, ilustra os processos de identificação de centros de gravidade.
Os seguintes passos devem ser realizados para a análise dos centros de gravidade, uma vez realizada a identificação: a)submeta os centros de gravidade selecionados a uma análise APA (Adequabilidade, Praticabilidade e Aceitabilidade). Eles devem atender aos objetivos políticos, sem, contudo, causar efeito adverso (o centro de gravidade poderá ser um ou mais); b)identifique quais os principais fatores de sustentação desses centros de gravidade e submeta-os à análise APA (os fatores de sustentação devem estar relacionados aos centros de gravidade, que, por sua vez, estão atrelados aos objetivos políticos); c)elabore as LA letais e não-letais, visando alvos e objetivos relacionados aos centros de gravidade (se for o caso) e/ou aos fatores de sustentação; e d)teste todos esses procedimentos ou utilize-os no exercício ou em operações reais e avalie os resultados, verificando se estão atendendo aos objetivos políticos. É muito importante a análise APA nesse processo, pois pode ocorrer de uma Fig.: 3 Processo de Análise de CG LA atender aos objetivos políticos, mas os meios não serem suficientes ou os riscos não compensarem os custos. A figura nº 3 ilustra o processo de análise de centros de gravidade. Todos esses processos buscam conectar ações a centros de gravidade e estes aos objetivos políticos da contenda, podendo resultar
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na seleção axiológica de ações, alvo e objetivo, ao invés do desperdício de tempo, recursos, energia e homens inerentes aos modelos utilitaristas de planejamento. A seleção utilitarista de alvos militares destina-se a atacar todos os meios que os adversários utilizam para empreender a guerra. Soldados, aeródromos, bases, navios, trens, carros de combate, aeronaves e sistemas de comando e controle (C2) são exemplos de alvos passíveis de serem atacados diretamente em campanhas militares. É muito apropriada a uma força que possui bastantes recursos. Ao contrário, o modelo conexionista de planejamento, constante deste artigo, segue uma linha axiológica, por ser mais adequada às forças que não possuem muitos recursos e, portanto, não podem arcar com custos operacionais fascinantes. A figura nº 4 ilustra uma comparação entre o método utilitarista usado por Warden e o conexionista (axiológico) abordado neste artigo.
Fig.: 4 - Comparação de Método de Escolha de CG
Nota-se, portanto que o método conexionista é mais apropriado a uma força sem muitos recursos, pois atende melhor a realidade de quem tem fortes limitações. A figura nº 5 ilustra o método conexionista de uma forma mais abrangente.
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Fig.: 5 - Método Conexionista
O exemplo mais notório da eficácia do método axiológico (conexionista) de planejamento e emprego de ações militares foi a campanha aérea da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), contra a Iugoslávia, em 1999. Os objetivos eram obrigar os líderes sérvios a interromper as agressões sangrentas contra os civis inocentes em Kosovo e, se necessário, reduzir significativamente a capacidade militar sérvia. Desde o início, os líderes políticos selecionaram o poder aéreo como instrumento militar, descartando qualquer uso de tropas terrestres da OTAN. As ações foram conduzidas contra centros de gravidade, acabando por dobrar a vontade do líder iugoslavo Slobodan Milosevic.
Conclusão O poder aéreo pode atacar alvos estratégicos, operacionais e táticos; pode suprir forContinua na pág. 42
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Contribuições do ITA para o Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação de Interesse da Defesa Nacional José Edimar Barbosa Oliveira Professor Titular do ITA
“O Sistema de Ciência e Tecnologia de Defesa deve atingir o efetivo domínio dos conhecimentos científicos e tecnológicos e da capacidade de inovação, visando cooperar com a satisfação das necessidades do País atinentes à Defesa e ao desenvolvimento nacional.”[1].
Introdução*
A
Política de Defesa Nacional, adotada em 1996 pelo governo, por meio de uma das suas Orientações Estratégicas, enfatiza que “É essencial o fortalecimento equilibrado da capacitação nacional no campo da defesa, com o envolvimento dos setores industrial, universitário e técnico – científico. O desenvolvimento científico e tecnológico é fundamental para a obtenção de maior autonomia estratégica e de melhor capacitação operacional das Forças Armadas”, [2]. Em consonância com esta visão estratégica foi criado o Ministério da Defesa (MD), em junho de 1999, visando otimizar o sistema de defesa nacional, formalizar uma política de defesa sustentável e integrar as três Forças, racionalizando as suas atividades, e, assim, implantar um sistema de Defesa Nacional mais moderno, ágil e eficiente. A orientação estratégica e a finalidade, acima referenciadas, evidenciaram a importância de se compreender, claramente, as especificidades das atividades em Ciência, em Tecnologia e em Inovação (C,T&I), bem como o estabelecimento de alianças entre as diversas Instituições adequadas para executá-las de forma continuada e coordenada, como Objetivo Nacional Permanente. Portanto, a inserção das Instituições de Ensino e Pesquisa de excelência, vinculadas ou não aos Comandos Militares, assim como do setor industrial empresarial na agenda das prioridades delineadas, passou a constituir um dos Desafi-
os Estratégico de primeira prioridade. Em outras palavras, tornou - se evidente que a atração, capacitação e a retenção de Recursos Humanos em instituições adequadas, com perfil e quantidade apropriados, determinam o nível de sucesso continuado de empreendimentos que se fundamentam em C&T&I. À luz O professor Edimar realizou deste entendimento, o os cursos de graduação, UnB-76, MD em cooperação mestrado, ITA-79, e PhD – com o Mististério da McGill University – Canadá – 86, Ciência e Tecnologia todos na área de Engenharia Ele(MCT), coordenou o trônica. Iniciou suas atividades no corpo docente do ITA em Seminário “Ciência, 1977 e em 1993, por meio de Tecnologia e Inovação: concurso público, ascendeu ao Propostas de Diretrizes nível de professor Titular da DiEstratégicas para a Devisão de Engenharia Eletrônica. fesa Nacional”, em Suas atividades em ensino e pesnovembro de 2002[1]. quisa e consultoria científica ad Neste evento, o MD hoc, para várias organizações de mostrou – se “preocu- fomento à pesquisa, têm contripado com as necessida- buído para a organização e exedes de discutir, multila- cução de atividades de interesse teralmente, os assuntos da Comunidade Científica Naligados à Defesa Naci- cional. Resultados de suas pesonal e de identificar as quisas já foram publicados em ações estratégicas de vários periódicos nacionais e internacionais. Desde 1997 tem C,T&I para o país, e o participado da estruturação da MCT imbuido na linha de pesquisa em Guerra Elereformulação do sistetrônica no CTA e coordena a Pósma nacional de C,T&I, Graduação em Aplicações cujas metas foram Operacionais desde a sua criaestabelecidas no seu Li- ção, bem como o Módulo Técvro Branco de C,T&I”. nico do CEAAE. Em 2000 foi lauNo contexto deste reado com a medalha de Honra artigo, é oportuno des- ao Mérito da Aeronáutica. tacar as seguintes orientações, dentre as várias estabelecidas no referido Seminário: 1) A inserção de universidades e centros
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de pesquisa civis nos projetos de C,T&I voltados para a Defesa deve ser cada vez mais incentivada, envolvendo, desde cedo, os estudantes na realização de tarefas acadêmicas e de pesquisas em áreas de interesse da Defesa Nacional. 2) A indústria, por sua vez, deve participar desde a fase de concepção dos projetos. Deverão ser disponibilizados mecanismos que viabilizem o seu maior envolvimento na área de C,T&I de interesse da Defesa Nacional, com consequente geração de inovação tecnológica e aumento na produção de riquezas no pais. Naturalmente, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) organizou grupos de estudos com o objetivo de estender algumas de suas áreas de atuação em ensino e pesquisa, visando melhor atender à primeira orientação. Alguns dos resultados obtidos têm potencial para criar aliança de conhecimentos com instituições acadêmicas, portanto serão apresentados na próxima sessão. No que se refere à segunda orientação, serão abordados o “Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação em Áreas de Interesse da Defesa Nacional (SisCTID)”, criado pelo MD, em dezembro de 2003, e a “Política de Ciência, Tecnologia e Inovação para a Defesa Nacional”, de novembro de 2004. O SisCTID resultou de estudos conjuntos envolvendo o MD e setores da comunidade acadêmica e industrial. Ao longo do ano de 2003, o MD reuniu pesquisadores e empresários de São Paulo, Campinas, São José dos Campos e Rio de Janeiro para integrar grupos de trabalhos e debater modelos de parceria, visando delinear uma proposta para a integração da pesquisa civil e militar brasileira. A proposta identifica uma lista de 23 tecnologias, sendo algumas dos setores de telecomunicações e informação, as quais receberão destaque neste tutorial. Por outro lado, a récem – lançada Política
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e C,T&I para a Defesa Nacional, constitui um avanço normativo, com potencial para estimular que a recente sinergia entre o MD e o MCT, também aumente as conexões com os Mistérios da Indústria e da Educação, entre outros. Por último, porém não menos importante, são apresentados breves comentários sobre a “Política Nacional de Indústria de Defesa”, a qual objetiva reativar a indústria bélica nacional, de modo a reduzir a dependência de importação de equipamentos e tecnologias considerados estratégicos e a aumentar as exportações.
Pós-graduação em Áreas de Interesse da Defesa Nacional Por se tratar de uma temática nova para a maioria das instituiçoes brasileiras, considera – se oportuno apresentar aspectos da metodologia adotada pelo ITA e, assim, estimular reflexões em outras instituições com interesses em atividades correlacionadas. O ITA, um dos cinco órgãos do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), localizado em São José dos Campos – SP, em consonância com o que é estabelecido em sua Lei de Criação, é o órgão de ensino superior do Comando da Aeronáutica, que tem por finalidade a formação de profissionais de concepção com alto nível de qualificação e a realização de pesquisa e atividade de extensão universitária no campo de tecnologia avançada, prioritariamente as de interesse aeroespacial. O ITA consolidou sua competência, em áreas estratégicas para a Defesa, por meio de ações continuadas de graduação e pós-graduação, nas seguintes especialidades: Engenharia Aeronáutica, Engenharia Eletrônica, Engenharia Mecânica-Aeronáutica, Engenharia de Infra-Estrutura Aeronáutica e Engenharia da Computação. Este Instituto, além de ter continuamente inovado nas áreas de graduação e
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pós-graduação, tem prestado elevada contribuição para a evolução tecnológica e industrial do Brasil. No ITA, os cursos de pós-graduação existem desde meados dos anos 60 e já proporcionaram resultados expressivos em várias áreas de pesquisa de interesse do setor aeroespacial. Os quatro cursos de pós-graduação stricto sensu do ITA, credenciados pela CAPES, são: Engenharia Eletrônica e Computação (EEC), Engenharia Aeronáutica e Mecânica (EAM), Engenharia de Infra-estrutura Aeronáutica (EIA) e Física (FIS). Na organização da pós-graduação do ITA cada curso é subdividido em áreas de pesquisa e estas, por sua vez, são constituídas por determinadas linhas de pesquisas. Esta concepção permite a estruturação de programas de pós-graduação que proporcionam a formação de profissionais com qualificações apropriadas para atuarem em áreas que exigem conhecimentos interdisciplinares. Por exemplo, um profissional matriculado no curso de pós-graduação em Engenharia Eletrônica e Computação na área de Telecomunicações pode cursar disciplinas eletivas das áreas de Organização Industrial, Sistemas e Controle, Informática, entre outras. Em 1998, a Força Aérea Brasileira concebeu o seu “Programa de Busca de Excelência”, com a finalidade de capacitar militares e civis para o exercício de atividades de análise, síntese, avaliação, pesquisa e desenvolvimento de concepções, métodos, modelos, conceitos táticos, procedimentos e tecnologias, todas relacionadas com aplicações operacionais. Uma das motivações desta inciativa estratégica é o “Programa de Fortalecimento do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro ( PFCEAB), criado em julho de 2000, por meio de uma Diretriz Presidencial. No contexto dos Programas supracitados, o ITA, em consonância com as suas atribuições, estabeleceu parcerias com o Comando Geral de Operações Aéreas (COMGAR) e com o Esta-
do – Maior da Aeronáutica (EMAER) e criou o Curso de Especialização em Análise de Ambiente Eletromagnético (CEAAE), em 1998, e o Programa de Pós – Graduação em Aplicações Operacionais (PPGAO), em 2001. O CEAAE é realizado com formato lato sensu, com um ano de duração, enquanto o PPGAO contempla a concepção stricto sensu, nos níveis de Mestrado e Doutorado. Ambas as opções se destacam por um forte direcionamento da capacitação científica para o atendimento de necessidades operacionais dos Comandos Militares: Comando & Controle (C2), Guerra Eletrônica (GE), Análise Operacional (AO) e Armamento Aéreo (AA). Estas caraterísticas sugerem que os profissionais capacitados pelo CEAAE e PPGAO sejam direcionados para participar das atividades necessárias para inserir parte da ciência acadêmica, desenvolvida no ITA/CTA, em inovações operacionais. Por se tratar de profissionais treinados para as concepções de emprego dos clientes, Comandos Militares, eles podem desenvolver trabalhos expressivos, por meio de realizações de teses, que criem as interfaces entre a pesquisa acadêmica e os setores operacionais dos Comandos Militares. A natureza desta proposta pode ser melhor caracterizada com o auxílio da representação esquemática de um modelo de C&T&I, disseminado pelo Prof. Roberto Nicolisky, da UFRJ[3], conforme ilustrado na figura abaixo. Nesta tentaiva, os trabalhos de campo desenvolvidos pelos alunos do PPGAO e o do CEAAE teriam a função de catalizar o processo de inovação.
