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MAG Onde o Desporto e a FĂŠ se Ligam
“Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta”, Hebreus 12:1 na Bíblia.
Todos me obser vam
Enquanto capitão da minha equipa de futebol, todas as pessoas olham para mim à procura de orientação, especialmente quando situações complicadas surgem. Jogar contra uma equipa forte numa competição de futebol deu-me a oportunidade de liderar pelo exemplo. Depois de ficar reduzido a nove jogadores no prolongamento, todas as pessoas tinham os olhos postos em mim. Eu tinha a certeza que todos os membros da minha equipa e até os nossos fãs estavam de olhos postos em mim para ver se eu enfrentava o desafio ou se iria desistir perante a pressão. Esta seria a minha oportunidade de liderar pelo exemplo. Tal como num jogo de futebol, nós enfrentamos desafios todos os dias das nossas vidas. Em Actos 7 podemos ler sobre Estevão, um membro da igreja primitiva. Quando pressionado para afirmar a sua fé em Cristo, Estevão deu um testemunho que glorifcou a Deus mas que mesmo assim o levou a perder a sua vida. Enquanto seguidores de Cristo, Deus tem muitas expectativas sobre nós. Em Mateus 4:14, 16 lemos: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte (…) Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” As pessoas estão constantemente a observar-nos para ver como é que nós reagimos às situações adversas da vida. Como é que tu reages? Quando outros te estão a observar, cedes à pressão ou enfrentas os desafios?
“A minha alma suspira! sim, desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo”, Salmo 84:2 na Bíblia.
Sentimentos de Antecipação
Um dos meus momentos preferidos no desporto é ouvir o hino nacional do meu país a ser tocado ou cantado antes dos jogos. Isto pode parecer estranho, mas cada vez que eu ouço o hino, eu apenas consigo associar o som ao início de um jogo. Desde pequeno, quando assistia aos meus tios a jogarem futebol profissional, o hino era o prenúncio de emoções fortes e antecipava o que estava por vir – o barulho do estádio, os fãs, os golos e a emoção do espectáculo. À medida que fui amadurecendo e atingi o nível de jogador profissional, era agora a minha vez de permanecer no meio do campo e ouvir o hino nacional tocar, o que provocava muitas emoções em mim. Era e sempre será um momento muito especial. O sentimento presente em mim era o de antecipação, no entanto, sendo este agora diferente. Agora, eu sentia antecipação pois tinha uma tarefa em mãos e a motivação iria dar-me energia para os 90 minutos seguintes. Eu desenvolvi um hábito que ainda hoje mantenho: o meu corpo instintivamente move-se de diferentes formas nas diferentes notas da música. Esta foi uma das maneiras que eu arranjei para me preparar para os jogos; eram os minutos finais de preparação antes do jogo que me levavam a ter elevados níveis de antecipação e expectativa. Apesar de neste momento já ter terminado a minha carreira como jogador profissional, o meu hábito continua a ser o mesmo. Cada vez que ouço o hino nacional, esses mesmos sentimentos de antecipação vêm até mim. No entanto, estes sentimentos antes do início de um jogo de futebol não são nem comparáveis à expectativa que tenho sobre a segunda vinda de Cristo. Permite que hoje mesmo possas ser preenchido com estes sentimentos de antecipação e vê o que acontece. Sente o poder da segunda vinda de Cristo. Sente o poder da redenção. Sente o Seu amor e a Sua graça.
“Mas prove cada um a sua própria obra, e então terá motivo de glória somente em si mesmo, e não em outrem”, Gálatas 6:4-5 na Bíblia.
