UNIÃO DE LEÃO
FUNDADO EM 31 MARÇO 1922 • N.º 3792 • QUINTA-FEIRA, 5 DE NOVEMBRO 2020 • SPORTING.PT • SEMANAL• ANO 98 • 1€ (IVA INCLUÍDO) • DIRECTOR: ANDRÉ BERNARDO
O MAIS ANTIGO JORNAL DE CLUBE DO MUNDO
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EDITORIAL
PIONEIROS DESDE O PRIMEIRO DIA Miguel Braga
JÚLIO DE ARAÚJO FEZ ISSO E MUITO MAIS. HOMEM DE GRANDES IDEIAS E VISÃO, FEZ DE TUDO PARA APETRECHAR A EQUIPA DE FUTEBOL COM UM GRANDE TREINADOR
Desde o início dos tempos que o Sporting Clube de Portugal prima por ser pioneiro no Desporto no nosso país. A nossa História, dos nossos atletas e dirigentes, é um mar de vontades que lutaram contra várias correntes, fazendo do Sporting CP aquilo que ele é, com os nossos valores e vontade de vencer. Nesta edição do Jornal Sporting recordamos um pouco da segunda década do século XX que foi repleta em acontecimentos que marcaram para sempre o Clube.
Tão importante foi o registo que fez para a História dos primeiros anos do Clube a pedido de Francisco Gavazzo. Mais tarde, já na década de 1960, voltou a contribuir para o nascimento do livro de Eduardo Azevedo, “História e Vida do Sporting Clube de Portugal”, sendo por isso responsável por grande parte da vida do Clube que nos chegou por esta via.
A começar pela criação do nosso Jornal – na altura “Boletim do Sporting” – que nasceu para ser o primeiro dos clubes portugueses, mas também fazer frente aos adeptos e seguidores do eterno rival e da pressão por si exercida sobre os árbitros e a uma certa discricionariedade da imprensa desportiva de então. Foi pela mão do presidente Júlio de Araújo (páginas 3 e 4) que se começou a escrever sobre a égide do Leão, num primeiro número com a sua “Razão de Ser”.
Miguel de Cervantes escreveu um dia que “a História é testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro”. Conhecer a História do Sporting CP ajuda-nos a preparar o caminho que temos e queremos percorrer. É tempo de unir esforços e de perceber que aquilo que nos une, o Sporting CP, tem de ser sempre superior às nossas diferenças. Em todas as modalidades o melhor remédio são as vitórias, mas também a atitude competitiva, o querer fazer mais e melhor, o continuar a lutar, se necessário, contra tudo e contra os demais. No próximo fim-de-semana voltamos a competir em várias frentes depois do recuo do Governo relativo às competições extrafutebol profissional.
Foi também por esta altura que o Sporting quis deixar de ser apenas de Lisboa para se estender ao país, com a criação do movimento das filiais e delegações, multiplicando o seu número de associados em dez vezes, dando ao Clube outra força, outra vitalidade, outra raça. Mais uma vez, foi a visão e a resiliência de Júlio de Araújo que permitiu ao Clube este crescimento exponencial.
Quem não recua sobre a proposta de divulgação do áudio do VAR é o Sporting CP. No universo do Desporto há vários exemplos que deveriam ser seguidos e contribuiriam para continuar o processo da credibilização da arbitragem em Portugal. A ler (nas páginas 28 e 29) a entrevista a Pedro Azevedo, antigo árbitro e actual comentador do programa Raio-X Sporting, da Sporting TV.
Mas Júlio de Araújo fez isso e muito mais. Homem de grandes ideias e visão, fez de tudo para apetrechar a equipa de futebol com um grande treinador. E foi assim que o Sporting CP se sagrou pela primeira vez Campeão de Portugal, ganhando ainda dois Campeonatos de Lisboa. Desportista convicto, foi um ávido praticante de várias modalidades, contribuindo mais tarde para a hegemonia do Clube tanto no atletismo como na natação.
Por último, no passado mês de Outubro, o Clube disse adeus a duas figuras emblemáticas: Gomes Ribeiro, “um homem que nos vai fazer muita falta”, segundo as palavras de Aurélio Pereira; e Joaquim Miranda, paraquedista, ex-pugilista e antigo campeão nacional na categoria de pesos-pesados ao serviço do Sporting CP. Exemplos de esforço, devoção e dedicação que tanto contribuíram para a glória do nosso Clube. Às suas famílias e amigos, os nossos mais sinceros sentimentos.
PROPRIEDADE: SPORTING CLUBE DE PORTUGAL DIRECTOR: ANDRÉ BERNARDO COORDENADOR EXECUTIVO: VÍTOR FRIAS || VRFRIAS@SPORTING.PT REDACÇÃO: LUÍS SANTOS CASTELO || LSCASTELO@SPORTING.PT; MARIA GOMES DE ANDRADE || MGANDRADE@SPORTING.PT; PEDRO FERREIRA || PSFERREIRA@ SPORTING.PT FOTOGRAFIA: JOSÉ LORVÃO; MÁRIO VASA; PEDRO ZENKL COLABORADORES PERMANENTES: JUVENAL CARVALHO; PEDRO ALMEIDA CABRAL; TITO ARANTES FONTES AGENDA E RESULTADOS: JOÃO TORRES || JBTORRES@SPORTING.PT EDITOR E SEDE DA REDACÇÃO: ESTÁDIO JOSÉ ALVALADE, RUA PROFESSOR FERNANDO DA FONSECA, APARTADO 4120, 1501-806 LISBOA, PORTUGAL TELEFONE: +351 217 516 155 E-MAIL: MEDIA@SPORTING.PT NIF: 500 766 630 REGISTO ERC: 100313 TIRAGEM: 9500 EXEMPLARES DEPÓSITO LEGAL: 48492/91 DISTRIBUIÇÃO: VASP, QUINTA DO GRAJAL – VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM IMPRESSÃO: WGROUP ESTRADA DE SÃO MARCOS, Nº 27, 2735-521 AGUALVA CACÉM ESTATUTO EDITORIAL: HTTPS://WWW.SPORTING.PT/PT/JORNAL/ESTATUTO-EDITORIAL ASSINATURAS: E-MAIL: ASSINATURAJORNAL@SPORTING.PT LINHA SPORTING 707 20 44 44 INTERNACIONAL +351 30 997 1906 (segunda a sexta-feira das 10h00 às 20h00)
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ATLETA PRESIDENTE
1891 1977
LENDAS DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL
Júlio de Araújo foi admitido como Sócio do Sporting Clube de Portugal no dia 5 de Novembro de 1910, quando tinha 19 anos, e foi aí que começou uma caminhada de relevo e que deixou marcas, ainda hoje visíveis, no Clube. Desportista ecléctico, Júlio de Araújo foi presidente do Sporting CP em duas ocasiões, além de ter exercido outros cargos por seis vezes, tendo sido também o criador do Boletim do Sporting, agora Jornal Sporting, que é o mais antigo jornal de clube do mundo. Entusiasta, dinamizador e visionário, deixou o Sporting CP devido a alguns problemas de saúde, mas nunca se afastou emocionalmente. Radicou-se no Brasil, onde continuou a viver intensamente o Clube e quando partiu a urna foi coberta com uma bandeira do Sporting CP.
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JÚLIO
DE ARAÚJO
Texto: Maria Gomes de Andrade Fotografia: Museu Sporting - Centro de Documentação
JÚLIO BARREIROS CARDOSO DE ARAÚJO, NASCIDO A 11 DE JULHO DE 1891, É MAIS UM DOS NOMES INCONTORNÁVEIS DA HISTÓRIA DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL. A LIGAÇÃO DE JÚLIO DE ARAÚJO COM O CLUBE COMEÇOU NO DIA 5 DE NOVEMBRO DE 1910, QUANDO FOI ADMITIDO COMO SÓCIO, E SÓ TERMINOU NO FINAL DA DÉCADA DE 1970, QUANDO FALECEU. Júlio de Araújo foi um desportista como poucos, tendo praticado atletismo, hóquei em campo, futebol, natação, râguebi e ténis e exerceu uma série de funções no Sporting CP, nomeadamente como vogal nas presidências de Queirós dos Santos, Mário Pistacchini e Soares Júnior, tendo sido presidente em duas ocasiões. Como presidente, Júlio de Araújo impulsionou grandemente o Clube, mas a sua influência começou por sentir-se dois anos antes, em 1920, quando elaborou o “Programa de Trabalhos”, documento no qual se reformularam as leis e os hábitos vigentes no Sporting CP, e foi também o responsável pela criação do Boletim do Sporting, agora Jornal Sporting, que foi lançado no dia 31 de Março de 1922. Meses depois de lançar aquele que é o jornal de clube mais antigo do mundo, Júlio de Araújo tornou-se presidente do Sporting CP. Foi a 16 de Julho desse ano que assumiu a presidência, abandonando o cargo a 21 de Julho de 1923, mas no ano seguinte voltou a liderar o Clube (entre 14 de Agosto de 1924 e 19 de Fevereiro de 1925),
Com Júlio de Araújo ao leme do Sporting CP, o Clube teve um crescimento notório de Associados, passando dos cerca de 300 para os mais de 3000, conseguido através dos seus métodos de captação, e as Filiais foram-se espalhando também pelo país. Desportivamente, o Sporting CP também chegou à glória no futebol com Júlio de Araújo na presidência, sagrando-se Campeão de Portugal pela primeira vez. No entanto, à imagem do atleta ecléctico que foi, Júlio de Araújo não teve influência só no futebol Leonino e foi fundamental para o sucesso na natação. Foi ele quem, por indicação de António Soares Júnior, criou o posto náutico do Sporting CP e fez da natação do Clube uma modalidade quase imbatível, à imagem do que já era o atletismo verde e branco na altura. Além disso, o dirigente foi ainda responsável pela criação do Conselho Técnico, que permitiu a formação de técnicos e dirigentes, e o Agrupamento Leonino, que desenhou o esboço de projecto de novas instalações para o Clube para fazer face à degradação esperada, e confirmada, do Campo Grande 412 [o segundo estádio do Sporting CP]. Ainda assim, esse projecto não viu a luz do dia, criando apenas a Júlio de Araújo problemas quando era tesoureiro da terceira Comissão Administrativa liderada por Sanches Navarro, que presidiu o Clube após o seu primeiro mandato e depois entre 23 de Fevereiro de 1926 e 10 de Maio de 1927. Nesse último mandato de Sanches Navarro, o visionário Júlio de Araújo tentou mover os Sportinguistas para ajudarem o Clube no financiamento das novas instalações e, depois de ter o projecto pronto e de ter negociado com a Câmara Municipal de Lisboa e com os proprietários dos terrenos, deu início a um empréstimo interno, que tinha como objectivo conseguir 600.000 escudos – uma média de 200 escudos (aproximadamente um euro) por Sócio. A ideia era que os Sócios contribuíssem com títulos nominativos, sendo reembolsados assim que o Clube tivesse disponibilidade para o fazer. A subscrição desse empréstimo começou no dia 7 de Junho de 1926 e em Agosto já ultrapassava os 170.000 escudos, mas Júlio de Araújo adoeceu nesta altura e projecto não teve continuidade. Esses problemas de saúde fizeram com que abandonasse o Sporting CP, e o volte-face nos projectos e a falta de um elemento tão proactivo e dinâmico contribuíram para que o Clube entrasse num período de grave crise financeira, desportiva e até de identidade. No entanto, Júlio de Araújo, que foi dirigente da Associação de Futebol de Lisboa e que em 1927 se tornou
presidente do Império, numa altura em que este passou a chamar-se Palhavã, nunca se desligou totalmente do Sporting CP. A partir da década de 1930, após radicar-se no Brasil, o na altura sócio 19, começou a viver o Clube à distância e até aquando da sua morte, a 4 de Fevereiro de 1977, o amor ao Sporting CP não foi esquecido e a urna foi coberta com uma bandeira do emblema de Alvalade. Como homenagem, Júlio de Araújo, que em 1923 passou a Sócio benemérito, em 1967 foi distinguido com o Prémio Stromp Dedicação do Ano e em 1968 agraciado com o Leão de Ouro com Palma, tornou-se patrono perpétuo da Tertúlia Sportinguista do Rio de Janeiro. De referir ainda que foi Júlio de Araújo quem deu início ao primeiro livro sobre a História do Sporting CP, proposto por Francisco Gavazzo, e que nunca foi publicado. Mas, aquilo que escreveu, permitiu que em 1967 Eduardo de Azevedo escrevesse o livro ‘História e Vida do Sporting Clube de Portugal’ que foi publicado em fascículos e o último saiu precisamente antes da morte de Júlio de Araújo, fazendo com que, 50 anos depois, o “seu projecto” tenha sido finalizado e o próprio tenha morrido realizado.
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FUTEBOL EQUIPA PRINCIPAL
EXIBIÇÃO DE LUXO EM NOITE DE ESTREIAS, A MARCAR DE PEDRO PORRO E A TITULAR DE JOÃO MÁRIO, PEDRO GONÇALVES FOI A GRANDE FIGURA DE DESTAQUE DOS LEÕES AO ASSINAR MAIS UM BIS NO TRIUNFO DIANTE DO CD TONDELA
Os Leões assinaram uma exibição de encher o olho
Texto: Pedro Ferreira Fotografia: José Lorvão, Mário Vasa
Quatro dias depois da vitória frente ao Gil Vicente FC, o Sporting CP voltou a subir ao relvado do Estádio José Alvalade para enfrentar o CD Tondela, num jogo que terminou com um triunfo dos Leões por 4-0, resultado que permitiu à equipa de Rúben Amorim ascender à liderança isolada da Liga NOS. A jogar em alta rotação, os atletas verdes e brancos presentearam os Sportinguistas com uma exibição de luxo – uma das melhores, senão a melhor, da época –, sufocando o adversário em diversos momentos da partida e não
permitindo que os tondelenses saíssem para o ataque com a bola controlada. Prova disso são as estatísticas que espelham a superioridade do conjunto Leonino, que fez 26 remates durante toda a partida, 15 deles enquadrados com a baliza, passando a ser a equipa com mais ocasiões flagrantes (11) num jogo da presente edição da Liga NOS. Em sentido contrário, o CD Tondela registou apenas três remates ao longo dos 90 minutos, sendo que nenhum deles levou a direcção da baliza. Ainda assim, os beirões contaram com Pedro Trigueira muito inspirado entre os postes, com o guarda-redes
a impedir o avolumar do resultado e a estabelecer um novo recorde de defesas nesta edição da prova: 11. Quanto aos destaques do encontro, Pedro Gonçalves foi
novamente a figura de maior relevo do lado do conjunto verde e branco, fazendo o gosto ao pé pelo terceiro jogo consecutivo. Depois de ter marcado ao Gil Vicente FC
e de ter bisado diante do CD Santa Clara, o médio português voltou a facturar em dose dupla, subindo ao terceiro lugar da lista dos melhores marcadores da Liga NOS com
1 de Novembro de 2020 | Liga NOS – 6.ª jornada | Estádio José Alvalade
SPORTING CP Pedro Gonçalves (45’, 49’) Pedro Porro (79’) Andraž Šporar (90+3’)
4-0
CD TONDELA
(1-0 ao intervalo)
Sporting CP: Antonio Adán [GR], Luís Neto, Sebastián Coates [C], Zouhair Feddal, Pedro Porro, João Palhinha (Matheus Nunes, 66’), João Mário, Nuno Mendes (Gonzalo Plata, 85’), Pedro Gonçalves (Jovane Cabral, 80’), Tiago Tomás (Nuno Santos, 67’), Andraž Šporar. Treinador: Rúben Amorim. Suplentes não utilizados: Luís Maximiano [GR], Gonçalo Inácio, Eduardo Quaresma, Daniel Bragança, Pedro Marques. Disciplina: cartão amarelo para João Palhinha (32’), Matheus Nunes (85’), Nuno Santos (86’).
