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Leões voltam a sorrir em casa

EM ALVALADE, O SPORTING CP FOI MELHOR E, COM UM GOLO EM CADA PARTE, CONSEGUIU CHEGAR AO 2-0, UMA MARGEM QUE O FC FAMALICÃO, EMBORA SE

TENHA MANTIDO SEMPRE NA DISCUSSÃO DO JOGO, JÁ NÃO CONSEGUIRIA ANULAR – MÉRITO TAMBÉM PARA ADÁN. HIDEMASA MORITA VOLTOU A REVELAR

SENTIDO DE OPORTUNIDADE NA ÁREA ADVERSÁRIA E RICARDO ESGAIO FESTEJOU O SEU PRIMEIRO GOLO DE SEMPRE PELA EQUIPA PRINCIPAL.

Para regressar às vitórias no Estádio José Alvalade, a equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal bateu, na passada noite de domingo, o FC Famalicão por 2-1 no jogo da 30.ª jornada da Liga Portugal. Num jogo vivo e bem disputado, Hidemasa Morita (18’) e Ricardo Esgaio (60’) encaminharam a vitória Leonina, no entanto, apesar da superioridade verde e branca, o FC Famalicão − uma equipa em crescendo nesta fase da época − lutou, chegou ao 2-1 graças a um auto-golo (69’) e ainda obrigaria a defesas importantes de Antonio Adán, que acabou por assegurar os três pontos. Ora, para enfrentar uma equipa nortenha que chegava a Alvalade após três triunfos consecutivos na Liga – dois deles fora de casa − e assente no sétimo lugar, embora com a sexta posição ao alcance, Rúben Amorim, treinador verde e branco, apostou num onze titular com apenas duas alterações comparativamente àquele apresentado na vitória em Guimarães (0-2): Gonçalo

Inácio e Francisco Trincão, desta vez, foram aposta inicial, entrando para os lugares que tinham sido de Matheus Reis e Youssef

Chermiti – ambos começaram no banco de suplentes.

Já do lado nortenho, o técnico

João Pedro Sousa fez um total de oito alterações relativamente ao onze anterior, uma vez que o conjunto de Vila Nova de Famalicão estava a meio de uma

30 de Abril de 2023 | Liga Portugal – 30.ª jornada |

Sporting Cp

meia-final a duas mãos na Taça de Portugal, tendo disputado – e perdido 1-2 com o FC Porto − a primeira na passada quarta-feira. Logo a abrir, pela esquerda, Nuno Santos foi o responsável por conduzir os primeiros ataques, procurando sempre a profundidade – uma constante no jogo − face a um FC Famalicão que se apresentou com uma linha defensiva subida e com intenções de discutir a posse de bola. E com as duas equipas encaixadas, além de um cruzamento venenoso visitante, pouco mais agitou os 15 minutos iniciais.

A Necess Ria Efic Cia Felina

Estádio José Alvalade (1-0 ao intervalo)

Hidemasa Morita (18’) Ricardo Esgaio (60’) Sebastián Coates (AG 69’)

Sporting CP: Antonio Adán [GR], Ricardo Esgaio (Héctor Bellerín, 82’), Ousmane Diomande (Matheus Reis, 55’), Sebastián Coates [C], Gonçalo Inácio, Nuno Santos, Manuel Ugarte (Mateo Tanlongo, 73’), Hidemasa Morita, Marcus Edwards, Pedro Gonçalves (Youssef Chermiti, 55’) e Francisco Trincão (Arthur Gomes, 82’). Treinador: Rúben Amorim. Disciplina: cartão amarelo a Ugarte (45‘) e Chermiti (90+4’).

A seguir, no entanto, uma acção de desequilíbrio de Marcus Edwards e a eficácia máxima de Hidemasa Morita bastariam para, aos 18 minutos, inaugurar o marcador e soltar o grito de golo nas bancadas. O extremo inglês entrou na área em drible e serviu o médio, solto, que foi tão rápido como certeiro a rematar para o fundo das redes – sexto golo na temporada de Morita, todos no campeonato.

Já em cima da meia hora, o FC Famalicão respondeu com um remate cruzado e rasteiro de Colombatto para uma defesa elástica de Antonio Adán. Até ao intervalo, a formação orientada por João Pedro Sousa ainda tentou crescer no jogo, porém o Sporting CP manteve a partida sob controlo, apesar de várias imprecisões com bola, e mostrou também argumentos em transição rápida – além de uma tentativa numa bola parada estudada. Ficaria apenas a faltar melhor definição no último terço para tirar mais proveito − como foi exemplo o cara-a-cara desperdiçado por Pedro Gonçalves já em cima dos 45 minutos − mas o 1-0 seguiu inalterado para a segunda parte. No reatamento, tal como no início do jogo, o perigo saiu dos pés de Nuno Santos, sendo que desta vez foi o guarda-redes Luiz Júnior a ir ao chão para impedir que o cruzamento encontrasse o desvio de Morita, novamente a aparecer em zonas adiantadas. Já depois de aos 55 minutos terem entrado Matheus Reis e Youssef Chermiti por Ousmane

Diomande e ‘Pote’, Nuno Santos pontapeou, de primeira, uma bola que sobrou para a entrada da área e foi por muito pouco que não se festejou o segundo dos Leões em Alvalade.

