Há precisamente 37 anos, o Sporting Clube de Portugal conquistava a tri-dobradinha no ténis de mesa. Numa altura em que o Trio Maravilha formado por João Portela, Nuno Dias e Pedro Miguel dominava a modalidade.
Seria a terceira dobradinha, seguida, conquistada pelo Sporting CP, algo inédito no Clube.
Mas os feitos inéditos, na História do ténis de mesa verde e branco, não ficam por aqui.
Durante onze anos, entre 1984/1985 e 1994/1995, o Clube conquistou 11 Campeonatos Nacionais de seguida e ainda dez Taças de Portugal consecutivas.
UM LEGADO FEITO DE VITÓRIAS
“CAMPEÕES NOVE VEZES [SEGUIDAS] NÃO É FÁCIL. ESTES JOGADORES
HÁ MUITOS ANOS,
HABITUADOS A SER CAMPEÕES E ISSO É MUITO IMPORTANTE”.
O sucesso do ténis de mesa estava assegurado por largos anos, tal era a qualidade de jogo que os atletas foram incutindo ao longo das décadas.
A modalidade que começou a ser praticada no Sporting CP, no início dos anos vinte, como uma actividade recreativa, passou a secção desportiva em 1932 e haveria de culminar, recentemente, com a conquista do 41.º título nacional pleno de vitórias.
Falar do ténis de mesa Leonino é falar também, obrigatoriamente, de Chen Shi Chao – ex-jogador notável e actual treinador exímio. Chen e os seus Leões – Diogo Carvalho, Diogo Chen, Diogo Silva e Bode Abiodun, sagraram-se Eneacampeões Nacionais, no último sábado. “Campeões nove vezes [seguidas] não é fácil. Estes jogadores tra-
balham comigo há muitos anos, estão habituados a ser Campeões e isso é muito importante”, referiu o treinador após a mais recente conquista.
É a terceira temporada consecutiva em que o Clube vence todos os troféus nacionais –Supertaça, Taça de Portugal e Campeonato Nacional.
“Algumas pessoas gostariam que algo acontecesse. Algumas desejam que aconteça. E outras fazem acontecer” *
Mais uma vez, o ténis de mesa verde e branco fez acontecer. O indiscutível sabor da vitória faz parte do nosso ADN.
Michael Jeffrey Jordan, um dos mais importantes desportistas da história.
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LENDAS SPORTING CLUBE DE PORTUGAL
JOÃO PIRES
ATLETISMO
1979
João Manuel Garcia Pires nasceu a 10 de Junho de 1979, em Santa Marta de Penaguião, e destacou-se como atleta do Sporting CP, sobretudo, nos 800 metros, mas também nos 1500 metros.
Entre 2000 e 2007 de Leão ao peito, João Pires venceu títulos nacionais em ambas as distâncias, além de contribuir em conquistas nos 4x400m, e ficou ligado à histórica conquista verde e branca na Taça dos Clubes Campeões Europeus de pista (2000).
João Pires, olímpico por Portugal em 2000 e 2004, é a Lenda a recordar nesta edição.
Xavier Costa Fotografia: Museu Sporting –Centro de Documentação
Desde muito cedo, João Pires começou a dedicar-se ao atletismo, dando os seus primeiros passos perto da sua terra, Santa Marta de Penaguião, no distrito alto-duriense de Vila Real, em Trás-os-Montes.
Para lá do Marão, enquanto jovem, foi-se destacando dos demais ao longo da década de 90, sobretudo nas provas de 800 metros, sagrando-se Campeão Nacional tanto em juvenis como em juniores. E confirmação de que estava a brotar um atleta para outros voos chegou nos palcos internacionais, quando depois de ter atingido as meias-finais de um Europeu de juniores alcançou um quarto lugar num Mundial da categoria – neste ano, em 1998, bateu também o recorde nacional do escalão. Então, fruto da sua evolução e resultados, João Pires ruma a Lisboa, onde primeiro representaria o SL Benfica durante cerca de um ano − tempo suficiente para arrecadar, já em seniores, o título de Campeão de Portugal nos 800 metros em pista coberta e contribuir para a vitória também nos 4x400 metros. Ainda assim, é de Leão ao peito que acaba por se elevar definitivamente enquanto atleta, continuando a vencer e passar a pisar de forma consistente os maiores palcos da modalidade. É na viragem do século e do milénio, que João Pires ingressa no Sporting CP e, apesar da juventude dos seus 20 anos, é tido já como uma certeza, mais do que uma promessa do atletismo nacional. Por isso, o impacto do atleta transmontano foi também imediato. Além de ter participado no título nacional em 4x400 metros – feito repetido no ano seguinte −, no seu ano de estreia tornou-se também um dos heróis Leoninos que levaram a cabo a histórica – e ainda inédita – conquista da Taça dos Clubes Campeões Europeus de pista na ver-
JOÃO PIRES
JOÃO PIRES CHEGOU AO SPORTING CP NA VIRAGEM DO MILÉNIO E, APESAR DA SUA JUVENTUDE, TEVE IMPACTO IMEDIATO, REVELANDO-SE UM VALOR SEGURO NOS 800 E NOS 1500 METROS.
tente masculina.
Em Vila Real de Santo António, tudo se resumiu à última prova (de 20 no total) para decidir a acesa disputa entre o Sporting CP e os russos do SC Luch. João Pires já tinha vencido a prova dos 800m, porém viria a assu-
mir um dos papéis de protagonismo no momento de todas as decisões, junto a Victor Jorge, Silvester Omadiale e Carlos Alberto Silva, na estafeta dos 4x400m.
Os Leões orientados pelo lendário prof. Mário Moniz Pereira conseguiram ficar perto do topo e o terceiro lugar na prova − atrás dos checos do FK Dukla Praha e do SC Luch − valeu para acabar com uma vantagem de 0,5 pontos na classificação colectiva que fez toda a diferença. Com 105,05 pontos, o Sporting CP tornou-se Campeão Europeu pela primeira vez e João Pires foi parte activa nesta memorável história.
Ainda em 2000, o transmontano fez também a sua estreia no palco mais desejado: os Jogos Olímpicos. Em Sydney, João Pires foi o mais jovem da comitiva nacional de atletismo e por apenas 17 centésimos não avançou para as meias-finais dos 800m – foi o melhor dos eliminados com o 25.º melhor tempo. Quatro anos depois, em Atenas, voltou a ser olímpico, mas novamente sem passar das eliminatórias.
Por seu turno, a nível interno e de Leão ao peito, o corredor continuou a somar títulos e além de se voltar a sagrar Campeão de Portugal em pista coberta nos 800m (2002), João Pires também se destacou nos 1500m. Nesta nova distância, conquistou o título nacional em pista coberta em 2001 e em 2006. Neste início dos anos 2000, coincidindo com o seu percurso no Sporting CP, que se prolongou até 2007, o atleta de Santa Marta de Penaguião tornou-se uma peça constante da selecção nos palcos internacionais. Entre presenças em Europeus e Mundiais, destaca-se a presença nas meias-finais dos 800m nos Campeonatos do Mundo de 2003.
Em termos de medalhas, o atleta verde e branco ficou perto do pódio tanto na Taça da Europa como nos Campeonatos Ibero-Americanos, averbando amargas quartas posições.
Texto:
Atleta transmontano representou Sporting CP de 2000 a 2007
ORÇAMENTO 2024/2025 – CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL
O CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL SERÁ O GRANDE DRIVER DO ORÇAMENTO 2024/2025. RENDIMENTOS, QUOTIZAÇÃO
E INSCRIÇÕES NAS MODALIDADES MANTÊM A TENDÊNCIA DE CRESCIMENTO.
RENDIMENTOS
Tendência de aumento dos rendimentos mantém-se em 2024/25 Crescimento sustentado pela robustez das quotas e a subida consistente das inscrições nas modalidades.
Principais movimentos dos rendimentos (em euros)
N.º DE SÓCIOS PAGANTES (MÉDIA ANUAL)
Evolução do n.º de Sócios pagantes sustenta o aumento da quotização O Sporting CP fechará 2023/24 com o recorde de número de Sócios pagantes, sendo o efeito deste crescimento reflectido no aumento de quotização em 2024/25.
Nº Sócios pagantes (fecho de Abril) (média anual)
“Outros”: • Visitas e eventos: €190k • Utilização de marca: €471k • Outros: €159
TOTAL = €820k
QUOTIZAÇÃO
Quotização recorde também em 2024/25 Em 2024/25 será atingido um novo valor recorde de receitas de quotas. É necessário continuar a fazer crescer a receita com quotização de forma a manter a competitividade desportiva.
Quotizações (em euros)
INSCRIÇÕES NAS MODALIDADES:
Evolução estável e consistente das inscrições nas modalidades fruto da estratégia de atracção e retenção de atletas
Inscrições nas modalidades (em euros)
Mais de 110 mil Sócios com quota em dia no fecho de Maio
INSCRIÇÕES NAS MODALIDADES (EM N.º DE PRATICANTES):
Evolução do n.º de atletas pagantes consistente com o crescimento das inscrições
O novo crescimento de atletas pagantes em 2024/25 contribuirá para dar continuidade à expansão das modalidades.
Inscrições nas modalidades (em n.º praticantes pagantes)
GASTOS
Gastos operacionais crescem em 2024/25. O crescimento dos gastos é reflexo da inflação e crescimento das modalidades, tendo sido assumida uma abordagem prudente nas rubricas de deslocações e estadas e subcontratos, dada a incerteza da conjuntura macroeconómica.
Evolução anual dos gastos operacionais – principais movimentos (em euros)
A rubrica de subcontratos é essencialmente a organização de jogos
Os gastos com pessoal irão crescer 9% comparando com 2023/24 e 38% comparando com 2021/22, decorrente do contínuo “investimento” nas modalidades e em particular no COD - Centro de Optimização Desportiva.
Gastos com pessoal (incluindo honorários) (em euros)
O aumento dos gastos com pessoal reflecte em grande parte o impacto dos contratos crescentes e renovações contratuais dos atletas das modalidades sendo visível a contínua aposta no COD.
Gastos com pessoal (incluindo honorários) (em milhares de euros)
O crescimento continuado, mas sustentado dos gastos com pessoal nos últimos anos reflecte a aposta na estrutura e profissionalização das modalidadesde onde se destaca a criação e desenvolvimento do COD.
Gastos com pessoal (incluindo honorários) (em milhares de euros)
O "investimento" no COD reflecte a aposta no crescimento estrutural e sustentado das modalidades.
Gastos com Pessoal – COD (em euros)
RENDIMENTOS E GASTOS
Crescimento dos rendimentos pelo 5.º ano consecutivo
Estimamos um recorde de rendimentos de exploração em 2024/25 (i.e. excluindo efeito reestruturação financeira).
Resultado líquido orçamentado para 2024/25 positivo e na linha dos últimos anos.
Rendimentos & Gastos - IFRS (em milhares de euros)
O COD é composto por equipas multidisciplinares e pretende dar resposta à preparação de atletas de alto rendimento e jovens atletas em processo de desenvolvimento.
N.º de colaboradores
Resultado líquido do exercício - IFRS (em milhares de euros)
Impacto do reconhecimento
Até 21 de Julho 2024
CATÁLOGO de JARDIM
DÊ FORMA ÀS SUAS IDEIAS
E VIVA MAIS O SEU EXTERIOR!
PAULINHO
“NUNCA
DAREI O
SUFICIENTE PARA RETRIBUIR O QUE ME DERAM”
PAULINHO DESPEDE-SE DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL TRÊS TEMPORADAS E MEIA DEPOIS. O AVANÇADO DIZ ADEUS APÓS CONQUISTAR O SEGUNDO CAMPEONATO NACIONAL DE VERDE E BRANCO, QUE JUNTOU A MAIS UMA TAÇA DA LIGA E UMA SUPERTAÇA. PAULINHO FEZ 145 JOGOS DE LEÃO AO PEITO, “MOSTROU OS DENTES” 53 VEZES E FEZ 21 ASSISTÊNCIAS. UMA HISTÓRIA BONITA E INESQUECÍVEL QUE CHEGA AGORA AO FIM, COM O JOGADOR A DESPEDIRSE DE FORMA MUITO EMOCIONADA.
Texto: Maria Gomes de Andrade, Sérgio Sousa Fotografia: Isabel Silva, João Pedro Morais
‘Se o Paulinho mostra os dentes, eles até caem’. O cân‑ tico que os Sportinguistas lhe dedicaram marcou as úl timas épocas e ficará, certamente, para sempre. Tem noção do fenómeno que se criou com este cântico? Não, acho que não e acho que vou continuar sem ter, mas as pessoas à minha volta, a minha família e os meus amigos, dizem que é uma coisa incrível. Nós, como somos profissionais, tentamo-nos afastar um bocadinho, mas é quase impossível mesmo dentro de campo. Até eu e os meus colegas cantamos no balneário, no autocarro e em todo o lado.
Os próprios jogadores falam sobre isto, é? Sim, falamos, mais no sentido de que, obviamente, eu não fui o melhor jogador da História do Sporting CP, nem vou ser, e isso não está em questão, mas são poucos os jogadores que têm uma música para eles. Ao início até eu pensei que era para o roupeiro (risos).
Lembra‑se da primeira vez que ouviu esta música? Lembro-me perfeitamente. Foi após o golo que marquei ao AFC Ajax. Não sabia, sequer, que havia uma música para mim ou algo do género. Infelizmente não foi um bom jogo para nós, mas lembro-me que foi a primeira vez que ouvi os adeptos a cantarem a música.
A partir daí foi sem parar e até deviam torcer ainda mais para que o Paulinho marcasse para a cantarem... Sim (risos), mas houve ali uma fase em que não estava fácil de a cantarem. O certo é que a música ganhou uma dimensão tão grande que acho que, actualmente, não são só os Sportinguistas que a cantam, muitos mais cantam, até algumas pessoas que não vêem futebol.
E o Paulinho também a canta...
Canto e canto muitas vezes, mesmo quando não quero cantar, não me sai da cabeça, basta ouvir uma batida. Mesmo agora nas férias, começava a dar a música original e a letra vinha-me à cabeça. E aos meus colegas a mesma coisa, que alguns deles mandaram-me vídeos a cantarem-na.
Vimo lo a cantá la no Marquês de Pombal na noite de celebração do título nacional. Como foi entrar ali ao som desse cântico?