Fig. 1: Representação esquemática simplificada de um modelo de C&T&I [3].
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SisCTID Em consonância com as Diretrizes Estratégicas do Seminário de 2002[1], o MD, ao longo de 2003, coordenou as atividades de vários grupos de estudos destinados a fornecer sugestões para conceber e implementar o Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Defesa - SisCTID. Em particular, o Grupo Regional de São José dos Campos, São Paulo e Campinas ficou encarregado de identificar e hierarquizar áreas e programas estratégicos em CT&I da Defesa, de forma a compor uma proposta para apresentação na 1ª Jornada Conjunta do Ministério da Defesa, Ministério da Ciência e Tecnologia e Ministério das Comunicações sobre o tema, a ocorrer em 10 de dezembro de 2003 em Brasília. Os estudos realizados contribuiram para o delineamento da “Visão 2015” do MD, segundo a qual “O Ministério da Defesa será uma organização de referência na condução dos assuntos relativos à área Ciência, Tecnologia e Inovação de Interesse da Defesa Nacional, por meio do(a): • domínio de tecnologias que atendam às necessidades da Defesa Nacional; • contribuição para o fortalecimento da indústria nacional; • reconhecimento institucional, no Brasil e no exterior; e • gestão eficiente e eficaz”. Em dezembro de 2003, estes pressupostos conjuntamente com uma metodologia segundo a qual as Áreas Estratégicas poderiam ser representadas em um espaço delimitado pelos Eixos de Defesa, de C&T e de Indústrias, foram utilizados para identificar 23 Tecnologias de Interesse Nacioanl[4]: No contexto destas tecnologias, o MD ele-
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geu os dez primeiros projetos que começaram a ser implementados em 2004: usina de Hexafluoreto, satélite geoestacionário, veículo áereo não tripulado, bloco girométrico para Missil Anti – Radiação, sensores infravermelho e óptico – mecânicos para sistema de visão noturna e navegação inercial, túnel vertical para treinamento de paraquedistas e um pseudo – satélite. O então Reitor do ITA, Prof. Michal Gartenkraut, que participou da criação do SisCTID, considera que “o novo sistema pode ser um ponto de inflexão na pesquisa e desenvolvimento militar. Para ele, o ponto forte é a interseção entre o MD e o MCT, que congregam, respectivamente, a inovação desenvolvida nas três Armas e o conhecimento gerado nas universidades e institutos de pesquisa”.
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Política de C,T&I para a Defesa
Política de Indústria de Defesa
Em novembro de 2004, o MD criou a Política de C,T&I para a Área de Defesa Nacional com a seguinte finalidade: I - apresentar os objetivos estratégicos para os componentes e orgãos de expressão militar do Poder Nacional; II - orientar as instituições que venham a participar de atividades de ciência, tecnologia e inovação de interesse da Defesa; III - criar um ambiente capaz de estimular a pesquisa e o aproveitamento do conhecimento científico existente; IV - fomentar o desenvolvimento industrial; e V - gerar produtos inovadores alinhados aos interesses comuns das Forças Armadas. Para melhor contextualizar algumas das considerações sobre C,T&I, já apresentadas neste tutorial, destaca - se as Diretrizes do oitavo Objetivo da referida Política: a) incentivar parcerias com universidades, centros de excelência e a indústria, para o desenvolvimento de novos produtos, tecnologia e serviços; b) integrar as atividades correlatas dos centros militares de P&D; c)integrar os centros militares de P&D às redes temáticas de C&T;e d) incentivar o cadastramento de pesquisadores e tecnólogos, que integram o SisCTID, em base de dados de abrangência e de reconhecimento nacionais. Portanto, esta Política prevê que as Forças Armadas compartilhem seus laboratórios com universidades e empresas privadas. Entretanto, questões tais como propriedade intelectual, titularidade das inovações, entre outras, exigem a criação de legislação adequada.
No inicio de 2005, o diretor do Departamento de Logística do MD apresentou informações sobre o interesse em reativar a indústria bélica nacional, de modo a reduzir a dependência de importação de equipamentos e tecnologias considerados estratégicos e a aumentar as exportações. O Projeto que está sendo delineado em consonância com a “Política Nacional de Indústria de Defesa”, contempla sete ações: campanha pela indústria de defesa nacional, fim da dependência externa, redução de carga tributária, aquisição de produtos de defesa da indústria nacional pelas Forças Armadas, melhoria da qualidade dos produtos nacionais, aumento da competitividade dos produtos para exportação e melhoria da capacidade de mobilização da indústria.
Considerações Finais Este artigo tutorial apresentar uma visão pessoal, sobre o planejamento e ações estratégicas do governo referentes à criação e implantação do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação em Áreas de Interesse da Defesa (SisCTID). Este empreendimento poderá se transformar em um desafio atraente que proporcione oportunidades de atuação em novas áreas compatíveis com a reconhecida excelência em ensino e pesquisa da comunidade acadêmica nacional.
Referências Bibliográficas [1] Ministério da Defesa e Ministério da Ciência e Tecnologia (Brasil), “Ciência, Tecnologia e Inovação: Proposta de Diretrizes Estratégicas para a Defesa Nacional”, Brasilia, 26 de novembro de Continua na pág. 42
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APRS - Uma Nova Perspectiva para as Comunicações Militares em HF Paulo César de Carvalho Faria - Ten Cel Eng COMGAR Márcio Gonçalves Ramos - 2S BCO CINDACTA II
O Conceito APRS “O ótimo é inimigo do bom!”
Introdução
S
em meios de comunicações confiáveis e variados, seria impossível coletar, processar, produzir, gerenciar e disseminar dados num ambiente complexo e dinâmico como o das operações militares. Para desempenhar com eficiência as suas atribuições, de caráter essencialmente decisório, os comandantes dependem, cada vez mais, de um abundante influxo de informações. Refletindo o papel preponderante que a informação representa para os m i l i t a r e s , a q u i l o q u e c o s t u m ava s e r visto como Comando & Controle (C 2 )
tornou-se Comando, Controle, Comunicações e Computadores (C 4 ). Desse modo, o enorme volume de informações classificadas e a ltamente voláteis, típicas das atividades militares, impõe requisitos extremos sobre a capacidade de comunicação apropriada à qualidade de serviço desejada. Em conseqüência, nenhuma forma de telecomunicação deve ser d e s c o n s i d e ra d a . O q u e s e b u s c a , n a verdade, é uma inter-relação de tipos, operando em redundância, com o máximo aproveitamento sinérgico de recursos. Logo, mesmo os rádios de HF1 , combinados com modernos dispositivos de localização (Global Positioning System – GPS) e de processamento de dados (Personal Computer – PC) têm aplicação garantida, nos dias de hoje, na comunidade militar.
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Um método concebido pelo radioamador Bob Bruninga (WB4APR), no início da década de 90, para difundir automaticamente, em tempo real, a posição de uma estação, seja ela móvel ou fixa, tem se tornado cada vez mais popular. Esse esquema, conhecid o c o m o Au t o m a t i c Po s i t i o n Reporting System (APRS), baseiase na transmissão de pacotes de dados. Cada pacote carrega os códigos de chamada do destinatário e do remetente da informação, a rota a ser seguida e, obviamente, a mensagem ou carga útil - neste caso, as coordenadas geográficas da estação (LAT / LONG), seguidas do tempo de emissão do pacote (Time Stamp); inclui também toda a informação necessária para a correção de erros que tenham ocorrido no trajeto entre o emissor e o receptor dos sinais de rádio. Os pacotes, com no máximo 255 caracteres, são veiculados num curto intervalo de tempo. Dessa forma, várias estações, denominadas
O Ten Cel Eng Paulo César de Carvalho Faria é Engenheiro Eletrônico da turma de 1977 (Aspirante de 1981) do Instituto Militar de Engenharia (IME), Mestre em Engenharia de Sistemas com Especialização em C 3 I pela George Mason University (Virginia - USA). Possui os cursos de Extensão em Engenharia de Armamento Aéreo no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), Básico de Guerra Eletrônica no Instituto de Proteção ao Vôo (IPV) e Planejamento de Guerra Eletrônica no Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR). Atualmente serve no COMGAR.
O 2S BCO Márcio Gonçalves Ramos trabalha atualmente no CINDACTA2 – DTCEA-CT, onde exerce a função de Encarregado da Seção de Informática do DTCEA-CT (CINDACTA2) desde maio de 2003. Possui o Curso de Formação de Sargentos, na EEAR (1990/1991), o Curso Básico de Microprocessadores CB-07, no IPV (2000) e o Curso de Microcontroladores PIC, na Mosaico Engenharia (2005). Desenvolve, dentre outros, os seguintes projetos, no CINDACTA-2: 1 – Terminal Remoto de VHF via INTRAER para uso em Operações Militares (artigo publicado na revista ZOOM em dezembro de 2002); 2 – Rede Profeta – Comunicação de dados por Correio Eletrônico através de rádio-frequência em HF; 3 – Sistema Redundante em HF para a Rede INTRAER em Operações Militares; e 4 – Sistema APRS para Comunicações Militares em HF.
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beacons, podem transmitir as suas posições (LAT / LONG), periodicamente, na mesma freqüência, desde que em tempos diferentes num esquema muito parecido com o TDMA (Time Division Multiple Access), o que garante uma ocupação coerente do espectro de freqüências 2 reservado para o APRS (normalmente HF e VHF). O uso de estações repetidoras, conhecidas como digipeaters (digital repeater) ou simplesmente digis, estende o alcance das mensagens, especialmente quando utilizados rádios VHF (cobertura limitada à linha de visada) para fechar os links de comunicação. Diferentemente dos repetidores de voz, os digis operam no modo simplex store and forward, ou seja, recebem a informação, que é armazenada temporariamente, e posteriormente a retransmitem. A estação básica 3 do APRS, a estação beacon de posição, é constituída por um GPS, um transceiver (rádio HF ou VHF 4 ), um Terminal Node Controller (TNC) e, eventualmente, um laptop. Já a estação central, aquela que vai monitorar e controlar todas as demais estações, possui necessariamente um PC (Figura 1). O T N C 5 , uma espécie de modem (modulador / demodulador) programável (característica imprescindível para para
minimizar as colisões durante a transmissão), com três portas (a primeira para o GPS, a segunda para o rádio e a terceira, RS-232/V24, para o PC), converte os pacotes provenientes do GPS (protocolo serial NMEA - 0183) em tons de áudio (AFSK), transmitidos pelo rádio. Inversamente, os tons provenientes do rádio, sinal recebido pela estação APRS, são transformados pelo TNC para o padrão RS-232 e lidos pelo PC (via porta COM). Assim, um PC, no qual foi instalado software específico (programa UI-View) para a leitura dos dados que chegam (pela porta COM) do GPS remoto, faz, necessariamente, parte da estação central (o COCS no MD - estação que vai monitorar as demais. Estas podem ser: helicópteros do EB voando a baixa altitude, fora da cobertura radar; navios da MB em alto mar; ANV da FAB em rota para o Haiti; outras modalidades. Esse software (UI-View) apresenta as informações provenientes do GPS na forma de ícones que evoluem sobre um mapa escolhido pelo usuário. A escala dos mapas abrange uma extensa gama que vai desde um mapa de ruas de uma determinada cidade até um mapa transcontinental.
