FUNDADO EM 31 MARÇO 1922 N.º 3973 QUINTA-FEIRA, 25 ABRIL 2024 SPORTING.PT SEMANAL ANO 102 1€ (IVA INCLUÍDO) DIRECTORA: MAFALDA BARBOSA O MAIS ANTIGO JORNAL DE CLUBE DO MUNDO
CAMPEÃO DA
“NESTE ANO DE RESSURREIÇÃO DO POVO PORTUGUÊS, O SPORTING ORGULHA-SE DE SER O CAMPEÃO DE PORTUGAL LIVRE”
Proibição de sacudir pó para a rua ou de jogar cartas em comboios.
Crianças separadas por género. Enfermeiras, hospedeiras e telefonistas proibidas de casar.
Obrigatoriedade de ter uma licença emitida pelas autoridades para andar de bicicleta ou para usar isqueiro.
Estes são apenas alguns exemplos de como era a vida no nosso país durante a ditadura.
Curiosidades à parte, o dia 25 de Abril de 1974 foi uma… quinta-feira, tal e qual como hoje.
Há precisamente 50 anos o Sporting Clube de Portugal, então líder do Campeonato Nacional, regressa-
va a Portugal depois de ser eliminado na República Democrática da Alemanha, pelo Magdeburgo, nas meias-finais da Taça UEFA.
Todos os voos para Lisboa estavam cancelados e o regresso à pátria tornou-se numa pequena odisseia. O Sporting CP voou de Frankfurt para Madrid e fez o resto da viagem de autocarro para Badajoz.
Mas a história estava longe do seu final [ver páginas 16 e 17].
A comitiva Leonina tinha saído de Portugal sob o Estado Novo e regressava a casa já depois da Revolução.
Na época de 1973/1974, Portugal foi pintado de verde e branco, tal era o domínio do Clube no nosso país.
O Sporting CP fez a dobradinha e tornou-se no primeiro clube português a vencer uma competição em liberdade (neste caso, duas).
“O Sporting sagrou-se campeão em ano de glória para as suas cores e que o foi igualmente para a nação portuguesa. O ano que marcou a mudança de rumo dos destinos do nosso Clube veio assinalar também o ressurgimento da pátria portuguesa. (…) Neste ano de ressurreição do povo português, o Sporting orgulha-se de ser o Campeão de Portugal Livre”, podia ler-se na edição de 31 de Maio do Jornal Sporting, a primeira após a conquista do título.
Há 50 anos, num país renascido, tinha acabado de nascer o Campeão da Liberdade.
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PROPRIEDADE: SPORTING CLUBE DE PORTUGAL DIRECTORA: MAFALDA BARBOSA || MJBARBOSA@SPORTING.PT COORDENADOR‑ADJUNTO: LUÍS SANTOS CASTELO || LSCASTELO@SPORTING.PT REDACÇÃO: MARIA GOMES DE ANDRADE || MGANDRADE@SPORTING.PT; NUNO MIGUEL SIMAS || NQSIMAS@ SPORTING.PT; PEDRO FERREIRA || PSFERREIRA@ SPORTING.PT; XAVIER COSTA || XRCOSTA@SPORTING.PT FOTOGRAFIA: ISABEL SILVA; JOÃO PEDRO MORAIS; JOSÉ LORVÃO COLABORADORES PERMANENTES: JUVENAL CARVALHO; PEDRO ALMEIDA CABRAL; TITO ARANTES FONTES AGENDA E RESULTADOS: JOÃO TORRES || JBTORRES@SPORTING.PT EDITOR E SEDE DA REDACÇÃO: ESTÁDIO JOSÉ ALVALADE, RUA PROFESSOR FERNANDO DA FONSECA, APARTADO 4120, 1501‑806 LISBOA, PORTUGAL TELEFONE: +351 217 516 155 E‑MAIL: MEDIA@SPORTING.PT NIF: 500 766 630 REGISTO ERC: 100313 TIRAGEM: 9500 EXEMPLARES DEPÓSITO LEGAL: 48492/91 DISTRIBUIÇÃO: VASP, QUINTA DO GRAJAL – VENDA SECA 2739‑511 AGUALVA CACÉM IMPRESSÃO: WGROUP ESTRADA DE SÃO MARCOS, Nº 27, 2735‑521 AGUALVA CACÉM ESTATUTO EDITORIAL: HTTPS://WWW.SPORTING.PT/PT/JORNAL/ESTATUTO‑EDITORIAL ASSINATURAS: E‑MAIL: ASSINATURAJORNAL@SPORTING.PT LINHA SPORTING 707 20 44 44 INTERNACIONAL +351 30 997 1906 (segunda a sexta‑feira das 10h00 às 20h00) 50 ANOS DO CAMPEONATO DA LIBERDADE
BARBOSA
EDITORIAL
MAFALDA
LENDAS SPORTING CLUBE DE PORTUGAL
BÉ FUTEBOL 1942
Roberto Bocareli Silva, Bé no mundo do futebol, representou o Sporting CP durante duas temporadas (entre 1963 e 1965).
Nascido a 26 de Outubro de 1942, em Campina Grande, no Brasil, envergou a camisola Leonina pela primeira vez com 20 anos.
Fez onze jogos oficias pelo Sporting CP e marcou oito golos.
Foi um dos obreiros da conquista da Taça das Taças de 1964 e é por isso, uma Lenda do Sporting CP.
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Texto: Nuno Miguel Simas
Fotografia: Arquivo Pessoal − Hilário da Conceição
Bé foi contratado pelo Sporting Clube de Portugal no início da temporada de 1963/1964 e teve um contributo muito importante para a inesquecível conquista da Taça das Taças de 1964. Marcou o golo que empatou a eliminatória frente à Atalanta BC, na 1.ª eliminatória, proeza que levou a um terceiro jogo ganho pela formação verde e branca e que terminaria, meses mais tarde, com a conquista do troféu diante do MTK de Budapeste [Hungria], graças ao memorável cantinho do Morais [João Morais], na finalíssima em Antuérpia e após empate a três golos no primeiro jogo.
Nessa caminhada para a conquista da Taça das Taças, Bé
BÉ
ROBERTO BOCARELI SILVA, MAIS CONHECIDO POR BÉ, FOI UM AVANÇADO QUE DEIXOU IMPRESSÕES DIGITAIS DE SUCESSO NA PASSAGEM PELO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL.
marcou um dos golos à Atalanta BC na primeira mão da 1.ª eliminatória, jogada no Estádio José Alvalade, no triunfo diante dos italianos, por 3-1. Na segunda mão, o Sporting CP perdeu por 2-0 e como os golos fora não contavam, a decisão quanto ao apuramento fez-se num terceiro jogo, com triunfo do Sporting CP frente à equipa transalpina, por 3-1.
Roberto Bocareli Silva chegou ao Sporting CP com as credenciais de campeão do mundo de clubes pelo Santos FC, emblema do estado de São Paulo e clube no qual foi companheiro daquele que é para muitos o melhor jogador da história do futebol. Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido por Pelé.
Em Portugal e de verde e branco vestido, Roberto Bocareli Silva, ou Bé, para a ‘tribo’ do futebol, marcou logo oito go-
los em oito jogos na primeira temporada de Leão ao peito. Franzino, mas de muito boa técnica, Bé assim era descrito pelo antigo companheiro de equipa, Manuel Pedro Gomes, em declarações ao Jornal Sporting “Era muito habilidoso, tecnicamente muito bom e finalizava muito bem. Jogava mais como avançado interior, o que agora se chama um ala direito. Era muito forte em drible e na concretização, tinha aquela típica magia brasileira”, descreveu Manuel Pedro Gomes, um dos heróis da conquista de 1964.
Bé representou o Sporting Clube de Portugal nas temporadas de 1963/1964 e 1964/1965 e os bons serviços à causa Leonina, cujo expoente máximo foi a Taça das Taças, fazem deste antigo jogador de futebol uma Lenda do Sporting Clube de Portugal.
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Roberto Bocareli Silva contribuiu para a conquista da Taça das Taças em 1964
Vem assistir a um espetáculo cheio de Garra Leonina!
ENTRADA GRATUITA
4 de Maio às 17h00
Anfiteatro Keil do Amaral – Monsanto
Com o apoio de:
PACIÊNCIA PARA ATACAR, QUALIDADE PARA VENCER: NADA
TRAVA ESTE LEÃO
EQUIPA LEONINA VENCEU O VITÓRIA SC POR 3-0 COM GOLOS DE PEDRO GONÇALVES E VIKTOR GYÖKERES (2) NUM JOGO EM QUE CONFIRMOU O BOM MOMENTO QUE ATRAVESSA E MOSTROU, MAIS UMA VEZ, O BOM FUTEBOL QUE PRATICA. SPORTING CP SÓ PRECISA DE VENCER MAIS DOIS JOGOS, EM QUATRO, PARA CONQUISTAR O TÍTULO.
A equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal venceu, no passado domingo, o Vitória SC por 3-0 em jogo da 30.ª jornada da Liga Portugal e manteve a distância pontual para o segundo lugar da prova – sete pontos quando faltam 12 por disputar.
Casa cheia em Alvalade para o antepenúltimo encontro no reduto Leonino esta temporada, com 46.101 adeptos nas bancadas, a grande maioria a apoiar a equipa verde e branca do início ao fim, num jogo que foi antecedido por um minuto de silêncio em honra de José Saturnino. O antigo jogador, que tinha falecido na semana anterior, fez parte da equipa que venceu a Taça das Taças em 1963/1964 e neste jogo, curiosamente, o Sporting CP jogou com uma camisola comemorativa dessa conquista, alcançada com um golo de canto directo marcado por João Morais.
22.04.2024
Liga Portugal – 30.ª jornada
Estádio José Alvalade
SPORTING CP VITÓRIA SC
3 0
2-0 ao intervalo
Pedro Gonçalves (30’), Viktor Gyökeres (45+3’, 49’)
Sporting CP: Franco Israel [GR], Jeremiah St. Juste (Eduardo Quaresma, 82’), Sebastián Coates [C], Gonçalo Inácio, Geny Catamo (Iván Fresneda, 82’), Morten Hjulmand, Daniel Bragança (Hidemasa Morita, 78’), Nuno Santos, Francisco Trincão (Marcus Edwards, 78’), Viktor Gyökeres e Pedro Gonçalves (Paulinho, 78’). Treinador: Rúben Amorim.
Disciplina: cartão amarelo para Francisco Trincão (69’)
A noite era por isso de festa para celebrar a História do Sporting CP e a equipa verde e branca, tal como tem vindo a fazer, correspondeu e superiorizou-se à formação de Guimarães.
A partida começou num ritmo diferente do habitual diante da última equipa a impor o sabor da derrota aos Leões neste campeonato, que surgiu muito fechada e que até dispôs do primeiro remate à baliza em jeito de golo, aos 17 minutos, que Franco Israel segurou, mas com o passar dos minutos o Sporting CP conseguiu impor-se e os três pontos ficaram em casa.
Com paciência, ‘cabeça’ e bom futebol, os Leões foram conseguindo dar velocidade ao jogo,
entrar no bloco médio-baixo do Vitória SC e encontrar espaços no último terço do terreno e, aos 21 minutos, o golo esteve à vista: Geny Catamo recebeu atrasado na direita da área, preparou o remate e rematou à baliza, valendo Borevkovic ao Vitória SC a tirar em cima da linha.
Estava feito o primeiro aviso Leonino com o segundo a chegar cinco minutos depois, por Morten Hjulmand de cabeça, e o terceiro a dar já em golo: Francisco Trincão entregou para Daniel Bragança rematar dentro da área, mas um defesa aliviou e Pedro Gonçalves aproveitou, no meio da confusão, atirando de primeira para o 1-0 à meia-hora de jogo.
O Sporting CP colocou-se assim em vantagem, mas o Vitória SC não esmoreceu, continuando a fechar bem os espaços e a chegar também às imediações da área Leonina. Ainda assim, sem grande perigo, com a defesa verde e branca a resolver sempre sem dificuldades.
Do outro lado, os Leões procuravam o 2-0 e a segundos do intervalo, no último dos três minutos dados por Cláudio Pereira, o segundo golo chegou mesmo e após uma jogada fabulosa. Com cerca de 50 segundos de posse de bola e 21 passes, desde o meio-campo Leonino, a jogada finalizou da melhorar maneira: Daniel Bragança recebeu de Morten Hjulmand à entrada da área, entregou a Pedro Gonçalves e o extremo desmarcou Viktor Gyökeres que, após fugir aos centrais, atirou certeiro na cara de Bruno Varela.
23.º golo do avançado sueco no campeonato a levar o Sporting CP para o intervalo a vencer de forma mais confortável.
Já na segunda metade o golo acabou por chegar (bem) mais cedo, logo em cima dos cinco minutos: Pedro Gonçalves desde
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FUTEBOL EQUIPA PRINCIPAL
Texto: Maria Gomes de Andrade
Fotografia: Isabel Silva, José Lorvão
Sporting CP está a duas vitórias – em quatro jogos – de poder conquistar o Campeonato Nacional
Pedro Gonçalves abriu o marcador e assistiu Viktor Gyökeres para o 2-0
a esquerda lançou em Francisco Trincão para o primeiro poste e o camisola 17, com as atenções de Bruno Varela, entregou para Viktor Gyökeres finalizar de baliza aberta. 3-0 com o triunfo a confirmar-se cada vez mais certo quando faltavam ainda 40 minutos para jogar e os Leões dominavam em toda a linha diante de um Vitória SC a perder forças. Assim, assistiu-se a mais de meia-hora de jogo com o Sporting CP em superioridade, a querer sempre mais e à procura do 4-0.
Aos 60 minutos, na insistência Leonina, Francisco Trincão esteve perto de o conseguir, após Bruno Varela ter aliviado um cruzamento de Nuno Santos, mas o remate foi contra Daniel Bragança, e pouco depois foi Pedro Gonçalves a tentar, num remate cruzado, mas o esférico saiu a centímetros do ferro.
Já o Vitória SC, sempre mais defensivo, mas a dar mais espaços na segunda parte, o melhor que
conseguiu em termos ofensivos foi um remate de Nuno Santos a sair por cima da baliza de Franco Israel, com o guardião Leonino a acabar por ter um jogo relativamente tranquilo.
À entrada para os últimos 10 minutos, tripla substituição no
Sporting CP com as saídas de Pedro Gonçalves, Francisco Trincão e Daniel Bragança e as entradas de Marcus Edwards, Paulinho e Hidemasa Morita.
Os três entraram bem no jogo, mas foi o inglês que teve maior destaque logo nos primeiros mi-
RÚBEN AMORIM: “AINDA PODEMOS
TODOS FAZER MUITO MELHOR”
Rúben Amorim considerou justo o triunfo, voltando a agradecer o apoio dos Sportinguistas que, até no caminho de Alcochete para Alvalade, se têm feito sentir.