Prestar contas
Enquanto jogador de futebol houve cerca de seis anos em que tomei algumas decisões erradas à medida que construia a minha carreira profissional. Muitas vezes os atletas têm a tendência de avaliar-se a si próprios através de comparações com outros. Avaliar o sucesso desportivo não é diferente porque às vezes comparamos um atleta com outro, com base em recordes pessoais, estatísticas ou salários. Desde cedo na minha carreira, eu comecei a comparar-me com os meus colegas de equipa e durante as minhas primeira e segunda temporadas eu avaliei-me de acordo com comparações com atletas que eram mais velhos que eu. Todas as vezes em que me comparava com os meus colegas de equipa, chegava à conclusão que era fraco. Mesmo que as comparações me motivassem a fazer melhor e ser bem sucedido, a verdade é que ao comparar-me com outros não conseguia alegrar-me em quem eu era ou onde eu estava. Estava constantemente insatisfeito e não encontrava alegria. Houve, no entanto, um dia em que partilhei estas frustrações com um colega e ele simplesmente me disse: “as comparações sufocam a alegria”. Ele explicou-me que só precisava de olhar para mim mesmo e avaliar o meu crescimento com base no lugar em que tinha começado, e não de acordo com o desempenho de outra pessoa. À medida que fui aprendendo a fazer isto, experimentei mais alegria, e consequentemente mais sucesso na minha carreira. Enquanto seguidores de Cristo, é muito fácil comparar quem somos com pessoas que vemos na igreja ou que façam parte das nossas vidas. Em muitas circunstâncias, estas comparações deixam-nos insatisfeitos e retiram-nos a alegria que temos em Cristo. O Apóstolo Paulo ensina-nos que devemos apenas avaliar quem somos e quem nos estamos a tornar pensando em quem fomos e onde começámos. Não permitas que a tua alegria em Cristo seja sufocada por comparações.
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“O apetite do trabalhador trabalha por ele, porque a sua fome o incita a isso”, Provérbios 16:26 na Bíblia.
O que motiva
A temporada terminou e a minha futura equipa de futebol havia terminado com sucesso obtendo o título da época e chegando até às duas primeiras semi-finais dos playoffs. A final foi jogada em casa e perderam nos penaltis. Depois da temporada ter terminado, a equipa ganhou todos os prémios possíveis – Treinador do Ano, Melhor Jogador, Melhor Marcador, Defesa do Ano; no entanto, não tinham ganho o campeonato. Eu juntei-me à equipa na temporada seguinte e imediatamente vi que a equipa tinha um propósito – obter melhores resultados. O desejo de ganhar este campeonato era contagiante. No decorrer da pré-temporada, haviam elevados níveis de energia, a competitividade era muito acentuada e sentia-se unidade no grupo de modo a que se alcançasse sucesso e o título pudesse ser ganho. À medida que a temporada progrediu, surgiram alguns problemas: houve lesões no grupo, derrotas e até algumas discussões nos balneários. No entanto, ninguém desistiu e a nossa vontade de segurar o troféu no fim do campeonato fez-nos continuar em frente. No final da temporada, tínhamos alcançado aquilo que já nos era familiar. Estávamos a jogar a final do campeonato e fomos a penaltis mais uma vez, no entanto havia uma particularidade neste jogo: desta vez estávamos longe de casa. Desta vez, o nosso resultado foi diferente. Vencemos, o troféu veio connosco para casa e estávamos alegres e satisfeitos, mesmo que temporariamente. Quando temos fome, a nossa primeira reacção é preparar comida para nos satisfazer. Estarás tu sedento por Cristo? E se estás sedento por Cristo, estarás tu a esforçar-te para obter o alimento necessário? Permite que o teu desejo de partilhar o Seu amor seja a força que motiva a tua fé e as tuas obras.
“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas com humildade cada um considere os outros superiores a si mesmo; não olhe cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros”, Filipenses 2:3-4 na Bíblia.
Vai e ser ve
Fazer parte de uma equipa concede aos atletas a oportunidade de fazerem parte de algo maior. Enquanto defesa, durante vários anos o meu papel foi o de ajudar a minha equipa a manter a liderança nos últimos minutos do jogo. Apesar da minha função ser vital para a equipa, muito raramente recebi algum tipo de reconhecimento pelo meu bom desempenho. Em grande parte dos jogos, eu era forçado a estar preparado para entrar em campo a qualquer momento e marcar a diferença. Houve muitos momentos em que depois de vencermos um jogo eu tive a expectativa de que a imprensa me entrevistaria ou que iria receber algum bónus, reconhecimento por parte dos meus colegas, fãs ou jornalistas. Eu desejava a atenção dos outros e queria sentir que outros estavam gratos pelo meu trabalho. No entanto, muito raramente isso aconteceu. Como seguidores de Cristo, todos nós temos um papel a desempenhar na equipa de Deus. Devemos abandonar os nossos interesses e ou o desejo de recebermos reconhecimento pelas nossas acções e somente seguir o exemplo de Jesus Cristo. “O qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens”, Filipenses 2:6-7. Lembremo-nos de que somos chamados a desempenhar o nosso papel para que possamos dar a glória devida a Deus. Este é o tempo. Levanta-te do banco. Vai e serve.