Figura 1 – Esquema da Configuração do APRS
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Portanto, o APRS nada mais é do que um programa de computador de domínio público, capaz de processar pacotes de informação, trocados via rádio (HF ou VHF). Esses pacotes transportam as coordenadas de diversos objetos (veículos na terra, no mar ou no ar, repetidores, rodovias, pontes, etc.). A partir das coordenadas que, no caso de objetos móveis, são obtidas por meio de aparelhos GPS, têm-se plena visualização (consciência situacional expandida) do progresso da situação e s t ra t é g i c a , operacional ou tática no transcurso das operações e exercícios militares, combinados ou conjuntos. Além disso, a estação central pode, utilizando-se do APRS, enviar comandos às estações subordinadas e receber, de cada uma delas, o andamento da execução das ordens emitidas 6 . Clicar com o mouse no ícone de uma das estações produz efeito semelhante, pois faz com que se abra uma janela contendo diversas informações 7 relacionadas à estação selecionada. Uma outra funcionalidade bastante atraente, em termos de Comando & Controle (C2), é a troca de mensagens de texto via APRS. Por último, o PC da estação central, ligado à INTRAER como gateway APRS, conectar-se-á a todos os elos de C 2 do C O M G A R , i n c l u s i v e o C C C OA , disponibilizando informações valiosas para a supervisão dos Exercícios e Operações com participação da Aeronáutica.
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Portanto, não é difícil perceber que os processos militares de C 2 , nos seus diversos níveis (tático, operacional e estratégico), são os que mais têm a lucrar com o emprego do APRS.
Testando o APRS na FAB O desempenho do APRS foi avaliado em setembro de 2004, no trajeto Curitiba / Paranaguá / Guaratuba / Curitiba, quando a aeronave (ANV) CARAVAN, prefixo 2708, funcionou como estação móvel. Usando o rádio HF de bordo, os dados da ANV, colhidos de um GPS GARMIN, foram enviados ao equipamento rádio HF TW-7000, localizado no CINDACTA II (estação central). Em ambas as extremidades do enlace-rádio, MODEMS KANTRONICS KAM 98 operaram como TNC. Várias vezes, ao longo do teste, o vetor 2708, voando a baixa altitude, posicionou-se fora da cobertura dos radares de vigilância do DACTA 2, mas em nenhum momento ele deixou de ser visualizado, conseqüência da propagação em HF, pelo programa UI-View instalado no PC da estação central.
Conclusão Devido às dificuldades que afetam o Programa Espacial Brasileiro, não teremos, tão cedo, o nosso Satélite Militar em operação. Restam-nos, então, poucas opções quanto às comunicações de longo alcance. Considerando os baixos custos de implantação do APRS, apesar de certas desvan-
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tagens inerentes ao enlace HF e, baseados na filosofia de que o “ótimo é inimigo do bom”, não devemos desprezar essa possibilidade. De fato, testes do APRS vêm sendo conduzidos, com sucesso, pela FAB, especialmente na Aviação de Patrulha. Reconhecendo que meios redundantes, embora totalmente distintos, só têm a contribuir para a formação de uma malha de telecomunicações muito mais abrangente e confiável, devido ao aproveitamento das características positivas de cada um deles (efeito sinérgico), é que discorremos sobre uma nova perspectiva de emprego das comunicações militares em HF. Finalmente, esperamos que as idéias aqui contidas também produzam bons resultados nas demais Forças, contribuindo efetivamente para a constituição, sob a égide do Ministério da Defesa (MD), de um Sistema Militar Unificado de C2.
Bibliografia 1. The Lincoln Amateur Radio Club Packet Manual. <http://larc.unl.edu/packet/ index.html> 2. APRS Overview and UI-View Introduction by G4IQI. <http:// homepage.ntlworld.com/ajmckinnon>
Referências 1 Algumas características das comunicações em High Frequency (HF): Longo alcance; Suporta comunicações móveis; Opera no modo HF adaptativo; Onda ionosférica vulnerável à absorção atmosférica, blackout, localização e interceptação; Bastante susceptível a jamming.
2 A faixa de VHF proporciona cobertura somente dentro da linha de visada entre as estações. Por outro lado, o uso de HF, devido á propagação por refração ionosférica do feixe de ondas eletromagnéticas, permite alcance em todo território nacional. 3 Colocando-se um notebook nas estações básicas do APRS, normalmente estações móveis, cada estação terá a visualização da sua própria posição e da posição de todas as outras estações. Com o uso do notebook, também será possível a troca de mensagens de texto entre todos os participantes da rede. 4 Alguns rádios (KENWOOD TH-D7E e KENWOOD TM-D700), também conhecidos como mobile rigs, trazem embutido o TNC; operam, portanto, em modo compatível com o APRS - modo transceivers de pacotes. 5 O software AGWPE faz com que a placa de som do PC funcione virtualmente como um TNC. Nesse caso, o uso de um modem TNC tornase desnecessário. 6 Uma nova mensagem será enviada, automaticamente, sempre que o status de uma estação mudar. Em contrapartida, o usuário do sistema será alertado todas as vezes que uma mensagem for recebida. 7 Em acréscimo à posição da estação, dados meteorológicos (velocidade e direção do vento, pressão e temperatura atmosférica) constituem um bom exemplo do que pode ser exibido na janela que se abre (estação fixa). Velocidade, proa e altitude da estação monitorada também são típicos (estação móvel).
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Comando e Controle em Operações Combinadas: Desafio ou Utopia? Raimundo Nogueira Lopes Neto - Maj Av ECEMAR - CCEM 2005
Introdução
O
sucesso de uma organização está condicionado à eficácia com que os seus processos de negócio são executados. Um sistema informatizado desenvolvido para dar suporte a uma instituição deve, portanto, estar alinhado aos processos de negócio onde estará inserido. Segundo Baker, citado por Andrade et al (2004), freqüentemente as especificações de requisitos de software são criadas sem que haja real entendimento das necessidades e problemas da organização. Por meio das técnicas de modelagem de processos de negócio, é possível compreender melhor o ambiente no qual o sistema a ser construído irá funcionar, o que possibilita identificar requisitos correspondentes às reais necessidades do negócio. Conforme Eriksson e Penker, também citado por Andrade et al (2004), modelos de processos de negócio podem trazer vários benefícios no contexto do desenvolvimento de sistemas de software: • Contribuem para que os requisitos sejam completos e reflitam as necessidades de negócio; • Evitam a tomada de decisões prematuras; • Permitem que os sistemas desenvolvidos sejam guiados pelo negócio, e não simplesmente pela tecnologia; • Permitem um melhor planejamento da integração dos diferentes componentes do sistema; e • Possibilitam o reuso de lógica de negócio nos diferentes produtos.
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Para isso, os modelos devem representar a arquitetura do negócio. Essa representação é realizada descrevendo-se as partes que compõem os processos da organização, como elas são estruturadas e como interagem para prover as funções oferecidas a seus clientes. Há várias notações propostas na literatura para esse fim, das quais podeO Major Aviador mos destacar: fluxogramas, Raimundo Nogueira Lopes Role Activity Diagrams Neto é Líder de Esquadrão de (RAD), os métodos Caça, com 2000 horas de vôo Integration Definition for nesta aviação, tendo sido OfiFunction Modeling (IDEF), cial de Guerra Eletrônica do diagramas Unified 1º/16 GAv e Oficial de PessoModeling Language (UML), al do 1º/4º GAv. Possui o Cure os gráficos de Gantt. [1] so de Inteligência Operacional Para exemplificar um na SECINT, o Curso de Básico produto da modelagem de de Guerra Eletrônica no GITE, negócio, poder-se-ia utili- Pós-graduação em Análise de zar um diagrama de ativi- Sistemas na PUC-RJ (Latu dades, previsto na UML, Sensu) e Mestrado em Comanpara modelar o processo do e Controle no ITA (M.Sc.). “atender cliente em check- Atualmente encontra-se na in” de uma companhia aé- ECEMAR, efetuando o Curso rea, conforme Figura 1 [2]. de Comando e Estado-Maior (CCEM). Possui artigos publicados nas revistas ZOOM e SPECTRUM, da Força Aérea, e na Revista de Pesquisa NaDesde 2001, a Força val, da Marinha do Brasil. Aérea Brasileira (FAB) tem participado de cursos e exercícios combinados com outras forças aéreas, protagonizados pela Força Aérea Francesa, visando a uma possível inclusão da FAB em uma força de coalizão. Como exemplo, pode ser citada a operação ARTEMIS, realizada no Congo em 2003, sob coordenação francesa e com participação de duas aeronaves C-130 Hércules. Surgiu, então, no Centro de Comando e Con-
Comando e Controle em Operações Combinadas
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Figura 1 - Diagrama de atividade para o processo “atender cliente em check-in”.
trole de Operações Aéreas (CCCOA), unidade do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), a necessidade de se reformular a doutrina de emprego da Força Aérea visando atingir o padrão utilizado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Dentro deste contexto, o Comandante da Força Aérea Componente do Comando Combinado (COMJFAC – Joint Forces Air Component) dispõe de vários setores para a condução da guerra aérea. Além de conselheiros mais próximos (representantes nacionais e oficiais de ligação das demais forças componentes, entre outros), contribuem para o planejamento e execução das operações o Estado-Maior (veja a figura 2, HQCOS –
Headquarters Chief of Staff) e o CAOC (Combined Air Operations Center). A estrutura do Estado-Maior compreende seções tradicionais como pessoal, inteligência, operações, logística e planejamento, além de outras de apoio, finanças, tecnologia da informação e sistemas, ativadas em função da missão específica da Força Aérea Componente (FAC). Por sua vez, o CAOC é o elemento da estrutura da FAC de um Comando Combinado, através do qual o Comandante da FAC exerce o planejamento centralizado e o controle do esforço aéreo [3]. Como pode ser observado na área pontilhada da figura 2, o CAOC, instalação principal de Comando e Controle das operações aéreas, é o responsável pela programação e condução do emprego de todos os meios aéreos do Teatro de Operações, em coordenação com os demais serviços e componentes [5]. Em virtude da troca de experiências com a Força Aérea Francesa, o COMGAR optou por uma reformulação da doutrina de emprego de Comando e Controle. Concomitantemente, os novos conceitos trazidos pelos franceses foram aplicados em manobras operacionais na tentativa de absorver os conhecimentos adquiridos em cursos realizados na França por alguns oficiais do Comando da Aeronáutica. Surgiu, então, a necessidade de utilização de software para suportar o gerenciamento das informações durante os exercícios. Assim, alguns softwares foram encomendados pelo COMGAR para servirem de apoio às decisões em um Comando Combinado.
O Problema Para que sejam criadas ferramentas de apoio à decisão, é necessário levantar perfeitamente os requisitos. A modelagem de pro-
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Figura 2 - Estrutura de uma Força Aérea componente em um comando combinado.
cessos de negócio é a primeira etapa do ciclo de desenvolvimento de software, etapa anterior ao levantamento de requisitos [6]. Atualmente, os processos de Comando e Controle envolvidos em operações combinadas ainda não estão modelados, o que tem dificultado significativamente o desenvolvimento de ferramentas de apoio à decisão no Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ). Assim, a modelagem irá traduzir o que, na realidade, espera-se das atividades realizadas em um comando combinado, eliminando os processos redundantes e desnecessários, e aglutinando ou desmembrando os processos antigos a fim de torná-los mais eficientes do ponto de vista da agregação de valor. Antes, porém, é necessário estabelecer um método para que os processos de negócio possam ser perfeitamente levantados. Somente assim, será possível obter-se uma visão geral dos processos para o cliente, o COMGAR (especificamente o CCCOA), e para o desenvolvedor de sistemas de apoio à decisão, o CCA-SJ. Portanto, após essas considerações, a
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questão levantada é a seguinte: Quais são efetivamente os processos de C2 em Operações Combinadas segundo a doutrina da OTAN? Este desafio está sendo proposto pelo autor, como tema de monografia de conclusão do CCEM (Curso de Comando e EstadoMaior). Como os processos que envolvem a doutrina de C2 em operações combinadas são extremamente complexos e numerosos, optou-se por manter o escopo do trabalho nos macroprocessos, em virtude do tempo limitado e dos recursos de pessoal disponíveis para a tarefa. Sabe-se que tarefas semelhantes, em desenvolvimento de software, são normalmente elaboradas por um grupo de trabalho responsável por levantar os requisitos do sistema a ser desenvolvido. Como o tema proposto reveste-se de uma importância grande para o atual contexto do COMGAR, seria interessante que o escopo desse trabalho pudesse, em um futuro próximo, ser ampliado a níveis superiores da estrutura de um comando combinado. Assim, será possível ter-se uma visão geral dos processos de C2 envolvidos em operações combinadas.
