Q
ue Fazer?
Luta, Solidariedade, Socialismo!
ALTERNATIVA SOCIALISTA DOS TRABALHADORES
Comité por uma Internacional dos Trabalhadores - Portugal
Preço: 100$00 Apoio: 200$00
É preciso que isto mude!
Quando quase metade dos trabalhadores – a maioria das mulheres e dos jovens – são precários, trabalham por salários de miséria e sem nenhuns direitos, é preciso que isto mude! Quando os trabalhadores imigrantes são ‘novos escravos’, sem direitos, explorados e espoliados pelos patrões e acossados pelas polícias, é preciso que isto mude! Quando o Ensino continua em crise, os estudantes são usados como cobaias, os professores são desprezados e os restantes trabalhadores mal pagos e sem perspectivas, é preciso que isto mude! Quando, ao mesmo tempo que os bancos e ricalhaços continuam a ter lucros fabulosos, o patronato insulta os trabalhadores com aumentos de miséria, é preciso que isto mude! Quando o governo aldraba a inflação, aumenta os combustíveis e faz trapaça com os trabalhadores da Administração Pública, impondo uma miséria de aumentos, é preciso que isto mude! Quando se continua a assistir à privatização: à destruição dos serviços públi-
cos, às facilidades fiscais para os bancos e ricos e à culpabilização dos desempregados, dos jovens e dos imigrantes, é preciso que isto mude! Quando os patrões, privados ou públicos e a sua polícia ameaçam e agridem os trabalhadores que lutam pelos seus direitos – em Sintra, na greve do lixo, como contra os operários do calçado em Aveiro – é preciso que isto mude! Quando a classe dominante promove o racismo, a xenofobia e a discriminação, é preciso que isto mude! Quando os trabalhadores reformados e pensionistas vivem à beira da indigência é preciso que isto mude! Quando os motoristas da carris, os trabalhadores do Metro, os ferroviários, os trabalhadores da Função Pública, os da TAP, os da PT, os da Petroquímica, os dos CTT entram em greve em diferentes dias, é preciso que isto mude. Quando nos dizem que não há condições, que os trabalhadores não se mobilizam, que o que é preciso ‘é ter calma’, é preciso que isto mude!
Cimeira da UE O TRABALHO QUE NOS PROMETEM Pág. 3
Greve do lixo de Sintra EDITE PERDEU A ESTRELA Pág. 3
A CRISE DO MILÉNIO Págs centrais
COMITÉ POR UMA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES pág. 7
Unificar as Lutas! Promover a Solidariedade!
Preparar a Greve Geral!
A tempestade que se aproxima
editorial Diz a sabedoria popular que atrás da borrasca vem a bonança. E como se sabe, o oposto também é verdadeiro. O governo tem vivido uma bonança excepcional: a oposição de direita continua sem rumo agora que a direcção do PS aplica o programa neo-liberal, o sucesso e prestígio da Presidência da União Europeia, os fundos comunitários a continuarem a chegar a serem distribuídos pelas grandes empresas e agricultores, uma aparente acalmia nas reivindicações laborais... Mas os últimos tempos têm mostrado que vêm aí borrasca: contrariando até as perspectivas mais optimistas da organização, mais de 50.000 trabalhadores saíram à rua para exigir Trabalho com Direitos e para contestar as políticas neo liberais por ocasião da Cimeira da União Europeia. As greves e lutas , especialmente no sector dos transportes, mas também no Ensino, na Função Pública, nos CTT, na Construção Civil e em dezenas de fábricas e empresas, a indignação provocada pelos recentes aumentos de combustíveis e consequente aumento de inflação, demonstram um ressurgimento do movimento dos trabalhadores que vêem os seus salários estagnar ou mesmo diminuir e as condições de vida a piorar enquanto os bancos e grandes empresas continuam a apresentar chorudos lucros. E a Esquerda já não é o que era: No PCP, importantes vozes alertam para o perigo de desaparecimento caso a direcção persista no ‘namoro’ descarado à direcção do PS com vista a um acordo à imagem da França ou da Câmara de Lisboa. Se é verdade que os actuais problemas do PCP se devem em grande parte às responsabilidades desses críticos