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“Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor”, Jó 1:21 na Bíblia.
Não te per tence
Facilmente nos enganamos a nós mesmos quando se trata das nossas habilidades. Não há dúvida de que treinamos e praticamos de forma a que nos tornemos melhores. Contudo, é evidente que nos foram concedidos certos talentos e habilidades na área do desporto. Acho que muitas vezes temos dificuldade em reconhecer as nossas habilidades e talentos como dons de Deus. A verdade é que as nossas habilidades e talentos não nos pertencem verdadeiramene. É muito fácil pensar o contrário. O mundo diz-nos que somos merecedores de algo, unicamente pelo facto de nos tornarmos bons profissionais na nossa área; e nós somos os primeiros a acreditar nessas filosofias. Eu também acreditei nesta mentira, até que fui relembrado de que isto não corresponde à verdade. Nos primeiros quatro anos da minha carreira profissional enquanto jogador de futebol, eu nunca me lesionei até ao dia em que rompi o tendão de Aquiles. Até então eu sempre acreditei que Deus me tinha protegido de qualquer lesão porque em campo eu dava um grande testemunho da minha fé. Só no dia em que rompi o tendão de Aquiles é que ouvi Deus a sussurrar, “Que tipo de testemunho vais tu dar a partir de agora?”. Isto era a última coisa que eu queria ouvir, mas normalmente aquilo que queremos e aquilo que precisamos são coisas distintas. Deus sabia que eu tinha tomado como garantido o meu talento enquanto jogador de futebol e esta lesão foi necessária para que eu o comprendesse! O que é que Deus te tem tentado dizer?
“Nu saí do ventre de minha mãe” Jó 1:21a na Bíblia.
Honrar o Encorajamento
Normalmente são os pais, e não as mães que recebem muito do crédito pelo sucesso desportivo dos filhos. Na verdade, foi o meu pai que me ensinou muito do que eu sei sobre futebol e que me ajudou a ser bem sucedido e a jogar futebol profissional durante seis anos, até internacionalmente. Contudo, quando eu penso no meu desenvolvimento enquanto jogador e atleta, é difícil ignorar o impacto que a minha mãe teve na minha vida. Ela não foi uma mãe presente apenas quando me levava para os treinos ou jogos. Ela esteve presente quando eu precisava de ser desafiado a fazer melhor depois de ter jogado mal e esteve também presente para me encorajar quando tinha sido bem sucedido. Ela também esteve presente quando eu precisei que cuidassem das minhas lesões e quando precisei que me forçassem a pensar de forma diferente. O seu amor, cuidado, consistência e fé concederam-me um sentimento de confiança que me permitiram alcançar quase tudo o que desejasse. Parece que já ouviste isto em qualquer lado? Tenho a certeza que sim. Eu estava a pensar especificamente em Maria, que foi uma mulher de fé. Ela cuidou de Jesus e dos seus discípulos do princípio até ao fim. Ela esteve com Jesus nos seus melhores e mais dolorosos momentos. Não seria correcto dizer que Jesus não seria nada sem a sua mãe, porque isso não é verdade. No entanto, podemos ter a certeza que Jesus foi grato pela vida de Maria. Honra a tua mãe ou alguém que te tenha encorajado ao longo da tua vida. Honra essa pessoa da mesma maneira que Cristo o faria: com amor.
“Ora, o Deus de constância e de consolação vos dê o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus. Para que unânimes, e a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”, Romanos 15:5-6 na Bíblia.
