Revista Stalker - Outono/inverno 2012

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Outono Inverno | 2012

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o mundo cabe na mochila

viajantes contam como fazem da estrada uma jornada de descobertas

PROMOÇÃO STALKER PROCURE O CUPOM DE DESCONTO NESTA REVISTA

pé na estrada

novos gadgets, as melhores bikes e a trilha sonora ideal para a sua viagem

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Álvaro garnero

o empresário que transformou o prazer de viajar em profissão



Seja VocĂŞ Mesmo


Entre mochilas e

emoções

EXPEDIENTE STALKER Diretor Geral: Lairton Brasileiro Marketing e Relacionamento com Franquia: Larissa Maia e Alinne Facundo Estilo: Mirella Nobrega e Larisse Prata EDITORIAIS Fotógrafo: Caio Ferreira Produção Executiva: Felipe Naur e Gal Kury Produção: Marcos Marla Assistente de fotografia: Valter Mangueira Modelo: Leo Costa Soares Modelo infantil: Yan Fernandes Make Up: Corcina Leite Agradecimentos Emcetur , Tabacaria La Habaneira Edifício Santos Dumont e Refesa Fortaleza Stalker Mag é customizada pelo O POVO Coordenadora do Núcleo de Revistas: Ana Naddaf Editora-Executiva do Núcleo de Revistas: Paula Lima Diretora de Criação do Núcleo de Design de Negócios: Andrea Araujo Edição: Ana Naddaf Textos: Alcides Freire, Callen Leão, Érika Neves, Érika Zaituni, Jáder Santana, Larissa Viegas, Marcos Sampaio e Michel Victor Projeto Gráfico e Edição de Arte: Andrea Araujo Design: André Cavalcanti, Eduardo Vasconcelos e Ícaro Guerra Foto de capa: Divulgação Revisão de Textos: Eleuda de Carvalho Banco de dados: Aldo Menezes Filho e Flávio Júnior Diretora Comercial: Mariza Quinderé Gestora de Projetos Comerciais: Linda Tavares Gerente Comercial de Projetos: Adriano Matos Fale conosco: nucleoderevistas@opovo.com.br www.opovo.com.br Impresso na Gráfica Santa Marta

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esde o início dos tempos a humanidade, muitos têm se mostrado adeptos por viagens e mudanças. Graças a estas características as conquistas e as colonizações aconteceram e a elas devemos todas as vitórias e benefícios que esta prática nos trouxe, como também todas as guerras e conflitos, até os dias de hoje. Nos tempos atuais vivemos a consequência de tudo que a tecnologia foi capaz de nos trazer e uma delas é a “redução” das distâncias e a sensação de que o outro lado do mundo está a um clique de distância e que as informações que temos de tudo e de todos os lugares nos fazem mais cosmopolitas e, muitas vezes, mais atrevidos em relação a acreditar que temos um mundo a descobrir e a desvendar. A STALKER traz sua segunda revista com um novo “enredo”, que elegemos chamar de “Mochileiros”. Termo este em sua forma mais abrangente, que vai desde o viajante que pede carona aos que voam de primeira classe. Esse tema também é a tônica e o nome da nova coleção outono/inverno 2012, que estará nas lojas a partir de 15 de março. Com referências a lugares e meios de transportes, este foi o norte de todo o desenvolvimento desta coleção. Coleção esta imaginada em uma viagem por toda a Europa, no ano passado. Teremos a oportunidade de conhecer um pouco mais a respeito de viajantes ilustres e outros absolutamente iguais a qualquer um de nós. E saber dicas, sugestões e roteiros que vocês poderão utilizar ou servir como um rumo para experiências próprias. De uma forma geral, estamos levando até você uma leitura leve e que

A STALKER traz sua segunda revista com um novo “enredo”, que elegemos chamar de “Mochileiros”. Termo este em sua forma mais abrangente, que vai desde o viajante que pede carona aos que voam de primeira classe.