no abandono do programa e métodos socialistas e na acomodação ao sistema capitalista, não é menos verdade que esses alertas são resultado da crescente insatisfação das bases que nos Sindicatos, nos locais de trabalho e nos bairros verificam que “é preciso, é urgente uma política diferente” mas que essa política não pode ser a das privatizações – mesmo em forma de empresas municipais – “jobs para os boys” e outras manigâncias que muitos autarcas ditos de esquerda praticam com todo o despudor. O Congresso do PCP que se realizará no final do ano poderá trazer novidades importantes para os trabalhadores, a juventude e a Esquerda em geral. O Bloco de Esquerda realizou a sua Convenção Nacional e está a intervir em vários campos. Tem o potencial de ser um espaço de diálogo e acção conjunta a muitos activistas e tem capacidade de crescer e afirmar-se como pólo claramente anti-capitalista. O Alternativa Socialista, que participa neste Movimento Político, considera que às importantes questões colocadas na agenda política pelo Bloco de Esquerda – Reforma Fiscal e Fuga aos impostos, toxicodependência, Estado Laico, etc., - é fundamental intervir nas questões do Trabalho e do Emprego não só com as iniciativas legislativas já feitas – revisão da Lei dos Contratos a Prazo, por exemplo – mas desenvolvendo a solidariedade activa com as lutas laborais e sociais que se vão travando. Na nossa opinião, estes dois factores – o aumento da luta dos trabalhadores e o reforço da Esquerda são uma séria borrasca que o Governo e os patrões terão inevitavelmente de enfrentar. Da nossa parte estaremos sempre disponíveis para – com Luta, Solidariedade e propaganda do genuíno Socialismo - alimentar esta tempestade que se avizinha. ALTERNATIVA SOCIALISTA
dos Trabalhadores 2
Cimeira
Q eu
A
Conferência da União Europeia sobre o Emprego, realizada este ano em Portugal, significou, na sua essência, uma tentativa da classe dominante, das grandes empresas e seus governos contra os trabalhadores através da liberalização e desregulamentarização do trabalho, de diminuição dos salários, diminuição dos benefícios sociais e aumento do trabalho precário. Esta conferência a UE prometeu a criação de 20 milhões de postos de trabalho. Mas o que é que significa esta promessa? Os governos europeus manifestaram a intenção de “melhorar” a situação do Trabalho através das novas tecnologias da Internet. Vejamos, nalgumas promessas, o que eles dizem e o que eles querem
Criação
de novos empregos: Desregulamentarização à vista!
Propondo a criação de empregos baseados no trabalho em casa, através de computadores ligados em rede, à Internet, criam mecanismos de isolamento destes trabalhadores, aumentando a desregulamentarização do trabalho, promovem o isolamento negocial dos trabalhadores, isto é, novos empregos com direitos e benefícios para trabalhadores iguais a Zero;
Reduzir
o desemprego: Menos salários, mais impostos para quem trabalha!
A redução do desemprego proposta passa pela diminuição do horário de trabalho com correspondente diminuição salarial e quebra dos benefícios sociais, mas passa ainda pelas pré-reformas, mal pagas, de muitos dos trabalhadores actuais, pelo empurrar dos desempregados para qualquer tipo de ocupação (sem nenhuma escolha que não seja a do tipo: “se não aceitas, tiramos-te o subsidio de desemprego!”) e pelo aumento dos impostos de quem trabalha com vista a pagar parte dos salários de trabalhadores ao serviço de empresas e instituições, em forma de “incentivos” ao emprego.
Aumentar o número de mulheres trabalhadoras: Mais trabalho precário! As estatísticas são claras: as mulheres são mais mal pagas. Argumentos como fraca produtividade, possibilidade de engravidar, e todos os outros preconceitos são usados para tornar as mulheres trabalhadoras um dos alvos mais fáceis para a precarização do trabalho. No caso das mulheres o trabalho precário significa, na prática, também a negação do direito à maternidade.
Mais
Benefícios... Para o Patronato!