O 2-0, no entanto, chegaria e foi logo de seguida: um ataque bem desenhado colectivamente pela turma de Alvalade foi culminado com um remate cruzado de Edwards que encontrou nova oposição de Luiz Júnior, mas, de rompante, para concluir o trabalho, apareceu Ricardo Esgaio a para atirar a contar na recarga. Reentrada autoritária do Sporting CP para reflectir no marcador a superioridade exibida, agora com o contributo goleador do lateral direito, que marcou pela primeira vez ao serviço da equipa principal verde e branca.

A prego a fundo continuou a equipa de Amorim, ficando perto de dilatar a vantagem por duas vezes em pouco tempo: na primeira,

Trincão fintou dois adversários e deu para Edwards chutar fora do alvo e na seguinte, o mesmo camisola 17, tentou assistir Chermiti, que não conseguiu chegar a tempo do desvio final.

Pelo meio, o FC Famalicão também se mostrou no ataque e depois de uma ameaça − defendida novamente de forma atenta por Adán – chegou mesmo ao 2-1, beneficiando de um corte de Sebastián Coates que, de forma infeliz, acabou no fundo da própria baliza. Apesar do domínio conseguido pelos Leões nesta fase, o resultado voltou a fixar-se na margem mínima, aumentando a incerteza.

Seguran A Na Incerteza

À entrada para os últimos 15 minutos, Mateo Tanlongo foi lançado para o lugar do amarelado Manuel Ugarte e Chermiti, em esforço, deixou um alerta perante a saída bem-sucedida do guardião famalicense. O jogo estava bem vivo e o conjunto de Vila Nova de Famalicão também fazia a sua parte: aos 77 minutos, Cádiz obrigou Adán a uma enorme − e decisiva − defesa. Ultrapassado o susto, nunca mais o jogo fugiu da garra dos Leões até ao apito final, contando ainda com o contributo de Arthur Gomes e Héctor Bellerín, entrados a partir do banco. Já nos sete minutos de compensação, o lateral espanhol rematou de longe para mais uma defesa de Luiz Júnior e Nuno Santos

RÚBEN AMORIM:

“VITÓRIA JUSTA DE UMA EQUIPA QUE TEM DE SER MELHOR”

Após o apito final, o treinador Rúben Amorim fez o rescaldo da vitória em conferência de imprensa, afiançando que a equipa “podia e devia ter feito várias coisas diferentes”.

“Não foi o nosso melhor jogo, corremos muito, mas muitas vezes mal, porque quisemos pressionar no campo todo e sofremos com as bolas longas”, começou por dizer aos jornalistas presentes no Auditório Artur Agostinho, no Estádio José Alvalade, antes de fazer a sua análise de toda a partida.

“Acima de tudo, não conseguimos assentar o nosso jogo como é habitual. Tivemos pouca inspiração e marcámos um golo sem fazer muito por isso. Fomos a vencer ao intervalo e sem permitir muitas oportunidades”, considerou, olhando depois para os segundos 45 minutos.

“Na segunda parte entrámos melhor, marcámos um golo e numa fase em que realmente assentámos o nosso jogo perdemos uma bola sem pressão [deu-se o 2-1] e tudo se complicou um bocado. Aguentámos até ao fim, baixámos um bocado o bloco, mas acho que foi uma vitória justa de uma equipa que tem de ser melhor a jogar em casa”, atentou ainda, acrescentado: “Há jogos assim. Temos vindo a ser muito consistentes nas exibições e às vezes não tanto nos resultados, e hoje foi o contrário, porque ganhámos. Há muita coisa para melhorar”.

Ora, essa “consistência” é precisamente a chave que Amorim acha que a equipa deve levar e melhorar para a próxima época, além de ter salientado o facto de os Leões, à 30.ª jornada, já terem mais golos apontados do que na mesma ronda da época passada − 61 contra 59 – e também mais do que na temporada do título – 54. “Por mais que nos digam que foi a falta de golos que limitou esta época, eu acho que houve coisas mais importantes que nos limitaram. Depois, também perdemos jogadores importantes, não há como escondê-lo, mas isso não diz tudo. Houve jogos em que dominámos e o que faltou foi consistência, e é isso que temos de levar para a próxima época”, apontou, antes de projectar que, dos actuais lesionados, só Paulinho “pode voltar a aparecer esta época”, contrariamente a Daniel Bragança, Jeremiah St. Juste e Jovane Cabral. De seguida, abordou a estreia a marcar de Ricardo Esgaio, não escondendo que ficou “feliz” pelo lateral direito, sublinhando que “ajudou a equipa, joga bem, é um rapaz que merece e só quem trabalha como ele é capaz de recuperar da forma como ele o fez”. Por fim, Rúben Amorim deixou elogios também à evolução de Hidemasa Morita: “Ele é muito bom entrelinhas, a aparecer nos espaços e a segurar a bola. Foi algo que fomos descobrindo até porque o Matheus [Nunes] saiu na altura e ele adaptou-se muito bem à posição”.

também tentou a sua sorte, mas o 2-1 seria definitivo.

Missão cumprida em Alvalade, dando sequência ao triunfo em Guimarães para voltar a sorrir também em casa. Com este desfecho, os Leões de Rúben Amorim somam 64 pontos, antes de visitarem o FC Paços de Ferreira na próxima jornada.

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