Atitude e Compromisso
A maioria das pessoas que vieram aos treinos não eram jogadoras de futebol. Das 20 meninas presentes, apenas oito já tinham jogado futebol antes de pisarem o campo nesse dia. Muitas delas eram estrelas de basquetebol, antigas jogadoras de softball, actrizes ou estavam ligadas à música. Elas não eram jogadoras de futebol, de todo. A equipa de futebol feminino teve um grande impacto nesta pequena escola. Esta foi a primeira equipa de futebol feminino na história da escola. Ninguém tinha grandes expectativas relativamente à equipa. Seria um desafio muito grande levá-la para competições profissionais de futebol já que havia muita competividade no sector. No entanto, a verdade é que a equipa nunca se queixou perante a exigência dos treinos físicos, as elevadas expectativas que estavam sobre ela, o frio ou o campo lamacento em dias de chuva. Cada atleta estava comprometida não só com o futebol mas, mais do que isso, com a equipa e a sua missão. Ninguém inventava desculpas mas ofereciam sim soluções, mantendo-se unidas quando as coisas estavam complicadas para o seu lado. Apesar de terem sofrido muitas derrotas no início da temporada, o que é facto é que elas eram já campeãs. Quando estavam fora do relvado, eu pude observar a forma como serviam a comunidade através de diferentes projectos, inclusivamente um projecto em que cuidavam de pessoas muito doentes. Quando estavam em campo, elas jogavam com determinação. Por estas e outras razões é que ninguém ficou surpreendido quando a equipa ganhou o seu primeiro jogo a meio da temporada. Ninguém tinha grandes expectativas – excepto nós. Enquanto seguidores de Cristo, Deus chama-nos a servir um propósito maior do que nós próprios. Ele está à procura de indíviduos que queiram fazer parte de uma equipa, e não de pessoas que procuram reconhecimento pessoal e honras. Ele não está interessado nas nossas desculpas. Deus está à procura daqueles que têm uma atitude correcta e que estão comprometidos em dar-lhe toda a glória. Quais são as áreas da tua vida em que precisas de alterar a tua atitude e compromisso? 2
“Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus”, João 1:12-13 na Bíblia.
De Pai para Filho
A questão é muito simples; eu tenho dois amores verdadeiros: Cristo e a mulher com quem me casei. No que concerne ao desporto, eu tenho três favoritos: futebol, basquetebol e cricket. Amar a Deus e a minha esposa são presentes de Deus, mas o meu amor pelo desporto e as equipas de que sou fã são o reflexo daquilo que o meu pai me encorajou a amar. Eu amo verdadeiramente o futebol e tudo o que esteja relacionado com desporto exactamente porque eu queria ser como o meu pai e partilhar essas experiências com ele. De todas as modalidades desportivas, o futebol é aquela que eu e o meu pai somos mais apaixonados. O futebol será sempre uma das coisas que nos unirá. Devido ao facto de eu desejar partilhar o amor do meu pai, eu pude experimentar muitas outras coisas e descobrir a minha própria paixão pelo futebol. O amor maior do nosso Deus são os seus filhos – tu e eu. Jesus ensina-nos que o maior mandamento é o do amor. Somos chamados a amarmo-nos uns aos outros. Quão maravilhoso seria experimentarmos o amor do nosso Deus. Qual seria o impacto desse amor no nosso relacionamento com Ele e com aqueles que estão ao nosso redor? Procura amar quem o Pai ama: os seus filhos. Observa quais são as experiências que advêm disso e o tipo de amor que vais desenvolver pelos teus irmãos e irmãs em Cristo.
“Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes”, Jeremias 33:3 na Bíblia.