As empresas recebem cada vez mais incentivos para empregar trabalhadores sem terem quaisquer ou poucos encargos, empregam cada vez mais em regime precário, obrigam cada vez mais os trabalhadores a trabalhar mais com salários cada vez mais baixos, com cada vez menos benefícios. As novas tecnologias no quadro do capitalismo, em vez de libertarem o trabalho e permitir a criatividade e o crescimento integral da Humanidade, são usadas para intensificar a exploração e gerar a pobreza de muitos para que muito poucos lucrem. Mas a exploração gera a resistência. Ao aplicarem os mesmos ataques por toda a Europa, o Capitalismo e os seus governos vão ter que enfrentar cada vez mais a resistência colectiva e solidária dos trabalhadores europeus. A manifestação contra a Cimeira, que integrou delegações sindicais e política de trabalhadores de outros países europeus é mais um sinal da resistência que se está a erguer. Afinal é bem sabido que a União faz a força e que esta pode mover montanhas.
Mineiros de Aljustrel na Manifestação contra a Cimeira da União Europeia
M MAARRIIAA R RIIOOSS
Trabalhadores do Lixo de Sintra
Mas, Edite Estrela, fiada por ser membro da Comissão Política do PS, entrou na greve com arrogância a prepotência: tentou impedir que os A Presidente da Câmara Municipal de Sintra trabalhadores, através do seus delegados depois da “entrada de leão” na greve contra a sindicais, assegurassem os serviços mínimos privatização da recolha de lixo nas freguesias de para usar isso contra os grevistas. Depois Algueirão/Mem Martins e Rio de Mouro foi contratou uma empresa privada para ‘furar’ a forçada a ter uma “saida de sendeiro” pela força, greve. unidade e determinação dos trabalhadores do Só que a unidade, solidariedade e determinação sector. dos trabalhadores foi mais forte que as manobras O argumento central inicial é que não havia mão da Srª. Presidente e dos policias e gnrs que de obra disponível, o que no mínimo é estranho. atacaram os grevistas quando estes defendiam os Se não há mão de obra para os quadros da seus postos de trabalho. Contando com a solidariedade nacional - com Câmara, haverá para empresas privadas baseadas em trabalho precário e onde muitas vezes se vários delegados e dirigentes sindicais de outros trabalha à hora? sindicatos a participarem no Piquete de Greve - e
EDITE perde a Estrela
internacional - incluindo Joe Higgins, deputado do Socialist Party na Irlanda, António Filipe do PC e Francisco Louçã do BE, - os trabalhadores do Lixo de Sintra e o seu sindicato, o STAL, souberam resistir e forçaram Edite Estrela a recuar da privatização para a criação de uma empresa municipal, o que coloca a remunipalização dos serviços de recolha de lixos nas freguesias do Cacém, Queluz e outras já entreges ao lucro privado. Os trabalhadores exigem agora garantias quanto aos seus direitos e regalias. Na experiência da Luta e da Solidariedade verificaram que há ‘socialismo’ e Socialismo. F RANCISCO RAPOSO ,
DO
DELEGADO SINDICAL DO
AS
E
STML
3
A CRISE DO MILÉNIO A mudança do século e o início de um novo milénio é uma ocasião para fazer um balanço franco do estado do mundo e para arriscar algumas previsões importantes. Lynn Walsh, director da “Socialism Today” revista teórica do Britain Socialist Party, secção da Inglaterra e País de Gales do Comité por uma Internacional dos Trabalhadores, apresenta as suas ideias “milenares” sobre a presente crise do capitalismo e as perspectivas para o Socialismo. Os ricos estão bem: lucros recorde e impostos baixíssimos. A maioria da classe média e alguns sectores dos trabalhadores estão a desfrutar de algumas migalhas da mesa dos capitalistas. Mas quem pode, seriamente, defender que o Capitalismo é um sistema com sucesso? A maioria da população mundial sofre actualmente de um ou mais dos seguintes problemas: baixos salários, excessiva jornada de trabalho, discriminação racial e sexual, condições de trabalho perigosas, desemprego, pobreza, carências alimentares, habitação degradada, doenças e inexistência de cuidados de saúde, degradação ambiental, guerra, banditismo, espoliação, violência sexual, perseguição, violenta repressão política, racismo, etc... Todos os dias os sintomas da crise são relatados na TV e nos jornais. SINTOMAS
Após o colapso da União Soviética, o imenso poder dos EUA não impediu O mercado mundial global é dominado que líderes nacionalistas levassem a por fluxos altamente voláteis de capital cabo purgas étnicas massivas na antiga Jugoslávia. Os bombardeamentos da especulativo, o qual conduz a economia–bolha dos Estados Unidos da NATO foram incapazes de afastar o América (EUA), enquanto a União desastre humanitário do Kosovo e pulverizaram a Sérvia. As forças dos Europeia (UE) está em crescimento EUA saíram da Somália e do Haiti sem económico moderado. Mas o Japão ainda está preso a dez anos de estagna- resolverem nenhum dos problemas. Foi ção económica. E metade do mundo está permitido ao exercito indonésio arrasar agarrado à recessão que cresce continua- Timor-Leste antes de ser enviada uma mente por todo o mundo desde a crise força da ONU, liderada pela Austrália, para proteger os interesses ocidentais monetária asiática de 1997. (especialmente petróleo). Nos EUA, o 1% mais rico da população detêm 40% de toda a riqueza, mais do que os 92% mais pobres de toda a população dos EUA. Entretanto há 45 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza. Enquanto na UE existem 50 milhões de pobres e 18 milhões de desempregados. E a toxicodependência, o crime, etc., estão a aumentar. Nos anos 90, 70 países do mundo são mais pobres do que eram nos anos 80.