“Gostei de muitas coisas neste jogo, mas acima de tudo da capacidade de não deixarmos o Vitória SC criar perigo, o que poderia criar alguma ansiedade na equipa, mas quisemos tanto jogar pela certa que demorámos a entrar no jogo e só a partir dos 20 minutos é que demos alguma velocidade e começámos a encontrar os espaços. Ainda assim, fomos sempre a equipa mais perto do golo. Conseguimos marcar um e mesmo em cima do intervalo fizemos uma excelente jogada e marcámos o segundo. Na segunda parte via-se que o Vitória SC já estava a cair, nós tínhamos o controlo do jogo e fizemos o terceiro. O Vitória SC depois tentou pressionar-nos mais alto, mas não conseguiu. Portanto, foi isso que gostei: da competência de perceber os momentos do jogo e da seriedade dos jogadores”, começou por dizer o técnico Leonino, acrescentando: “Também gostei muito do apoio do público. Ainda nos faltam duas vitórias, mas de Alcochete aqui havia gente a apoiar-nos em todas a rotundas e na chegada o ambiente foi incrível. Ainda assim, eu acho que ainda conseguimos todos fazer melhor e, portanto, digo o mesmo que digo à equipa: está tudo bem, tudo muito forte, mas ainda conseguimos fazer melhor”.
Em dia de estreia da camisola comemorativa da Taça das Taças, alcançada em 1963/1964, Rúben Amorim foi ainda questionado sobre se o novo equipamento ajudou a mais uma vitória, não perdendo a oportunidade de elogiar o trabalho que tem sido feito no Clube.
“Temos tido várias camisolas e estão a vender-se bem. A estrutura do Clube cresceu muito em todos os aspectos e isso é mais um sinal, tal como o estádio e todo o ambiente no estádio. Tudo no Sporting CP está a crescer e claro que tudo tem de ser sustentado com resultados. Portanto, está aqui uma comunhão perfeita, entre a equipa e toda a gente que trabalha neste clube, que está a levar o Clube para a frente”.
nutos: primeiro ao marcar na recarga do primeiro remate, após receber de Viktor Gyökeres, mas o golo foi anulado por fora-de-jogo, e a seguir num remate cruzado fez o esférico sair ao lado do poste contrário.
Após mais esses dois lances de ataque Leoninos, Rúben Amorim voltou a mexer e desta vez mexeu na defesa, fazendo sair Jeremiah St. Juste e entrar Eduardo Quaresma. A seguir também ainda entrou Iván Fresneda para o lugar de Geny
Catamo para um final de jogo tranquilo e sem mais oportunidades. O Sporting CP acabou assim por vencer mais este jogo de forma justa, sustentada numa belíssima exibição, e na próxima jornada desloca-se ao Estádio do Dragão para defrontar o FC Porto. O encontro está marcado para este domingo, às 20h30, e a equipa Leonina já sabe que vai jogar “quase em casa”, depois de os Sportinguistas terem esgotado os bilhetes em poucos minutos.
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Daniel Bragança foi homenageado pelo jogo 100 na equipa principal
Sportinguistas vibraram com mais uma vitória e mostraram-se “juntos” da equipa “até ao fim”
Viktor Gyökeres marcou mais dois golos e foi eleito o Homem do jogo
A VISITA DE UM GÉNIO
KRASIMIR BALAKOV ESTEVE EM ALVALADE E ADMITIU QUE NUNCA VAI ESQUECER O TEMPO VIVIDO DE LEÃO AO PEITO. “OS ADEPTOS DO SPORTING CP SÃO MUITO ESPECIAIS E SINTO UMA LIGAÇÃO MUITO FORTE COM ELES QUANDO VENHO A PORTUGAL”, GARANTIU.
Texto: Luís Santos Castelo
Fotografia: João Pedro Morais
Considerado por muitos um dos melhores estrangeiros que já vestiu a camisola do Sporting Clube de Portugal, ou até mesmo o melhor, Krasimir Balakov esteve em Lisboa e, como não podia deixar de ser, não deixou de visitar o Estádio José Alvalade. Hoje com 58 anos e com uma carreira de treinador, o búlgaro vestiu de verde e branco entre 1990/1991 e 1994/1995, tendo apontado 60 golos em quase 170 partidas. Dono de um talento ao alcance de muito poucos na história, brindava os Sportinguistas com golos fantásticos e momentos de magia ao lado de craques
como Luís Figo, Emmanuel Amunike, Jorge Cadete, Oceano ou o seu compatriota Ivaylo Iordanov.
No Sporting CP, conquistou uma Taça de Portugal em 1994/1995, mas o que deixou nos corações de milhões de Leões e Leoas tem muito mais importância. Agora, à margem de uma entrevista para o jornal A Bola, voltou a estar em Alvalade − no novo, onde nunca chegou a jogar − e não escondeu a satisfação.
“É uma grande alegria estar aqui. Sendo numa fase em que o Sporting CP pode vencer o campeonato, ainda melhor”, começou por dizer Krasimir Balakov aos meios de comunicação Leoninos, admitindo que, em 2024, nada está igual ao que estava em
1995, quando partiu de Lisboa para representar o VfB Stuttgart, da Alemanha: “Não foi só o Sporting CP que mudou, foi todo o futebol. O futebol é diferente, a vida é diferente, os meios de comunicação são diferentes”.
A lenda mostrou ainda estar a par da actualidade Sportinguista e falou sobre a actual Liga liderada pelo emblema de Alvalade: “O Sporting CP pode ganhar o campeonato pela segunda vez em quatro anos e isso era a melhor coisa que podia acontecer. Também sou treinador e sei que não é bom falar muito antes do tempo, faltam alguns jogos muito importantes. Temos de estar tranquilos e esperar pelo triunfo no fim”. De volta ao passado, Krasimir Balakov asse-
gurou ter “muitas memórias”. “Começa com o sr. Vítor Cândido, que me apoiou durante todo o tempo que cá estive e que continua a apoiar, é a minha família aqui. Tenho também amigos que gostam do Sporting CP e que me ligam todas as semanas. É algo que nunca se esquece, o Sporting CP vai ficar sempre no meu coração”, prometeu.
Afirmando que o momento mais especial pelo Sporting CP foi “ganhar a Taça de Portugal em 1994/1995 com dois golos” do “companheiro Ivaylo Iordanov, outro grande Sportinguista”. “Tive muitos bons momentos no Sporting CP e por isso é que também se lembram de mim”, adicionou, falando depois dos melhores golos. “Claro que os golos contra equipas grandes
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“É uma grande alegria estar aqui”, começou por dizer o búlgaro
ficam sempre na memória. Lembro-me de um no Estádio da Luz em que fiz um chapéu ao Michel Preud’homme [30 de Abril de 1995, vitória Leonina por 1-2], lembro-me também do golo nos primeiros segundos contra o SL Benfica em casa [17 de Outubro de 1992, vitória do Sporting CP por 2-0] e de muitos outros”, destacou.
Por fim, Krasimir Balakov admitiu que não é indiferente ao sentimento que os
Sportinguistas ainda por si nutrem. “É fantástico porque décadas depois ainda ouço o cântico para mim quando venho cá. Os adeptos do Sporting CP são muito especiais e sinto uma ligação muito forte com eles quando venho a Portugal. (…) O meu filho nasceu aqui, em Lisboa, e é Sócio do Sporting CP desde então. Sempre que posso, trago-o comigo porque ele gosta do Sporting CP tanto como eu”, concluiu.
OPINIÃO
JOGO A JOGO!
Domingo, 21 de Abril de 2024. Antes do jogo, Alvalade vivia um ambiente de inevitável esperança. A esperança de quem acredita num grupo de trabalho verdadeiramente incrível! Um todo que fascina e que transporta para cada um de nós, um sentimento incrível. Às 20:30, hora do início do jogo, os 46.101 espectadores presentes, transformaram o Nobre Vulcão numa verdadeira Onda Verde e estava dado o mote para o que estaria para chegar. A onda que tem vindo a ganhar maior dimensão a cada jogo. É inevitável que vivemos um momento de inabalável confiança. Do estádio aos Núcleos, das cidades às aldeias. Onde existe gente que transporta o Leão no coração, o grito mais ouvido é: «Eu quero o Sporting Campeão».
ENCONTRO COM FREDERICO VARANDAS
No final da visita a Alvalade, Krasimir Balakov subiu à tribuna presidencial para se encontrar com Frederico Varandas, presidente do Conselho Directivo do Sporting CP. Depois de uma pequena conversa, o antigo craque ofereceu ao dirigente verde e branco uma camisola autografada.
Ninguém pode, é impossível, refrear esta alegria incontida dos adeptos, porque nós somos os irracionais no bom sentido, aquele que é, apenas e só, movido pela paixão.
Ao invés, o grupo de trabalho comandado pelo “mestre” Rúben Amorim sabe bem os terrenos que pisa. E sabe que ainda não está ganho. Só se ganha quando fecharem as contas do título − aquele que a concretizar-se será o vigésimo quarto título.
Mas um facto é inequívoco. A equipa respira classe a cada jogo. Encanta a plateia, como por exemplo no “tiki taka” que originou a jogada do segundo golo contra o Vitória SC, mas também sabe sofrer a cada momento. O jogo contra os vimaranenses não se antevia fácil. Foi até um Sporting que demorou a entrar no jogo. Mas após os 20 minutos tocou o “despertador” e o golo de Pote deu o alento e a comunhão do relvado para as bancadas. Depois apareceu o “bombardeiro” Viktor Gyökeres, com um bis que acabou por fazer cair por terra a teoria que já começava a proliferar de que estava em crise de golos, que não marcava como antes, etc... As tais aves agoirentas, e acima de tudo desestabilizadoras.
Estamos mais perto e já no próximo domingo, às 20:30, no Estádio do Dragão, temos mais uma “final”. Faltam quatro. Jogo a jogo, é o lema. É com base nesse espírito que temos feito um campeonato simplesmente fantástico, com a particularidade de em Alvalade somarmos por vitórias os 15 jogos que disputámos. O objectivo é alcançar o pleno que, sem recorrer a enciclopédias, pode ficar na nossa história.
Uma certeza existe. Estamos mais perto. Mas só isso. Temos que estar unidos nestas quatro “finais” e na final do Jamor. A “dobradinha” é o objectivo e, porque não, o sonho. Mas ouçamos o timoneiro. “Ainda não acabou”. E é com esse rigor, e com a mensagem que tem vindo de dentro, que as vamos encarar. Sem sobranceria, como aqui o escrevo repetidamente. Mas sobretudo com rigor, capacidade de luta e muito querer.
Vamos ao que falta, rapazes. Nós acreditamos em vocês.
P.S Parabéns ao rugby feminino, pela conquista da Taça de Portugal ante o eterno rival. Mais uma para o Museu Sporting!
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JUVENAL CARVALHO
Krasimir Balakov não tem dúvidas de que o Sporting CP “vai ficar sempre no coração”
FUTEBOL FORMAÇÃO SUB-23
TUDO EMPATADO NO ESTORIL
BRILHO NA PRIMEIRA PARTE E MUITO ESFORÇO NA SEGUNDA ACABARAM POR DEIXAR TUDO NA MESMA A UMA JORNADA DO FIM.
Texto: Xavier Costa
A equipa sub-23 de futebol do Sporting Clube de Portugal visitou o GD Estoril Praia e empatou 1-1, na quarta-feira da semana passada, no jogo que fechou a 13.ª e penúltima jornada da fase de apuramento de campeão da Liga Revelação, disputado num Estádio António Coimbra da Mota com entrada livre ao público. Foi o Sporting CP a começar melhor em campo e no marcador: aos seis minutos, uma bola parada − curta − saída dos pés de Manuel Mendonça e Geovany Quenda, encontrou a cabeça de Lucas Taibo, seguindo-se o desvio final de Henrique Arreiol. Lance
OPINIÃO
de laboratório executado na perfeição e vantagem madrugadora para os jovens Leões.
Apesar da reacção estorilista esboçada, a formação verde e branca manteve-se a mais perigosa na primeira meia hora, com o extremo Isnaba Mané – a partir da direita − como principal protagonista − dois remates ameaçadores e um possível penálti sofrido que o árbitro considerou simulação.
Pelo meio, só a atenção do guardião Diogo Dias evitou que Tiago Parente finalizasse sozinho graças a um passe magistral de Quenda, que pouco depois ameaçou também por duas vezes - uma delas de canto directo.
Mais eficaz seria, no entanto, o
GD Estoril Praia, que cresceu nesta recta final do primeiro tempo. Depois de já ter ficado muito perto do empate − enorme defesa de Guilherme Pires −, João Tavares fez o 1-1 no consequente pontapé de canto.
E até ao intervalo o marcador só não voltou a mexer apenas por mérito dos dois guardiões, que voltaram a brilhar com uma defesa cada. Excelente primeira parte entre duas equipas que fizeram por justificar, com bom futebol e várias oportunidades, o facto de estarem a lutar pelo topo da tabela da Liga Revelação – e ambas as menos batidas.
E foi assim que até começou também a segunda parte, mas o ritmo
… MAIS PERTO, CADA VEZ MAIS PERTO!
Campeonato Nacio nal 1 − No último domingo o Estádio José Alvalade engalanou-se e estava a abarrotar de gente, em clima de fé e de grande fervor Sportinguista, para receber o sempre complicado Vitória Sport Clube, o popular Vitória de Guimarães, que tanto tem ultimamente complicado a vida ao FC Porto. O jogo começou, como se esperava, difícil, com o nosso adversário “fechado” e sem abrir espaços… e o Sporting a porfiar, a tentar… até que, à meia-hora de jogo, apareceu Pote (que belo jogo fez!) e com um grande remate abriu o marcador! Ao findar a primeira parte foi a vez de Gyökeres voltar aos golos, bela assistência de Pote (sempre ele!) e grande remate do nosso Viktor! No início da segunda parte, matámos o jogo… Trincão tanto porfiou (e que bem continua a jogar!) e − depois de controlar “bola impossível” − oferece literalmente o golo a Gyökeres, que só teve de encostar para bisar no desafio! Estava consumada a nossa vitória! Os “três pontos” eram nossos! Era a concretização de mais um grande e decisivo passo rumo ao título! Alvalade − que
da partida tornar-se-ia mais cauteloso, o notório cansaço aumentou e multiplicaram-se, sobretudo, os duelos a meio-campo. O treinador Tiago Teixeira ainda tentou refrescar os sub-23 Leoninos com as entradas de Manuel Kissanga e David Moreira e, mais tarde, de Ewandro Santos, mas a toada de equilíbrio estava para ficar. Na recta final, o jogo partiu-se em busca da vitória e voltou a ter mais acção perto das balizas, mas nem as duas oportunidades de Rodrigo Ramos, para os da casa, e nem as de David Moreira, para o Sporting CP, tiveram a melhor conclusão.
Tudo igual em campo e tudo na mesma na classificação: o Sporting CP (26 pontos) mantém a vantagem no confronto directo, mas o GD Estoril Praia (29) só depende de si para assegurar o primeiro lugar nesta segunda fase. Na última e derradeira jornada, disputada hoje, quinta-feira, o Sporting CP recebe o SCU
sempre apoiou, que sempre disse presente, que esteve num contínuo apoio à equipa, mesmo muito antes do jogo começar − festejava… delirava mesmo! Emoções ao rubro… o vigésimo quarto título de campeão da nossa história está já perto, tão perto… vamos equipa! Lado a lado! Todos juntos!
Arbitragem − Em Alvalade quase que nem se deu pelo árbitro Cláudio Pereira, nem pelo VAR Rui Costa. E ainda bem que assim foi. Os “feiticeiros da bola” são outros e devem ser esses, os jogadores e respectivas equipas técnicas, os únicos focos da nossa atenção. Oxalá fosse, pois, sempre assim.