Acho que mesmo quem estava lá, não conseguiu sentir aquilo que eu senti, sabendo que toda a gente vibrou, gostando de mim ou não... (emociona-se)
Emociona‑se porque viveu aqui muitas coisas e parece que o tempo passou a correr, não foi?
Passou a voar... (continua emocionado) bem disse para não me porem maquilhagem porque eu a ia estragar, mas, sim, passou a voar.
“O MEU PRIMEIRO EQUIPAMENTO FOI DO SPORTING CP E ANDAVA SEMPRE COM ELE VESTIDO”
Quando foi oficializado no Sporting CP em Fevereiro de 2021, imaginou viver tudo isto aqui? Que seria logo campeão e conquistaria mais títulos?
Claro, acreditava e vim para cá para sermos campeões, mas não foi só importante o facto de os termos ganhado, mas como ganhámos e isso diz a forma como o Clube cresceu e a dimensão do Clube neste momento.
Sonhava com o chegar a este patamar quando começou a jogar futebol?
Sim, acho que todos os miúdos quando começam a jogar, querem chegar a um patamar destes e eu não fugia à regra, mas tinha a noção de que a jogar no Santa Maria FC até aos 17/18 anos, era mais difícil. Ainda assim, nunca me passou pela cabeça que seria impossível ou que não iria conseguir, nunca. Sonhei muito e abdiquei de muita coisa, que não me custou, confesso, porque para mim jogar futebol era tudo. Portanto, quando me perguntam se acho difícil chegar a este patamar, eu digo que não porque se eu consegui mais gente consegue, mas é preciso fazer escolhas, tem de haver uma paixão enorme e eu tinha-a e eu tenho-a. E, temos de ser sinceros, no caminho também tem de haver um bocado de sorte e eu tive-a.
E é verdade que o primeiro equipamento de futebol que teve foi do Sporting CP?
Sim, o meu primeiro equipamento foi do Sporting CP, foi o meu padrinho que me o ofereceu. Ofereceu-me o equipamento e umas chuteiras. Andava sempre com ele vestido, mas a certa altura dei-o ao meu melhor amigo que não era Sportinguista e eu queria que ele fosse (risos).
Até que um dia chegou ao Clube. Como se sentiu quan do chegou ao Sporting C?
Fiquei muito feliz, mas não foram tempos fáceis. Foram umas semanas atribuladas, com muita ansiedade, depois de já ter tido a oportunidade de vir no início da época e não se ter concretizado. Depois no mercado de Inverno, era para ser anunciado antes do jogo com o SL Benfica em Alvalade, não fui, depois era no intervalo, não fui e só aconteceu depois.
“FICO MUITO FELIZ PELO
PROFISSIONAL QUE FUI TODOS
OS DIAS E PELAS AMIZADES
QUE CRIEI AQUI”
E o que recorda dos primeiros tempos?
Recordo que não foram fáceis. Foram muito difíceis porque tinha vindo de uma lesão e o ritmo aqui era, e é, muito alto porque o míster não facilita e eu também vinha com uma pressão muito grande. Uma pressão que eu próprio coloquei sobre mim. Depois ainda me lesionei e não foi fácil, mas com o passar do tempo as coisas foram melhorando.
Sai com 145 jogos e 53 golos. Sai satisfeito com o que fez?
Os números são relativos, mas fico muito feliz pelo profissional que fui todos os dias e pelas amizades que criei aqui e que são incríveis. Apesar de sermos um clube muito grande, temos um ambiente muito familiar. Ganhar também ajuda a que assim seja, mas mesmo quando não ganhámos, o ambiente foi sempre bom, sempre saudável, e isso não é fácil num clube desta dimensão.
Assistências fez 21, vale dizer que uma grande assistên‑ cia sabe tão bem como um grande golo?
Não, depende do jogo, mas um grande golo é sempre um grande golo. Ainda assim, se for uma assistência para um golo que dê o campeonato, acredito que o Nuno Santos tenha gostado de me assistir no jogo contra o Boavista FC, mas também acredito que ele tenha gostado mais do golo de letra que marcou (risos).
“O MEU FESTEJO? PODEM IMITÁ-LO À VONTADE E ESPERO QUE OS JOGADORES DA FORMAÇÃO O LEVEM
MAIS LONGE, MAIS ALTO E PARA O RESTO DA VIDA DELES”
Pé esquerdo, pé direito, cabeceamento ou pontapé de grande penalidade. Qual o tipo de golo que o Paulinho mais gosta de marcar?
De pé esquerdo, claramente. Quando é com o direito é Deus que está lá a ajudar-me (risos).
E o seu festejo icónico, a apontar para a cabeça, como surgiu e qual é o significado que tem?
Esse festejo surgiu numa fase difícil da minha carreira, no
Gil Vicente FC, e surgiu no sentido de termos de ser fortes psicologicamente. Foi continuando e acabou por ficar.
Aqui já criou escola com vários jogadores da formação a fazê‑lo também. Estão autorizados a continuar?
Claro, podem imitá-lo à vontade e espero que o levem mais longe, mais alto e para o resto da vida deles para ficar eterno. É bom ver os miúdos da formação a fazer os nossos festejos porque é sinal de que os inspiramos ou que eles se inspiram em nós.
Falemos dos seus golos. Qual foi o melhor que marcou? Tem algum preferido?
Talvez contra o Beşiktaş JK na Liga dos Campeões cá ou lá. São esses que me lembro agora, mas se me lembrar de outro depois mando mensagem (risos).
Segundo os dados que foram públicos, a terra tre meu após o seu golo contra o FC Vizela na primeira jornada da Liga 2023/2024. Qual é a sensação de ser responsável por um ‘sismo’?
(risos) Sinto-me mais responsável pela adrenalina que sentimos todos no estádio no último suspiro e foi bom para nós dentro de campo sentirmos o vibrar do estádio, aquele ambiente. São coisas que não controlamos, mas é sinal de que estava toda a gente contente.
“GOLO QUE NOS DEU O PRIMEIRO TÍTULO FOI O MAIS IMPORTANTE DA MINHA CARREIRA”
E aquele que marcou no dia 11 de Maio de 2021?
Esse foi o mais importante da minha carreira e foi de pé direito (risos). Foi importante para mim e para o Clube também, um virar de uma página que vai continuar por muitos anos.
O que recorda desse golo?
Foi por pouco que não foi marcado pelo João Pereira, que ia acabar a carreira e que poderia ter acabado com o golo do título. Se calhar devia ter deixado a bola para ele (risos). A bola entrou na profundidade com o Nuno Santos a
cruzar muito bem – ele é um dos melhores jogadores que temos a cruzar –, eu já tinha antecipado a jogada, e pensei em ficar fora-de-jogo para depois ter a vantagem sobre os defesas, a bola veio, veio forte e este pé direito, quem diria, marcou. Foi uma emoção muito grande porque sabíamos que estávamos cada vez mais perto. Marcámos e uns segundos depois ouvimos o barulho fora no estádio, parecia que os nossos adeptos estavam lá dentro.
Nessa época jogaram sem eles em todos os jogos... Foi uma temporada difícil, era deprimente jogar com os estádios vazios porque os adeptos dão calor ao jogo e empurram-nos no caminho certo. Por exemplo no jogo com o FC Vizela, de que já falámos, estivemos a ganhar 2-0, estava 2-2 e marcámos no final. Foram eles que nos ajudaram, ajudaram-nos muito e mesmo nessa época, em que jogámos sem eles, foram incríveis. Eles estavam em todos os estádios para nos receber.
Qual foi, para si, o jogo mais marcante desse primeiro Campeonato Nacional que conquistou no Sporting CP?
A meu ver foi com o Rio Ave FC, em que ganhámos 0-2. Foi nesse jogo que tivemos noção de que podíamos ganhar e que tínhamos de fazer tudo. Mas o dérbi com o SL Benfica, no dia em que em cheguei, em que ganhámos com golo do Matheus Nunes nos descontos, também foi muito importante. Nessa época fizemos vários golos aos 90 minutos. Foi preciso ter um coração muito forte (risos).
“VOU TER SAUDADES DOS MEUS COLEGAS, ATÉ DO QUARESMA”
Depois desse campeonato, conquistou a Supertaça e a seguir a Taça da Liga. Que memórias guarda desses títulos?
Para mim foi muito bom ganhar a Supertaça, nunca a tinha ganhado e queria muito ganhá-la. Como queria a Taça de Portugal que, infelizmente, não ganhámos. Há histórias desse título, mas não posso contar (risos) e da Taça da Liga também. A seguir ao jogo fomos todos sair com o fato de treino do Clube. Portanto, era Sporting CP dentro e fora de campo (risos).
Neste seu adeus ao Clube, de quem vai sentir mais falta? Vou sentir falta de muita gente. Vou ter saudades do Paulinho roupeiro. Lembro-me de que no dia em que cheguei ele me tratou por ‘senhor Paulo’, e acho que foi para ninguém me poder chamar Paulinho (risos), mas já lhe disse que ele é o maior Paulinho do Sporting CP. Vou sentir falta dos meus colegas, sobretudo daqueles com quem passava mais tempo. É injusto dar nomes, ainda que seja normal darmo-nos mais com uns. Até do Eduardo Quaresma vou ter saudades, mas agradeço que cortem esta parte (risos).
Só não vai sentir falta dos que o chateavam mais... Não, pelo contrário, eu é que os chateava e alguns deles vão sentir saudades, mas, ao mesmo tempo, vão sentir-se aliviados (risos). Mas, vá, diria que vou sentir menos falta do Morten [Hjulmand], só para ele não ficar com muita moral porque já deve estar com muita por ter marcado à Inglaterra (risos).
“ESTA
FOI A MINHA MELHOR ÉPOCA,
SENTI-ME
MUITO BEM A TODOS OS NÍVEIS”
Ganhou dois Campeonatos Nacionais aqui. São com paráveis as duas conquistas ou são completamente diferentes?
São diferentes, também pela forma como os conquistámos. Diria que foram graus de dificuldade diferentes. No primeiro porque já não ganhávamos há muito tempo e voltar a ganhar, e criar o hábito de ganhar, é difícil; no segundo porque toda a gente dizia que não ganhávamos com adeptos e que só voltaríamos a ganhar daqui a 20 anos. Acho que até para os adeptos foi importante este segundo título porque sentiram ainda mais a importância que têm, que já tinham e nós, jogadores, temos noção disso, mas por vezes é importante referir para eles perceberem a importância que têm. Na época do COVID, para nós, só o facto de eles nos receberem no estádio era uma prova de apoio e amor incrível ao Clube. E depois em questões tácticas e técnicas, acho que fomos mais dominantes este ano, apesar de também o termos sido no primeiro ano, mas foi diferente.
O Paulinho sentiu que esta temporada, a de 2023/2024, foi a sua melhor época no Sporting CP? Os números dizem que sim.... Sim, acho que não há dúvidas e eu também me senti muito bem a todos os níveis. Como disse também, os números falam por si. O entendimento com o Viktor Gyökeres? Foi muito bom, quando os jogadores são bons – tal como o Pote, Trincão ou Marcus, por exemplo –, fica mais fácil, mas ele ajudou-me a mim e à equipa, houve uma transformação na dinâmica de jogo da equipa. Somos jogadores com características totalmente diferentes, mas que encaixam bem.
E qual acha que foi o jogo mais importante na caminha da do título desta época? Diria que foi contra o SL Benfica, em nossa casa, também pela forma como o ganhámos. Tivemos a estrelinha de marcar no final, mas acho que merecemos muito ganhar esse jogo. Ganhámos, aumentámos a diferença pontual e o jogo também teve influência no estado anímico dos jogadores das duas equipas. A nós deu-nos um boost e ainda maior confiança.
“MELHORES
MOMENTOS FORA DE CAMPO? O CORTEJO NESTE
SEGUNDO CAMPEONATO E A MINHA ENTRADA NO MARQUÊS”
Já acreditava no título no ‘sofá’, no dia 5 de Maio? Sim, acreditava. Por acaso a minha família, do lado da minha mulher, é de Famalicão e eu disse-lhes ‘meus amigos, é altura de fazerem algo por mim’ (risos) e aconteceu. Também é preciso ver que é difícil jogar lá, eles têm bons jogadores, boa equipa e nós já nos juntámos [no estádio de Alvalade] preparados para a festa.
Conte nos lá como viveu essa noite... Fiquei um pouco chateado no cortejo porque a minha bebida – sidra – acabou muito cedo e eu estava com sede (risos), mas foi incrível. Lembro-me de a certa altura na viagem para o Marquês de Pombal desligarem a música do camião e parecia que tínhamos 10 colunas à nossa volta, com os cânticos dos adeptos, e que ao passarmos numa ponte só se via fumo e gente a cantar. Esse momento não me sai da cabeça, mas o que vivemos no Marquês também não.
E parece que só tirou uma fotografia com o seu telemó vel, não foi?
É verdade. Tiraram-me muitas, mas eu só tirei essa. Eu gosto mais de viver as coisas, mas ainda bem que há gente que filma porque eu agora vejo os vídeos e estou arrependido (risos). Eu estava ali a divertir-me à brava, a festejar imenso, não estava preocupado com isso, a minha única preocupação foi depois dar o meu telemóvel para não o perder. Ainda assim, na minha cabeça estão todos os momentos.
Deixa nos agora e ruma ao México. Será a sua primei ra aventura fora do país e uma grande mudança, maior do que em 2021 ter vindo para Alvalade. O que espera deste novo desafio?
Não imaginava a saída do Sporting CP, mas foi algo que se proporcionou e eu também quero, naturalmente, experimentar sair do país e sair da minha zona de conforto. Achei que era uma boa oportunidade, num país que também é apaixonado pelo futebol, e senti que as pessoas de lá me queriam muito. Por isso, vou e vou à descoberta de algo novo para mim e para a minha família.
Para trás fica esta sua passagem pelo Sporting CP, com muitos momentos especiais. Se pudesse escolher um desses momentos para reviver, qual seria?
Isso é difícil de escolher porque são muitos. Ainda assim, fora de campo, a viagem do estádio para o Marquês de Pombal neste segundo campeonato e a minha entrada no Marquês. Dentro de campo é mais difícil, talvez escolhesse o golo que nos deu o primeiro título, mas como estávamos sozinhos no estádio, escolho antes o golo ao FC Vizela ou todos em que cantaram a minha música. Não consigo escolher só um...