Algo que não conseguimos ver
Houve uma altura em que estava a treinar uma equipa de futebol masculino numa escola e eles entraram na primeira temporada do campeonato. A escola era practicamente nova e estava a tentar organizar equipas para representar as diferentes modalidades. Nesse ano, a equipa era composta por alunos entre os 12 e os 14 anos de idade e eles jogaram contra outras escolas da zona. Só tinha três rapazes de 12 anos na equipa mas contei com a sua liderança em campo durante uma temporada muito difícil. Apesar de apenas marcarem alguns golos, a equipa venceu três jogos. Para muitos dos jogadores, o desejo de ganhar teve um impacto negativo, e a meio da temporada tivémos de lidar com inúmeros conflitos entre jogadores, pois por estarem pouco ou nada moralizados passavam o tempo a discutir com a equipa técnica. Mal podíamos esperar pelo fim da temporada. No fim da temporada comprometemo-nos a treinar mais intensamente, focando-nos em objectivos menores e execuíveis. Focámo-nos em construir um programa e não apenas uma equipa. Além disso, comprometemo-nos com o crescimento espiritual da equipa, relacionando a prática desportiva com o “correr a corrida” da vida para a qual Deus nos tinha chamado. Nos três anos seguintes, estes mesmos jogadores esforçaram-se muito para aperfeiçoar as suas competências em campo e em paralelo para crescerem em Cristo e serem um exemplo fora do campo. Os mesmos rapazes de 12 e 14 anos tornaram-se os rapazes de 15 e 18 anos que trouxeram para a sua escola o prémio de melhor equipa. Estávamos em terceiro lugar no campeonato e avançámos até aos quartos de final antes de perdermos no prolongamento para a equipa que viria a ser campeã nesse ano. Às vezes Deus tem planos muito maiores para as nossas vidas que nós não conseguimos ver por causa da agitação que nos rodeia. No entanto, sê paciente e permite que Deus possa mostrar-te o que ele tem de grande e maravilhoso para ti no Seu tempo. Vale a pena esperar!
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“O Senhor teu Deus está no meio de ti, poderoso para te salvar; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo”, Sofonias 3:17 na Bíblia.
Quando a vida dá uma volta
Eu conhecia muito bem incríveis histórias da Bíblia tais como a de David e Golias, o relato de Jesus a andar sobre as águas e a história que conta a queda das muralhas de Jericó. Eu sabia-as de cor e gostava muito de cada uma delas. Eu gostava muito de ouvir sobre este Deus que era forte o suficiente para vencer todas as contrariedades e que escolhia as pessoas mais improváveis para espalhar a Palavra de Deus. Eu sabia todas estas coisas e mesmo assim eu escolhi viver uma vida que não glorificava a Deus. Eu fiz do futebol o meu ídolo e adorava-o. A única coisa que era realmente importante era tornar-me o melhor jogador de futebol e constantemente desejava que outros falassem de mim quando estivessem a ver a minha equipa jogar. Aos 18 anos a minha vida mudou completamente. Os médicos diagnosticaram que eu tinha diabetes. Pela primeira vez na minha vida eu percebi que não podia controlar todas as situações. O futebol não conseguia livrar-me dos meus medos. O futebol não me confortou enquanto eu estive hospitalizado. O futebol não podia encorajar-me e dizerme que tudo iria correr bem. Mas saber que Deus me amava foi a única coisa que resolveu o meu problema. O amor de Cristo foi a única coisa que me ajudou a ultrapassar o momento mais difícil da minha vida. A verdade que vem do conhecimento de Cristo enquanto Senhor e Salvador foram as únicas coisas que me concederam paz verdadeira. Essas foram as verdades que eu aprendi à medida que crescia e que naquele momento se tornaram verdade no meu coração. É por causa dessas verdades que eu agora jogo com um propósito maior – Jesus!
“A perseverança tenha a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, não faltando em coisa alguma. Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá deliberadamente e não censura, e ser-lhe-á dada”, Tiago 1:4-5 na Bíblia.