esperamos traga novos conhecimentos e desperte em você um ,digamos, espírito aventureiro. Temos também como novidade uma nova roupagem da própria revista que, juntamente com a moda e as roupas que comercializamos, trará uma leitura muito mais prazerosa e de mais conteúdo. Vamos, também, lhe presentear com um prêmio a sua leitura e você terá a possibilidade de ganhar um desconto representativo em compras em uma de nossas lojas. Termos também o concurso de culinária que ira premiar a todos os participantes e que fará uma referência aos três primeiros colocados em nosso próximo número, bem como estes receberão prêmios especiais. Procurem o regulamento no interior da revista. Por fim, esclarecemos que não pretendemos ser um revista de viagem e sim uma revista que irá lhe surpreender e lhe informar,com certa profundidade, sobre o tema que for eleito por nós a cada seis meses para ser o tema de nossa coleção. Abraços a todos,


sumário

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Entrevista O empresário Álvaro Garnero transformou o prazer de viajar em profissão. Há cinco anos apresentando o programa 50 por 1, na TV Record, Garnero vem carimbando seu passaporte. Simpático e bem humorado, esse “bon vivant às avessas” conta um pouco de suas lembranças.

12 Editorial - Imaginário urbano

A cidade é o cenário para andarilhos modernos que usam peças práticas adaptadas para qualquer situação. E rodam o mundo cheios de estilo.

26 Mochileiros

Aventureiros provam que estar fora de casa pode ser uma grande jornada de auto-descoberta e realização. Espelhados pelo mundo - de bicicleta, moto ou avião - mochileiros contam como realizam viagens sem grandes planejamentos e horários rígidos.

32 Editorial - Pé na estrada

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Inspirados pelo espírito do escritor norte-americano Jack Keruoac, viajantes escolhem seu estilo, fazem da estrada sua casa e levam o seu mundo na mochila.

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46 Diário de bordo

É cada vez mais comum ver ciclistas pelas cidades ou pedalando pelo mundo. As bicicletas estão invadindo as ruas e ganhando as estradas. Dicas de como adotar este novo estilo de vida e escolher a sua companheira de duas rodas

O repórter Maurício Kubrusly conta fatos inusitados que rolaram em suas viagens por vários países, enquanto seguia acompanhado de uma produtora e um cinegrafista do programa Me leva mundão, que acaba de virar livro.

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48 Cinema

Música O crítico musical, do blog Discografia, Marcos Sampaio faz uma seleção de músicas para serem ouvidas em viagens. Uma trilha sonora cheia de surpresas, dos clássicos aos novos lançamentos.

A telona é inspiração para vários tipos de viagens. Selecionamos alguns filmes que irão transportar você para aventuras inesquecíveis. Acompanhe os passos destes personagens e escolha o seu destino.

Quem viaja também descobre e se encanta com sabores diferentes. De pratos típicos a exóticos, uma viagem pelo mundo gastronômico.

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Auto Descubra as vantagens dos minis, estes pequenos carros econômicos e práticos.

54Tecnologia

Smartphones e tablets podem ajudar no dia a dia e também na hora de viajar. Michel Victor, da coluna Tecnosfera, analisa cinco apps e cinco produtos.

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Na mala Dicas de como preparar três bagagens diferentes: praia, cidade e serra. Escolha a sua mochila – que deve ser prática e ter o tamanho ideal – e caia na estrada.

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Editorial - Seguindo os passos Cada vez mais, os pequenos acompanham os caminhos dos pais. Na vida, no estilo e até em viagens. Aqui, um closet para pai e filhos.




DIVULGAÇÃO

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entrevista

Aventura com

classe Ele cresceu próximo a orangotangos e viajando pelo mundo. Já adulto, fez faculdade nos Estados Unidos e continuou carimbando o passaporte. Hoje, Álvaro Garnero transformou o que era diversão em profissão. Quem queria estar em seu lugar?

Larissa Viegas_larissaviegas@opovo.com.br

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e uma forma natural (se isso for possível), Álvaro Garnero leva uma vida de luxo, confortável e cheia de regalias. Dinheiro nunca foi problema: ele é neto de Joaquim Monteiro de Carvalho, responsável por instalar no Brasil empresas como Volkswagen e Peugeot, e filho de Mario Garnero, presidente da Brasilinvest, e de Ana Maria Monteiro de Carvalho, do Grupo Monteiro Aranha. Resumindo: viagens ao redor do mundo, hospedagens em suítes presidenciais, almoços com sheiks e jantares com presidentes fazem parte da sua rotina desde pequeno. Mas não pense que esse legítimo playboy só fica em casa apreciando seus caros e saborosos vinhos (uma de suas paixões). Álvaro é empresário do ramo imobiliário e de entretenimento e, de quebra, apresentador do programa 50 por 1, há quase cinco anos no ar e transmitido pela TV Record. Os roteiros foram cumpridos em 900 dias de viagem, sendo a última temporada, uma volta ao mundo em um cargueiro. Simpático e bem humorado, esse “bon vivant às avessas” conta um pouco de suas lembranças e experiências à Stalker Mag.