E como foi viver aquele momento, após o jogo com GD Chaves, de entrar no relvado para festejar o título com a sua filha ao colo?
(não contém as lágrimas) Poder ter entrado com ela foi de arrepiar. Foi como um título. Ela é Sócia do Sporting CP desde que nasceu e vai continuar a ser. Espero que quando for mais velha, tenhamos a nossa cadeira aqui no estádio para virmos ver jogos. (continua emocionado)
“CONTINUEM A CANTAR A MINHA MÚSICA, NEM QUE SEJA PARA O PAULINHO ROUPEIRO”
...Há emoções muito fortes nesta sua despedida. O que lhe vai na alma?
Eu achei que não ia chorar, mas estou a chorar desde que entrei no carro. Foram muitas experiências vividas num sítio em que me senti completamente amado, que eu amei, e amo, onde fui feliz e é difícil ir embora. Sei que é preciso ter coragem para sair daqui, vou deixar muita gente que gosto e um sítio que gosto.
Como quer ser recordado pelos Sportinguistas? É difícil dizer isso, mas, acima de tudo, quero ser recordado como alguém que ama o Sporting CP, que é Sportinguista, e que vai continuar a apoiar o Sporting CP para o resto da vida.
Para finalizar, o que gostava de dizer aos adeptos do Sporting CP?
Obrigado por tudo. Nunca dei, nem nunca darei, o suficiente para retribuir o que me deram. Continuem a cantar a minha música, nem que seja para o Paulinho roupeiro, que ele fica contente (risos). Obrigado, sou do Sporting CP para sempre.
"Obrigado, sou do Sporting CP para o resto da vida"
FUTEBOL
FORMAÇÃO SUB-17
BANCO A RENDER JUROS NA DESPEDIDA DA ÉPOCA
2023/2024
VITÓRIA DOS SUB-17 FRENTE AO CASA PIA AC POR 2-1, COM GOLO DECISIVO NO ÚLTIMO MINUTO DAS COMPENSAÇÕES PELO SUPLENTE UTILIZADO, MIGUEL ALMEIDA.
Texto: Nuno Miguel Simas
Fotografia: Isabel Silva
A equipa sub-17 do Sporting Clube de Portugal venceu no passado domingo o Casa Pia AC por 2-1, na 14.ª e última jornada da fase de apuramento de Campeão Nacional do escalão e terminou a temporada no segundo lugar da prova. Um final frenético, com um golo de Miguel Almeida, entrado na segunda parte, aos 90+4’ (último minuto das compensações) deu justiça ao resultado. A superioridade Leonina foi clara, com várias oportunidades anteriores, que não encontraram o fundo das redes da baliza, sempre bem defendida por Afonso Pereira, um grande obstáculo às muitas iniciativas atacantes dos comandados de José João, nomeadamente na segunda parte.
A primeira oportunidade foi para o Casa Pia AC, com remate à entrada da área de Renato Nhaga, um pouco por cima da baliza defendida por William Lodmell, num onze Leonino com vários jogadores sub-16, que jogaram na equipa acima, com boa personalidade e apontamentos prometedores.
Numa primeira parte com um ritmo mais baixo e dificuldades
Sporting CP: William Lodmell [GR], Rodrigo Cabrito, Santiago Fernandes (Gonçalo Correia, 90’), Afonso Lee, Diego Coxi, Sandro Gamboa (João Rodrigues, 80’), Tomás Mendes (Rafael Melo, 90’), Rafael Camacho [C], Diogo Martins (Miguel Almeida, 67’), Frederico Gomes (Simão Soares, 67’), Flávio Gonçalves. Treinador: José João Gomes.
Leoninas para desmontar a organizada equipa do Casa Pia AC, o Sporting CP respondeu aos 19’, numa hesitação do guarda-redes Afonso Pereira, que acabou por resultar num remate de Rodrigo Cabrito, em boa posição, mas ligeiramente ao lado.
Perto da meia-hora, mais concretamente aos 29’, Emergildo Moreira atirou às malhas laterais, em nova incursão do Casa Pia AC.
Aos 33’, ficou a ideia de ter existido uma carga de ombro à margem das leis dentro da área do Casa Pia AC, num lance em que foi reclamada grande penalidade a favor dos Leões.
Aos 36’, um canto estudado quase dava golo, em remate de primeira de Tomás Mendes, ligeiramente ao lado da baliza defendida por Afonso Pereira.
O Sporting CP acentuou o domínio nos últimos cinco minutos do primeiro tempo e aos 41’, um grande passe logo isolou Diogo Martins, mas o remate de primeira do ponta-de-lança Leonino a sair por cima e quase a seguir, um remate de pé esquerdo de
Tomás Mendes foi defendido por Afonso Pereira. Intervalo e 0-0 no marcador.
No segundo tempo, o Sporting CP entrou melhor, com domínio territorial e a encostar a equipa do Casa Pia AC, mas aos 50’ um pontapé de canto da equipa visitante criou perigo junto da baliza Leonina. Na resposta, aos 51’, o momento do jogo, Diego Coxi arrancou pelo lado esquerdo e disparou, sem hipóteses, de pé esquerdo, para um grande golo. Aos 55’, depois de um bom contra-ataque, Flávio Gonçalves a cabecear após cruzamento de Rodrigo Cabrito, com o remate a sair ligeiramente por cima e Frederico Gomes, de primeira, quase marcava, aos 59’, com a execução a sair ligeiramente ao lado. Intensificava-se o pressing Leonino, com nova dupla oportunidade aos 62’, com as intenções Leoninas negadas por Afonso Pereira e a recarga de Tomás Mendes a ser cortada.
Aos 84’, o árbitro assinalou grande penalidade por alegada mão na bola de Diego Coxi e chama-
do à marcação, Diego David atirou colocado e fez o empate, um grande balde de água fria nos jovens Leões, que haviam somado diversas oportunidades, sem a desejada finalização.
O golo sofrido não fez o Sporting CP perder a cabeça e apesar de os últimos minutos serem passíveis de um jogo com mais coração do que com razão, o certo é que a equipa Leonina manteve a calma e foi premiada com o golo da vitória, aos 90+4’, numa recarga de Miguel Almeida, cabeceamento ao poste de Rodrigo Cabrito. Um golo de um suplente, que saltou do banco e assim fez jus à máxima de que o banco rendeu juros. Triunfo justo dos sub-17 Leoninos que assim terminaram a temporada 2023/2024 com uma vitória.
JOSÉ JOÃO GOMES: “MÉRITO DOS NOSSOS JOGADORES”
O treinador da equipa sub-17 do Sporting CP, salientou a justiça do triunfo dos jovens Leões. “Foi no último segundo, mas foi mérito dos nossos jogadores que interpretaram aquele momento final do jogo e conseguiram executar. Óptimo. Alcançámos esse objectivo intermédio que era ganhar o jogo, ficar em 2.º lugar, com a defesa menos batida”.
O técnico José João Gomes passou em retrospectiva a temporada Leonina. “Em balanço final, foi uma época muito longa, estamos a trabalhar há quase onze meses e meio, e o que sinto é que todos eles [jogadores] estão mais preparados em Junho de 2024 para aquilo que vão ser as exigências do profissionalismo. Sinto que esta equipa cresceu imenso ao longo do ano. A fase final fica marcada pela falta de consistência ao longo dos jogos e algum desconforto em termos emocionais para saber lidar com esses mesmos jogos. Fomos penalizados por alguns erros colectivos e individuais que nos retiraram pontos, mérito também da equipa que ganhou o Campeonato, porque em 14 jogos teve 12 vitórias, mas nós fizemos uma fase final na qual em todos os jogos, excepto um, em Vila do Conde, batemo-nos e fomos competitivos com todas as outras equipas. Deixámos a imagem de uma equipa positiva, de posse de bola, de tentar desbloquear a estrutura defensiva adversária sempre em processo de construção e de ligações. Foi época longa, mas fica uma imagem de futebol positivo, de futebol atraente, que estes jovens tentam demonstrar em todos os jogos”.
A festa do golo do Sporting CP que valeu o triunfo dos sub-17 por 2-1 frente ao Casa Pia AC
ALEJANDRO DOMÍNGUEZ
“A MINHA PASSAGEM PELO SPORTING CP
MARCOU-ME MUITO”
ALEJANDRO DOMÍNGUEZ ESTÁ DE SAÍDA DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL. O TREINADOR DA EQUIPA PRINCIPAL DE HÓQUEI EM PATINS ATÉ JÁ TINHA RENOVADO, MAS DECIDIU SAIR DO CLUBE POR MOTIVOS PESSOAIS QUE O LEVAM A TER DE ESTAR DE FORMA PERMANENTE EM ESPANHA. PARA TRÁS FICAM DOIS ANOS DE LEÃO AO PEITO, 100 JOGOS A LIDERAR A EQUIPA LEONINA E UMA LIGA DOS CAMPEÕES CONQUISTADA, MAS SOBRETUDO A CERTEZA DE QUE FOI FELIZ NO SPORTING CP E QUE O CLUBE O MARCOU MUITO.
Texto: Maria Gomes de Andrade, Mónica Barros Fotografia: João Pedro Morais
Depois de duas temporadas, 100 jogos e uma Liga dos Campeões conquistada, encerra‑se o seu ciclo no Sporting CP. Na primeira entrevista disse, em pleno Pavilhão João Rocha, que esperava contagiar se por esta atmosfera verde e branca. Foi isso que aconteceu? Sem dúvida, a qualidade humana das pessoas com quem trabalhei e o ambiente do Pavilhão João Rocha apaixonaram-me. Aquilo que se sente aqui, e não falo apenas no hóquei em patins, porque acontece nas outras modalidades também, arrepia. Estive aqui no último jogo do futsal, no da conquista do campeonato, e fiquei emocionado. Isso foi curioso porque eu não sou de cá, sou um argentino sediado em Espanha, o meu lar é em Espanha, mas há coisas que nos tocam no coração, que mexem muito connosco, e a minha passagem por aqui marcou-me muito.
Recuando ao Verão de 2022, quando chegou ao Sporting CP, lembra se de quais foram os maiores desafios?
Sim, havia dois: o primeiro entrar numa equipa sem mexidas, com os mesmos jogadores há muito tempo, que tinha fama de ser muito unida e depois de um treinador que esteve cá durante seis anos e que ganhou muita coisa; o segundo mudar o estilo de jogo que era muito diferente ao que a equipa praticava – o meu hóquei é muito particular, muito directo e ofensivo. O primeiro desafio foi muito fácil de ultrapassar porque o balneário me facilitou muito as coisas, o segundo foi mais complicado, custou mais porque claro que todos queremos ganhar, mas a mim importa-me muito a forma como se ganha. Ganhar seja como for não vale para mim, mas no final sinto que conseguimos e a um grande nível.
“OS JOGADORES AJUDARAM-ME MUITO”
E o que recorda mais desses primeiros tempos no Sporting CP?
A mim aquilo que mais me marca nunca são jogos, mas, sim, o espírito dos jogadores e a forma como entram no treino e, na verdade, surpreendeu-me muito a atitude e a fome que eles mostraram quando cheguei, mesmo perante um modelo de treino muito diferente –não melhor, nem pior do que anterior, mas muito diferente. Eles mostraram sempre muita vontade de fazer as coisas bem e em adaptarem-se o mais rapidamente possível. Gostei muito disso. É normal que quando se chega a uma equipa recheada de Campeões Europeus e Mundiais, jogadores com mais de 30 anos e com muito títulos, eles marquem território e te digam ‘tu és o Alejandro Domínguez, mas nós aqui fazemos as coisas assim’ e foi completamente ao contrário. Encontrei um ambiente aberto, com vontade de aprender coisas novas e isso foi mágico. Também me recordo do primeiro jogo aqui em casa com o SC Tomar a contar para o Troféu Stromp. Não começámos bem o jogo e eu es-
tava muito atento a ver como reagiam os adeptos, se gostavam ou não, e estava muito nervoso. Era a nossa primeira vez a jogar perante eles, a mostrar aquilo que queríamos fazer, queríamos mostrar que ia ser bom, e os jogadores ajudaram-me muito. Ganhámos e eles ajudaram-me por me sentirem tão nervoso – bem sei que um treinador tem de manter a postura, mas também é humano.
Uma das coisas que disse desde o início foi que queria que a equipa chegasse às decisões e na primeira época o Sporting CP chegou, mas não conseguiu ganhar ne nhum troféu. Como geriu isso?
Quando a primeira época acabou, senti uma tristeza profunda porque achava que todos nós tínhamos feito um grande esforço e não fomos recompensados com a conquista de um título, por circunstâncias diferentes e muitas que não estavam nas nossas mãos. Ainda assim, em nenhum momento senti que não poderia continuar, o que senti, sim, foi a necessidade de na temporada seguinte fazer melhor para conseguir ganhar porque havia muita gente que merecia ganhar. Por isso, senti-me muito triste, mas carreguei as baterias para começar esta época com o objectivo de melhorar aquilo que havia para melhorar para podermos ganhar, sabendo que a concorrência aqui é muito forte e que é muito difícil ganhar, mas o Clube deu-me segurança, os jogadores e a direcção mantiveram a confiança. Num clube desta dimensão, não te dizerem ‘se não ganharmos, não podes continuar’ é um milagre.
Ainda assim, no início da segunda temporada pensou em mudar alguma coisa ou sempre quis manter a abor dagem que trouxe?
Não. O nosso modelo de jogo estava mais ou menos implementado, havia só que lhe dar eficácia e melhorar individualmente os jogadores, de forma a se superarem. Trabalhámos nisso esta época e conseguimos ser felizes na prova europeia. Uma prova em que na fase de grupos jogámos contra o Reus Deportiu e o SL Benfica, nos quartos-de-final contra o FC Barcelona – e o jogo decisivo a ser lá – e depois na final four enfrentámos o FC Porto e a UD Oliveirense. Por isso, acho que não foi uma conquista merecida, mas, sim, super merecida e que teve um valor especial para nós. Como sou muito exigente comigo, só sinto mágoa por não termos feito mais no Campeonato Nacional.
“LIGA DOS CAMPEÕES?