Tor nando -te mais for te
Entre os 16 e os 18 anos quando eu ainda andava na escola, eu estava envolvido em cinco modalidades diferentes: futebol, basquetebol, baseball e atletismo. Durante as férias de verão ainda fazia natação. De todas as actividades desportivas em que estava envolvido, o primeiro treino de futebol da temporada era sempre o mais intenso. Nesse primeiro treino eu era introduzido a todo um outro nível de dor física e sofrimento. Lembro-me uma vez de pensar, no auge do treino, que mal podia esperar para que terminasse. Foi mesmo nesse instante que o treinador nos pediu para formar uma fila no fundo de uma montanha. Eu não estava minimamente preparado para o que se avizinhava. Nós corremos até ao topo da montanha e depois descemos tudo novamente. Subimos ao pé cochinho e fizémos a mesma coisa para baixo. Houve, então, um momento em que ao pensar que não aguentava mais a dor, o meu treinador gritou: “Não desistam! Eu vou tornar-vos mais fortes!” Anos mais tarde, e depois de ter escalado muitas “montanhas” na minha vida, chego à conclusão que o que o meu treinador queria dizer era o mesmo que Tiago estava a dizer na sua carta a todos os crentes espalhados pelo mundo. Em Tiago 1:1-4, o autor usou diferentes palavras mas ele expressa a mesma ideia que o meu treinador. Ele diz que os crentes devem ter por motivo de gozo passarem por dificuldades e sofrimento porque isso os fará completos e mais fortes. Independentemente daquilo que possas estar a enfrentar neste momento e mesmo que pareça que é demasiado para suportar, tira algum tempo para ler Tiago 1:1-4 e pede a Deus que ele te mostre o porquê da situação que estás a enfrentar. Deus prometeu que o iria fazer em Tiago 1:5. Permite que ele te torne mais forte! Jamie Sabau / Getty Images
“E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como ao Senhor, e não aos homens”, Colossenses 3:23 na Bíblia.
Honrar a Deus
Nos últimos anos, Colossenses 3:23 tem sido o versículo bíblico mais importante da minha vida. Esta pequena frase tornou-se significativa para mim no fim da minha carreira profissional enquanto jogador de futebol e depois, quando iniciei a minha carreira enquanto treinador, Deus continuou a trazê-lo frequentemente à minha mente. Há três conclusões que tiro quando penso neste versículo: 1) Deus espera que nos esforçemos em todas as coisas que fazemos, não apenas em ler a Bíblia e orar. Nós devemos esforçar-nos e dar o nosso melhor em todas as áreas da nossa vida – nos estudos, no trabalho, nos nossos relacionamentos, no desporto e no nosso amor a Deus. 2) Nós não temos apenas de nos esforçar em todas as áreas como também devemos fazer todas as coisas com todo o nosso coração. Deus diz-nos que devemos dar 100% de nós mesmos em todas as situações, não 15% ou 99%. Eu creio que Deus deseja que sejamos excelentes em tudo o que fazemos – em todo o tempo. 3) A última coisa que este versículo bíblico me diz é que quando nós procuramos fazer as coisas da maneira correcta, devemos desejar fazê-lo por amor a Deus e não para agradar aos outros ou a nós mesmos. Devemos desejar que tudo o que fazemos sirva para elevar o nome de Jesus acima de todas as outras coisas. Deus deseja que façamos todas as coisas com excelência e assim dando-lhe a honra devida!
“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais, qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus”, I Coríntios 10:31 na Bíblia.
Problemas com o meu ego
Desde os meus 12 anos que desejava ser um jogador profissional de futebol e todas as coisas que fiz à medida que crescia tinham como objectivo final alcançar o meu sonho. A minha equipa venceu um campeonato nacional, eu tornei-me um jogador conhecido no meu país e foi assim que assinei um contracto profissional com uma equipa. O sonho da minha vida tinha sido concretizado mas depois de uma temporada eu fui dispensado e parecia que a minha vida tinha acabado. Eu sentia-me envergonhado, depressivo e insignificante. A minha identidade estava alicerçada na minha profissão e agora que já não era um jogador profissional de futebol eu estava muito confuso. A minha auto-estima era alimentada pelo meu desempenho enquanto jogador e dependendo daquilo que os outros diziam de mim. Eu jogava para a minha própria glória, fama e dinheiro. Eu jogava focado em mim mesmo. Eu senti muitas vezes que o problema do “eu” era comum em todas as equipas. Cada jogador estava sempre na expectativa de que os colegas de equipa cometessem erros ou sofressem lesões. Cada jogador tentava construir a sua imagem através de maledicência que apenas servia para destruir os outros. Apesar de muitos jogadores aparentarem humildade, a verdade é que no seu interior há um desejo muito grande de superioridade. Foi só na segunda equipa em que joguei profissionalmente que encontrei um grupo unido que trabalhava a pensar nos outros. Eu vi neles alegria porque as suas vidas tinham um propósito maior do que um jogo. Eu experimentei um amor por Cristo que transformou estes jogadores em atletas que jogavam para a glória de Deus e não a sua própria glória ou fama. Ainda hoje eu luto para manter a minha identidade em Cristo. O versículo em I Coríntios 10:31 tem me ajudado ao longo dos anos! Deus deseja que pensemos nos outros e não somente em nós mesmos.