Resistência: milhares contra a Organização Mundial do Comércio em Seattle, USA
O século XX começou com a 1ª Guerra Mundial (26 milhões de mortos), continuou com a 2ª Guerra Mundial (54 milhões de mortos), e acabou com guerra. Para além da Bósnia e do Kosovo há uma guerra à escala continental na África Central. Feitas as contas, desde 1989 assistiu-se a: 61 grandes conflitos armados, 3 entre Estados, os restantes guerras civis (frequentemente com a intervenção de Estados exteriores).
Repressão política no Quénia.
Por todo o lado os partidos são afectados por escândalos de corrupção e desacreditados, enquanto os da oposição e antigos partidos comunistas engoliram as políticas de mercado livre e tentam gerir o capitalismo. Assim, os eleitores abstêm-se cada vez mais ou dão voto de protesto a inconformistas ou a populistas de extrema direita (Haider na Áustria). Em paralelo, os trabalhadores e os estudantes estão cada vez mais a sair às ruas (manifestação da CGTP contra o Trabalho precário, greves dos transportes públicos e manifestações estudantis), existindo um profundo cepticismo acerca de todos os partidos e políticos do sistema, com um crescente reconhecimento de que as grandes empresas manipulam os governos e corrompem os políticos.
Em todo o mundo, Os trabalhadores sofreram algumas severas derrotas As corporações multinacionais gigantes durante os anos 80 e 90: o desmantelamento industrial, a desregulamentratam a Natureza como um recurso tarização da finança e da indústria, as consumível, tratando-a como fonte de privatizações, os processos da globalilucros. Tal leva a perturbações climátização, elevado desemprego – reforçados cas que podem ter consequências com políticas agressivas de mercado inimagináveis no futuro. Aliás, os desertos estão a aumentar e as florestas livre dos governos capitalistas – minahúmidas a desaparecer, há mais poluição ram muitos dos ganhos conquistados atmosférica e mais doenças respiratórias durante a longa ascensão económica de 1953-73. Politicamente, os dirigentes e quer os alimentos quer a terra estão contaminados por métodos de agricultu- dos partidos Socialistas e Social Democratas e dos sindicatos provaram serem ra intensiva (fertilizantes químicos, incapazes de defenderem os interesses pesticidas, sobreprodução, etc.). dos trabalhadores. A desorganização do
movimento dos trabalhadores permitiu à morreu, o Capitalismo é triunfante’. classe capitalista intensificar a explora- PROGNÓSTICO ção da classe operária e dos trabalhadores. Quando a bolha económica dos EUA DIAGNÓSTICO rebentar, os Estados Unidos entrarão num período de estagnação ( como o Apesar dos booms nos anos 80/90 nas Japão), arrastando todo o mundo para economias avançadas e em alguns uma séria depressão económica: super“Tigres” e “mercados emergentes”, a produção, desemprego massivo, guerras economia caminha para a depressão comerciais entre os principais blocos, desde 1973: grande desemprego, enor- levantamentos sociais. mes bolsas de pobreza, crescimento económico relativamente lento e um A desordem mundial irá intensificar-se , patético crescimento da produtividade, com ainda mais conflitos entre Estados e apesar das aparências das novas guerras civis. Irão desenvolver-se sérias tecnologias (computadores, comunica- divisões no seio dos capitalistas, enções rápidas, novos materiais, etc.). quanto secções da classe média, atingiA economia moderna depende da coordenação dos recursos de toda a sociedade (mão de obra, infra-estruturas, estrutura social): mas as fábricas, a maior parte dos serviços e dos transportes, etc. são propriedade de uma pequena minoria, a classe capitalista, que também controla o Estado. A sua busca egoísta do lucro acumulalhe uma enorme riqueza nas mãos. A redução da parte da riqueza distribuída aos trabalhadores mais os cortes nas despesas sociais não apenas empobrece os trabalhadores mas também corta do mercado capitalista mercadorias e serviços, o que agrava a crise.