É INOLVIDÁVEL POR VÁRIAS RAZÕES E NÃO SEI SE VOLTAREI A VIVER ALGO ASSIM”
Falou na Liga dos Campeões e do brilhante percurso que o Sporting CP fez. Por tudo isso, pelos adversários e pela forma como foi conquistada, é uma prova que nunca esquecerá?
Sim, nunca esquecerei essa conquista e o caminho que fizemos. Sou um treinador de processos e já muitas vezes me disseram ‘fá-lo muito bem, mas no momento chave as tuas equipas não ganham’. Eu não concordo com isso, mas quando te o dizem muitas vezes, isso faz-te questionar as coisas e então quando soou o apito final da Liga dos Campeões aquilo que senti primeiro foi um alívio tremendo e depois uma felicidade imensa por toda a gente. Essa conquista é inolvidável por várias razões e não sei se voltarei a viver algo assim.
Nessa caminhada de sucesso, qual acha que foi o mo mento ou o jogo mais determinante para depois vencer a prova?
Na Liga dos Campeões todos os jogos são importantes e todos os pontos valem ouro, mas acho que o golo de livre directo em Calafell, quando faltavam 40 segundos para o final (2-2), foi decisivo e que o momento-chave foi o jogo da segunda mão com o FC Barcelona, no Palau Blaugrana. Havia seis mil pessoas nas bancadas e um ambiente de muita pressão, algo tremendo, mas a forma como a equipa geriu esses dias e esse jogo fez a diferença. Esse jogo deu-nos a certeza de que poderíamos ganhar fosse quem fosse e aonde fosse. Nunca irei esquecer aquilo que se viveu no regresso ao balneário após o final desse jogo.
E que momentos da final four jogada no Porto, frente ao FC Porto e depois à UD Oliveirense, guarda? Guardo, como algo que me custou muito, ter de deixar de fora dois jogadores na meia-final e na final. Deixar o Matías Platero de fora nas meias-finais e o Ferran Font na final foi dos momentos mais difíceis da minha vida de
treinador. Foi muito duro ter de o fazer, mas, ao mesmo tempo, acredito que isso me tenha ajudado a crescer e a ser melhor profissional. E guardo também as palestras antes dos dois jogos, não pelo que eu disse, mas pelo que senti nos jogadores. O resto, a prova em si, faz parte: é competir, estar a 200km à hora e decidir o mais rápido possível.
“TINHA RENOVADO (...), MAS A MINHA FAMÍLIA PRECISA DE MIM”
Foi também mais difícil viver os últimos jogos dessa prova por já se saber que iria embora no final da época?
Diria que foi mais ao contrário. Já tinha renovado por mais dois anos, mas a situação complicou-se e quando disse ao Miguel Afonso e ao Quim Pauls que era impossível continuar e que tinha de voltar para casa, fiquei mais tranquilo. Pensei ‘já tomaste a decisão, está tomada, agora entrega-te ainda mais ao teu trabalho, diverte-te e vive cada instante até ao último’. E assim foi.
E como é que o grupo reagiu quando lhe contou sobre a sua decisão de não continuar no Sporting CP?
Antes de a tomar, tive de me ausentar de Lisboa e do meu trabalho umas seis vezes, faltei a cinco jogos, mas os jogadores apoiaram-me sempre e deixarem-me sempre tranquilo, tal como o Miguel Afonso e o Quim Pauls que me disseram para estar fora os dias que precisasse de estar. Por isso, quando comuniquei à equipa, e como já tínhamos passado por tudo aquilo antes, os jogadores reagiram com naturalidade e não foi dramático. Foi do género ‘entendemos-te, fica tranquilo’. Lembro-me de me terem perguntado se era acertado comunicar logo a minha decisão à equipa, se isso não implicaria com a performance dos jogadores, mas eu não hesitei, disse que lhes queria dizer naquele dia e disse-lhes logo, nunca quis que soubessem por outros e eles reagiram bem.
Já ao contrário, para si, o ter de estar fora várias vezes foi mais difícil, não foi?
Foi porque foi muito difícil gerir tudo e uma das razões por que decidi sair é porque não é fácil treinar uma equipa profissional e ausentar-me tantos dias. Ter de estar em Espanha e estar na sala de espera de um hospital ao telemóvel com o treinador-adjunto, num jogo que não estava a correr bem, não foi fácil e eu não posso permitir isso. Seria mais fácil dizer que continuava, mas para mim não
Treinador e jogadores a festejarem abraçados a conquista europeia
Alejandro Domínguez com o troféu da Liga dos Campeões
CAMPEÕES NACIONAIS
NACIONAIS
é assim. Quando conduzes um Ferrari não lhe podes pôr água em vez de combustível. A equipa tem de estar bem e ser bem trabalhada todos os dias, mas, neste momento, a minha família precisa de mim 24 horas por dia. Quero sempre fazer bem o meu trabalho e se não o posso fazer, o melhor é não trabalhar.
“HOUVE UMA FAMÍLIA QUE ME DEU UMA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
PARA PROTEGER A MINHA FAMÍLIA”
Por tudo isso, pelos desafios que teve de enfrentar esta época, sobretudo a nível pessoal, o que é que sentiu com a conquista da Liga dos Campeões? Como já disse, senti-me aliviado por ganhar – sair e deixar um título, ainda que ache que o legado não é só esse – e muito orgulhoso da equipa e da forma como conquistámos esse título. Somos Campeões Europeus. O resto, tudo aquilo que vivemos após o apito final, nem soube como gerir. Na chegada aqui, os adeptos tiraram-nos do autocarro, nem sei se fiquei em pânico ou cheio de alegria (risos), mas 20 minutos depois, quando estávamos aqui todos no Pavilhão João Rocha, e vi tudo tão saudável, uma energia tão boa e palavras tão nobres foi incrível. Aquilo que a maior parte das pessoas, que se chegou a mim para me felicitar, me disse foi ‘as melhoras para a tua família’. Essa foi a frase mais repetida e perante isto... (emociona-se)
Curiosamente, não guardou a sua medalha dessa conquista...
Sim, mas por acaso isso não é de agora. Eu nunca guardei as medalhas dos títulos que conquistei, não tenho nenhuma sequer. Não gosto delas, não sei explicar bem o porquê, mas não gosto. Talvez sinta que tê-las não me permite crescer e me faça ficar estagnado. Por isso, prefiro não as ter, mas gosto de escolher bem a quem as dou porque têm um valor simbólico muito importante. Esta dei-a à Matilde e ao pai, dois Sportinguistas que conheci num jantar do Sporting CP em Leiria. Fiquei muito surpreendido com o pai, que era um computador com sapatos. Ele sabia tudo sobre o Sporting CP, se lhe perguntasse sobre um jogo de futsal de 1989, ele sabia dizer na hora o resultado e os marcadores. É uma pessoa que vive muito o Clube. E a Matilde surpreendeu-me porque se aproximou de mim e me disse de forma muito genuí-
na que gostava muito de hóquei, que sabia que eu tinha trabalhado no SL Benfica e na selecção espanhola e que queria que tudo me corresse muito bem aqui. A forma como ela o disse ficou-me gravada. Depois disso, vi-os sempre aos dois em todos nos jogos e na hora de oferecer a medalha pensei que não haveria ninguém melhor do que a eles.
...e recebeu também algumas lembranças dos Sportinguistas.
Sim, houve uma família que me deu uma Nossa Senhora de Fátima para proteger a minha família e também recebi duas cartas que são extraordinárias, extremamente emocionantes, mais humanas. É óbvio que sou treinador, e que se não tivesse ganhado algumas coisas não teria chegado aqui, mas vivi com muita intensidade o lado humano no Sporting CP.
O último jogo foi depois no Dragão, curiosamente, o jogo 100 a comandar o Sporting CP, numa partida que teve também emoções muito fortes na segunda parte... Ao intervalo estávamos a perder, num ambiente muito hostil, a dinâmica do jogo não era nada positiva para nós, mas a mensagem que passámos não foi relacionada com o dar a volta ao jogo e o ganhar, mas, sim, com a obrigação de “morrermos” a fazer o nosso trabalho, de sermos fiéis ao que estávamos a trabalhar há tanto tempo e de representarmos bem o Sporting CP. Ou seja, que nada nos impedisse de fazer o nosso trabalho, juntos, com energia positiva e de família, e depois conseguimos fazer o 4-5 dessa forma e a jogar o nosso hóquei. Acabámos por perder nos penaltis e, por isso, houve um misto de tristeza profunda, porque queríamos estar na final e sentíamos que merecíamos, com satisfação, porque fizemos tudo o que podíamos. Acho que uma parte dos Sportinguistas sentiu isso, que os representámos muito bem, mas que não conseguimos ter o êxito que queríamos. No final do jogo eu próprio disse aos jogadores, com as lágrimas nos olhos, ‘estou muito triste, mas ao mesmo tempo muito orgulhoso de vocês e do que vocês fizeram’. No desporto, sabemos que só um pode ganhar, mas quem perde não é nenhum fracassado e acho que aquilo que vivemos nesta meia-final preparou ainda mais a equipa para a próxima época.
“NÃO SEI SE CONQUISTEI AS PESSOAS AQUI, MAS ELAS CONQUISTARAM-ME”
E agora, após dois anos a viver intensamente o Sporting CP, do que é que vai sentir mais falta?
De entrar por aquela porta [do Pavilhão João Rocha] às 8h00 da manhã. Vivi estes dois anos para entrar aqui todos os dias a essa hora e fazer o que mais gosto. Gosto muito do jogo, amo o hóquei e trabalhar neste ambiente e neste clube foi fantástico. Todas as vezes que entrei aqui com a minha bicicleta, a essa hora, me senti na glória. Por isso, vou ter saudades do trabalhar aqui, do ver vídeos e pensar com o staff o que temos de fazer para cada jogo e para ajudar os jogadores.
Vai embora, mas continuará a acompanhar o Sporting CP à distância? Víamo‑lo frequentemente a assistir aos jogos de outras modalidades.
Sim e nestas últimas semanas disse muitas vezes, ao Miguel Afonso e ao Quim Pauls, que se a minha mulher estiver melhor na próxima época quero voltar a ver jogos aqui e quero estar por perto. Disse-o assim de forma aleatória, mas a ver se perceberam a indirecta e me convidam (risos). Não preciso que me paguem a viagem (gargalhada), eu venho por mim, mas, sim, quero voltar e seguir em contacto com o Clube.
Neste adeus, sente que conquistou os Sportinguistas e que foi conquistado por eles?
A chave é essa. Numa massa associativa tão grande, haverá sempre gente a quem agradas e a quem não agradas, assim como o teu trabalho, mas, sinceramente, eu gosto do Sporting CP e sinto que gosto de toda a gente aqui, mesmo de quem não gostou da nossa forma de jogar. Gosto desta família e não o digo porque possa ficar bem, não sou desse género, digo-o porque que aquilo que vivi aqui foi tão positivo a nível humano que me conquistou. Que gostem de nós porque ganhamos e nos odeiem porque perdemos é normal, mas nunca me tinham dito ‘gosto da forma como te comportas no banco’. Nunca ninguém me o tinha dito e aqui disseram-mo. Ouvir isso não é habitual e também foi isso que me conquistou. Ainda assim, não sei se conquistei as pessoas do Sporting CP, mas elas conquistaram-me.
“O MEU
SENTIMENTO MAIS PROFUNDO É DE AGRADECIMENTO”
E é um orgulho para si saber que o seu nome ficará para sempre na História do Sporting CP pela conquista da Liga dos Campeões?
Um troféu fica para sempre, enche-nos o ego, e não sei até que ponto é que isso é bom, mas a mim deixa-me satisfeito e orgulhoso saber que fiz parte de um grupo que fez muita gente feliz.
Que palavra melhor define aquilo que viveu aqui? (pensa) Obrigado. Sinceramente, não me ocorre mais nenhuma outra palavra agora, podia falar de paixão ou de outra coisa, mas o meu sentimento mais profundo é de agradecimento.
Para finalizar, gostava de dizer alguma coisa aos Sportinguistas?
Claro que sim. Gostava de lhes dizer que o Sporting CP tem uma superequipa, que os vai fazer felizes muitas vezes. Por isso, apoiem-na ao máximo.
Muito obrigada, foi um privilégio trabalhar consigo. Muitas felicidades.
Obrigado também a vocês por me terem tratado sempre tão bem e pela paciência que tiveram por causa do meu idioma.
“Nunca me tinham dito ‘gosto da forma como te comportas no banco’ e aqui disseram-mo”
MODALIDADES SURF
TERESA BONVALOT SAGRA-SE CAMPEÃ NACIONAL
SURFISTA LEONINA VENCEU A PROVA PELA QUINTA VEZ E VOLTOU A FAZÊ-LO NA PENÚLTIMA ETAPA, NOS AÇORES, TAL COMO TINHA ACONTECIDO EM 2022.
Texto: Maria Gomes de Andrade Fotografia: Jorge Matreno/ANSurfistas
Teresa Bonvalot sagrou-se Campeã Nacional, no domingo passado, nos Açores, conquistando o título pela quinta vez − 2014, 2015, 2020, 2022 e 2024.
A surfista do Sporting Clube de Portugal conquistou a prova na quarta das cinco etapas da Liga, que se disputou na praia do Areal de Santa Bárbara, na Ribeira Grande. Teresa Bonvalot celebrou assim o título de
BREVES
forma antecipada, como já tinha acontecido em 2022, voltando a ser feliz nos Açores, após somar 14,50 pontos e vencer uma bateria em que enfrentou Teresa Pereira.
“Estou muito contente. Já são alguns anos a vencer e até parece estranho pensar que já lá vai uma década desde o primeiro título. Sempre tive metas muito claras na minha cabeça. Recordo-me de começar a surfar cedo e de ganhar a primeira etapa com 13 anos. Muita coisa mudou desde então, mas
FUTEBOL: EQUIPA SUB-13 FEMININA VENCE TAÇA NACIONAL
A equipa sub-13 feminina de futebol do Sporting Clube de Portugal conquistou, no último fim-de-semana, a Taça Nacional do escalão, após um percurso fantástico, sem derrotas, com 32 golos marcados e apenas um sofrido.