Campeonato Nacional 2 − O Sporting chegou aos oitenta pontos e continua − agora que só faltam quatro jornadas para concluir o Campeonato − com sete pontos de avanço sobre o segundo classificado, prosseguindo impávido, sereno e imperial na sua notável caminhada deste ano na prova maior do nosso futebol! É o melhor ataque da prova (com a impressionante marca de 87 golos!) e uma das melhores defesas! No ataque é mesmo de salientar que estamos em época como já há largas décadas não víamos… 87 golos marcados no Campeonato e 131 em toda a época é mesmo − apesar das enormes diferenças no futebol desde então − marca do nível da mítica equipa dos “Cinco Violinos”!
Torreense e o GD Estoril Praia visita o FC Vizela.
Desde a derrota na primeira jornada desta segunda fase, os sub23 Leoninos somam 12 jogos consecutivos sem perder.
17.04.2024
Liga Revelação – Ap.de Campeão 13.ª jornada | Estádio António Coimbra da Mota, Estoril
GD ESTORIL PRAIA SPORTING CP
1 1
1-1 ao intervalo
João Tavares (37’) Henrique Arreiol (6’)
Sporting CP: Guilherme Pires [GR], Gonçalo Braga, Emanuel Fernandes, Lucas Taibo, Tiago Parente, Henrique Arreiol, Rafael Besugo [C] (Manuel Kissanga, 68’), Manuel Mendonça (Ewandro Santos, 85’), Isnaba Mané (David Moreira, 68’), Geovany Quenda, Rodrigo Marquês. Treinador: Tiago Teixeira. Disciplina: cartão amarelo a Mané (20’), Arreiol (82’).
Campeonato Nacional 3 − Na próxima jornada temos, domingo à noite, o Clássico FC Porto vs. Sporting CP, no Estádio do Dragão! É o jogo grande da jornada e sempre um dos grandes jogos de todos os campeonatos! E nós, Sporting, vamos lá para ganhar, para trazer os três pontos para casa! É isso que queremos, desde logo porque − isso sim − queremos apressar o título de Campeão Nacional! E isso só se consegue com vitórias, mesmo! Vamos nisso! Força, Sporting! Força, Equipa! Até Morrer!
Andebol − A nossa extraordinária equipa continua a sua fantástica caminhada no Campeonato Nacional, tendo no último fim-de-semana derrotado o SL Benfica por quase dez golos de diferença… que bem mais poderiam ter sido, não fora o espírito de gestão que houve necessidade de implementar. Depois, já nesta semana, perdemos por escassos três golos na Alemanha, para a Liga Europa… e esse resultado implica que, na próxima 3.ª feira, tenhamos de ir todos ao João Rocha! Queremos passar às meias-finais da Liga Europeia!
Pólo EUL − Está concluída a primeira fase das obras no Pólo EUL! E o presidente Frederico Varandas já garantiu que vai continuar a investir, desde logo para bem da nossa formação! Venha, pois, essa segunda fase!
VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!
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TITO ARANTES FONTES
FUTEBOL FORMAÇÃO SUB-19
REGRESSO AOS TRIUNFOS NO ALGARVE
SUB-19 DERROTAM SC FARENSE COM REVIRAVOLTA NO MARCADOR E BIS DE TELMO
COIMBRA (1-2).
Depois de quatro jogos sem vencer, a equipa sub-19 de futebol do Sporting Clube de Portugal reencontrou o caminho dos bons resultados no Algarve, este sábado, ao bater o SC Farense por 1-2 na nona jornada do apuramento de campeão do Campeonato Nacional.
Os Leões dominaram boa parte do encontro, terminando com 60% de posse de bola e mais remates que o adversário (16/9), mas não tiveram tarefa fácil diante do último classificado – que chegou a esta partida com um registo de cinco derrotas, três empates e zero vitórias.
A primeira grande oportunidade do jogo no Complexo Desportivo
da Penha até pertenceu ao Sporting CP, aos 27 minutos, mas o médio João Simões desperdiçou o penálti. Na resposta, já no segundo minuto de compensação, o conjunto de Faro foi mais eficaz e abriu o marcador através de Gabriel Cardoso, obrigando o Sporting CP a correr atrás do prejuízo.
Na segunda parte, a turma orientada pelo técnico Pedro Coelho fez tudo para dar a volta ao resultado e foi recompensada. Depois de Nilton Cardoso ter ameaçado com um disparo ao poste, acabou por ser o também recém-entrado Telmo Coimbra a decidir a partida. No espaço de apenas sete minutos, aos 75’ e 82’, o avançado bisou, primeiro através de um penálti e depois num remate de belo efeito que confirmou a vitória dos Leões.
De referir que o jovem de 17 anos passa a somar assim nove golos esta época, todos pelos sub-19. Com este resultado, a formação de Alvalade mantém-se no quarto lugar, agora com onze
pontos, a três do Vitória SC, sete do SL Benfica e 13 do SC Braga, que é líder isolado. Segue-se o Clássico com o FC Porto (sétimo e penúltimo classificado) este sábado, em Alcochete.
Telmo Coimbra foi decisivo e chegou aos nove golos na presente temporada
20.04.2024
Campeonato Nacional
Ap. de Campeão – 9.ª jornada Campo do Complexo Desportivo da Penha, Faro SC FARENSE SPORTING CP
1 2
1-0 ao intervalo
Gabriel Cardoso (45+2’)
Telmo Coimbra (pp 75’, 82’)
Sporting CP: Miguel Gouveia [GR], Konstantin Nikitenko (Luís Gustavo, 90+1’), Guilherme Silva, Marlon Júnior [C], Rodrigo Dias (Nilton Cardoso, 64’), Eduardo Felicíssimo, Ivanildo Mendes (Mamadu Queta, 64’), João Simões (Amadu Baldé, 84’), Micael Sanhá, Pedro Sanca (Telmo Coimbra, 64’) e João Infante. Treinador: Pedro Coelho. Disciplina: cartão amarelo para Rodrigo Dias (34’), Miguel Gouveia (84’) e Amadu Baldé (87’).
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Texto: Pedro Ferreira
Fotografia: Isabel Silva
AF SPORTING IRS JORNAL MEIA PAG 2.pdf 1 24/04/2024 12:14
FUTEBOL FORMAÇÃO SUB-17
CANTO
DIRECTO
DECIDE CLÁSSICO NA RECTA FINAL
SUB-17 BATEM FC PORTO COM GOLO OLÍMPICO DE SANDRO
NASCIMENTO, 60 ANOS DEPOIS DO ‘CANTINHO DO MORAIS’.
Texto: Pedro Ferreira
Fotografia: Isabel Silva
A equipa sub-17 de futebol do Sporting Clube de Portugal iniciou a segunda volta da fase de apuramento de campeão do Campeonato Nacional com uma vitória na recepção ao FC Porto (1-0), este domingo, em partida a contar para a oitava jornada. Precisamente no dia em que o emblema de Alvalade lançou o equipamento comemorativo dos 60 anos da vitória na Taça das Taças, conquistada graças ao célebre ‘Cantinho do Morais’, o médio Sandro Nascimento não fez por menos e deu o triunfo aos Leões também através de um canto directo, aos 89 minutos, decidindo um jogo até aí equilibrado, mal jogado e com poucas oportunidades claras de golo. O Clássico arrancou num ritmo morno, com muitos duelos, bolas no ar e faltas dos dois lados, o que
não abonou a favor da qualidade futebolística. Entrega não faltou, com os jogadores a lutarem por cada lance, mas sem conseguirem grandes aproximações às balizas.
A excepção nasceu de Salvador Blopa, que podia ter feito o 1-0 mas, na cara do guarda-redes Martim Pereira, permitiu a defesa, sendo que os azuis e bran-
TRIUNFO IMPORTANTE DOS INICIADOS NO RESTELO
PENÁLTI DE ALEXANDRE ROSADO DECIDIU DÉRBI LISBOETA E ALARGA PARA SEIS OS JOGOS SEGUIDOS DOS JOVENS LEÕES SEM PERDER.
Texto: Xavier Costa
A equipa sub-15 de futebol do Sporting Clube de Portugal visitou e venceu o CF “Os Belenenses” por 0-1 no jogo da 11.ª jornada da fase final do Campeonato Nacional do escalão, disputado no último domingo. No Campo Major Baptista Silva, o
duelo foi muito discutido, sobretudo na primeira parte, onde a posse de bola foi totalmente dividida (50%-50%), bem como as oportunidades, apesar do maior ascendente verde e branco neste capítulo (2-4 em remates à baliza)
Seria já no segundo tempo que os iniciados do Sporting CP acentuaram a sua superioridade em cam-
cos também testaram Alexandre Tverdohlebov, que encaixou o remate.
Ainda assim, o Sporting CP demonstrava maior iniciativa com bola e foi tendo ligeiro ascendente. Já aos 38 minutos, os Leões tiveram uma oportunidade de ouro para abrir o marcador, depois de Flávio Gonçalves − que vinha sendo o elemento mais desequilibrador da turma verde e branca − sofrer falta dentro da área. No entanto, o extremo viu o guardião Martim Pereira travar o penálti com uma defesa providencial. Na segunda parte, com Rúben Amorim atento a assitir na bancada, o desafio abriu. O FC Porto entrou por cima, ensaiando dois remates resolvidos de forma segura por Alexandre Tverdohlebov, só que o Sporting CP aos poucos voltou a equilibrar o tabuleiro e respondeu na mesma moeda, embora também sem sucesso. A partir daí, assistiu-se à mesma toada do primeiro tempo: muita luta e pouca qualidade. Na recta final, já com o avançado Estefânio Rúben, de 14 anos, em campo (estreia nos sub-17), as duas equipas tentaram tudo para desfazer o nulo, mais com o coração do que com a cabeça. Alexandre Tverdohlebov voltou a mostrar-se atento na baliza Leonina, com uma excelente de-
fesa, mas foi o Sporting CP a garantir a vitória já aos 89 minutos. Sandro Nascimento fez um golo Olímpico a partir de um canto na direita, vendo a bola entrar ao primeiro poste sem sofrer qualquer desvio.
Os Leões passam a somar agora 17 pontos e mantêm assim a perseguição ao líder SL Benfica, que tem mais três. O desafio que se segue está agendado para este domingo, dia 28, no terreno do SC Braga, que ocupa o quarto lugar da classificação.
21.04.2024
Campeonato Nacional
Ap. de Campeão – 8.ª jornada Estádio Aurélio Pereira, Alcochete
SPORTING CP FC PORTO
1 0
0-0 ao intervalo
Sandro Nascimento (89’)
Sporting CP: Alexandre Tverdohlebov [GR], Rodrigo Cabrito (Diego Coxi, 83’), Atanásio Cunha, Afonso Lee, Salvador Blopa (Daniel Costa, 83’), Sandro Nascimento, Winilson Lopes, Rafael Camacho [C], Diogo Martins (Miguel Ameida, 67’), Frederico Gomes (Argyris Christodoulou, 67’) e Flávio Gonçalves (Estefânio Rúben, 76’). Treinador: José João. Disciplina: cartão amarelo para Flávio Gonçalves (54’) e Atanásio Cunha (68’).
po perante o terceiro classificado (19 pontos) e logo com um golo no reatamento da partida. Uma saída a destempo do guarda-redes dos azuis provocou um pontapé de penálti e o defesa Alexandre Rosado, chamado à conversão, não tremeu, colocando os jovens Leões na frente do marcador com o seu sétimo golo da época – e marcou pela se-
gunda jornada consecutiva. Até ao fim, a formação verde e branca continuou a ser a mais perigosa em Belém e ainda ficou reduzida a dez jogadores aos 65 minutos, mas nada mudaria no resultado e os três pontos seguiram para a Academia Cristiano Ronaldo.
Desta forma, o Sporting CP de Bernardo Bruschy atingiu os 17 pontos e subiu para o quinto lugar, embora com um jogo ainda em atraso que pode manter os jovens Leões em rota ascendente na classificação. Agora, segue-se uma recepção à A. Académica de Santarém na próxima jornada, precisamente o emblema que os iniciados Leoninos ultrapassaram na tabela nesta ronda.
21.04.2024
Campeonato Nacional – Ap. de Campeão – 11.ª jornada | Campo Major Baptista Silva, Lisboa CF “OS BELENENSES” SPORTING CP
0 1
0-0 ao intervalo
Alexandre Rosado (pp 49’)
Sporting CP: Valdir Nascimento [GR], Leonardo Varela (Martim Diogo, 70’), Alexandre Rosado [C], Illia Iablonskyi, Francisco Cabeçana, Rodrigo Nogueira, José Garrafa (Salvador Fortuna, 59’), Tiago Monteiro (Mário Almeida, 27’), Rodrigo Correia (Rafael Fial, 70’), Martim Almeida (João Rijo, 70’), Henrique Tavares. Treinador: Bernardo Bruschy. Disciplina: Cartão amarelo a Rosado (40’), Nogueira (43’ e 65’), Garrafa (53’), Martim Almeida (80+5’). Cartão vermelho a Nogueira (65’).
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SUB-15
Sandro Nascimento decidiu o jogo com um golo de canto directo
ACADEMIAS SPORTING
OLIVAIS SUL
Como tem sido o percurso da Academia desde a criação até os dias de hoje?
A Academia Sporting Olivais Sul foi criada em Agosto de 2021, num acordo entre o Sporting Clube de Portugal e o CCD Olivais Sul, e registou um crescimento gradual e sustentado ao longo destes três anos. Inicialmente, a Academia era composta por cerca de 40 atletas, mas com a divulgação realizada à comunidade desportiva, a fidelização dos nossos atletas e a captação de novos alunos, o projecto teve um franco crescimento ao nível do número de praticantes e da competitividade das equipas de competição federada
Como descreve a actual actividade da Academia?
A Academia procura oferecer um ambiente saudável de prática desportiva que combina a vertente formativa (não federados) e a competitiva (federados). Antes de formarmos atletas, concentramo-nos na formação de jovens saudáveis, através da transmissão de valores e da missão do Sporting CP. Actualmente, os nossos atletas contam com uma estrutura técnica qualificada para adequar os treinos e jogos às etapas de desenvolvimento e necessidades de cada um, procurando desafiá-los numa lógica de crescimento e aprendizagem constante.
DATA DE CRIAÇÃO AGOSTO 2021
ESCALÕES EXISTENTES SUB-5 A SUB-17
IDADE DO ATLETA MAIS NOVO 3 ANOS
IDADE DO ATLETA MAIS VELHO 17 ANOS
NÚMERO DE JOGADORES 326
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS/ TREINADORES/STAFF 30
Quais são os planos da Academia para o futuro a breve, médio e longo prazo?
A breve prazo, o objectivo é dar continuidade ao crescimento da Academia, criando mais escalões federados e proporcionando experiências de qualidade aos nossos atletas, tanto nos momentos formativos como nos momentos competitivos. A médio prazo, queremos aumentar o número de praticantes e subir o nível competitivo das equipas federadas. A longo prazo, procuramos colocar a nossa Academia como uma das referências a nível do distrito de Lisboa na formação de jovens atletas, colocando anualmente vários atletas nas equipas de competição do Sporting CP.