Empobrecimento e miséra de milhões para os lucros de meiadúzia A propriedade privada dos meios de produção é uma barreira absoluta para um amplo e sustentável crescimento económico. De momento, a classe operária a nível internacional tem falta de consciência, liderança e organização para desafiar os capitalistas em relação ao controlo da sociedade. A antiga União Soviética e os Estados estalinistas da Europa de Leste foram uma grotesca caricatura do Socialismo. Mas o seu colapso causou uma grande confusão, com o desabar da esquerda tradicional. Este processo foi intensificado com uma campanha mundial de propaganda capitalista: o Socialismo
das pela crise, radicalizar-se-ão e virarse-ão para a oposição (apesar de algumas secções poderem-se virar para a direita). Nos países mais pobres, a desintegração social a que já se assiste na África, irá espalhar-se para outros continentes. As recentes ondas de greves e de movimentos de protesto mostram a forma como as coisas se irão passar. Uma nova geração de combatentes da classe irá restabelecer a organização de base nos locais de trabalho e nos bairros, democratizará os sindicatos e envolver-se-á em titânicas batalhas defensivas e ofensivas contra o Capitalismo. Irão irromper campanhas nas comunidades. Irão surgir movimentos a favor da constituição de novos e amplos partidos baseados na luta de classes e em políticas combativas. Uma nova geração de activistas operários irá reviver as tradições de luta do movimento dos trabalhadores e redescobrir as genuínas ideias do Socialismo REMÉDIOS Uma luta vitoriosa contra o sistema de classes capitalista requer um programa completo anti-capitalista: o Socialismo. A classe trabalhadora tem de substituir os capitalistas enquanto classe dominante e tomar o poder na sociedade. As forças socialistas terão de mobilizar os trabalhadores, as camadas mais
exploradas (mulheres, minorias), grandes sectores da classe média, para a transformação socialista. Pela primeira vez a sociedade será dirigida democraticamente com a total participação de todos os sectores. As grandes empresas financeiras, industrias, de transportes e de serviços necessitam de ser nacionalizadas e geridas segundo um plano de produção. Isso acontecerá sob uma gestão democrática dos trabalhadores e sob o controlo dos trabalhadores nos locais de trabalho, comissões democráticas de utentes, etc. A economia servirá as necessidades da sociedade. Um rápido crescimento irá aumentar os níveis de vida e depressa criarão uma sociedade muito mais igualitária. O Socialismo está Vivo! SOCIALISMO INTERNACIONAL A Luta pelo Socialismo tem de ser internacional , com a Solidariedade cruzando as fronteiras capitalistas. A transformação socialista num país rapidamente se estenderá a outros países. O Socialismo garantirá a autodeterminação às nacionalidades oprimidas e os direitos das minorias., mas ao mesmo tempo começara a transcender o Estado nação através da cooperação internacional e o planeamento económico. Através da utilização planeada dos recursos, as grotescas desigualdades entre os países podem ser rapidamente eliminadas. As guerras (motivadas pela ambição de territórios, riqueza, poder, prestígio, etc.) tornar-se-ão coisas do passado. Como disse Marx: A sociedade Socialista levará a Humanidade do reino da necessidade para o reino da Liberdade A tradução do artigo pode ser pedida ao Apartado 27 018 120-950 LISBOA
Q ue Fazer? Luta, Solidariedade, Socialismo!
Mulheres
Guerra de Sexos ou Luta de Classes?