“Então respondeu Jó ao Senhor e disse: Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido. Quem é este que sem conhecimento obscurece o conselho? Por isso falei do que não entendia; coisas que para mime ram demasiado maravilhosas, e que eu não conhecia”, Jó 42:1-3 na Bíblia.
Porquê eu?
Enquanto lia a história do famoso brasileiro José Edmilson, houve uma frase que me chamou à atenção: “Em muitas alturas nós perguntamos a Deus “Porquê?” mas não perguntamos “Para quê?”. Precisamos de aprender a confiar em Deus”. José Edmilson falava por experiência própria. Depois de ter sido escolhido para jogar na seleccção nacional brasileira no Mundial, ele contraíu uma lesão e ficou impossibilitado de jogar na maior competição de futebol do mundo. Quantas vezes é que nós paramos e perguntamos a Deus “Para quê?” quando “parece” que coisas más estão a acontecer na nossa vida? Eu digo “parece” porque muitas vezes nós assumimos que aquilo que nos impede de alcançar os nossos objectivos e não nos beneficia é visto como mau. Mas ao olharmos para a vida de Jó vemos que este tipo de pensamento é errado. Jó compreendeu que Deus estava no controlo de todas as coisas em todo o tempo (Jó 42:1-3). Também podemos olhar para a vida de José. Ele perdoou os seus irmãos que o tinham vendido como escravo, dizendo-lhes que aquilo que eles pensavam que representava mal, Deus transformou em bem. Da próxima vez que vivermos algo que nos parece mau, perguntemos a Deus qual é o propósito desse acontecimento e descansemos em saber que Deus tem um plano que é demasiado maravilhoso para que nós o compreendamos. Confia e descansa em Deus!
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“Mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim, contando que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus”, Actos 20:24 na Bíblia.
Alegria interior
Porque razão é que eu jogo futebol? Porque eu acredito que o futebol me concedeu a oportunidade de experimentar Actos 20:24. Esta passagem bíblica pode ser significante para cada um de nós se a relacionarmos com a forma como jogamos. Devemos ter como o alvo o bem dos nossos colegas de equipa e considerá-los superiores a nós mesmos tal como Cristo nos ensina em Filipenses. Será que consegues jogar para que a tua prestação e carácter demonstrem a graça de Deus? Além de jogar futebol, Deus tem colocado em mim outras duas grandes paixões: crianças e ministério intercultural. Assim sendo, tenho usado o futebol como meio para investir e amar crianças na minha comunidade. Através do tempo que passo com elas, aprendi que é importante nos lembrarmos da corrida em que estamos e que somos chamados a terminá-la com êxito. Devemos lembrar-nos de que o nosso objectivo deve ser mostrar o Evangelho da graça de Deus, partilhando com outros o que Jesus tem feito nas nossas vidas. Sendo o futebol uma linguagem universal que automaticamente faz com que pessoas de diferentes culturas e religiões possam estar unidas, isto permite-me alcançar o meu objectivo de partilhar este versículo noutros países. Por causa de uma bola de futebol, eu tenho a oportunidade de partilhar a alegria que está dentro de mim. Em que circunstâncias tens oportunidade de partilhar a alegria que está dentro de ti?
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece”, Filipenses 4:13 na Bíblia.
Preparações adequadas
A vida é uma série de desafios e pode ser uma caminhada de altos e baixos. Assim que ultrapassas um desafio, outro pode estar logo ao virar da esquina. Em muitos momentos, os desafios parecem não ter fim, mas podemos estar certos que vamos ultrapassá-los porque Ele, aquele que guia os nossos passos, estará connosco no meio das adversidades. O futebol é um desporto que representa muito bem a vida. No futebol, não há pausas nem livros específicos que possam prever a estratégia do adversário ou que nos ajude a tomar a próxima decisão. Tens de pensar, agir e ajustar-te a novas situações rapidamente e, se necessário, mudar para novas estratégias. As decisões que tomamos em campo afectam o resultado final. Passamos longas horas do dia a treinar para um jogo que apenas dura 90 minutos. Será que gastamos tempo equivalente a preparar-nos para a vida através da nossa caminhada com Cristo? Se não, ajustemos a nossa vida para que possamos glorificar a Deus.