As Leoas venceram na fase de grupos o CAD Entroncamento (0-3), o SCU Torreense (0-12) e a ADCCMI Leira (5-0), nas meias-finais derrotaram o CD Feirense (6-1) e na final levaram a melhor sobre o SC Rio Tinto (0-6).
a paixão que tenho é a mesma. Sinto que estou no bom caminho, no caminho certo a lutar cada vez mais pelos meus objectivos”, disse Teresa Bonvalot após a conquista.
A surfista Leonina, que em breve vai par-
ticipar nos Jogos Olímpicos pela segunda vez, venceu ainda pela quinta vez a Triple Crown, que premeia as melhores surfistas no conjunto de três etapas − Figueira da Voz, Ericeira e Ribeira Grande.
FUTEBOL: EQUIPA SUB-15 FEMININA VENCE ESTRELITA CUP – NEGE
A equipa sub-15 feminina de futebol do Sporting Clube de Portugal também conquistou, no último fim-de-semana, a Estrelita CUP – NEGE, de forma brilhante.
As Leoas derrotaram na fase de grupos o Escola H. Gonçalves (2-0) e o EF Fintas (3-0), nas meias-finais venceram o GD Estoril Praia (3-0) e na final mostraram-se mais fortes do que o CD Feirense (1-0).
Surfista Leonina venceu ainda a Triple Crown pela quinta vez
MODALIDADES TÉNIS DE MESA
MAIS UMA VEZ DONOS E SENHORES DO TÉNIS DE MESA NACIONAL
É O 41.º CAMPEONATO NACIONAL DO RICO PALMARÉS VERDE E BRANCO E O NONO (!) CONSECUTIVO, O QUAL ENCERROU COM CHAVE DE OURO MAIS UMA ÉPOCA PERFEITA – SÓ COM VITÓRIAS – DOS LEÕES DE CHEN SHI CHAO. PELA TERCEIRA TEMPORADA SEGUIDA, O SPORTING CP FAZ O PLENO DE TROFÉUS EM PORTUGAL, ARRECADANDO A SUPERTAÇA, A TAÇA DE PORTUGAL E O CAMPEONATO NACIONAL.
Texto: Xavier Costa
Fotografia: João Pedro Morais
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito e nove títulos já encadeados. Uma folha de serviço ao alcance de muito poucos, mas que vai sendo alargada paulatinamente, época após época, com total autoridade e a mesma ambição de sempre.
No Multidesportivo do Estádio José Alvalade, a equipa principal masculina de ténis de mesa do Sporting Clube de Portugal sagrou-se Eneacampeã Nacional, no último sábado, depois de ter vencido de novo o GDCS Juncal por 3-0, agora no segundo e últi-
mo jogo da final dos play-offs do Campeonato Nacional. Depois da incontestada vitória nos Açores (0-3), os Leões de Chen Shi Chao voltaram a cumprir a missão sem qualquer sobressalto, desta vez em casa – com os Sportinguistas presentes –, para sentenciar a decisão rapidamente: cerca de 50 minutos bastaram para reforçar a hegemonia dos crónicos campeões da modalidade perante um (ainda) fragilizado emblema da ilha Terceira, que tinha terminado a fase regular no segundo lugar a 18 pontos do Sporting CP (70). Como estava previsto, fruto da lesão do mesa-tenista André
Silva, do GDCS Juncal, a qual já o afastou da disputa nos Açores, o Sporting CP voltou a entrar em vantagem nesta final. Desta vez, André Silva foi à mesa no jogo inaugural de pares, com Mihai Sargu, apenas para cumprir a formalidade exigida, mas devido à impossibilidade de competir a vitória neste primeiro jogo (3-0) foi logo atribuída aos Leões, com par composto por Diogo Carvalho e Diogo Silva.
SERIEDADE E ‘MÃO DE FERRO’
Então, já com 1-0 no marcador, a
acção propriamente dita começou com Diogo Chen, do Sporting CP, diante de Mihai Sargu. Concentrado e eficaz, o atleta verde e branco entrou de forma firme no primeiro set, arrancando de um expressivo 7-2 para o 11-4 e, no parcial seguinte, soube ser paciente e, apesar do maior equilíbrio, levou a melhor na parte final (de 7-7 para 11-9).
Depois, Diogo Chen fecharia as contas do cara-a-cara com 3-0, porém atravessando o set mais complicado da tarde. Pese embora a desvantagem inicial de 4-8, o mesa-tenista do Sporting CP reergueu-se de forma muito meritória, com um estilo ofensivo
22.06.2024
Campeonato Nacional – Play-offs
Final – Jogo 2 | Multidesportivo do Estádio José Alvalade
SPORTING
3 0
3-0; 3-0 e 3-0
Diogo Carvalho / Diogo Silva 3-0 (11 0, 11 0 e 11 0) Mihai Sargu / André Silva
e com poucos erros, até ao 11-9 e respectivo 2-0 para os Leões de Chen Shi Chao neste segundo jogo da final.
Além disso, este triunfo já significou matematicamente o título para o Sporting CP, uma vez que em caso de necessário quarto frente-a-frente durante a tarde, programado para enfrentar Bode Abiodun ao lesionado André Silva, a vitória seria novamente entregue aos Leões.
Ainda assim, Diogo Carvalho, capitão da equipa verde e branca, e Kirill Shvets continuaram a disputa na mesa, onde a formação Leonina confirmaria oficialmente a conquista em 3-0. E para fechar estas contas rapidamente, o experiente Diogo Carvalho exibiu-se de forma implacável e não deu qualquer hipótese ao seu adversário: 11-6, 11-2 e 11-2. Entre incidências, mas com total
distinção a missão foi cumprida, mais uma vez. A festa fez-se de verde e branco e em casa, onde a equipa Leonina voltou a levantar o Campeonato Nacional perante os Sportinguistas. 22 jogos e 22 vitórias depois, da fase regular até aos play-offs [ver caixa], os Leões de Chen Shi Chao voltaram a impor a sua superioridade para rubricar um campeonato –e uma época – de perfeição em 2023/2024 com mais um triplete (Supertaça, Taça de Portugal e Campeonato Nacional) – o terceiro consecutivo.
Nova coroação e o reinado dos Leões, com ‘punho de ferro’ e de raquete na mão, continua sem fim à vista. No que respeita apenas às contas do campeonato, a hegemonia verde e branca no ténis de mesa continua a alargar-se: só o Sporting CP levanta o título desde 2015/2016 - de forma ininterrupta.
2023/2024
FASE REGULAR
18J 18V (70 pontos) 4-0(12x), 4-1(4x), 3-2(2x)
PLAY-OFFS
J1 Meias-finais:
Meias-finais:
J1 Final:
CHEN SHI CHAO
“Parabéns aos meus jogadores, aos Sportinguistas e a este clube grande. Ser campeões nove vezes [seguidas] não é fácil. Estes jogadores trabalham comigo há muitos anos, estão habituados a ser campeões e isso é muito importante”.
DIOGO CARVALHO
“Poderia não ter jogado o meu jogo, mas tínhamos de dar espectáculo também aos nossos adeptos e estou muito contente pelo título e por ter ganho esse jogo. Foi um ano positivo, a nível individual não perdi nenhum jogo e conseguimos o que queríamos: os três títulos. Agora vamos descansar e começar a preparar a próxima época”.
DIOGO CHEN
“Parabéns a toda a equipa. Estivemos muito bem durante o ano e a consistência faz a diferença. Por isso, conseguimos estes nove campeonatos seguidos. Hoje entrámos todos muito bem, com máxima concentração e o mais importante era conseguir trazer este nono título. No Sporting CP estamos habituados e sempre fomos ensinados a ter a obrigação de vencer. É mérito também do nosso treinador e dos jogadores que estiveram muito bem ao longo de todo o campeonato”.
DIOGO SILVA
“O segredo é ter bons atletas e, depois, trabalhar é fundamental. Trabalhámos muito e no fim o sentimento é de dever cumprido. Foi desde Agosto até agora a trabalhar. Já são três anos de Sporting CP para mim e ter conquistado todos os troféus a nível interno é uma satisfação tremenda. É importante acabar em primeiro na fase regular para trazer o jogo decisivo para casa. Nos últimos três anos acabámos por conquistar o título aqui, com os nossos adeptos, e é muito bom, sem dúvida”.
BODE ABIODUN
“Sinto-me feliz. É trabalhar, contar com a experiência do nosso treinador e dos nossos jogadores. Viva o Sporting CP!”.
MIGUEL ALMEIDA, COORDENADOR DO TÉNIS DE MESA DO SPORTING CP
“Não há chave, há que trabalhar, treinar e respeitar os adversários para obter os resultados que queremos. Mais do que tudo, é fundamental estarmos no Sporting CP. Vamos tentar fazer o máximo para que no próximo ano possamos festejar aqui o décimo consecutivo, que é cada vez mais difícil. As equipas estão cada vez mais fortes, mas este ano na final o adversário teve um jogador que não pôde dar o seu contributo e isso acabou por facilitar um pouco”.
Diogo Chen teve um papel decisivo para ‘acelerar’ a decisão rumo ao título Sob as ordens de Chen Shi Chao, o Sporting tem construído
“MOSTRÁMOS QUE NÃO É O FIM DE CICLO”
EM ENTREVISTA, ALA LEONINO DESVENDOU SEGREDOS DA ÉPOCA, OS MELHORES MOMENTOS E OS MAIS DIFÍCEIS, QUE CULIMINARAM NO TETRACAMPEONATO DE FUTSAL.
Texto: Nuno Miguel Simas
Fotografias: João Pedro Morais
O que tornou a conquista deste Tetracampeonato tão diferente e ao mesmo tempo tão especial? O que a tornou especial foi ter conseguido algo que nenhuma equipa tinha alcançado em Portugal. Toda a conquista é especial, mesmo que não fosse pelo Tetra, a nossa ambição seria igual, já batemos vários recordes em Portugal e conseguir algo nunca alcançado, para nós era um sonho, uma ambição.
Na final, quais os momentos mais difíceis que tiveram de superar?
A primeira parte do primeiro jogo. Às vezes, no primeiro jogo, há um pouco de ansiedade e alguma coisa atrapalhou. A jogar em casa, perante os nossos adeptos, queríamos sair a jogar todas as bolas, bolas que podíamos jogar para fora, não o fizemos e sofremos alguns golos. Foi um momento muito difícil, porque não é qualquer equipa que consegue dar a volta perante uma equipa qualificada como o SC Braga, a vencer-nos por dois golos, é difícil de
recuperar. Conseguimos na Taça de Portugal, fizemos o dobro do esforço, mas chegámos ao final um pouco esgotados e desgastados. Na final, igualámos o marcador na primeira parte. Em Braga, fizemos um grande jogo, mas na inferioridade numérica, soubemos sofrer, porque equipa vencedora tem de saber sofrer no momento certo, unimo-nos e segurámos a inferioridade numérica e logo a seguir o 5x4 foi o ponto chave da final. Sabíamos que se saíssemos com o resultado positivo de Braga, com o apoio dos nossos adeptos em casa, ia ser muito difícil para o SC Braga, não só pelo terceiro jogo, mas por ter de vencer a nossa equipa três jogos.
A final foi toda uma história nova, mas os antecedentes frente a SC Braga não eram positivos, com dois desaires e um empate. O que foi preciso mudar?
Aprendemos com os erros, jogámos na fase regular com o SC Braga, empatámos em casa e fomos atropelados em Braga, jogo no qual estivemos muito abaixo. Na Taça de Portugal fizemos uma grande partida, apesar da derrota, acho que estivemos por cima quase o jogo todo, mas não vencemos e quando se chega à decisão, não se joga,
ganha-se. Falhámos nesses objectivos, o que nos fez preparar esta final de uma maneira muito especial, olhando para os nossos erros, qualidades e defeitos do SC Braga, vimos vídeos praticamente todos os dias, onde podíamos melhorar os nossos defeitos e isso fez-nos entrar mais precavidos para o que podia acontecer. Tínhamos aquela vontade de os vencer, o que ainda não tinha acontecido. A preparação foi muito especial.
“CONSEGUIR ALGO NUNCA ALCANÇADO, PARA NÓS ERA UM SONHO”
Marcou em dois dos três jogos das finais. Se tivesse de eleger um golo, qual o mais importante e o que teve mais influência para a conquista do Tetra?
Os dois. No primeiro jogo, foi no início da segunda parte e passámos para a frente do marcador. Começámos muito mal na primeira parte e na segunda foi ao contrário, quando passámos para a frente, eles a verem-nos dar
a volta ao resultado, talvez desanimassem um pouco e, depois, abrimos a vantagem para dois golos. No terceiro jogo, marquei a abrir, o pavilhão explode e acho que eles sentiram que não estávamos ali para jogar, estávamos para ser campeões. Os dois golos foram muito importantes.
Como estavam animicamente antes do jogo?
Conversámos bastante, sabíamos que não podíamos entrar a fazer a festa só por estarmos a jogar em casa. Nas finais pode acontecer uma reviravolta. Não podíamos jogar bonito sempre, tínhamos de pensar em vencer o jogo. Saímo-nos super bem, não houve discussão sobre o vencedor.
O Tetra era quase um ponto de honra na época de futsal do Sporting CP?
Desde que vencemos o Tri começámos com a questão do Tetra. Era muito mais fácil conseguir o Tetra do que para as outras equipas, só faltava um degrau. O presidente disse isso: para conseguir o Penta, estamos muito mais perto, do que quem tem de percorrer todo esse caminho. Trabalhámos o ano todo para esse objectivo. Nas férias descansamos, mas antes de voltar, o Nuno Dias já manda todos os objectivos que temos de almejar e quem joga aqui sabe da responsabilidade e do prazer que é disputar a competição. O Tetra era um objectivo que se tornou realidade.
Que peso teve o Pavilhão João Rocha nesta conquista e o apoio dos Sportinguistas?
Teve um peso muito grande, é o nosso sexto jogador, o apoio que nos dão é espectacular, mas não só aqui como em todo o país e fora do país também. Na Champions, os nossos adeptos estão sempre a apoiar-nos, nas horas boas, nas menos boas, mas aqui o ambiente é espectacular. Tive a oportunidade de fazer golo e parece que o pavilhão treme, que vai explodir. Só quem está cá e vive isso pode sentir. É um privilégio poder estar a participar dessas conquistas e desses momentos com os adeptos, que nos apoiam durante toda a época. Não dá para explicar, só quem está na quadra sabe o quanto isso nos ajuda.