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PEDRO GONÇALVES: “FOI UMA VITÓRIA MERECIDA” Depois de assinar um bis – o segundo em três jogos –, Pedro Gonçalves preferiu desvalorizar a situação, enaltecendo o trabalho colectivo e o espírito de sacrifício demonstrado por todo o plantel. “Foi uma vitória merecida, fizemos por isso. Devido ao jogo a meio da semana não pudemos treinar tanto, mas o míster transmitiu-nos a ideia principal para este encontro. O importante é a vitória e vamos continuar a trabalhar.
(…) Tento trabalhar para a equipa, eu ajudo e eles ajudam. Isso é importante”, frisou, sublinhando em seguida que, apesar de os Leões terem alcançado a liderança de forma provisória, é necessário manter os pés bem assentes no chão. “Estar na frente, à condição, não significa muito, só que estamos a fazer um bom trabalho e que vamos entrar em todos os jogos para ganhar. Falta muito ainda”, considerou.
Pedro Gonçalves foi a figura do encontro com um bis
cinco golos apontados. “Tem sido decisivo”, considerou Rúben Amorim na conferência de imprensa após o encontro. Além do internacional sub‑21, também Pedro Porro e João Mário merecem nota de destaque por diferentes razões. Ao oitavo jogo, o jogador espanhol estreou-se a marcar de Leão ao peito, contribuindo
ainda com uma assistência para o primeiro golo da partida. A boa integração do ex-Machester City FC nos processos da equipa é cada vez mais notória, tendo sido totalista em metade dos encontros disputados pelo emblema verde e branco. Já o médio realizou a sua estreia no onze titular após o regresso
a Alvalade, oferecendo muita consistência e um futebol perfumado ao meio-campo Leonino. Isto, além de uma dupla com João Palhinha no centro do terreno que deixou água na boca para o que aí vem. A fechar, não poderíamos deixar de assinalar a excelente exibição de Andraž Šporar, avançado que regressou à
titularidade na companhia de Tiago Tomás e contribuiu de forma decisiva para o triunfo
com um golo e uma assistência. São cada vez mais as boas dores de cabeça para Rúben Amorim.
RÚBEN AMORIM: “ESTA EQUIPA PODE VENCER QUALQUER ADVERSÁRIO NA LIGA” No rescaldo da vitória diante do CD Tondela Rúben Amorim mostrou-se muito satisfeito com a performance dos seus pupilos. “Foi uma excelente exibição e melhorámos muitos aspectos que falhámos no último jogo. Há dias assim, em que tudo corre bem, as recepções, a intensidade que colocámos no jogo, etc. Obviamente que estamos satisfeitos, ainda assim, temos muitas coisas para aperfeiçoar. Foram três pontos, vale o mesmo que o jogo frente ao Gil Vicente FC. É seguir este caminho”, começou por dizer, recusando em seguida a ideia de que foram as alterações no onze titular que fizeram com que a equipa obtivesse este desfecho. “Não podemos fazer essa comparação, são equipas completamente diferentes. Os jogadores que entraram de início corresponderam tal como os outros, daí os bons resultados. Não garante nada aos jogadores que actuaram de início, foi de acordo com o adversário e por ser o terceiro jogo da semana. Apesar de os jogadores conseguirem recuperar, pela minha experiência às vezes é preciso sangue fresco e com fome de bola após três jogos numa semana. Sempre tivemos a certeza que todos
estão preparados para jogar”, referiu. Segundo o treinador verde e branco, a eficácia é um dos pontos que os Leões têm de trabalhar. “Há que melhorar nesse aspecto. Não sofremos um golo por centímetros frente a uma equipa que quase não atacou. Geralmente as equipas que ganham campeonatos são aquelas que sofrem menos golos. Tendo a qualidade que temos na frente de ataque e em toda a equipa, se não sofrermos, vamos estar sempre mais perto de fazer golo. Foi uma boa exibição e jogaram todos bem. Os que entraram depois ainda aceleraram mais o jogo e estamos contentes, mas são só mais três pontos”, frisou. Por fim, Rúben Amorim desvalorizou o facto de o conjunto de Alvalade ter assumido a liderança isolada da Liga NOS. “Se levar sempre o jogo no limite, esta equipa pode vencer qualquer adversário na nossa liga. Mas o importante não é a classificação à sexta jornada, é no fim. (…) O que conta é ter uma boa classificação no fim do campeonato. Quero dizer aos jogadores para eles não ligarem a tudo o que se fala depois de um jogo em que estivemos muito bem. Temos de manter o foco”, concluiu.
Pedro Porro estreou-se a facturar de Leão ao peito
Andraž Šporar regressou à titularidade e assinou um golo e uma assistência
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OPINIÃO FUTEBOL… 1.º LUGAR!!!!!… E FICINI!!!
Tito Arantes Fontes Esta última semana foi fértil em acontecimentos. Comecemos por um que nos dá – a todos – especial satisfação. Estamos isolados no 1.º lugar da Liga NOS! Estão decorridas seis jornadas. Só seis jornadas. Mas já seis jornadas. Pouco mais de 1/6 do campeonato. Temos um dos melhores ataques e uma das melhores defesas. O jogo de domingo contra o CD Tondela soube-nos bem! E sim, sabemos que é ainda muito cedo. Sabemos que temos de ter os “pés bem colocados no chão”! Sabemos que ainda não ganhámos nada, mas também que vemos uma equipa a “crescer” e a ganhar confiança! Um treinador que trabalha, que sabe ler o jogo e que sabe o que diz e como deve dizer. E que sabe o que quer! E que dizer dos jogadores? Empenhados, divertidos, comprometidos, lutadores… e de indiscutível qualidade! Tanto talento na nossa juventude, vindo da nossa Academia Cristiano Ronaldo! E as contratações desta época… a demonstrarem a qualidade e o acerto dessas decisões! E tudo isto “salpicado” pela experiência dos mais velhos! E ainda “polvilhado” pelo indiscutível “perfume” que brota de um jogador fabuloso como o nosso João Mário! Sabemos que, portanto, agora já reparam em nós… sendo que nós sempre o fizemos! Nós somos Sporting! Todos! Nunca abandonámos! Nunca vergámos! Nunca cedemos! E assim iremos continuar! Na certeza que agora vamos – ainda mais – ser alvo da cobiça e da inveja torpe dos poderes ocultos do futebol português… dos “poderes bicolores”! Dos poderes de “toupeiras e de apitos”… fundados em sórdidos esquemas de influência e de permanente e total violação da verdade desportiva! Estejamos atentos! Estejamos vigilantes! Estejamos alerta! Estejamos unidos! Vamos ser atacados… preparemos a defesa para esses momentos! No entretanto, a zelosa máquina protectora da arbitragem, não satisfeita com os espectáculos degradantes com que nos brinda todos os fins-de-semana (na sextafeira, em Paços de Ferreira foi gritante… que vergonha, Sr. Nuno Almeida!!!), instaura processos
atrás de processos aos dirigentes do Sporting CP que, corajosamente, denunciam as falcatruas de que somos vítimas! E perguntamos… e então “cadê” os outros? Cadê os outros que falam, falam, gritam, gritam… não há nada para esses? Há gente que gostaria mesmo que o 25 de Abril não existisse! Gente apologista de “totalitarismos”, que se julga acima do comum dos mortais… gente despudorada! Gente que devia levar com “grandes cartolinas encarnadas”! E ser expulsa, irradiada mesmo, do futebol português! É lerem o artigo de domingo passado de Vasco Lourenço! No Record! Um grito de alma de um “capitão de Abril”! A talhe de foice, fica aqui o protesto vivo e veemente pelo inenarrável critério vigente de amostragem de cartões amarelos pelos árbitros que pululam nos jogos do nosso campeonato! Mantém-se a pouca vergonha! Alguns dados: o SCP é de longe o Clube com mais cartões amarelos! Temos 21 cartões para 88 faltas, um rácio de 23,9%! Compara com o “rácio vermelho” de 17,5%! Só 14 amarelos para 80 faltas! E ainda mais escandalosamente compara com o “rácio azul” de 12,5%! Uns míseros 14 amarelos para 112 faltas! Quase metade do rácio que é aplicado ao SCP! Entretanto, noutros lugares, assistimos a coisas que quase passaram despercebidas na comunicação social… como se não fossem importantes (e ui, se fossem no SCP os programas que já teriam feito para discutir e maldizer o nosso querido Clube!)… como resultados negativos superiores a mais de 100 milhões de euros… como eleições com anunciadas “urnas em segurança” que são, afinal, transportadas do modo mais amador que é possível conceber… como sistemas informáticos eleitorais que são reconhecidamente “invadidos” por estranhos… assistimos, no fundo, a lamentáveis palhaçadas… a eleições no melhor estilo “coreano”… sem debates, sem esclarecimentos, com um canal de clube manietado e ao serviço do poder vigente… uma pobre, vil e triste palhaçada… mas, também, de “palhaços” que mais se poderia esperar… só mesmo circo e palhaçada!!! Última palavra, uma palavra comovida para Ficini! O nosso adepto italiano, da claque da ACF Fiorentina! Mais uma condenação por homicídio imputada a um membro de claque do tal clube que diz que não tem claques… não tem, mas tem… e matam! Fica, pois, a pergunta… quantos mortos teremos de ter para que os poderes públicos se pronunciem e acabem também com esta “palhaçada”? De quantos mártires precisam? Sr. secretário de Estado do Desporto… que diz? VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!
João Mário foi titular pela primeira vez depois de regressar ao Sporting CP
JOÃO MÁRIO: “É SEMPRE UMA ALEGRIA JOGAR AQUI” Naquele que foi o primeiro jogo a titular depois do regresso a Alvalade, João Mário assinou uma boa exibição e ajudou a equipa a conquistar mais três pontos. No final do encontro, o internacional português destacou “as sensações óptimas por voltar a casa”. “É sempre uma alegria jogar aqui. É pena porque sempre estive habituado a jogar com este estádio cheio e assim é completamente diferente. Espero que possam voltar rapidamente. Acima de tudo, estamos a trabalhar muito bem para que quando os adeptos regressem, estejam contentes com a equipa. Acho que foi uma grande vitória”, começou por dizer à Sporting TV. “Queremos sempre mais e melhor, mas é um grande resultado. Tivemos muitas ocasiões e isso é importante, mas temos de
trabalhar muito porque a época é longa. Independentemente do que possa acontecer, dormimos no primeiro lugar e estamos muito contentes por isso”, considerou, afirmando em seguida que o facto de apenas agora se ter estreado a titular demonstra que o plantel do Sporting CP tem “boas opções”, sendo que é preciso “lutar muito” para agarra um lugar no onze. Por fim, João Mário mostrou-se “muito feliz” pelo regresso ao Sporting CP, deixando uma mensagem de agradecimento aos Sportinguistas. “Sinto‑me muito bem cá. Todos sabem o carinho que tenho pelo Clube. Precisava de um ano assim, em casa, com pessoas que gostem de mim. Agradeço o apoio que me têm dado mesmo de fora”, concluiu.
PEDRO PORRO: “ESTIVEMOS MUITO BEM DESDE O APITO INICIAL” Depois de se estrear a marcar com a listada verde e branca, Pedro Porro deixou elogios à exibição dos Leões, considerando que a equipa “fez um grande jogo”. “Estivemos muito bem desde o apito inicial, sempre com intensidade. Não podíamos deixá-los pensar até porque jogámos em casa e temos de ser fortes aqui. A equipa esteve bem em todos os minutos do encontro. Nos descontos podíamos ter abrandado, mas fomos à procura de mais e marcámos o quarto golo. Por aí se vê o espírito e a
confiança que temos”, sublinhou, descrevendo depois o lance do seu primeiro golo com a camisola verde e branca. “Gosto de chegar perto da área, como já viram. Foi uma jogada em que o Feddal fez um passe longo para o Pedro Gonçalves. Ele deu ao Nuno Santos, que seguiu a jogada, e eu estava muito atrás – sei porque depois vi o jogo. Tentei chegar lá e quando o Nuno Santos cruzou, a bola vinha tão perfeita que marquei golo. Foi um grande trabalho de equipa, temos de seguir esta linha”.