Stalker Como foi sair da ficção e fazer uma viagem ao redor do mundo em 80 dias e sem avião? Álvaro Garnero Foi um desafio, como o próprio programa mostrou. As viagens transoceânicas, por exemplo. Na época de Júlio Verne, se o cara perdesse um navio, na hora seguinte tinha outro saindo pro mesmo destino. A oferta era grande, porque era a única forma de chegar a outro continente. Hoje se você perde um navio, tem que esperar até três meses para conseguir outro. Por isso a gente optou por um cargueiro. Stalker Você sempre foi mais Júlio Verne ou Jack Keruoac? Álvaro Acho que nem um nem outro. Júlio Verne é o fantástico, o incrível. Kerouac é o maluco, o sem rumo. Acho que, se for para fazer um comparativo literário, eu me encaixo mais no papel de Marco Polo, o explorador. Stalker Quantas vezes você leu “Volta ao mundo em 80 dias” e “On the Road”? Álvaro A "Volta ao Mundo em 80 dias" umas três vezes, até por causa do programa. Viajei com o livro na mala. "On the road" foi só uma vez mesmo, na época da faculdade, na Califórnia.


l Júlio Verne é o fantástico, o incrível. Kerouac é o maluco, o sem rumo. Acho que, se for para fazer um comparativo literário, eu me encaixo mais no papel de Marco Polo, o explorador


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Avião ou trem para viagens longas. Bicicleta para curtas distâncias. Buggy na areia. Cargueiro, nunca mais!

família tem casa, havia dois orangotangos que tomavam chá das cinco. Isso foi nos anos 1970, 1980. Hoje é superpoliticamente incorreto. Os orangotangos foram aposentados, ninguém comenta mais isso. Mas imagina ver os dois orangotangos tomando chá quando você tem cinco anos? Eu enchia a paciência do meu avô para me levar pro zoológico. Acho que era um jeito de entrar num mundo de fantasia. Quando eu vi a palavra encantamento, foi a primeira coisa que eu me lembrei. Stalker O estilo aventureiro, meio mochileiro, é algo que te fascina? Álvaro Sim, mas não por muito tempo. Eu estou hoje com 43 anos. As costas não aguentam tanto. Stalker “Um lugar não é para se ver, mas para se viver”, esta foi a inspiração quando você começou o programa 50 por 1. Como foi viver estas experiências? Álvaro É um privilégio. Mesmo com os prazos, com a correria, não consigo imaginar emprego melhor. StalkeR Você passou 15 anos nos Estados Unidos. Em que outros lugares você já viveu de fato? Álvaro Eu vivi em La Jolla, Califórnia. E por causa dos negócios ficava muito entre LA e Miami. Stalker Na segunda temporada do programa você traçava rotas de viagens. Você costuma fazer viagens mais programadas ou é algo sem destino certo? Álvaro Eu gosto de ter uma certa programação, sim. Nada muito certinho, de ficar reservando restaurante e programas antes. Mas os lugares e hotéis eu preciso saber. Em férias, o que eu não quero é me estressar. Stalker Você cresceu viajando, imagino que sua família sempre lhe proporcionou férias em lugares incríveis. Qual foi o lugar que você visitou que mais lhe encantou? Álvaro No zoológico de Cap Ferrat, onde minha

Stalker Avião, trem, bicicleta, buggy ou navio cargueiro? Álvaro Avião ou trem para viagens longas. Bicicleta para curtas distâncias. Buggy na areia. Cargueiro, nunca mais! Stalker E o clima, prefere temperaturas negativas ou sol "de rachar"? Álvaro Sol, sempre sol. Stalker Da Patagônia à Ucrânia. Do Amazonas ao Rio Grande do Sul. Onde te levará os próximos episódios? Álvaro Embarco para gravar a temporada de "Cidades Olímpicas" do 50 por 1. A gente vai mostrar o legado, os atletas, os novos esportes. Vai ser incrível. Stalker Você já comeu no melhor restaurante da Austrália, mas também já dividiu comida em um acampamento nômade na Mongólia. A experiência da mesa é uma das melhores maneiras de conhecer um lugar? Álvaro Sem dúvida. A identidade de um país está na gastronomia.