Violência e Pobreza: dois crimes contra as Mulheres
A hipocrisia deles: Exigem à mulher que seja Mãe enquanto a atiram com as crianças para a pobreza e miséria. Segundo a ONU, a pobreza atinge especialmente as mulheres e as crianças. Quando a mulher quer dicidir do seu corpo, chamam-lhe criminosa. Criminoso é este sistema que nega o direito à felicidade a milhões e milhões de mulheres, homens e crianças
DEFENDEMOS Emprego para todos; Pleno uso do direito à amamentação; Salário igual para trabalho igual; Contra o assédio e discriminação sexual; Distribuição gratuita de perservativos e métodos anticocepcionais; Direito a creches públicas, de qualidade e a preços acessíveis; Direito ao aborto sem restrições em hospitais públicos. 6
A cultura na sociedade capitalista está cheia de retratos do que são as mulheres, os quais subestimam e ignoram o papel que estas desempenham, bem como a sua contribuição para a sociedade, representando-as muitas vezes como objectos sexuais para prazer e domínio dos homens ou como meios para vender produtos. Assim a mulher é por excelência um alvo do Capitalismo: nas estatísticas se é doméstica é considerada trabalhadora, apesar de não auferir qualquer salário ou regalias sociais; é sujeita a violações e à violência doméstica;é mais duramente tratada em tribunais, especialmente se reage à violência familiar;não dispõe livremente do corpo e da maternidade; é forçada a recorrer ao aborto clandestino e a taxa de mortalidade por esse motivo é enorme; sofre de discriminação nos empregos a que se candidata nomeadamente por poder vir a ser mãe; é assediada sexualmente no local de trabalho por colegas e chefias; trabalha o mesmo do que os seus colegas homens, mas recebe muitas vezes abaixo do salário que estes auferem; é facilmente ultrapassada nas progressões profissionais quando tem de competir com o sexo masculino; é quem mais trabalha em situação precária; tem fracos direitos quanto à gravidez e à maternidade – os subsídios e o tempo que pode passar com o seu bebé é reduzido e muitas vezes é forçada a prescindir de direitos, como o de aleitamento; geralmente, para além do trabalho normal só ela assegura os trabalhos domésticos e o tratamento de filhos pequenos. Apesar de tudo, diz-se que as mulheres estão cada vez mais participativas na vida social, que são cada vez mais numerosas no ensino superior e que ocupam cada vez mais cargos, anteriormente só ocupados por homens. Contudo, elas ainda não chegaram aos lugares de chefia nem atingiram a igualdade social com o outro sexo.
Para compreender as razões desta situação é necessário entender a libertação das mulheres no quadro da luta de classes. Por outras palavras, a luta das mulheres deve ser associada às lutas empreendidas pela classe trabalhadora, da qual ela faz parte, contra a classe dominante, ou seja, contra a classe capitalista. Assim não é de espantar que as mulheres que pertencem à classe dominante vivam num processo contraditório. Por um lado são oprimidas devido ao seu sexo: constituem alvos de violência doméstica, de violação e dos estereótipos culturais. Por outro lado, beneficiam económica e socialmente do sistema de classe e da exploração da classe trabalhadora que deu origem ao tipo de família em que assenta um dos pilares do capitalismo a família e com ela a subjugação da mulher, surgiu das relações de classe e do sistema de produção. Se estas mulheres quiserem atingir a igualdade e liberdade enquanto mulheres, terão de se juntar à causa da classe trabalhadora nas suas lutas contra o capitalismo – um compromisso que poucas têm feito. Nesta “guerra de sexos” é essencial não perder de vista a grande questão de fundo, que constitui a luta por uma sociedade socialista, onde a economia é planificada de acordo com as necessidades e a qual é gerida por todos para o bem de todos. Com efeito, a oposição entre mulheres e homens é mais uma das armas utilizadas pela classe dominante para dividir os trabalhadores e impedir que estes levem a bom termo as suas reivindicações por melhores salários e melhores condições de vida. Assim, é essencial que os homens se juntem às mulheres na luta pela igualdade e libertação destas. O sucesso desta tarefa implica melhores condições de vida para todos os trabalhadores, já que cada mulher e homem são partes integrantes do mesmo todo social.
