

MAFALDA BARBOSA
MAFALDA BARBOSA
O SPORTING CP TEM TIDO UM PAPEL PIONEIRO NA PROMOÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DE MULHERES NO DESPORTO. O CLUBE TEM TAMBÉM
CONTRIBUÍDO PARA UM NÚMERO
CRESCENTE DE ATLETAS FEMININAS EM DIVERSOS DESPORTOS E QUE SÃO HOJE
REFERÊNCIAS PARA AS GERAÇÕES ACTUAIS E FUTURAS.
Não podiam ser magistradas nem diplomatas.
Não podiam ser enfermeiras se fossem casadas.
Não podiam viajar para o estrangeiro sem autorização do marido.
Se a ditadura era restritiva para todos, para as mulheres, em particular, era um regime que lhes impunha uma total ausência de direitos.
A poucos dias de se assinalar o Dia Internacional da Mulher, este ano sob o tema: “Para todas as mulheres e meninas: direitos, igualdade, empoderamento”, o Jornal Sporting dá a conhecer algumas das atletas do Clube para além do desporto. A sua profissão/formação para lá da
modalidade que praticam, bem como, os principais desafios com que se depararam num sector ainda conotado como maioritariamente masculino.
O Sporting CP tem tido um papel pioneiro na promoção da participação de mulheres no desporto. O Clube tem também contribuído para um número crescente de atletas femininas em diversos desportos e que são hoje referências para as gerações actuais e futuras.
Com a missão de alcançar a excelência desportiva, o Sporting CP procura também ser uma referência na igualdade de oportunidades no que se refere ao desenvolvimento humano. Promovendo a participação e afirmação pessoal e desportiva de crianças, jovens e adultos, homens e mulheres.
De acordo com a Estratégia para a Igualdade de Género 2020-2025, lançada pela Comissão Europeia, prioriza-se “uma Europa em que mulheres e homens, raparigas e rapazes, em toda a sua diversidade, sejam iguais e livres de seguir o caminho de vida que escolheram, tenham as mesmas oportunidades de realizarem o seu potencial e possam participar na nossa sociedade europeia e dirigi-la, em igualdade de circunstâncias”. *
Que ao longo da História do Sporting CP, as mulheres continuem a encontrar formas de afirmar a sua presença, de contar as suas histórias e de criar o seu legado.
* Organização das Nações Unidas; Comissão Europeia
PROPRIEDADE: SPORTING CLUBE DE PORTUGAL DIRECTORA: MAFALDA BARBOSA MJBARBOSA@SPORTING.PT COORDENADOR‑ADJUNTO: LUÍS SANTOS CASTELO LSCASTELO@SPORTING.PT REDACÇÃO: FILIPA SANTOS LOPES FALOPES@SPORTING.PT; MARIA GOMES DE ANDRADE MGANDRADE@ SPORTING.PT; NUNO MIGUEL SIMAS • NQSIMAS@SPORTING.PT; XAVIER COSTA • XRCOSTA@SPORTING.PT FOTOGRAFIA: ISABEL SILVA; JOÃO PEDRO MORAIS; JOSÉ LORVÃO COLABORADORES PERMANENTES: JUVENAL CARVALHO; PEDRO ALMEIDA CABRAL; TITO ARANTES FONTES AGENDA E RESULTADOS: JOÃO TORRES JBTORRES@SPORTING. PT EDITOR E SEDE DA REDACÇÃO: ESTÁDIO JOSÉ ALVALADE, RUA PROFESSOR FERNANDO DA FONSECA, APARTADO 4120, 1501‑806 LISBOA, PORTUGAL TELEFONE: +351 217 516 155 E‑MAIL: MEDIA@SPORTING.PT NIF: 500 766 630 REGISTO ERC: 100313 TIRAGEM: 9500 EXEMPLARES DEPÓSITO LEGAL: 48492/91 DISTRIBUIÇÃO: VASP DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA, S.A., QUINTA DO GRAJAL – VENDA SECA 2739‑511 AGUALVA CACÉM IMPRESSÃO: WGROUP ESTRADA DE SÃO MARCOS, Nº 27, 2735‑521 AGUALVA CACÉM ESTATUTO EDITORIAL: HTTPS://WWW.SPORTING.PT/PT/ JORNAL/ESTATUTO‑EDITORIAL
ASSINATURAS: E‑MAIL: ASSINATURAJORNAL@SPORTING.PT LINHA SPORTING 707 20 44 44 INTERNACIONAL +351 30 997 1906 (segunda a sexta‑feira das 10h00 às 20h00)
Vânia Silva foi lançadora do martelo, distinguiu-se ao serviço do Sporting CP, clube que representou entre 2008 e 2023. Bateu por 13 vezes o recorde nacional de lançamento deste engenho e foi 22 vezes Campeã Nacional.
Pelo Sporting CP sagrou-se Campeã Nacional por equipas em pista e ajudou o Clube a conquistar dois títulos europeus de clubes, em 2016 e em 2018 e um vice-campeonato europeu de clubes, em 2014.
Participou em três edições dos Jogos Olímpicos, entre 2004 e 2012, cinco Campeonatos do Mundo e três Campeonatos da Europa.
Lançou o martelo a mais de 60 metros, uma marca histórica na disciplina em Portugal.
Texto: Nuno Miguel Simas
Fotografia: Museu Sporting – Centro de documentação
Vânia Sofia de Sousa Silva nasceu a 8 de Junho de 1980 em Maceira, distrito de Leiria e foi uma categorizada lançadora de martelo que brilhou a grande altura durante cerca de uma década e meia no Sporting Cube de Portugal.
Atleta de grande disciplina e atitude profissional, Vânia Silva foi enorme referência da modalidade de atletismo e na disciplina há qual se dedicou durante 30 anos. Por mais de dez anos recordista nacional do lançamento do martelo, Vânia Silva bateu por 13 vezes o recorde nacional e foi 22 vezes Campeã Nacional da disciplina. ‘Descoberta’ por Paulo Reis num corta-mato escolar, quando tinha cerca de 15 anos, Vânia Silva foi treinada e vingou nos lançamentos. Depois de ter experimentado disco e peso, Vânia Silva começou a trabalhar no lançamento do martelo nos últimos anos da década de 90, ainda antes de o martelo ser modalidade olímpica pela primeira vez em demonstração, nos Jogos de Sydney, em 2000.
Paulo Reis lembrou com grande consideração o trabalho como treinador de Vânia Silva. “Confunde-se um pouco a minha carreira com a dela, pois iniciámos juntos e foi uma parceria muito bem-sucedida. Ela tinha o sonho de se afirmar no alto rendimento e eu também tinha o sonho de trabalha com atletas de nível superior. Andámos a ‘desbravar terreno’, com muita vontade e determinação, num país na altura sem grande know-how no lançamento do martelo. O recordista nacional era Vítor Costa, que estava radicado em França, havia a Teresa Machado, uma excelente
VÂNIA SOFIA DE SOUSA SILVA NASCEU A 8 DE JUNHO DE 1980 EM MACEIRA, DISTRITO DE LEIRIA E FOI UMA
CATEGORIZADA LANÇADORA DE MARTELO QUE
BRILHOU A GRANDE ALTURA DURANTE CERCA DE UMA
DÉCADA E MEIA NO SPORTING CUBE DE PORTUGAL.
lançadora no disco e a Vânia, através do nosso contacto com a Teresa e também com o Júlio Cirino [treinador nacional e lançamentos], foi absorvendo conselhos, apurou a técnica de lançamento, também muito com a ajuda de um técnico italiano, de nome Renato Carnevali e começou a ter cada vez melhores marcas. Eu e a Vânia trabalhámos muito bem em equipa e são tempos que guardo com muita estima e carinho”. Vânia Silva foi somando boas marcas. Entre 1998 e 2011, aumentou em mais de 14 metros o recorde nacional, até aos 69 metros e 55 centímetros, aqui já ao serviço do Sporting Clube de Portugal, proveniente da Juventude Vidigalense, onde deu os primeiros passos na carreira. Paulo Reis elege Vânia Silva como grande referência nacional do atletismo nos lançamentos. “A Vânia veio a se-
guir à Teresa Machado e deu também um grande contributo para revolucionar o contexto deste sector específico em Portugal e, já agora muito em particular em Leiria. Depois dela seguiram-se nomes como a Irina Rodrigues, o Rúben Antunes, a Eliana Bandeira e a Auriol Dongmo. A Vânia sempre foi uma atleta muito humilde, de grande simplicidade e muito querida de toda a gente”, elogiou, acrescentando: “Com a evolução da Vânia, a cidade de Leiria investiu em infraestruturas na área dos lançamentos e isso também diz muito do contributo que a Vânia deu ao desporto português”.
Vânia Silva ajudou o Sporting CP a ganhar dois títulos europeus de pista e 14 títulos nacionais, entre muitas proezas que fazem dela, incontestavelmente e com toda a justiça, uma Lenda do Clube.
O SPORTING CP, ÚNICO CLUBE PORTUGUÊS REPRESENTADO NO BUSINESS OF FOOTBALL SUMMIT, EXPLICOU OS MOTIVOS POR DETRÁS DAS REMODELAÇÕES PREVISTAS PARA O ESTÁDIO JOSÉ ALVALADE NOS PRÓXIMOS ANOS.
Texto: Filipa Santos Lopes
Fotografia: Financial Times
Na última quinta-feira, o Sporting Clube de Portugal participou no evento Business of Football Summit, organizado pelo Financial Times. Esta foi já a sétima edição da conferência e a segunda consecutiva na qual o Sporting CP foi convidado a partilhar a sua visão. Representada pelo administrador André Bernardo, a SAD Leonina participou num painel intitulado
“Parcerias Comerciais – à procura de maior valor”, onde se abordaram novas fontes de crescimento económico num contexto futebolístico onde as regulamentações financeiras se tornam cada vez mais rigorosas.
Lado a lado com dirigentes de emblemas como FC Barcelona e Newcastle United FC, o Chief os Strategy and Operations verde e branco começou por explicar a decisão por detrás da remodelação do Estádio José Alvalade, plano apresentado aos Sócios em
Setembro último e já a decorrer de forma faseada.
“Vemo-nos – e deixámo-lo claro no nosso plano estratégico – na intersecção de três grandes sectores: wellbeing, entertainment e lifestyle. Ambicionamos ser um hub de entretenimento, com uma perspectiva abrangente de áreas que podemos desenvolver. A mais imediata passa por maximizar a experiência no Estádio, e daí a sua renovação. Existem muitas receitas inexploradas em dias sem jo-
gos”, começou por dizer.
“Quanto mais capazes formos de optimizar as nossas receitas comerciais, maior capacidade teremos para gerir as receitas relacionadas com as transferências de jogadores. E isso é relevante especialmente no nosso modelo de negócio. Se tivermos receitas comerciais mais altas, seremos capazes de adquirir melhores jogadores, reter melhores jogadores e vender melhor”, contextualizou ainda.
Questionado acerca do delicado equilíbrio que passa por manter sãs as contas do Clube, proporcionar experiências que agradem aos adeptos e não disparar o preço da bilheteira, André Bernardo explicou que o Sporting CP está a criar ofertas que “colocam o Sportinguista no centro do jogo”. “Estamos a adicionar camadas à experiência: lugares com vista o mais próxima possível do relvado, experiências VIP, acesso exclusivo ao túnel, entre outras ofertas que já existem em alguns dos melhores estádios. Temos feito vários estudos de viabilidade, conjoint analysis e a procura existe. Por isso, temos de criar a oferta. Quanto mais optimizarmos a oferta de hospitalidade e, por consequência, as receitas comerciais, melhor conseguiremos investir na experiência dos sócios”, frisou o dirigente.
André Bernardo falou ainda sobre a importância dos patrocínios no modelo de gestão Leonino, dando como exemplo a muito bem-
RESULTADO OPERACIONAL DE 24,3 MILHÕES DE EUROS NO PRIMEIRO SEMESTRE DA TEMPORADA REFLECTE A APOSTA DA SOCIEDADE LEONINA NA SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA.
Texto: Luís Santos Castelo
A Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) o relatório e contas referente ao primeiro semestre de 2024/2025 – período entre 1 de Julho e 31 de Dezembro de 2024 –, com o maior destaque a ir para o volume de negócios
de 128 milhões de euros e para o resultado operacional de 24,3 milhões de euros. Com as despesas da sociedade, o resultado líquido fixou-se nos 15,005 milhões de euros.
O documento realça ainda o aumento dos rendimentos e ganhos excluindo transacções do plantel (94,5 milhões de euros), valor que representa 74% do volume de
negócios. “Este marco reflecte o percurso já iniciado rumo a um crescimento sustentável a longo-prazo, comunicado no Plano Estratégico Future is Coming 24-34, publicado e apresentado em Setembro de 2024”, pode-se ler no documento. Para além dos feitos desportivos, o relatório explica que o resultado operacional sem transacções
de jogadores foi de 16,7 milhões de euros, “justificado pela receita proveniente das competições europeias e pelo crescimento das restantes linhas de negócio, de onde se destacam as receitas de jogo e o merchandising”.
O merchandising foi mesmo um dos maiores destaques do semestre, registando-se um novo máximo de vendas que ultrapassou os 9,8 milhões de euros. A GAMEBOX também bateu recordes, atingindo os 8 milhões de euros. Já a participação na UEFA Champions League rendeu ao Sporting CP 43,7 milhões de euros.
Por outro lado, a administração liderada por Frederico Varandas fez a sua maior aposta de sempre na equipa principal de futebol, com um investimento total de 73,6 milhões de euros com entrada de activos, esforço sustentado preci-
-sucedida parceria entre o emblema de Alvalade, a Nike e a marca Cristiano Ronaldo, que, além da dimensão financeira associada, projectou o Clube a nível mundial. “A parceria com a Nike e a marca CR7 foi um grande sucesso porque o Cristiano Ronaldo é reconhecido em todo o mundo. E esta é uma forma de ganhar escala mundial. Ao ter um novo Estádio, que será também um novo hub de entretenimento onde os adeptos podem e devem ir sete dias por semana, mais patrocinadores terão interesse em associar-se ao Sporting CP”.
A fechar a sua intervenção, André Bernardo falou ainda sobre o potenciamento das receitas através da recompra do Centro Comercial Alvaláxia.
“No nosso caso concreto, temos um centro comercial dentro do Estádio. Isto significa uma série de novas fontes de receita que não estão necessariamente relacionadas com futebol, mas que podemos explorar”, finalizou.
samente pelo reforço positivo de capital.
Outro dos highlights é a gestão criteriosa “em linha com a visão estratégica a longo-prazo”: “No decorrer da época 2024/2025, a Sporting SAD iniciou um plano de investimentos ponderado destinado à concretização dos projectos delineados e apresentados no plano estratégico Future is Coming 24-34. Esta operação enquadra-se numa gestão criteriosa do capital disponível, garantindo a sustentabilidade financeira e a capacidade de execução das iniciativas definidas para os próximos dez anos”.
Destaque ainda para o reforço dos capitais próprios positivos, tendência já registada nos relatórios anteriores, e que aumentaram em cerca de 15 milhões de euros, fixando-se agora em 35 milhões de euros.
FUTEBOL EQUIPA PRINCIPAL
FRENTE A UM OUSADO GD ESTORIL PRAIA, OS LEÕES REGRESSARAM ÀS VITÓRIAS NA LIGA PORTUGAL COM UMA EXIBIÇÃO CONVINCENTE. GONÇALO INÁCIO ABRIU CEDO O MARCADOR E O ATACANTE SUECO JUNTOU-SE À FESTA, MARCOU DOIS GOLOS E ATINGIU MAIS UM REGISTO DE RELEVO.
Texto: Filipa Santos Lopes Fotografia: Isabel Silva, José Lorvão
A equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal recebeu e venceu o GD Estoril Praia (3-1), na última segunda-feira, em jogo a contar para a 24.ª jornada da Liga Portugal. Com este regresso às vitórias no campeonato, os Leões voltaram a assumir, ainda que à condição, a liderança isolada da prova.
Sem conseguir ainda repetir um
onze, Rui Borges lançou Eduardo Felicíssimo para o lugar de Alexandre Brito. O jovem Leão, titular pela primeira vez ‘entre os grandes’, já somara seis minutos frente ao AVS Futebol SAD na última jornada, e é assim mais uma das pérolas de Alcochete a aproveitar, nas palavras do seu técnico, “o azar de uns” para dele tentar construir a sua sorte. Viktor Gyökeres, por troca com Conrad Harder, e Ousmane Diomande, que substituiu Maxi Araújo, também regressaram às
opções iniciais. O sueco com uma missão clara: a de marcar ao único emblema do campeonato português cujas redes não conseguira ainda fazer abanar.
Ainda antes do apito inicial, o capitão Gonçalo Inácio foi ovacionado pelos mais de 36 mil Sportinguistas presentes no Estádio José Alvalade. O 25 Leonino recebeu das mãos de Frederico Varandas uma camisola e uma placa comemorativa dos 200 jogos de Leão rampante ao peito.
Como profecia, e inspirado pelo carinho dos adeptos, o central chamou a si a responsabilidade de alegrar o Carnaval dos Sportinguistas: aos cinco minutos, com um cabeceamento indefensável a responder ao livre marcado na direita por Zeno Debast, Gonçalo Inácio colocou os Leões a vencer por 1-0.
Aos quinze minutos, após um excelente cruzamento de Matheus Reis, Francisco Trincão podia ter aumentado a folia Leonina.
Valeram a atenção e o corte de
Felix Bacher, a tirar o pão da boca – ou da cabeça – ao médio Leonino.
Três minutos depois, não satisfeito, o 17 voltou a fazer das suas. Após uma boa jogada colectiva, Trincão, ainda fora da área, rematou forte e de primeira, com bola a não passar longe da baliza defendida por Joel Robles.
As oportunidades foram-se então acumulando. Para começar, Diomande cabeceou muito por cima. Depois, aos 22’, a primeira tentativa sueca de desbloquear o enguiço foi travada pelo guardião espanhol do GD Estoril Praia. Aos 24’, Francisco Trincão, com a mira desafinada, surgiu isolado após um erro defensivo dos canarinhos, mas rematou novamente por cima.
Entusiasmados com a exibição da equipa, os Sportinguistas respondiam com aplausos às investidas Leoninas, enquanto o GD Estoril Praia, sem perder desde Dezembro, forçava, sem grande sucesso, uma reacção. A excepção aconteceu aos 26’, quando Matheus Reis teve de aliviar para canto um cruzamento venenoso vindo do flanco esquerdo.
Do outro lado do campo, começavam a faltar dedos para enumerar as chances desperdiçadas. Aos 28’ e aos 30’, Viktor Gyökeres permitiu duas boas intervenções a Joel Robles. No entanto, a máscara, disfarce mais do que apropriado para a época do ano, surgiu mesmo pouco depois.
Aos 35’, o avançado, lançado na profundidade por Zeno Debast, ‘desfilou’ por ali fora até ao histórico registo e fez “um golo à Gyökeres”. Não existe mais, na Liga Portugal, clube que se possa gabar de não ter sido vítima do sueco.
A perder por 2-0, o GD Estoril Praia, sem grandes argumentos, mas com vontade, ainda chamou Rui Silva a jogo; contu-
do, o remate de Wagner Pina, aos 38 minutos, saiu frouxo e o guardião Leonino segurou sem dificuldades. Aos 43’, foi a vez de Yanis Begraoui visar a baliza do Sporting CP, mas o disparo do marroquino saiu ao lado. O lance de maior perigo dos estorilistas chegaria já depois dos 45’, quando João Carvalho ultrapassou três defesas Leoninos e rematou por cima.
Os primeiros minutos após o regresso dos balneários foram passando sem grandes incidências: com o Sporting CP a apostar na velocidade e a gerir o resultado conseguido na primeira parte, o emblema da Linha foi tentando assumir as despesas do jogo, pecando quase sempre no momento da construção.