DÁ GOSTO JOGAR AO ATAQUE
PATROCINADOR OFICIAL DA EQUIPA DE VOLEIBOL E BASQUETEBOL DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL
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FUTEBOL ANÁLISE
A MENSAGEM DE RÚBEN AMORIM
Rodrigo Pais de Almeida
A dupla jornada caseira do Sporting CP com o Gil Vicente FC e o CD Tondela trouxe os ambicionados seis pontos e uma liderança isolada da Liga NOS ao cabo das primeiras seis jornadas. Uma equipa que jogou contra adversários muito diferentes, em estruturas e movimentações díspares, e que obrigaram a equipa do Sporting CP a interpretar momentos de jogo de exigência específica. Ao pragmatismo com os de Barcelos seguiu-se o brilhantismo exibicional avassalador com os tondelenses, com um domínio total do encontro em termos de posse de bola (63%), nos remates (26-3), nos remates enquadrados (15-0) ou nas acções ofensivas na área adversária (36-2). O refrescar da equipa depois de uma jornada a meio da semana com as entradas a titulares de Tiago Tomás, Šporar e João Mário “mexeram” com o jogo e com o adversário que nunca conseguiu adaptarse a uma forma de jogar segura, dinâmica e com muita profundidade. A conferência de imprensa de Rúben Amorim após a contundente vitória por 4-0 no jogo com o Tondela não se dirigiu apenas aos seus jogadores. Foi uma mensagem clara para toda a estrutura e para todos os que amam verdadeiramente o Clube. “Não leiam jornais porque vão ser enganados e pensar
que são melhores do que são”. Quando se tem uma equipa jovem, de enorme potencial como a do Sporting CP e se vive um bom momento de resultados e de exibições, há que chamar à terra aqueles que se podem perder com o que anda no ar. A narrativa de que estes são os mesmos que foram eliminados na Liga Europa há menos de um mês, de que as ambições e objectivos da equipa não mudam pelo momento que vivem hoje, mas pelo que se comprometeram no início da temporada para atingir no final, é uma mensagem clara, forte, realista e ambiciosa. Estou seguro de que Rúben Amorim estava (ainda que possivelmente de forma inconsciente) a pensar nas sábias palavras de Marcelo Bielsa… “O sucesso (a vitória) é deformante, relaxa, engana, torna-nos piores, faz com que nos apaixonemos excessivamente por nós mesmos; o fracasso (a derrota) é totalmente o contrário, é formativo, torna-nos sólidos, reforça as convicções, traz coerência”. É importante que os nossos jogadores não se desleixem, não se deixem enganar pelas vitórias e pela liderança da Liga NOS. Fundamental é reforçar o trabalho diário. Só com disciplina e consistência se conseguem performances
de topo no desporto, e a nossa equipa não será excepção. Este início que tanta satisfação e ilusão está a trazer a cada Sportinguista, só terá sequência se a cada dia tivermos na mente sermos melhores do que ontem e piores do que amanhã. Nota Final. Li com o gosto de sempre a entrevista ao Prof. Jorge Castelo desta semana. Destacava duas passagens: “Como olha para o ressurgimento de equipas a jogarem com três centrais?
Temos de ver o passado de cada jogador. Se eles foram moldados a jogar em 4x3x3 ou 4x4x2, torna-se mais difícil. O problema não está nos jogadores que fecham os corredores. Está nos três centrais que deverão ter rotinas muito automatizadas. Não podem olhar só para a bola, não devem ser atraídos pela bola e têm de saber colocar- se no espaço quando a bola está em certo ponto”. Não podendo estar mais de acordo, acrescento que é na crença do que acreditamos que está a força e certeza das nossas ideias. O Sporting CP de Rúben Amorim (independentemente do que virá) é a prova disso mesmo. A criação de rotinas em torno da ideia que o treinador tem para a equipa e para os jogadores em cada posição e a abrangência dessa ideia no conceito de forma de jogar como um todo, em bloco, em cada momento de jogo (seja ele de ataque, defesa, ou de transição). Dizia-me um amigo, com um certo
humor, no jogo com o Gil Vicente FC, o nosso guardaredes era o único jogador que ainda não tinha mudado de posição. Para muitos podia ser desespero pela ânsia de inverter um resultado, para mim tal não é mais do que a abrangência multiposicional do que Rúben Amorim quer do jogo e dos jogadores. A sua rigidez posicional (apenas no desenho) esconde uma “plasticidade” de movimentos e dinâmicas ao longo de um jogo. E tudo isso torna cada momento único. Cada substituição uma incerteza para o adversário. “O treinador treina e o jogador reinventa”. O que seria de uma equipa/desporto em que os jogadores fossem apenas peças executantes de um modelo de jogo, sem criatividade ou sem capacidade de decidir em autonomia num determinado contexto de jogo e de acordo com o seu processo cognitivo? Certamente algo muito mais previsível e muito menos interessante!
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FUTEBOL EQUIPA PRINCIPAL
LÍDER VISITA GUIMARÃES ACTUAL LÍDER ISOLADO DA LIGA NOS, O SPORTING CP DESLOCA-SE À CIDADE BERÇO NO SÁBADO PARA DEFRONTAR O VITÓRIA SC, EQUIPA DETENTORA DA MELHOR DEFESA DA PROVA Texto: Pedro Ferreira Fotografia: José Lorvão
Antes da paragem para os compromissos das selecções nacionais, o Sporting CP desloca-se a Guimarães, no próximo sábado, para defrontar o Vitória SC, em jogo a contar para a sétima jornada da Liga NOS (20h30). Vindos de uma goleada caseira diante do CD Tondela, os Leões ocupam actualmente o primeiro lugar isolado da tabela classificativa, com cinco vitórias e um empate, e são detentores do melhor ataque da competição, a par de SL Benfica e FC Porto, com 15 golos marcados. Para esta partida, e ao contrário do que tem vindo a acontecer nos últimos encontros, Rúben Amorim deverá finalmente poder contar com todo o plantel à sua disposição, dado que Bruno Tabata e Antunes, que estavam lesionados, já subiram ao relvado durante a semana para treinar com os restantes colegas. O Vitória SC, liderado por João Henriques desde o início de Outubro – após a saída de Tiago Mendes do comando técnico –, ocupa actualmente o sexto lugar da classificação e é detentor da defesa menos batida da Liga NOS, com apenas três golos sofridos. Até ao momento, os vimaranenses somam três
Andraž Šporar marcou dois golos no jogo da época passada em Guimarães
vitórias, duas derrotas e um empate na competição. Depois de se terem estreado na competição com uma derrota diante da Belenenses SAD, os vitorianos empataram diante do Rio Ave FC, alcançando as primeiras vitórias à terceira e quarta jornada, frente a FC Paços de Ferreira e FC Boavista. Depois, seguiu-se o desaire no
ÚLTIMO ONZE DO VITÓRIA SC Bruno Varela Zié Ouattara Easah Suliman Abdul Mumin Gideon Mensah Mikel Agu Denis Poha Jacob Maddox
André André Bruno Duarte
Ricardo Quaresma
dérbi do Minho contra o eterno rival SC Braga, resultado que foi invertido na última ronda, com o conjunto vimaranense a levar a melhor sobre o Gil Vicente FC por 1-2. Nas suas fileiras, a equipa da cidade berço conta com dois nomes bem conhecidos dos Sportinguistas: Miguel Luís e Ricardo Quaresma – o médio
não tem feito parte das escolhas do técnico, mas o extremo de 37 anos apenas não foi titular na primeira jornada, pelo que deverá manter o lugar na partida de sábado. Para este encontro, João Henriques já sabe que não vai poder contar com Jorge Fernandes, defesa-central que recebeu ordem de expulsão no
PEDRO PORRO: “TEMOS DE DAR TUDO POR TUDO PARA VENCER LÁ” Após a estreia a marcar no último jogo frente ao CD Tondela, Pedro Porro olha já para a partida diante do Vitória SC como mais uma oportunidade para os Leões confirmarem em campo o bom momento que a equipa atravessa. “Vivemos para ganhar, temos de dar tudo por tudo para vencer lá. Não temos de pensar em mais nada, apenas jogo a jogo. Acho que, com a confiança com que a equipa está, podemos atingir grandes feitos esta época”, frisou.
jogo diante do SC Braga e foi suspenso por dois jogos. Além dele, também Alhassan Wakaso, Joseph Amoah, Matheus Mascarenhas e Nicolas Tié estão em dúvida por estarem a contas com lesões. Olhando para o histórico de confrontos entre as duas equipas, o Sporting CP leva clara vantagem com 103 vitórias, 25 derrotas e 36 empates, somando ainda 378 golos marcados contra apenas 155 do Vitória SC. A título de curiosidade, no último encontro entre os dois conjuntos, o empate a duas bolas foi o resultado que prevaleceu no final dos 90 minutos. Agendado para as 20h30 de sábado, no Estádio D. Afonso Henriques, este jogo terá transmissão em directo na SPORT TV 1.
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ENTREVISTA PEDRO GONÇALVES
“NO NOSSO BALNEÁRIO, A VEDETA É A EQUIPA” Com cinco golos em seis jogos, Pedro Gonçalves tem sido o jogador em maior destaque do Sporting CP neste arranque da Liga NOS. Em entrevista aos meios de comunicação do Clube, o médio falou sobre a sua relação com o golo, a importância do trabalho diário e o espírito de união vivido no balneário dos Leões Texto: Pedro Ferreira Fotografia: José Lorvão Pedro Gonçalves está a realizar um início de temporada absolutamente fantástico. Depois de chegar a Alvalade oriundo do FC Famalicão, o médio de 22 anos tem encantado os Sportinguistas com exibições de elevada categoria e uma veia goleadora que tem sido decisiva para que os Leões estejam actualmente na liderança isolada da Liga NOS. Depois de se ter estreado a marcar com um bis diante do CD Santa Clara, à quinta jornada, o jovem médio voltou a fazer o gosto ao pé, poucos dias depois, no embate frente ao Gil Vicente FC. Já no último domingo, contra o CD Tondela, Pote, como é apelidado pelos colegas, bisou novamente, um desfecho que, segundo o próprio, se deve ao trabalho de toda a equipa. “Quando se representa um Clube como o Sporting CP, tudo é possível de atingir. Os golos são fruto do trabalho de toda uma equipa, desde o Adán até quem joga mais na frente. Não vivo obcecado pelos golos, mas se a oportunidade surge tento fazê-los. Há que distribuir o mérito por todos. Nenhum destaque individual tem valor se não for suportado pela totalidade de um grupo, e eu sou apenas mais um que tem tido a sorte de conseguir marcar”, começou por dizer, considerando em seguida que tem tido a “felicidade de aparecer nos sítios certos”. De acordo com o jovem jogador, que faz questão de elogiar o espírito de união que se vive no seio do balneário verde e branco, o importante não é quem marca, mas sim a conquista dos três pontos. “Temos um grupo muito forte e coeso, tanto nos bons como nos maus momentos. Temos a consciência de que o caminho é longo e duro. Há muitos jogos para fazer e cada um deles será um teste
“VITÓRIA SC? ADVERSÁRIO TRADICIONALMENTE DIFÍCIL” Após o triunfo diante do CD Tondela, Pedro Gonçalves aponta já baterias para a próxima jornada, frente ao Vitória, e afirma que o objectivo é “o mesmo que em todos os outros jogos”. “Quem veste esta camisola só pode pensar em ganhar. É um adversário tradicionalmente difícil e ainda mais quando joga em casa. Vamos preparar este jogo com a mesma seriedade com que encaramos qualquer outro. Penso que todos confiam em trazer os três pontos. Neste momento há que manter os pés na terra. Concordo com o míster. À sexta jornada ainda ninguém ganhou nada, mas é melhor olhar para baixo e não para cima”.
ao nosso carácter enquanto grupo. Não vou marcar em todos os jogos, mas certamente que alguém o fará e ficarei tão feliz quanto quem fizer os golos, desde que isso signifique a vitória da equipa”, garantiu, considerando que, devido à qualidade dos colegas, ninguém tem presença assegurada no onze. “O plantel tem soluções e qualidade, muita qualidade. Ninguém pode pensar que conquistou um lugar. A titularidade conquista-se todos os dias nos treinos e o grupo sabe disso. Penso que todos nós nos sentimos titulares, porque há sempre a possibilidade de o míster alterar, sem que a equipa perca a sua identidade e a sua atitude”, referiu. Claramente adaptado ao Cube e integrado no seio do plantel, Pedro Gonçalves denota já ter as ideias bem entrosadas com os seus colegas, mas sublinha a responsabilidade que é vestir de Leão ao peito. “Desde muito novo que tenho sentido de responsabilidade, devido à educação que recebi, tanto em casa como nos balneários em que estive e cresci. Ter o privilégio de representar o Sporting CP aumenta e muito a responsabilidade que temos enquanto jogadores e homens. Temos de saber estar dentro de um grupo. Temos de saber ouvir, compreender e respeitar o que nos é dito, seja pelos nossos colegas, seja pela equipa técnica. O conjunto de tudo isso faz de todos melhores jogadores e melhores pessoas”, frisou. Por fim, o internacional sub-21 mostrou-se muito orgulhosos por ter sido, mais do que uma vez, distinguido
como homem do jogo. “É o reconhecimento do trabalho. Não apenas do meu, mas também dos meus companheiros. Dá ânimo para continuar a trabalhar. Já outros receberam as mesmas distinções e no seio do grupo fazemos questão de dizer sempre que os prémios são de todos. No nosso balneário, a vedeta é a equipa e só a pensar assim poderemos pensar em continuar a ganhar. É natural que os adeptos gostem mais de um ou outro jogador, mas todos gostam muito mais do Sporting CP”, rematou.
“JÁ IMAGINEI JOGAR EM ALVALADE COM O ESTÁDIO CHEIO” Apesar do bom arranque de temporada, Pedro Gonçalves não esquece a ausência dos adeptos nas bancadas, visto que apenas pôde contar com o seu apoio no jogo contra o CD Santa Clara. “Todos os jogadores sentem a falta desse carinho e apoio extra. Já houve em alguns jogos, como nos Açores, e o que desejo é que as pessoas voltem. Já muitas vezes imaginei jogar em Alvalade com o estádio cheio. É para os adeptos que jogamos e é a eles que queremos dedicar cada vitória. Estádios vazios não são a mesma coisa”.
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ENTREVISTA JOÃO COUTO
“TEMOS DADO UMA LIÇÃO ATÉ AOS CLUBES ESTRANGEIROS DO QUE É SER UM CLUBE FORMADOR” João Couto é um dos treinadores que melhor conhece o futebol de formação do Sporting CP, e não só. O técnico chegou ao Clube em 2000, viu a Academia nascer e fez parte do percurso de vários nomes que saíram de Alcochete, entre eles Cristiano Ronaldo. Também ele saiu do Sporting CP em 2006, regressando em 2015 e desde o início desta época que é o director-técnico do futebol verde e branco. À conversa com o Jornal Sporting, João Couto falou dos primeiros meses de trabalho e daquilo que foi o passado e é o presente e o futuro do futebol de formação Leonino Texto: Maria Gomes de Andrade Fotografia: Pedro Zenkl Depois de tantos anos como treinador no futebol de formação, agora é director-técnico da Academia. Está a gostar deste trabalho de gabinete ou já está com saudades do campo? Saudades vou ter sempre, sobretudo porque a minha carreira foi muito centrada no treino, mas continuo no campo, agora numa função diferente. Foi uma decisão pensada e sinto que com a minha bagagem – treinei em todos os escalões e estive noutras função fora do Clube – também posso ser útil nesta função e espero conseguir ajudar a formação do Sporting CP a crescer ainda mais.