Comité por uma Internacional dos Trabalhadores
O Jornal “Que Fazer?” e o Colectivo Alternativa Socialista dos Trabalhadores veiculam em Portugal as posições políticas do Comité por uma Internacional dos Trabalhadores. Esta organização socialista mundial foi fundada em 1974 entre militantes socialistas marxistas de vários países da Europa, África e Ásia. Está presente em 34 países dos 5 continentes. Vários militantes têm sido eleitos como representantes dos trabalhadores e das ideias do Socialismo Revolucionário em vários parlamentos. Na Irlanda, 4 camaradas do Socialist Party SP(I) foram escolhidos pelos trabalhadores para os representar: no Dail (Parlamento) Joe Higgins usa a tribuna parlamentar para apoiar as lutas dos trabalhadores e defender as suas reinvidicações. Na cidade de Dublin, dois veradores do SP(I) batem-se contra as privatizações e cortes nas despesas sociais. Em Omargh, na Irlanda do Norte, outro camrada do SP(I) promove a unidade dos trabalhadores católicos e protestantes contra os verdadeiroa inimigos: o Capitalismo, seus governos e o sectarismo que infelizmente a classe dominante soube usar contra os trabalhadores da Irlanda. Na Escócia, o membro do CIT, Tommy Sheridan, foi eleito Joe Higgins nas litas do Partido Socialista Escocês para o Parlamento deputado dos eleito recentemente. Tommy Sheridan tornou-se conhecido trabalhadores irpor toda a Grã-Bertenha como Presidente da Federação landeses, Britânica Anti-Poll Tax que nos anos 80, dinamizada pelos militante do CIT militantes do CIT organizados em torno do jornal”Militant”, impôs o fim político da odiada Magaret Tatcher, ao mobilizar 19 milhões de britânicos a não pagar o Poll Tax e muitos mais a participar em acções directas para derrotar, nas ruas, nas empresas, nas escolas e nos bairros uma das mais poderosas burguesias de todo o mundo. Na Nigéria os camaradas do Movimento Democrático Socialista que resistiram heróicamente à ditadura militar, estão agora engajados em organizar dos trabalhadores e a juventude em organizações de classe, bem Tommy Sheridan como na propaganda do Socialismo como única alternativa em acção directa viável à barbárie e ao Capitalismo. contra a PollTax No Sri Lanka os militantes do Partido Socialista Unificado, secção do CIT lutam contra o Capitalismo e contra o sectarismo que divide trabalhadores tamil e singaleses em proveito do patronato e latifundiários. Na antiga União Soviética, em diversas Repúblicas, os militantes do CIT fazem renascer as tradições revolucionárias do Bolchevismo. No Kasaquistão, o camarada Yonur Romanov, operário do arsenal Mettalist, na cidade de Urlask tem vindo a construir não só a resistência operária ao regime ditaturial de Nazarbeiev mas a contribuir para o ressurgimento da organização de classe dos trabalhadores. Recentemente, como presidente do Comité Operário da fábrica liderou a vitoriosa greve dos arsenalistas, apesar de ter sido preso pelo regime durante parte da greve. A luta contra a exploração e opressão neo-liberalista, capitalista e imperialista conduz inevitávelmente à luta pelo genuíno Socialismo Internacional. ADERE AO COMITÈ POR UMA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES
Imprensa das Secções do CIT
PUBLICAÇÕES DO CIT
Documentos do 7º Congresso Mundial
Uma análise da crise do Sudoeste Asiático
Che Guevara: uma análise marxista a este simbolo da luta
Posições do CIT sobre a Insurreição na Albânia
Pedidos a Alternativa Socialista dos Trabalhadores Apartado 27018 1201-050 LISBOA alternativa_socialista@hotmail.com 7
Construindo o Bloco de Esquerda
Alguns Pontos para um Programa de Luta pelo Socialismo