Aos 58’, Rui Borges foi obrigado a substituir Matheus Reis, com
queixas físicas, e lançou Geny Catamo. O moçambicano, à procura da melhor forma após um mês de paragem, não quis ficar de fora do Entrudo, mas até foi Zeno Debast quem, aos 62’, arrancou o primeiro grande ‘bruá’ do segundo tempo.
Na ressaca de um pontapé de canto, o belga, decisivo com duas assistências, tentou também fazer o gosto ao pé – porém, a bola
embateu com estrondo no poste da baliza de Joel Robles.
O passar dos minutos foi trazendo a sensação de um jogo mais quebrado. Porém, a turma de Alvalade, confortável no terreno de jogo, conseguiu sempre anular as tentativas do adversário, que até aos 76’ não fizera qualquer remate enquadrado à baliza de Rui Silva.
Aos 78’, Rui Borges chamou a juventude a jogo. Conrad Harder, Henrique Arreiol e José Silva –em estreia absoluta na equipa principal do Sporting CP – saltaram para o campo na intenção de refrescar a equipa, mas o GD Estoril Praia conseguiria mesmo reduzir aos 84’, por intermédio de Gonçalo Costa.
Os canarinhos lançaram-se então na esperada procura pela igualdade e obrigaram os Leões a sofrer. No entanto, já para lá do tempo regulamentar, foi mesmo o Sporting CP a chegar ao golo da tranquilidade.
Conrad Harder recuperou a bola perto do meio-campo, lançou Viktor Gyökeres e o sueco galgou metros até à área estorilista. O
avançado rematou, sem sucesso, à baliza de Joel Robles, mas o VAR sinalizou uma mão de João Carvalho no duelo com o avançado Leonino. Na conversão da grande penalidade, Gyökeres não esteve para ‘partidas de Carnaval’, fez o seu 25.º golo na Liga e fixou o resultado final em 3-1.
03.03.2025
Campeonato Nacional 24.ª jornada Estádio José Alvalade
SPORTING CP GD ESTORIL PRAIA
3 1
2-0 ao intervalo
Gonçalo Inácio (5’), Viktor Gyökeres (35’, 90’)
Gonçalo Costa (84’)
Sporting CP: Rui Silva [GR], Matheus Reis (Geny Catamo, 58’), Zeno Debast, Viktor Gyökeres, Francisco Trincão (Conrad Harder, 78’), Iván Fresneda, Gonçalo Inácio [C], Ousmane Diomande, Ricardo Esgaio, Geovany Quenda (José Silva, 78’) e Eduardo Felicíssimo (Henrique Arreiol, 78’). Treinador: Rui Borges. Disciplina: cartão amarelo para Eduardo Felicíssimo (33’).
Em conferência de imprensa no final do jogo, Rui Borges elogiou a prestação da sua equipa e falou sobre a estreia de Eduardo Felicíssimo. “Quero destacar a coragem, a ambição e o querer de toda a equipa. Há seis meses, o Eduardo Felicíssimo era titular no Europeu de sub-17 e agora luta para ser campeão pelo Sporting CP. Fez um jogo muito equilibrado e consistente. Pedilhe apenas para ser feliz e errar muito – porque os jogadores só não erram se se esconderem”, começou por dizer.
“Fomos claramente superiores durante grande parte do tempo. Podíamos ter vencido por três ou quatro golos, mas nos últimos dez minutos deixámos o GD Estoril Praia acreditar. A falta de maturidade ainda nos leva a cometer alguns erros”, acrescentou ainda, dedicando algumas palavras a Zeno Debast.
“Encheu o campo, fez um grande jogo numa posição que não é a dele. Adorei a sua exibição e destaco-o por estar a jogar adaptado. Tem crescido imenso”, elogiou. A fechar, Rui Borges lançou um repto aos Sportinguistas: “Domingo, em Rio Maior, compareçam com esta energia positiva que nos têm dado sempre”.
FUTEBOL EQUIPA PRINCIPAL
CINCO JOGOS DEPOIS (4E 1D), FOI NO MINHO QUE OS LEÕES DE RUI BORGES REENCONTRARAM O ‘NORTE’ PARA REGRESSAR ÀS VITÓRIAS. FOI UMA EXIBIÇÃO DE DUAS CARAS, MAS DEPOIS DE UMA PRIMEIRA PARTE APÁTICA –VALEU RUI SILVA – EM QUE O GIL VICENTE FC FOI MAIS AMEAÇADOR, O SPORTING CP REENTROU MAIS AGRESSIVO E INSPIRADO E UM PONTAPÉ DE LONGE DE ZENO DEBAST ACABOU POR DECIDIR TUDO – EMBORA PASSANDO AINDA POR UM SUSTO MUITO PERTO DO FIM.
Texto: Xavier Costa Fotografia: José Lorvão
Pela terceira vez nas últimas quatro edições, o Sporting CP chega pelo menos às ‘meias’ da prova-rainha e agora o Rio Ave FC, a duas mãos, é o último ‘degrau’ a ultrapassar para repetir a ida ao Jamor da época passada. A equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal garantiu, na passada quinta-feira, um lugar nas meias-finais da Taça de Portugal após ter vencido o Gil Vicente FC por 0-1, em Barcelos, na eliminatória dos ‘quartos’. Numa noite fresca mas sem chuva no Estádio Cidade de Barcelos, o treinador Rui Borges lançou um ‘onze’ com três alterações relativamente ao apresentado em Vila das Aves (2-2 com o AVS Futebol SAD): Ricardo Esgaio e Matheus Reis supriram as ausências de Eduardo Quaresma, que se juntou à larga lista de lesionados, e do castigado Ousmane Diomande, enquanto Conrad Harder foi o ponta-de-lança escolhido em de-
27.02.2025
Taça de Portugal
Quartos-de-final
Estádio Cidade de Barcelos
GIL VICENTE
FC SPORTING CP
0 1
0-0 ao intervalo
Zeno Debast (68’)
Sporting CP: Rui Silva [GR], Iván Fresneda (Geny Catamo, 82’), Ricardo Esgaio, Gonçalo Inácio [C], Matheus Reis, Maxi Araújo, Zeno Debast, Alexandre Brito (Kauã Oliveira, 82’), Francisco Trincão, Geovany Quenda (Afonso Moreira, 90+3’), Conrad Harder (Viktor Gyökeres, 46’). Treinador: Rui Borges. Disciplina: cartão amarelo para Conrad Harder (7’), Alexandre Brito (65’) e Zeno Debast (87’).
Golo do ‘meio da rua’ de Debast culminou a reacção Leonina no segundo tempo
trimento de Viktor Gyökeres, que começou no banco de suplentes, tal como Geny Catamo – de volta às opções desde o dia 2 de Fevereiro.
Novamente com muita juventude nas opções, Alexandre Brito voltou a ser titular no meio-campo, Kauã Oliveira fez a sua estreia, Afonso Moreira voltou a ter minutos e os jovens José Silva, Eduardo Felicíssimo e Manuel Mendonça fizeram parte da ficha de jogo.
Pela frente esteve um Gil Vicente
FC – orientado pelo interino José Pedro Pinto – vindo de uma dura série de cinco derrotas consecutivas – e três jogos sem marcar
– na Liga, onde é actualmente 14.º classificado, mas mostrou-se atrevido literalmente desde o primeiro minuto. Então, o avançado Jorge Aguirre, em posição frontal, testou logo os reflexos de um atento e eficaz Rui Silva, mas rapidamente responderam também os Leões, com remates cruzados e perigosos de Debast e, a seguir, Harder – por pedir canto, e com razão, o dinamarquês viu logo cartão amarelo.
E com o decorrer dos minutos os galos confirmaram a sua capacidade quer para dividir o jogo, quer para dificultar a criação de oportunidades ao Sporting CP,
que foi tendo sempre mais bola, mas pouca progressão e raras aproximações à baliza de Brian Araújo.
Além disso, foram os gilistas –muito rápidos e objectivos no ataque – a dispor das melhores oportunidades assim que se ultrapassou a meia hora de jogo.
Na primeira, fruto de um ressalto na área, Aguirre isolou-se, mas Rui Silva salvou com uma ‘mancha’ e, pouco depois, Zé Carlos apareceu de rompante para atirar por cima da trave. Mais clara ainda, já a fechar a primeira parte, foi a oportunidade desperdiçada por Félix Correia, que sozinho ao
segundo poste acertou muito mal na bola – embora a jogada tenha nascido numa aparente falta sobre Francisco Trincão.
O 0-0 ao intervalo acabou por revelar-se benévolo para os Leões e Rui Borges, que não esperou mais, apostou de imediato em Gyökeres – por Harder – para o segundo tempo, onde tudo mudou. E até podia ter começado logo da melhor maneira, porque o árbitro Cláudio Pereira assinalou prontamente penálti a favor do Sporting CP, porém após indicação do VAR e revisão das imagens reverteu a decisão por considerar que o braço de Jesús Castillo estava em posição natural.
Ainda assim, a equipa verde e branca aproveitou um canto para ameaçar, de cabeça, pelo capitão Gonçalo Inácio e mostrou-se pressionante e acutilante na frente como não conseguira até então. Nas bancadas, os muitos Sportinguistas presentes fizeram-se ouvir como se de um jogo em casa se tratasse.
Com o jogo a decorrer, nesta fase, quase em exclusivo no meio-campo dos barcelenses, o Sporting CP chegaria ao golo. Faltava ‘rasgo’ ao futebol verde e branco para desmontar a defesa adversária, então acabou por ser à base da força que se desbloqueou o marcador aos 68 minutos. Descaído sobre a esquerda, Gyökeres serviu Debast no meio, o defesa reconvertido em médio rematou de longe e a bola fulminante, que ainda sofreu um desvio num defesa, só parou no fundo das redes. Segundo golo do belga de Leão ao peito e na carreira, novamente à lei da ‘bomba’. Feito o 0-1, os Leões atiraram-se aos galos de forma avassaladora e podiam ter dilatado logo a vantagem, porque oportunida-
des não faltaram num espaço de poucos minutos, onde houve também uma expulsão do lado do Gil Vicente FC – Zé Carlos viu o segundo amarelo e o respectivo vermelho por rasteirar um desmarcado Maxi Araújo quando se preparava para entrar na área.
Um cruzamento de Trincão encontrou o ‘matador’ sueco sozinho ao segundo poste, mas Brian Araújo negou o golo, algo que repetiu a seguir tanto ao avançado como ao extremo numa dupla oportunidade para os Leões. Pelo meio, no livre directo que originou a expulsão, Gyökeres rematou em arco e a bola passou muito perto do ângulo.
Só ficou a faltar o 0-2, que também não chegou quando Trincão tentou a sua sorte com um remate colocadíssimo a partir da direita e que saiu perto do poste. Antes disso, ainda se pediu penálti na área gilista por mão na bola de Sandro Cruz ao interceptar um cruzamento rasteiro de Gyökeres, mas nada foi assinalado.
Então, já Rui Borges tinha feito duas substituições: Geny Catamo
regressou aos relvados (por Fresneda) e o jovem Kauã Oliveira fez a sua estreia absoluta pela equipa principal (saiu o amarelado Alexandre Brito).
E mais eficaz foi, no entanto, a equipa da casa, mesmo em inferioridade numérica, que foi aproveitando bolas paradas para tentar reentrar na eliminatória e já aos 88 minutos quase o conseguiu. O capitão Rúben Fernandes até marcou, mas após uma demorada revisão do VAR foi descortinado o fora-de-jogo – de apenas três centímetros - e o empate não subiu ao marcador. Superado o susto, o único em toda a segunda parte, já nada mudou nos derradeiros minutos, onde o jovem
Afonso Moreira ainda entrou para o lugar de Geovany Quenda. Ficou, assim, garantido no Minho o último bilhete para as meias da Taça de Portugal, depois de Rio Ave FC, FC Tirsense e SL Benfica terem reservado as outras vagas. Os Leões continuam na corrida pelo troféu da prova-rainha que não ruma a Alvalade desde 2018/2019.
“A ATITUDE COMPETITIVA TEM DE LÁ ESTAR”
“Estava chateado com a primeira parte. Nem era pela nossa falta de capacidade com bola, porque até estávamos a falhar muitos passes sem grande pressão. Podemos agradecer ao Rui [Silva] que fez boas defesas para chegar ao intervalo com 0-0. Mais do que a qualidade, a táctica ou a técnica, a nossa atitude competitiva esteve muito abaixo do que é exigido pelo clube”, apontou inicialmente no final do jogo, realçando mesmo que “foi a pior primeira parte desde que aqui estamos”. No entanto, “na segunda mudou o ‘chip’ mental”, realçou Rui Borges e isso fez toda a diferença. “Podemos jogar mal, mas a atitude competitiva tem de lá estar e a segunda parte foi clara nisso. Muito competitivos, intensos, pressionantes e não deixamos o Gil Vicente FC chegar ao nosso meio-campo. Fizemos o 0-1, podíamos ter feito o segundo e o único momento que o Gil Vicente FC tem na nossa baliza foi no empate que foi anulado”, resumiu, sublinhando que os segundos 45 minutos foram “claramente uma demonstração de atitude competitiva”.
Além do passo em frente que significou na prova-rainha, o treinador frisou que a vitória foi “importante” e “dá confiança” ao grupo. “Sobretudo aos miúdos que têm jogado e aos que não têm tido tantos minutos e têm jogado, porque vamos precisar de todos os jogadores”, acrescentou.
Depois, Rui Borges explicou a estreia de Kauã Oliveira e a aposta de Zeno Debast novamente no meio-campo, onde foi determinante, sublinhando que a ideia passou por “tentar adaptar o mínimo possível e procurar o conforto dentro da disponibilidade que tínhamos”.
“O Kauã treina connosco todos os dias, não tem tido muitos minutos com a equipa B e vem de uma lesão grave, mas tem-me agradado”, destacou, completando: “O miúdo estava feliz, mas acima de tudo é mérito pelo que faz no dia-a-dia”.
Já sobre o reforço belga, realçou o “conforto” que dá a equipa. “Para o colocarmos atrás, teríamos de pôr outro miúdo no meio e a equipa poderia perder algum equilíbrio”, referiu, antes de enaltecer, por sua vez, “mais um grande jogo” do jovem Alexandre Brito, “com simplicidade, ‘ligado’ ao jogo e tranquilo”, detalhou.
Desta forma, Rui Borges vai voltar a estar nas ‘meias’ da Taça de Portugal, onde já esteve à frente do Académico de Viseu FC em 2019/2020. E, por isso, “as sensações são boas”, afirmou. “O sonho de disputar a final da Taça de Portugal está incutido em toda a gente e eu não fujo à regra. Está mais perto, mas ainda faltam dois jogos difíceis”, lembrou, antes de olhar para o que se segue, prometendo apenas “trabalho”.
“Vamos ter mais tempo para trabalhar melhor e como gostamos, mas não vai ser em 15 dias que vai mudar tudo. A paragem será importante para ter mais gente para trabalhar, para o grupo ficar mais competitivo para, numa fase final, estarmos mais capazes de dar resposta à exigência e dificuldade deste final de época no campeonato e na Taça de Portugal”, concluiu Rui Borges.
TRIUNFO DA EQUIPA B FRENTE À SU 1.º DEZEMBRO POR 3-0.
Texto: Nuno Miguel Simas
A equipa B do Sporting CP venceu, no último sábado, a SU 1.º Dezembro, por 3-0, na 4.ª jornada da fase de apuramento de campeão da Liga 3. Uma vitória indiscutível, que até poderia ter tido números mais desnivelados, pois a formação verde e branca teve, para além dos golos, mais um par de oportunidades claras, negadas por boas intervenções do guarda-redes da equipa de São Pedro de Sintra perante jogadores isolados do conjunto orientado por João Pereira.
A entrada em jogo dos jovens Leões não poderia ter sido melhor. Com um minuto, os Leões colocaram-se na frente do marcador, por Rafael Nel, em rema-
te magnífico, após assistência exemplar de Manuel Mendonça, que isolou o avançado Leonino. A SU 1.º Dezembro não se atemorizou e com o tempo foi reagindo. Aos 24 minutos, Diego Calai fez uma grade defesa a remate de meia distância de um jogador da formação do concelho de Sintra, que trocava bem a bola a meio-campo, mas sem conseguir marcar diferenças perante a bem organizada defesa Leonina. Sem grandes oportunidades e com um jogo muito físico a meio-campo, a partida foi para intervalo com a equipa B do Sporting CP na frente e uma decisão final do árbitro discutível. Uma acção avaliada como negligente pelo árbitro com recurso ao VAR, numa entrada de um jogador da SU 1.º Dezembro foi sancionada
com cartão amarelo, em lance que poderia ter valido uma cartolina de outra cor.
No segundo tempo, Rafael Nel combinou com o recém-entrado Rodrigo Marquês e só uma boa intervenção do guarda-redes da equipa de São Pedro de Sintra evitou o avolumar da vantagem Leonina.
Aos 63’, o central da SU 1.º Dezembro, João Freitas, foi expulso por acumulação de amarelos. Aos 67’, um grande contra-ataque do Sporting CP resultou num passe de Rodrigo Marquês que isolou Rafael Nel, mas o remate do ponta-de-lança foi defendido por Guilherme e logo na jogada a seguir, foi Lucas anjos quem se isolou, mas novamente o guarda-redes da equipa de Sintra a evitar o 2-0.
Escrever semanalmente no Jornal do clube do meu coração, aquele que tantas vezes me faz ser irracional na forma como o vivo, é algo pelo qual, como repetidamente o afirmo junto dos que me são mais próximos, sinto um prazer indescritível, aliado a um orgulho sem paralelo.
E quando escrevo estas linhas a cada semana, lembro-me sempre de gente que me marcou indelevelmente e que fez de mim ainda mais Sportinguista. Daqueles que os meus amigos de infância, sobretudo os afectos a um outro clube de Lisboa, catalogam no bem lisboeta bairro da Bica – aquele que me viu crescer e fazer homem – de ser um fanático e uma verdadeira enciclopédia da História do Sporting CP. Já por aqui vos falei do Olímpio, do Brito, do Arnaldo, do “Careca”, e de alguns outros de quem “bebi” lições de saber viver o nosso Clube.
Mas este fim-de-semana, terminada que está a nível nacional a temporada de pista coberta do atletismo, embora ainda tenhamos representantes do Sporting CP nos Campeonatos da Europa que se iniciarão hoje nos Países Baixos, lembrei-me do saudoso Sr. Alvoeiro, um homem do meu bairro, que respirava eclectismo, mas que tinha
À terceira foi de vez e Mauro Couto, bem solicitado na esquerda por Lucas Anjos (grande trabalho individual com um túnel), atirou colocado e fez o 2-0. Até final, Dener, jogador da equipa visitante, foi expulso por travar em falta Rodrigo Dias que se isolava na meia direita e o jogo não terminaria sem o terceiro golo Leonino, que saiu de um remate de Rodrigo Marquês, com a bola a embater no poste e no guarda-redes da SU 1.º Dezembro e a entrar, após nova assistência de Lucas Anjos, que entrou muito bem no jogo. Destaque ainda para as estreias de Amadu Baldé e de Rafael Camacho, entrados na segunda parte, numa exibição de muita personalidade e bom nível coletivo da formação orientada por João Pereira.
uma inusitada paixão pelo atletismo, de quem sabia religiosamente as marcas de todos os nossos atletas de então, que as escrevia num caderno quadriculado e com quem eu me “reunia” impreterivelmente aos sábados de manhã na “tasca” do Alberto – também ele um enorme Leão, para antever o que haveriam de ser as actividades Leoninas.
E porque me lembrei de escrever sobre o Sr. Alvoeiro? Sobretudo porque foi com ele que aprendi, ele já na sua sapiência “veterana” sustentada no conhecimento de desporto como poucos que conheci ao longo dos anos, eu ainda muito jovem, que as equipas seniores, num clube como o nosso se deveriam sempre construir com base nos atletas vindos da formação, sustentados por contratações cirúrgicas para trazerem um acrescento de qualidade aos grupos de trabalho. E isto serve para o atletismo como serve, aliás, para qualquer outra modalidade. Mas se de atletismo falamos, relembro todo o historial do nosso Clube, por onde passaram ao longo dos anos autênticos “embaixadores” da modalidade a nível nacional e internacional, que deram ao nosso país campeões olímpicos, europeus e mundiais.