(Escolas Academia Sporting) e nas AFS (Academias Formação Sporting). A minha responsabilidade é a de unir toda esta estrutura e fazer um trabalho unificado, que é importante para o sucesso da nossa formação.
Para quem não sabe, qual é mesmo a sua função? O que faz na realidade? Sou o responsável por todo o departamento técnico desde a equipa de sub-7 (Pólo EUL) até aos sub-23. Ou seja, sobre mim recai o trabalho de todo os treinadores, de toda a dinâmica e de todo o trabalho que se faz na formação do Sporting CP, que actualmente é diferente da que tínhamos no passado e que começa nas EAS
Este ano temos mais uma equipa sénior com o regresso da equipa B. O que ganhou o Sporting CP com mais esta equipa? Sim, foi uma boa oportunidade que aproveitámos e antecipámos porque, inicialmente, só estava previsto regressar em 2021/2022. Desta forma, conseguimos completar o nosso projecto desportivo com equipas desde a iniciação ao alto rendimento, ganhámos mais um espaço
E porque é que é tão importante unificar o trabalho desde as EAS e AFS até aos sub-23? Porque queremos intervir o mais cedo possível nos nossos jogadores e queremos que evoluam etapa a etapa com as mesmas ideias até chegarem ao futebol sénior e, em particular, à nossa equipa principal.
formativo importante que permite aos jogadores fazerem a passagem para o alto rendimento, que nem sempre é fácil, e permite-nos gerir o fluxo de jogadores de outra forma ao mesmo tempo que lhes acrescentamos valor. Há jogadores que “queimam” prematuramente etapas, e temos bons exemplos na equipa principal, mas há outros que precisam deste trabalho, de mais tempo para crescerem e se afirmarem e a nós cabe-nos ajudá-los. Com a equipa B conseguimos fazer esse trabalho ainda melhor, aliado também à equipa sub-23. Uma das primeiras coisas que o João Couto fez enquanto director-técnico foi mexer no comando técnico de algumas equipas da formação: nos sub-23 entrou Filipe Pedro e a restante equipa técnica, para os sub-17 subiu José João, que estava nos sub-16, e para os sub-16 entrou João Santos. Quais os motivos destas mudanças? Estas mudanças fazem parte do processo. Aproveitámos quase todos os treinadores que tínhamos, mas
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substituímos aqueles que achávamos que devíamos fazê-lo, trouxemos outros que já tinham sido nossos, e que se enriqueceram o nosso espaço formativo com as experiências que tiveram noutras realidades.
“É IMPORTANTE QUE TODOS OS TREINADORES ESTEJAM EM CONSONÂNCIA” E é importante ter o mesmo género de treinadores, com as mesmas ideias de jogo e também os mesmos ideais, em todos os escalões de formação? Além de, claro, identificados com o processo… Sim, e nesse sentido é importante que todos eles sintam que não são treinadores de uma equipa, mas sim treinadores do Sporting CP que hoje podem estar a treinar numa equipa e na próxima temporada estar noutra. O nosso propósito é formar jogadores para a equipa principal com cultura Sporting CP, que tenham a mesma identidade e os mesmos valores e, por isso, o trabalho dos treinadores é fundamental e é importante que todos os técnicos estejam em consonância e alinhados com o nosso objectivo. O João Couto entrou pela primeira vez no Sporting CP em 2000, o que significa que passaram por si vários jogadores, entres eles Cristiano Ronaldo. Nessa altura o processo também era muito centrado no jogador? O contexto era diferente, mas, sim, o processo também era muito centrado no jogador, e também já era mais importante formar jogadores do que ganhar títulos, e isso permitiu-nos ser pioneiros na formação. Além de que também fomos os primeiros a criar boas instalações para a formação, ao contrário dos nossos rivais que só fizeram isso depois. Entretanto saí e não sei o que foi feito, mas sei que agora voltámos a esse modelo, e também melhorámos as condições de trabalho e evoluímos no pensamento, porque o futebol também mudou.
“O NOSSO PRODUTO TEM QUALIDADE E ESTAMOS A APROVEITÁ-LO” O que é que se ganha com um processo assim tão focado no jogador? Ganha-se em colocar um maior número de jogadores, e com qualidade, na equipa principal. O nosso produto – entenda-se, jogador – tem qualidade e estamos a aproveitá-lo e isso vê-se, por exemplo, quando cinco dos 11 titulares da equipa principal são jogadores formados aqui. Ficamos muito satisfeitos com isso porque é sinal de que o trabalho que desenvolvemos, e no qual participam as diversas áreas multidisciplinares, está a ser bem feito. E agora, por causa da pandemia, mudou alguma coisa nesse processo? Mudou, desde logo porque um dos nossos objectivos, o de ter equipas competitivas, não está para já a ser trabalhado, for falta de quadro competitivo no futebol formação devido à situação pandémica. Só os sub-23 e a equipa B é que estão a trabalhar quase normalmente. Mas, como somos resilientes, estamos a ser criativos e a ver como é que podemos dar a volta à esta enorme adversidade, trabalhando o desenvolvimento individual ainda mais ao pormenor e tendo em conta os aspectos técnicos, físicos e psicológicos. Isto tudo, claro, sem contacto porque temos de seguir todas as normas de higiene e segurança e porque estamos preocupados com a saúde pública.
“OS ATLETAS CORREM RISCO DE CONTÁGIO NA ESCOLA…” Mesmo assim, sente que as outras equipas já poderiam estar a trabalhar de outra forma e talvez até a competir? Sim, na medida em que vemos que os atletas correm riscos de contágio, por exemplo, na escola, e porque eles também precisam disto. Mais até do trabalho em equipa, do que competir, mas nós não temos o poder de decisão e temos de seguir as indicações. O desporto faz falta a todos, não só aos atletas, e isto vai ter repercussões no Mundo inteiro, e em particular neles, mas pelo menos nós ainda temos condições para lhes dar algo mais, enquanto que outros não têm e podem vê-los a sair da modalidade. O Sporting CP dá condições, mas o sucesso não depende só do Clube, pelo contrário, depende muito dos jogadores, não é? Que postura é que acha que os atletas devem ter, dentro e fora de campo, para vingarem? Sim, e ter só talento, não chega. O sucesso depende de muitos factores e do trabalho de muita gente, mas sobretudo dos jogadores. Eles chegam aqui como uma espécie de projecto e nós, com o que lhes damos, esperamos que passem para a concretização daquilo que é o produto. Para isso acontecer é preciso trabalhar duramente, ser resiliente, saber ouvir e ser também um homem íntegro, por isso é que nós nos preocupamos também em formar homens, até porque sabemos que muitos deles podem não chegar ao futebol profissional, mas pelo menos serão boas pessoas e terão outras capacidades.
“RONALDO? TENTOU SEMPRE ACRESCENTAR ALGO MAIS E AINDA HOJE CONTINUA A PENSAR NO QUE PODE ACRESCENTAR” Ainda hoje se diz, por exemplo, que o Cristiano Ronaldo é o primeiro a entrar no centro de estágios e o último a sair e fala-se muito nos cuidados que tem com a recuperação… é importante ser assim desde sempre? Sim, mas não há muitos como ele. Ele é um produto genético muito forte que congregou uma série de factores e um deles foi ter tido uma boa formação, além da ambição muito grande que sempre revelou. Quando era treinador dele, ele já me dizia que queria ser o melhor jogador do Mundo. Ou seja, já tinha um nível de ambição muito grande, mas sabia que para o ser tinha de trabalhar todos os dias e mais do que os outros. Aliás, às vezes até me enganava, dizia-me que não tinha feito musculação antes do treino e tinha feito. Ele tentou sempre acrescentar algo mais e ainda hoje continua a pensar naquilo que pode acrescentar. Por isso, aos 35 anos, até pode ter perdido velocidade, mas melhorou noutras coisas. Portanto, não é fácil fazer Cristianos Ronaldo… Não, até porque cada jogador é um jogador diferente, e aquilo que nós queremos também não é fazer Cristianos Ronaldo, ainda que fosse bom fazer cópias dele (risos). Aquilo que nós queremos é fazer defesas, médios e guarda-redes, com a sua própria qualidade e identidade e essa identidade tem de evoluir sozinha e deixar-se ajudar por nós.
“TEMOS ATLETAS QUE NOS FAZEM ACREDITAR QUE ESTAMOS PERANTE JOGADORES DE ELEVADO POTENCIAL” Mas, pelo que vemos, temos muitos jovens jogadores com qualidade e com capacidades para chegar longe… Sim, já os temos na equipa principal, e na formação também temos muitos jogadores com excelentes características que, associadas à dimensão física, psicológica e social, nos fazem acreditar que estamos perante jogadores de elevado potencial. Mas, como já falámos, não basta só ter e ver isso, é preciso trabalhar essas características e convertê-las também numa expressão colectiva. E ter, além disso, noção de que no futebol de alto nível não há espaço para um jogador mediano, um jogador que não tenha um grande nível de compromisso e uma vida saudável.
“O SPORTING CP ESTEVE SEMPRE NA VANGUARDA DA FORMAÇÃO” E, neste momento, parece que também se voltou a falar mais sobre a qualidade da formação do Sporting CP. Isso deve-se à chegada de tantos miúdos à equipa principal ou é também fruto da aposta que se tem feito a todos os níveis? Um dos pilares desta Direcção é a aposta na formação, que passou por melhorar também as condições de trabalho e investir nelas, e isso tem sido muito importante, mas, com maior ou menor expressão, o Sporting CP esteve sempre na vanguarda da formação. Também é normal que ao longo dos anos, com o aparecimento de outras, tenha perdido alguma expressão, porque também houve períodos com menor investimento, mas o Sporting CP sempre teve uma boa formação, mesmo antes de termos Academia – temos o exemplo do Paulo Futre ou do Luís Figo. No entanto, é certo, quando cortam o acesso da formação à equipa principal, a formação até pode ser boa e estar a ser bem feita, mas não há aproveitamento nem escoamento do produto e perdemos muito com isso. Ainda assim, mesmo que seja bom que se fale, o importante é que se trabalhe e que a formação ganhe cada vez mais espaço na equipa principal e seja importante na sustentabilidade do Clube, não é? Claro, isso é o mais importante, ainda que a imagem e a promoção que se faça da Academia e da nossa formação também tenha a sua importância. E, para finalizar, uma vez que é, além de director-técnico, um grande conhecedor da formação em Portugal e em particular da do Sporting CP… porquê escolher a formação do Sporting CP? Porque o Sporting CP tem condições para fazer um bom produto e é, de facto, um Clube formador, que consegue aproveitar os talentos que produz e fazê-los chegar longe. E se formos ver, os jogadores que fazem parte da selecção nacional e que estão espalhados pelos melhores campeonatos europeus, confirmam isso. O Sporting CP tem dado uma lição até aos clubes estrangeiros do que é ser um clube formador e eu, se fosse pai, não teria a menor dúvida de que escolheria o Sporting CP.
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CLUBE HOMENAGEM
ATÉ SEMPRE E OBRIGADO, GOMES RIBEIRO COLABORADOR E COORDENADOR DO DEPARTAMENTO DE RECRUTAMENTO DO SPORTING CP NA ZONA NORTE DO PAÍS, FALECEU AOS 73 ANOS DEPOIS DE 30 A TRABALHAR PARA O CLUBE, NOS QUAIS DESCOBRIU VÁRIOS JOGADORES, ENTRE ELES ADRIEN SILVA Texto: Maria Gomes de Andrade Fotografia: Arquivo
Em 2020 voltou a falar-se muito sobre a formação do Sporting Clube de Portugal, mas o ano tem sido penalizador no que ao desaparecimento de várias figuras ligadas ao Clube e a este projecto, em particular, diz respeito. Em Outubro, o Sporting CP perdeu mais um dos funcionários que tanto deu ao futebol de formação Leonino. António Albano Gomes Ribeiro, mais conhecido por Gomes Ribeiro, faleceu aos 73 anos vítima de doença prolongada e após ter sido infectado com o novo coronavírus. Gomes Ribeiro esteve durante 30 anos ligado ao futebol de formação do Sporting CP, era o coordenador do Departamento de Recrutamento da zona Norte do país e foi o responsável pela chegada de vários jogadores ao Clube, entre eles Adrien Silva. “Morreu uma pessoa fantástica e um homem que nos vai fazer muita falta, em todos os aspectos”, começou por dizer Aurélio Pereira ao Jornal Sporting, referindo: “Conhecia todos os jogadores da zona Norte do país e dava-nos uma grande ajuda na captação. Era, desde há 30 anos, um elemento muito importante na nossa equipa”. Sério, dedicado e rigoroso, “trabalhava como ninguém”. “Ia a todos os torneios importantes e fazia sempre todos os possíveis para falar com os pais dos jogadores e convencê-los a escolherem o Sporting CP. Na fase de nós intervirmos, depois de já termos visto os miúdos a jogar, já não tínhamos de fazer quase nada porque ele já tinha tratado de tudo”, revelou Aurélio Pereira. “Juntamente com o José Carlos, de Ponta de Lima, outro nosso irmão, fazíamos uma equipa de trabalho fantástica”, recordou
Gomes Ribeiro no Estádio José Alvalade
o ‘Senhor Formação’, contando como é que tudo começou: “Conhecemo-nos no primeiro torneio de iniciados e ficámos amigos desde então. Foram muito anos de amizade, além de trabalho em conjunto e com o mesmo objectivo”. Por isso, Aurélio Pereira admitiu que o falecimento de Gomes Ribeiro o deixou muito abalado. “A notícia deixou-me imensamente triste. A última vez que falámos foi em Agosto. Éramos muito amigos e eu tinha uma grande admiração por ele”, disse. Mário Felgueiras, ex-guardião da formação do Sporting CP e actual treinador de guardaredes da AFS de Braga, também tinha “uma grande admiração” por Gomes Ribeiro e “muito respeitinho” por ele, que começou por ser seu treinador
na selecção da AF Viana do Castelo e que foi muito mais do que isso. “Foi, claramente, uma pessoa muito importante na minha carreira e nas decisões que fui tomando”, disse, acrescentando: “Foi ele quem me abriu as portas do Sporting CP e me ajudou a chegar à selecção nacional onde tive oportunidade de mostrar as minhas capacidades e demonstrar aquilo que podia fazer”. A ligação entre ambos começou cedo e durou até ao falecimento de Gomes Ribeiro, alguém que Mário Felgueiras vai sempre recordar com carinho e de forma singular. “Era alto, tinha a voz grossa e uma postura algo autoritária aos nossos olhos, que éramos miúdos, e por isso acabava por nos intimidar (risos).