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Conclusão O trabalho que será desenvolvido na ECEMAR visa levantar o modelo de negócio de C2 com vistas a propiciar um levantamento de requisitos para futuros sistemas de software eventualmente necessários, que representará uma economia de tempo, de pessoal e de recursos financeiros significativos para o CCA-SJ. O levantamento dos processos permitirá também que o CCCOA tenha uma visão geral do que efetivamente ocorre em um Centro de Operações Aéreas quando atuando em operações combinadas. A partir de uma visão geral, uma análise viabilizará a otimização de processos e a eliminação de redundâncias de entidades da organização que não estejam focadas nos objetivos do CCCOA. A modelagem dos processos permitirá que se determinem quais os processos que deverão ser automatizados e os que ainda dependerão da atuação humana. A modelagem proporcionará, ainda, a definição de requisitos de possíveis ferramentas de apoio à decisão que ainda sejam necessárias, o que acarretará ganhos de eficiência e eficácia no preparo e emprego da Força. Finalmente, a monografia a ser elaborada enfatizará a modelagem de processos de negócio como uma ferramenta indispensável para o levantamento de requisitos de softwares, contribuindo para uma possível adoção desse modelo como pré-requisito para o desenvolvimento de softwares na Aeronáutica. Segundo Boggs, a modelagem de negócio é recomendada quando há grandes e complexos fluxos de atividade na organização que não estão documentados adequadamente; e ao se desenvolver um software
que incorporará grande parte dos processos do negócio. A tarefa do COMGAR de incorporação de novos conceitos doutrinários de C2 no padrão da OTAN já prevê o desenvolvimento de softwares de apoio à decisão em um comando combinado, porém ainda não se cumpriu a fase de se levantar precisamente os grandes e complexos processos de C2. Essa tarefa é um desafio, e não deve se transformar em uma utopia...
Referências [1] ANDRADE, A. et al. Um estudo de aplicação de modelagem de processo de negócio para apoiar a especificação de requisitos de um sistema. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE MELHORIA DE PROCESSOS DE SOFTWARE, 6., São Paulo. Anais...São Paulo: SIMPROS, 2004. [2] BOGGS, W.; BOGGS, M. UML with Rational Rose 2002. Alameda: Sybex, 2002. [3] BRASIL. Comando da Aeronáutica. Comando-Geral de Operações Aéreas. Manual de condução de operações aéreas: proposta em estudo. Brasília, DF, 2004. [4] CASTRO, D. R. Jogos de guerra para o centro de operações aéreas. Monografia – Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica, Universidade da Força Aérea, Rio de Janeiro, 2004. [5] FRANÇA. Air Force. JFACC: Battle staff: standard operation procedures, 1.ed. [S.l.], 2003. [6] MARANHÃO, M.; MACIEIRA, M. E. B. O processo nosso de cada dia: modelagem de processos de trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.
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Novas Perspectivas para o GITE Carlos Duek – Maj Av Comandante do GITE.
Considerações iniciais
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a era da informação, a revolução tecnológica e o trânsito acelerado de dados ao redor do globo vêm consolidando um cenário no qual a mudança é a única constante1. Nesse turbilhão de acontecimentos, o aprendizado organizacional ganha destaque, pois o conhecimento proporciona significativa vantagem para as organizações que o utilizam como insumo para seu fortalecimento2. Dessa forma, a excelência em capital humano torna-se assunto estratégico, a despeito de todas as dificuldades para ser atingido. O Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE), como Organização Militar designada para viabilizar cursos e estágios de interesse do COMGAR, participa ativamente do processo de aprimoramento do capital intelectual humano da área operacional, ganhando vulto e se consolidando como fator primordial que dá sustentação às ações de condução e execução das operações aéreas. Apesar de ser entendido simplesmente como uma Organização de Ensino, o GITE vem modificando seu contexto de atuação, participando de diversas outras atividades, todas focadas no tema da Guerra Aérea. Isto ocorre pela nova visão adotada, a qual coloca em cheque o paradigma do processo ensino-aprendizagem.
Foco no ensino Há muitos anos, o modelo tradicional do processo ensino-aprendizagem vem sendo aplicado nas instituições de ensino. Esse modelo funcionou enquanto as informações a serem disponibilizadas aos alunos mostravamse perfeitamente atualizadas, mesmo depois de transcorridos períodos que permitissem a trans-
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formação desse mesmo aluno em professor. Nesse modelo ultrapassado, planejar o ensino significava considerar o tempo necessário para que o conteúdo fosse transmitido. Com cursos longamente experimentados, a possibilidade de erro reduzia-se, uma vez que se esperava dos alunos uma atitude passiva, na qual todos seriam O Maj. Av. Carlos Duek submetidos a um único molde, sem qualquer con- é líder de Esquadrão da Avisideração de individualida- ação de Caça e concluiu o de ou experiência anterior. CFOAV em 1989, tendo sido A realidade do mundo promovido ao atual posto em moderno conduz ao rompi- 31 de agosto de 2003. Posdiversos cursos mento do tradicional pro- sui cesso ensino-aprendiza- operacionais ministrados gem, implicando a busca pelo GITE, sendo o atual Code novos valores mandante daquele Grupo. Já referenciais. Assim como participou de curso na USAF todas as demais Organiza- e de intercâmbio de pilotos ções, as chamadas Escolas de Caça com a Aeronáutica precisam se reinventar, uma Militar Italiana e com a Forvez que isso significa sua ça Aérea Argentina, contansobrevivência. As que op- do com 2000 horas voadas tam por verem seus proces- em aeronaves de Caça. Possos fossilizados sofrem uma sui o título de Mestre em Enredução gradual da sua genharia de Produção pela condição, com perda de Universidade Federal de Sanapoio e de atividades. Por ta Maria. outro lado, as que apresentam a capacidade de se adaptar recebem apoio e reconhecimento, além de se verem extremamente solicitadas. Entretanto, isso ainda é insuficiente. O notável crescimento das atividades desenvolvidas no GITE, incluindo novos cursos e exercícios operacionais, reais e simulados, demonstra a flexibilidade existente na Organização, característica listada na DCA 1-13, e constante do Emblema do Grupo: FLEXIBILE, SED NON RUMPITUR. Sem dúvida, esse cres-
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cimento também é resultante do trabalho da Organização, servindo de indicador do reconhecimento pelo esforço realizado. Cabe ressaltar que o atual estágio de maturidade da OM se deve ao abnegado trabalho dos que aqui labutaram nestes 21 anos, verdadeiros profissionais, merecedores de todo nosso respeito. O crescimento da ordem de 233% em apenas 4 anos, conforme o gráfico na Figura 1, ilustra bem essa realidade. Ao analisarmos as necessidades de desenvolvimento intelectual dos que pensam e executam a Guerra Aérea Moderna, percebemos que as possibilidades de táticas e técnicas são infinitas e renovadas diariamente, tornando obsoleta (ou de curta validade) qualquer informação passada nos cursos. Sob essa ótica, a atividade de ministrar cursos poderia ser compreendida como a “arte de se preparar as pessoas menos desatualizadas”. Todavia, novos conceitos permitem evitar essa situação, de maneira a contemplar o necessário desenvolvimento.
Foco na aprendizagem Ao sermos atropelados pela quantidade
Figura 1: Gráfico com o incremento na quantidade de cursos ministrados no GITE.
descomunal de informação, nem sempre transformada em conhecimento e timidamente transformada em ação, precisamos formular estratégias de enfrentamento, repensando os fatores intervenientes. A simples desconstrução de valores ultrapassados já reduz o ofuscamento, a cegueira paradigmática4, abrindo espaço para outras iniciativas seqüenciais. A redução do ritmo de desenvolvimento tecnológico, com restrição do acesso ao conhecimento de ponta, é a alternativa que se apresenta para os que se permitem iludir por líderes protecionistas. Em decorrência, esses encontrarão a estagnação, a derrota em qualquer arena de combate. Por outro lado, quem deseja se manter atualizado precisa inventar seu futuro, assumir a liderança, construir novos parâmetros e colocá-los à prova, permanentemente. Isso se aplica ao GITE. O foco não deve estar no ensino, ou no tempo necessário para se passar o conteúdo. O foco precisa estar no atendimento das necessidades de aprendizagem, considerando experiências e conhecimentos anteriores dos indivíduos, além de torná-los cônscios da inevitável obsolescência e do inviável esgotamento do conteúdo. Há que se desenvolver o hábito da curiosidade e sentimento de insatisfação com a realidade vivida. Enquanto a Escola tradicional preserva as mazelas do ofício de aluno, estes não se sentem mais atraídos por um enigma qualquer, mas somente por desafios à altura de sua competência5. Em termos operacionais, e valorizando o mérito de nossos antecessores, verdadeiros heróis e desbravadores do
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espaço aéreo, podemos afirmar que o piloto da atualidade não pode ser mais um apaixonado e aguerrido profissional guarnecendo a carlinga de seu avião, mas sim um apaixonado, aguerrido e doutrinado gerente de sistemas complexos embarcados em uma aeronave de combate. Uma proposta desafiadora é valorizar a pesquisa, a construção do conhecimento, e o trabalho concomitante sobre o domínio afetivo, não somente do cognitivo, alvo único da Escola tradicional. Com esse novo foco, o aluno passa a ter outro papel, assumindo a missão de dar prosseguimento ao conhecimento iniciado em um curso. Ele passará da rígida condição de forma acabada (molde) para a flexibilidade de assumir a forma necessária, tornando-se verdadeiro consumidor de informação e produtor de conhecimento, o que, em última análise, resultará em novas táticas, técnicas e doutrinas militares.
Curso de Tática Aérea e outros Cursos O Curso de Tática Aérea (CTATAE), primeiro curso de carreira do Oficial Aviador, passará a ser ministrado após este passar um ano nas diversas Unidades Aéreas do
Figura 2: Gráfico com o percentual de alunos por Comando atendido entre janeiro de 2004 e junho de 2005.
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COMGAR. Obviamente, com tamanha diferenciação do público-alvo que anteriormente não havia servido em Unidade Operacional, o GITE precisa antecipar a demanda e as expectativas desse novo aluno, ou melhor, da Força Aérea para esse aluno. Frente ao desafio de entregar à Força Aérea Brasileira Oficiais subalternos prontos para suas funções nas diversas Unidades, o GITE busca nesse curso disseminar a Doutrina e as táticas vigentes no complexo cenário da Guerra Aérea. Este desafio ganha destaque, uma vez que o próprio CTATAE deu origem ao GITE. Além disso, muito em breve teremos, como condutores da nossa Força, Oficiais Generais que realizaram o Curso de Tática no GITE. Isto ratifica a relevância dessa Organização, não de ensino, mas de aprendizagem. Além do Curso de Tática, o GITE ministra o Curso de Preparação de Instrutores de Vôo (CPIV), o Curso Operacional de Guerra Eletrônica (COGE) e diversos Cursos necessários à disseminação da doutrina de Comando e Controle na condução das Operações Aéreas. Para tanto, algumas parcerias têm sido fortalecidas, em especial com o CCCOA e o CGEGAR. A excelência do COGE e dos cursos do CCCOA, atestada pelo profundo conhecimento dos diversos alunos formados e pelo estímulo à pesquisa, auxiliam no amadurecimento técnico e doutrinário de militares e civis das três Forças, bem como de alguns alunos estrangeiros, em programas de intercâmbio, conforme apresentado no gráfico da figura 2, alcançando a expressiva marca de 836 alunos no período de janeiro de 2004 a junho de 2005. Aliado a isso, o convívio do GITE com
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instrutores de elevado nível, ao mesmo tempo em que provoca a busca pelo aprimoramento, permite o engrandecimento desta Organização que aposta em um futuro planejado com base, não somente na adaptação, mas na construção do conhecimento.