E sei que o Sr. Alvoeiro, onde estiver, estará orgulhoso do que aconteceu, no passado fim-de-semana, na “sua” modalidade. Depois dos sub-18 e dos sub-20, em Pombal, foi agora a vez dos sub-23, em Braga, conseguirem o pleno dos títulos dos escalões jovens de pista coberta em ambos os sexos. Também nos seniores femininos o título veio para o nosso Museu. Falhou apenas, e por detalhes como
01.03.2025
Liga – Ap. Campeão – 4.ª jornada Estádio Aurélio Pereira
1-0 ao intervalo
Rafael Nel (1’), Mauro Couto (72’), Guilherme Oliveira (AG 89’)
Sporting CP: Diego Calai, João Muniz, David Moreira, Rodrigo Dias, Flávio Gonçalves (Adam Arvelo, 88’), Rafael Besugo, Mauro Couto (Rafael Camacho 90+1’), Rafael Nel (Amadu Baldé, 88’), Manuel Mendonça (Rodrigo Marquês, 46’) Afonso Moreira Lucas Anjos, 46’), Lucas Taibo. Treinador: João Pereira. Disciplina: cartão amarelo para Mauro Couto (23’), João Pereira (45+7’), Rodrigo Marquês (57’) e Lucas Anjos (60’).
lesões, o título de seniores masculinos. Apenas fantástico e revelador do trabalho de excelência que se faz actualmente no nosso atletismo a partir das bases. Agora será lá mais para o Verão, a vez da luta pelas conquistas na pista ao ar livre. E mais títulos, creio, chegarão para alegria do Sr. Alvoeiro e já agora, para alegria também, porque seria injusto falar de atletismo sem falar do Fernando Alvega, que é um amigo de décadas, com quem me cruzei desde muito jovem em Alvalade e que é alguém que a cada competição, de forma enciclopédica, me faz chegar através de correio electrónico, guardando-as eu religiosamente, a antevisão de todas as provas desta modalidade, bem como de todos os atletas que estão a despontar, ano após ano, e com quem aprendo igualmente muito.
Ao Sr. Alvoeiro, o meu obrigado pelo que me ensinou. Ao Fernando, o meu obrigado pelo que sei que me irá continuar a ensinar.
Termino com um desejo: Que o atletismo – tal como todas as outras modalidades – continue vivo, e a ganhar. Por eles, mas sobretudo por todos nós... pelo Sporting Clube de Portugal.
P.S 1 – Depois do Gil Vicente FC para os quartos-de-final da Taça de Portugal, seguiu -se a vitória sobre o Estoril para o campeonato. Não há contrariedades que abatam o Leão. Jogo a jogo. Faltam dez “finais”.
P.S 2 – Kiko Costa vai estar ausente durante algum tempo. Força, rapaz. Vais voltar ainda mais forte.
Texto: Luís Santos Castelo Fotografia: Isabel Silva
O Sporting Clube de Portugal perdeu, ontem, por 2-3 na recepção aos alemães do VfB Stuttgart para os oitavos-de-final da UEFA Youth League, sendo assim eliminado da competição.
O encontro não podia ter começado melhor para os Leões, que inauguraram o marcador logo no segundo minuto: enorme arrancada de Salvador Blopa pela direita, ganhando tempo e espaço antes de assistir Rafael Nel, que rematou para defesa de Dennis Seimen, mas a bola sobrou para a recarga certeira de Flávio Gonçalves.
A partir daí, contudo, os visitantes começaram a dominar e a pressionar cada vez mais junto da área verde e branca. Efe Korkut tentou de livre directo, Benjamin Boakye obrigou Miguel Gouveia a intervir e Emirhan Ağzıkara falhou o alvo. Aos 22’, Dorian Migalic rematou e Miguel Gouveia defendeu, com o guarda-redes a fazer o mesmo perante Kenny Freßle. O VfB Stuttgart chegou mesmo ao empate pouco depois da meia-
-hora, com Kenny Freßle a assistir Benjamin Boakye para o 1-1.
Pouco depois, a reviravolta: cruzamento, primeiro corte da defesa do Sporting CP e segunda investida de Efe Korkut, que remata com a bola a desviar em Rafael Mota, traindo Miguel Gouveia.
Até ao intervalo, destaque para um cruzamento e Salvador Blopa para Flávio Gonçalves cabecear para fora.
Afonso Lee e Sandro Nascimento substituíram Rafael Mota e Sandro Gambôa para o segundo tempo, mas foi o VfB Stuttgart a voltar a ameaçar nos primeiros minutos, agora com tiros de Matheos Tsigkas e Mirza Ćatović para boas defesas de Miguel Gouveia.
Na resposta, um lance bem trabalhado terminou com Flávio Gonçalves a passar para uma zona de perigo, com Salvador Blopa a falhar o remate e Sandro Nascimento a rematar contra um defesa. De seguida, Afonso Lee impediu o golo aos germânicos com um corte no momento certo.
Daniel Ciesielski cabeceou para fora e, aos 66’, Kenny Freßle acertou no poste do Sporting CP. A
pouco mais de 15 minutos do fim, Rayhan Momade e Denilson Santos entraram para as saídas de Salvador Blopa e Afonso Moreira. Logo a seguir, o VfB Stuttgart fez o 1-3 por intermédio de Julian Lüers, dificultando ainda mais a tarefa do emblema de Alvalade.
05.03.2025
UEFA Youth League
Oitavos-de-final
Estádio Aurélio Pereira
1-2 ao intervalo
Flávio
Nascimento (2’)
Rafael Nel (90+6’)
Benjamin Boakye (34’)
Efe Korkut (43‘)
Julian Lüers (76‘)
Sporting CP: Miguel Gouveia [GR], Salvador Blopa (Rayhan Momade, 74‘), Daniel Ciesielski (Gabriel Melo, 77‘), Rafael Mota (Afonso Lee, 45‘), Lucas Taibo, Sandro Gambôa (Sandro Nascimento, 45‘), Afonso Moreira (Denilson Santos, 74‘), Manuel Mendonça [C], Rafael Nel, Flávio Gonçaves e Gabriel Silva. Treinador: João Pereira. Disciplina: cartão amarelo para Afonso Lee (59’), Gabriel Silva (88’ e 88’), Sandro Nacimento (90+7’) e cartão vermelho para Gabriel Silva (88’).
Já com Gabriel Melo em campo (saiu Daniel Ciesielski), o Sporting CP criou a melhor ocasião do segundo tempo quando Denilson Santo lançou Rafael Nel e este acertou no poste contrário. O avançado voltou a ter uma boa ocasião aos 88’, quando, servido por Manuel Mendonça, só não marcou porque Dennis Seimen defendeu.
JOÃO
Ao ver dois cartões amarelos, Gabriel Silva foi expulso nos instantes finais do tempo regulamentar, o que praticamente sentenciou o encontro.
Ainda assim, o Sporting CP lutou até ao fim e conseguiu reduzir no sexto minuto do tempo extra, por Rafael Nel, mas o encontro terminou mesmo com a derrota por 2-3.
No final, João Pereira analisou o encontro. “Entrámos bem, com um golo, e tinha tudo para nos dar confiança e personalidade. Tínhamos de aproveitar para continuar por cima, mas parece que o golo funcionou da forma contrária. Recuámos as linhas, perdemos muitas bolas e todos os duelos. Depois, os golos do adversário surgiram com alguns ressaltos. Os jogadores do VfB Stuttgart estavam a ser muito mais fortes nos duelos e não estávamos a conseguir igualar. Pagámos com a derrota. O mais positivo foi a resiliência dos jogadores, mesmo com dez, a tentar até ao fim, mas não chegou”, começou por dizer aos meios de comunicação Leoninos.
Lembrando que foram estreados “muito jogadores” nesta edição da prova, o treinador verde e branco explicou que “as oportunidades de uns na equipa principal dão oportunidades a outros” na UEFA Youth League. “Hoje foram o Sandro Gambôa e o Daniel Ciesielski, que fizeram o seu melhor sendo de 2008. São jogadores com muito futuro e potencial que vão ter mais oportunidades no futuro”, acrescentou.
Sobre o percurso ao longo da prova em 2024/2025, João Pereira considerou que “vale de pouco” porque o mais importante era bater o VfB Stuttgart.
“Empatámos o primeiro jogo e depois foram seis vitórias consecutivas com bons jogos e resultados, mas não nos ajudou em nada para este jogo. Os jogadores têm de olhar para trás e ver o bom percurso até aqui, mas o passado não nos dá nada no futebol. Temos de viver o presente e, hoje, o VfB Stuttgart foi melhor. Temos de lhes dar os parabéns”, concluiu.
Afonso Moreira também esteve na zona de entrevistas rápidas para falar sobre um jogo que já sabia “que ia ser extremamente difícil, não só por ser a eliminar, mas também porque o VfB Stuttgart tem uma equipa muito forte nos duelos e com bola”.
“Após a nossa boa entrada com golo, relaxámos e pecámos na atitude nos duelos e na agressividade, baixando as linhas. Numa competição como a UEFA Youth League, isso paga-se sempre caro. Foi a nossa maior fraqueza neste jogo”, acrescentou.
O Leão de 19 anos não escondeu que “é triste sair da UEFA Youth League, principalmente porque o percurso até aqui era só de vitórias e um empate”: “É duro e triste saber que podíamos chegar mais longe, mas há que continuar o nosso caminho”.
FUTEBOL FORMAÇÃO SUB-17
SL BENFICA ENTROU MELHOR NO ENCONTRO E COLOCOU-SE A VENCER POR 0-2 AOS CINCO MINUTOS, MAS A REACÇÃO LEONINA FOI IMEDIATA. AINDA ASSIM, NO INÍCIO DA SEGUNDA PARTE A FORMAÇÃO ENCARNADA VOLTOU A MARCAR E COMPLICOU A TAREFA AOS LEÕES.
Texto: Maria Gomes de Andrade
Fotografia: Isabel Silva
A equipa sub-17 de futebol do Sporting Clube de Portugal perdeu, na terça-feira, frente ao SL Benfica por 1-4 em jogo da sexta jornada da fase de apuramento de campeão do Campeonato Nacional de juvenis.
Primeiro dérbi desta fase da prova com o Sporting CP e o SL Benfica a chegarem a este encontro empatados na tabela, ambos com 13 pontos, tal como o FC Porto – que ganhou na quarta-feira. Por isso, o objectivo das duas equipas era vencer e conseguir deixar a outra para trás nesta ronda. Esperava-se então um dérbi intenso e renhido e nem a forte chuva que se sentiu durante toda a primeira parte em Alcochete impediu que assim fosse, com o SL Benfica a ganhar vantagem logo nos minutos iniciais. Nas primeiras duas ocasiões de que dispôs, a formação encarnada não desperdiçou e aos cinco
minutos já vencia por 0-2. Assim, os jovens Leões tiveram de correr atrás do prejuízo desde cedo, mas não se intimidaram.
A partida foi-se jogando de forma equilibrada, com chegadas a ambas as áreas, e antes da meia-hora o Sporting CP conseguiu reduzir: jogada rápida com cruzamento de Estefânio Ruben desde
A equipa sub-19 de futebol do Sporting Clube de Portugal perdeu, no último sábado, por 1-0 na curta deslocação ao terreno do Casa Pia AC para a quinta jornada da série Sul da fase de manutenção e descida do Campeonato Nacional.
Os Leões dominaram por larga margem na posse de bola, nos remates, nos cruzamentos e nos cantos, mas não conseguiram responder ao tento dos visitados – apontado por Marco Espinha – ainda na primeira metade. Na próxima jornada, o Sporting CP recebe o CD Mafra (sábado, 8 de Março, 15h00).
01.03.2025
a esquerda e Manuel Lamúria, ao primeiro poste, a surgir em altura e a rematar de primeira para o 1-2.
O resultado ganhou assim maior justiça, com ambas as equipas a irem à procura de mais um golo logo a seguir, mas até ao intervalo não houve mais golos.
Ainda assim, na segunda parte,
Campeonato Nacional – Fase manutenção/descida – 5.ª jornada Campo Prof. José Cruz Filipe, Lisboa
1-0 ao intervalo
Marco Espinha (25’)
Sporting CP: Tiago Leitão [GR], Salvador Blopa, Atanásio Cunha (Francisco Machado, 45’), Konstantin Nikitenko [C], Afonso Lee, Gonçalo Correia (Miguel Almeida, 45’), Chris Grombahi (Winilson Lopes, 69’), Sandro Nascimento, Diogo Martins (Erik Ingebrethsen, 69’), Frederico Gomes e Sérgio Matos (Cristiano Palamarchuk, 90+3’). Treinador: Mauro Miguel. Disciplina: cartão amarelo para Salvador Blopa (88’).
o SL Benfica voltou a entrar de forma eficaz e voltou a fazer golo logo no início, no seguimento de um livre no lado esquerdo da área. 1-3 com mais de 40 minutos para jogar e o Sporting CP de novo atrás do prejuízo de dois golos.
Após a hora de jogo, o técnico Leonino começou então a mexer e fez três substituições de uma assentada, apostando em Carlos Frederico, Cleusio Garrafa e Brandão Batista, na vez de André Machado, Leonardo Tavares e José Garrafa.
O Sporting CP a renovar a equipa à procura de reduzir, mas quem voltou a marcar, pouco depois, foi o SL Benfica, confirmando a eficácia apresentada desde o primeiro minuto e complicando ainda mais a tarefa aos Leões.
À entrada para os últimos dez minutos, as duas últimas substituições na formação verde e branca, com as entradas de Duarte Rosa e José Mendes para os lugares de Manuel Lamúria e
A equipa de sub-15 de futebol do Sporting Clube de Portugal viajou até Guimarães, onde, no último domingo, venceu o Vitória local por 1-2 na quinta jornada da fase de apuramento de campeão do escalão. Depois de duas derrotas consecutivas, os jovens Leões de António Cruz entraram em campo com muita vontade de regressar aos triunfos, mas foram surpreendidos pelo Vitória SC, que inaugurou o marcador à passagem dos 12 minutos. Mostrando muito carácter, os verdes e brancos lançaram-se imediatamente à procura do empate, que chegou cinco minutos depois por Martim Ribeiro. Aos 37’, o Sporting CP concretizaria a reviravolta por intermédio de Victor Bastianele e o resultado não sofreria mais alterações. Na próxima jornada, e com estes importantes três pontos no bolso, os iniciados Leoninos regressam ao Estádio Aurélio Pereira para novo duelo, desta feita com o CD Tondela.
Estefânio Ruben, com a ambição de encurtar a desvantagem. Ainda assim, até ao final, e apesar de Ansumane Júnior ainda ter metido a bola na baliza encarnada, o marcador não voltou a mexer e o Sporting CP acabou por perder pela primeira vez nesta fase da prova.
Os Leões, que na próxima jornada jogam em casa do Vitória SC, somam agora quatro vitórias, um empate e uma derrota e são terceiros classificados.
04.03.2025
Campeonato Nacional Ap. Campeão – 6.ª jornada Estádio Aurélio Pereira SPORTING
1 4
1-2 ao intervalo
Manuel Lamúria (27’) Anísio Cabral (1’, 66’), Ricardo Fernandes (5’), Isaac Ferreira (47’)
Sporting CP: Alexandre Tverdohlebov [GR], André Machado (Carlos Frederico, 61’), Santiago Fernandes, Jakub Stasiak, Diego Coxi, Leonardo Tavares (Cleusio Garrafa, 61’), José Garrafa (Brandão Batista, 61’), Simão Soares [C], Manuel Lamória (Duarte Rosa, 80’), Ansumane Júnior e Estefânio Ruben (José Mendes, 80’). Treinador: Pedro Pontes. Disciplina: cartão amarelo para Cleusio Garrafa (63’) e Ansumane Júnior (90’). 02.03.2025
Campeonato Nacional Ap. Campeão – 5.ª jornada Campo da Pista de Atletismo Gémeos Castro, Guimarães
2
1-2 ao intervalo
Henrique Amen (12’) Martim Ribeiro (17’), Victor Bastianele (37’)
Sporting CP: Afonso Guerra [GR], Rodrigo Mendes, Gonçalo Gaspar (Reisson Batista, 50’), Samuel Tavares, Eliabe Alves (Martim Baptista, 50’), António Santos (Rodrigo Relvas, 50’), Leonardo Damião (Diego Moreira, 74’), Victor Bastianele, Martim Ribeiro [C], Diego Farinha (Mélvin Rosário, 68’) e Yanick Filipe. Treinador: António Cruz. Disciplina: cartão amarelo para Eliabe Alves (43’) e Yanick Filipe (57’), cartão vermelho para Martim Ribeiro (80’).
Texto: Luís Santos Castelo Fotografia: Isabel Silva
A equipa principal feminina de futebol do Sporting Clube de Portugal recebeu e venceu, no último domingo, o SF Damaiense por 2-0 na 17.ª jornada da Liga, chegando assim ao terceiro triunfo consecutivo. Maiara Niehues, na primeira parte, e Brenda Pérez, na segunda, apontaram os golos Leoninos.
Érica Cancelinha, de 18 anos, foi titular nas seniores pela primeira vez e foi a maior novidade no onze escolhido por Micael Sequeira, que criou perigo logo aos oito minutos, quando Jacynta Gala, de longe, rematou para boa defesa da guarda-redes Leonor Faria. Brittany Raphino apareceu em zona perigosa pouco depois, mas a defesa afastou, enquanto aos 15’, na área Leonina, Tânia Mateus teve uma grande oportunidade, mas falhou o alvo. Seguiu-se um livre directo for-
te de Maiara Niehues defendido por Leonor Faria e, aos 23’, o 1-0: cruzamento de Ana Borges e erro da guardiã ao socar a bola, tendo esta batido em Maiara Niehues e seguido para o fundo das redes.
O SF Damaiense procurou reagir e Morgan Stone conseguiu um perigoso cabeceamento ao lado.
Maiara Niehues continuou bem activa e, novamente de livre directo, ameaçou, agora com a bola a passar perto do poste.
Em cima do intervalo, Lidiane atirou para defesa fácil de Hannah Seabert.
Com uma mudança para o segundo tempo (saiu Beatriz Fonseca e entrou Ana Capeta), o Sporting CP entrou com vontade de dobrar a vantagem, mas até foi Lidiane, num tímido remate, a dar trabalho a Hannah Seabert.
De cabeça, Tianna Harris também adicionou uma intervenção ao registo da guarda-redes verde e branca.
Micael Sequeira substituiu, aos
62’, Brittany Raphino e Jacynta Gala por Telma Encarnação e Miri O’Donnell e a avançada portuguesa ficou muito perto de chegar a um cruzamento muito perigoso de Cláudia Neto logo a seguir.
02.03.2025
Liga – 17.ª jornada
Estádio Aurélio Pereira SPORTING CP SF DAMAIENSE
1-0 ao intervalo
Maiara Niehues (23’), Brenda Pérez (83’)
Sporting CP: Hannah Seabert [GR], Ana Borges [C], Andrea Norheim, Érica Cancelinha, Beatriz Fonseca (Ana Capeta, 45’), Maiara Niehues, Brenda Pérez, Jacynta Gala (Miri O’Donnell, 62’), Cláudia Neto (Jeneva Gray, 82’), Joana Martins (Diana Silva, 72’) e Brittany Raphino (Telma Encarnação, 62’). Treinador: Micael Sequeira. Disciplina: cartão amarelo para Joana Martins (56’) e Érica Cancelinha (61’).
Érica Cancelinha respondeu a um canto de Joana Martins com um desvio para defesa de Leonor Faria e, pouco depois, Telma Encarnação marcou mesmo, mas o lance foi invalidado por fora-de-jogo.