Tínhamos muito respeitinho por ele”, apontou o guardião que pendurou as luvas na temporada 2018/2019, acrescentando: “Impunha-nos disciplina e respeito, era leal e sério no trabalho que fazia”. “Apesar de sermos muito novos na altura, desde cedo nos preparou para o alto rendimento e para a postura que devíamos ter”, reforçou o ex-jogador do SC Espinho, Portimonense SC, SC Braga, Vitória FC, Rio Ave FC, FC Brasov, CRF Cluj, Konyaspor Kulubu, FC Paços Ferreira e Anarthosis FC. Mário Felgueiras, de 33 anos, que começou a formação no Sport Clube Vianense, coleccionou vários momentos com Gomes Ribeiro, mas não esquece uma história em particular e que acabou por lhe mudar a vida. “O Torneio Lopes da Silva – no qual jogam as selecções de todas as associações de futebol do país – ia disputar-se na mesma altura da minha viagem de finalistas do nono ano e eu, que ainda não tinha decidido que queria fazer do futebol a minha vida, queria ir à viagem. Disse ao meu pai que não estava interessado em ir ao torneio e ele disse-me
que tinha de ser eu a informar o Gomes Ribeiro. O respeito que lhe tinha fez com que andasse três/quatro dias a arrastar a conversa e quando finalmente lhe liguei, não lhe consegui dizer isso (risos). Acabei por ir ao torneio”, contou, atirando de seguida: “E ainda bem. Fui considerado o melhor guardaredes da competição, fui para o Sporting CP, onde já tinha ido treinar anteriormente, e foi a partir daí que fui chamado à selecção nacional”. “Essa história mudou completamente o meu rumo”, referiu Mário Felgueiras, Campeão Europeu de sub-17, que sempre viu em Gomes Ribeiro “um líder que dava oportunidades a quem as provasse merecer” e que sabe, perfeitamente, que não foi só a vida dele que Gomes Ribeiro mudou. “Descobriu muitos jogadores ao longo dos anos, vários devemlhe a carreira que tiveram e que têm, assim como os valores que ele nos incutia e que são tão importantes no futebol como na vida”, finalizou o ex-jogador, lamentando a sua partida: “Vai deixar saudades”. Até sempre e obrigado, Gomes Ribeiro.
José Abreu, Gomes Ribeiro, José Carlos e Aurélio Pereira
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FUTEBOL FEMININO
O FUTEBOL É PARA MENINAS E ELAS PROVAM-NO TODOS OS DIAS PIONEIRO NA FORMAÇÃO DE JOVENS JOGADORES DE FUTEBOL, O SPORTING CP AFIRMA-SE AGORA TAMBÉM COMO FORMADOR DE JOGADORAS DE FUTEBOL. O PROJECTO LEONINO TEM EVOLUÍDO E JÁ COLOCA ATLETAS NA EQUIPA DE SUSANA COVA E ATÉ NA PRINCIPAL SELECÇÃO NACIONAL Texto: Maria Gomes de Andrade Fotografia: Pedro Zenkl
Há várias décadas que a formação do Sporting Clube de Portugal é destaque a nível nacional e internacional, tendo criado nomes como Paulo Futre, Luís Figo ou Cristiano Ronaldo, entre tantos outros mais recentes, e o Clube
pretende, também, ajudar na evolução do futebol feminino e destacar-se na formação de jovens jogadoras de futebol. Com essa perspectiva, o Sporting CP criou de forma pioneira, sobretudo entre os clubes grandes do futebol português, espaço para dar oportunidades às raparigas e fazê-las crescer numa modalidade que ainda é muito vista para ser jogada por homens. O projecto arrancou com apenas uma equipa de juvenis e uma de juniores – que foi campeã logo no primeiro ano –, e neste momento tem já seis, começando no escalão de sub‑11 e terminando na equipa B. Cresceu, portanto, em quantidade e em qualidade e, actualmente, também já se pode dizer que cumpriu o propósito que tem à imagem do futebol masculino: formar jogadoras para a equipa
principal verde e branca, colocando-as também já na selecção principal de Portugal. O trabalho tem vindo a ser feito diariamente no Pólo EUL (Lisboa) – o mesmo complexo desportivo onde trabalham os escalões mais novos do futebol masculino Leonino –, por várias dezenas de raparigas que todos
os dias conciliam a escola com o futebol, e por uma equipa de treinadores e demais técnicos, que parece maior do que na realidade é e que se dedica ao futebol em part-time, após os respectivos empregos. Esforço, dedicação e muitos sacríficos de todos, incluindo dos pais, pela afirmação das mulheres no futebol, uma modalidade que, claramente, também lhes pertence e para a
qual têm demonstrado ter todas as capacidades, além de muita qualidade técnica e táctica. Joana Martins, Neuza Besugo, Andreia Jacinto, Marta Ferreira, Alicia Correia, Mariana Rosa, Inês Gonçalves e Carolina Beckert são exemplos disso mesmo, elas que começaram bem cedo no futebol e que estão há alguns anos no Sporting CP e agora já fazem parte do plantel de Susana Cova. Como elas, tantas outras tentam lá chegar e uma delas é Catarina Potra, que até começou no futebol por acaso. “Costumava jogar à bola com os meus amigos e numa dessas vezes um olheiro do Sporting CP viu-me jogar e perguntoume se queria vir aqui treinar”, contou a guarda-redes ao Jornal Sporting, atirando: “Nunca imaginei. Eu até gostava de
futebol, mas só praticava judo”. Agora, com a oportunidade dada, Catarina Potra tem sabido agarrá-la e aos 15 anos, com três no Clube, depois de uma época que não terminou, mas que foi exigente e na qual jogou frente a equipas masculinas, já faz parte da equipa B e tem os olhos postos na principal. “Esse é o meu grande objectivo, e o de todas as minhas companheiras de equipa.
Todas nós estamos aqui porque gostamos muito de futebol, queremos vingar e chegar à equipa principal do Sporting CP”, disse, acrescentando: “O meu percurso tem sido bom, tenho conseguido aprender e evoluir muito, por isso tudo indica que posso lá chegar, mas tenho de continuar a trabalhar”. “O Sporting CP tem demonstrado que está atento e que nos dá oportunidade se trabalharmos para isso e, ao vermos tantas jogadoras na formação, confirmamos isso mesmo. Por isso, é como disse, tenho de continuar o meu caminho e demonstrar que tenho capacidade para lá chegar e ficar”, justificou a jovem guarda-redes. Ainda assim, Catarina Potra sabe que será difícil roubar
o lugar às actuais guardiãs Leoninas, sobretudo a Patrícia Morais, mas não desiste e “treinar com ela já é um sonho”. “É engraçado porque até dizem que fisicamente somos muito parecidas (risos). Ela é incrível, é o meu maior exemplo e a jogadora que mais admiro. Quando tive a oportunidade de treinar com ela foi muito bom, até porque me ajudou bastante”, referiu orgulhosa, acrescentando com um sorriso: “Se tudo correr como até aqui, esse sonho pode chegar mais cedo do que espero”. “Vou fazer com que isso aconteça”, disse para finalizar antes de voltar ao trabalho individual que estava a fazer, à margem do treino, uma vez que tem estado lesionada.
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ENTREVISTA CAROLINA BECKERT
“O SPORTING CP É UM CLUBE FORMADOR QUE APOSTA NA FORMAÇÃO” Carolina Beckert é uma das várias jogadoras da formação do Sporting CP que já faz parte da equipa de Susana Cova e espreita agora a estreia no Campeonato Nacional, depois de já ter tido a oportunidade de jogar na Taça de Portugal anteriormente. No Clube desde 2016/2017, a defesa assinou contrato profissional esta época e diz-se orgulhosa com a carreira que está a construir Texto: Maria Gomes de Andrade Fotografia: Pedro Zenkl E um exemplo, sente-se? Um exemplo como jogadora não diria, mas pelo percurso que fiz, sim, na medida em que as miúdas que estão na formação podem olhar para mim, e para as outras que também já estão na equipa principal, e verem que podem fazer o mesmo caminho até porque o Sporting CP é um Clube formador que aposta na formação.
A Carolina Beckert chegou ao Sporting CP há quatro anos, vai agora para a sua quinta época e está a começá-la na equipa principal depois de já ter jogado na Taça de Portugal em 2018. Está ansiosa pela estreia no Campeonato Nacional? Sim, depois da Taça de Portugal, falta estrear-me na Liga BPI. Estou preparada e sinto que fiz uma boa pré-temporada, agora espero que apostem em mim para contribuir e ajudar a equipa, que é isso que eu quero sempre.
O que teve de fazer a Carolina Beckert para chegar até aqui? Tive de me dedicar muito e tive de abdicar de muitas coisas, sobretudo da família e dos amigos, e estudar, por exemplo, antes dos jogos. Tive de fazer isso para conciliar as duas coisas e chegar à faculdade que queria, mas acho que valeu tudo a pena.
E como lhe têm corrido estas semanas de trabalho às ordens de Susana Cova? Têm corrido bem. Para ser sincera, vim com poucas expectativas para não colocar demasiada pressão em mim e assim conseguir fazer aquilo que gosto e aquilo que sei, e isso ajudou. Além disso, todas me receberam muito bem. Quando não joga, tem a oportunidade de ir à equipa B para o fazer. Tem sido positivo treinar com “as melhores”, mas ter também a oportunidade de continuar a jogar? Sim. Isso já aconteceu porque me lesionei num pé e no regresso fui à equipa B para ganhar ritmo e assim estar na melhor forma para quando a míster me quiser colocar em campo, mas é positivo porque aquilo que nós queremos sempre é jogar.
“A IDADE NÃO IMPORTA, SÓ O TALENTO” E ver que já outras atletas fizeram o mesmo percurso, de vir da formação para serem aposta na equipa principal, motiva-a? Claro que sim. Primeiro porque, como as conheço há muito tempo e jogámos muito tempo juntas, fico feliz com o sucesso delas, e depois porque é a confirmação de que têm qualidade e que aqui as jovens não são olhadas de outra forma. A idade não importa, só o talento. O facto de ter assinado contrato profissional recentemente também confirma isso mesmo e confirma que o Sporting CP lhe reconhece valor… Sim, e eu já sabia disso. O Sporting CP foi dos primeiros clubes a criar espaço para a formação e a apostar em nós. E, além disso, o projecto tem crescido e ao fim de cinco épocas já há várias jogadoras da formação na equipa principal.
“NUNCA ACHEI QUE ISTO FOSSE POSSÍVEL E ATÉ TINHA RECEIO DE ADMITIR QUE PODERIA CONSEGUIR”
Que significado teve para si esse passo na carreira? Foi muito bom. Na realidade, nunca achei que isto fosse possível e até tinha receio de admitir que poderia conseguir. Apesar de querer muito chegar aqui, nunca consegui dizê-lo em voz alta, nem aos meus pais. O certo é que consegui e que agora estou aqui e, portanto, vou dar o meu melhor. Tinha receio de admitir isso porquê? Porque sei que, apesar de trabalharmos muito, nem todas conseguimos chegar a este nível. A possibilidade de chegar era tão grande como a de não chegar, era um 50-50. E para quem não a conhece, como se define enquanto jogadora? Sou uma central que gosta de construir com a bola no chão, conduzir a bola e fintar, ainda que não o possa fazer muito porque é uma posição de risco, mas, sem dúvida, que gosto de sair para um jogo apoiado. Que diferenças encontramos na Carolina Beckert que chegou ao Sporting CP, no início do projecto do futebol de formação, e na que temos aqui agora? São muitas e visíveis, a nível de jogo, mas também noutros aspectos e que me ajudam noutras situações da vida. Ganhei mais coragem e palavra no balneário e não tenho medo de dizer aquilo que penso. Sente-se uma líder? Nos outros contextos em que estive, fui. Nos juniores e na equipa B fui capitã, na principal… vamos ver. Tenho de ter mais anos de balneário e ganhar o meu espaço, depois logo se vê.
Soube sempre conciliar o futebol e os estudos? Sim, fui sabendo, mas neste momento em que estou no terceiro ano da faculdade [no curso de Gestão] e ainda a fazer algumas disciplinas do segundo ano, estou a dar maior prioridade ao futebol. Antes ainda não sabia bem o que queria da vida, nem tão pouco o curso que pretendia seguir, mas quando percebi que queria estar no futebol a 100 por cento, larguei um pouco a carga da faculdade e as coisas têm corrido ainda melhor. E vai abdicar dos estudos ou isso está fora de questão? Não, não vou. Dedico menos tempo à faculdade, mas não vou abdicar porque ser jogadora de futebol em Portugal não dá estabilidade financeira. Infelizmente, ainda não estamos na fase de arriscar e apostar tudo no futebol, mas as coisas são para ser vividas no momento e para já tenho mais objectivos no futebol do que fora dele. Que objectivos são esses? Ganhar espaço na equipa principal do Sporting CP, eventualmente ser titular quando estiver pronta para isso e quando a equipa precisar de mim, ganhar todos os títulos que disputarmos e regressar à selecção nacional. Já lá estive e não descarto regressar. E há metas inatingíveis ou acredita que, por si só, quem vinga no futebol feminino num país que ainda não lhe dá o devido valor, pode conquistar tudo? Houve momentos em que achei que as coisas eram inatingíveis, mas concordo com isso. Só que como tenho a tendência de pensar nos meus objectivos e não os dizer, prefiro dizer que posso surpreender e depois de atingir os objectivos que tinha já posso dizer quais eram (risos).
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ENTREVISTA MARIANA CABRAL
“O SPORTING CP FOI FUNDAMENTAL PARA O CRESCIMENTO DO FUTEBOL FEMININO EM PORTUGAL” Mariana Cabral é coordenadora-técnica do futebol de formação feminino do Sporting CP desde que o projecto arrancou e é também técnica da equipa B, depois de também já ter treinado em simultâneo a equipa de juniores. A treinadora assistiu, por isso, a toda a evolução do futebol feminino no Clube e, à conversa com o Jornal Sporting, falou desse crescimento e do objectivo cumprido: colocar jogadoras na equipa principal Texto: Maria Gomes de Andrade Fotografia: Pedro Zenkl O futebol de formação feminino começou no Sporting CP em 2016/2017, e a Mariana Cabral também entrou nessa altura. Agora, no início da quinta época, vê muitas diferenças no projecto? Sim, a principal diferença é a dimensão do projecto. Começámos só com duas equipas e tínhamos poucas pessoas envolvidas, mas fomos avaliando tudo e vendo por onde queríamos ir e sempre aumentando o projecto com muita calma. Actualmente, temos seis equipas, o quádruplo de jogadoras e treinadores e acho que o futuro também vai passar por aí. Tem havido evolução e vai, certamente, continuar a haver. Como foi possível, em tão pouco tempo, o projecto evoluir assim tanto? Acho que foi possível porque todo o futebol feminino tem evoluído de uma forma muito rápida com o maior interesse que se gerou por parte de toda a gente – adeptos, equipas e patrocinadores –, e o Sporting CP como foi dos primeiros a apostar, foi sempre dando passos em frente no sentido de criar mais e melhores condições. Portanto, aquilo a que estamos a assistir agora – ver tantas jogadoras a chegar à equipa principal e até à selecção nacional – é fruto do que começámos a fazer há quase cinco anos.