Considerações finais
cimento e construir o futuro sem receios de se expor e transpor obstáculos, combatendo o marasmo intelectual e valorizando o vôo, a área operacional, a atividade-fim, migrando do antigo ensino para o sempre renovado aprendizado e sem receio de abandonar velhos paradigmas. É a visão do GITE, é a contemplação do amanhã.
O GITE sente-se honrado em contribuir Referências para o aprimoramento do capital humano na Força Aérea, uma vez que as pessoas são, 1 DUEK, C. et al. O aprendizado organizacional em estruturas em última instância, origem e instrumento hierarquizadas. In: Encontro Nacional de de aplicação de todo poderio militar. Engenharia de Produção, XXIV, 2004, Neste momento, cabe refletir acerca da Florianópolis. Anais...Porto alegre: localização ideal do GITE, tendo em vista ABEPRO, 2004, 1 CD-ROM. sua atuação e o retorno proporcionado ao 2 SENGE, P. M. A quinta disciplina: arte e COMGAR. A decisão deve ser pautada não prática da organização de aprendizagem. apenas em fatores técnicos ou de custo, mas São Paulo: Best Seller, 1998. nas condições ideais para se proporcionar 3 DCA 1-1 Doutrina Básica da Força Aérea experiências de aprendizagem, já debatidas Brasileira. Brasília: EMAER, 2005 anteriormente. Sem dúvida, como órgão 4 MORIN, E. Os sete saberes necessários à centralizador da condução das Operações educação do futuro. São Paulo: Cortez, Aéreas, contando com a grande maioria dos 2003. Instrutores que atuam no GITE, 5 PERRENOUD, P. Dez novas competências disseminador e impulsionador da Doutrina para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. e supervisor direto da aplicação operacional da mesma, a localização do GITE junto ao COMGAR, independente do município, permitiria a maximização das características necessárias ao engrandecimento da área operacional. Isto ocorre, pois esse Grupo sintetiza, em sua essência, as condições ideais para se estudar a Guerra Aérea, enquanto ciência e arte, permitindo a realização de cursos sintonizados com a realidade, além de outras atividades, como simpósios, palestras e defesas de Teses de interesse ao preparo e emprego da FAB. Entender os desafios do conhe- Figura 3: Maquete virtual do projeto de readequação do auditório do GITE.
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Problema de Localização de Cobertura de Conjuntos Omar José Sarmento dos Santos - Maj Av CGEGAR
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Força Aérea Brasileira tem envidado esforços em busca da excelência na formação de seus recursos humanos. Como exemplo dessa busca, podemos citar o Programa de Pós-Graduação em Aplicações Operacionais (PPGAO), do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, nas áreas de Guerra Eletrônica, Comando e Controle e Análise Operacional. Esta, chamada de Pesquisa Operacional no meio civil, figura no rol das ciências do gerenciamento, capaz de resolver problemas operacionais práticos, presentes no cotidiano. Vale-se de algoritmos de otimização como o Simplex [1], por exemplo. A idéia deste artigo é mostrar uma aplicação na área militar de um problema de cobertura radar à luz da Análise Operacional. Para ilustrar nossa meta vamos mencionar o problema de localização de ambulâncias [2]. Uma estatística comumente citada é a de que, se for negado suprimento de oxigênio ao cérebro de uma pessoa por mais de quatro minutos, em decorrência de um ataque cardíaco, por exemplo, a probabilidade de sobrevivência desse indivíduo cai abaixo de 50%. Isso sugere que se deve dispor de ambulâncias alocadas em pontos cujo atendimento à população de uma certa área ocorra em tempo inferior a 4 minutos. Nosso objetivo seria, então, minimizar o número de ambulâncias necessárias para que a demanda de todos os pontos de tal área fossem atendidos, dentro do tempo estipulado, pela ambulância mais próxima. A formulação desse modelo é conhecida como modelo de cobertura de conjuntos [2] [6]. Um número representativo de autores tem utilizado esses modelos para posicionamento de ambulâncias e outros veículos de serviços de emergência. Podemos citar Toregas, Swain, Re Velle e Bergman (1971) [8]; Walker (1974) [9]; Plane e Hendrick (1977) [7]; Jarvis, Stevenson e Willemain (1975) [4].
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Traçando um paralelo na área militar, vamos supor que num Teatro de Operações (TO) tenhamos n unidades de suprimento e/ou combate de significativo valor tático ou estratégico. Torna-se imprescindível proteger essas unidades, sendo a cobertura radar do espaço aéreo o meio mais eficaz de impedir uma ação ofensiva que danifiO Major Aviador Omar que tais pontos sensíveis, José Sarmento dos Santos é pipois, uma vez ciente da loto de asas rotativas, com ameaça, os mecanismos 1400h de experiência nesta de defesa seriam acionaaviação. dos tempestivamente. Possui o Curso OperaAdmitindo que discional de Guerra Eletrônica, o pomos de equipamento Curso de Especialização em radar em número suficienAnálise do Ambiente Eletrote, com raio de cobertura magnético (Módulo Técnico). definido de acordo com Mestrado em Engenharia suas características técnide Produção com Ênfase em cas, gostaríamos de saber Pesquisa Operacional, no Insquantos radares seriam tituto Tecnológico de Aeronáunecessários para promotica (PPGAO – 2004). ver a cobertura radar de Atualmente exerce a funtodos os pontos. ção de Adjunto ao CGEGAR, A solução da situana Seção de Análise ção apresentada pode ser Operacional. obtida mediante a resolução de um Problema de Recobrimento Mínimo (PRM) [3], particularidade dos Problemas de Localização de Cobertura de Conjuntos, estudado em Otimização Combinatória, e faz parte do rol de soluções de problemas que podem ser resolvidos pela aplicação de ferramentas da Análise Operacional. A formulação PRM aplica-se a vários problemas de localização, tais como localização de postes de iluminação pública, em que os pontos de demanda são os locais em que se deve providenciar a iluminação; localização de radares de vigilância; alocação arma x alvo, explotação de
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petróleo em poços submarinos e outros. Para a resolução da situação proposta devemos observar as seguintes premissas: a) alocar a menor quantidade possível de radares para a cobertura dos pontos sensíveis; e b) todos os pontos sensíveis devem ser cobertos ao menos por um radar Detalhes da formulação matemática clássica para o problema apresentado podem ser vistos no quadro seguinte [3]:
tes pontos: 1, 2, 4, 5 e 7. O raciocínio é análogo para os demais pontos de cobertura. Para que seja possível reproduzir os resultados encontrados vamos indicar a cobertura considerada para cada ponto. A Tabela 1 mostra qual a cobertura produzida quando da alocação do radar em cada ponto considerado.
Tabela 1: Cobertura radar considerada
Vejamos um caso prático onde adaptamos um exercício idealizado pelo Prof. Dr. Lorena, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), instrutor da disciplina Otimização Combinatória [4]. No nosso exemplo temos 31 pontos espalhados, conforme Figura 1. O raio da cobertura radar adotado foi a distância entre os pontos 25 e 31 (raio constante). Assim percebemos que se colocarmos um radar no ponto 1, tal equipamento cobriria os seguin-
Desenvolvendo a formulação matemática e resolvendo o problema com a ajuda do SOLVER do Excel encontramos mais de uma solução ótima, todas com nove (9) pontos, ou seja, para a cobertura radar de todos os pontos devemos alocar nove radares, por exemplo, nos seguintes conjuntos de pontos: (2, 5, 8, 9, 14, 19, 23, 29 e 31); ou (2, 8, 9, 11, 12, 19, 23, 29 e 31); ou (2, 5, 8, 10, 16, 20, 23, 26 e 28) e outros. Há mais soluções definindo a localização dos radares, todas com nove pontos, menor quantidade possível para a cobertura total dos pontos sensíveis. Outros softwares como o LINDO ou WinQSB também resolvem problemas de otimização. Utilizamos o SOLVER do Excel simplesmente para mostrar que tal ferramenta está facilmente disponível na maioria dos nossos computadores. Dessa forma não só descobrimos quantos radares são necessários para a total cobertura de nossos pontos sensíveis, mas também obtivemos, nesse exemplo, devido haver mais de uma solução ótima, soluções alternativas para o posicionamento desses equipamentos.
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Na prática encontraremos problemas maiores, por exemplo, radares com custos de alocação distintos, áreas de cobertura diferentes, elevações de terrenos variáveis e outras dificuldades, contudo todas passíveis de resolução, uma vez adequado o modelo. Em muitos casos podemos encontrar uma “linguagem matemática” que represente, de forma simplificada, problemas de natureza militar que desejamos resolver. Somente o estudo e a pesquisa continuada conduz a soluções ótimas, daí a importância do constante aprimoramento e da relevante preocupação da Força Aérea na qualificação de seus Oficiais, mediante programas de pós-graduação como o PPGAO. O exemplo apresentado constitui uma pequena amostra dentro do universo de problemas que, efetivamente, podem ser resolvidos com a utilização das diversas ferramentas teóricas da Análise Operacional. A Figura 2 mostra a cobertura obtida por nove radares dispostos no conjunto de pontos (2, 5, 8, 9, 14, 19, 23, 29 e 31).
Conclusão A Força Aérea tem se preocupado com o aprimoramento de seu pessoal através de programas de pós-graduação como o PPGAO. Dentro desse programa a área da Análise Operacional apresenta ferramentas teóricas capazes de otimizar a solução de problemas práticos abordados. A disciplina de Otimização Combinatória, instrumento de grande valia, apresenta formulações matemáticas consistentes e demonstra ser de grande utilidade na resolução de problemas na área militar.
Referências bibliográficas [1]Bazaraa, M.S.; Jarnis, J.J.; Sherali, H.D.; Linear programing and network flows. 2nd edition, Singapore, Wiley, 1990. [2]Daskin, Mark S.; Network and discrete
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location: models, algorithms, and applications, USA, New York, Wiley, 1995. [3]Goldbarg, Marco César; Luna, Henrique Pacca L.; Otimização combinatória e programação linear: modelos e algoritmos, Rio de Janeiro, Brasil, Campus,2000. [4]Jarvis, J. P.; K. A. Stevenson, and T. R. Willemain, 1975, “A Simple Procedure for the Allocation of Ambulances in Semi-Rural Areas”, Technical Report 13-75, Operations Research Center, MIT, Cambridge, MA. [5]Lorena, Luís Antônio Nogueira, página acessada em 17/02/2004. www.lac.inpe.br/~lorena/pós-grad.html [6]Mirchandani, Pitu B.; Francis, Richard L.; Discrete location theory, USA, New York, Wiley, 1990. [7]Plane, D. R. and T. E. Hendrick, 1977, “Mathematical Programming and the Location of Fire Companies for Denver Fire Department”, Operations Research, 25, 563-578. [8]Toregas, C.; R. Swain; C. Re Velle, and L. Bergman, 1971, “The Location of Emergency Service Facilities”, Operations Research, 19, 1363-1373. [9]Walker, W. E., 1974, “Using the Set Covering Problem to Assign Fire Companies to Fire Houses”, Operations Research, 22, 275277.