O Alternativa Socialista colabora na construção do Bloco Em defesa de quem trabalha - Contra o desemprego, semana de trabalho de de Esquerda como movimento político plural da Esquerda. 35 horas sem perca de salário; Salário Mínimo Recentemente realizou-se o Iº Congresso nacional de pelo menos 100.000$00 para todos 1º CONGRESSO DO do Ruptura/FER uma organização que os trabalhadores, incluindo desempregados, RUPTURA/FER pensionistas e reformados. Índice 100 da Função desde o ínicio tem participado no Bloco Pública igual ao salário mínimo nacional. de Esquerda e defendido uma centragem - Congelamento da riqueza pessoal dos donos e da acção politica do BE nas questões do administradores de empresas com salários em Trabalho e das lutas sociais. atraso e falências; prioritarização absoluta do O AS foi convidado permanente ao pagamento das dívidas aos trabalhadores em Congresso. Na saudação apresentada caso de falência. Fim às leis de flexibilidade e dissemos: polivalência. Fim à precariedade, aos recibos “No plano internacional pensamos verdes e aos contratos a prazo. que aos marxistas colocam-se duas - Os ricos que paguem a crise, não os trabalhadores: Impostos progressivos sobre a tarefas fundamentais no período em riqueza e os lucros; diminuição da carga fiscal que vivemos e que começou em dos trabalhadores por conta de outrém. 1989/91 com o colapso da ex-URSS e do Estalinismo: são ideológica e de colapso da Em defesa dos direitos sociais - Uma é contribuir para a reconsEsquerda, mesmos de sectores - Uma casa decente e acessível para todos.Por trução da ideia do Socialismo como revolucionários. um programa de construção de habitação social alternativa ao Capitalismo. Para No plano nacional (...)o Bloco de de qualidade e de rendas acessíveis. isso, cremos, que se torna necessário Esquerda encerra um importan- - Defesa e aprofundamento do Serviço Nacional explicar a emergência e o colapso do de Saúde. Não às taxas moderadoras. Não à tíssimo fenómeno progressista Estalinismo e retirar daí as necessáque tem o potencial de alargar o gestão privada da Saúde! Não aos lucros na Saúde! rias conclusões. espaço de discussão e de cons- Outra é defender as ideias e trução de uma alternativa anti- - Educação gratuita e de qualidade para todos. Abolição imediata das propinas. Bolsas de estudo métodos fundamentais do Marxismo capitalista consequente. e apoios sociais decentes para todos os da ofensiva ideológica que o tem O apoio do BE às lutas concretas estudantes. vindo a atacar. A década de 90 foi como os casos da VIMECA e da - Defender o Ambiente. Impedir que o lucro marcada por um período de confuGreve do Lixo de Sintra é, a envenene o planeta. nosso ver, o caminho adequado -Definição de uma real politica de Juventude com BECONFERÊNCIA para o crescimento e consolida- apoio ao Associativismo Juvenil; constituição de NACIONAL Centros Juvenis geridos pelos próprios jovens e ção do Bloco. (...) As questões de apresentação de não por burocratas dos partidos - Completa oposição ao racismo, sexismo e todas um Candidato do Bloco de QualidadedaDemocraEsquerda contra o Sampaio e a as formas de discriminação. Legalização dos imigrantes; fim às medidas intimidatórias contra cia:OsCidadãoseos Direita e do apoio à unificação os imigrantes e minorias étnicas; não à Europa da vaga de greves por salários e Poderes Fortaleza. condições de trabalho decentes - Combate às causas sociais da criminalidade; Instituto Superior de num dia de Greve Nacional não à policiação da sociedade; fim à violência poEngenharia poderão ser desde já pontos de licial nomeadamente à violência policial racista e debate e cooperação entre as anti-juvenil; controlo democrático das policias; do Porto desmantelamento do SIS nossas organizações no seio do 6 e 7 de MAIO Por uma nova sociedade BE.”
Q
ue Fazer? Luta, Solidariedade, Socialismo!
Edição do ALTERNATIVA SOCIALISTA dos Trabalhadores grupo filiado no
Comité por uma Internacional dos Trabalhadores Contacto: Apartado 27018 1201- 950 LISBOA Portugal eMail: alternativa_socialista@hotmail.com
- Os eleitos dos trabalhadores devem receber apenas o salário médio do operário industrial. -Fim a todas as privatizações! Defesa e aprofundamento da Segurança Social. - Nacionalização dos grandes monopólios sem indminizações a não ser com base em necessidade comprovada. Por uma economia planeada e controlada pelos trabalhadores. -Um Orçamento Geral do Estado baseado nas necessidades dos trabalhadores. Se os patrões não podem pagar os serviços adequados- nós não podemos aguentar o sistema deles! - Não à Europa dos patrões! Não ao Euro dos patrões. Pela unidade internacional dos trabalhadores. Por um Portugal verdadeiramente Socialista, numa Europa e Mundo Socialistas