Nesse sentido, percebe-se que o Sporting CP também foi fundamental para o crescimento do futebol feminino português… Sim, não tenho dúvidas nenhumas de que a entrada do Sporting CP foi fundamental para o crescimento do futebol feminino em Portugal e para a expressão que a jovem jogadora portuguesa tem hoje em dia. E não há, de certeza, mais nenhum clube que hoje em dia tenha a quantidade de jogadoras da formação que o Sporting CP tem na equipa principal. E elas não só estão lá, como jogam e algumas até já chegaram à selecção nacional A porque têm qualidade e porque, efectivamente, houve um trabalho de quatro anos muito bom.
“A MAIOR PARTE DOS TREINADORES E DO STAFF TRABALHA AQUI EM PART-TIME” E não sente que no futebol feminino, num país que ainda não lhe dá o valor que merece, é preciso fazer tudo a dobrar ou a triplicar? O esforço, a dedicação… Sim, temos de fazer tudo a dobrar, seguramente, porque, apesar de já haver muito melhores condições, estamos a falar de um projecto que ainda está em crescimento, não
consolidado até ao momento, e a estrutura também tem de evoluir para chegar ao nível da do futebol masculino. Por exemplo, A maior parte dos treinadores e do staff trabalha aqui em part-time e isso não acontece na formação do futebol masculino.
“OS IDEAIS DO SPORTING CP NO MASCULINO E NO FEMININO SÃO OS MESMOS” A própria Mariana Cabral não é só treinadora e coordenadora… Não, porque na formação temos de ser mais algumas coisas – professoras, psicólogas, amigas, etc. Aqui o nosso foco tem de estar mais nas jogadoras do que propriamente no rendimento, porque estamos a falar de jovens que ainda têm um longo processo pela frente, que têm de crescer, evoluir, bater com a cabeça e chorar. Por isso, nós acabamos por estar aqui não só para os treinos e para os jogos, mas também para lhes dar apoio emocional e fazer com que não haja só um crescimento dentro de campo, mas também fora dele… até porque nem todas serão profissionais de futebol.
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A ideia deste projecto foi sempre ser semelhante ao do futebol masculino do Sporting CP, ou seja: apostar nas miúdas para as fazer chegar à equipa principal? Sim, os ideais do Sporting CP no masculino e no feminino são os mesmos. E já se nota esse trabalho. Têm sido várias as miúdas que têm assinado contrato profissional e que têm chegado à principal. O que sente ao vê-las darem esses passos? Dever cumprido? Claro, para mim e para todos nós que trabalhamos aqui, isso é um motivo de orgulho porque o nosso objectivo é esse mesmo. Por vezes, é difícil para o ‘adepto normal’ perceber que na formação não são os títulos que interessam, ainda que saibamos que temos de lutar por eles, mas o nosso trabalho é fazer evoluir as jogadoras para chegarem preparadas à equipa principal. E isso é muito melhor do que ganhar qualquer troféu, sem dúvida alguma.
“AS JOGADORAS PORTUGUESAS TÊM MUITA QUALIDADE” Isso também tem sido possível dada a qualidade das atletas, não é? Sem dúvida alguma que sim, e mesmo em comparação com outras nacionalidades, as jogadoras portuguesas têm muita qualidade e sobretudo as mais jovens porque agora têm formação do início ao fim, o que não acontecia no tempo em que eu jogava. Elas só precisam é de melhores condições de treino, mais clubes e maior competitividade e quanto mais apostarmos nisso mais jogadoras e com maior qualidade teremos. Por isso, não tenho dúvidas de que teremos um papel importante na evolução do futebol feminino e no que às selecções diz respeito.
“HAVIA PRECONCEITO COM AS RAPARIGAS NO FUTEBOL E HOJE JÁ NÃO EXISTE ESSE OLHAR ANTIQUADO” Falou do tempo em que foi jogadora, e nem é preciso ser especialista para ver que há várias mudanças a apontar. Uma dessas mudanças é, neste momento, existir um recrutamento que antes não havia e uma aceitação dos pais que também era muito diferente? Sim, notamos que agora há muito mais miúdas a quererem jogar e que os próprios pais também gostam que elas joguem e inclusive incentivam-nas a fazê-lo. E isso é bom. No meu tempo, muito pela nossa cultura, havia um maior preconceito com as raparigas no futebol porque, se calhar, era mais comum vê-las no voleibol ou noutras modalidades supostamente mais femininas, mas hoje em dia já não existe esse olhar antiquado e isso ajudou ao crescimento do futebol feminino. Por isso é que actualmente no Sporting CP também temos equipas de benjamins e infantis e é óptimo porque elas precisam de mais anos de prática, que não havia antes e isso fazia com que se perdesse uma fase de ouro da formação.
“VAI SER MUITO DIFÍCIL MITIGAR AS CONSEQUÊNCIAS DA PARAGEM E DA PANDEMIA” E não teme que agora esta paragem forçada as prejudique tanto física como psicologicamente e que haja uma
regressão no processo de evolução a que estávamos a assistir? Na minha opinião, a regressão já está a verificar-se. Claro que todo o futebol sentirá consequências da paragem e desta pandemia, mas o futebol feminino sentirá ainda mais porque estava em crescimento e porque precisa, de facto, de mais atenção e de mais apoios do que o masculino. Isto criou muitos problemas para todos, vai ser muito difícil mitigar as consequências disto e não há nenhuma formula mágica. O que fez o Sporting CP e como é que se adaptou para que essa evolução, assim como a das jogadoras, não seja prejudicada? Durante a paragem fizemos treinos por Zoom e no regresso readaptámos os trabalhos. Só a equipa B é que, por participar numa competição sénior, pode treinar normalmente, mas seguindo todos os cuidados que todos temos de ter – higienização das mãos, medição da temperatura e distanciamento nos balneários e espaços fechados –, mas as restantes equipas treinam com distância entre as jogadoras e fazem um treino quase individual. Isso tem-nos obrigado a ser criativos, de formar a criarmos estímulos para o desenvolvimento delas, e acho que tem sido conseguido.
“UM ESTUDO DA FPF COMPROVA QUE OS CONTACTOS EM CAMPO SÃO DE BAIXÍSSIMO RISCO” E como tem sido para elas, treinar e não competir? Tem sido difícil, claro. Seja no futebol feminino ou no masculino, o que todos querem sempre é jogar. Todos gostam de treinar, mas o treino é sempre algo que nos leva ao jogo, ao momento competitivo, e é impossível replicar isso. Elas têm sentido isso e têm saudades de jogar, mas sabem que neste momento tem de ser assim, temos de cumprir as indicações do Governo, da Direcção-geral da Saúde e da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e esperar que isto mude em breve. No entanto, uma vez que os seniores já jogam, não acha que estava na altura de os mais novos também regressarem? Apesar do número de infectados estar a subir muito… Sim, e saiu recentemente um estudo da Portugal Football School da FPF que comprova que os contactos em campo são de baixíssimo risco, mas neste momento temos de aceitar o que nos impõem. São estas as orientações que temos. É esperar, pelo menos, que os treinos possam ser diferentes porque para os jogos sabemos que ainda vamos ter de esperar mais.
“SENTADAS NO BANCO NÃO EVOLUEM” E estes entraves todos alteram os objectivos do futebol de formação feminino do Sporting CP ou não? Não, os objectivos mantêm-se, mas sabemos que, provavelmente, o trabalho de evolução de algumas jogadoras não vai ser aquele que nós ambicionávamos porque estamos a falar de uma geração que não vai ter jogos e o momento competitivo faz muita falta no crescimento delas. Aquilo que temos tentado fazer, dentro do possível, é criar algumas estratégias para que as jogadoras que estão identificadas como tendo um maior potencial de crescimento possam, por exemplo, treinar com a equipa B ou integrar alguns dos jogos e isso já mitiga alguns problemas.
E algumas até com a equipa principal… Sim, isso também acontece porque há um enorme trabalho de proximidade entre todas as equipas da formação e também entre a equipa B e a principal. Eu e a professora Susana Cova falamos diariamente sobre as jogadoras para que possamos enquadrá-las da melhor maneira de forma a potenciar a sua evolução. Por isso, fazemos vários jogos entre as equipas principal e B e, semanalmente, também há jogadoras da equipa B que vão treinar com principal e também há jogadoras da equipa principal que jogam na B para manterem o ritmo competitivo, porque estamos a falar de jovens e elas precisam de jogar para evoluir. Sentadas no banco não evoluem. Felizmente, na nossa formação temos um foco muito grande na jogadora e, portanto, as equipas não são um fim, mas sim um meio que permite o crescimento delas. Para finalizar, e uma vez que é treinadora da equipa B, que é a única, a par da principal, que está a competir, quais são os objectivos para esta época algo estranha? Como disse, e bem, é uma época algo estranha, mas dentro das dificuldades que já sabemos que existem, o que estamos a fazer é focar-nos nas soluções. Por isso, arranjámos algumas estratégias para lhes criar mais dificuldades e maiores possibilidades de evolução – como jogos durante a semana contra rapazes –; introduzimos um novo sistema e implementámos novas formas de atacar e de defender de forma a obrigá-las a passar por novas experiências e para as obrigar a pensar e a estarem desconfortáveis dentro de outros papéis, com o objectivo de se tornarem jogadoras mais preparadas para o futuro. E, além da intenção de as continuarmos a formar, e elas sabem disso, também temos como meta terminar a época em primeiro lugar porque no Sporting CP tem de haver sempre esse objectivo máximo. E o facto do campeonato no qual a equipa B compete ter sofrido alterações, e perder algumas das melhores equipas, não veio também penalizar a evolução delas? É verdade que se perdeu alguma competitividade na II Divisão, sim, porque houve mais equipas a subir à Liga BPI do que era normal, mas sabemos que na segunda fase do campeonato, quando já jogarmos contra as equipas teoricamente mais fortes, incluindo as equipas da região Norte, as quais não defrontámos na primeira fase, isso já nos irá trazer novos estímulos competitivos.
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MODALIDADES VOLEIBOL
OPINIÃO
ENTRADA DE LEÃO CAMINHO
Pedro Almeida Cabral
Deste campeonato, levamos até agora bons jogos e um futebol consistente, traduzidos em cinco vitórias e apenas um empate, contra o FC Porto. Mas estes dois últimos jogos deixam um sabor especial. Pela entrega, pelo jogo construído e pelo fito permanente na vitória, prometem mais. Contra o Gil Vicente FC, ganhámos por três golos contra um. Não foi fácil. Linhas subidas e pressão constante cortaram as nossas linhas de passe e aprisionaram a construção Leonina. Por mais que tentasse, o Sporting CP embatia no muro gilista. Os passes não saíam, o ataque não carburava e o adepto desesperava. Na segunda parte, a mesma história. E, devido a uma má cobertura defensiva, num lance inesperado de bola parada, o Gil Vicente FC marcou o seu tento. Com as entradas de Daniel Bragança, Šporar e Tiago Tomás, o Sporting CP começou finalmente a chegar com perigo à baliza adversária. Havia de ser Šporar a marcar de cabeça numa sobra o golo do empate e, depois, Daniel Bragança numa assistência de antologia a oferecer o golo ao letal Tiago Tomás. Tudo simples, tudo eficaz, tudo certeiro. Pote fechou a
VOLEIBOL VENCE ALEMÃES DO HG GIESEN E ESTÁ COM UM PÉ NOS OITAVOS-DE-FINAL DA CEV CHALLENGE CUP contagem com um remate bem colocado. No domingo, a equipa subiu de rendimento e espalhou perfume em Alvalade. Naquele que foi, provavelmente, o melhor jogo do Sporting CP em 2020, o futebol Leonino estendeu-se em todo o campo de jogo com inúmeras jogadas de ataque. Muitas mereciam melhor sorte, pois os quatro golos sem resposta são pouco aproveitamento para tanta produção. As estatísticas não mentem: 26 remates à baliza do Sporting CP contra apenas três do CD Tondela. Pote encantou com dois golos oportunos. De realçar um deles com o seu pior pé, o esquerdo, comprovando que, como ensinava Gabriel Alves, Pote pode marcar com o pé que estiver mais à mão. Claro que João Mário a titular dá outra consistência à equipa e isso notou-se. Porro também marcou, num portentoso remate de primeira de dentro da área. Mas nem só de golos vive o Leão. Palhinha é, cada vez mais, um’ monstro’ no meiocampo, desarmadilhando opositores com confiança. E, Šporar, que marcou o último golo, fez uma exibição superlativa, com a assistência para o segundo golo e movimentações permanentes. Estas duas vitórias são apenas duas vitórias. Rúben Amorim cada vez mais se mostra sensível às dinâmicas do plantel e ao jogo jogado, sempre sem abdicar do seu modelo, que parece cada vez mais afinado. Jogo a jogo, adversário a adversário, o Sporting CP vai fazendo o seu caminho.