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Simulação de Vôo de Baixo Custo – Uma Ferramenta para Muitas Aplicações Henrique Costa Marques - Maj Av PPGAO (Mestrando em Comando e Controle)
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om os avanços tecnológicos obtidos na última década, observou-se a mudança das aplicações que eram utilizadas totalmente em servidores dedicados para a plataforma de computadores pessoais, sejam em redes ou isolados. Essa tecnologia relativamente barata convencionou-se chamar de plataforma de baixo custo. Quando são utilizados simuladores de vôo nessas plataformas tem-se a simulação de vôo de baixo custo. Os simuladores de vôo podem ser classificados de acordo com o objetivo a ser atingido[1], sendo o simulador de vôo de baixo custo caracterizado por possuir software que permite visualizar o ambiente e representar o painel da aeronave, simulando o seu desempenho em vôo. Atualmente, é utilizado em conjunto com hardware genérico para a recriação de uma nacele, sendo o painel da aeronave visualizado através de um monitor de computador, tela de cristal líquido ou projetores. Com o poder de processamento dos atuais PCs tem-se acesso a uma tecnologia ainda pouco explorada no universo da instrução aérea da FAB e, até mesmo, na área de Comando e Controle. Devido ao aumento dos recursos computacionais, várias melhorias foram acrescentadas na simulação de baixo custo, mantendo-se uma excelente relação custo-benefício. Um sistema gerado por este tipo de simulação custa na ordem de US$ 5000.00 até 200000.00, o que é aproximadamente 10% do valor de um simulador completo de uma aeronave que não possua os sistemas aviônicos mais modernos. Obviamente, a simulação de baixo custo não é substituta dos simuladores de vôo completos, pois o foco deste tipo de tecnologia é a manutenção da consciência situacional do piloto e não a capacidade de operar todos os sistemas disponíveis na aeronave. Sabe-se que a consciência situacional é a
capacidade que um piloto tem de compreender o mundo ao redor da aeronave, bem como saber o que está acontecendo em ambos. Capacitar um piloto demanda tempo e recursos, através de horas de vôo. Pode-se reduzir boa parte desse treinamento necessário na aeronave, por intermédio do uso de simuladores de vôo e O Major Aviador Henrique simuladores de baixo custo. Utilizando esta Costa Marques é Líder de Esquatecnologia obtêm-se al- drão de Caça, tendo sido instrutor do 2°/5°GAv. Possui o Curso gumas vantagens: de Especialização em Análise de Sistemas e atualmente cursa o 1- Na Instrução Aérea • Aumento do pre- Programa de Pós-Graduação em Operacionais paro de missão dos pi- Aplicações lotos – Por meio de um (PPGAO), na área de Comando vôo “mental” apoiado e Controle, do Instituto pela simulação. Existem Tecnológico de Aeronáutica. diversos softwares disponíveis no mercado a preços abaixo de US$ 50.00 que recriam os cenários de aeroportos do mundo inteiro, sendo que alguns possuem cenários geo-específicos com grande fidelidade e fazem uso de imagens de satélite. Exemplificando, há o Microsoft Flight Simulator 2004[2] que possui cenários do Brasil, feitos por uma empresa nacional[3], que retratam com fidelidade a Base Aérea de Santa Cruz, Galeão, Barbacena e outras localidades de interesse da FAB, além de possuir a capacidade de treinamento em vôo por instrumentos, seja com joystick do tipo manche ou yoke, seja com uma nacele adaptada para esse tipo de tecnologia[4] ou simplesmente o computador, teclado e mouse. Outro exemplo é o simulador X-Plane[5], que possui praticamente os mesmos recursos que o Flight Simulator, mas permite ser executado em outros sistemas operacionais além do Microsoft Windows e
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possui uma arquitetura mais aberta que o seu concorrente. Na figura 1, podemos observar uma aeronave T-27 Tucano no cenário da Academia da Força Aérea, no X-Plane.
Figura 3 – A-1 decolando.
Figura 1 – T-27 na AFA
Esse tipo de simulação permite ao cadete usar seu computador pessoal para realizar os procedimentos de subida, manobras e acrobacias, descida da área, vôo por instrumentos e navegação, tudo isso consultando o seu manual e podendo parar a simulação para tirar alguma dúvida pendente. Claramente, observa-se o potencial de tal ferramenta na instrução básica de pilotos. Na figura 2, pode-se observar o painel do T-25. Na figura 3, vê-se o A-1 decolando da Base Aérea de Santa Cruz, no Flight Simulator 2004.
que o piloto precisaria ver durante um vôo real. Para brifins de missão, essa ferramenta permite que o instrutor mostre claramente para onde o aluno deverá olhar em determinado momento do vôo, situação nem sempre possível em aeronaves cujo instrutor está assentado atrás do aluno. Missões pré-programadas poderiam ser disponibilizadas para os alunos realizarem em seus momentos de estudo, reduzindo a surpresa e aumentando a segurança do aluno, fator preponderante numa instrução aérea. Na figura 4, observamos um A-29 na área do estande de Maxaranguape (Natal – RN ), no Flight Simulator 2004.
Figura 4 – Vista geral do estande.
Figura 2 - Painel do T-25 no X-Plane
• Demonstração de conceitos – Utilizando simuladores como estes, podemos gerar uma missão, com uma ou várias aeronaves, e executar em modo de demonstração durante um apronto de fase na instrução aérea, sendo possível congelar a execução e mostrar detalhes
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•Cursos on-line - Seria possível realizar a parte básica de um curso de liderança através de uma rede de computadores, pois esse tipo de simulação permite a comunicação entre os pilotos através de voz sobre IP (uso de microfone no computador com transmissão de voz pela rede). No ano de 2003, este autor pôde verificar a validade de um vôo em formação, através da internet, quando foram realizados vôos de formatura básica e tática com alunos não militares.
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Primeiramente com 2 e depois com 4 aeronaves, os pilotos mantinham-se em comunicação bilateral durante todo o vôo, aprendendo a fraseologia e os tipos de formatura. Em poucas missões, os alunos já conseguiam manter as posições desejadas e tinham visivelmente a percepção espacial necessária para iniciarem um vôo real. Foram recrutados pilotos de um esquadrão virtual[6], que já possuíam costume de voar através da Internet, mas não conheciam as formaturas operacionais no padrão utilizado, à época, na formação do piloto de caça da FAB. O simulador utilizado para essa instrução foi o IL-2 Sturmovik [7], que modela o passo da hélice, enriquecimento da mistura e muitos aspectos de uma aeronave a pistão do tempo da Segunda Guerra Mundial (no caso, a aeronave P-47 Thunderbolt). A figura 5 mostra um dos treinamentos on-line realizados.
• Avaliação operacional – através de simuladores de aeronaves modernas, não disponíveis no acervo da FAB, pode-se ter uma noção do potencial da aeronave em questão, sua gama de armamentos, algumas doutrinas de uso do equipamento e, conseqüentemente, abstrair suas vantagens e desvantagens em relação ao equipamento disponível na FAB. Simuladores como o Enemy Lock-On[8] permitem que se possa voar aeronaves russas e norte-americanas com seus equipamentos, como FLIR, Helmet Mounted display, mísseis de alcance além do horizonte, radares embarcados, armamentos inteligentes e muitas outras capacidades. • Avaliação de planejamentos – Esses simuladores também permitem que sejam planejadas missões, e até mesmo campanhas, onde é possível alocar recursos de defesa de ponto, alarmes aéreos antecipados, montar pacotes de missão e verificar como seria o desenrolar de uma manobra completa, confirmando os índices esperados de sucesso ou mostrando deficiências no planejamento das missões. A figura 6 mostra um planejamento de missão simulada e a figura 7 retrata um momento da simulação.
Figura 5 – Vôo on-line.
2 - Em aplicações operacionais • Criação de doutrina – através de uma rede de computadores pessoais com 4 estações configuradas para aeronaves do tipo A-29 e uma configurada para um R-99A, poder-se-ia verificar a capacidade de integração de uma esquadrilha com data-link sendo vetorada para determinado tipo de missão. Colocando-se outra aeronave ou formação na mesma área, poder-se-ia gerar uma manobra, observandose comportamentos e verificando-se a viabilidade da doutrina definida, sem o consumo de horas de vôo.
Figura 6 – Planejamento de missão.
É possível perceber como esse tipo de ferramenta pode apoiar vários estudos importantes para a arma aérea, sobretudo na forma do homem pensar, julgar, planejar e analisar os resultados obtidos com recursos de baixo custo de aquisição.
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Figura 7 – Mirage 2000 durante simulação.
A simulação de vôo de baixo custo já é realidade na FAB. Podemos usar como exemplo o aplicativo PILOTT[9] em uso pelas unidades de A-1. O PILOTT permite aos pilotos treinar o raciocínio espacial, bem como reforçar a avaliação das condições em que a aeronave se encontra durante a trajetória de emprego do armamento. Permite o treinamento dos passes de emprego, em um estande virtual, com os acertos sendo informados após cada passe, sendo possível rever toda a trajetória do vôo realizado para debrifim da missão. Também permite que se posicione a aeronave em diversas situações, a fim de que o piloto saiba corrigir a tempo de permitir um emprego correto do seu armamento. Cabe ressaltar que esse aplicativo é executado em um notebook, (com sistema operacional LINUX), facilitando a sua utilização mesmo com a unidade desdobrada. Sem dúvidas, com o aumento do poder de processamento e recursos computacionais dos computadores pessoais, muitas aplicações surgirão para facilitar ainda mais a capacitação técnica e operacional dos profissionais da FAB, a fim de que se possa ter uma força melhor preparada para os desafios que surgirão, frutos de uma evolução tecnológica em todo o planeta. Cabe-nos introduzir a cultura de utilizar tais ferramentas para apoiar a instrução aérea, o planejamento de missões operacionais e a geração de doutrinas, com evidente redução
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de custos e aprimoramento de técnicas, devido a uma melhor capacitação antes do engajamento na atividade real. Como se aprende nas escolas de formação de pilotos de combate, “Você Luta Como Treinou!!!”, as equipagens estarão com um melhor preparo de missão (conhecendo a si mesmos) e planejamento adequado dos recursos, de acordo com o cenário (conhecendo melhor o inimigo), alcançando maiores índices de probabilidade de sucesso. Já dizia Sun Tzu!
Referências [1] MARQUES, Henrique Costa: Sistematização do Processo de Geração de Cenários Visuais para Simuladores de Vôo de Interesse do CCA-SJ. ITA, pág. 12, 2001. [2] Simulador Microsoft Flight Simulator 2004, www.microsoft.com/brasil/games/ fs2004/. Acesso em 10 maio 2005. [3] Empresa Worldsceneries, www.worldsceneries.com/xws . Acesso em 10 maio 2005. [4] Empresa Elite, www.flyelite.com/ . Acesso em 10 maio 2005. [5] Simulador X-Planes, www.x-plane.com e www.x-plane.org . Acesso em 10 maio 2005. [6] Esquadrão Jambock Virtual, www.jambock.com . Acesso em 10 maio 2005. [7] Simulador Il2 Sturmovik Forgotten Battles, www.il2sturmovik.com . Acesso em 10 maio 2005. [8] Simulador Enemy Lock On, www.lomac.com . Acesso em 10 maio 2005. [9] Empresa Compro Computer. Aplicativo PILOTT, www.compro.net . Acesso em 16 maio de 2005.
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Eficiência Operacional - Uma análise mais moderna Hélcio Vieira Junior – Maj Av CGEGAR
Introdução
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Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira sempre se preocupou em avaliar a eficiência operacional de seus pilotos, com a III FAe determinando padrões mínimos a serem alcançados tanto pelas Unidades Aéreas quanto pelos pilotos integrantes das mesmas. Porém, a abordagem utilizada pelos diversos Esquadrões para a classificação de seus pilotos nem sempre se mostrou uniforme, variando de acordo com o julgamento dos seus Oficiais de Operações apoiados/ratificados pelos seus Comandantes. O objetivo deste trabalho é introduzir o conceito de DEA (Data Envelopment Analysis – Análise Envoltória de Dados) e sugerir seu emprego como uma ferramenta para padronizar a mensuração da Eficiência Operacional individual ou em grupo, no Comando da Aeronáutica. Este artigo está estruturado da seguinte maneira: no capítulo dois, a metodologia DEA é apresentada; um estudo de caso, onde os dados da taça eficiência de uma Unidade Aérea são avaliados utilizando o DEA, é descrito no capítulo três; e o capítulo quatro compreende nossas conclusões.