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RODOLFO CARNEIRO Coordenador técnico da Academia Sporting Olivais Sul
Açores
OLIVAIS SUL
Madeira
EMPATE NO DÉRBI NÃO CHEGOU
LEOAS ELIMINADAS NAS MEIAS-FINAIS DA TAÇA DE PORTUGAL. 1-1 DA SEGUNDA MÃO, EM CONJUNTO COM A DERROTA POR 1-0 NA PRIMEIRA, DITARAM O DESFECHO.
até então: Olivia Smith rematou para defesa de Lena Pauels. Ao intervalo, 0-1 em Alcochete. O SL Benfica podia ter marcado logo aos 48 minutos, no início do segundo tempo, mas Hannah Seabert respondeu a Marie Alidou com uma grande defesa. Logo a seguir, o golo do empate, com Brittany Raphino a lançar Olivia Smith na velocidade e esta a avançar antes de rematar cruzado para o fundo das redes. Belo momento da canadiana, muito bem assistida pela norte-americana. Hannah Seabert, pouco depois, voltou a superar Marie Alidou, e, aos 69 minutos, Mariana Cabral colocou Ana Capeta e Fátima Pinto nos lugares de Jacynta Gala e Diana Silva. A seguir foi a
vez de Joana Martins dar lugar a Cláudia Neto.
A eliminatória parecia ter ficado empatada aos 80 minutos, quando Brittany Raphino aproveitou um erro do SL Benfica para facturar, mas Sílvia Domingos anulou depois o lance por mão na bola da avançada do emblema de Alvalade.
O Sporting CP fez tudo para voltar a colocar a bola no fundo das redes até ao apito final, tendo entrado até Maísa Correia para a saída de Alícia Correia, mas o 1-1 prevaleceu e as Leoas foram eliminadas da Taça de Portugal. O próximo jogo acontece no sábado, 27 de Abril, com uma visita ao terreno do CS Marítimo para a 20.ª jornada da Liga.
MARIANA CABRAL: “FALTOU-NOS EFICÁCIA”
No final, Mariana Cabral marcou presença na conferência de imprensa e analisou o encontro.
21.04.2024
Taça de Portugal − Meias-finais
2.ª mão | Estádio Aurélio Pereira
SPORTING CP SL BENFICA
1 1
0-1 ao intervalo
Olivia Smith (49’) Jéssica Silva (13’)
A equipa principal feminina de futebol do Sporting Clube de Portugal empatou, no último domingo, a um golo na recepção ao SL Benfica para a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, ficando assim eliminada da prova rainha − na primeira mão, o conjunto de Mariana Cabral havia perdido por 1-0. Com um Estádio Aurélio Pereira praticamente cheio, as Leoas entraram em campo com uma camisola alusiva ao mês de prevenção dos maus tratos na infância − Abril Azul 2024 − da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Criança e Jovens, a pedido da Comissões de Proteção de Crianças e Jovens Lisboa Ocidental.
Sporting CP: Hannah Seabert [GR], Ana Borges [C], Andrea Norheim, Alícia Correia (Maísa Correia, 88’), Fátima Dutra, Joana Martins (Cláudia Neto, 75’), Brenda Pérez, Olivia Smith, Diana Silva (Fátima Pinto, 69’), Jacynta Gala (Ana Capeta, 69’) e Brittany Raphino.
Treinadora: Mariana Cabral.
Disciplina: cartão amarelo para Olivia Smith (35’) e Fátima Dutra (89’).
Apesar de ter sido o Sporting CP a entrar com mais velocidade e intensidade, foi o SL Benfica a começar a criar perigo com um remate de Anna Gasper para defesa de Hannah Seabert. Pouco depois, aos 13 minutos, as águias conseguiram mesmo inaugurar o marcador por intermédio de Jéssica Silva.
Marie Alidou, uma das principais protagonistas das visitantes que travou um grande duelo com Hannah Seabert ao longo do dérbi, também tentou a sua sorte, mas a guarda-redes agarrou. Já depois das quedas de Olivia Smith e Brittany Raphino na área do SL Benfica, ambas sem motivo para pontapé de penálti de acordo com a árbitra Sílvia Domingos, foi a vez de Joana Martins bater um livre directo para Brittany Raphino ameaçar, mas a guardiã Lena Pauels negou o empate. Depois de um período com um ritmo de jogo mais baixo e menos interessante, os instantes em cima do intervalo voltaram a contar com remates de parte a parte. Diana Silva atirou ao lado, as forasteiras reagiram com Marie Alidou e Andreia Norton a testarem Hannah Seabert, e Fátima Dutra falhou o alvo. Ao quarto minuto de compensação, o Sporting CP criou a melhor oportunidade
“Faltou-nos eficácia. Dominámos o jogo, estivemos por cima, sabíamos que tínhamos de ser muito competentes na forma como abordávamos o jogo. O SL Benfica tem muita qualidade e estávamos em desvantagem [na eliminatória]. Na primeira mão tivemos mais oportunidades e não conseguimos ser eficazes. Sabíamos que tínhamos de estar no máximo, as jogadoras deram tudo. Podíamos ter conquistado a vitória, não conseguimos. Cabeça limpa e vamos continuar a competir na Liga e na final da Taça da Liga”, começou por dizer aos jornalistas no Estádio Aurélio Pereira.
Questionada sobre o impacto que a eliminação pode ter, a treinadora verde e branca admitiu que tal efeito pode existir, “mas tem de acabar 24 horas depois”: “Temos de estar prontas para voltar a trabalhar conscientes do que fizemos, da nossa qualidade, da nossa equipa e do nosso futuro. Temos de continuar. Na próxima semana temos uma deslocação muito difícil, três dias depois temos a final da Taça da Liga. Temos de estar prontas para dar tudo. Estamos tristes por não ir ao Jamor, que era um objectivo, mas temos de perceber o que podíamos fazer melhor”. Por fim, Mariana Cabral agradeceu o forte apoio sentido em Alcochete: “Já no último jogo os adeptos tinham sido muito importantes. Tentaram ao máximo transmitir energia à equipa. Infelizmente não conseguimos chegar ao segundo golo. Os adeptos vão continuar a puxar por nós até ao fim porque percebem a competência destas jogadoras, que deram tudo. Algumas delas estavam em dificuldades e talvez não estejam disponíveis na próxima semana”.
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FUTEBOL EQUIPA PRINCIPAL FEMININA
Texto: Luís Santos Castelo
Fotografia: Isabel Silva
Jogadoras de Mariana Cabral tentaram e estiveram perto da vitória
CONCLUÍDAS PRIMEIRAS MELHORIAS NO PÓLO EUL
FREDERICO VARANDAS INAUGUROU NOVO CAMPO SINTÉTICO QUE VAI SERVIR O FUTEBOL E O RUGBY DE FORMAÇÃO.
Dois meses após ter sido anunciado um investimento superior a três milhões de euros na requalificação das instalações do Pólo EUL, local que acolhe as equipas do futebol e rugby de formação, está concluída a primeira fase das obras com a construção de um campo sintético que já se encontra disponível para treinos e jogos.
A inauguração do novo espaço decorreu esta terça-feira e contou com o presidente do Conselho Directivo verde e branco, Frederico Varandas, bem como de Eduardo Quaresma, jogador da equipa principal de futebol, e Maísa Correia, jogadora da equipa feminina, ambos com passagem pela formação Leonina e pelo Pólo EUL.
A cerimónia contou também com a presença do director-geral da Academia Cristiano Ronaldo, Paulo Gomes, do director do futebol de formação, Tomaz Morais, e do director do Pólo EUL, Filipe Vedor, bem como do Reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, e ainda do presidente do EUL, João Roquette.
A tarde arrancou com o acompanhamento dos treinos das equipas do futebol e rugby de formação no novo relvado sintético, que conta com a particularidade de ter um enchimento de cortiça em vez da habitual borracha. Depois, seguiu-se ainda uma visita guiada às instalações que serão o foco da segunda fase deste projecto. No final, o presidente Frederico Varandas mostrou-se satisfeito com o fim da primeira fase das obras, que vão permitir que os jovens atletas que aqui treinam diariamente possam continuar a evoluir com as melhores condições possíveis. “É com muita felicidade que inauguramos este campo. A conclusão da primeira fase deste projecto é um sinal muito forte do investimento na formação. Vamos continuar a investir cada vez mais para dar-
mos condições à nossa formação e para termos melhores miúdos. Queremos distanciar-nos cada vez mais e ser a melhor formação da Europa, esse é o nosso objectivo”, começou por dizer o dirigente aos meios de comunicação Leoninos, apontando desde logo aos próximos objectivos. “Vamos iniciar a segunda fase com a construção de bancadas cobertas em todos os campos, um novo edifício administrativo e oito balneários com departamento médico. É um Pólo universitário praticamente renovado, o
investimento é superior a três milhões de euros e não vamos ficar por aqui. Novos projectos virão”, garantiu. Já o Reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, sublinhou o facto de esta requalificação trazer “mais equipas e ainda mais jovens” para a prática desportiva. “É uma alegria ver centenas de jovens a praticar desporto ao final da tarde. Além disso, com isto conseguimos também reabilitar os campos, algo que nos permite abrir as portas deste espaço aos alunos da Universidade e à população em geral de Lisboa que nos queira visitar. Só com parcerias destas, e com clubes como o Sporting CP, é que tudo isto é possível”, lembrou o responsável, valorizando a “ligação de muitos anos” com o emblema de Alvalade, que sai agora “reforçada”. Quanto a Eduardo Quaresma, central de 22 anos que passou vários anos da sua formação no Pólo EUL, considerou que as condições “estão diferentes para melhor”. “Dá para perceber que tem sido um projecto bem conseguido da estrutura do Sporting CP. O Clube quer proporcionar aos miúdos as melhores condições para evoluírem pois é aqui onde tudo
começa e eu comecei. Espero que muitos deles cheguem à Academia e à equipa A”, apontou o defesa, antes de acrescentar. “Gostei muito de voltar aqui pois traz-me grandes recordações. As minhas grandes amizades foram feitas aqui e mantenho contacto com muitos desses amigos. Tenho memórias engraçadas na rouparia, na piscina e no posto médico, por exemplo”.
Também Maísa Correia, jogadora de 17 anos que actua na equipa principal Leonina e que até há bem pouco tempo treinava no Pólo EUL, elogiou as melhorias feitas. “As instalações agora são muito boas. Passei bons anos aqui, aprendi muito e fico feliz por ver que o Sporting CP continua a dar boas condições às mais novas. Espero que aproveitem e desfrutem para que possam evoluir, pois é aqui que começam a crescer”.
Recorde-se que, além do relvado sintético que já está concluído, as obras de modernização do Pólo EUL incluem ainda a construção de mais campos de futebol, a remodelação dos relvados sintéticos já existentes, a construção de bancadas e nove balneários novos, além da remodelação e expansão do edifício administrativo.
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PÓLO EUL
Texto: Pedro Ferreira
Fotografia: João Pedro Morais
A foto de família no novo sintético com o Estádio José Alvalade ao fundo
Frederico Varandas ao lado de Filipe Vedor e Luís Ferreira
EFEMÉRIDE 50 ANOS DA CONQUISTA DO CAMPEONATO NACIONAL 1973/1974
O CAMPEÃO DE PORTUGAL LIVRE
NOS 50 ANOS DO 25 DE ABRIL DE 1974, O JORNAL SPORTING RECORDA O TÍTULO PINTADO A VERDE E BRANCO DE 1973/1974, O PRIMEIRO EM LIBERDADE, E CONTA A HISTÓRIA DA FORMA ATRIBULADA COMO A EQUIPA RECEBEU A NOTÍCIA DA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS EM TERRITÓRIO ESTRANGEIRO, COM UMA LONGA E DIFÍCIL VIAGEM DE REGRESSO A CASA.
Texto: Luís Santos Castelo
Fotografia: Museu Sporting –Centro de Documentação
Neste dia, há 50 anos, Portugal foi o rosto da mudança. A Revolução dos Cravos, a 25 de Abril de 1974, provocou o fim do fascismo, da ditadura, da guerra, da polícia política, do imperialismo e colonialismo, da censura e de muitas outras barbaridades e colocou o país no caminho da democracia, da liberdade e da paz. Quis ainda o destino que o primeiro Campeão Nacional de futebol depois desta data tão marcante fosse o... Sporting Clube de Portugal.
Com Vítor Damas na baliza e um Héctor Yazalde prestes a vencer a Bota de Ouro no ataque, os Leões já eram líderes isolados quando se deu o 25 de Abril, mas foi preciso esperar até à última jornada para um triunfo por 0-3 em casa do FC Barreirense ditar a conquista do título nacional − o primeiro desde 1969/1970 − e, também, da Taça de Portugal, superando o SL Benfica por 2-1 no Jamor.
Apesar de ter vivido a Revolução no estrangeiro [ver segunda parte da peça], o Sporting CP não foi, de todo, indiferente ao que aconteceu e isso viu-se, precisamente, no Jornal Sporting
A edição de 3 de Maio foi a primeira depois do 25 de Abril, mas não era suposto ser assim. “A oficina onde é impresso viu os seus trabalhos interrompidos e suspensos durante os dias 25 e 26 de Abril, o que tornou impossível a sua elaboração, e como todas as outras também estavam meio paralisadas, foi totalmente impossível imprimi-lo noutro lado de maneira a lançá-lo a tempo e horas”, justificava a nossa publicação, que, ainda assim, estava totalmente solidária com as razões que ditaram esse desfecho: “Assim, passou a existir um salto de uma semana na colecção do nosso Jornal. Um salto que não nos deslustra em nada, bem pelo contrário, pois ele ficará a assinalar uma data bem significativa”.
O primeiro Jornal Sporting depois do 25 de Abril, publicado a 3 de Maio
A mesma edição, a 3 de Maio de 1974, abordou o 25 de Abril na primeira página com entusiasmo e alegria, sendo o reflexo de um povo que, pela primeira vez em quase meio século, estava livre.
“Embora o desporto, de que os jornais dos clubes são
expressão particularmente vincada, não seja político, ao menos no sentido tradicional da palavra, não podia o nosso jornal deixar de se associar à hora, a um tempo dramática e promissora, que se está vivendo. Comungando nos anseios de renovação da Junta de Salvação Nacional, já traduzidos num programa de acção que é a definição de uma nova era da grei portuguesa, «Sporting» está presente como voz dos seus milhares de Associados e milhões de adeptos para dizer: «VIVA PORTUGAL»”, escreveu o Jornal Sporting Seguimos para a edição de 31 de Maio, a primeira após a conquista do título. Logo na segunda página, José Manuel Arsénio destacou o facto que nos traz aqui hoje com uma clara emoção nas palavras. A democracia e a liberdade davam os seus primeiros passos com o rugido do Leão.
“Sporting sagrou-se campeão em ano de glória para as suas cores e que o foi igualmente para a nação portuguesa. O ano que marcou a mudança de rumo dos destinos do nosso Clube veio assinalar também o ressurgimento da pátria portuguesa, a libertação do povo lusíada após uma noite medieval de 48 anos de barbárie opressora que conduziu ao fenecer de esperanças e ideais, ao tolhimento espiritual e ideológico, ao definhamento das bases económicas e dos meios humanos. Neste ano de ressurreição do povo português, o Sporting orgulha-se de ser o Campeão de Portugal Livre.”