Já com Diana Silva e Jeneva Gray em campo, tendo saído Joana Martins e Cláudia Neto, o Sporting CP conseguiu o 2-0.
Na segunda bola após um canto, excelente cruzamento de Diana Silva para Brenda Pérez rematar, com a bola a bater na barra antes
de entrar. Um belo golo da espanhola, o primeiro nesta edição do campeonato.
Até ao final, destaque para um bom remate de Telma Encarnação defendido por Leonor Faria para canto e para um cartão vermelho exibido à visitante Allison Blais por puxar o cabelo a Brenda Pérez.
As Leoas voltam a entrar em campo às 15h00 de domingo, defrontando o SL Benfica na final da Taça da Liga, que vai ter lugar no Estádio Municipal de Leiria.
No final, Micael Sequeira analisou o desafio. “Depois da paragem, não é fácil retomar a competição e, normalmente, há uma tendência para os jogos se tornarem difíceis, mas a equipa esteve muito bem. Fizemos uma primeira parte muito bem conseguida. Faltou apenas rematar mais à baliza porque criámos situações para isso. Na segunda parte, estivemos melhores em termos defensivos. Ofensivamente, criámos poucas situações e podíamos ter criado mais se a decisão tivesse sido melhor. Vitória importante a seguir a uma paragem e antes de uma final”, começou por dizer aos meios de comunicação Leoninos. Sobre a estreia de Érica Cancelinha, de 18 anos, a titular, o treinador verde e branco destacou “a personalidade e qualidade em termos técnicos” da defesa-central: “Encarou o jogo com normalidade e foi uma aposta ganha por parte do Sporting CP. Fico muito contente pela Érica porque merece bastante pelo trabalho que tem feito no Clube e na Selecção Nacional. Teve a sua oportunidade e cumpriu”.
Por fim, o técnico comentou o momento da equipa na Liga: “Somos a equipa com mais golos marcados e menos sofridos. Naturalmente, queríamos mais pontos, que é o importante, mas infelizmente não conseguimos e temos de ir atrás do prejuízo. Fazer isso é encarar todos os jogos para ganhar com a esperança de, no final, sermos felizes”.
Brenda Pérez, autora do segundo golo, também esteve na zona de entrevistas rápidas: “É muito importante voltar às vitórias na Liga e, também, ter boas sensações. Conseguimos ter um jogo muito completo em que tivemos muita bola. O SF Damaiense é uma equipa muito competente, que joga bem, mas fizemos o nosso jogo muito bem”.
A jogadora espanhola, que voltou a marcar, facturando pela primeira vez nesta edição do campeonato, assegurou estar satisfeita, “acima de tudo, pelos três pontos”, falando também dos objectivos para o que resta da temporada.
“Estamos conscientes de que estamos a lutar na Liga e que o vamos fazer até ao fim. Temos, também, duas taças para conquistar e vamos com tudo no próximo jogo porque é um dos nossos objectivos”, concluiu.
14 LEÕES E LEOAS PARTICIPAM NOS CAMPEONATOS CONTINENTAIS DE ATLETISMO EM PISTA CURTA, QUE TÊM INÍCIO HOJE NOS PAÍSES BAIXOS. JÉSSICA INCHUDE E JOÃO COELHO FIZERAM A ANTEVISÃO AO JORNAL SPORTING E PROMETEM LUTAR POR RECORDES E BONS RESULTADOS.
Texto: Luís Santos Castelo
Fotografia: Sérgio Martins
14 atletas do Sporting Clube de Portugal vão representar a Selecção Nacional de atletismo nos Campeonatos da Europa em pista curta, que começam hoje e decorrem até domingo no Omnisport Apeldoorn, nos Países Baixos.
São eles Abdel Larrinaga (60 metros barreiras), Auriol Dongmo (lançamento do peso), Carina Vanessa Pereira (400 metros), Carlos Nascimento (60 metros), Delvis Santos (60 metros), Duarte Gomes (3000 metros), Jéssica Inchude (lançamento do peso),
João Coelho (400 metros), Lorène Bazolo (60 metros), Nuno Pereira (1500 metros), Omar Elkhatib (400 metros), Patrícia Silva (1500 metros), Tiago Pereira (triplo salto) e Tsanko Arnaudov (lançamento do peso), ocupando 70% da convocatória portuguesa (14 em 20).
Ao Jornal Sporting, Jéssica Inchude e João Coelho lançaram a prova e mostraram-se, como sempre, ambiciosos na procura de grandes marcas e resultados.
“GOSTAVA MESMO DE CONQUISTAR UMA MEDALHA”
Aos 28 anos, Jéssica Inchude garante estar na sua “melhor fase de sempre”. Não é apenas uma opinião, mas sim um facto, até porque a lançadora do peso acabou de bater, no final de Fevereiro, o seu recorde pessoal: 19,18 metros nos Campeonatos de Portugal. Quarta classificada nos últimos Europeus em pista curta, em 2023, procura fazer História e conseguir um lugar ainda mais alto. Apesar do início de temporada “atribulado”, ajustou “alguns erros técnicos”. “Desde então, tenho melhorado as minhas marcas”, garantiu, continuando: “Psicologicamente, também tenho trabalhado muito. Para estes
Europeus, estou bem fisicamente e psicologicamente. No dia da prova, só tenho de desfrutar”. O recente recorde pessoal aconteceu numa prova em que bateu Auriol Dongmo, mas em que ofereceu a medalha de ouro à colega num gesto de enorme companheirismo. Ao Jornal Sporting, a Leoa recordou esse momento.
“A Auriol é uma atleta que admiro imenso. É minha adversária e, ao mesmo tempo, minha amiga. Foi um reconhecimento pelo trabalho dela, por ter voltado ao mais alto nível depois da lesão. Na prova, sentiu-se mal e, mesmo assim, competiu. Foi uma superação da parte dela”, explicou.
A marca realizada no Expocentro de Pombal deixa boas indicações para o que vai acontecer nos Países Baixos, ainda que “as adversárias estejam bastante fortes”. A concorrência vai ser muita, mas Jéssica Inchude promete “arriscar” quando e se chegar à final, marcada para a tarde de domingo [ver calendário completo na caixa].
“Vou dar o meu melhor porque gostava mesmo de conquistar uma medalha. Estou numa boa forma e quero aproveitar isso”, frisou.
Esperando um 2025 cheio de “recordes pessoais e resultados melhores do que no ano passado”, a Olímpica não escondeu ainda a satisfação por, mais uma vez, partilhar o palco com os colegas de clube: “Temos muita união. Quando vou para fora e estou com bastantes atletas do Sporting CP, demonstra que temos muita qualidade. Vamos tentar encarar esta prova de forma natural”.
“PREPARADO
Recordista nacional dos 400 metros ao ar livre (44’’79, 2023) e em pista curta (45’’86, 2024), João Coelho também vai participar nos Europeus indoor pela segunda vez. Tal como Jéssica Inchude, não teve um início de ano fácil, mas tem “estado a subir de forma na pista curta”.
“Tive uma preparação meio atribulada devido a uma cirurgia e recuperação, mas tenho estado a competir bem e venho preparado para superar o meu recorde nacional. Se não for possível, pelo menos quero baixar dos 46’’”, começou por dizer ao Jornal Sporting Mesmo tendo em conta que vai competir contra “atletas com bastante valor e a correr muito
rápido”, o Leão de 25 anos considera que “um bom resultado seria chegar à final e depois ver o que é possível”. “Pensar numa medalha é realista, mas o nível está muito forte. Vou trabalhar para isso, mas uma final seria bom”, acrescentou.
João Coelho vai ter a companhia do também Sportinguista Omar Elkhatib nos 400 metros, o que “é sempre bom” porque estão juntos “em quase todas as provas nacionais e internacionais”, e lançou um 2025 em que não há limites para a ambição.
“O meu foco, este ano, passa pelos Mundiais ao ar livre, em Tóquio. É para isso que me estou a preparar. Tive alguns imprevistos na preparação para o Inverno e estou a competir mais para me preparar para o ar livre. Quero muito voltar aos 44’’ e bater o recorde nacional. Por mais que seja possível ir à final do Mundial, o meu maior foco é bater o recorde português”, concluiu João Coelho, também ele atleta Olímpico.
CALENDÁRIO DOS ATLETAS LEONINOS NOS EUROPEUS EM PISTA CURTA
6 DE MARÇO, QUINTA FEIRA
18h10
1500 metros – primeira ronda
Patrícia Silva
18h55
1500 metros – primeira ronda
Nuno Pereira
20h20
60 metros barreiras – primeira ronda
Abdel Larrinaga
7 DE MARÇO, SEXTA‑FEIRA
10h55
400 metros – primeira ronda
Carina Vanessa Pereira
11h45
400 metros – primeira ronda
João Coelho
Omar Elkhatib
12h40
Triplo salto – qualificação
Tiago Pereira
13h05*
60 metros barreiras – semi-final
Abdel Larrinaga
18h58*
400 metros – semi-final
Carina Vanessa Pereira
19h19*
400 metros – semi-final
João Coelho
Omar Elkhatib
20h00*
1500 metros – final
Patrícia Silva
20h15*
1500 metros – final
Nuno Pereira
20h53*
60 metros barreiras – final
Abdel Larrinaga
8 DE MARÇO, SÁBADO
9h50
Lançamento do peso
– qualificação
Auriol Dongmo
Jéssica Inchude
VELOCISTA VERDE E BRANCA BRILHOU EM MADRID. JÉSSICA INCHUDE E TIAGO PEREIRA TAMBÉM EM DESTAQUE NA CAPITAL ESPANHOLA.
Texto: Luís Santos Castelo Fotografia: RFEA/Sportmedia para a World Athletics Indoor Tour
Lorène Bazolo, do Sporting Clube de Portugal, igualou o próprio recorde nacional dos 60 metros na última sexta-feira, conseguindo 7’’17 no meeting de Madrid do Circuito Gold da World Athletics Indoor Tour.
A atleta de 41 anos correu a distância no mesmo tempo que havia feito em 2022, no Jamor, e terminou a prova na terceira posição, apenas através da luxemburguesa Patrizia van der Weken (7’’09) e da britânica Bianca Williams (7’’16).
Também Jéssica Inchude foi terceira classificada em Madrid, mas no lançamento do peso e com 18,88 metros. À sua frente, a norte-americana Chase Jackson (19,48 metros) e a canadiana Sarah Mitton (19,37 metros). Outro terceiro lugar Sportinguista
para Tiago Pereira, no triplo salto, com 16,35 metros, registo superado por Lázaro Martínez (Cuba, 17,12 metros) e Hugues Fabrice Zango (Burkina Faso, 16,55 metros).
Patrícia Silva (800 metros, quinto lugar), João Coelho (400 metros, quinto lugar) e Omar Elkhatib (400 metros, quarto na final 2) também participaram.
11h00
60 metros – primeira ronda
Carlos Nascimento
Delvis Santos
11h45
3000 metros – primeira ronda
Duarte Gomes 17h40*
Triplo salto – final
Tiago Pereira
18h10*
60 metros – semi-final
Carlos Nascimento
Delvis Santos
20h10*
400 metros – final
João Coelho
Omar Elkhatib
20h40*
60 metros – final
Carlos Nascimento
Delvis Santos
20h50*
400 metros – final
Carina Vanessa Pereira
9 DE MARÇO, DOMINGO
9h05
Lançamento do peso – qualificação
Tsanko Arnaudov
11h00
60 metros – primeira ronda
Lorène Bazolo
15h05*
60 metros – semi-final
Lorène Bazolo
15h28*
Lançamento do peso – final
Tsanko Arnaudov
15h50*
3000 metros – final
Duarte Gomes
16h52*
Lançamento do peso – final
Auriol Dongmo Jéssica Inchude
17h37*
60 metros – final
Lorène Bazolo
*mediante apuramento
MASCULINOS E FEMININOS BEM-SUCEDIDOS EM BRAGA.
Texto: Luís Santos Castelo Fotografia: FPA/Eduardo Castro
O Sporting Clube e Portugal sagrou-se, no último fim-de-semana, Campeão Nacional de atletismo em pista curta em masculinos e femininos.
Os Leões e as Leoas superaram toda a concorrência na prova que decorreu em Braga, com 160 pontos em masculinos (contra 134 do SL Benfica e 101 do CA Marinha Grande) e 135.5 em femininos (contra 111 da Juventude Vidigalense e 91 do SL Benfica).
DIANA SILVA É, ACTUALMENTE, UMA DAS JOGADORAS MAIS EXPERIENTES DO FUTEBOL FEMININO NACIONAL. COM UMA BREVE PASSAGEM PELO FUTEBOL INGLÊS, A AVANÇADA SOMA OITO ÉPOCAS DE LEÃO AO PEITO E 140 INTERNACIONALIZAÇÕES POR PORTUGAL – 112 NA SELECÇÃO A. A PAIXÃO PELO FUTEBOL COMEÇOU NA ESCOLA E FOI SENDO ACEITE PELOS PAIS, MAS O PLANO A FOI SEMPRE ESTUDAR E, POR ISSO, LICENCIOU-SE E É MESTRE EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS. O FUTEBOL TORNOU-SE AINDA MAIS SÉRIO NA ALTURA DA UNIVERSIDADE E CONSEGUIU CONCILIÁ-LO COM OS ESTUDOS, COM MUITO ESFORÇO E DEDICAÇÃO. “EU QUERIA MUITO JOGAR, MANTIVE O FOCO NECESSÁRIO PARA VINGAR NO FUTEBOL E CONSEGUI”, DISSE AO JORNAL SPORTING, NUMA ENTREVISTA NA QUAL RECORDOU COMO TUDO COMEÇOU E MOSTROU SER UMA ‘MULHER DE GARRA’ POR OCASIÃO DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER, QUE SE CELEBRA ESTE SÁBADO.
Texto: Maria Gomes de Andrade Fotografia: Frederico Ferreira
Aos 29 anos, está há 18 temporadas no futebol. Anda ‘nisto’ há muitos anos e tem sido sempre em crescen do. Como é ser mulher num desporto que ainda é muito mais dos homens?
Actualmente é muito melhor do que era. Com o passar dos anos, o futebol feminino tem evoluído, temos melhores condições e temo-nos sentido cada vez mais confortáveis neste mundo, por assim dizer, mais de homens.
Ainda assim, ainda há muitas coisas pelas quais temos de lutar e muitas mentalidades para mudar. Isso nem sempre é fácil, demora tempo, mas estamos a ir por um bom caminho e a lutar para dar ênfase àquilo que a mulher pode fazer neste desporto, mas não só. Estas diferenças acontecem noutras áreas, noutras profissões e está provado que as mulheres têm as mesmas capacidades.
E como é que o futebol surgiu na sua vida? Foi na escola quando era pequena, jogava com os meus colegas rapazes e com a minha melhor amiga. Surgiu na
brincadeira, metíamos as pedrinhas a fazer de baliza, mas gostei logo da sensação de jogar, divertia-me muito e não pensava em mais nada. Um dia, através da minha melhor amiga que já jogava, surgiu o convite do CA Ouriense, fui experimentar e nunca mais larguei o futebol. Comecei numa equipa de rapazes e pouco jogava, mas aos 13 anos passei para a equipa sénior feminina. Felizmente na minha cidade, ao contrário do que acontece noutras, o clube tinha uma equipa feminina e tive essa oportunidade. Ainda assim, ao início foi difícil pela diferença de idades, mas consegui adaptar-me bem e fui muito feliz lá.
Como é que a sua família entendeu esta sua paixão? Hoje já há mais mulheres no futebol, mas na altura o número era muito reduzido... Ao início foi um pouco estranho para eles, até porque isso já foi há mais de 15 anos. O meu pai aceitou melhor do que a minha mãe porque, como sou a única rapariga de cinco irmãos, a expectativa dela, se calhar, era que eu fizesse outro tipo de desporto, fosse para a dança ou outro tipo de actividades, mas eu gostava era de futebol. Fui convencendo-a, e ela percebeu que era mesmo isto que eu queria e desde aí que me apoia de forma incondicional.
Alguns dos seus irmãos também passaram pelo fute‑ bol, um deles é agora treinador, mas a que seguiu para um patamar mais alto enquanto jogadora foi a Diana... Eles fizeram o percurso deles noutras áreas, mas, sim, eu mantive-me como jogadora. Acho que a diferença passou por eu querer muito isto e, por exemplo, o meu irmão mais novo não querer tanto. Eu queria muito jogar, mantive o foco necessário para vingar no futebol e, felizmente, consegui.
É, desde o início, uma ‘mulher com garra’... Sim, e não generalizando, porque não somos todos iguais, mas acho que nós mulheres somos mais resilientes, aguentamos e conseguimos ultrapassar melhor as dificuldades. As mulheres têm muito essa força interior e foi isso que aconteceu comigo.
“O MAIS DESAFIANTE DESTE PERCURSO TALVEZ SEJA A LUTA PELOS DIREITOS DA MULHER NO FUTEBOL”
E o que é que tem sido mais desafiante ao longo deste percurso?
Acho que talvez seja a luta pelos direitos da mulher no futebol. Esse tem sido o principal desafio de todas nós, mas temos sido bem-sucedidas em muitas coisas e tem valido tudo a pena. Actualmente, há muito menos diferenças do que havia quando cheguei ao futebol e isso é muito positivo.
A Diana é, ao dia de hoje, uma das jogadoras mais ex‑ perientes e conhecidas do país, joga num grande, é das que tem mais jogos pela Selecção A e já esteve no es trangeiro. Esperou um dia alcançar tudo isto? Não, eu nem sequer pensava ser profissional de futebol, quanto mais representar um grande clube de Portugal ou alcançar o patamar de Selecção Nacional. Fui tendo as minhas lutas, como convencer os meus pais e jogar numa equipa federada, mas nunca pensei alcançar tudo isto, nem sequer em jogar lá fora. Nunca fui muito de pensar mais à frente, nem de pensar demasiado no futuro, mas fui conseguindo ultrapassar os obstáculos e, com muito trabalho, chegar onde hoje estou.
“O QUE DIGO ÀS RAPARIGAS MAIS NOVAS É QUE SIGAM O SEU SONHO; E AOS PAIS, QUE AS APOIEM”
E o que sente ao ver que, actualmente, é um exemplo a seguir para muitas jovens futebolistas?
É um privilégio, ser considerada uma referência é um privilégio para mim. É sinal de que tenho feito bem as coisas. Verem-me dessa forma, olharem-me de uma forma tão positiva e quererem seguir as minhas pisadas deixa-me muito orgulhosa. Se imaginava que isto fosse possível? Jamais, mas é muito bom.
Em 2025, e como já falámos, as coisas no futebol femi nino estão diferentes e aquilo que vocês têm feito e, em particular, a Selecção A, tem aberto a porta a mais rapa‑ rigas. O que tem para lhes dizer a elas e aos pais também?
A elas aquilo que tenho de melhor para lhes dizer é que sigam o seu sonho, corram atrás dele e não liguem às pessoas que lhes dizem que não conseguem porque, eu sei, se quisermos muito alguma coisa conseguimos. Mesmo o que nos possa parecer muito difícil é alcançável, seja no futebol ou noutras área da vida. E aos pais aquilo que lhes digo é que as deixem ser felizes a fazerem aquilo que elas mais gostam e que as apoiem. O amor e o apoio dos pais é o que todos nós mais precisamos. Apoiem-nas nas suas escolhas e sem preconceitos quanto ao futebol.
“O MEU PRINCIPAL OBJECTIVO
ERA ESTUDAR E LICENCIAR-ME,
MAS NUNCA FOI UMA OPÇÃO
DEIXAR DE JOGAR”
Voltando à Diana e ao seu percurso, a formação académi ca e o continuar a estudar foi uma segurança extra quan do já estava mais do que integrada no futebol? Não, até porque inicialmente o meu principal objectivo era estudar e licenciar-me. Sempre quis terminar os estudos e seguir para o mercado de trabalho, mas gostava muito de jogar futebol e, como também nunca foi uma opção deixar de jogar, aquilo que fiz foi conciliar as duas coisas.
