A CABEÇA II Alcides Nogueira
CENA I
RUBRICA -
Um espaço qualquer. É o escritório do DRAMATURGO. Uma mesa está ali, com um computador. Uma luminária. Há um velho tapete caucasiano. É também uma estação de metrô. Uma praça. Há uma janela que dá para o mundo. Ou o mundo dá para esse espaço. Luz de serviço. O DRAMATURGO olha pela janela. A PERSONAGEM está a um canto, olhando. A RUBRICA está sendo uma rubrica. O DRAMATURGO vem para a sua mesa. Estende as mãos em silêncio. Olha para os seus dedos.
DRAMATURGO - Como se eu fosse tocar um Prelúdio de Scriabin. RUBRICA -
Ouve-se um Prelúdio de Scriabin, que ecoa por todo o espaço, furioso, agitado. A luz cai, ficando apenas focos sobre o DRAMATURGO, que digita; sobre a RUBRICA; e sobre a PERSONAGEM, que se levanta. Cessa o Prelúdio de Scriabin.