Terminar a fase regular no primeiro lugar foi um passo de gigante para ser Campeão? Sem dúvida. É sempre o nosso objectivo terminar a fase regular em primeiro. Sabíamos dessa importância, se ficássemos em segundo ou terceiro cruzávamos com o SL Benfica ou o SC Braga numa meia-final. Um dos objectivos era não cruzar com um plantel mais amplo numa meia-final, porque numa final à melhor de cinco, sabemos que quem tem melhor equipa vai prevalecer no fim. A perspectiva é essa e numa meia-final é à melhor de três, se errarmos fora de casa, há toda a responsabilidade de fazer um jogo perfeito em casa e ainda há o jogo três.
“OS ADEPTOS SÃO O NOSSO SEXTO JOGADOR, O APOIO QUE NOS DÃO É ESPECTACULAR”
Como foi o caminho para a final, ante o SCU Torreense e CR Leões de Porto Salvo?
Foram eliminatórias complicadas, quando se chega ao play-off sabemos que quem nos defronta tem uma vontade acima de 100 por cento, então temos de entrar focados, concentrados para não haver surpresas. Vínhamos de uma decepção na Champions e logo a seguir, começaram os play-offs, tínhamos de voltar a vencer o mais rápido possível. Encontrámos adversários complicados,
de qualidade. O CR Leões de Porto Salvo deu-nos muito trabalho nas meias-finais, estivemos a perder os dois jogos e demos a volta. A cada ano que passa o nível e as dificuldades aumentam.
25 golos, 23 assistências. O que dizem estes números sobre a sua época que terminou no Tetra? Fico feliz por fazer assistências e golos, por ajudar a equipa da melhor maneira possível, mesmo sem fazer golos ou assistências. Se eu sentir que joguei bem, se dei o meu contributo, se salvei um golo, já é uma ajuda, mas quando se tem esses números, é sinal de que o trabalho e preparação estão a ser bem feitos. Só tenho de agradecer a Deus por me ter dado esse dom. O trabalho diário por vezes é desgastante, repetitivo, as bolas paradas, estratégias e quando chega esse momento é uma grande felicidade.
Nas nove temporadas no Sporting CP, em sete tem 40 jogou ou mais, numa fez 38 jogos e a outra foi inter rompida pela COVID 19. Qual o segredo da longevida de e regularidade? É dedicação, é trabalho diário. Com o passar dos anos, vamo-nos procurando precaver mais. Com 20 anos existem algumas coisas que não fazia e faço hoje. O treino é às 9h00, 10h00 e chego uma hora antes, faço uma série de exercícios de mobilidade e prevenção de lesões. Tive muito mais lesões quando era mais novo do que agora. Cheguei com 29 anos, vou fazer 38, sinto-me bastante bem, às vezes as pessoas falam da minha idade, mas ou não estão habituadas a ver um jogador a fazer ainda a diferença e a competir a alto nível, ou têm um pouco de preconceito. Sou um jogador muito mais completo do que quando cheguei. Procuro sempre aprimorar-me, dedicar-me ao máximo e aproveitar cada ano que passa. Enquanto as pernas obedecerem ao que eu penso na quadra, quero continuar a jogar ao mais alto nível.
Dentro de ser agora um jogador mais completo, está a capacidade de entrar no cinco para quatro defensivo?
Sim. Quando cá cheguei não defendia (risos) e todo o jogador gosta de jogar, às vezes até me chateava com o Nuno [Dias], porque quando a outra equipa colocava 5x4 já sabia que não ia jogar mais. Então entrava no jogo com
o pensamento de que tinha de aproveitar a primeira parte e metade da segunda, porque dependendo da outra equipa colocar 5x4 a faltar 10’, ou menos, já sabia que não ia entrar mais. Fui evoluindo, procurando fazer de tudo um pouco, e por exemplo, no 4x3 eu não defendo, quem defende é o Pany, mas como ele tinha sido expulso [em Braga], eu disse que também conseguia defender 4x3 (risos).
“SOU UM JOGADOR MUITO MAIS COMPLETO DO QUE QUANDO CHEGUEI”
Chorou no final do jogo três. Que emoções tinha guar dadas dentro de si?
É muita pressão sobre nós e quando se consegue algo inédito, o Tetra, com o ambiente no pavilhão é difícil não escorrerem lágrimas. Depois do jogo terminar, fica a sensação de dever cumprido e de alívio e ao ver os adeptos a gritar o meu nome… não tem explicação. Emocioneime e fica marcado na memória, no coração, nem preciso ver vídeos está tudo aqui dentro. Sei o que vivi e foi algo espectacular.
O seu filho, André Merlim teve palavras muito espiri tuosas e sábias, no final do jogo, sobre a sua prestação. Ele aconselha o?
O meu filho é espectacular. Acompanho os treinos dele e os jogos. Quando faço um jogo menos bom, tenho também as críticas dele e para estas finais, por tudo o que tinha acontecido antes, ele estava um pouco apreensivo. Aconselhou-me como tinha de fazer as jogadas, os passes e sobre a maneira como o guarda-redes se posicionava. É um miúdo com nove anos, tenho de ouvi-lo e prestar atenção ao que diz. Por vezes pensamos que os conselhos e opiniões vêm só dos mais velhos, mas não. Ele critica-me na hora de criticar, ajuda-me e dá-me conselhos, tal como eu a ele.
O Tomás Paçó disse que tinham de dar resposta aos adeptos pelo esforço de terem estado nas bancadas, na Arménia, para o jogo da Champions. O Tetra era um
Alex Merlim tem sete Campeonatos Nacionais em nove temporadas no Sporting CP e ajudou à inédita conquista do Tetracampeonato de futsal
dever moral, também, perante os Sportinguistas? Claro que sim. Eu até pedi desculpa aos adeptos pelos objectivos falhados. Para nós, viajar para a Arménia e ir competir não é fácil, imagina para quem abdica de muita coisa para estar lá a apoiar-nos. É de valor abrir mão da festa de Campeão do futebol para estar connosco. Perdemos os dois jogos e, para nós, foi algo muito triste, mas principalmente para os adeptos, que gastaram dinheiro para nos apoiarem e não retribuímos. Ganhar o título foi a nossa resposta. Uma das homenagens e dedicatória desta conquista é para os adeptos.
O que torna esta equipa tão carismática e capaz de nos momentos decisivos, responder e ganhar títulos?
Muito trabalho, dedicação, o nosso staff puxa muito por nós, não podemos baixar a guarda em nenhum momento. A nossa equipa é bastante unida, todos se respeitam e ajudam uns aos outros, brincamos na hora de brincar e por isso conquistamos o que temos vindo a conquistar. O ambiente de trabalho torna as coisas mais fáceis.
“UMA
DAS HOMENAGENS E DEDICATÓRIA DO TÍTULO É PARA OS ADEPTOS”
E o que faz de Nuno Dias um treinador tão especial?
Sobretudo a capacidade e ambição que tem. Sempre me
ajudou, sempre me deu conselhos, há quem diga até que ele é meu pai [risos]. É um treinador espectacular em todos os sentidos, com uma força de vontade tremenda, que poucos têm, por isso tem conquistado tanto. Podemos ganhar um campeonato, mas no próximo treino é como se não tivéssemos ganho, é trabalhar da mesma forma. Ele pensa como eu. Ao vestir esta camisola não entramos para participar nas competições, entramos para ganhar e o que trabalhamos dia-a-dia, é para tentar ganhar sempre. Ele é espectacular.
Mago, Génio, Babalu, Le Roi Merlim. De qual das alcu nhas gosta mais?
De todas. Quando me chamam Mago sinto-me feliz, é o reflexo de tudo o que tenho feito, não só de conquistas, mas dos jogos ao logo de nove anos.
Porque usa o número 29?
Porque quando cheguei tinha 29 anos. Deu certo, é um número especial.
Dos quatro títulos seguidos do Tetra, dá para eleger um momento?
Todos são especiais, mas fico com o mais recente na memória, pelo que aconteceu no percurso. Saíram e entraram jogadores, muitos falaram em fim de ciclo, que a equipa já tinha dado o que havia para dar, mas mostrámos que não é o fim de ciclo e que esta equipa tem muita ambição ainda e muita vontade de vencer.
“NUNO DIAS É UM TREINADOR ESPECTACULAR EM TODOS O SENTIDOS”
Quando se fala em fim de ciclo, isso mexe com o vosso orgulho, também?
Não precisamos de mostrar nada para ninguém. Só precisamos de mostrar a nós mesmos a nossa vontade de continuar a vencer. Tenho esse desejo, quando renovei pelo Sporting CP foi porque ainda tenho esse ‘friozinho na barriga’ antes de começar cada jogo e a mentalidade de continuar a competir da melhor maneira possível.
Na caminhada para o Tetra, quais os momentos mais difíceis?
Começámos a época a falhar a Supertaça, num jogo que praticamente estava ganho. Uma equipa do nosso nível não pode falhar num jogo que estávamos a vencer por 3-0. Começámos o Campeonato com um empate, em casa com o SC Braga, o que podia criar dúvidas para quem está de fora, mas somos seres humanos e temos dias menos bons. Só com uma mente muito positiva, capacidade que o nosso grupo tem, demos a volta por cima. Ganhámos a Taça da Liga, perdemos a Taça de Portugal e a Champions, mas temos consciência da nossa força, do que fazemos no dia-a-dia. No final, ganhámos o tão sonhado e inédito Tetracampeonato. Sinto um alívio enorme.
UMA HISTÓRIA DE CONQUISTAS
Falar do ténis de mesa do Sporting Clube de Portugal é falar tão simplesmente de uma hegemonia verdadeiramente avassaladora. Marcada, no final do passado sábado, no jogo com o GDCS Juncal, no culminar de uma época com vitórias em todos os jogos realizados nas competições nacionais e que trouxe não só o estatuto de Eneacampeões, como com ele a conquista do nosso 41.⁰ título de Campeão Nacional, a que juntamos mais 35 Taças de Portugal e 18 Supertaças. Pessoalmente, comecei a ouvir falar, tanto no masculino como no feminino, em lendas desta modalidade dos tempos de antanho. E desde cedo, como aliás era recorrente em todas as modalidades, comecei a ser espectador assíduo da modalidade, desde o tempo da sala do ténis de mesa situada na bancada central do antigo estádio. Corriam os tempos de José Alvoeiro, José Marquês, José Barroso e Ivanoel Moreira, entre outros. Era ainda eu mui-
to jovem. Os jogos, que acabavam quando se conseguisse cinco vitorias e os sets eram até aos 21 pontos acabavam invariavelmente madrugada dentro e eram realizados na sexta-feira à noite.
Depois vieram os tempos dos rapazes da minha geração, também ela recheada de títulos. Pedro Miguel, Nuno Dias, João Portela e Rogério Alfar. A eles se juntaria um jovem chinês, de seu nome Chen Shi Chao, o “chinês voador”, que encantava as plateias. Era mesmo arrebatador. Este então jovem, veio para ficar. É detentor de títulos atrás de títulos e tem feito uma carreira fantástica no nosso Clube, desde jogador a treinador. Ganhar, ou ganhar, é o seu lema. Têm sido gerações atrás de gerações que passam pelas suas mãos e que têm a conquista como nome do meio. Apelidei-o, já por aqui, como o ‘Senhor Ténis de Mesa’. Epíteto que lhe cai tão bem, até por ser da mais elementar justiça.
Este ano foi “só” o 41.º título da nossa incomensurável História. Mas não irá ficar seguramente por aqui. Desta feita, os nossos heróis foram o quarteto composto por Diogo Carvalho, Diogo Chen, Diogo Silva e Bode Abiodun. Já em Setembro, com a disputa da Supertaça, o objectivo − irremediavelmente é sempre esse, é aumentar o número de conquistas de uma secção que só sabe ganhar, com a particularidade de quando também perdeu − poucas
vezes nos aconteceu nos últimos anos − se preparou para voltar a ganhar.
Mas se falei dos protagonistas, aqueles que são visíveis, não poderia deixar de falar naqueles que estão por detrás de tudo isto. De homens de uma dedicação extrema. Sei que irei esquecer alguns, isto de citar nomes tem esse risco, mas dos que me recordo como responsáveis máximos do departamento, destaco José Dias, o “pai” de tanto do que é a modalidade nos dias de hoje, quando então era dirigente no tempo do presidente João Rocha, de José Folga da Silva, de Joaquim Leão, de Adérito Ribeiro e do actual, e já com muitos anos de modalidade, o meu amigo Miguel Almeida.
Também não poderia deixar de falar no Estevão Correia, no Carlos Santos e no Gustavo Leite, também eles com uma vida dedicada à causa, sem outro interesse que não o de servir o Sporting Clube de Portugal.
Dos jogadores aos treinadores, passando pelos dirigentes, a História desta modalidade está escrita. E é feita de conquistas!
P.S – E porque o Sporting CP vive uma fase em que os ventos, neste caso também as ondas, nos correm de feição, parabéns à nossa surfista Teresa Bonvalot por se ter sagrado Pentacampeã Nacional.
Aikido, Andebol, Atletismo, Basquetebol, Boxe, Capoeira, Desporto Adaptado, Esgrima, Futsal, Ginástica, Hóquei em Patins, Judo, Karate, Kempo , Kickboxing, Natação, Paintball, Pentatlo Moderno, Polo Aquático, Rugby, Surf, Skate, Taekwondo, Ténis de Mesa, Tiro, Tiro com Arco, Triatlo, Voleibol, Xadrez.
Inscrições exclusivamente online. Mais informações em modalidades@sporting.pt
Acede ao formulário de inscrição aqui https://tinyurl.com/SCPmodalidades2425
JUVENAL CARVALHO
“AQUI SENTI-ME
SEMPRE BEM, EM CASA, DESDE O PRIMEIRO DIA”
DEPOIS DE CINCO ÉPOCAS DE VERDE E BRANCO, UM DOS JOGADORES QUE INICIOU O PROJECTO DO BASQUETEBOL DESDE A SUA REACTIVAÇÃO NO SPORTING CP ESTÁ DE SAÍDA. AOS 27 ANOS, O EXTREMO DIOGO ARAÚJO
PREPARA-SE PARA DEIXAR O CLUBE COMO O QUARTO JOGADOR COM MAIS JOGOS (164) DESDE O REGRESSO DA MODALIDADE. EM ENTREVISTA AOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO LEONINOS, O INTERNACIONAL PORTUGUÊS PASSOU EM REVISTA TODO O SEU TRAJECTO, QUE CONSIDEROU DE “EVOLUÇÃO, MUITA FELICIDADE E MUITOS TÍTULOS”, E ENTRE TANTAS BOAS MEMÓRIAS AGRADECEU AO CLUBE POR TER SIDO “ACOLHIDO TÃO BEM”.