Foi fácil conciliar? Estudava em Coimbra e treinava e jo gava em Ourém e depois em Albergaria a Velha... Fácil não foi, mas sempre fui muito focada e certinha nas minhas coisas. Não era aluna de estar na fila da frente, mas era dedicada e também fui beneficiando do estatuto de atleta de alta competição, que me ajudou a conseguir conciliar as coisas. Os meus dias eram muito grandes, mas era nova e tinha muita energia para fazer tudo: ia às aulas, depois apanhava o comboio para ir treinar, treinava, voltava para Coimbra e ainda ia estudar ou fazer trabalhos a seguir. Depois, mais tarde, surgiu a oportunidade de jogar no Sporting CP e não podia recusar, mas também não queria deixar de estudar. Por isso, transferi-me para a Faculdade de Farmácia de Lisboa e foi aqui que acabei a licenciatura com mestrado integrado e a seguir ainda estagiei, numa farmácia no Lumiar. Acabei por demorar mais a fazer o estágio por causa das ausências a que o futebol me obrigava, nomeadamente os estágios, mas correu tudo bem.
E porque escolheu seguir Ciências Farmacêuticas?
Foi um bocadinho por influência dos meus pais que trabalham na área da saúde. Sempre tive mais contacto com essa área e sempre me despertou maior interesse por causa deles, que chegavam a casa e falavam muito sobre trabalho.
Ser farmacêutica ou trabalhar na área das Ciências Farmacêuticas é uma opção quando arrumar as chuteiras ou já se vê mais em algo ligado ao futebol?
Tenho sempre essa hipótese porque tenho o curso e é uma área de que gosto, mas claro que estando no futebol também acho que o futuro pode passar por aqui. Acho que posso evoluir noutra área do futebol, mas por agora não sei o que vou fazer. Voltar a conciliar as duas coisas no futuro? Quem sabe, se a vida o permitir.
“É IMPORTANTE HAVER UM SEGUNDO PLANO PARA NÃO FICARMOS SEM CHÃO”
Considera que todos os atletas, mas no caso as atle tas, deviam estudar e ter um plano B?
Sim. No meu caso formar-me não era o plano B, era o A, o futebol é que estava em segundo plano, mas com o passar dos anos e com o que foi acontecendo passou a estar em primeiro. Mas, sim, considero que estudar é importante para qualquer pessoa e que, neste caso, é necessário haver um plano B seja em que área for. É sempre bom ter uma solução para lá do futebol. Infelizmente sabemos que nem toda a gente consegue vingar no futebol, que às vezes há lesões graves ou outras situações, que a carreira termina cedo, que o salário nem sempre permite só fazer vida do futebol ou não fazer mais nada no final da carreira. Por isso, a meu ver, vale sempre a pena e é importante haver um segundo plano para não ficarmos sem chão.
A Diana, apesar de toda a experiência, ainda é nova – 29 anos – e tem ainda muito para jogar. O que lhe falta fazer no futebol?
Muita coisa, acabamos sempre por ter muitos sonhos, uns mais alcançáveis do que outros. Ainda assim, acho que há alguns que se podem realizar, como passar a fase de grupos de uma grande competição com a Selecção Nacional. O sonho era ganhar uma prova dessas, mas, apesar de actualmente estarmos muito mais perto de concretizar os nossos objectivos, de termos vindo a crescer muito, de estarmos a conseguir mostrar toda a nossa qualidade e de hoje já nos conseguirmos bater contra as grandes equipas, sabemos que isso é mais difícil. Ainda assim, acho sempre que se acreditarmos muito, e acreditarmos todas, podemos alcançar grandes feitos.
E até que idade pensa em jogar?
Não sei, não tenho uma idade como meta, vai depender de como me sentir. Ver no Sporting CP atletas mais velhas e a jogar como jogam, faz-me querer fazer o mesmo do que elas, mas logo se vê. Vai sempre depender de como me sentir, mas acho que ainda me falta muito tempo para arrumar as chuteiras.
“A TAÇA DA LIGA É O ÚNICO TROFÉU QUE AINDA NÃO GANHÁMOS
E QUEREMOS MUITO GANHÁ-LO”
Também ainda falta muito para esta época terminar: há três competições em aberto e uma delas decide se já neste domingo em Leiria. O que espera desta final da Taça da Liga frente ao SL Benfica? Espero um jogo muito competitivo, como sempre, entre as duas melhores equipas do nosso campeonato. Estes jogos têm mostrado que podem cair para qualquer lado e eu estou muito confiante de que vai cair para nós. Temos de acreditar, de dar tudo de nós e de ter atenção aos pormenores. O jogo vai decidir-se nos pormenores e nós temos de fazer tudo para o ganhar. A Taça da Liga é o único troféu que ainda não ganhámos e queremos muito ganhá-lo.
Como sempre, vai ser importante contar com o apoio dos Sportinguistas, por isso o que tem a pedir lhes? Que compareçam e que se façam sentir porque nós sentimos muito a diferença de os ter na bancada ou não. Em certos momentos do jogo, quando precisamos de uma força extra, e eles estão lá sentimos que podemos tudo. É muito importante para nós e vai ajudar-nos bastante tê-los connosco em Leiria, assim como contarmos com eles no que nos resta da época e quando ainda lutamos por todos os títulos.
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
OLÍMPIA BARBOSA DOMINA A NÍVEL NACIONAL OS 60 E 100 METROS BARREIRAS E, AO MESMO TEMPO, É BOMBEIRA PROFISSIONAL. BEATRIZ SANTOS, QUE CRESCEU A JOGAR EM EQUIPAS MASCULINAS, É FUTSALISTA ENQUANTO ESTÁ A TERMINAR UMA LICENCIATURA. AMBAS REPRESENTAM O SPORTING CP E EM COMUM TÊM, TAMBÉM, UMA GRANDE PAIXÃO PELOS SEUS DESPORTOS, MAS NESTE CASO CORRER E JOGAR POR GOSTO NÃO BASTA. AO JORNAL SPORTING, OLÍMPIA E BEATRIZ CONTARAM COMO ORGANIZAM OS SEUS DIAS PARA CONCILIAR TUDO, PORQUE SE O ATLETISMO EM PORTUGAL PERMITE A POUCAS VIVER APENAS COMO ATLETAS, O FUTSAL POR SI POSSIBILITA UMA BASE DE FUTURO A PRATICAMENTE NENHUMAS.
Texto: Xavier Costa Fotografia: João Pedro Morais
OLÍMPIA BARBOSA, ATLETA-BOMBEIRA
Ao toque de sirene no quartel, corre para a ocorrência. Ao tiro de partida em pista, corre para a meta. Rapidez é a palavra de ordem na sua vida, que vive como se fossem duas. Mulher, atleta e bombeira são três traços que a definem “exactamente”, consente, mas entre o vaivém de treinos e competições e as exigentes missões a que a farda obriga, ainda sobra tempo para ser, apenas, Olímpia Barbosa? “Sobra, mas muito pouco e, muitas das vezes, aproveito-o para descansar”, completa, sorridente. Desde a recruta em 2018 para o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, esta peculiar e desgastante ‘vida dupla’ tem sido a grande – e constante – prova de fogo da velocista que, em simultâneo, representa o Sporting CP já desde 2012. Curiosamente, no próprio nome carrega o seu grande sonho, o de “estar presente nos Jogos Olímpicos”. Olimpia é a cidade grega que viu nascer e acolheu os Jogos Olímpicos da Antiguidade, uma mera “coincidência”, explicou, porque a atleta na verdade deve o nome à sua bisavó. O atletismo é que não surgiu por coincidência na sua vida.
“Está na minha vida desde muito tenra idade, porque é uma paixão que vem do meu pai, que foi atleta olímpico. Representou São Tomé e Príncipe em Atlanta 1996. Quando ele me passou esse gosto, nunca mais larguei”, declarou a
velocista que veio para Portugal aos 2 anos, e cumpriu 30 no último dia de Fevereiro.
De Leão ao peito, já contribuiu com a sua velocidade para duas Taças dos Campeões Europeus (2016 e 2018) e, a nível nacional, depois de ter brilhado nos 60 e 100 metros lisos há dez anos, daí para cá tem dominado consistentemente os 60 e 100 metros barreiras – soma mais de uma dezena de títulos nacionais na disciplina. Como parte integrante de uma das equipas femininas de maior êxito no Universo Sportinguista, Olímpia Barbosa olha para a sua carreira de forma “muito gratificante” e reconhece-se, acima de tudo, “contente com o trajecto feito até aqui”.
PROFISSÃO:
ATLETA. UMA VIDA
E boa parte do seu palmarés foi conseguido já, também, enquanto bombeira, dividindo os seus dias, semanas e anos entre a sua vocação de sempre e um emprego que, apesar dos bons resultados desportivos, surgiu como uma necessidade e, com o tempo, foi-se tornando também uma nova vocação.
“Tendo em conta que não era possível viver a cem por cento do desporto, senti a necessidade de ter uma profissão. Como sabemos, o desporto não dura para sempre e viver do desporto em Portugal não é impossível, mas é muito complicado”, afirmou, considerando que faltam “mais apoios, tanto a nível monetário como de
materiais”. “Seria um princípio”, acrescentou Olímpia Barbosa. Perante esta eterna luta entre o querer e o (não) poder dedicar-se em exclusivo à pista, concorreu inicialmente para ser GNR, mas o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa surgiu “como uma oportunidade” e com a qual rapidamente se identificou. “Não sonhava em ser bombeira, mas tem muito que ver comigo”, salientou, essencialmente pelo “gosto em ajudar o próximo”. Olímpia tornou-se um caso raro nos quartéis, especialmente por ser atleta de alta competição, mas até pelo simples facto de ser mulher, ainda uma clara minoria. “Numa recruta de 140 pessoas éramos só quatro raparigas e, por acaso, entramos as quatro. E actualmente dentro de todo o Regimento somos 16 mulheres e mais de quatro mil homens”, apontou.
Pronta para qualquer eventualidade, já chegou a fazer turnos de 24 horas, mas hoje em dia, a velocista do Sporting CP trabalha com cães de busca e salvamento e tem as suas semanas de trabalho – de segunda a sexta-feira – bem cronometradas, como se de mais uma corrida se tratasse. “Trabalho de manhã, à tarde vou treinar e à noite é para recuperação e descanso”, detalhou com a simplicidade de quem faz parecer fácil o que é muito difícil de levar a cabo, uma e outra vez.
E a vida de bombeira, além disso, é feita de tudo menos rotina,
pois a única coisa que se repete é a imprevisibilidade de cada ocorrência, e o perigo está sempre à espreita. Desde incêndios, uma vez até num “décimo andar sem elevador”, até “resgatar gatos nas árvores, inundações, aberturas de portas… Muita coisa mesmo, tudo o que seja necessário”, elencou Olímpia Barbosa, habituada a esperar o inesperado no quartel. Por tudo isto, a atleta não nega que a vida de bombeira acaba por tornar-se mais uma barreira nas pistas de atletismo, mas mantém-se sempre positiva: “É inevitável não pensar nessa parte. É uma profissão muito desgastante realmente, mas por outro lado sabia que ia conseguir conciliar, porque sou uma pessoa forte e resiliente. Fiz de tudo para equilibrar as
duas”. Ora, nas palavras da própria, só é possível com “muita resiliência, força de vontade, gostar mesmo do que se faz e, acima de tudo, ter apoio”, atentou, enaltecendo o papel do Sporting CP e da Federação Portuguesa de Atletismo para “ajudar na recuperação, alimentação e outras vertentes”.
Apesar das dificuldades, as duas facetas da vida de Olímpia Barbosa “complementam-se” também em certos aspectos, garante, tanto a nível físico como mental. “O facto de ser atleta há muitos anos preparou-me para estar muito disponível fisicamente e trouxe-me também a capacidade para absorver momentos mais difíceis ou de ansiedade. Trouxe isso para os bombeiros e
vice-versa também, porque [nos bombeiros] lidamos também com problemas sociais complicados”, destacou.
Do quartel para as pistas, o balanço que faz desta ‘vida dupla’ entre o equipamento e a farda “é muito positivo tendo em conta as circunstâncias”, embora com a perfeita noção de que “seria melhor e o aproveitamento mais positivo se estivesse cem por cento dedicada ao desporto”. Mesmo assim, por exemplo, em 2022 e 2023 chegou a Campeonatos da Europa.
Já na presente época, uma micro-rotura deu-lhe o pior início possível, mas “estamos a construir o caminho”, realçou, apontando ainda onde quer chegar: “Quero aproximar-me do meu recorde pessoal, tentar estar presentes nas grandes competições, como Campeonatos do Mundo e da Europa, e, quem sabe, atingir o recorde nacional ao ar livre”.
E embora tenha “ajudado muita gente como bombeira” e sido “finalista no Europeu de sub-23”, agora com 30 anos recém-cumpridos Olímpia acredita também que o grande feito da sua vida “ainda não aconteceu”.
A meta está sempre à frente e o caminho desta atleta faz-se a correr, sempre a correr, porque a sua vida é uma corrida e também com barreiras. Seja ao toque de sirene ou ao tiro de partida, Olímpia Barbosa vai continuar preparada para a acção.
Todos os dias têm a sua história, mas há quem consiga fazer caber mais coisas nas mesmas 24 horas que todos temos, tal como Olímpia Barbosa, que conjuga duas profissões, mas também como Beatriz Santos, que equilibra o futsal com o Ensino Superior. O seu caso é mais comum e retrata, inclusive, uma realidade nacional, não só no futsal feminino, mas em muitas outras modalidades.
Com apenas 21 anos, a polivalente jogadora tem capitaneado as Leoas esta temporada e, ao mesmo tempo, é finalista em Design de Comunicação, uma licenciatura que está a cursar na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Os seus dias fazem-se também de muita organização e esforços redobrados, tudo para
viver nas quadras a paixão de uma vida mas sem postergar a base de um futuro que, pelo menos para já, o futsal ainda não permite às mulheres.
Para Beatriz Santos, a bola começou a rolar nas Caldas da Rainha. Com uma “família toda ligada ao desporto, essencialmente ao futebol e ao futsal” é sem surpresas que tem entre as primeiras memórias “começar a correr atrás de uma bola”. Depois, os passes e os golos tornaram-se um pouco mais sérios, mas como “naquela zona era complicado ter futsal feminino”, explicou, entrou para a equipa masculina de benjamins da ADF Alvorninha, um clube perto de casa.
“Inicialmente não havia outras raparigas”, lembrou. Beatriz Santos era a única na equipa, mas “depois foram aparecendo”. Assim, até ao escalão de iniciados cresceu a jogar entre os rapazes –uma realidade para muitas jovens futsalistas, mas já em mudança. E é com as melhores recordações que rememora esses tempos. “Nunca me senti num meio estranho. Fui muito bem integrada e nessa primeira equipa fiz os meus melhores amigos e ainda mantemos o contacto”, afirmou convictamente, embora também não esqueça alguns episódios muito particulares e até desagradáveis. “Muitas vezes, nos jogos, não tínhamos balneário para nós e tínhamos de esperar a que os árbitros acabassem de tomar banho para que depois fossemos nós a desequipar. E, claro, houve também ocasiões em que não nos sentíamos bem recebidas, até por parte de adeptos, o que é estranho quando éramos crianças, mas foram situações que ultrapassei e que foram desaparecendo da minha vida. Nada que me ficasse marcado”, salientou. Já dentro da quadra, Beatriz fica sobretudo com as aprendizagens de ter jogado numa equipa masculina, “principalmente em termos de intensidade”. Foi o início de um percurso marcado pela adaptação e de ‘saltos’ constantes.
Em 2018/2019, com 15 anos, vai para o CR Golpilheira, na Batalha, muda-se definitivamente para o futsal feminino, mas com esta mudança ‘salta’ de imediato para uma equipa sub-19. “Senti muito
essa diferença na troca do masculino para o feminino. Tive de me adaptar para algo mais táctico e dar o ‘pulo’”, considerou, frisando que a partir daí aconteceu tudo muito rápido.
De repente, nas duas épocas seguintes ainda era adolescente e já estava a jogar no principal escalão “com mulheres que tinham, muitas vezes, o dobro da minha idade”, apontou, e em 2021/2022 chega ao Sporting CP. “Mais um grande salto”, realçou a internacional sub-21, acrescentando: “Era o meu último ano de júnior, mas integrei a equipa sénior, que estava no topo, e foi difícil, mas tenho vindo a crescer aqui”. Para aumentar ainda mais o nível de dificuldade, a uma grande responsabilidade dentro das quatro linhas juntou-se outra fora delas: é com a vinda para Lisboa que começa também a vida universitária, uma obrigatoriedade muito mais do que um plano B à carreira desportiva. “Apesar de querer muito que o futsal fosse o meu plano A, acho que tenho de pensar na faculdade e, depois, logo se vê. Provavelmente não vou conseguir viver do futsal, ainda não sei se vou seguir mestrado ou não, mas terei de integrar o mercado de trabalho, porque tem de ser. A minha maneira de viver será, muito provavelmente, a partir do curso”, reflectiu Beatriz Santos, que desde aí faz de tudo para conjugar as duas vertentes, Inicialmente até entrou em Arquitectura, mas o desencontro com a área em si e as dificuldades para conciliar com o futsal, porque “exigia muitos trabalhos”, obrigou-a a “pensar duas vezes”. Às vezes, é preciso passar a bola para trás para conseguir avançar melhor, e assim foi. “No segundo ano mudei e estou muito melhor, quase a acabar o curso e numa área muito abrangente e que realmente gosto”, destacou, mantendo em aberto onde quer chegar através de Design de Comunicação: “Fascina-me mais a modelagem 3D, a animação e gosto muito de fotografia também. Tenho muitas opções”.
Ao ser um curso “muito prático” e que “exige muito tempo para fazer projectos”, conciliar a licenciatura com o futsal ao mais alto nível em Portugal “é difícil”, não o nega,
mas “tudo se faz”, assegura de forma optimista. E a futsalista-estudante de 21 anos é prova disso, tal como as suas colegas de equipa, com quem partilha esta carreira dual, acima de tudo porque “gosta-se do desporto e fazemos tudo pelo Clube”. “Na nossa equipa, por ser muito jovem, a maior parte estuda, mas também temos casos a trabalhar, e conciliar treinos com turnos também não é fácil”, atirou, mas com toda a equipa sob um contexto muito similar “há uma entreajuda muito grande”, enalteceu.
Pessoalmente, “treinar sempre à noite facilita”, porque as horas de dia de Beatriz são para ir às aulas, embora esse ciclo a obrigue “a ir dormir tarde e acordar cedo”, graceja, mas acredita que tudo se resume a “organização e saber aproveitar todos os momentos”, seja para estudar “nos ‘furos’ durante o dia” ou até “no autocarro”, a caminho de algum jogo fora no fim-de-semana.
Já em termos estritamente desportivos, a época da jovem equipa do Sporting CP, um grupo “impecável”, assinalou, está a ser atribulada e a duas jornadas do fim ainda procura um lugar de acesso aos play-offs “Sabíamos que ia ser uma época complicada, é uma equipa nova praticamente, com muitas coisas a ajustar”, considerou, embora olhe em frente com confiança: “As melhorias que estão a aparecer agora vem do trabalho que tem sido feito desde o início da época”.
E nesta desafiante temporada a polivalente jogadora, apesar da sua juventude, tem tido a responsabilidade “boa”, mas acrescida, de ser uma das capitãs das Leoas. “Sou da idade de muitas delas, várias estão no primeiro ano de sénior, conheço as dificuldades, o seu dia-a-dia e nesse sentido consigo ajudar”.
Além disso, deixa um conselho claro para todas as que estejam a passar ou venham a ter esta dicotomia na sua
vida: “Não desistam, nem nos estudos, nem no futsal. Vamos ter muitos obstáculos ao tentar conciliar e não será à primeira que vamos conseguir ajustar tudo. É uma questão de tempo até nos organizarmos”.