Texto: Pedro Ferreira Fotografia: José Lorvão
A equipa de voleibol do Sporting Clube de Portugal entrou com o pé direito na edição 2020/2021 da CEV Challenge Cup, estreando-se com um triunfo categórico diante do HG Giesen, actual oitavo classificado da liga alemã, por 3-0. Em jogo referente à primeira mão dos dezasseis-avos-de-final, os Leões demonstraram desde cedo querer agarrar a vitória com unhas e dentes, entrando com tudo e alcançando uma vantagem de 6-0. Nos minutos que se seguiram, o HG Giesen conseguiu entrar no encontro, mas os comandados de Gersinho foram sempre superiores e acabaram por
vencer o primeiro set por 25-20. No segundo set, assistiu-se a um jogo mais equilibrado, com a equipa alemã a ser a primeira a pontuar e a conseguir ombrear com o Sporting CP. Ainda assim, este cenário acabaria por ser invertido a partir do 14-13 no marcador visto que, daqui em diante, os Leões estiveram sempre na frente, aproveitando alguns erros do adversário para consumar o triunfo em 25-22. No terceiro e último set, o Sporting CP voltou a entrar mais forte, segurando sempre a vantagem por, pelo menos, três pontos de distância. Apesar disso, a formação de Alvalade acabou por deixar que o HG
Giesen recuperasse algum terreno já na recta final, alcançando a vitória quando os alemães se aproximavam cada vez mais no marcador (25-23). Do lado do conjunto verde e branco, destaque para Paulo Víctor, que foi o melhor pontuador da partida com 13 pontos, assim como para Renan da Purificação, jogador que assinou uma exibição de encher o olho em todos os capítulos. Com este resultado, a equipa de Gersinho está em boa posição para garantir a passagem aos oitavos-de-final da prova, deslocando-se à Alemanha, no dia 10 de Novembro, para disputar a segunda mão da eliminatória.
Leões jogam a segunda mão no dia 10 de Novembro, na Alemanha
3 de Novembro de 2020 | CEV Challenge Cup – dezasseis-avos-de-final – 1.ª mão | Pavilhão João Rocha
SPORTING CP
3-0
HG GIESEN
(25-20, 25-22, 25-23)
Sporting CP: Bruno Alves (1), Victor Hugo (6), Hélio Sanches (3), Paulo Víctor (13), Robinson Dvoranen (6), Renan da Purificação (7), Miguel Maia [C], Hugo Vinha, Gil Meireles [L], João Fidalgo [L], Éder Levi, André Saliba, José Rojas, José Carlos Vinha. Treinador: Gersinho.
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MODALIDADES BASQUETEBOL
OPINIÃO
PASSO A PASSO…
Juvenal Carvalho
O bom início da nossa equipa de futebol tem devolvido aquilo que andava, infelizmente, arredio em cada um de nós. Sente-se de novo que existe esperança e que, nas inúmeras tertúlias Leoninas, se fala de futebol com muito mais alegria. Com aquela esperança tão peculiar e alusiva à nossa cor, o verde, que é imagem de marca centenária do nosso emblema. Sei que a procissão ainda está a sair do adro, sei até que a época será longa, e que este ano, levado por esta pandemia que nos bateu à porta sem querer partir, muito poderá até ser desvirtuado pelos inúmeros surtos que assolam os atletas, e que ao Sporting CP, por exemplo, até já lhe possa ter custado, sobretudo pelas ausências de peso nos jogos que efectuou, o possível acesso à fase de grupos da Liga Europa. Não sou de partos prematuros, porque como já referi tudo está ainda muito embrionário. Decorridas estão apenas seis jornadas. Uma coisa é certa desde o início… sente-se uma boa auréola em torno do grupo de Rúben Amorim, que a cada dia vai convencendo até os mais cépticos, com a equipa a jogar com uma alegria contagiante. Um conjunto de aquisições bem conseguidas como Adán, Nuno Santos, Pote, Feddal e Porro, que têm
sido escolhas regulares no onze, aliado aos regressos de João Mário e Palhinha, que acrescentaram “perfume” e qualidade ao meiocampo do Sporting CP, bem como ao lançamento de muitas crias do Leão vindas da formação, como Daniel Bragança – também ele regressado de um empréstimo, Nuno Mendes, Matheus Nunes, Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Tiago Tomás e Joelson Fernandes, que estão na antecâmara do sucesso e que na época passada andavam ainda pelos sub23, são elucidativos de que a aposta na juventude, complementada com jogadores já de créditos firmados, tem dado uma mistura explosiva e um cocktail de esperança no futuro. Como escrevi no título desta coluna de opinião, e apesar da muita água que ainda irá correr por debaixo das pontes, uma coisa é óbvia até ao momento. Temos o direito à esperança no tal passo a passo. A pressão de jogar no Sporting CP é sempre positiva. Roma e Pavia, como naquele velho ditado, não se fizeram num dia. Sabemos até que os rivais principais têm orçamentos muito mais altos, e que não será num qualquer golpe de magia que as coisas acontecem. Como dizia com a sua imensa sabedoria o professor Mário Moniz Pereira, ter sorte dá muito trabalho. E é indubitável que se vê trabalho e alegria para almejarmos a tal “sorte”, além de uma perceptível fome de conquista. No próximo sábado será em Guimarães, e espera-nos mais uma “batalha” dura. A receita terá de ser a mesma. Trabalho e foco. Ambas, acredito, nos guindarão às alegrias. Bem precisamos!
E VÃO QUATRO! NUMA TARDE COM TRIPLOS PARA TODOS OS GOSTOS, O SPORTING CP DERROTOU O IMORTAL BASKET COM A MAIOR PONTUAÇÃO DA TEMPORADA, CONTINUANDO INVICTO NA LIGA PLACARD Texto: Pedro Ferreira Fotografia: José Lorvão
A equipa de basquetebol do Sporting Clube de Portugal recebeu e venceu, na passada terça-feira, o Imortal Basket por 101-72. Inicialmente agendado para a última sexta-feira, o encontro da quarta jornada da Liga Placard tinha sido adiado devido às limitações impostas pelo Governo entre os dias 30 de Outubro e 3 de Novembro. Diante do sexto classificado da competição, os Leões entraram a todo o gás na partida, com João Fernandes a encestar dois triplos consecutivos e a dar corpo ao excelente arranque do conjunto de Alvalade. Contando ainda com Travante Williams (12 pontos) em destaque da zona de três pontos e John Fields (13 pontos) em evidência nas áreas próximas do cesto, os comandados de Luís Magalhães terminaram o primeiro quarto a vencer por 20 pontos de diferença (34-14). No segundo quarto, o técnico Leonino apostou nas entradas de Diogo Ventura, Cláudio Fonseca e Pedro Catarino, e a formação verde e branca, apesar de ter continuado por cima, mostrou-se menos eficaz na hora de atirar ao cesto. Mesmo com o Imortal Basket a começar a crescer no jogo, os homens da casa adiantaram-se ainda mais no marcador e desceram aos balneários a vencer por 29 pontos de vantagem (61-32). No regresso para a segunda
Travante Williams foi o melhor marcador da partida 23 pontos
parte, a equipa visitante foi a primeira a marcar e conseguiu, pela primeira vez na partida, roubar algum protagonismo ao Sporting CP. Contando com o forte contributo do ex-Leão Ty Toney (18 pontos), a turma liderada pelo técnico Luís Modesto conseguiu reduzir a vantagem para 24 pontos (81-57) à entrada para o quarto decisivo. No último parcial do encontro, os Leões voltaram a ser mais fortes, apesar de terem diminuído a intensidade de jogo, permitido algumas
recuperações de bola por parte do adversário. Apesar disso, a larga vantagem verde e branca nunca esteve em cheque, com o Sporting CP a controlar até ao último soar da campainha, garantindo uma vitória expressiva por 101-72. Quanto às figuras do encontro, destaque para os norteamericanos Travante Williams (23) e John Fields (19), com 23 e 19 pontos, respectivamente, e o português João Fernandes, autor de uma excelente exibição e de 17 pontos.
3 de Novembro de 2020 | Liga Placard – Fase regular – 4.ª jornada | Pavilhão João Rocha
SPORTING CP
101 - 72
IMORTAL BASKET
(34-14, 27-18, 20-25, 20-15)
Sporting CP: Travante Williams (23), Francisco Amiel, John Fields (19), Jorge Embaló, Shakir Smith (1), Diogo Ventura (7), João Fernandes (17), Cláudio Fonseca (12), Diogo Araújo (5), Pedro Catarino (3), Jalen Henry (6), James Ellisor (8). Treinador: Luís Magalhães.
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MODALIDADES VOLEIBOL
BASQUETEBOL
GERSINHO: “VAMOS TER TRÊS JOGOS EM CINCO DIAS”
CLÁUDIO FONSECA: “SABEMOS QUE VAI SER UM JOGO DURO”
ANTES DA DESLOCAÇÃO À ALEMANHA, A EQUIPA DE VOLEIBOL VAI TER PELA FRENTE VITÓRIA SC E CLUBE K EM MAIS UMA JORNADA DUPLA
BASQUETEBOL RECEBE O VITÓRIA SC NO SÁBADO PARA MAIS UMA JORNADA DA LIGA PLACARD
Texto: Pedro Ferreira Fotografia: José Lorvão
Após a entrada com o pé direito na CEV Challenge Cup, a equipa de voleibol do Sporting Clube de Portugal está de regresso ao Campeonato Honda para disputar nova jornada dupla já no próximo fim-desemana. No sábado, os Leões deslocam-se a casa do Vitória SC (18h00), em jogo referente à 12.ª jornada, recebendo no domingo o Clube K, num encontro da segunda ronda que tinha sido adiado (14h00). Na antevisão das duas partidas, o treinador dos Leões, Gersinho, considerou que a turma de Alvalade tem de ter
uma entrada forte diante dos vimaranenses para chegar na máxima força ao embate com o conjunto açoriano. “O Vitória SC montou uma equipa com atletas jovens, alguns brasileiros e outros estrangeiros. É uma formação que arrisca mais porque tem outros objectivos na competição. É um jogo no qual temos de entrar bem porque eles têm feito bons jogos contra adversários fortes. Temos de nos preparar bem, estar focados e conquistar a vitória para depois voltarmos a Lisboa para jogarmos em casa com o Clube K”, começou
por dizer, recordando depois a viagem à Alemanha para disputar a segunda mão dos dezasseis-avos-de-final da CEV Challenge Cup na terça-feira. “Temos de preparar de forma adequada os jogadores e pensar bem nos microciclos para que eles não cheguem cansados ao objectivo principal da semana. Vamos ter três jogos em cinco dias, portanto temos de planear os treinos para não criar desgaste. Além disso, é preciso ter atenção à questão mental porque vai ser um fim-desemana duro”, referiu.
Texto: Pedro Ferreira Fotografia: José Lorvão
Confirmado o triunfo diante do Imortal Basket na passada terça-feira, a equipa de basquetebol do Sporting CP está agora focada na recepção ao Vitória SC, no sábado, em jogo referente à sexta jornada da Liga Placard (18h00). Na antevisão da partida, o poste dos Leões, Cláudio Fonseca, deixou elogios ao adversário e apontou a estratégia que os comandados de Luís Magalhães devem
seguir para alcançarem a vitória. “Sabemos que vai ser um jogo duro, o Vitória SC é uma boa equipa. Têm qualidade ofensiva e vão lutar até ao último minuto. Temos de estar preparados para impor um ritmo defensivo muito alto desde o primeiro minuto. É uma equipa que carrega bastante no ressalto ofensivo, e que pode jogar com um ritmo muito alto”, considerou.
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MODALIDADES ATLETISMO
PATRÍCIA MAMONA AGRADECE AOS PARCEIROS LEONINOS A TRIPLISTA FOI A ATLETA ESCOLHIDA PARA O VÍDEO DE BOAS-VINDAS DO ATLETISMO À NOVA ÉPOCA, QUE TODAS AS MODALIDADES DO SPORTING CP PRODUZIRAM, NO QUAL SE DÃO A CONHECER E PROMOVEM OS PARCEIROS DO CLUBE PARA MAIS UMA TEMPORADA DESPORTIVA Texto: Maria Gomes de Andrade Fotografia: José Lorvão
Três, dois, um… Patrícia Mamona em acção, não para saltar em busca de mais um recorde e uma medalha, mas sim para gravar o vídeo de boas-vindas à nova época, uma iniciativa que tem também como objectivo agradecer o apoio aos parceiros do Clube, no caso do atletismo a Agriloja e a Macron. da responsabilidade dos departamentos comercial e de marketing do Sporting CP e da produtora Garage Films, tiveram lugar no Centro de Alto Rendimento do Jamor, na Cruz Quebrada, na sexta-feira passada e correram “muito bem”. “Não foi um trabalho nada difícil, nem exigente, foi uma sessão de apenas 40 minutos e com algumas falas. Foi divertido. É sempre um momento diferente, que foge à nossa rotina normal, mas os atletas com mais mediatismo já estão habituados”, disse a atleta verde e branca ao Jornal Sporting. Habituada a estes desafios, Patrícia Mamona sente-se bem no papel de ‘modelo’ e sabe da importância de participar nestas acções. “Sinto-me bem porque para mim é um orgulho que reconheçam o meu trabalho e ser uma atleta que inspira outras pessoas”, disse, acrescentando: “Temos de saber ser gratos aos nossos patrocinadores porque eles permitem-nos ter um Clube capaz de nos dar condições para alcançarmos bons resultados”.
Bons resultados que Patrícia Mamona espera ter na próxima temporada e que tem vindo a preparar nos últimos meses, após uma paragem forçada devido à pandemia. “A preparação está a correr bem. Como a época passada foi mais curta, tive um tempo extra para trabalhar para os próximos Jogos Olímpicos (JO) e comecei a pré-temporada mais cedo para afinar a ‘máquina’ e corrigir erros. Penso que estou no bom caminho, mas só com o decorrer das competições é que poderei confirmar se o trabalho que estou a fazer é o melhor para alcançar as boas marcas e os recordes pessoais que tanto quero”, disse. Nesse sentido, a atleta do triplo salto está ansiosa para que a temporada comece, mas, numa altura em que o novo coronavírus ainda não deu tréguas, Patrícia Mamona deseja sobretudo que as provas possam realizar-se e em segurança, apontando os JO como o grande objectivo. “Neste momento é ainda tudo muito incerto, por isso acho que temos de nos focar no agora e não tanto no futuro, porque é isso que nos vai dar resultados, mas espero que os Jogos Olímpicos sejam disputados, que é o meu grande objectivo, assim como a realização de outras provas internacionais importantes”, comentou, atirando ainda: “E uma vacina que nos permita viver esses momentos com confiança e em segurança”.