A ODISSEIA DE UM 25 DE ABRIL A TENTAR CHEGAR A PORTUGAL
Enquanto o país vivia um dia histórico, o plantel de futebol teve, também ele, uma grande história para contar.
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Terminado o desafio em casa do 1. FC Magdeburg, na República Democrática Alemã (RDA), com derrota por 2-1 no jogo e por 3-2 na eliminatória das meias-finais da Taça das Taças, a 24 de Abril, os desanimados jogadores Leoninos foram para o hotel dormir na esperança de, no dia seguinte, regressarem de forma tranquila para Portugal.
Assim parecia que tudo ia suceder na manhã de 25, quando, ainda bem cedo, o grupo entrou no autocarro para percorrer cerca de 150 quilómetros com direcção a Berlim. Ao chegar à fronteira com a República Federal da Alemanha, o grupo recebeu parte da notícia: houve golpe de estado em Portugal. De acordo com a edição de 29 de Abril de 1974 do jornal Mundo Desportivo, numa peça assinada por Guido Carvalho, imperavam “os nervos, as apreensões, a ânsia de se saber algo”, uma vez que “pouco mais se adiantou” para além da confirmação de que “havia problemas na pátria distante”.
Já no aeroporto, em Berlim, portugueses que esperavam a equipa do Sporting CP revelaram mais detalhes do que estava a acontecer em Portugal, incluindo um que “contribuiu para que o nervosismo aumentasse: não havia ligações aéreas para Portugal”.
Seguiu a comitiva para Frankfurt, num voo que se atrasou quase uma hora por haver “um passageiro a mais no avião”, revelou Guido Carvalho. A ansiedade só aumentava e, à chegada a Frankfurt, confirmou-se que não havia qualquer voo para Lisboa e descobriu-se outro problema, uma vez que também não estava a ser possível telefonar para Portugal. Nessa altura, apareceu João Rocha, presidente do Conselho Directivo do Sporting CP e uma das mais míticas figuras da história do Clube. Fazendo uso dos seus contactos e experiência, arranjou maneira de colocar a comitiva num avião da Iberia, companhia aérea espanhola, que seguia para Madrid. O objectivo era ficar o mais perto possível da fronteira portuguesa e a chegada à capital espanhola deu-se a meio da tarde. Já em Espanha, e ainda sem saber muito do que se estava passar em Portugal − as chamadas telefónicas continuavam sem funcionar −, João Rocha voltou ao trabalho: utilizou os gabinetes da TAP em Madrid para procurar uma solução e conseguiu a informação de que a fronteira estava aberta em Badajoz. Assegurou um autocarro e, quando este chegou, lá foi o Sporting CP para oeste para mais uma viagem de várias horas, agora outra vez na estrada. Guido Carvalho não seguiu no mesmo autocarro, tendo alugado um automóvel para chegar a
Badajoz, tal como fizeram outros membros da caravana, que seguiu a todo o gás para a fronteira, uma vez que as últimas informações recebidas diziam que esta ia fechar à 1h00 da manhã.
Por volta das 22h00, um taxista português que se encontrava na cidade espanhola de Trujillo cruzou-se com Guido Carvalho e explicou-lhe que “a situação em Portugal não tinha a gravidade sangrenta” que muitos pensavam ter. “E soubemos que a fronteira estava realmente aberta”, admitiu.
O natural entusiasmo foi curto, uma vez que, à chegada a Badajoz, a fronteira estava, afinal, fechada. “Nova luta para tentarmos os telefonemas. Também não era fácil. Os circuitos tinham estado interrompidos e de-
quando já passava das 4h30 da madrugada”, lia-se no Mundo Desportivo
pois estariam extraordinariamente sobrecarregados. Pensar em jantar. O Sporting faria uma curta paragem durante a viagem. Nós procuraríamos, em Badajoz, alojamentos para toda a comitiva. Conseguiu-se
O cansaço era muito, as horas de sono poucas, mas às 9h00 já estava toda a gente acordada novamente, com o objectivo a ser procurar um quiosque para comprar um jornal e saber ainda mais sobre o que tinha acontecido. A fronteira, essa, continuava fechada, mas João Rocha voltou a brilhar: o autocarro do Sporting CP já estava em Elvas, no lado português da fronteira. Ainda assim, foi preciso esperar pelas 14h00 para chegar a autorização de passagem na fronteira, primeiro para o autocarro Leonino e depois para todos os profissionais que foram fazer a cobertura da partida a Magdeburgo. Eram 14h30 de 26 de Abril, mais de 30 horas depois do início da odisseia, quando todos passaram para Elvas, onde João Rocha ofereceu o almoço a todos os presentes antes da ida para Lisboa. Os esforços do antigo presidente do emblema de Alvalade foram destacados no Jornal Sporting de 3 de Maio. “O regresso da expedição Sportinguista, dados os atardamentos e alterações a que, inevitavelmente, teve de ser submetida, teve o feliz condão de nos revelar, em toda a sua potencialidade, as elevadas qualidades de João Rocha, já pela forma sabiamente eficaz como soube resolver todos os problemas que se depararam à caravana, já pelo titânico esforço desenvolvido em defesa do bem-estar físico de toda a comitiva que, graças ao espírito dinâmico do nosso presidente, pôde ver supridas todas as carências de que se viu ameaçada. Nos momentos difíceis revelam-se os grandes homens, como foi, desta feita, o caso de João Rocha que, enfrentando contrariedades de vária ordem, soube ser o Moisés altaneiro que conduziu o seu povo à Terra Prometida, ora libertada”, escreveu José Manuel Arsénio, que já parecia, mesmo com poucos dias para reflectir e assimilar, entender a relevância e o peso do 25 de Abril de 1974. “A viagem de regresso da comitiva Leonina foi repleta de incidentes inesperados, conquanto de grata e justa causa, já que, ainda em território de leste, a expedição Sportinguista foi sacudida por uma onda de entusiasmo electrizante que, após um certo cepticismo inicial, eclodiu numa exultação carregada de emoção. O 25 de Abril, marco histórico relevante na vida gloriosa da nação portuguesa, jamais será esquecido por aquelas quatro dezenas de portugueses que, algures na confluência de dois mundos − o bloco de leste e a Europa ocidental − receberam a notícia da libertação da pátria, ao cabo de mais de quatro décadas de opressivo agrilhoamento”, escreveu no Jornal Sporting de 3 de Maio de 1974.
17 // SPORTING 3973
“Somos Campeões de Portugal”, lia-se na manchete do Jornal Sporting depois da conquista do primeiro Campeonato Nacional em liberdade
EFEMÉRIDE
60 ANOS DA CONQUISTA DA TAÇA DAS TAÇAS
‘HERÓIS DE 64’: ECOS DA CONQUISTA EUROPEIA, 60 ANOS DEPOIS
ESTÃO PRESTES A CUMPRIR-SE 60 ANOS DA CONQUISTA DA TAÇA DAS TAÇAS DE 1963/1964 E PARA ASSINALAR A DATA E O FEITO O SPORTING CP JÁ LANÇOU UM NOVO EQUIPAMENTO. SOB ESSE PRETEXTO, VIAJÁMOS NO TEMPO ATRAVÉS DAS PÁGINAS DO JORNAL SPORTING PARA RECUPERAR TODAS AS EMOÇÕES DESSES DIAS: DA IMPORTÂNCIA DE FIGUEIREDO NAS REVIRAVOLTAS DA FINAL EM BRUXELAS AO AFAMADO E DECISIVO ‘CANTINHO DO MORAIS’ NA FINALÍSSIMA EM ANTUÉRPIA. O RESTO É HISTÓRIA, UMA FEITA DE HERÓIS, OS ETERNOS ‘HERÓIS DE 64’ E O SEU LEGADO.
Texto: Xavier Costa
Fotografia: Museu Sporting – Centro de Documentação
15 de Maio de 1964 é uma data gravada de forma indelével na História do Sporting Clube de Portugal. O dia em que, no futebol, mais do que “tão grande como os maiores da Europa”, nas fundadoras palavras de José Alvalade, o Leão rampante afirmou-se como o maior entre os grandes da Europa.
Até ao levantar dessa Taça dos Vencedores das Taças no
solo belga de Antuérpia, o Sporting CP eliminou custosamente (houve terceiro jogo para desempatar) uma rochosa Atalanta BC (4-6), dizimou com números ainda recorde o APOEL (18-1), deu a volta, em Alvalade, com estrondo e brilho ao lendário Manchester United FC de Dennis Law, George Best e Bobby Charlton (4-6) e superou ainda o Olympique Lyonnais também após três jogos (1-2). Tudo isto antes da memorável decisão (com recurso a finalíssima) diante dos húngaros do Magyar Testgyakorlók Kore, o conhecido MTK de Budapeste.
Nasceram para a eternidade os ‘Heróis de 64’ e, entre eles, o mítico ‘cantinho do Morais’, graças àquele que ainda hoje é o principal feito europeu dos Leões no futebol.
UM OBSTÁCULO FINAL MAGIAR
“Por mérito próprio, eis-nos na final da Taça das Taças!”, exaltou a manchete do Jornal Sporting (n.º 692) a de 8
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Os ‘Heróis de 64’ com a Taça das Taças
de Maio de 1964. Estava alcançado “o último degrau” de uma escada que obrigou a um “grande esforço”, enalteceu a mesma edição, realçando ainda os feitos da caminhada verde e branca, deixando para trás “representantes do futebol de três potencias europeias de respeito – Itália, Inglaterra e França”.
Final à vista na Bélgica e já com rival conhecido, a “categorizada equipa húngara do MTK”, alertava a publicação do Clube Leonino, passando a ‘dissecá-la’ na secção ‘O Senhor que se segue’, dedicada os adversários europeus do Sporting CP. “O mais antigo e um dos maiores clubes da Hungria, senão o maior”, lê-se, contando com o avançado Károly Sándor como “grande vedeta”: um jogador que se “notabilizou na selecção como extremo-direito” e tido ainda como “um grande jogador, apesar de estar com 32 anos”.
Por esta altura, as distâncias eram um obstáculo difícil de ultrapassar e a informação corria com outra velocidade, no entanto foi com base em crónicas de conhecidas publicações como a France Football e o L’Equipe que o Jornal Sporting informou os seus leitores sobre o futebol do MTK, imbuído no “estilo habitual de todas as equipas húngaras”, ou seja, um “futebol de passe curto e bem apoiado entre todos os sectores” − os magiares, tecnicistas e temíveis, encantaram o mundo do desporto-rei, sobretudo, na primeira metade do século XX.
Em “4-2-4” no campo, o MTK tinha a particularidade de os defesas laterais assumirem “um pendor mais acentuadamente atacante”. “Os jogadores húngaros são mais lentos que os latinos e, por isso, a sua progressão no ataque é à base das jogadas de tabela, mas com passes efectuados com muita rapidez”, sublinhava ainda a análise nestas páginas.
PASSAPORTE PARA BRUXELAS…
E a 13 de Maio, no Estádio Heysel (actual Stade Roi Baudouin), em Bruxelas, ou pela transmissão da Radiotelevisão Portuguesa (RTP), foi isso mesmo que se viu do lado húngaro, mas com excelente réplica dos Leões orientados por Anselmo Fernández – o arquitecto de profissão assumiu o comando da equipa a meio da inolvidável eliminatória com os red devils de Manchester.
…E GLÓRIA EM ANTUÉRPIA
Então, foi logo no dia 15 que tudo se decidiu. Passadas apenas 48 horas do empate e cerca de 45 quilómetros para norte de Bruxelas, Sporting CP e MTK estiveram novamente frente-a-frente, agora no Estádio de Deurne (actual Bosuilstadion). Os Leões voltaram a alinhar com Joaquim Carvalho, Pedro Gomes, José Carlos, Alexandre Baptista, João Morais, Fernando Mendes, Géo Carvalho, Osvaldo Silva, Ernesto Figueiredo e Mascarenhas, enquanto Bé, titular na final, deu o lugar a José Pérides nesta finalíssima.
E em Antuérpia foi com “férrea vontade” Leonina que se fez frente à “arte do domínio da bola” dos húngaros num
directo: da Emissora Nacional para todo Portugal. “Aí está José Carlos a meter para Figueiredo, corre para a linha final, vai centrar… contra o corpo do adversário. Sai a bola pela linha final, é pontapé de canto. Pontapé de canto favorável ao Sporting CP, vai agora marcar Morais do lado esquerdo. Morais tem a bola no quarto de círculo, prepara-se para a bater na direcção da baliza de Kovalik. A bola vai partir, partiu, com boa conta para a baliza e golo! Golo! Gooooooooooloooo do Sporting CP, marcou Morais directamente desde a zona de canto!”, exaltou, de forma épica, emprestando para sempre a sua voz ao estelar momento.
Assim, a meio da primeira parte da finalíssima, nasceu a Lenda de João Morais, “na transformação dos seus já famosos cantos directos”, lembra o Jornal Sporting de então. E ele que só viajou para a Bélgica fruto do infortúnio de Hilário, que se lesionou com gravidade a poucos dias das decisões. Coisas da História, neste caso a mais brilhante escrita a verde e branco na Europa do futebol. E de há 60 anos para cá, Morais tem e terá sempre o seu ‘cantinho’ reservado na História do Sporting CP: um canto directo para a eternidade.
Sándor e o MTK até deram o primeiro golpe no jogo, mas antes do intervalo apareceu o goleador Mascarenhas − seria o melhor marcador da prova (11 golos) − para deixar tudo empatado. Já na segunda parte, Ernesto Figueiredo colocou rapidamente o Sporting CP na frente, mas ainda mais rapidamente − em dois minutos (70’ e 72’) − Istvan Kuti, com dois golos, voltou a virar a final de ‘pernas para o ar’.
O tempo corria desfavoravelmente aos Leões, que, no entanto, ao longo desta Taça das Taças − recheada de peripécias − se revelaram verdadeiros especialistas em reviravoltas e golos decisivos. E nesta final voltaram a prová-lo com crença até ao fim.
Já dentro dos últimos dez minutos, Figueiredo foi o herói que salvou o sonho europeu verde e branco ao sentenciar um “jogo de grande emoção e grande nível técnico” com o ilustrativo 3-3 no marcador que levou a final a decidir-se numa finalíssima. E depois de tanto esforço já nada mais se colocaria entre o Sporting CP e o troféu.
jogo bem diferente do anterior, conta nas suas páginas o Jornal Sporting publicado no dia seguinte e cujo arranque da crónica avisa desde logo: “Damos estes apontamentos ainda presos pela emoção que de nós se apossou”. “O fenomenal Morais marcou o golo da vitória” é o título de uma das suas páginas interiores. Um só golo decidiu a Taça das Taças, e que golo! O golo mais famoso da História do Clube, aquele que vive intemporal no imaginário Sportinguista porque é contado ainda de geração em geração como se de um mito ou lenda urbana com contornos do fantástico se tratasse. Mas aconteceu, foi e é bem real: um golo de canto directo de João Morais, o ‘cantinho do Morais’.