Curiosamente, o melhor momento da sua ainda curta carreira desportiva também une o futsal à universidade: em 2022, Beatriz Santos fez parte da selecção nacional que se sagrou campeã mundial universitária. “Foi um sonho tornado realidade. Acabamos a época em Maio, em Junho já estava em estágio e nesses meses estive apenas a viver o futsal e deu-me um pouco a ideia do que é ser profissional. Foi muito bom e era uma experiência que gostava de repetir”.
A margem para melhorias no futsal feminino é muita e, por isso, Beatriz Santos prefere ver o copo meio-cheio.
“Acredito que o futsal feminino vai evoluir muito nos próximos anos”, finalizou a jovem jogadora e quase licenciada.
UNIVERSAL EX-A. ACADÉMICA DE COIMBRA CHEGA AO “CLUBE DO CORAÇÃO”.
Texto: Luís Santos Castelo
Fotografia: João Pedro Morais
O Sporting Clube de Portugal anunciou, no último sábado, a contratação de Mariana Gandarez para a equipa principal feminina de futsal. A universal, de 27 anos, chega ao emblema de Alvalade proveniente da A. Académica de Coimbra e não escondeu a satisfação nas primeiras palavras de Leão ao peito.
“É um privilégio representar o Sporting CP, o meu clube do coração. Espero ajudar da melhor forma numa fase muito decisiva do campeonato e dar um presente à minha mãe, que também é Sportinguista ferrenha e tem muito orgulho em mim”, começou por dizer aos meios de comunicação Leoninos, continuando.
“Desde pequena que tenho o so-
nho de jogar no Sporting CP e esta oportunidade surgiu numa boa altura da minha carreira de atleta. Tenho potencial para ajudar a equipa a conseguir a permanência na Liga e o acesso aos play-offs”, referiu.
A Leoa falou, depois, do seu percurso desportivo: “Comecei no futebol e depois fui para o futsal. Destaquei-me no CD Ourentã, tive uma lesão e fui para a A. Académica de Coimbra. Estive no Lusitânia de Lourosa FC e tive algumas lesões, mas tenho lutado muito por ser uma atleta mais consistente e resiliente. É também por isso que estou a ter esta oportunidade”.
Admitindo que o que mais a cativou “foi jogar no Sporting CP, mas também na Primeira Divisão”, Mariana Gandarez quer “continuar a entre as melhores e, quem
sabe, conseguir uma chamada à Selecção Nacional”.
Agradecendo “à equipa técnica e às jogadoras”, que a “receberam muito bem”, a atleta não tem dúvidas de que o grupo que encontrou no Pavilhão João Rocha “tem muita qualidade”. “Espero contribuir para estarmos onde devemos estar: no patamar mais alto do futsal feminino”, acrescentou. Mariana Gandarez, que vai utilizar o número 26 na camisola, explicou que a sua maior qualidade “é dar o corpo às balas pela equipa”. “Individualmente, a minha preferência é a ala, gosto de ir no um para um”, frisou ainda, deixando uma mensagem aos Sportinguistas. “O futsal feminino está a evoluir. É preciso acreditar no processo e tenho a certeza de que as coisas vão ficar muito melhores”, concluiu.
Tanto Olímpia Barbosa como Beatriz Santos têm a certeza da importância e do simbolismo do Dia Internacional da Mulher. Um momento, acima de tudo, de celebrar as conquistas alcançadas, nas mais diferentes áreas, ao longo da História? Sim, mas nunca apenas isso.
“Não se pode apagar o que ficou para trás e não podemos deixar de lutar, porque ainda temos de chegar à igualdade”, afirmou a velocista do Sporting CP, considerando que o 8 de Março é, também, mais um dia simbólico para continuar a avançar em matéria de direitos e igualdade. Uma opinião, por sua vez, corroborada pela jovem futsalista Leonina.
“É muito importante continuar a celebrar este dia. Apesar de termos crescido muito, ainda há muitas batalhas a travar, dentro e fora do desporto”, indicou Beatriz Santos.
BILHETE DE IDENTIDADE
NOME MARIANA ALVES GANDAREZ
DATA DE NASCIMENTO 30 DE JANEIRO DE 1998 (27 ANOS) NACIONALIDADE PORTUGUESA
POSIÇÃO UNIVERSAL
CLUBES ANTERIORES
GD ALMAS, AC VILARINHO, CF SANTA CLARA, CD OURENTÃ, A. ACADÉMICA DE COIMBRA, LUSITÂNIA DE LOUROSA FC, NS CONDEIXA, ARCD VENDA DA LUÍSA, LUSITÂNIA DE LOUROSA FC E A. ACADÉMICA DE COIMBRA
CAMPEÃS NACIONAIS DE NATAÇÃO PELA NONA VEZ NO HISTORIAL VERDE E BRANCOCONTARAM SEGREDOS DO SUCESSO EM ENTREVISTA AO JORNAL SPORTING.
Texto: Nuno Miguel Simas
Fotografias: Isabel Silva
A equipa de natação feminina do Sporting Clube de Portugal somou recentemente o nono título de Campeã Nacional na História. As Leoas, cuja equipa é composta por 14 nadadoras treinadas por Carlos Cruchinho, festejaram no lugar mais alto do pódio em Dezembro do ano passado, em Albufeira. Em entrevista ao Jornal Sporting, a capitã de equipa Maria Moura e as sub-capitãs, Madalena Cerdeira e Mariana Mendes, abriram o livro das histórias que ficaram por trás de um sucesso que fez vir ao de cima o que de melhor pode haver numa conquista de equipa.
A capitã Maria Moura, especialista em mariposa, deu a chamada ‘braçada de saída’ na conversa com o Jornal Sporting. “Há um ano que todos os dias pensávamos em ganhar o título que tínhamos perdido no ano anterior. Todos os dias quando chegávamos ao
treino esse era o nosso objectivo. Quisemos muito ganhar, foi muito bom ver que o nosso esforço compensou”, complementando o sentido de retorno do esforço: “Ao levantarmos o troféu do título foi como ver que vale a pena vir treinar todos os dias, dar o máximo e também provar que a natação do Sporting CP continua a ter muita qualidade”.
Maria Moura não tem dúvidas de que na natação do Clube, a união faz mesmo a força. “Todas nos superámos, individualmente e como equipa. O espírito de equipa foi mesmo muito bom, o que ajuda bastante, quem esteve a nadar conseguiu ir buscar energia aos que estavam cá fora a apoiar e foi muito bom mostrar que conseguimos voltar ao lugar mais alto do pódio”.
Nadar pelo Sporting CP é ter dois
amores: a natação e o Clube. Maria Moura explica: “Às vezes é muito difícil, para nós, fazer tudo tão bem [várias nadadoras são estudantes universitárias] e é bom ver que numa das vertentes da nossa vida, a natação, à qual damos tanto tempo e tanto esforço, estamos a colher os frutos do nosso trabalho”.
A nadadora Leonina viu na equipa do Sporting CP dos Nacionais de clubes um grande sentimento de pertença de todos os que integram o colectivo. “Nunca tinha sentido tanto a equipa do Sporting CP como nesse fim-de-semana e nestes últimos tempos. Cada pessoa tem um lugar especial na equipa, traz-lhe um valor especial. Há uns que nadam três provas e dão essa parte, há outros que estão cá fora, sempre a apoiar e nunca nos deixam desmotivar quando algo corre menos bem. Isso ajuda muito e foi muito importante para a equipa funcionar tão bem”.
Madalena Cerdeira, nadadora de
bruços e uma das sub-capitãs do Sporting CP, acentuou que o desejo de ganhar era muito grande e veio logo à tona, assim que a equipa tinha sido desalojada do lugar mais alto do pódio, em 2023. “Foi muito bom voltar a subir ao lugar mais alto do pódio. Talvez por não sermos as principais candidatas ao título neste campeonato, foi uma vitória que soube ainda melhor, por recuperarmos o título e toda a equipa sentiu isso da mesma forma, tanto os rapazes como as raparigas e foi mesmo muito bom”, para concretizar o desejo de voltar ao lugar cimeiro do pódio que aconteceu em Dezembro de 2024: “O nosso campeonato começou a ser conquistado no dia em que tínhamos perdido o anterior. Todos os dias no treino se sentia a nossa vontade a crescer até culminar no fim-de-semana em Albufeira. Todas nós trabalhámos muito para isso e acho que nos fomos apoiando em todos os treinos, mesmo naqueles que não corriam tão bem. Foi sobretudo uma vitória do querer e da ambição, todo o nosso trabalho recompensou e isso foi a melhor coisa que nos podia ter acontecido”. Os Campeonatos Nacionais de clubes de natação decorreram em dois dias. Várias nadadoras cumpriram três provas nesses dois dias, porque acima de tudo estava o interesse da equipa, o interesse do Sporting CP. Por isso, o sentimento foi o de que todas nadaram por algo maior: o emblema Leonino e o prestígio do Clube. “O segredo foi mesmo o espírito de equipa. Toda a gente que está na bancada faz uma diferença enorme para os que estão a nadar. Nós conseguimos sentir a energia das pessoas que estão a gritar por nós e se não fossem elas, acho que seria tudo diferente. Nesse sentido o Sporting CP é uma equipa muito unida e diferente, porque toda a gente tem um lugar especial na equipa e isso torna-nos muito mais fortes”.
A nadadora do Sporting CP ga-
rante que foi buscar forças e energia ao apoio das colegas que não foram escolhidas para nadar. “Os Nacionais de clubes são sempre uma prova e um ambiente muito diferente. Todos os atletas de todos os clubes têm vontade de nadar e de ganhar e sendo só um a nadar por prova faz sempre diferença na equipa. Nem todos têm oportunidade de nadar, mas têm sempre um lugar especial na bancada e isso ajuda-nos imenso”. Mariana Mendes, nadadora no estilo de livres e outra das sub-capitãs de equipa, foi a primeira nadadora a representar o Sporting CP nos Nacionais de clubes e logo com uma vitória. Partiu dela o sucesso colectivo final e a forma obstinada como a equipa sentiu que tinha de recuperar um título que já tinha sido do Clube. “Temos muito a cultura, principalmente nos últimos tempos, de trabalhar cada vez mais e de fazer mais e melhor, olhar menos para o lado e olhar para nós próprias e pensar que isto é o que temos para fazer, fazer o melhor possível para as coisas melhorarem. Temos trabalhado muito e é fácil trabalhar quando estamos rodeadas de pessoas que também querem trabalhar. Isso tem ajudado muito, ultimamente”.
“Desde o dia em que tínhamos perdido o título nacional que dizíamos repetidamente: para o ano não perdemos, para o ano não perdemos”. Mariana Mendes elencou as causas principais para o sucesso. “Foi uma conjugação de factores entre apoiarmo-nos uns aos outros, o trabalho que temos feito e um pouco de sorte, que em algumas alturas também é importante e acabámos por conseguir cumprir o nosso objectivo. Mais do que orgulho próprio, esta vitória foi um orgulho colectivo pelo que alcançámos em conjunto”.
A natação é uma modalidade com uma História rica no Sporting CP, grandes nomes têm passado pelo Clube, por isso ganhar é prestigiar a História, reflectiu: “Quando
representamos o Sporting CP não nos representamos só a nós, mas toda a História construída anteriormente”.
As três nadadoras Leoninas não estão apenas ligadas por representarem o Clube. São também estudantes de medicina, excelentes alunas, que conciliam ambas as actividades para as quais vivem neste momento. “Sou estudante do 5.º ano de medicina, na verdade somos as três estudantes de medicina e mais estudantes de medicina existem no Clube. O Sporting CP está a ficar com a tradição de todos os anos ter alguém a entrar no curso superior de medicina”, começou por enunciar Mariana Mendes, explicando a conciliação. “Ao início é desafiante, porque são duas realidades que exigem muito tempo e muita dedicação, mas as coisas vão-se alinhando”.
Para ganhar é preciso treinar e treinar muito. A prática requer disciplina, metodologias e uma exímia gestão de tempo. “Actualmente estou a treinar semanalmente: dez vezes na água e três vezes no ginásio. Os treinos duram cerca de duas horas, a duas horas e meia”.
Madalena Cerdeira, estudante no 3.º ano de medicina, corrobora do plano de trabalho da companheira e amiga. “Para mim é o mesmo puzzle para encaixar. Treino nove vezes por semana. Passamos a vida dentro de água, basicamente”.
Maria Moura, também estudante no 3.º ano de medicina, confirma o ditado de que ‘não há duas sem três’: “As nossas rotinas são muito parecidas. Acordar e vir para a piscina, depois ter uma ou duas aulas e voltar para a piscina, ir para o ginásio e no dia seguinte, repetir tudo. É cansativo, mas no final vale a pena e é isso que nos motiva”.
Numa conversa bem descontraída, também veio ‘à baila’ a relação com o treinador, Carlos Cruchinho, por quem Maria Moura tem um grande apreço e consideração. “Ele é, sem dúvida, muito exigente, mas não podia ser de outra forma. Se queremos alcançar objectivos grandes e fazer a diferença, temos de ser exigentes connosco. Quando chegámos à equipa absoluta, a nossa relação
com ele era um pouco mais distante, era o treinador dos mais velhos, mas à medida que vamos crescendo e conhecendo-o melhor, o Cruchinho não é nada inacessível ou distante. É sem dúvida o melhor treinador que tive e espero treinar mais anos com ele”, referiu a capitã.
Madalena Cerdeira também elege a exigência como uma das bandeiras do sucesso. “É como em tudo na vida, se não puxarmos por nós próprias primeiro, quem vai puxar? Mas no Clube sempre tivemos quem nos ajudasse a puxar por nós e se outros conseguem nós também temos de conseguir. Acabamos por nos ‘levantar’ uns aos outros, claro que tudo começa por nós mesmos, mas a equipa [Sporting CP] faz a diferença”.
Mariana Nunes acredita que há um lema na natação verde e branca, mesmo sem estar num estilo de patente com marca registada. “Toda a gente na nossa equipa acrescenta alguma coisa, há lugar para todos desde que acrescentem algo. Pode ser a vontade, pode ser aquilo que puxa pelos outros, o lema ultimamente tem sido mesmo ‘Onde vai um, vão todoss’, e indo todos, vamos mais longe”.
Mariana Mendes, Madalena Cerdeira e Maria Moura têm anos acumulados de Sporting CP. Não só por isso, mas certamente também por isso, são capitãs de equipa e cada uma explicou à nossa reportagem como entraram na natação do Clube. “Tenho quatro anos de Sporting CP. Treinava no clube do colégio onde estudei, o treinador que estava nesse clube tinha sido treinador do Sporting CP e quando saiu desse clube onde eu estava, eu e outros colegas decidimos abraçar outro projecto, uma experiência diferente do que estávamos habituados e decidimos vir para o Sporting CP”, disse Mariana Mendes.
Madalena Cerdeira relata os primórdios da carreira que encetou na natação. “Nadava no clube da piscina onde aprendi a nadar, o meu treinador,Ricardo Dias, foi convidado para vir para o Sporting CP, acabei por vir com ele e integrei a equipa já existente do Cruchinho. Agora, os dois são nossos treinadores e estou muito contente. Vir para o Sporting CP foi das melhores decisões que já tomei. Estou cá há seis, sete anos”. Maria Moura também recorda a entrada no Sporting CP. “Entrei nos anos de formação, andava na natação no clube ao pé de casa e dizia a mim mesma que se saísse do clube onde estava iria para o Sporting CP. Estive dois anos na formação, treinava com o José Pala, que é treinador dos juvenis. Depois passei para a equipa
absoluta, passei depois a treinar com o Cruchinho. Na altura era a mais nova da equipa e agora sou a capitã, uma realidade que às vezes nem eu própria acredito”.
“Sagrámo-nos Campeãs Nacionais no fim da última prova individual, ou seja, fomos nadar a última prova, que era a estafeta, já Campeãs e isso foi uma sensação mesmo muito boa, saber que independentemente do que fosse acontecer. Íamos dar sempre o nosso máximo, mas foi uma sensação muito boa. Assim que a nossa colega Margarida tocou na parede ficámos todas eufóricas e ficámos a saber que tínhamos ganho”, recordou Maria Moura sobre os 50 metros bruços, a última prova individual dos Nacionais de clubes.
A equipa de natação do Sporting CP manteve um núcleo duro para esta época em que reconquistou o título, mesmo tendo perdido alguns elementos, recordou Maria Moura, situação que fez da conquista algo de “diferente e especial”, classificou, acrescentando: “Marcou-nos muito. Todo o ano de trabalho foi muito intenso e acho que por isso nos marcou tanto”, sentimento partilhado por Madalena Cerdeira: “Concordo com a Maria. Foi uma vitória diferente das outras pelo facto de
termos recuperado o título. Mas todas as vitórias têm um sabor especial, todas são diferentes”, com Mariana a fechar o leque de opiniões sobre o sentimento da conquista. “Foi uma conquista especial, pelo trabalho que deu, especialmente. Foi uma prova onde não éramos, à partida, as favoritas, mas se lutarmos muito por uma coisa, às vezes essas coisas são possíveis. Vamos trabalhar muito para que as vitórias se repitam”.
Para as três, dizer o que torna tão especial a natação do Sporting CP, não teve hesitações nas respostas. “Vir para aqui todos os dias e estar rodeada de pessoas que todos os dias passam por isto connosco é mesmo muito bom. A natação do Sporting CP é uma parte muito importante da minha vida e vai ter sempre um lugar especial”, referiu Maria Moura. Mariana Cerdeira também justificou: “No Sporting CP temos o espírito de que a união faz a força, acabamos sempre por conseguirmos superar-nos nos treinos e o nosso trabalho depois é recompensado, como pudemos ver”. Por fim, Mariana Mendes salientou: “Estamos rodeadas de pessoas que querem o mesmo que nós, pessoas que querem o sucesso para eles e também para os outros. Eu quero não só o meu sucesso, mas o sucesso de todas as pessoas com quem eu treino e vamos puxando uns pelos outros para sermos melhores a cada dia”.
“
WESLEY REINALDO CUMPRE A SUA SEGUNDA TEMPORADA DE LEÃO AO PEITO, PREMIADA RECENTEMENTE COM A CONQUISTA DE MAIS UMA TAÇA DA LIGA. EM ENTREVISTA AO JORNAL SPORTING, O FIXO GARANTIU QUE O FUTSAL LEONINO NÃO QUER “FICAR POR AQUI” E FALOU SOBRE AS AMBIÇÕES DA EQUIPA A CURTO PRAZO. A VIVER A MELHOR TEMPORADA DA CARREIRA, O BRASILEIRO DE 24 ANOS RECONHECEU QUE TRABALHAR COM NUNO DIAS O AJUDA A EVOLUIR E RELEMBROU AS TEMPORADAS DE EMPRÉSTIMO AO CR LEÕES DE PORTO SALVO, SEMPRE CONFIANTE DE QUE REGRESSARIA “AO MELHOR CLUBE DO MUNDO”.
Quais são as sensações que lhe ficam desta conquista?
golos. É um jogador talhado para as grandes decisões?
Comecemos pela conquista da sua segunda Taça da Liga ao serviço do Sporting CP, troféu aqui ao nosso lado para inspirar esta conversa. Como é que analisa a tra jectória da equipa nos três jogos da final eight, princi palmente na final?
Senti a equipa muito forte em termos de qualidade no conjunto, fisicamente, e também muito unida. Acho que estivemos muito bem nas três partidas, desde o jogo com a AD Fundão, e fomos subindo degrau a degrau a nossa confiança. Com o SL Benfica, um dérbi, sabíamos que tínhamos de estar atentos a todos os momentos do jogo, começar bem e com vontade. Na final, estivemos focados e conseguimos uma boa vitória.