“E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa”, Eclesiastes 4:12 na Bíblia.
Não estamos sozinhos
A vida, tal como o futebol, não é um evento que envolva apenas uma pessoa. No futebol temos colegas de equipa que nos ajudam, outros que trabalham mais do que outros, uns que têm mais conhecimento que outros e ainda uns que têm mais aptidões que outros. É por isso que é importante que, enquanto seguidores de Cristo, estejamos envolvidos com outros crentes, já que cada um pode contribuir com diferentes talentos para o bem comum. Cada parte do corpo de Cristo, tal como cada membro de uma equipa é importante e significante para que o trabalho seja concluído através do respeito, amor e serviço entre irmãos. Eu tenho aprendido através do futebol que uma pessoa sozinha não faz uma equipa. É a equipa que te faz a ti parte de algo. Na vida, ninguém está sozinho e as decisões que tomas para ti próprio terão um impacto nos outros. Estás tu preparado para diariamente tomar decisões correctas, sabendo verdadeiramente qual o impacto delas na vida de outros? Estarás suficientemente preparado para tal? Estás preparado para depender de outros?
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“O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”, João 10:10 na Bíblia.
Vida plena
A que se assemelha uma vida satisfatória? Esta é uma pergunta que fiz a mim mesmo durante muito tempo. Durante vários anos desejei viver uma vida que satisfizesse o meu coração mas que da mesma forma tivesse um impacto na vida de outros. Só aos 20 anos é que percebi que Deus me tinha criado para estar num relacionamento com Ele e que tinha sido Ele a dar-me talentos que podiam e deviam ser usados para o honrar e servir outros. Eu tive sempre uma grande paixão por futebol e a alta competição, mas durante grande parte da minha vida fi-lo pelos motivos errados. Só comecei a perceber a vida que Deus tinha sonhado para mim quando aprendi a usar os meus talentos para construir relacionamentos, quebrar barreiras culturais e partilhar a mensagem de esperança. Nos últimos 14 anos tenho tido oportunidade de jogar futebol profissional, mas mais do que isso tenho tido a oportunidade de partilhar com outros a história do Salvador que mudou a minha vida. Cristo deseja dar-nos uma vida que satisfaz os nossos corações e que impacta o mundo. A minha oração é que tu em primeiro lugar possas iniciar um relacionamento pessoal com Cristo e, em segundo lugar, que possas ver como Deus deseja usar-te. Quando estas duas coisas acontecerem, eu acredito que tu viverás a vida plena que só Cristo nos pode conceder.
“O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”, I Coríntios 13:4-7 na Bíblia.
For mas de ser vir
Há muitos anos atrás eu tinha um estilo de vida que não deixava Deus minimamente feliz. Na altura, eu estava a jogar em grandes clubes e recebia um bom ordenado, mas não era feliz. Eu olhava para o mundo e considerava-o um lugar mau onde abundavam amizades falsas; as pessoas só gostavam de mim por causa daquilo que eu tinha. Quando eu conheci aquela que viria a ser a minha esposa, ela ajudou-me a conhecer o verdadeiro amor de Deus. No momento em que eu aceitei Cristo e lhe entreguei a minha vida, tudo mudou. Eu tive a oportunidade de recomeçar a minha vida com amigos em quem podia confiar, e enquanto jogador de futebol, passei a ter mais respeito pelos meus colegas e eles por mim, consequentemente. Por causa da minha experiência com Cristo, Deus levou-me a partilhar o Seu amor com os meus colegas de equipa. À medida que me fui sentido chamado a fazer isto, comecei a procurar maneiras criativas para ministrar aos meus colegas e tive muitas oportunidades para lhes falar de Jesus. Deus mudou a minha vida e usou o futebol como forma de eu falar mais do Seu Reino e da Sua glória. Que meios tem o Senhor te colocado ao teu dispôr para que possas testemunhar dele e do seu Reino?
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