“O sonho aconteceu / um golo só bastou / um golo do Morais / que não esquece mais”, canta a conhecida música de Margarida Amaral. O jornalista Artur Agostinho também ‘cantou’ − e imortalizou − este golo, mas em
“Agora será a altura de deitarmos os foguetes, de sorrirmos, de comemorarmos intimamente esta vitória”, pode ler-se na publicação Leonina. E assim que se ouviu o apito final em Antuérpia os festejos tomaram conta do relvado belga e de Lisboa: houve festa de “centenas de Sportinguistas” na sede do Clube ao mesmo tempo que uma “invasão dos portugueses [ao relvado]” soltou o “carnaval” com o “habitual arrancar de camisolas aos jogadores”.
E a celebração continuou no momento em que os já ‘Heróis de 64’ voltaram a Portugal e com a Taça das Taças entre as mãos. “Lisboa e os Sportinguistas receberam com grandiosas manifestações de alegria e gratidão os indómitos e valorosos vencedores”, contou o Jornal Sporting (n.º 694) de 22 de Maio. “Não tinham fim os aplausos” e “cada corpo era ‘chama viva’ de entusiasmo e loucura”, descreve nas suas linhas, acompanhadas por uma feliz fotografia, entre tantas, de uma das tarjas alçadas ao céu: “Obrigado, Sporting CP, esta já é nossa”. Do aeroporto num cortejo “em marcha lenta”, tal era o tamanho da multidão pela cidade, a comitiva seguiu para a devida homenagem na sede do Clube, também atafulhada de gente. A seguir, “os jogadores aprestaram-se para ir visitar Hilário (…) A promessa de Fernando Mendes, de lutar pela vitória e oferecê-la a Hilário, cumpriu-se”. Palavra de capitão.
Ainda haveria mais uma paragem a fazer e os ‘Heróis de 64’ rumaram ao Estádio Nacional, no Jamor, para serem ovacionados pelas bancadas ao intervalo do que seria um Portugal 3-4 Inglaterra. Fernando Mendes levantou o troféu ao lado de Américo Tomás, Presidente da República da altura, e o plantel foi também recebido pelo Presidente do Conselho, o ditador António de Oliveira Salazar.
Às portas de completar 58 anos de vida, estava alcançado “o triunfo mais destacado” da História do Sporting CP, realçou por fim a mesma edição. E, 60 anos depois, o seu legado continua a ser lembrado, contado e honrado.
Agora, o feito dos ‘Heróis de 64’ sai do passado para o presente e estará imortalizado na mais recente ‘pele’ dos Leões: o novo equipamento assinala o aniversário da conquista com um detalhe a dourado na parte posterior da gola. Um legado só é inteiro quando se perpetua no tempo.
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Uma proeza Leonina que ecoa para lá do tempo
MODALIDADES RUGBY
LEOAS CONQUISTAM A TAÇA DE PORTUGAL DE XV
RUGBY FEMININO RECUPEROU DE TRÊS DESVANTAGENS E BATEU O SL BENFICA POR 17-22 NO PROLONGAMENTO.
A festa foi verde e branca no Complexo Desportivo das Caldas da Rainha
Texto: Pedro Ferreira
Fotografia: João Pedro Morais
No último jogo da temporada na vertente de XV, a equipa feminina de rugby do Sporting Clube de Portugal venceu este domingo o eterno rival SL Benfica por 17-22 no prolongamento, após uma igualdade a 17-17 no fim do
21.04.2024
Taça de Portugal – Final
Complexo Desportivo das Caldas da Rainha, Caldas da Rainha
SL BENFICA SPORTING CP
17 22
10-10 ao intervalo
Facinia Santos (13’, ensaio), Neuza Banete (28’, ensaio), Arlete Gonçalves (62’, ensaio), Ana Dias (62’, transformação)
Tetiana Tarasiuk (16’, ensaio), Yara Fonseca (32’, ensaio), Maria Teixeira (68’, ensaio), Franciele Martins (68’, transformação), Edna Santini (95’, ensaio)
Sporting CP: Franciele Martins, Bárbara Barros, Alessandra Lima Costa (Leonor Roque, 1’), Ana Freire, Margarida Cunha, Mariana Fonseca, Ana Sofia Costa, Maria Teixeira [C], Leonor Amaral, Yara Fonseca, Inês Barbosa, Edna Santini, Anastasiia Kryzhanovska (Joana Vassalo, 80’), Beatriz Teixeira (Luísa Cortes, 45’) e Tetiana Tarasiuk.
Treinador: Tomás Campos.
tempo regulamentar, conquistando dessa forma a sexta Taça de Portugal do palmarés verde e branco.
Numa final muito disputada do início ao fim, que teve como palco o Complexo Desportivo das Caldas da Rainha, as Leoas estiveram três vezes em desvantagem no marcador, mas nunca desistiram, chegaram sempre ao empate e, já na segunda parte do tempo adicional, fizeram o ensaio que lhes deu a vitória na prova Rainha.
O SL Benfica começou melhor, com um ensaio de Facinia Santos aos 13 minutos, mas a resposta Leonina chegou logo a seguir, aos 16’, com Tetiana Tarasiuk a responder na mesma moeda e a empatar para o Sporting CP (5-5). Ainda na primeira parte, as encarnadas voltaram a adiantar-se aos 28 minutos, com um ensaio de Neuza Banete, só que mais uma vez o Sporting CP ripostou de imediato com um ensaio de Yara Fonseca aos 32’, fixando a igualdade no placard ao intervalo (10-10).
Já no segundo tempo, a história repetiu-se. O SL Benfica voltou a entrar por cima e chegou ao 1710 aos 62 minutos, com ensaio de Arlete Gonçalves e transforma-
ção de Ana Dias, só que as Leoas nunca se deram por vencidas. Aos 68’, a capitã Maria Teixeira assi-
nou o terceiro ensaio e Franciele Martins não falhou na transformação, deixando mais uma vez
tudo empatado até ao fim do tempo regulamentar (17-17).
O jogo seguiu então para prolongamento e, após uma primeira parte sem mexidas no marcador, no quinto minuto do segundo tempo Edna Santini apontou o ensaio que fechou o resultado em 17-22 e confirmou assim a conquista da prova Rainha.
Depois de 2017, 2018, 2019, 2020 e 2022, esta foi a sexta
Taça de Portugal que as Leoas venceram, sendo que para isso foi necessário eliminar antes o MRC Bairrada nas meias-finais (26-16) e a AEES Agrária de Coimbra nos quartos-de-final (65-7).
Segue-se agora o início da temporada na vertente de sevens, na qual o Sporting CP é o actual Campeão Nacional e vai tentar levantar o troféu pela sexta vez na sua história, depois de já o ter conseguido fazer em 2017, 2018, 2019, 2021 e 2023.
TOMÁS CAMPOS: “ESTE JOGO MOSTROU O QUERER VENCER DESTA EQUIPA”
Para o treinador Leonino Tomás Campos, que cumpre a temporada de estreia à frente das Leoas, esta foi uma conquista “muito especial” numa final “em cheio”. “Desafio quem não viu a ver porque foi um bom momento desportivo. Era para ser uma final com 80 minutos, mas foi de 100 pois ambas as equipas deram tudo e apresentaram um bom rugby. Este jogo mostrou o que foi o nosso processo ao longo da época e o que esta equipa é, com trabalho bem feito e, acima de tudo, querer vencer”, começou por dizer o técnico no ‘Sporting Grande Jornal’, da Sporting TV, elogiando a forma como a equipa “reagiu sempre às vantagens do adversário”. “Tivemos uma lesão grave de uma jogadora que teve de sair ao fim de alguns segundos de jogo [Alessandra Lima Costa] e isso podia ter abalado a equipa, mas a mensagem foi sempre a mesma. Tínhamos de defender de forma disciplinada e com a maior garra possível, e no ataque não podíamos fazer faltas injustificadas por nervosismo. Tínhamos de confiar umas nas outras e ao intervalo vimos que estava a resultar pois estávamos calmas. Sentia-se muita alegria mas também serenidade pois tínhamos mais 40 minutos pela frente e estávamos confiantes de que íamos chegar ao fim vitoriosas”, garantiu Tomás Campos, recordando que esta época “começou com uma renovação” e foi preciso “reconstruir a equipa desde o início”.
“Estamos na altura certa para transmitir o legado, as mais novas têm cada vez mais protagonismo e as mais velhas têm sabido gerir isso. Esta vitória comprova que não precisamos de sair deste quadro para ter sucesso. No campeonato [perdido em Janeiro para o SL Benfica] se calhar não soubemos manter a calma e acreditar em nós próprias, mas agora, com a continuação do processo, conseguimos fazê-lo”. A fechar, Tomás Campos perspectivou o início da época de sevens. “Vamos ter duas equipas seniores a competir e algumas jogadoras sub-18 numa equipa mista. Agora temos uns dias para reajustar a mentalidade, pois o trabalho físico está feito e é a parte táctica que muda. Vão ser três semanas seguidas e, entre recuperação, preparação e pré-jogo, não há muita margem de manobra. Todas as equipas vão querer ganhar. Vencemos o campeonato de sevens na época passada, portanto temos de defender o título e estamos no caminho certo para conseguir isso”, frisou.
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MODALIDADES ANDEBOL
TUDO EM ABERTO
NOS ‘QUARTOS’ DA EHF EUROPEAN LEAGUE
SPORTING CP PERDEU NA ALEMANHA POR UMA DIFERENÇA DE TRÊS GOLOS E TEM A POSSIBILIDADE DE DECIDIR A ELIMINATÓRIA EM CASA, NA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA. RICARDO COSTA DEIXOU APELO AOS SPORTINGUISTAS.
A equipa principal de andebol do Sporting Clube de Portugal perdeu, nesta terça-feira, por 32-29 diante do Rhein-Neckar Löwen, na Alemanha, no primeiro jogo dos quartos-de-final da EHF European League.
Ricardo Costa tinha falado na importância de trazer a possibilidade de decidir a eliminatória em casa e isso aconteceu. Por isso, na próxima terça-feira, todo o apoio será necessário para ajudar a levar de vencida a formação alemã.
Em Mannheim, a jogar num pavilhão cheio e com oito mil espectadores de capacidade, o Sporting CP esteve sempre a
correr atrás do resultado, esbarrando nos ferros e no gigante David Spath (2,02 metros), que fechou o encontro com 16 defesas, mas teve a atitude certa para enfrentar uma equipa com excelentes jogadores e os momentos de maior dificuldade.
Até aos primeiros dez minutos, apesar de não terem entrado tão bem no jogo, os Leões não deixaram o marcador desequilibrar para lá dos dois golos, mas depois disso o Rhein-Neckar Löwen conseguiu abrir a distância.
Aos 20 minutos a equipa da casa, muito compacta na defesa e muito eficaz no ataque, já vencia por 13-9 e até aos últimos três minutos da primeira parte ainda conseguiu aumentar a
vantagem para oito golos, mas a equipa Leonina não baixou os braços, recuperou e encurtou a
23.04.2024
EHF European League
Quartos-de-final – 1.ª mão SAP Arena, Mannheim, Alemanha RHEIN-NECKAR LÖWEN SPORTING CP
32 29
19-14 ao intervalo
Sporting CP: André Kristensen [GR], Leonel Maciel [GR], Natán Suárez (4), Jan Gurri, Pedro Portela (1), Mamadou Gassama (2), Orri Thorkelsson, Étienne Mocquais, Edy Silva (3), Espen Våg (2), Christian Moga, Kiko Costa (9), João Gomes, Edmilson Araújo (1), Salvador Salvador [C] (2) e Martim Costa (5). Treinador: Ricardo Costa.
desvantagem para ‘apenas’ cinco golos em pouco mais de dois minutos (19-14).
Assim, a entrada na segunda metade do jogo fez-se com outra motivação e o Sporting CP conseguiu mostrar-se a um melhor nível. Martim Costa abriu a contagem, os Leões voltaram a encurtar e a distância foi-se mantendo quase sempre assim. No entanto, nos três minutos finais (32-27) e depois de time out pedido por Ricardo Costa, foram
os Leões que foram mais felizes.
O Rhein-Neckar Löwen foi pecando na finalização e o Sporting CP, apesar de David Spath continuar a fazer a diferença, conseguiu reduzir por Natán Suárez e, ao cair do pano, por Mamadou
Gassama num ataque rápido perante uma baliza deserta.
O Sporting CP volta agora a jogar no próximo sábado, em casa do FC Porto e para a semana tem então novo encontro marcado com o Rhein-Neckar Löwen.
RICARDO COSTA: “TEMOS DE TER A NOSSA CASA COMPLETAMENTE A ABARROTAR”
Apesar da derrota, Ricardo Costa mostrou-se agradado com a resposta do Sporting CP. “A equipa teve um carácter enorme. Sabíamos que era difícil jogar aqui perante uma grande equipa, que tem excelentes jogadores, e que iríamos passar por momentos complicados, mas os campeões e os grandes atletas vêem-se é nestes momentos. Mantivemos a cabeça fria e deixámos a eliminatória em aberto”, disse o técnico, fazendo um apelo aos adeptos: “Mais do que nunca, na próxima terça-feira, temos de ter a nossa casa completamente a abarrotar. Queremos concretizar a passagem inédita do Sporting CP à final four da EHF European League e, por isso, deixo o convite a todos os Sportinguistas para se juntarem a nós para tornarmos o nosso sonho realidade”.
LEÕES NÃO DERAM HIPÓTESES NO DÉRBI
SPORTING CP SUPERIORIZOU-SE AO SL BENFICA PELA QUARTA VEZ ESTA
TEMPORADA E CONTINUA SEGURO NA LIDERANÇA ISOLADA DO CAMPEONATO NACIONAL.
Texto: Maria Gomes de Andrade
Antes do jogo europeu, no sábado passado, o Sporting CP venceu o SL Benfica por 37-28 no segundo jogo da derradeira fase do Campeonato Nacional, mantendo-se assim firme na luta pelo título.
A jogar em casa, e com forte apoio nas bancadas, o Sporting CP abriu o marcador, através de Martim Costa, e foi ele quem marcou os três primeiros golos Leoninos, com o SL Benfica a passar depois para a frente do marcador pela primeira vez. Ainda assim, depois de dada a volta ao resultado (7-6), através de Natán Suarez, os Leões não perde-
ram mais o controlo do marcador (e do jogo) e depressa conseguiram uma vantagem de três golos – a maior até então –, com dois tentos de Edy Silva.
O Sporting CP ganhou assim algum conforto no marcador ainda antes dos 15 minutos de jogo com o SL Benfica a tentar recuperar, abdicando do guarda-redes e atacando com sete jogadores de campo, mas foram os Leões que beneficiaram com isso. Os Leões valeram-se do ataque rápido, sustentado em muita consistência defensiva, e não desperdiçaram de baliza aberta.
Apesar disso, o técnico encarnado
decidiu manter a estratégia, que acabou por embalar o Sporting CP para um triunfo sem sobressaltos, com os Leões a chegarem aos oito tentos de vantagem num instante. Já o SL Benfica pouco conseguiu fazer e, com o passar dos minutos, ainda se viu com uma desvantagem de 11 golos.
O intervalo chegou depois com 23-13 no marcador e com o Sporting CP a só ter de manter os níveis na segunda metade para vencer mais este jogo e foi mesmo isso que os comandados de Ricardo Costa fizeram.