DEA “Recentemente, temos visto uma grande variedade de aplicações de DEA para avaliar as performances de diferentes tipos de entidades engajadas em diferentes tipos de atividades, em muitos diferentes contextos, em muitos diferentes países ... Exemplos incluem as atividades de manutenção da Força Aérea Americana em diferentes bases, ou da Força Policial na Inglaterra e País de Galles; as performances de filiais de bancos em Cyprus e Canadá; e a eficiência de Universidades em
realizar suas funções de educação e pesquisa nos Estados Unidos da América, na Inglaterra e na França.” [1] “Análise Envoltória de Dados (DEA) é uma técnica baseada em programação linear para a mensuração da performance relativa de organizações, onde a presença de múltiplos inputs e outputs torna a comparação difícil. O DEA proO Major Aviador Hélcio vê meios de avaliar a efiVieira Junior é Líder de esquaciência relativa destas organizações com mínima drão de Caça e instrutor de assunção prévia das rela- aeronave A-1 com 1000 horas ções inputs/outputs das de caça. Concluiu o CFOAv em organizações.” [2] Podemos definir, 1991, possui o Curso Básico tecnicamente, eficiên- de GE - 1988; Mestrado em cia como a razão entre Engenharia de Produção - êno produzido (outputs) e fase em Pesquisa Operacional os recursos necessários pela COPPE/UFRJ - 2003; para a sua produção EAOAR - 2004; e Extensão em (inputs). Quando temos gerência de Projetos pela Funapenas um input e um dação Getúlio Vargas - 2004. output, a obtenção da Trabalha atualmente na Seção eficiência é um mero de Análise Operacional do exercício de cálculo, CGEGAR. porém, quando trabalhamos com vários inputs e outputs, a sua medida não se apresenta tão simples. A eficiência com múltiplos inputs e outputs é mensurada pela criação de inputs e outputs compostos: a média ponderada de todos os inputs e outputs. O grande problema é a arbitragem dos pesos que serão utilizados para a obtenção desta média ponderada. Pesos fixos demonstraram não serem uma boa solução, visto que assumem não haver substituição ou flexibilidade entre os diversos outputs
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e inputs. Por exemplo, o 1º/16º GAv, provavelmente terá um rendimento superior em ataque ao solo que o 1º GAC, visto que esta é sua principal missão, enquanto o 1º GAC tem uma missão dupla: tanto defesa aérea quanto ataque ao solo. Se arbit ra r m o s q u e ataque ao solo terá um peso grande, p r ovave l m e n t e , o 1 º / 16º GAv será mais bem avaliado que o 1º GAC. Em contrapartida, se resolvermos que defesa aérea terá peso maior que ataque ao solo, os papéis se inverterão, tendo o 1º GAC a melhor avaliação. Como definir qual input/output tem mais importância? No exemplo acima, o que tem mais importância, ataque ao solo ou defesa aérea? A resposta variará de acordo com quem for respondê-la. Acredito que os mais sábios e centrados responderão que depende da situação! É exatamente neste ponto que entra a metodologia DEA para avaliar instituições. O método arbitra pesos de modo que a instituição, que, a partir de agora, denominaremos DMU (Decision Making Unit – Unidade Tomadora de Decisão), tenha a maior eficiência possível. Voltando ao exemplo acima, o 1º/16º GAv teria no output ataque ao solo peso muito grande, enquanto o 1º GAC teria, provavelmente, um peso menor em ataque ao solo e um peso maior em defesa aérea, ou seja, as duas DMU (1º/ 16º GAv e 1º GAC) seriam avaliadas e comparadas, cada uma com um conjunto de pesos diferentes para seus inputs/outputs. Este tipo de avaliação afirma que, se
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alguma DMU com certo input X1 consegue atingir um output X2, outras DMU trabalhando com o mesmo input e o mesmo nível tecnológico, também são factíveis de atingir o output X2. Por exemplo, se o Esquadrão A, que opera aeronaves A-1, com um treinamento de 4000 horas/ ano consegue uma média de 70% na modalidade Tiro Terrestre, o Esquadrão B, que também opera aeronaves A-1, se possuir as idênticas 4000 horas/ano, também poderá conseguir a mesma média. Na figura 1, podemos observar o exemplo acima, onde o Esquadrão B, possuindo uma média de 55%, para ser considerado eficiente, teria de aumentá-la para os 70% conseguidos pelo Esquadrão A. Observe, também, que o Esquadrão C, operador do mesmo tipo de aeronave (A-1), apesar de possuir uma média de 80% (maior que a do Esquadrão A), também é considerado ineficiente. Isto se deve por essa Unidade ter tido 6000 horas/ano de treinamento. O aumento do input do Esquadrão C não foi justificado pelo seu aumento do output,
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isto é, houve muito aumento das horas de vôo para pouco aumento da média do TT. A linha que passa pelo Esquadrão A é denominada fronteira da eficiência, e representa a melhor razão output/input, sendo que todas as demais DMU devem se esforçar para alcançá-la. Em DEA, é atribuída eficiência 100% à DMU que tem a melhor razão output por input, sendo que, às outras DMU que não possuem tal eficiência, é atribuído um valor menor que 100%, que é proporcional ao quanto as mesmas devem melhorar seus outputs, ou então, diminuir seus inputs. Na figura 1, os valores que os Esquadrões B e C devem aumentar em seu output são representados pelas setas que ligam os mesmos à fronteira da eficiência.
Estudo de caso Para o estudo de caso foi realizada a avaliação DEA dos dados da taça eficiência (torneio interno entre os pilotos) do 1º/ 16º GAv realizada no ano de 2000. Os quatorze pilotos foram avaliados conforme diretrizes determinadas pelo Comando Superior – III FAE, nas seguintes modalidades: Bombardeio Rasante de Baixo Arrasto (RB), Bombardeio Rasante de Alto Arrasto (RA), Lançamento de Foguetes (LF), Bombardeio Nivelado (BN), Bombardeio Picado (BP) e Tiro Terrestre (TT). Os resultados obtidos nas diferentes modalidades de emprego foram utilizados como dados de output para a avaliação DEA. Após análise, obtivemos como resultado a tabela 1, onde nas colunas temos os quatorze pilotos, e nas linhas as diferentes modalidades avaliadas e a eficiência dos pilotos. A interseção das linhas com as colunas mostra qual o peso foi atribuído pelo programa de análise DEA às modalidades
por piloto. Por exemplo: o piloto A teve, como eficiência máxima possível, 34%. Para ter esta máxima eficiência, o programa DEA atribuiu* os seguintes pesos: 3.24 para LF, 4.18 para BP e 0.00 para as demais modalidades. Observe que a tabela 1 não lista os dados brutos (resultado dos pilotos nas diversas modalidades) e sim o peso que o programa DEA atribuiu aos outputs (modalidades).
Convém ressaltar que a eficiência DEA não é uma medida absoluta, e sim relativa, isto é, a mesma não mede as DMU em relação a um padrão externo, mas em comparação com as demais DMU. Por exemplo, na tabela 1, o piloto D teve como eficiência DEA 83%. Isto não quer dizer que o mesmo atingiu 83% das metas estabelecidas pela III FAe e sim que, em comparação com a razão outputs por inputs atingidos pelos demais pilotos, ele só conseguiu 83% do que os demais obtiveram. Podemos notar que vários pilotos tiveram 100% de eficiência. Isto se deve à liberdade que o DEA tem de atribuir pesos aos inputs/ outputs, com o objetivo de determinar qual a maior eficiência possível daquela DMU. A fim de que possamos classificar as DMU, usaremos a técnica denominada Avaliação Cruzada, onde cada DMU é avaliada, além de por seus próprios pesos ótimos, também pelos pesos ótimos das outras DMU. Na tabela 2 temos a Avaliação Cruzada, onde a DMU da linha x está sendo avaliada com os pesos ótimos da DMU da coluna y. Por exemplo, o piloto D, avaliado pelos pesos ótimos do piloto B, teve
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como eficiência 59%.
metodologia DEA não produz classificações esdrúxulas e sem lógica, onde, por exemplo, uma DMU que foi bem classificada por um método alternativo teria sua classificação DEA muito ruim.
Conclusão
Após classificarmos as DMU pelas médias da Avaliação Cruzada, obtemos a tabela 3, onde podemos verificar a classificação DEA versus a classificação original feita pelo Esquadrão Adelphi. Na classificação original da Unidade, os pilotos foram ranqueados pela soma algébrica dos seus outputs nas diferentes modalidades.
Tabela 3. Classificação DEA x Classificação da Unidade. Observe que, apesar de ter ocorrido uma troca de até cinco posições entre o rank DEA e o rank original da UAe, a grande maioria dos pilotos teve sua classificação modificada em apenas uma ou duas p o s i ç õ e s . I s t o n o s m o s t ra q u e a
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A Análise Envoltória de Dados mostrou-se eficaz na avaliação interna de uma Unidade Aérea. Neste estudo de caso, foi considerado como input, para todos os pilotos, o valor constante 1, ou seja, só foram analisados os outputs dos pilotos, o que é uma subutilização da metodologia. Como exemplo de inputs possíveis de serem utilizados na avaliação de uma taça eficiência, pode-se considerar: a experiência do piloto (tempo na Unidade Aérea), o número de missões válidas, o resultado na fase de treinamento, etc... Com isto estaríamos medindo quão bem um piloto com maior experiência, maior número de missões e melhor resultado no treinamento conseguiria resultados melhores nas diferentes modalidades que um piloto recém chegado na Unidade. Mantendo este mesmo enfoque, também é possível medir quão bem uma Unidade que recebeu mais horas de vôo em determinado ano conseguiu melhores resultados que as demais; quão melhor um ESM (Esquadrão de Suprimento e Manutenção) com maior efetivo e maior capital alocado consegue índices de manutenção melhores que outros ESM com menores inputs; etc... Como outras possíveis utilizações da metodologia DEA no Comando da Aeronáutica, listamos: ·Avaliação de aeronaves; ·Avaliação de sistemas aviônicos; ·Avaliação de armamentos;
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·Avaliação de serviços de manutenção; ·Avaliação de Unidades Aéreas de uma Força Aérea; ·Avaliação de Forças Aéreas; e ·Avaliação temporal do Comando da Aeronáutica como um todo, ou seja, a variação da eficiência do COMAER ano a ano. A utilização de técnicas mais eficientes e modernas na avaliação da FAB, em especial a metodologia DEA, com certeza só traria ganhos operacionais, na medida de identificar DMU eficientes e ineficientes, e acima de tudo, padronizar métodos para a avaliação operacional.
Bibliografia [1] Cooper, William W., Lawrence M. Seiford, Kaoru Tone (2000). Data Envelopment Analysis: a comprehensive text with models, applications, reference, and DEASolver software. Boston: Kluwer. [2] Han Kook Hong et al (1999). Evaluating the efficiency of system integration projects using data envelopment analysis (DEA) and machine learning. Publicado no Expert Systems with Applications 16 (1999) pp 283-296. Korea.
Measuring the efficiency of maintenance units in the Israeli Air Force. Publicado no European Journal of Operational Research 43 (1989) pp. 136-142. Holanda: Elsevier Science Publishers B.V. [C] William, F. Bowlin (1987). Evaluating the Efficiency of US Air Force Real-Property Maintenance Activities. Publicado no Journal of the Operational Research Society 38/2 (1987) pp. 127-135. Inglaterra: Operacional Research Society Ltd.
* O programa DEA utiliza como ferramenta para a obtenção dos pesos para os diversos inputs/outputs um Problema de Programação Linear (PPL). O PPL é um procedimento de otimização utilizado na Pesquisa Operacional cuja principal técnica de resolução é o algoritmo SIMPLEX. A solução deste PPL gera um conjunto de pesos que, multiplicados pelos inputs/outputs correspondentes, propicia a maior eficiência possível à DMU avaliada. A única restrição imposta a este conjunto de pesos é que as demais DMU, quando julgadas com este conjunto ótimo de pesos da DMU avaliada, deverão ter como eficiência máxima o limite de 100%.
Além da bibliografia referenciada no texto, recomendamos a leitura das obras abaixo para uma melhor compreensão do assunto: [A] Marcos Pereira Estellita Lins, Lidia Angulo Meza (2000). Análise envoltória de dados e perspectivas de integração no ambiente do Apoio à Decisão. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ. [B] Roll, Y., Golany, B., Seroussy, D. (1989).
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Laboratório de Processamento de Sinais Radar Assistido por Computador: Uma Nova Perspectiva para o Ensino de Guerra Eletrônica na FAB. Alexandre Camacho Coelho - 1º Ten Esp Com PPGAO (Mestrando em Guerra Eletrônica)
Introdução
O
s aspectos do processo de aprendizado em áreas de alta tecnologia, como a Guerra Eletrônica, têm como base a prática e o trabalho desenvolvido pelos próprios estudantes. A participação ativa, dinâmica e interativa está ligada à existência de um ambiente científico que pode ser obtido na instituição de ensino militar especializado a medida que as atividades laboratoriais se tornam mais freqüentes, simples, modernas e prazerosas [1].
Neste contexto, o computador pode se tornar uma ferramenta pedagógica de amplas aplicações. Sua rápida evolução, nas últimas décadas, tem provocado mudanças significativas nos processos utilizados pelos profissionais de diferentes áreas na busca de soluções para os seus problemas, fazendo uso da imensa capacidade e flexibilidade que o mesmo proporciona [2]. A partir desta constatação criase a seguinte expectativa: Como extrair o máximo destas máquinas como elemento ativo no processo ensino-aprendizagem? Neste artigo mostraremos as potencialidades do desenvolvimento de um Laboratório de Processamento de Sinais Radar Assistido por Computador, usando os recursos humanos e materiais disponíveis no Comando da Aeronáutica.