Já não é o primeiro título que vence… Sim, mas cada título é como se fosse o primeiro. Nós comemoramos e comemoramos bastante [risos]. Este título também nos dá mais confiança para o resto dos jogos que ainda temos pela frente nas várias competições. Não podemos parar por aqui, queremos ainda mais.
“CADA TÍTULO É COMO SE FOSSE O PRIMEIRO. NÓS COMEMORAMOS E COMEMORAMOS BASTANTE”
O Wesley tem um percurso de relevância ao longo da final eight, marcando na final e integrando a lista dos segundos melhores marcadores da prova, com quatro
Entro para qualquer jogo, independentemente de ser decisivo ou um jogo dito normal, com a mesma mentalidade. Acho que vou levar ‘isto’ sempre da mesma forma. E quando assim é, os golos acontecem naturalmente.
O João Matos tem uma declaração curiosa no fi nal do jogo, que vai um pouco ao encontro do que o Wesley dizia há pouco sobre “não parar por aqui”. Parafraseando o, algo como “há sete meses que não ganhávamos um título, é muito tempo”. É esta mentali‑ dade que faz a diferença no fim das contas?
Sim, todos queriam muito vencer esta Taça da Liga. Tínhamos perdido a Supertaça e não podíamos mesmo perder mais títulos. Pensávamos “vale um troféu, não podemos vacilar, não podemos deixar isto passar”. Acho
que essa ideia foi crescendo dentro de nós como grupo e conseguimos passá-la para a quadra.
Podemos quase dizer que é uma equipa alérgica à derrota…
Ninguém gosta de perder. Dependendo de nós, tudo vamos fazer para não perder mais nenhum jogo até ao final da época.
Falando em final da época, quais são as maiores am bições colectivas desta equipa para o que resta da temporada?
Ganhar todas as competições. Agora em Março disputamos a final eight da Taça de Portugal, que queremos vencer, tudo faremos para isso. Depois temos também a final four da UEFA Champions League, que está ao nosso alcance e que queremos obviamente conquistar. E há a Liga, onde vamos em busca do Penta.
Esta será a quinta vez consecutiva que o Sporting CP disputa a final four da UEFA Champions League e a séti ma nas últimas oito edições. Pertencer à elite europeia é uma responsabilidade ou um orgulho?
Bom, acho que os dois. Sabemos das dificuldades, mas nós somos o Sporting Clube de Portugal. Queremos vencer e vamos a Le Mans fazer de tudo para isso, independentemente de qualquer coisa.
Sentem que as outras equipas vos olham com esse peso, com esse respeito? “É o Sporting CP”?
Sim, acho que qualquer equipa que nos enfrenta tem esse pensamento. Mas não nos adianta jogar só com o nome do Clube. Temos também de fazer a nossa parte e mostrar que podemos honrar a camisola que vestimos.
Colocam algum limite para a vossa ambição? Ou na verdade é essa renovação constante de objectivos que alimenta a fome numa equipa que já venceu tudo?
Não há limites. Esta é a minha segunda UEFA Champions League, mas ver os meus colegas, que já jogaram muitos jogos destes, que já foram campeões, a querer vencê-la como se fosse o primeiro título que disputam… ainda me motiva mais.
“VER OS MEUS COLEGAS, QUE JÁ JOGARAM MUITOS JOGOS DESTES, QUE JÁ FORAM CAMPEÕES, A QUERER VENCER A UEFA CHAMPIONS LEAGUE COMO SE FOSSE O PRIMEIRO TÍTULO QUE DISPUTAM… AINDA ME MOTIVA MAIS”
Como é esse companheirismo no balneário entre os mais jovens e os mais velhos? O Wesley aprende muito com eles?
Sim, claro, mas eles também aprendem comigo [risos]. No quê? Sou um jogador que defensivamente acrescenta. Posso passar algo aos meus colegas, tal como a nível ofensivo, e de outras formas, aprendo eu com eles também. Disse isto o ano passado quando cheguei, mas o nosso grupo é surreal. O Zicky Té, vocês sabem, é um brincalhão, o Pauleta também… é um grupo onde todos brincam com todos, muito unido, e essa descontracção faz-nos muito bem.
E há duras também?
Há duras também. O João Matos... [risos] Há duras. Hoje durante o jogo [frente ao SC Ferreira do Zêzere] levei uma do Pauleta também.
E o que é que lhe dizem?
Hoje foi uma cobrança boba, uma discussão bobinha,
mas já passou. Não ligamos a essas coisas, fazem parte dos momentos de jogo. Sei que a cobrança vem sempre pelo nosso bem. Nunca é por maldade.
Essa capacidade que têm de resolver os conflitos tam bém influencia na forma como em campo respondem às adversidades?
Sim, acho que sim. E há uma coisa interessante: os nossos treinos são mesmo muito competitivos. Uma equipa quer ganhar à outra e se sofremos um golo toda a gente fica num nível… cada um mais chateado do que o outro. Isso ajuda-nos a ser ainda mais competitivos nos jogos.
Pegando nessa insatisfação perante a derrota: o que é que fizeram, após o final da Supertaça, para colocar para trás esse resultado negativo?
Depois da derrota fizemos uma análise. Perguntámonos: “Fizemos um mau jogo?”. Não fizemos. Tivemos muita falta de eficácia. E percebemos que se formos eficazes dificilmente perdemos seja que jogo for. No entanto, sabemos que vai acontecer, que chegarão momentos onde faremos exibições menos positivas. Temos de saber lidar com isso durante os 40 minutos.
E o míster, o que é que ele lhe traz? Esta é a sua se gunda época no Sporting CP e, muito provavelmente, a sua melhor enquanto sénior. Ultrapassou já o seu melhor registo de golos a meses do fim da temporada. Trabalhar com o Nuno Dias ajuda o a evoluir? Sim, acho que evoluí em muitas coisas. Como disse, essa cobrança, a exigência, a competitividade que existe entre os atletas no treino e os berros do Nuno Dias… [risos] tudo isso me motiva. Fui crescendo, até porque sabia que podia melhorar em muitos aspectos, principalmente na finalização e no momento da decisão. E isso o Nuno Dias cobra não só de mim, mas de todos.
Olhemos para trás, para o passado. Aquele menino que com 19 anos chegou do Brasil a um país desconhecido, ao outro lado do mundo… esse Wesley tomou a decisão certa? Sim, com certeza. Sabia que estava a vir para o melhor
clube do mundo. Depois, quando fui emprestado, sabia que fazendo as coisas como deve ser, o meu momento ia chegar. E chegou. Tomei a decisão certa. Não me arrependi de nada.
“SABIA
Durante essas épocas em que esteve emprestado, algu ma vez duvidou de que seria capaz de chegar à equipa principal e de singrar?
Nunca duvidei de que poderia voltar, pelo contrário. Sempre que estive do outro lado pensei apenas em fazer uma boa época. Também não me ‘exigi’ um regresso imediato, isso podia afectar-me psicologicamente. Deixei as coisas acontecerem naturalmente: fazer bons jogos, uma boa época, e, depois, a decisão partiria do Sporting CP.
O que é que sentiu quando lhe foi comunicado que inte graria o plantel em 2023/2024?
Pensei “agora chegou o meu momento, tenho de mostrar porque é que estou a voltar, retribuir a confiança”. Fiquei muito feliz, de verdade. Aqui, posso lutar por muitas coisas importantes, por muitos títulos. Então, quando o Nuno Dias falou comigo, foi muito especial para mim e para a minha família.
Como é que o Nuno Dias lhe deu essa notícia?
Mandou-me uma mensagem. Na verdade, eu já sabia que ia voltar pelo Rodrigo [Pais de Almeida, coordenador-geral do futsal], mas eu estava de férias. Nessa mensagem, o Nuno disse que eu tinha chegado ao melhor Clube do mundo e que agora só me competia mostrar o meu valor.
Lembra se da sua estreia?
A oficial confesso que não [risos], mas a primeira grande recordação que tenho de Leão ao peito é de jogar o Troféu Stromp. Dá um frio na barriga ver o Pavilhão João Rocha cheio, sem palavras. É um motivo de muito orgulho para mim.
Já tinha jogado aqui pelo CR Leões de Porto Salvo…
Mas é diferente [risos]. É diferente jogar contra o Sporting CP e jogar pelo Sporting CP. Ter estes adeptos a nosso favor é maravilhoso.
Os adeptos são parte integrante do sucesso desta equipa?
Com certeza. Eles puxam por nós e se não puxarem por nós, nós puxamos por eles. Caminhamos juntos. Eles fazem o papel deles fora do campo e nós fazemos o nosso na quadra.
“OS ADEPTOS PUXAM POR NÓS E SE NÃO PUXAREM POR NÓS, NÓS PUXAMOS POR ELES. CAMINHAMOS JUNTOS”
O Wesley é internacional jovem pelo Brasil e venceu mesmo a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude com o seu país. Voltar a vestir a camisola da Canarinha é um objectivo?
Sinceramente, nunca penso se um dia vou ou não representar a minha Selecção. Não gosto de fazê-lo porque ficaria frustrado a cada convocatória onde o meu nome não estivesse na lista. A minha cabeça está totalmente focada no Sporting CP e se for para acontecer, acontecerá. >>
>> Então não traça objectivos a nível individual? Não tem nenhum sonho?
Tenho, claro. O sonho de estar entre os melhores do mundo. Naquela lista dos dez. Fui o melhor jogador do Mundial de Clubes em Barcelona [em 2019, ao serviço do Corinthians] e tenho o objectivo de estar ali sempre entre os melhores. Mas também não são essas listas que me vão afectar. Sei o meu papel, sei da minha importância, e por isso o meu grande objectivo agora também é ajudar o Sporting CP a conquistar títulos.
“O MEU GRANDE OBJECTIVO É AJUDAR O SPORTING CP A CONQUISTAR TÍTULOS”
Quem é o Wesley fora da quadra?
O Wesley fora da quadra? [risos] Eu sou uma pessoa tranquila. Na maioria dos dias saio daqui do treino e vou para casa. Tenho a minha esposa aqui comigo e às vezes saímos, vamos tomar um café, mas em geral sou mesmo muito tranquilo. Gosto de videojogos. Agora estou a jogar o da NBA.
Depois do futsal, o basquetebol é a modalidade de que mais gosta?
Eu gosto de jogar FIFA também, mas às vezes enjoa, então temos de mudar um pouquinho. Experimentei o jogo da NBA e tenho jogado bastante.
O Wesley falou da sua esposa, que está aqui consigo. E a restante família?
A minha esposa veio comigo do Brasil, estamos juntos desde os meus 16 anos. A minha mãe não vem para cá por causa da minha avó, e por isso é que na maioria das minhas férias vou até lá. Sabe bem matar saudades, mas às vezes dou por mim a pensar “está bom, tenho de voltar para Portugal” [risos].
Quais são as maiores diferenças entre a vida no Brasil e a vida aqui?
A segurança e o custo de vida, que no Brasil é muito alto. Não falei disso há pouco, mas é outro dos grandes objectivos que tenho: ajudar a minha família, os meus pais, os meus irmãos. Dar-lhes aquilo que não conseguiram dar-me, retribuir o esforço total que fizeram para que eu pudesse aqui estar hoje.
Como é que eles reagiram quando lhes disse que vinha para Portugal?
A minha mãe não acreditava. Ela só me dizia assim: “Tu vais sozinho? Tu vais sozinho mesmo?” [risos]. E eu disse-lhe que tinha de ir, que não dava para deixar passar uma oportunidade tão boa.
E o Wesley veio mesmo sozinho? Ou acompanhado logo pela esposa?
Não, primeiro vim sozinho. Ela veio três meses depois. Vivi com o Deo durante um mês, era ele quem cozinhava [risos]. Ajudou-me bastante.
Tem alguma história curiosa desse mês com o Deo que queira partilhar com os adeptos?
Não, nem posso. [risos] Tenho muitas, mas o Deo não deixa. O ‘baixinho’ é boa gente.
Para terminar, quer deixar uma mensagem aos Sportinguistas? O Wesley já reforçou a importância de les neste percurso.
Espero que estejam sempre connosco, que encham o Pavilhão João Rocha, e que, como até aqui, continuem sempre a motivar-nos e a puxar por nós. Quando as coisas não estão a correr bem, o apoio dos adeptos é muito importante porque eleva a nossa moral e funciona como um empurrãozinho que faz a diferença. Peço-lhes isso, que estejam sempre connosco, em casa ou fora.
DEPOIS DA CONQUISTA DA TAÇA DA LIGA, OS COMANDADOS DE NUNO DIAS VENCERAM O SC FERREIRA DO ZÊZERE POR 7-3 E CONSOLIDARAM A LIDERANÇA NA FASE REGULAR DA LIGA.
Texto: Filipa Santos Lopes
A equipa masculina de futsal do Sporting Clube de Portugal recebeu e derrotou o SC Ferreira do Zêzere por 7-3. Os recentes vencedores da Taça da Liga mantêm-se no primeiro lugar do Campeonato Nacional e abrilhantaram assim, com mais uma vitória, uma semana de grandes conquistas.
O capitão João Matos subiu à quadra bem acompanhado e fez questão de mostrar o troféu aos Sportinguistas presentes no Pavilhão João Rocha. Já com a bola a rolar, o Sporting CP entrou dominante, com o SC Ferreira do Zêzere a apostar no ataque rápido. E foi assim que, aos três minutos, assustou pela primeira vez Bernardo Paçó. No entanto, muito atento, o guardião Leonino desviou a bola e, no ataque seguinte, os Leões fizeram o 1-0, após Sokolov surgir sozinho de frente para a baliza.
Desbloqueado o marcador, os golos começaram a surgir em catadupa. Dois minutos depois, Diogo Santos finalizou da melhor forma após assistência de Zicky Té, numa jogada tirada quase a papel químico da do primeiro tento verde e branco. O ala bisou aos 7’, desviando para o fundo da baliza o cruzamento açucarado de Taynan.
Com uma vantagem de três golos, Bernardo Paçó voltou a surgir em grande estilo. Aos 8’, e à guarda-redes de andebol, desviou com o pé um bom remate dos forasteiros. O Sporting CP foi gerindo o resultado, entregando alguma posse ao adversário, mas defendendo bem os espaços. A excepção aconteceu mesmo a 40 segundos do intervalo, quando Natan Minatti surgiu perante o guarda-redes verde e branco e reduziu para 3-1.
Depois de um golo a fechar, outro a abrir, mas desta vez do Sporting CP. Os Leões regressaram do in-
tervalo com fome e chegaram ao quarto golo pelo pé de Taynan, após Bernardo Paçó desbravar caminho por toda a quadra, combinar com Zicky Té e assistir o ala, que só teve de empurrar.
O SC Ferreira do Zêzere ameaçou fazer o 4-2 logo depois, mas o guardião Sportinguista, em tarde sim, voltou a negar o tento aos visitantes. Já com Anton Sokolov excluído do jogo após expulsão por duplo amarelo (26’), o segundo golo dos visitantes surgiu mesmo.
E surgiu na insistência, apesar dos esforços de Bernardo Paçó, que ainda defendeu o primeiro remate, mas não foi incapaz de evitar a recarga de Natan Minatti.
Os Leões não esmoreceram: aos 30’, Zicky Té fez o dois para um perante o guardião adversário, não foi egoísta e serviu com classe Taynan, que, de pé esquerdo e à boca da baliza, também bisou e avolumou o marcador para 5-2.
A seis minutos do fim, o jogador português tentou inscrever também ele o seu nome na lista dos marcadores. O pivot recebeu nas costas da defesa e rematou à meia-volta, com Nilton a evitar que o Sporting CP marcasse novamente. Não conseguiu Zicky, mas fê-lo Wesley: após boa jogada individual pela esquerda – e mais uma assistência de Bernardo Paçó – o brasileiro rematou certeiro para o 6-2.
Aos 37’, Jô Cambangula ainda reduziria para 6-3, mas Bernardo Paçó, provavelmente o melhor jogador em campo, aproveitou a subida do guarda-redes adversário e, a segundos do fim, fixou o resultado em 7-3, festejando efusivamente com Gonçalo Portugal e Henrique Rafagnin. Com mais três pontos importantes no bolso, os Leões só voltam à competição no próximo dia 15 de Março, na casa do CRC Dínamo Sanjoanense, em duelo a contar para a jornada 16 da Liga.
01.03.2025
Liga – Fase regular – 15.ª jornada Pavilhão João Rocha
3-1 ao intervalo Anton Sokolov (4’), Diogo Santos (5’, 7’), Taynan (22’, 30’), Wesley Reinaldo (36’), Bernardo Paçó (40’) Natan Minatti (20’, 27’), Jô Cambangula (37’)
Sporting CP: Gonçalo Portugal [GR], Leonildo Injai, Zicky Té, Diogo Santos, Wesley, João Matos [C], Pauleta, Anton Sokolov, Bernardo Paçó [GR], Andriy Dzyalo, Alex Merlim, Taynan, Rúben Freire e Henrique Rafagnin [GR]. Treinador: Nuno Dias. Disciplina: cartão amarelo para Anton Sokolov (5’, 26’), Taynan (35’) e Alex Merlim (36’). Cartão vermelho para Anton Sokolov (26’).
LEÕES ESTIVERAM QUASE SEMPRE MAIS PRÓXIMOS DA VITÓRIA, MAS CEDERAM O EMPATE NOS INSTANTES FINAIS DA PARTIDA FRENTE AO FC PORTO.
Texto: Filipa Santos Lopes
Foto: João Pedro Morais
No último sábado, a equipa de andebol do Sporting Clube de Portugal empatou com o FC Porto (30-30) na jornada 22 da fase regular do Campeonato Nacional.
Com este resultado, os Leões garantiram a vantagem directa no confronto com os dragões, pelo que uma vitória frente ao Póvoa AC, na partida de acerto do calendário, permite à equipa de Ricardo Costa fechar a fase regular da prova no primeiro lugar. Os Leões entraram bem na partida, a rugir ao ritmo do ambiente no Pavilhão João Rocha, e marcaram nas suas duas primeiras posses de bola. Do outro lado, André Kristensen negou o tento aos azuis e brancos logo no seu ataque inicial.
No seguimento, Diogo Rema também evitou o golo de Martim Costa com uma boa defesa e o resultado foi-se mantendo nos 2-1. Por essa altura, João Gomes rematou com estrondo à barra e o Sporting CP só desbloqueou o
placar aos sete minutos, fazendo o 3-1 por Orri Þorkelsson.
Nos momentos seguintes, os Leões conseguiram disparar no marcador (5-2 aos 8’), aproveitando muito bem a velocidade para desequilibrar a defensiva dos visitantes, que apostaram quase sempre no sete para seis e no avanço do guarda-redes. Mantendo uma vantagem confortável, o Sporting CP chegou à dezena de golos aos 15’, por Salvador Salvador (10-6) e, aos 17’, André Kristensen voltou a brilhar, negando o golo ao FC Porto. Os dragões ganharam ainda assim algum fôlego nesta fase do jogo, conseguindo reduzir a diferença para um tento apenas (11-10). No entanto, os Leões responderam bem – e num clássico nem sempre bem disputado, mas muito intenso em todos os momentos, voltaram a ganhar folga no marcador aos 25’, quando Jan Gurri colocou o resultado em 16-12.
Com o aproximar do intervalo, o FC Porto voltou a crescer no jogo, aproximando-se novamente dos Leões (17-16). Trinta minutos joga-
dos e números dignos de um jogo entre candidatos ao título, com justiça ao Sporting CP que nunca esteve em desvantagem durante toda a primeira parte. Contudo, foram os dragões quem melhor regressou do descanso. Os portistas alcançaram a igualdade na primeira jogada do segundo tempo e passaram mesmo para a frente da partida ainda antes dos 32’. Natán Suárez não gostou, voltou a empatar a contenda (18-18) e assistiu Edy Silva para a reviravolta.
Com as bancadas ao rubro, os dois conjuntos vestiram a sua melhor versão e deram espectáculo na segunda parte: muitos empates e a liderança do marcador, alternada nesta fase, foi passando de umas mãos para outras.