Ainda assim, já com Andre Kristensen na baliza, depois de Leo
Maciel ter jogado toda a primeira metade, foi o SL Benfica a marcar primeiro no recomeço da partida, mas isso não veio mudar o rumo do jogo.
Os Leões responderam logo de seguida, foram andando nos 11 golos de vantagem (chegando ainda aos 12) e o treinador verde e branco optou também por fazer sair o guarda-redes na hora de atacar e o 7x6 Leonino funcionou melhor do que o encarnado.
O Sporting CP acabou assim por vencer o SL Benfica pela quarta vez, em igual número de jogos, esta época.
21.04.2024
Campeonato Nacional
Fase final – 2.ª jornada Pavilhão João Rocha
SPORTING CP
SL BENFICA
37 28
23-13 ao intervalo
Sporting CP: André Kristensen [GR], Leonel Maciel [GR], Natán Suárez (4), Jan Gurri (2), Pedro Portela, Mamadou Gassama, Orri Thorkelsson (7), Étienne Mocquais (2), Edy Silva (4), Espen Våg, Christian Moga (3), Kiko Costa (3), João Gomes (3), Edmilson Araújo, Salvador Salvador [C] (3) e Martim Costa (6). Treinador: Ricardo Costa.
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Texto: Maria Gomes de Andrade
EXIBIÇÃO ABNEGADA NO CLÁSSICO RUIU DE FORMA INGLÓRIA NO ÚLTIMO PERÍODO
NUM CLÁSSICO QUE SE FEZ, SOBRETUDO, DE MUITO EQUILÍBRIO, OS LEÕES − MUITO DESFALCADOS − RESPONDERAM SEMPRE COM ESFORÇO E TRABALHO ÀS MUITAS CONTRARIEDADES, MAS TUDO SE PRECIPITOU NOS DERRADEIROS DEZ MINUTOS.
Texto: Xavier Costa
Fotografia: NFactos/Fernando
Veludo
A equipa principal de basquetebol do Sporting Clube de Portugal deslocou-se, no passado sábado, ao Dragão Arena e perdeu com o FC Porto por 86-72 no jogo da 21.ª e penúltima jornada da fase regular da Liga. Com o plantel muito fustigado por lesões − apenas dois estrangeiros na ficha de jogo −, Pedro Nuno Monteiro entrou no Clássico com um cinco inicial Leonino composto por Temidayo Yussuf, Mike Moore, Diogo Ventura, o jovem Salvador Gomes (18 anos) e Diogo Araújo. Assim, a missão verde e branca adivinhava-se (ainda mais) difícil, mas entrega nunca faltou num recinto onde só os espanhóis do CB Bilbao venceram esta época.
O FC Porto protagonizou os primeiros ‘esticões’ no marcador, mas o Sporting CP teve nos triplos (dois) de Diogo Araújo − sempre fiável − a melhor resposta (10-10). O duelo, a partir daqui, discutiu-se essencialmente desde a linha dos três pontos, com lançamentos de um lado e do outro, sendo a formação da casa a levar a melhor (21-13). No entanto, a entrada do base Litos Cardoso revitalizou − a tempo − o ataque verde e branco na recta final deste período inau-
20.04.2024
Liga – Fase regular – 21.ª jornada Dragão Arena
FC PORTO SPORTING CP
86 72
23 17, 18 22, 26 22 e 19 11
Sporting CP: Temidayo Yussuf (22), Mike Moore (8), Litos Cardoso (15), Marko Loncovic (6), Dinis Cherepenko, Diogo Ventura [C] (7), Salvador Gomes (1), Diogo Araújo (13), André Cruz, Fabrizio Caetano.
Treinador: Pedro Nuno Monteiro.
gural, encerrado com 23-17 no marcador.
DE REACÇÃO EM REACÇÃO…
Uma toada que seguiu também para o segundo período, onde o Sporting CP, com muita luta, se foi reaproximando constantemente no resultado (23-21, 2423 e 27-25). A um triplo de Mike Moore seguiu-se todo o poderio de Yussuf na zona pintada, porém, apesar das tentativas, os Leões não conseguiram dar o passo em frente para empatar ou chegar à liderança (32-30).
Já nos últimos instantes da primeira parte, Litos Cardoso voltou a mostrar toda a sua eficácia nos lançamentos e Yussuf, em suspensão e em cima da buzina, fez o 41-39 que espelhava o muito equilíbrio que imperou na primeira parte – parcial de 18-22 neste segundo período. Com 12 pontos cada um, Litos Cardoso (acabou com 15) e Temidayo Yussuf (acabou com 22) já eram os principais protagonistas da constante réplica verde e branca no Dragão
Arena.
Entre paragens e faltas azuis e brancas, os Leões de Pedro Nuno Monteiro até aproveitaram da melhor forma o reatamento do encontro para, a partir da linha de lance livre, chegar finalmente ao empate (43-43), mas continuariam a ter de correr atrás do resultado devido a uma série de triplos convertidos pelos dragões (54-49).
E foi neste constante ‘puxa e estica’ no marcador que se desenvolveu o terceiro período, sem que a liderança mudasse de mãos.
O Sporting CP ainda reduziu de imediato a desvantagem para apenas um ponto (54-53), só que o FC Porto respondeu em força (61-53), mas o 67-61 que avançou para os derradeiros dez minutos deixou tudo em aberto.
…À IMPOTÊNCIA
Contudo, nesta fase, a menor capacidade de rotação do desfalcado plantel verde e branco começou a fazer-se sentir e a equipa da casa − mais eficaz e fresca − aproveitou para arrancar por cima o quarto e último período,
disparando para uma margem significativa e que se revelou decisiva (80-66). Não foi por falta de entrega e trabalho, mas, assim, de repente, estava dada a ‘machadada’ final num clássico de muito equilíbrio até esta ingrata fase final, onde os Leões já não conseguiram reagir como fizeram ao longo do resto do encontro. Voltou a reinar o factor casa entre Leões e dragões em mais um − o quarto – Clássico esta temporada: duas vitórias caseiras para cada lado. Com as contas fecha-
das em 86-72, o FC Porto – e o SL Benfica, ambos líderes com 38 pontos − voltou a distanciar-se na tabela, agora definitivamente, do Sporting CP (35), assente no quarto lugar, quando há apenas um jogo em falta na fase regular – UD Oliveirense está em terceiro com 36.
Na próxima jornada, a última, os Leões de Pedro Nuno Monteiro recebem os algarvios do Imortal BC para encerrar esta primeira fase da Liga, seguindo-se os play-offs de todas as decisões.
PEDRO NUNO MONTEIRO:
“TEMOS
DE SER CAPAZES DE LUTAR
E DE TER AMBIÇÃO”
Após o final do embate, o treinador dos Leões do basquetebol fez o rescaldo do desaire em declarações ao Jornal Sporting “Estivemos sempre dentro do jogo, fomos muito inteligentes a explorar os pontos menos bons do FC Porto e mantivemos o jogo equilibrado. Depois, com as condicionantes que temos e as faltas, sentimos a falta de profundidade [nas opções] e fisicamente começámos a colapsar e no fim foi muito difícil para nós manter o nível”, começou por considerar Pedro Nuno Monteiro. “Com o cansaço começámos a não procurar as melhores soluções, a parar a bola e falhámos também tiros abertos. Do outro lado, com a rotação que têm, de qualidade, nós sofremos nesse quarto período”, ‘dissecou’ o técnico verde e branco, sem esquecer o esforço dos seus jogadores durante, principalmente, os primeiros três períodos. “Não foi fácil, enquanto conseguimos cumprir o plano de jogo, estivemos bem e competimos”, acrescentou.
Apesar das contrariedades que a formação verde e branca tem sofrido, Pedro Nuno Monteiro mantém-se positivo para enfrentar a recta final da temporada, a qual, no entanto, vai obrigar a “muito trabalho”, perspectivou. “Sabemos que agora não temos as mesmas condições que os outros, com as lesões as coisas ficam mais difíceis, no entanto temos de ser capazes de lutar e ter ambição. Só se consegue com muito trabalho, compromisso com o Clube e lutando mais do que os outros”, detalhou.
A fechar, o treinador Leonino realçou “mais uma oportunidade” dada a um jovem da formação, neste caso Salvador Gomes, de 18 anos, que foi titular no Clássico. “Não começou muito bem, estava nervoso, mas quando entrou na parte final já esteve mais tranquilo e contribuiu”, referiu, por fim, Pedro Nuno Monteiro.
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BASQUETEBOL
Poste dos Leões destacou-se com 22 pontos no Dragão Arena
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CR LEÕES DE PORTO SALVO DIFICULTOU A VIDA AOS TRICAMPEÕES NACIONAIS, PRINCIPALMENTE NA PRIMEIRA PARTE, MAS O EMBATE COM 11 GOLOS SORRIU AO SPORTING CP.
NUNO DIAS: “A VITÓRIA FOI JUSTA”
No final, Nuno Dias analisou o encontro, começando por apelidar o adversário de “intenso e agressivo”, sendo um conjunto “que cria dificuldades na primeira fase de organização”. “Nos primeiros dez minutos, quase não existimos. Umas vezes com mérito do CR Leões de Porto Salvo, outras por demérito nosso. Não era a nossa forma de jogar. Melhorámos depois e acabámos por recuperar e, na segunda parte, aumentar a vantagem. Fizemos 25 ou 30 minutos bons e a vitória foi justa. Talvez os três golos de diferença sejam em demasia para as dificuldades que o CR Leões de Porto Salvo nos colocou, mas alcançámos o objectivo de conquistar mais três pontos e manter o primeiro lugar”, disse ao microfone da Sport TV
Questionado sobre a importância de conseguir vitórias no final da fase regular, ainda para mais sendo imediatamente antes da final four da UEFA Futsal Champions League na Arménia, o treinador Leonino garantiu que ainda não trabalhou com a equipa a pensar na prova continental.
“Talvez faremos algumas coisas na próxima semana, mas o foco até hoje não esteve relacionado com a UEFA Futsal Champions League, mas sim com a Liga e com o CR Leões de Porto Salvo”, assegurou.
o Sporting CP marcou novamente, agora com Taynan, num livre estudado, a oferecer a Tomás Paçó, ao segundo poste, o 3-6.
A equipa masculina de futsal do
20.04.2024
Liga − Fase regular − 21.ª jornada Pavilhão do CR Leões de Porto Salvo, Oeiras CR LEÕES DE PORTO SALVO SPORTING CP
4 7
3-4 ao intervalo
Rúben Góis (10’), Bruno Pinto (15’), Alex Merlim (ag 18’), Rúben Carrilho (33’)
Diogo Santos (16’, 17’), João Matos (16’), Tomás Paçó (19’, 31’), Taynan (21’), Pany Varela (35’)
Sporting CP: Bernardo Paçó [GR], Henrique Rafagnin [GR], Tatinho, Diogo Santos, Tomás Paçó, Hugo Neves, Wesley França, João Matos [C], Pedro Santos, Anton Sokolov, Pany Varela, Tiago Macedo, Alex Merlim e Taynan. Treinador: Nuno Dias. Disciplina: cartão amarelo para Taynan (10’) e Anton Sokolov (29’).
Sporting Clube de Portugal visitou e venceu, no último sábado, o CR Leões de Porto Salvo por 4-7 na 21.ª jornada da fase regular da Liga.
Num jogo com 11 tentos, o conjunto da casa até chegou a estar na frente por 2-0, mas o emblema de Alvalade conseguiu dar a volta ainda antes do intervalo e aumentar a diferença no segundo tempo.
Bernardo Paçó, Tomás Paçó, João Matos, Alex Merlim e Wesley França começaram para o Sporting CP, que conseguiu alguns remates antes de Rúben Góis, aos dez minutos, fazer o 1-0 para o CR Leões de Porto Salvo. Seguiram-se mais vários tiros perigosos dos visitantes, quase sempre defendidos por André Correia, mas foi a formação do concelho de Oeiras, através de Bruno Pinto, a apontar o 2-0 aos 15 minutos.
O período até ao final da primei-
ra parte foi frenético, a começar pelos três (!) golos do Sporting CP num ápice: primeiro foi Diogo Santos, depois foi João Matos com muita classe e Diogo Santos bisou para o 2-3. Em menos de dois minutos, o resultado virou. O CR Leões de Porto Salvo voltou a empatar, agora com um autogolo cheio de azar para Alex Merlim, que tentava o corte, mas houve ainda tempo na metade inicial para o 3-4: livre de Alex Merlim, defesa de André Correia e Tomás Paçó, na recarga, não falhou.
O início do segundo tempo acabou por ser determinante para o Sporting CP, que facturou logo no primeiro minuto graças a um excelente trabalho de Alex Merlim pela esquerda e a uma finalização subtil de Taynan para o 3-5.
Aos 26 minutos, Rúben Góis viu o segundo amarelo, desfalcando o CR Leões de Porto Salvo, e, já com a igualdade numérica em quadra,
Os visitados ainda esboçaram uma reacção, com Rúben Carrilho a reduzir para 4-6, mas o resultado ficou fechado por Pany Varela, que, assistido por Diogo Santos, foi o autor do 4-7.
Na próxima jornada, a última da fase regular em que é primeiro classificado, o Sporting CP recebe a AD Fundão.
LEOAS FALHAM ‘MEIAS’ DO CAMPEONATO
A equipa principal feminina de futsal do Sporting Clube de Portugal perdeu, no último sábado, em casa do Novasemente GD por 5-1 no jogo três dos quartos-de-final do Campeonato Nacional.
A eliminatória estava empatada (1-1), depois de as Leoas terem vencido o primeiro jogo e o Novasemente GD o segundo, e com mais este triunfo foi a formação adversária que acabou por seguir para as meias-finais da prova.
A equipa da casa colocou-se a vencer aos sete minutos, indo para o intervalo a vencer pela margem mínima e aumentou a vantagem logo nos minutos iniciais da segunda metade.
O Sporting CP reduziu depois (2-1), ao beneficiar de um autogolo de Joana Moreira, mas a reacção do Novasemente GD foi imediata, marcando mais três golos depois e derrotando assim as Leoas.
24 // SPORTING 3973 MODALIDADES FUTSAL
Texto: Luís Santos Castelo
Fotografia: João Pedro Morais
Diogo Santos bisou ainda na primeira parte
MODALIDADES HÓQUEI EM PATINS
LEÕES TRAVADOS EM TOMAR
DEPOIS DE ESTAR A VENCER POR 1-3 AO INTERVALO, O SPORTING CP DESCONCENTROU-SE UNS MINUTOS E VIU A EQUIPA DA CASA DAR A VOLTA AO RESULTADO.
Texto: Maria Gomes de Andrade
A equipa principal de hóquei em patins do Sporting Clube de Portugal perdeu, no passado sábado, em casa do SC Tomar por 4-3 em jogo da 24.ª jornada da fase regular do Campeonato Nacional.
O SC Tomar colocou-se na frente do marcador aos três minutos, através de um penálti, e obrigou os Leões a correrem desde cedo atrás do prejuízo, mas a reviravolta Leonina aconteceu ainda na primeira metade.
Ferran Font fez o 1-1, Gonzalo
Romero o 1-2 e, a dois minutos do intervalo, o avançado espanhol voltou a marcar, bisando na partida e colocando o Sporting CP com uma vantagem de dois golos. Ainda assim, a segunda parte acabou por ser bem diferente, com os Leões a entrarem mal e com a formação de Tomar a impor-se e a dar a volta ao resultado em apenas cinco minutos.