O Laboratório e a Evolução do seu Instrumental. A aquisição, análise e representação de dados são Figura 1 – Bancada de Medida Usando VI [4].
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funções básicas da maioria dos aparelhos de medida existentes nos laboratórios modernos, sejam eles multímetros, geradores de forma de onda, osciloscópios, ou até outros mais sofisticados como fontes digitais p r o g ra m á v e i s , analisadores de espectro, etc. A evolução da informática tem possibiliO Tenente Alexandre é Estado concretizar a união entre hardware e software pecialista em Comunicações, necessária à comunicação concluiu o CFOE Com em 1998. com e entre os aparelhos Já exerceu os cargos de Chefe da de uma forma interativa. Seção de Meios Técnicos, CoSurgiu então o conceito de mandante do Destacamento de instrumento virtual (VI – Proteção ao Vôo de Boa Vista, Virtual Instrument), que bem como o cargo de Chefe da introduziu uma flexibilida- Seção Administrativa e da Seção de até então inexistente, de Operações do Destacamento uma vez que o usuário de Controle do Espaço Aéreo de passa a poder criar banca- Boa Vista. É Licenciado em Físidas de medida (Figura 1) ca pela Universidade Federal de em função de suas neces- Roraima e Especialista em Anásidades, combinando to- lise de Ambiente Eletromagnétidos os elos do sistema co pelo Instituto Tecnológico de (hardware, software e Aeronáutica (ITA). Atualmente acessórios) de forma a cursa o mestrado em Guerra Eleatender a sua aplicação trônica do Programa de Pós-Graduação em Aplicações específica. [3] Operacionais - PPGAO (ITA), com graduação prevista para Laboratório de Processamento de Sinais dezembro de 2006.
Eletromagnéticos (ITA/GITE) O Laboratório de pesquisa em Guerra Eletrônica e Vigilância Eletromagnética da Amazônia, inaugurado no CTA/ITA no dia 05 de março de 2001 (Figura 2), foi edificado por meio da ação conjunta do DEPED (Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento),
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COMGAR (Comando Geral de Operações Aéreas) e CCSIVAM (Comissão para Coordenação do Sistema de Vigilância da Amazônia). [5]
Figura 3 – Lab-Volt Radar Training System. Figura 2 – Inauguração do Laboratório de Pesquisa em Guerra Eletrônica e Vigilância Eletromagnética da Amazônia [4].
Desenvolver atividades de pesquisa em ciência e tecnologia, dentro de um programa de formação de recursos humanos e aprimoramento da base operacional, científica e tecnológica do SIGEA (Sistema de Guerra Eletrônica da Aeronáutica), constitui um dos objetivos da criação deste laboratório. Dentro do processo de consolidação da base de recursos humanos do SIGEA, o Laboratório de Pesquisa em Guerra Eletrônica e Vigilância Eletromagnética da Amazônia recebeu do COMGAR um conjunto de equipamentos para ensino de Guerra Eletrônica na área de radar, denominado Radar Training System (Figura 3), fabricado pela Lab-Volt Systems, com um investimento da ordem de US$ 200.000.00. O Radar Training System possibilita a execução de experiência real no uso de radar para detecção e rastreio de alvos, permitindo a operação de um sistema de radar ativo em tempo real, dentro de um laboratório e de forma segura pelo uso de baixos níveis de potência. Seu conceito modular permite que sejam estudados vários tipos de radar e suas técnicas de processamento de sinais, sejam elas analógicas ou digitais.
O Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE) também foi contemplado pelo COMGAR com o Radar Training System (uma versão básica contendo os subsistemas analógico e de rastreio) e a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAr) disponibilizou no Galpão de Eletrônica praticamente todo o pacote da área de radar, bem como outros sistemas da área de telecomunicações e eletrônica, adquiridos junto à empresa Lab-Volt.
Laboratório de Processamento de Sinais Eletromagnéticos Assistido por Computador Este acervo, por si só constitui uma evolução, se não uma revolução, em termos de infra – estrutura para a capacitação de recursos humanos em Guerra Eletrônica (GE) no Comando da Aeronáutica. Entretanto, por meio de recursos tecnológicos disponíveis no Brasil, é possível multiplicar a efetividade destas ferramentas, bem como torná-las acessíveis, em tempo real, para outras instituições de ensino militar especializado tais como a AFA na instrução de GE, o CIAAR nas disciplinas de Microondas e Radar do Curso de Formação de Oficiais Especialistas em Comunicações, o ICEA no Curso Básico de Manutenção de Radar e os
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CINDACTAS nos Cursos Básicos de Manutenção de Radar disponibilizado pelas Seções de Instrução e Atualização Técnica – SIAT. Este conceito, que envolve a manipulação e visualização de experimentos monitorados e controlados à distância utilizando a intranet do Comando da Aeronáutica (INTRAER), se materializaria no que poderia ser denominado como Laboratório de Acesso Remoto para o Ensino de Guerra Eletrônica (Figura 4).
Figura 4 – Laboratório de Acesso Remoto para o Ensino de Guerra Eletrônica.
Um projeto desta natureza possuiria um nível de complexidade considerável uma vez que envolveria a transmissão de dados em tempo real, inclusive imagem, e compartilharia meios de comunicação (TELESAT) com outros
Figura 5 – Laboratório de Processamento de Sinais Radar Assistido por Computador.
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sistemas (Rede Mercúrio, Acantus, etc.) com variados graus de prioridade. Entretanto, um passo inicial para o seu desenvolvimento poderia ser a implementação de um projeto de automação de experimentos que passaremos a denominar: “Laboratório de Processamento de Sinais Radar Assistido por Computador” (Figura 5). O Laboratório de Processamento de Sinais Radar Assistido por Computador seria composto pelos seguintes sistemas: - Sistema de Treinamento Radar Básico – Lab-Volt; - Sistema de Treinamento de Guerra Eletrônica – Lab-Volt; - Sistema de Geração de Ameaças – TS100+ Excalibur; - Sistema de Treinamento de Antenas; e - Sistema de Medidas de RCS e Imageamento ISAR. Qualquer projeto que se pretenda desenvolver envolve a disponibilização de recursos humanos e materiais para a sua viabilização. O ITA, com seus cursos de Graduação e Pós-Graduação, possui o melhor em termos de recursos humanos (conhecimento e motivação) e o Laboratório de Processamento de Sinais Eletromagnéticos dispõe de um excepcional acervo de instrumentos, equipamentos e softwares c o m c a ra c t e r í s t i c a s n e c e s s á r i a s à automação de medidas. Estes fatores ressaltam a excelente relação custo/benefício deste empreendimento. É interessante destacar que o conhecimento que seria adquirido com a realização deste projeto está intimamente ligado ao necessário desenvolvimento de um Estande de Guerra Eletrônica, ou seja, proporcionaria a formação de elementos com conhecimentos que os tornariam de grande valor para o Sistema de Guerra Eletrô-
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nica da Aeronáutica (SIGEA) dentro do cont e x t o d a a t iv i d a d e d e ava l i a ç ã o operacional.
Conclusão O SIGEA tem recebido especial atenção do COMGAR, em função do reconhecimento da importância da Guerra Eletrônica para o cumprimento das missões de uma Força Aérea no contexto da Guerra Moderna. A excelência do ensino deve ser objetivo constante dos setores responsáveis pela formação de recursos humanos e para atingir este objetivo, na formação e aperfeiçoamento dos nossos “Guerreiros Eletrônicos”, proporcionar um ambiente pedagógico que permita tornar a experiência de ensino o mais próxima da futura realidade de trabalho é essencial. A utilização do computador como ferramenta para a obtenção desta excelência através da automatização em tempo real dos experimentos do Laboratório de Processamento de Sinais Radar do ITA se apresenta como uma proposta viável uma vez que o espaço físico, equipamentos e instrumental já fazem parte do acervo do laboratório, bem como os conhecimentos adquiridos pelos executores do projeto serem de aplicação prática em projetos de avaliação operacional dos sistemas de guerra eletrônica de nossas plataformas aéreas.
Bibliografia 1. SOUSA, Cleonilson P.; FILHO, Tarcísio C. Laboratório de Acesso Remoto para Ensino Orientado a Experimentos Aplicado em Aprendizado a Distância e Presencial em Engenharia. Disponível em: <www.asee.org/international/ INTERTECH2002/520.pdf >. Acesso em: 14 mar. 2003.
2. CAVALCANTE, Marisa Almeida et al. Proposta de um Laboratório Didático em Microescala Assistido por Computador para o Estudo de Mecânica. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 21, n. 2, São Paulo. 1999. P. 127-135. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/rbef/ Vol21/Num1/v21_127.pdf> . Acesso em: 20 fev. 2004. 3. SILVA, P. J. et al. Automatização de Laboratórios de Medida de Componentes Ópticos e Eletrônicos através de LabVIEW. Revista do DETUA, v. 2, n. 4, jan. 1999. p. 449-458. Disponível em: </collaborators/ personal/pandre/pubs/detua_labview.pdf” http://www.av.it.pt /collaborators/personal/ pandre/pubs/detua_labview.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2003. 4. PACHECO, Osvaldo R. et al. Instrumentação Virtual Baseada em Computador para o Ensino da Electrónica. 1º Simpósio de Informática Educativa. Disponível em: <http://event.ua.pt/ 1siie99/espanhol/pdfs/ comunicacao44.pdf>. Acesso em: 01 mar. 2004. 5. Inaugurado Laboratório de Pesquisa em Guerra Eletrônica e Vigilância Eletromagnética da Amazônia: Página da Internet. Disponível em: <sivam.gov.br/ INFO/ un_10.htm” http://www. sivam.gov.br/INFO/ un_10.htm>. Acesso em: 20 mai. 2003. 6. COELHO, Alexandre C. Estudo das Potencialidades do Lab-Volt Radar Training System no Ensino de Guerra Eletrônica no CEAAE. São José dos Campos: ITA, 2003. 169 p.
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Ontologia de Centros de Gravidade: Método Conexionista (continuação) ças amigas e prover informações essenciais. Uma ou algumas dessas funções, ou todas elas, podem ter um papel importante na coerção bem sucedida. Além disso, o poder aéreo configura parcela substancial no cálculo das alternativas políticas, as quais incluem a rápida solução de conflitos, ao canalizar seus esforços para os centros de gravidade. A maioria das forças aéreas, no entanto, tem dificuldade para utilizar o conceito de centros de gravidade, o que torna a seqüência do planejamento incompleto e, por conseguinte, acabam concentrando-se no nível tático, em prejuízo do raciocínio estratégico. O poder aéreo revelou-se como uma
arma estratégica, pois possui características que o tornam mais apropriado para atingir centros de gravidade. No entanto, o uso desse potencial requer ontologia (conhecimento, método, modelo e ferramenta computacional), a fim de aumentar a probabilidade de sucesso do processo de identificação e análise de centro de gravidade. O método conexionista, apresentado nesta publicação, segue uma orientação axiológica de planejamento que se baseia no paradigma do êxito. “A estratégia de guerra é impor ao inimigo nossa própria vontade, destruindo sua vontade ou sua capacidade de resistir”.
Contribuições do ITA para o Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação de Interesse da Defesa Nacional (continuação) 2002. http://www.cgee.org.br/eventos/ defesa.php [2] Política de Defesa Nacional – Presidência da República do Brasil. https:// www.defesa.gov.br/enternet/sitios/internet/ pdn/pdn.php) [3] Nicolisky, R., “Inovação Tecnológica Industrial e Desenvolvimento Sustentado”, Parceria Estratégica, N 13, pp. 90-108, dezembro, 2001. [4] Ministério da Defesa – Ministério da Ciência e Tecnologia “Concepção Estratégica: Ciência, Tecnologia e Inovação em Áreas de Interesse da Defesa Nacional”, Brasilia, 10 de dezembro de 2003. www.defesa.gov.br/enternet/sitios/internet/ eacademico/c&tdefesa/cti.pdf
Este artigo é uma versão atualizada e ampliada do artigo sobre o mesmo tema publicado na Revista da Diretoria de Engenharia Aeronáutica, Ano 11, N 21, pp. 52 - 62 (DIRENG, 2002)*
Visita dos professores do Ita ao COMGAR