Texto: Tiago
Este é o último capítulo da sua história no Sporting CP, mas voltando ao início, que memórias tem dos primei ros dias no Clube?
Lembro-me perfeitamente. Quando entramos aqui fica-se deslumbrado com o tamanho do pavilhão e quando está cheio é incrível e é algo que não vou esquecer. Em relação à equipa, já conhecia alguns por jogar contra eles, por isso foi fácil e senti que começámos todos em pé de igualdade, porque era o início da modalidade. E do staff e pessoal do Clube nada a apontar, sempre muito amigáveis e prontos a ajudar. Desde já, um obrigado a todos.
Como resumiria estas cinco temporadas de Leão ao peito?
Foram de evolução, mas de muita felicidade e muitos títu-
los. Campeonato Nacional, Taças de Portugal, Supertaças, Taças Hugo dos Santos... Acredito que lutámos por tudo. Esta última época não foi a melhor, mas tentamos lutar por tudo. Revejo estes anos com muita felicidade e muito carinho por toda a gente e são só pontos positivos os que levo daqui.
“[O PAVILHÃO] CHEIO É INCRÍVEL E É ALGO QUE NÃO VOU ESQUECER”
E já consegue dizer o que mais saudades lhe vai deixar? Claro que vou sentir falta dos meus colegas. Foi muito tempo passado aqui, foram a minha segunda família, às vezes até a primeira, porque passamos mais tempo aqui do que em casa, entre viagens, treinos e jogos. Criámos essa irmandade e vou ter saudades, também do staff, ob-
viamente. Todos os momentos do dia-a-dia, aos que às vezes não ligamos muito, mas depois quando saímos... Dos adeptos, claro, que ao passar na rua nos dizem um ‘Vamos, Sporting! Força, Diogo!’ É bom sentir isso.
“CONSEGUIMOS SEMPRE CRIAR BOA QUÍMICA, MOSTRÁ-LA E GANHAR”
O Diogo que agora se despede é diferente daquele que chegou em 2019?
Eu cresci como pessoa e jogador, porque o basquetebol dá-nos muito dentro e fora de campo. Aprendi com muita gente, não só staff, mas também com jogadores. Desde atletas norte-americanos ou portugueses, que podem vir com mentalidades diferentes no trabalho ou até extra-basket. Sinto que absorvi esses pontos positivos de cada
Labreca, Xavier Costa Fotografia: João Pedro Morais
um e levo essa bagagem, seja física ou mental, por isso acho que estou melhor.
E como foi integrar uma equipa responsável por iniciar a reactivação da modalidade no Sporting CP?
No início, quando cheguei, não sabia que tipo de jogadores íamos ter, que química poderíamos ter, o que é muito importante, mas acho que conseguimos sempre – independentemente dos jogadores – criar essa boa química, mostrá-la e ganhar. Acho que o Sporting CP fez muito bem em ter, outra vez, o basquetebol e agora [o campeonato] está muito mais competitivo.
“O
SPORTING CP FEZ MUITO BEM EM TER, OUTRA VEZ, O BASQUETEBOL”
Quais são as principais lembranças que guarda dessa primeira época?
Sentíamos que, mesmo estando a começar, tínhamos equipa para tentar ganhar tudo e acho que foi isso que mostrámos nesse ano. Nunca é fácil começar uma equipa do zero, mas como já nos conhecíamos como adversários ou como colegas de selecção foi tudo mais fácil. Tínhamos também jogadores como o [James] Ellisor e o Travante [Williams], que sabiam o que era jogar e ganhar nesta Liga, com papéis fortes e personalidades de fácil interacção. Os dois diferentes, mas duas óptimas pessoas e jogadores que nos ajudaram muito. Depois, o prof. Luís Magalhães colocou-nos a jogar daquela forma e tudo isso resultou na felicidade no final. Na altura, ele dizia-me para lançar todas as bolas (risos) e levo isso comigo.
Lançador sempre foi, mas sentiu que ao longo dos anos evoluiu a globalidade do seu jogo, quer sob o comando de Luís Magalhães, quer de Pedro Nuno Monteiro?
Acho que sempre fui um lançador e tento sempre melhorar isso, bem como os meus aspectos negativos, como de drible ou defensivos. Acredito que sempre fui um atleta que conseguia defender e ganhar ressaltos. Sinto que melhorei para ser melhor jogador e ajudar a equipa, que é o principal.
Quando chegou traçou a ambição de conquistar títulos, que não tardaram em chegar, apesar do obstáculo que a COVID‑19 se revelou inicialmente. Agora, que balan‑ ço em termos de troféus?
Acho que saio com mais [títulos] do que podia esperar no início. Cada título é um título e, por exemplo, as três Taças de Portugal que ganhámos foram diferentes, tanto pela equipa técnica, como pelos jogadores. Esses troféus foram especiais por terem sido no início da modalidade no Clube e, para mim, também por eu ter tido preponderância na equipa.
E que papel teve a conquista da Taça de Portugal de 2019/2020 – o primeiro título neste regresso do bas‑ quetebol Leonino – para lançar as bases do projecto? Nós acreditávamos que podíamos ganhar, mas até ter esse sabor tens de o procurar. A partir do momento em que ganhámos tínhamos esse boost. Não diria que foi o ‘clique’ que nos fez acreditar mais, mas era o saber e ter interiorizado que, se conseguimos este, tudo seria possível e vamos atrás de todos.
E tornaram isso efectivamente possível, tendo como um dos momentos mais altos a Liga vencida pratica‑ mente na última jogada em 2020/2021. Que sensações recorda desse momento?
Sentimos a falta dos adeptos, obviamente, sabíamos que se [o Pavilhão João Rocha] pudesse estar cheio até po-
deria ter sido um jogo diferente, mas acredito que essas circunstâncias também nos fizeram crescer como equipa. Estávamos em casa e [o título] não podia sair daqui. Sei que custa estar lá dentro, mas estar fora, no banco, a ver e não conseguir ter ali a mão parece que ainda custa mais... Mas no final fomos felizes, isso é que importa. Depois, lembro-me perfeitamente de estarmos ali na rampa com os adeptos que estavam e a festa que foi. Foi uma euforia total e não estávamos à espera. Teve um sabor diferente, dadas as circunstâncias em que estávamos.
Depois chegaram mais títulos, vários [ver caixa], com adeptos nas bancadas. É diferente?
É melhor! Os adeptos são o sexto jogador e nós temos sempre adeptos do Sporting CP em todos os pavilhões onde vamos jogar. Em casa é diferente e com isto cheio parece que as outras equipas ficam com receio de vir cá jogar. Para nós, sentir isso é uma força extra, por isso são uma ajuda crucial. Acho que conseguimos dar um óptimo espectáculo a toda a gente que nos veio apoiar aqui ou fora e acredito que vão continuar a fazê-lo. Fizemos um bom trabalho.
“ACHO QUE SAIO COM MAIS [TÍTULOS] DO QUE PODIA ESPERAR NO INÍCIO”
A nível pessoal, tem na memória alguma jogada ou mo mento que destacaria?
Há várias. No ano em que fomos campeões, com o Micah [Downs] lesionado, lembro-me que fiz uns bons jogos, marquei triplos em momentos decisivos e isso ficou-me na memória. Jogadas com o Travante, o [Diogo] Ventura, o [Joshua] Patton, sei lá. São tantas as que ficam.
A seguir, dá se a mudança de treinador e com Pedro Nuno Monteiro continuam a levantar troféus logo na primeira temporada e com boas prestações europeias. A última época foi mais difícil, mas que avaliação faz na globalidade?
Quando o Pedro chegou, mudámos um bocado o grupo de trabalho e, apesar de algumas parecenças no jogo, são treinadores diferentes com estilos de jogo diferentes. Conseguimos ganhar a Supertaça e a [Taça] Hugo dos
Santos na primeira época. Esta época sinto e sei que demos tudo, não tivemos muita sorte, mas lutámos até ao fim.
“[LESÕES] CUSTA, MAS É PRECISO MUITA FORÇA MENTAL”
Acabou por ser, acima de tudo, uma temporada de aprendizagens?
Claro que sim. Sabemos que a Liga está cada vez mais competitiva, há que lutar sempre e a AD Ovarense mostrou-nos que não era por estarmos acima na classificação que teríamos de ser nós a ganhar. Ao perder aqui o primeiro jogo, jogar lá é muito mais complicado, tivemos uma bola para empatar, mas foi um daqueles jogos em que podia ter caído para qualquer lado e a sorte esteve do lado deles. Lutaram, como nós, até ao fim e saíram felizes.
O seu trajecto verde e branco ficou marcado também pelos períodos de lesões que teve de ultrapassar. Foram desafios, sobretudo, a nível mental?
Nunca é fácil. Neste trabalho as lesões andam connosco, embora tentemos reduzi-las e preveni-las ao máximo. Nunca é fácil estar de fora, ver que todos estão a dar o seu melhor ou que os jogos estão a correr mal e nós não conseguimos contribuir. Custa, mas é preciso muita força mental, muita ajuda do staff e eu senti também que tive muita ajuda em casa também, da minha namorada, da minha família e mesmo da dela. Depois, tudo conta, porque quando não estamos a fazer o que gostamos começamos a pensar em tudo. Às vezes lesionamo-nos e queremos voltar e estar igual. Não é assim, vamos chegar sempre debilitados e só depois poderemos chegar ao ponto em que estávamos ou melhor. Eu sinto que consegui superar todas as lesões e que voltei melhor.
Ao longo de cinco anos o seu papel no seio da equipa também foi mudando, passando de ser um dos mais jo vens a uma das vozes de comando. Como foi assumindo essa mudança?
Foi natural e fácil pelo simples facto de, por exemplo, no início, com o Cláudio [Fonseca] e a malta mais velha, era tudo de igual para igual, independentemente da idade. Sinto que agora, com a minha passagem por aqui, também não dificultei a vida aos mais novos.
Neste momento da sua despedida, sente que o projecto do Sporting CP continua no trilho para lutar por títulos?
Acredito que sim. Há bom trabalho, visão, uma boa equipa técnica e foram sempre criadas boas equipas. Quanto a isso não tenho qualquer dúvida. O Sporting CP está bem encaminhado e desde que recomeçou ganhámos títulos, portanto acredito que vão continuar a fazê-lo.
E a proximidade da família Sporting CP em volta do Pavilhão João Rocha é algo de que vai sentir falta?
Aqui senti-me sempre bem, em casa, desde o primeiro dia. Acho que foi isso que me ajudou a ambientar-me tão
bem. Já parecia que estava aqui há anos e tinha acabado de chegar. Vou ter saudades de sentir isso, de ver as pessoas e de estar cá, mas a vida é assim e temos de seguir. Nota-se bem a grandiosidade do clube, até pela forma como os adeptos apoiam independentemente da modalidade, porque estão aqui para apoiar o seu clube. ‘O Mundo Sabe Que’ vai deixar saudades.
“O SPORTING CP ESTÁ BEM ENCAMINHADO”
OPINIÃO
O
“DEFESO”… AINDA O DEFESO…
TITO ARANTES FONTES
Defeso – Esta fase do ano é-me, confesso, penosa… e demora a passar… nunca mais acaba mesmo! Chama-se “defeso”… é o interminável “defeso”… onde se recompõem equipas, vendem-se jogadores e contratam-se reforços… e onde todos os dias os jornais, desde logo os ditos desportivos, trazem saídas milionárias e aquisições de craques desconhecidos, dos quais o comum dos mortais – como é, notoriamente, o meu caso – nunca tinha ouvido falar!
Pré época – Claro que avidamente procuramos as notícias do dia, todos os dias… e sim, ansiamos pelo período seguinte, a denominada pré-época! A fase em que a nova temporada se prepara com a concentração de jogadores, o dito “primeiro dia”, no qual se fazem os habituais e tradicionais exames médicos, seguidos dos primeiros exercícios físicos e depois, finalmente, os iniciais e ansiados contactos com bola!
Primeiros jogos – E depois teremos os chamados “jogos treino”, alguns até à porta fechada, que rapidamente evoluem para “jogos de preparação”, avidamente vistos e consumidos, em que nós todos procuramos descortinar o que está a ser feito e como resultará, tentando perspectivar o desenrolar da época que se inicia… tudo isto culminando no chamado “jogo de apresentação aos Sócios”, em que a equipa – no seu estádio – é formalmente apresentada aos seus apoiantes e ao Mundo em geral.
Início oficial – Depois, pouco depois, começa a época a sério, com os primeiros jogos a doer, quer de competições nacionais, quer de provas da UEFA.
A nossa pré época – No caso do nosso Sporting CP essa pré-época inicia-se já no próximo dia 1 de Julho, data em que o nosso Clube cumprirá o seu 118.º aniversário! E teremos os primeiros jogos anunciados nos dias 17 e 23 de Julho, contra os belgas do Union SG e os espanhóis do Sevilla FC, respectivamente, no Algarve, no decurso do já tradicional estágio de Verão da nossa equipa nessa zona do país. Depois, mais tarde, realiza-se o Troféu Cinco Violinos, jogo de apresentação da equipa aos Sócios, em Alvalade. E a 3 de Agosto começa oficialmente a época… em Aveiro, a Supertaça, com o FC Porto!
Acredita que fica uma história bonita entre o Diogo e o Sporting CP?
Sim, acredito que sim. Olho para trás e, pelo menos, em termos de títulos saio daqui com mais do que esperava. E saio daqui com muita aprendizagem, evolução e muitos amigos. Por fim, há agradecimentos a fazer nesta hora do adeus?
A toda a gente. Não vou estar a individualizar, mas um agradecimento geral ao Sporting CP por me ter acolhido tão bem, a todas as equipas das que fiz parte, a todos os atletas, staff e adeptos. Foram todos especiais em algum momento, portanto um obrigado a todos.