AF SPORTING NOVOS EQUIPAMENTOS 3F JORNAL SCP MEIA 4EQUIP.pdf
EQUIPAMENTOS OFICIAIS 20/21 À VENDA NA LOJA VERDE
Meia Pag Jornal SCP Camisola Jordão.pdf
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ENTREVISTA PEDRO AZEVEDO
“HÁ MUITO QUE DEFENDO A DIVULGAÇÃO DO ÁUDIO DO VAR” Pedro Azevedo é um dos comentadores do Raio-X Sporting, o novo programa da Sporting TV que analisa ao pormenor a actualidade verde e branca. Em entrevista exclusiva ao Jornal Sporting, o ex-árbitro deu a conhecer um pouco do seu percurso desportivo e abordou ainda o estado actual da arbitragem nacional, a utilização do VAR e as soluções imediatas para minimizar os erros dos juízes de campo Texto: Pedro Ferreira Fotografia: Mário Vasa Quem é Pedro Azevedo? Sou licenciado em economia e depois fiz um mestrado executivo em direcção comercial. Trabalhei inicialmente em marcas líder de grande consumo, tendo há cerca de quatro anos mudado para o mundo das fintechs, inicialmente como manager para o sul da Europa, e agora como international business developer na área de eCommerce. Tudo isto sempre em paralelo com a arbitragem. Teve uma carreira de 20 anos na arbitragem. Qual o seu percurso no desporto? Sempre fui apaixonado pelo futebol e comecei por jogar futsal em vários clubes locais. No entanto, a vontade de jogar superava em muito a capacidade técnica e tive a felicidade de receber um convite para tirar o curso de árbitro. Apesar de inicialmente a ideia não me ter agradado muito, acabei por me apaixonar pela arbitragem e, olhando para trás, fica um enorme sentimento de gratidão e reconhecimento a todos os que me acompanharam neste trajecto – principalmente aos meus pais que sempre me apoiaram – por todos estes anos fantásticos. Após completar o curso com 17 anos, comecei como
árbitro assistente nas distritais da Associação de Futebol de Setúbal (AFS), tendo no início da época seguinte recebido um convite para as mesmas funções, mas nos escalões nacionais. Na terceira época decidi formar equipa como árbitro, começando nas distritais onde adquiri competências e experiência que me permitiram subir e ficar nos escalões nacionais por vários anos, até ter sido tomada a decisão de acabar com a 3.ª Divisão. Antes de terminar, ainda fiz uma época como árbitro assistente na 2.ª categoria nacional. Foram muitos anos a representar com grande orgulho e sentido de responsabilidade a AFS e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Alguns anos volvidos, decidi tirar o curso de observador de modo a continuar ligado ao futebol e à arbitragem, mas a função não me entusiasmou particularmente. Porque decidiu aceitar o convite para fazer parte do painel do Raio-X Sporting? Honestamente, estar na televisão foi algo que nunca procurei. A forma como o convite me foi endereçado para poder participar, numa perspectiva pedagógica e inserida num programa relacionado com arbitragem e futebol, foi decisiva.
Qual o seu papel no programa? A minha função passa por analisar os principais lances de cada jogo dando a minha opinião fundamentada, quer nas leis de jogo, quer na experiência adquirida ao longo de muitos anos de arbitragem, tentando esclarecer quem acompanha o Raio-X sobre os critérios utilizados na avaliação de cada decisão. Qual a importância deste programa no panorama actual do futebol português? Como em tudo, o conhecimento é importante para se construir uma opinião informada. Transportando esse conceito para o futebol, para se poder comentar as decisões de arbitragem é importante perceber os fundamentos para essa tomada de decisão. O Raio-X vai procurar contribuir para esse esclarecimento. Qual o balanço que faz desde a implementação do videoárbitro (VAR)? O VAR tem como objectivo trazer maior verdade ao futebol e, independentemente dos erros que ocorreram até à data, creio que isso aconteceu. Sem dúvida que há muito a melhorar, muito trabalho a desenvolver, mas
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com tempo acredito que o VAR vai provar ser uma ferramenta importante de suporte para as equipas de arbitragem e um importante aliado para uma maior verdade desportiva. É importante referir que o VAR nunca vai eliminar o erro na totalidade, mas ajuda em muitas situações. O protocolo do VAR devia sofrer alterações? Não. Na minha opinião o protocolo é claro. O que se torna urgente é impor a sua utilização de forma uniforme e criteriosa. Não me refiro somente a Portugal, basta olhar para outros campeonatos para se perceber que não é um tema só nosso. Talvez não se dê tanto destaque noutros campeonatos, como o inglês, porque a cultura desportiva é completamente diferente.
“VAR TEM COMO OBJECTIVO TRAZER MAIOR VERDADE AO FUTEBOL E, INDEPENDENTEMENTE DOS ERROS QUE OCORRERAM ATÉ À DATA, CREIO QUE ISSO ACONTECEU” Como descreve o estado actual da arbitragem nacional? Estamos a passar por uma fase de renovação de quadros. Recentemente perdemos árbitros conceituados como Pedro Proença, Olegário Benquerença, Duarte Gomes ou Jorge Sousa, e estão a aparecer novos árbitros que, Jornal here_24,8x16.pdf 31/08/20 talvez peloPubfacto deSCP_Wash terem queimado etapas,1cometem
por vezes alguns erros. Ainda assim, esta nova geração tem bons valores, com muito potencial. À semelhança dos jogadores e treinadores no início da sua etapa profissional, precisam de algum tempo e tranquilidade para poderem crescer e estabelecer-se. Por outro lado, como em todas as profissões, há pessoas com maior ou menor competência, pelo que resta esperar que os menos capazes possam ser substituídos por árbitros com mais valor.
“INFELIZMENTE, OS ERROS VÃO SEMPRE ACONTECER. É ALGO INTRÍNSECO AO JOGO” Quais as soluções imediatas para combater os erros de arbitragem? Não há uma fórmula mágica. Infelizmente, os erros vão sempre acontecer. É algo intrínseco ao jogo. Acontecem erros dos árbitros como acontecem erros de jogadores, treinadores ou dirigentes. Agora, é um facto que é preciso trabalhar para que os erros de arbitragem diminuam. Na minha opinião, seria importante que todos os intervenientes do futebol se sentassem e abordassem este tema numa perspectiva construtiva porque quanto maior for o ruído, maior é a pressão sobre o árbitro. Da parte da estrutura da arbitragem também julgo que deveria haver uma comunicação mais frequente, aberta e transparente: porque não ter alguém a interpretar os principais lances de cada jornada? Alguém que explicasse o racional por trás das decisões. Não eliminaria o erro cometido, mas permitiria ao público ter outra perspectiva em relação ao mesmo. Contribuiria 12:12 para, aos poucos, mudar a cultura desportiva.
A divulgação do áudio do VAR pode ser uma boa solução? Sem dúvida! Há muito que defendo essa medida. Creio que a divulgação do áudio seria muito positiva, até para os árbitros, pois contribuiria para que todos percebessem o racional por trás de cada decisão, assim como a dificuldade na análise dos lances e as dúvidas que os mesmos levantam. Acredito que a atitude de muitos dos que assistem aos jogos mudaria um pouco. Considera que o Sporting CP tem sido prejudicado pelas arbitragens esta época? Esta época o Sporting CP será prejudicado em determinados lances e beneficiado noutros. É importante, para termos uma Liga NOS justa, que esses erros tenham o menor impacto possível no desfecho dos jogos e, consequentemente, na classificação no final da época. Creio que todos deveremos desejar e lutar por uma Liga em que a verdade desportiva não seja adulterada. Qual tem sido o clube mais prejudicado e o mais beneficiado? Mais do que saber quem tem sido mais beneficiado ou prejudicado, nesta fase o importante é perceber que erros relevantes têm ocorrido com maior frequência. A partir desse momento, deverão ser estudadas medidas para que não continuem a acontecer ou, pelo menos, ocorram com menor regularidade. Só desta forma teremos uma arbitragem e um futebol melhor.
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AGENDA ANDEBOL TERÇA-FEIRA, 10 DE NOVEMBRO 21H00 Seniores SPORTING CP vs. AD Sanjoanense 9.ª jorn. Camp. Placard Andebol 1 Pavilhão João Rocha
BASQUETEBOL SÁBADO, 7 DE NOVEMBRO 18H00 Seniores SPORTING CP vs. Vitória SC 6.ª jorn. Liga Placard Pavilhão João Rocha
BILHAR SÁBADO, 7 DE NOVEMBRO 9H30 - 15H15 Carambola Leonardo Horta; Joaquim Alves 3.ª fase 1.º Open Nac. Sala Bilhar Real SC (Massamá)
SÁBADO, 7 DE NOVEMBRO 20H30 Seniores Vitória SC vs. SPORTING CP 7.ª jorn. Liga NOS Estádio D. Afonso Henriques (Guimarães)
DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO 11H00 Equipa B SPORTING CP vs. GD Fontinhas 6.ª jorn. Série G Camp. Portugal Estádio Aurélio Pereira
15H00 Equipa B Fem. EFF Setúbal vs. SPORTING CP 4.ª jorn. Zona Sul Camp. Nac. 2.ª Div. Campo Mun. Várzea (Setúbal)
10H00 - 15H30
16H00
Carambola Francisco Rodrigues; Ricardo Belo 3.ª fase 1.º Open Nac. Sala Bilhar SL Benfica (Lisboa)
Seniores Fem.
11H00 - 17H30
6.ª jorn. Liga BPI
Carambola Rui Lopes 3.ª fase 1.º Open Nac. Sala Ginásio C. Sul (Almada)
Estádio Aurélio Pereira
SPORTING CP vs. GDC A-dosFrancos
DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO 17H30 Seniores SPORTING CP vs. FC Azeméis 7.ª jorn. Liga Placard Pavilhão João Rocha
HÓQUEI EM PATINS SÁBADO, 7 DE NOVEMBRO 15H00 Seniores SPORTING CP vs. FC Porto 8.ª jorn. Camp. Nacional 1.ª Div. Pavilhão João Rocha
DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO 18H00 Equipa B CD Paço Arcos B vs. SPORTING CP 4.ª jorn. Zona C Camp. Nac. 3.ª Div. Pav. CD Paço Arcos (Oeiras)
21H00 Seniores Fem. SPORTING CP vs. APAC Tojal 7.ª jorn. Zona Sul Camp. Nac. Pavilhão João Rocha
QUARTA-FEIRA, 11 DE NOVEMBRO 21H00 Seniores Fem. A. Stuart HC vs. SPORTING CP 6.ª jorn. Zona Sul Camp. Nac. Pav. Prof. João Campelo (Massamá)
FUTSAL
FUTEBOL SEXTA-FEIRA, 6 DE NOVEMBRO 15H00
SÁBADO, 7 DE NOVEMBRO
Sub-23 SPORTING CP vs. CD Cova Piedade 8.ª jorn. Zona Sul Liga Revelação Estádio Aurélio Pereira
SL Benfica vs. SPORTING CP
17H00 Seniores Fem. 3.ª jorn. Zona Sul Camp. Nac. 1.ª Div. Pav. n.º 2 Estádio SL Benfica (Lisboa)
JUDO SEGUNDA-FEIRA, 9 DE NOVEMBRO 9H00 - 17H30 Sub-23 João Fernando (-73 kg) Camp. da Europa Intersport Hall (Poreč, Croácia)
TERÇA-FEIRA, 10 DE NOVEMBRO 9H00 - 17H30 Sub-23 Diogo Brites (-100 kg) Camp. da Europa Intersport Hall (Poreč, Croácia)
TÉNIS DE MESA SÁBADO, 7 DE NOVEMBRO 15H00 Seniores Fem. SPORTING CP vs. GDCP Madalena 1.ª jorn. Camp. Nac. 1.ª Div. Multidesportivo Estádio José Alvalade
DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO 11H00 Seniores Fem. SPORTING CP vs. GDCAAA Guilhabreu 4.ª jorn. Camp. Nac. 1.ª Div. Multidesportivo Estádio José Alvalade
TIRO À BALA SÁBADO, 7 DE NOVEMBRO 9H00 Pistola ar comprimido 10 m SPORTING CP Camp. Reg. Centro Ar Comprimido Comp. Desp. Jamor (Oeiras)
DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO 9H00 Carabina ar comprimido 10 m SPORTING CP Camp. Reg. Centro Ar Comprimido Comp. Desp. Jamor (Oeiras)
TRIATLO SÁBADO, 7 DE NOVEMBRO 13H15 Elite Helena Carvalho Taça do Mundo Valência La Marina de València (Valência, Espanha)
VOLEIBOL SÁBADO, 7 DE NOVEMBRO 18H00 Seniores Vitória SC vs. SPORTING CP 12.ª jorn. Camp. Nacional 1.ª Div. Pav. Desp. Uni. Vimaranense (Guimarães)
DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO 14H00 Seniores SPORTING CP vs. Clube Kairós 2.ª jorn. Camp. Nacional 1.ª Div. Pavilhão João Rocha
TERÇA-FEIRA, 10 DE NOVEMBRO 18H00 Seniores TSV Giesen Grizzlys vs. SPORTING CP 2.ª mão Dezasseis-avos-de-final Taça Challenge Volksbank Arena (Hildesheim, Alemanha)
TIRO COM ARCO DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO 9H30 Vários escalões 8 atletas SPORTING CP 3.ª prova Camp. Nac. Sala Pav. UDR Cernache (Cernache)
07/11 – Sábado
Modalidade: Voleibol
Modalidade: Hóquei em patins Competição: Campeonato Nacional – 8.ª jornada Jogo: Sporting CP vs. FC Porto Horário e local: 15h00 – Pavilhão João Rocha Transmissão: Directo
Jogo: Sporting CP vs. Clube K
Modalidade: Basquetebol Competição: Liga Placard – 6.ª jornada Jogo: Sporting CP vs. Vitória SC Horário e local: 18h00 – Pavilhão João Rocha Transmissão: Directo e exclusivo
Modalidade: Futebol
06/11 – Sexta-feira
08/11 – Domingo
Modalidade: Futebol Competição: Liga Revelação – 1.ª fase – Zona Sul – 8.ª jornada Jogo: Sporting CP vs. CD Cova da Piedade Horário e local: 15h00 – Estádio Aurélio Pereira Transmissão: Directo
Modalidade: Futebol Competição: Campeonato de Portugal – Série G – 6.ª jornada Jogo: Sporting CP B vs. GD Fontinhas Horário e local: 11h00 – Estádio Aurélio Pereira Transmissão: Directo
*Agenda sujeita a alterações após o fecho de edição. Para mais informações consulte a agenda em sporting.pt
Competição: Campeonato Nacional – 2.ª jornada Horário e local: 14h00 – Pavilhão João Rocha Transmissão: Directo e exclusivo
Competição: Liga BPI – 6.ª jornada Jogo: Sporting CP vs. GDC A-Dos-Francos Horário e local: 16h00 – Estádio Aurélio Pereira Transmissão: Directo e exclusivo
Modalidade: Hóquei em patins Competição: Campeonato Nacional Feminino – Zona Sul – 7.ª jornada Jogo: Sporting CP vs. APAC Tojal Horário e local: 21h00 – Pavilhão João Rocha Transmissão: Directo e exclusivo
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