Logo a abrir, Alexandre Marques fez o 2-3 e a seguir, ao beneficiar da 10.ª falta verde e branca, Gonçalo Neto não desperdiçou a oportunidade de empatar, mar-
cando de livre directo, e a seguir foi Guilherme Silva a fazer o 4-3.
Com mais 20 minutos para jogar, cabia ao Sporting CP ir novamente atrás do resultado, mas a equipa verde e branca mostrou-se algo perdida e ainda ficou uns minutos sem João Souto e Ângelo Girão, que viram ambos cartão azul.
Aos 38 minutos, e já depois de Zé Diogo Macedo ter defendido
um livre directo, os Leões tiveram uma clara oportunidade para reduzir, após o SC Tomar fazer a décima falta, mas António Marante levou a melhor diante de Ferran Font, segurando o resultado que se manteve até ao final. No último minuto, também Rafael Bessa viu cartão azul, tal como Filipe Almeida do SC Tomar, confirmando que a segunda me-
ALEJANDRO DOMÍNGUEZ:
“NA SEGUNDA PARTE PERDEMOS O SENTIDO, O FOCO... NÃO FOMOS NÓS”
Alejandro Domínguez mostrou-se desapontado com o resultado, admitindo que não gostou da atitude da equipa na segunda metade do encontro. “Este jogo não correu como esperado. Era muito importante para as contas finais, tendo em conta os play off, e toda a gente sabia disso, mas na segunda parte, simplesmente, não jogámos. Assim como há poucos dias disse que estava orgulhoso e feliz pelo que conseguimos fazer em Barcelona, agora digo o oposto. Estou muito aborrecido com aquilo que fizemos, ou não fizemos, na segunda parte. Perdemos o sentido, o foco... não fomos nós”, disse o técnico Leonino.
tade esteve longe de ser tão bem jogada como a primeira e como o Sporting CP desejava. Com esta derrota, os Leões caíram para o terceiro lugar da tabela, numa altura de decisões, e já não dependem de si para regressar ao segundo posto.
21.04.2024
Campeonato Nacional
Fase regular − 24.ª jornada Pav. Mun. Cidade de Tomar SC TOMAR SPORTING CP
4 3
1-3 ao intervalo
Guilherme
Silva (gp 3’, 30’), Alexandre Marques (27’), Gonçalo Neto (28’)
Ferran Font (7’,23’), Gonzalo Romero (22’)
Sporting CP: Ângelo Girão [GR] [C], Matías Platero, Gonzalo Romero, Ferran Font e Toni Pérez; Zé Diogo Macedo [GR], Facundo Bridge, Henrique Magalhães, Rafael Bessa e João Souto. Treinador: Alejandro Domínguez. Disciplina: cartão azul para Ângelo Girão (34’), João Souto (34’) e Rafael Bessa (34’).
25 // SPORTING 3973
C M Y CM MY CY CMY K AF_Playday_2024_MeiaJornal.pdf 1 09/04/24 23:11
ENTRADA EM FALSO NA FINAL
LEÕES DO VOLEIBOL PERDERAM O PRIMEIRO JOGO DA FASE DECISIVA EM CASA DO SL BENFICA E VÃO PROCURAR HOJE, 25 DE ABRIL, FAZER O 1-1.
Wagner Silva foi
Texto: Luís Santos Castelo
Fotografia: José Lorvão
A equipa masculina de voleibol do Sporting Clube de Portugal perdeu, no último domingo, por 3-1 na visita ao SL Benfica para o primeiro jogo da final dos play-offs da Liga, estando assim em desvantagem.
Com um grande apoio Sportinguista no recinto rival, o emblema de Alvalade começou com Jan Galabov, Lucas Van Berkel, Martin Licek, Wagner
Silva, Tiago Barth, Armando Velásquez e com os líberos
Gonçalo Sousa e Gil Meireles.
Foi o SL Benfica a inaugurar o
20.04.2024
Liga − Final − jogo 1
Pavilhão n.º 2 da Luz, Lisboa
SL BENFICA SPORTING
25
Sporting CP: Tiago Pereira [C], Jan Galabov (11), Kevin Kobrine (1), Vinícius Lersch (3), Kelton Tavares, Gonçalo Sousa [L], Lucas Van Berkel (11), Martin Licek (6), Wagner Silva (17), Gil Meireles [L], Tiago Barth (12), Imanol Tombion, Armando Velásquez e Chema Carrasco.
Treinador: João Coelho.
marcador, mas os primeiros pontos foram muito equilibrados e contaram com alguns erros de serviço de parte a parte. Ponto cá, ponto lá, até aos 6-7, a primeira vantagem do Sporting CP, que conseguiu a primeira diferença de três pontos no 9-12, um ás de Martin Licek.
O fosso foi alargado até aos cinco pontos (11-16), mas o SL Benfica conseguiu reagir e encostar nos 17-18. Vinícius Lersch, acabado de entrar, ainda adiou o empate com um belo ponto (17-19), mas os visitados conseguiram mesmo fazer o 19-19.
O Sporting CP ainda conseguiu estar na frente no 21-22, um ponto conseguido através de um challenge pedido por João Coelho à equipa de arbitragem, mas o SL Benfica colocou o pé no acelerador para o final do set e fechou o 1-0 co 25-22.
A entrada no segundo set foi de Leão, como o jogo estava a pedir, e Jan Galabov conseguiu logo um ás no serviço inicial. O bom arranque continuou até ao 1-5, ao 2-7 − com um ás de Wagner Silva − e ao 3-10, com sete pontos de diferença.
O SL Benfica foi, aos poucos, reduzindo, e durante uma grande
parte do set o Sporting CP conseguiu controlar uma diferença de dois ou três pontos. Foi só mais perto do fim que os encarnados ficaram perto do empate (20-21), mas agora foi a vez do conjunto de João Coelho acabar em grande e partir para a vitória.
Um fenomenal bloco de Tiago Barth deu o set point e foi um erro adversário, com bola na rede, a fechar o set em 21-25 e a empatar o dérbi (1-1).
O terceiro set acabou por ser o mais equilibrado e prova disso foi a necessidade de ir para além dos 25 pontos para o resolver. Wagner Silva voltou a somar um ás nos momentos iniciais e foram-se registando empates sucessivos, sem qualquer das equipas conseguir cavar um fosso no marcador.
O set foi-se encaminhando para o fim sem vencedor anunciado e o primeiro set point pertenceu ao Sporting CP, que ainda teve mais um (24-25), mas foi o SL Benfica a dar a volta e fechar em 27-25, voltando a estar na frente, agora por 2-1.
Apesar de ter começado de forma equilibrada, tal como os anteriores, e de até ter voltado a contar com um ás do Sporting CP, ago-
ra por intermédio de Lucas Van Berkel, o quarto set foi o mais desnivelado. Tal facto começou-se a sentir a partir dos cinco pontos de diferença estabelecidos no 12-7.
A partir daí, o SL Benfica foi crescendo e alargando o fosso até
aos nove pontos de desvantagem para o Sporting CP (19-10), e nem um duplo ás de Martin Licek impediu que as águias fechassem o 3-1 com 25-17.
O próximo jogo da final está marcado para as 16h00 de hoje, 25 de Abril, no Pavilhão João Rocha.
JOÃO COELHO: “CABE-NOS
RESPONDER E EMPATAR A FINAL”
Na antevisão ao embate de hoje, João Coelho destacou a importância de vencer para voltar a estar em pé de igualdade na discussão do título.
“Temos de ganhar a jogar perante o nosso público. Vai ser fantástico, de certeza com casa cheia. Temos sentido um apoio crescente ao longo da época e temos tentado fazer por isso. Queremos dar resposta aos bons indicadores que fomos apresentando. Não conseguimos ser consistentes como gostaríamos no último jogo, mas demonstrámos o que somos capazes de fazer num ambiente adverso. Cabe-nos responder no segundo jogo e empatar a final”, começou por dizer aos meios de comunicação Leoninos.
O treinador verde e branco desejou ainda “que não haja falhas no video challenge” ao contrário do que se sucedeu no primeiro jogo, “o que acalmaria muito mais ambos os lados”. “Só deveria haver um capitão a falar com o árbitro de cada lado. Vamos deixar de lado as polémicas e ser mais consistentes naquilo em que dependemos de nós. Fizemos dois parciais muito, muito bons. Cavámos uma diferença significativa que não soubemos, em ambos, manter até ao final. Vamos esperar que não aconteça qualquer problema [com o video challenge] e esperar que haja algum tipo de backup com juízes de linha para não deixar fugir o controlo disciplinar do jogo. Queremos mandar na partida e apresentar aos adeptos um excelente voleibol, como temos feito esta época. Queremos reentrar na luta pela discussão da final. Cada jogo é diferente e este é para ganhar”, frisou. Sem esperar “surpresas do adversário”, que “quer muito ganhar, contrata para ganhar e mantém a estrutura há duas décadas para ganhar”, João Coelho não tem dúvidas de que o grupo que lidera tem “dado boas indicações do que pode fazer perante todos os adversários e demonstrado uma resiliência que permite abordar qualquer um dos jogos da final”. “Se calhar, quanto mais longa for a final melhor para nós. Conseguir vencer os jogos em casa é um passo decisivo e os adeptos são muito importantes nesta luta”, acrescentou.
Por fim, o técnico reforçou o apelo para a presença dos Sportinguistas no jogo de hoje: “O apoio tem sido indiscutível ao longo do ano e não tenho dúvidas de que vão marcar presença. Mais notória do que a enorme presença de adeptos no jogo da Luz foi a forma brindaram a equipa após o jogo. Reconheceram o esforço da equipa sem estar satisfeitos com o resultado, o que nos dá um ânimo extra para os próximos jogos”.
26 // SPORTING 3973 MODALIDADES VOLEIBOL
CP
3 1
22, 21 25, 27 25 e 25 17
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MODALIDADE LEONINA ORGANIZOU UM TREINO CONJUNTO DE PORTAS ABERTAS QUE REUNIU OS SEUS JOVENS PRATICANTES E RESPECTIVOS PAIS COM RENOMEADOS E EXPERIENTES ATLETAS DO CLUBE E AINDA UMA ESCOLA CONVIDADA (KARATÉ KOMBAT). “É BOM PARA OS ATLETAS, PARA OS TREINADORES E PARA O CLUBE. GANHAMOS E CRESCEMOS TODOS”, DISSE O LUTADOR E CAMPEÃO MUNDIAL TIAGO SANTOS SOBRE A “MANHÃ DIFERENTE” VIVIDA NO GINÁSIO DO KICKBOXING LEONINO.
Fotografia:
Por uma manhã, foi de golpes, agilidade e lutadores e lutadoras de todas as idades que se encheu o ginásio 2.6 do Multidesportivo do Estádio José Alvalade, tudo isto sob o olhar atento dos pais dos mais jovens. Um dia de portas abertas, acima de tudo, para “juntar a família do kickboxing do Sporting CP”, sublinhou o treinador Paulo Santos em declarações aos meios de comunicação do Clube.
“Quisemos mostrar um pouco do trabalho que há mais de dois anos estamos a desenvolver e, ao mesmo tempo, gosto que [os praticantes] se conheçam uns aos outros, porque costumam ter horários de treino diferentes”, explicou, acrescentando: “Hoje era importante trocar experiências”. Para isso, além da presença também de treinadores e atletas da Karaté Kombat, a escola convidada para esta manhã diferente, os atletas Leoninos mais experientes, como o campeão Tiago Santos − uma das principais caras da modalidade verde e branca, junto ao irmão André −, tiveram o papel de trabalhar individualmente com aqueles que estão a dar os primeiros golpes na modalidade.
DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO
“É uma responsabilidade acrescida, mas gosto, e se eles me virem como um exemplo ficou muito contente com isso”, referiu Tiago Santos, realçando que esta foi “uma manhã diferente para todos”. “Gosto muito destas dinâmicas. É bom para os atletas, para os treinadores e para o Clube.
Ganhamos e crescemos todos”, acrescentou o lutador de 24 anos que, no início de Março, revalidou o título mundial WAKO Pro em lowkick -66,8kg.
Destacando que, além da vertente puramente física, o kickboxing é um desporto onde se “trabalha muito a parte psicológica”, Tiago Santos não tem dúvidas quanto aos principais ingredientes necessários para entrar na modalidade. “Muito esforço e muita dedicação”, atirou. E foi precisamente isso que procurou passar aos pequenos lutadores com quem contactou e interagiu. “Só assim podemos chegar onde quisermos”, sublinhou com a confiança que os inúmeros títulos sustentam. “Hoje conseguimos mostrar aos mais jovens um pouco mais. Alguns começaram há poucos dias, com trabalho de espelho para iniciação, e hoje estão a treinar com atletas com muito conhecimento. Obviamente vão ficar também com outra motivação para treinar”, realçou, por sua vez, o treinador Paulo Santos sobre o momento de partilha entre
os jovens ainda em iniciação e os experimentados Leões e Leoas do kickboxing.
APRENDIZAGEM ENTRE GOLPES
E se antes o kickboxing era visto “como uma modalidade agressiva”, agora “não há qualquer dificuldade para atrair mais praticantes”, adiantou o técnico verde e branco. Ainda assim, nada melhor do que abrir as portas do ginásio e colocar tudo em prática bem à vista dos pais dos mais novos. “Temos de desenvolver um trabalho pedagógico para lá da força e tenho muito gosto em ter aqui os pais para que vejam como trabalhamos e como nos dedicamos a todos”, realçou, reafirmando o carácter “muito especial” desta modalidade de combate e, em particular, da forma como é ensinada no Sporting CP: “Fruto da minha experiência, aquilo que lhes dou é muito mais do que kickboxing, é uma formação para a vida em termos de valores. Esta é a minha
forma de trabalhar”. Depois do trabalho a pares, mais técnico e relaxado, passou-se à acção. Durante os minutos finais deste treino conjunto, os atletas mais experientes do kickboxing do Sporting CP apresentaram uma pequena amostra da sua veia de competição em modo combate, com movimentação constante e sucessão de socos e pontapés
numa série de vários frente a frente no centro de todas as atenções. Por seu turno, à margem deste momento, Paulo Santos, treinador na escola Karaté Kombat, referiu que o convite do kickboxing verde e branco foi “aceite de braços abertos”, porque para “aprender” o Sporting CP é o espaço ideal, considerou.
“Os nossos atletas precisam de experiências deste tipo e o Sporting CP é uma grande escola de kickboxing. O Paulo [treinador do Sporting CP] tem provas dadas pelos campeões e títulos mundiais que tem, portanto para nós é um privilégio poder vir aqui treinar”, elogiou, enumerando também os muitos benefícios da prática desta modalidade em crescimento.
“Qualquer desporto de combate é nobre, ajuda os mais novos a ter disciplina, resiliência e, acima de tudo, traz auto-estima, autoconfiança, respeitando sempre os valores humanos. Na nossa perspectiva, ajudamos os jovens a crescer de uma forma mais saudável”, concluiu Paulo Santos.
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Texto: Xavier Costa
João Pedro Morais
A ‘foto de família’ de um dia especial
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