CINCO ÉPOCAS DE LEÃO AO PEITO EM NÚMEROS
164 JOGOS
558 PONTOS MARCADOS
1 LIGA (2020/2021)
3 TAÇAS DE PORTUGAL (2019/2020, 2020/2021, 2021/2022)
2 TAÇAS DA LIGA (2021/2022, 2022/2023)
2 SUPERTAÇAS (2021, 2022)
Paulinho – Sabemos que está no México, pronto para assinar pelo Toluca, num negócio em que, tanto quanto se noticia, todos ganham, muito especialmente o jogador e o nosso Clube! Foste Bicampeão no Sporting! Foram quatro épocas marcantes! Quatro épocas em que foste figura central da nossa equipa! Quatro anos de dezenas e dezenas de golos! Anos de muita Glória… e de alguns momentos mais difíceis, mas sempre anos de muita dedicação ao Clube! Anos em que a massa Associativa inventou e te dedicou um cântico… teu, só para ti! Agora vais “mostrar os dentes” até que outros, noutras paragens, caiam! Partes – e isso é mesmo muito importante – querido pela imensa massa Associativa e adepta do Sporting CP! Obrigado, Campeão! Obrigado, Paulinho! Por tudo, por tanto! Sê feliz!
Ténis de Mesa – Ganhámos o nono Campeonato Nacional seguido! E o 41.º da História! E ganhámos invictos! Depois de já termos conquistado a Taça de Portugal e a Supertaça! Mais um triplete, portanto! É obra! É mesmo obra! Muitos parabéns, equipa! Muitos parabéns, Chen Shi Chao!
VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!
Diogo Araújo integrou projecto Leonino desde o regresso da modalidade ao Sporting CP
FUNDAÇÃO SPORTING
SPORTING CP ‘PINTOU’ PORTA AMIGA DE ALMADA DE ALEGRIA
DIA DO VOLUNTÁRIO DO CLUBE REALIZOU-SE NA PASSADA SEXTA-FEIRA NA CIDADE DA MARGEM SUL DO TEJO.
Texto: Nuno Miguel Simas
Fotografias: João Pedro Morais
Realizou-se na passada sexta-feira a 5.ª edição do Dia do Voluntário do Sporting CP, com a Porta Amiga de Almada a ser a instituição escolhida pelo Clube para apoiar os mais carenciados. 50 voluntários que são colaboradores do Sporting Clube de Portugal, meteram ‘mãos à obra’ para ajudarem a pintar e a montar um espaço de lazer para os beneficiários da Porta Amiga, um equipamento social e por isso um projecto de acção social em Portugal, da AMI (Assistência Médica Internacional). Os melhoramentos foram feitos na chamada varanda deste espaço, com uma área jardinada da instituição, para fruição dos utentes.
A acção incidiu na pintura dos espaços exteriores das instalações, numa iniciativa promovida em parceria com a Fundação Sporting e o departamento de recursos humanos do Clube. A acção encheu de orgulho e de gratidão a directora da Porta Amiga de Almada, Carla Reis.
“Estamos em Almada há 28 anos, e no Monte da Caparica, nas actuais instalações há 12 anos. Desenvolvemos um trabalho para ajudar pessoas mais carenciadas do concelho de Almada. Temos instalações com balneário, distribuição de roupa, de géneros alimentares, um programa alimentar chamado POAPMC, serviço de refeitório, em que são servidos almoços, tanto nas instalações próprias como nas próprias casas, médico voluntário que presta apoio psicológico e serviço social. Desde que abrimos o centro já apoiámos 11.198 pessoas, no ano passado 1.425 beneficiários, sendo que 290 são novos casos, houve um aumento significativo em relação a 2022. Em relação à população sem abrigo, apoiámos 267 beneficiários, sendo 73 novos casos. Servimos no ano passado
13.859 refeições”
Carla Reis fez questão de agradecer ao Clube. “Queremos agradecer ao Sporting CP este tipo de iniciativa que é muito importante, vamos ficar com um espaço muito agradável, no que chamamos a varanda e que o Sporting CP esteve a pintar, também a arranjar e a colocar as flores. Assim, garantimos maior qualidade de vida aos beneficiários, com espaço de convívio, lazer e por isso melhoramos a qualidade dos nossos serviços”, reforçando a importância da presença do Sporting CP: “Andamos a pedir há 12 anos para nos tornarem a varanda mais agradável.
Conseguimos esta parceria com o Sporting CP e sentiu-se entusiasmo no ar. A adesão foi muito boa e foi espectacular o Sporting CP ter tido tantos voluntários. Ficou bem expressa a utilidade pública do Clube e os beneficiários ficaram muito impressionados pelo facto de o Sporting CP fazer este tipo de acção numa instituição onde era preciso e pedido”. Um trabalho comunitário e de enorme utilidade pública, onde se insere uma das esferas de acção do Clube, através da Fundação Sporting. Os voluntários Leoninos, deixaram, por um dia, os departamentos onde
trabalham para o Clube e vestiram aventais como fardas de pintura. Inês Sêco, coordenadora executiva da Fundação Sporting, fez o balanço da iniciativa, com o orgulho na voz. “Foi um sucesso, toda a gente esteve muito unida e colaborativa. Teve ainda mais adesão do que no ano passado. É sempre diferente este dia de voluntariado, porque as instituições com quem trabalhamos são sempre diferentes. O contacto com a comunidade é muito importante, pois as pessoas podem sentir que Sporting CP é mais do que futebol, do que desporto, é envolvimento com a comunidade
e assim aproxima-se o Clube à comunidade e também os voluntários ganham perspectiva, damos a conhecer as instituições, que é possível continuar a apoiar durante todo o ano”.
Frederico Ferreira, funcionário do Clube, ficou feliz por ter participado numa iniciativa virada para as pessoas. “Estou a adorar. O Sporting CP faz muito bem em juntar-se a estas iniciativas e deve repetir, como faz sempre. É benéfico para a associação e, estar aqui presente, faz parte do papel social do Clube. É um orgulho”. Palavras partilhadas por Constança Machado: “Foi a pri-
Meia centena de voluntários do Sporting CP participaram no Dia do Voluntário, na instituição Porta Amiga, de Almada
meira vez que participei e achei muito giro. Acho muito importante as organizações envolverem-se com a comunidade e estar ao serviço das pessoas. É sobretudo o sentimento de que estas acções fazem bem às pessoas e a nós, não nos custa nada. Senti realização pessoal em participar nesta iniciativa que mostra o cuidado do Sporting CP com quem mais precisa. Foi um gesto muito bonito do Clube”.
Isabelle Romão, directora de marketing e cidadania da Assistência Médica Internacional [AMI], fundada em 1984, explicou como se proporcionou a presença do Sporting CP nesta acção. “A Fundação Sporting é uma das associadas do GRACE, rede de responsabilidade social e foi-nos perguntado se tínhamos
plantas, bancos, o que permitiu fazer esta acção de voluntariado. Foi um dia diferente, é sempre muito bom dar a oportunidade de as pessoas conhecerem a AMI e o Sporting CP também permite muito que possamos divulgar a nossa mensagem e o nosso trabalho”.
O Sporting CP acaba por se juntar à AMI ‘às portas’ de uma data muito especial. “A AMI faz 40 anos este ano, a 5 de Dezembro e é uma feliz coincidência ter o Sporting CP aqui neste ano. Aqui na Porta Amiga, instalaram vasos, plantas, fizeram a pintura de instalações. Vai ser a primeira vez
que vamos dar uso a um espaço exterior, com esta varanda, bancos para as pessoas relaxarem e um jardim. O nome do Sporting CP despertou muito entusiasmo junto dos beneficiários e estamos muito agradecidos pela presença do Clube que cumpriu um sonho nosso”.
Isabelle Romão fez um balanço muito positivo deste dia de voluntariado. “Correu espectacularmente bem a iniciativa. Os voluntários do Sporting CP mostraram muita vontade em ajudar, de saberem o nosso trabalho e de participarem com um trabalho que muito agradecemos”, salientou.
AGENDA
ANDEBOL SÁBADO, 29 DE JUNHO
15H30 Sub-14 M
ACD Monte vs. SPORTING CP
1.ª jorn. Z. 6 Enc. Nac. Pav. Arsenal Canelas (Estarreja)
15H30 Sub-14 M
AA Avanca B vs. SPORTING CP C
1.ª jorn. Z. 10 Enc. Nac. Pq. Mun. Antuã
16H30 Sub-14 F Valongo Vouga vs. SPORTING CP
1.ª jorn. Z. 1 Enc. Nac. Pav. Mun. Estarreja
18H30 Sub-14 M
GC Universal B vs. SPORTING CP B
1.ª jorn. Z. 9 Enc. Nac. Pav. Arsenal Canelas (Estarreja)
DOMINGO, 30 DE JUNHO
9H00 Sub-14 M
SPORTING CP C vs. AC Olhão
2.ª jorn. Z. 10 Enc. Nac. Pav. Mun. Estarreja
9H00 Sub-14 F Juve Lis vs. SPORTING CP
2.ª jorn. Z. 1 Enc. Nac. Pq. Mun. Antuã
10H00 Sub-14 M
Estarreja AC vs. SPORTING CP B
2.ª jorn. Z. 9 Enc. Nac. Pav. Mun. Estarreja
13H00 Sub-14 M
SIR 1.º Maio vs. SPORTING CP
2.ª jorn. Z. 6 Enc. Nac. Pav. Mun. Estarreja
16H00 Sub-14 M
Estrela Vigorosa vs. SPORTING CP C
3.ª jorn. Z. 10 Enc. Nac.
Pav. Com. Adelino Dias Costa (Avanca)
17H00 Sub-14 F
SPORTING CP vs. CS Juve Mar
3.ª jorn. Z. 1 Enc. Nac. Pav. Desp. Salreu
17H00 Sub-14 M
SPORTING CP B vs. CB Viseu/EADAP
3.ª jorn. Z. 9 Enc. Nac. Pq. Mun. Antuã
19H00 Sub-14 M
SPORTING CP vs. AC Fafe
3.ª jorn. Z. 6 Enc. Nac. Pav. ES Estarreja
ATLETISMO
SEXTA, 28 DE JUNHO
16H40 Absolutos
ROMAN KOKOSHKO
Camp. Ucrânia Lviv (Ucrânia)
SÁBADO, 29 DE JUNHO
10H00 Absolutos
SPORTING CP
Camp. Portugal Ar livre
Estádio Cidade Coimbra
DOMINGO, 30 DE JUNHO
9H30 Absolutos
RUI PINTO
Corrida S. João Braga Braga
10H00 Absolutos
SPORTING CP
Camp. Portugal Ar livre
Estádio Cidade Coimbra
ESGRIMA
SÁBADO, 29 DE JUNHO
10H00 Seniores
SPORTING CP
Camp. Nac. Ind. e Equipas
Pav. Mun. Fânzeres (Gondomar)
DOMINGO, 30 DE JUNHO
9H00 Seniores SPORTING CP
Camp. Nac. Ind. e Equipas
Pav. Mun. Fânzeres (Gondomar)
ESPORTS
SEXTA, 28 DE JUNHO
14H00 Equipas
FC Famalicão vs. SPORTING CP
Oitavos-de-final FPF Taça Masters
Estádio Nac. Jamor (Oeiras)
SÁBADO, 29 DE JUNHO
9H00 Equipas
SPORTING CP
Playoff FPF Taça Masters (em caso de apuramento)
Estádio Nac. Jamor (Oeiras)
DOMINGO, 30 DE JUNHO
9H00 Equipas SPORTING CP
Playoff FPF Taça Masters (em caso de apuramento)
Estádio Nac. Jamor (Oeiras)
GINÁSTICA
SÁBADO, 29 DE JUNHO
9H00 Gin. Rítmica SPORTING CP
Camp. Territorial Conjuntos
Pav. Comp. Desp. Mun. Casal Vistoso (Lisboa)
9H00 Gin. Todos SPORTING CP
Festa Nac. Ginástica Guimarães
DOMINGO, 30 DE JUNHO
9H00 Gin. Todos SPORTING CP
Festa Nac. Ginástica Guimarães
GOALBALL
SÁBADO, 29 DE JUNHO
11H00 Equipas
SPORTING CP vs. CA Cultural
Jogo 1 4.ª etapa Liga Goalball Lisboa
30/06 – DOMINGO
AQUATLO
Pav. EB Maria Keil (Loures)
13H00 Equipas
SPORTING CP vs. ACAPO
Jogo 3 4.ª etapa Liga Goalball Lisboa
Pav. EB Maria Keil (Loures)
16H00 Equipas
SPORTING CP vs. A. Jorge Pina
Jogo 6 4.ª etapa Liga Goalball Lisboa
Pav. EB Maria Keil (Loures)
GOLFE
SÁBADO, 29 DE JUNHO
14H00 Individual
PEDRO SEQUEIRA
1.ª Torn. Nac. 9 semanas e ½ CNFG Jamor (Oeiras)
14H30 Individual
SPORTING CP
Torn. S. Pedro / 5.ª prova OM Aroeira Challenge (Verdizela)
Grande Prémio “Masters” Unidade Especial Polícia (Belas)
TIRO COM ARCO
DOMINGO, 30 DE JUNHO
9H00 Vários escalões
SPORTING CP
10.ª prova Camp. Nac. Campo Campo Agros UCRL (Vila do Conde)
TRIATLO
SÁBADO, 29 DE JUNHO
16H30 Formação SPORTING CP
Triatlo da Casconha / Prova Ap. Festival Europeu Youth Praia das Rocas (Castanheira de Pêra)
DOMINGO, 30 DE JUNHO
16H00 Vários escalões SPORTING CP
3.º Aquatlo Sporting CP Multidesportivo / Cidade Sporting (Estádio José Alvalade)
XADREZ
SÁBADO, 29 DE JUNHO
10H00 Individual SPORTING CP
1.ª ronda Camp. Dist. Clássicas Instituto Sup. Técnico (Lisboa)
15H30 Individual SPORTING CP
2.ª ronda Camp. Dist. Clássicas Instituto Sup. Técnico (Lisboa)
TERÇA, 2 DE JULHO
19H30 Individual SPORTING CP
3.ª ronda Camp. Dist. Clássicas Instituto Sup. Técnico (Lisboa)
*Informação sujeita a alterações após o fecho da edição. Consulte a agenda actualizada e, excepcionalmente, os resultados da última semana em sporting.pt