Com 22-22 e perto de 40 minutos jogados, Mohamed Aly fez uma enorme defesa e o Sporting CP conseguiu catapultar-se para uma vantagem de dois golos. O egípcio voltou a brilhar aos 41’ e aos 42’, com intervenções estupendas e segurando o 2422; resultado que aos 46’, quando Ricardo Costa pediu um time-out,
ainda se mantinha.
A dez minutos do fim, numa fase do jogo com mais erros não forçados de parte a parte, alguns nervos à mistura e quando os Leões venciam por 27-24, Aly voltou a agigantar-se na baliza verde e branca.
Aos 51’, Jan Gurri aumentou a contagem e, perante a superioridade do Sporting CP, foi a vez de Magnus Andersson pedir um time-out. A intervenção do técnico do FC Porto teve efeitos imediatos, com os azuis e brancos a chegarem aos 29-28 aos 55’. Com cinco minutos por jogar, Ricardo Costa esgotou os seus time-out, mas os forasteiros conseguiram mesmo fazer o empate (29-29). Os Leões alcançaram as três dezenas de golos a faltar um minuto e meio para o fim da partida, mas os dragões, beneficiando de um
erro não forçado, empataram a vinte segundos do fim e fixaram o resultado em 30-30.
Uma igualdade agridoce – e algo penalizadora – num clássico onde o Sporting CP passou, quase sempre, a sensação de ser a equipa mais próxima da vitória.
01.03.2025
Campeonato Nacional Fase regular – 22.ª jornada Pavilhão João Rocha
17-16 ao intervalo
Sporting CP: Edy Silva (2), Pedro Portela, Natán Suárez (2), Jan Gurri (3), Pedro Martínez, William Hoghielm, Salvador Salvador [C] (8), Orri Þorkelsson (4), Mamadou Gassama (1), André Kristensen [GR], Diogo Branquinho, João Gomes (2), Christian Moga, Martim Costa (7) e Mohamed Aly [GR]. Treinador: Ricardo Costa.
Depois do empate (30-30) no clássico frente ao FC Porto, o técnico Ricardo Costa esteve na sala de imprensa do Pavilhão João Rocha, onde explicou que as “ligeiras desconcentrações” e “alguns erros não forçados” da equipa de andebol do Sporting Clube de Portugal ditaram um “empate amargo”.
“Dominámos o jogo todo, andámos quase sempre na frente do marcador, até por quatro golos, mas, por alguma razão, perdemos sempre essa vantagem. Tínhamos nas mãos a vitória e oferecemos o empate”, começou por dizer o treinador Leonino, considerando que o Sporting CP foi “mais forte” do que os dragões.
“Mostrámo-lo durante o jogo. Tínhamos a obrigação de gerir um pouco melhor algumas situações, que parecem fáceis a quem está de fora, mas não o são, e temos de ter um maior controlo sobre as nossas ações e emoções “, analisou.
Ricardo Costa reforçou, no entanto, que “este resultado nada decide, porque o campeonato está desenhado para ser decidido na fase final”, focando já as atenções no futuro próximo.
“Não foi o resultado que esperávamos, gostávamos de ter oferecido esta vitória aos nossos adeptos, mas tenho a certeza de que se identificam com a nossa equipa”, apontou, destacando também os pontos positivos a retirar do resultado.
“Fomos bravos, tivemos muitos momentos bem jogados, defendemos bem e os nossos guarda-redes ajudaram-nos. Com a rotação, não estivemos no nosso melhor no ataque, mas marcámos 30 golos ao FC Porto, que é uma defesa difícil de ultrapassar. Temos de aceitar o resultado. Há que seguir em frente”, concluiu.
Texto: Xavier Costa
De regresso ao Pavilhão João Rocha, a equipa de hóquei em patins do Sporting Clube de Portugal recebeu e venceu a AD Sanjoanense por 8-3, na passada terça-feira, na partida da 17.ª jornada da fase regular do Campeonato Nacional.
Até foram os visitantes a fazer a primeira – e séria – ameaça com uma stickada ao ferro, mas os Leões responderam logo e nem deixaram que o primeiro minuto se cumprisse na totalidade para chegar ao 1-0. Na recarga a uma bola parada cobrada por si, Verona inaugurou muito cedo o marcador, que não parou de mexer nos minutos seguintes. Na mesma ‘moeda’, Hugo Santos empatou
para a AD Sanjoanense e, mais tarde, Nuno Araújo também respondeu a um golo de contra-ataque Leonino de João Souto para manter tudo empatado.
Foi já dentro dos últimos dez minutos da primeira parte que ‘Nolito’ Romero rompeu esta tendência de vez e com brilhantismo. Numa questão de poucos segundos, o argentino transformou duas bolas paradas em dois golos ao ‘trocar as voltas’ consecutivamente ao guardião Guilherme Pereira e garantiu o 4-2 ao intervalo.
No segundo tempo, o Sporting CP reentrou também mais perigoso e chegou rapidamente ao quinto, outra vez à boleia de Romero, que desta vez brilhou no drible e ofereceu de ‘bandeja’ o golo a Henrique Magalhães.
VOLEIBOL EQUIPA PRINCIPAL FEMININA
LEOAS DO VOLEIBOL VENCEM GC VILACONDENSE E TERMINAM FASE REGULAR COMO VENCEDORAS. SEGUE-SE O PLAY-OFF, EM ELIMINATÓRIA FRENTE AO CD FIÃES.
Texto: Nuno Miguel Simas
A equipa principal feminina de voleibol do Sporting Clube de Portugal terminou a fase regular da Liga no primeiro lugar, consequência da vitória obtida este domingo frente ao GC Vilacondense por 3-0, na 22.ª e última jornada da 1.ª fase.
Uma vitória natural que confirmou a condição por parte das Leoas de melhor equipa da primeira fase do Campeonato, numa prova de regularidade com 22 jornadas distribuídas por onze jogos em casa e onze jogos fora de portas.
No primeiro set, as acções ofensivas de Sara Dias e de Amanda Cavalcanti cedo começaram a marcar diferenças para o lado das Leoas, com as defesas de Daniela Loureiro também a sobressaírem. O Sporting CP saltou para nova liderança mais confortável a 17-13 e não mais perdeu esse ascendente. Os bons ataques e o habitual serviço de
qualidade de Jéssica Miranda elevaram o marcador para 23-16, até o set ficar fechado nos 25-22, com uma boa reacção da equipa do GC Vilacondense a anteceder o ponto final do Sporting CP, através de Irene Verásio, que com muita subtileza jogou com o bloco das visitantes.
O primeiro ponto do segundo set foi verdadeiramente espectacular, com Ozge Kinasts a salvar uma bola no limite, Jéssica Miranda e devolver para o outro lado da rede e ainda a seguir a conseguir pontuar para o Sporting CP. Um prenúncio para o domínio que se seguiu. Ainda houve igualdades a quatro e a seis pontos e depois só deu Sporting CP, com a equipa Leonina a somar oito pontos consecutivos e Ozge Kinasts muito determinante no serviço.
A 20-10, o Sporting CP dobrava a pontuação das vilacondenses e seguiu-se outro momento muito saudado pelo Sportinguistas: o regresso após lesão de
O domínio verde e branco nesta fase foi claro e só se interrompeu quando um cartão azul a João Souto permitiu o 5-3 da AD Sanjoanense, porém rapidamente foi retomado de forma autoritária até à última buzina. Toni Pérez ‘facturou’, Verona completou o seu ‘bis’ com mais uma bola parada, mas o melhor ficou reservado para os últimos segundos, quando João Pina (17 anos) foi oportuno e apontou o 8-3 final – foi o primeiro jogo nesta época do jovem da formação verde e branca na equipa principal e logo a marcar.
Confirmado em grande o regresso às vitórias, os Leões de Edo Bosch deslocam-se ao recinto da AD Valongo, este sábado (18h30), para mais uma jornada.
Vanessa Paquete.
No terceiro set, a história foi em tudo idêntica à dos dois sets anteriores. O Sporting CP abriu com 5-0 e quando a equipa visitante começou a reagir e atingiu os cinco pontos, já as Leoas somavam 13, com Jéssica Miranda, Angie Hinestroza (bom jogo da central) e Vanessa Paquete (bom regresso), muito efectivas no bloco, numa equipa Leonina muito homogénea na qualidade e desempenhos individuais de muito bom nível.
Aos 20-6, era inevitável a vitória Leonina, que estava mais do que anunciada e o set fechou nos 25-11, com Vanessa Paquete em muito bom estilo a concluir o ponto decisivo.
Na primeira ronda do play-off jogado à melhor de três jogos, o Sporting CP vai defrontar o CD Fiães.
02.03.2025
Liga – Fase regular – 22.ª jornada fase regular Pavilhão João Rocha
25 22, 25 15 e 25 11
Sporting CP: Maria Carlos Marques, Vanessa Paquete (4), Ozge Kinasts (3), Sara Dias (16), Angie Hinestroza (8), Irene Verásio (3), Daniela Loureiro [C] [L], Mimosa Faria, Amanda Cavalcanti (8), Jéssica Miranda (13), Leslie Tagle, Melany Detzel (2), Constança Lapa [L].
Treinador: Rui Pedro Silva.
04.03.2025
Campeonato Nacional Fase regular – 17.ª jornada Pavilhão João Rocha
SPORTING CP AD SANJOANENSE 8 3 4-2 ao intervalo Alessandro Verona (1’, 32’), João Souto (9’), Gonzalo Romero (18’, 18’), Henrique Magalhães (29’), Toni Pérez (41’), João Pina (50’)
Sporting CP: Ângelo Girão [GR] [C], João Pina, Alessandro Verona, Roc Pujadas, João Souto, Toni Pérez, Facundo Bridge, Henrique Magalhães, Gonzalo Romero, Zé Diogo [GR]. Treinador: Edo Bosch. Disciplina: cartão azul para João Souto (2).
VOLEIBOL: TRIUNFO
A equipa masculina de voleibol do Sporting CP terminou a primeira fase do Campeonato com um triunfo, ao vencer o CA Madalena na casa da equipa nortenha por 0-3, com os parciais de 16-25, 21-25 e 14-25, ao fim de uma hora e três minutos, na 22.ª e última jornada da etapa que antecede o play-off Os Leões orientados por João Coelho triunfaram sem surpresas e com boa margem, sobretudo no primeiro e terceiro parciais, em que entraram para a fase final dos mesmos já com diferenças significativas (de oito pontos no set inaugural) e de nove pontos (no terceiro set).
O técnico fez rotação do plantel, depois do jogo a meio da semana para as meias-finais da CEV Challenge Cup, na Polónia. E quem foi chamado a jogo este sábado deu resposta muito positiva, com o oposto Breno Nascimento a cotar-se como o melhor marcador (14 pontos), seguido, de perto, pelo zona quatro Vinícius Lersch com 11 pontos, tantos quantos os assinados pelo central Jonas Aguenier.
O Sporting CP terminou da melhor forma a 1.ª fase da Liga, com uma vitória e foi segundo classificado na fase regular. Agora, segue-se o play-off, com a equipa verde e branca a defrontar o Vitória SC na 1.ª eliminatória.
Texto: Luís Santos Castelo
A equipa de basquetebol do Sporting Clube de Portugal deslocou-se, no último sábado, a casa do CA Queluz para vencer por 8799 na segunda jornada da fase de grupos da Taça Hugo dos Santos. Cat Barber, Tim Guers, André Cruz, Jeremiah Bailey e Nick Ward começaram para o Sporting CP, que entrou bem com lançamentos certeiros de André Cruz e Cat Barber e com um triplo de Jeremiah Bailey para o 4-9. No entanto, o CA Queluz reagiu e virou para 12-9, continuando na frente até ao final do quarto. Nick Ward começou a brilhar na zona do cesto e o estreante Keonté Kennedy também facturou, enquanto Diogo Ventura conseguiu
um triplo para reduzir para 24-21. Até ao final do primeiro quarto, pouco mudou e o marcador assinalava 28-23 com dez minutos decorridos.
O Sporting CP melhorou bastante para o segundo período e conseguiu tomar as rédeas do desafio (e do resultado). Nick Ward e André Cruz continuaram de mão quente, Uwais Razaque acertou um triplo e Jeremiah Bailey somou mais dois lançamentos certeiros da linha de três pontos. Tanto Nick Ward como Cat Barber protagonizaram excelentes lances individuais e o resultado ao intervalo ficou definido por Tim Guers com um grande triplo (4451). Com dois quartos disputados, destacavam-se Nick Ward (13 pontos e cinco ressaltos),
TITO ARANTES FONTES
INTRODUÇÃO – Dois jogos, duas vitórias! O Sporting CP encarou de modo sério e competente os seus dois últimos jogos. Ganhou os dois (como sabemos e mais adiante abordamos com mais detalhe). De caminho continuou a lançar e a confirmar jovens da sua academia no plantel principal. E no estaleiro continuamos a ter quase uma equipa inteira de titulares e campeões lesionados. A época, nesse particular, não tem sido fácil, muito pelo contrário. Os últimos dois jogos foram, por outro lado, bem diferentes. E para provas distintas: o primeiro, na quinta-feira da semana passada, para a Taça de Portugal, com o Gil Vicente, em Barcelos; o segundo, na última segunda-feira, no nosso Estádio José Alvalade, contra o Estoril.
TAÇA DE PORTUGAL – Foi uma vitória suada lá, em Barcelos. Suada, mas absolutamente indiscutível. A nossa primeira parte foi fraca, todos o sabemos. Rui Borges salientou isso, logo no final do jogo. E colocou a tónica na atitude e na necessidade imperiosa da mesma ter sempre de existir e – segundo o próprio revelou – foi sobre isso que falou ao intervalo com a equipa. Certo é que na segunda parte o Sporting CP entrou com outra garra, outra vontade, outra atitude! E – quando assim é, como foi – tudo é possível… e foi! O empate ainda se foi mantendo…, mas a
Jeremiah Bailey (11), André Cruz e Cat Barber (oito cada um) do lado verde e branco. Foi no terceiro quarto que o Sporting CP se distanciou de forma clara do CA Queluz e com um homem em evidência: Cat Barber. O base facturou de várias formas e feitios, assistiu, ganhou faltas e brilhou, com a defesa a subir também de rendimento.
Assim, e com Cat Barber a abrir e a fechar o marcador nos terceiros dez minutos, o emblema de Alvalade transformou um 44-51 num 58-75, aumentando a diferença de sete para 17 pontos à entrada para o quarto final.
Na última fase do desafio, o CA Queluz até esboçou uma recuperação até aos 66-77, mas o Sporting CP não adormeceu e,
principalmente através dos triplos de Cat Barber e Tim Guers, nunca permitiu aos visitados voltarem a entrar na discussão do desafio. Até ao final, Jeremiah Bailey e Tim Guers guiaram a turma verde e branca no ataque até ao 87-99 com que o jogo terminou. Cat Barber (24 pontos), Nick Ward (20 pontos e oito ressaltos), Jeremiah Bailey (19 pontos e seis ressaltos) e Tim Guers (15 pontos e cinco assistências) foram os atletas de Luís Magalhães em maior evidência.
No final da partida, Miguel Minhava analisou a prestação da equipa. “Foi um jogo bem conseguido da nossa parte. O CA Queluz é uma equipa muito perigosa, com excelentes atiradores e um estilo de jogo que causa pro-
certa altura, faltavam vinte e poucos minutos para o fim do jogo, surgiu finalmente o já merecido golo do nosso Zeno Debast, através de um portentoso remate de fora da área, dando sequência a uma magnífica assistência do regressado Gyökeres (claramente a subir de forma, jogo após jogo). No final ainda vivemos um “calafrio”, mas o VAR assinalou e bem um fora-de-jogo ao jogador do Gil que tinha desfeiteado Rui Silva. Estamos, assim, nas meias-finais da Taça, onde iremos encontrar o Rio Ave, com a primeira mão em Alvalade e a segunda em Vila do Conde, no Estádio dos Arcos, ambas em Abril. Rumo ao Jamor! Em Maio! Essa é a nossa missão! Essa é a nossa rota!
CAMPEONATO NACIONAL I – Nesta última segunda-feira defrontámos – para a 24.ª jornada do Campeonato – no Estádio José Alvalade, a equipa do Estoril, que não tinha ainda perdido um jogo no decurso do actual ano civil. Ia ser um jogo difícil. E foi. Marcámos três golos, sofremos apenas um. Obtivemos uma vitória importante, assente desta feita na seriedade da abordagem consciente que o Clube efectuou à partida, assumindo as dificuldades que resultam de quase dez jogadores lesionados. Mantivemos o foco. Obtivemos o nosso primeiro golo logo no início da partida, após excelente cabeçada de Gonçalo Inácio, também a aproximar-se cada vez mais da sua forma. Depois, ainda na primeira parte, alcançámos o segundo golo, pelo inevitável Gyökeres, após mais uma excelente e extraordinária “cavalgada” da sua autoria. De permeio tinham sido várias as jogadas em que podíamos ter concretizado as flagrantes oportunidades que fomos criando… o que, contudo, não conseguimos que acontecesse. Na segunda parte fomos gerindo o resultado e o jogo… tranquilamente, parecia…, mas a cinco minutos do fim do tempo regulamentar, o Estoril reduz através do seu golo,
blemas aos adversários. No início, surpreenderam-nos e marcaram muitos pontos no primeiro quarto, mas a partir daí controlámos o ataque deles. Acabámos o jogo com cinco turnovers, que é um número óptimo. Colectivamente, estivemos bem”, disse o treinador-adjunto ao Jornal Sporting Os Leões vão, agora, receber a AD Ovarense para a Liga às 18h30 deste sábado no Pavilhão João Rocha.
01.03.2025
Taça Hugo dos Santos – Grupo B 2.ª jornada Pavilhão Henrique Miranda, Queluz CA QUELUZ SPORTING CP
87 99
28 23, 16 28, 14 24 e 29 24
Sporting CP: Keonté Kennedy (4), Tim Guers (15), Ludgy Debaut, Jeremiah Bailey (19), Diogo Ventura [C] (4), Anthony ‘Cat’ Barber (24), Uwais Razaque (3), André Cruz (10), Arnette Hallman, Nick Ward (20), Sérgio Silva e Denilson Tavares. Treinador: Luís Magalhães.
algo fortuito, mas golo. Reagimos rapidamente, com esforço e superação… não queríamos mesmo perder os três pontos em causa! E foi com satisfação que, já entrados nos seis minutos de descontos concedidos, assistimos ao excelente passe do valoroso Conrad Harder a isolar de modo portentoso Gyökeres, que – partindo de antes da linha de meio-campo – entrou na área isolado… e acabou por ver assinalado penálti a favor do Sporting CP! Penálti convertido, vitória confirmada! E três pontos mais na classificação! Mantemos a liderança na prova maior do nosso calendário!
CAMPEONATO NACIONAL II – Faltam dez jogos para o fim do Campeonato e nós em busca de vitórias em todos eles. A próxima partida será com o Casa Pia, bela equipa, em Rio Maior. Só um resultado nos interessa, qual seja a vitória! Vamos a isso! Força, equipa! Força, Leões!
ANDEBOL / KIKO COSTA – Grande jogo no Pavilhão João Rocha contra o FC Porto, para o Campeonato Nacional. Terminou empatado. Seguimos na liderança, acompanhados bem sabemos, mas com vantagem. A época vai entrar na sua fase decisiva. Estamos na luta. Também na Champions, lutando pela histórica passagem automática à fase seguinte. Para o efeito, falta-nos um empate, apenas, no próximo jogo na Polónia. Estamos a competir com os maiores colossos da Europa. Sabemos isso! Mas nós somos o Sporting CP! Vamos, pois! Entretanto recebemos a notícia da lesão de um dos nossos “bambinos de ouro”, Kiko Costa! A altura é má (é sempre má altura para aparecerem lesões!), mas sabemos que o Kiko é forte e corajoso! Força, Kiko! Força, Leões!
Viva o Sporting Clube de Portugal!