Stalker Quem (ou o que) é o melhor companheiro de viagem? Álvaro Hoje, meu iPad. Stalker O que não pode faltar de jeito nenhum na mala de um viajante? Álvaro Todos os meus gadgets. E uma máscara de dormir. Stalker Tem gente que, pra onde viaja, traz algo para integrar uma coleção. Você guarda alguma coisa das suas viagens? Álvaro Meu produtor até briga comigo, porque depois de cada viagem volto pelo menos com uma mala extra. Eu não resisto ao artesanato ou à arte local. Stalker Depois de tantas viagens pelo programa, para onde você viaja para descansar? Por falar nisso, férias se tornam trabalho e vice versa? Álvaro Qualquer viagem que eu faça com meu filho ou com minha mulher são meu descanso, minhas férias. E acho que eu consigo separar bem as férias das gravações. Uma viagem de trabalho não tem descanso. A gente grava das seis da manhã até onze da noite. Stalker Quantos carimbos e passaportes você tem no seu currículo? Álvaro Não estou com meu passaporte aqui para contar. Mas tive que tirar outro pra Volta ao Mundo. E acho que se os oficiais espremerem um pouco as carimbadas, esse novo dura até o final da temporada. Ou não. Stalker Turista é uma pessoa que paga mico em tudo quanto é canto do mundo. Qual foi o seu maior mico? Álvaro Na Amazônia Peruana eu queria aprender uma dança com uma tribo. Os índios, dando muita risada, chamaram as mulheres e fizeram com que elas me ensinassem uma dança. Por trás das câmeras o cacique ria muito. Depois que a gente gravou eles confessaram que aquela era uma dança feminina. Nenhum homem da tribo podia participar. Foi a pegadinha deles. A gente colocou no ar porque ficou engraçado. Stalker Existe algum lugar que você ainda não visitou, mas sente vontade de ir? Álvaro Eu sonho em conhecer mais da África. Os poucos países que conheci me encantaram. Quero muito conhecer Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, que dizem ter praias lindas!

FOTOS DIVULGAÇÃO


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EDITORIAL

Imaginรกrio

urbano


Não importa a cidade. os centros urbanos são os melhores espaços para exploração. o corpo sempre em movimento pede peças práticas e que se adaptEm a qualquer situação. andarilhos modernos que rodam o mundo cheioS de estilo

Polo M/L Germany 40030 / R$ 159

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catรกlogo 1

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Bermuda cargo stk 40430 / R$ 139 Sapatenis pespontos 40667 / R$ 169

Blazer Moletom 40020 / R$ 209 Camisa Stalker mundy 40308 / R$ 169


Camisa estampada 40297 / R$ 189 Camiseta 1998 40125 / R$ 59

Bermuda cargo stk 40430 / R$ 139 Sapatenis vies em couro 40672 / R$ 179

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EDITORIAL



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EDITORIAL

Camiseta STKR 98 40128 / R$ 49 Camisa xadrez Stkr 40313 / R$ 199


テ田ulos stalker 40735 / R$ 109 Cinto listrado 40705 / R$ 79 calテァa jeans bolso diferenciado 40471 / R$ 169


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EDITORIAL

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Moleton Stalker 40017 - 49017 / R$ 169 - R$ 159 Mochila Urban 40701 / R$ 269 Calรงa jeans stkr 40442 - 49442 / R$ 189 - R$ 169



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EDITORIAL

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camisa de malha 40003 / R$ 189 Camiseta 1998 40125 / R$ 59 Calรงa chino everyday 4019 / R$ 159



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EDITORIAL

Camisa Jeans 40304 / R$ 199 Camiseta Adventure 40149 / R$ 49 Mochila executiva 40700 / R$ 279


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Camisa listrada 40306 / R$ 189 Camiseta everyday 4090 - 4990 / R$ 39 - R$ 34 Cinto com enchimento eva 40707 / R$ 89 Calรงa Jeans Everyday 4034 / R$ 109


ARQUVO PESSOAL

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mochileiros

O mundo na

mochila Nada de viagens planejadas e horários rígidos: espalhados pelo mundo afora, mochileiros provam que estar fora de casa pode ser uma grande jornada de auto-descoberta e realização. Jáder Santana_jadersantana@opovo.com.br

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m mês antes da data programada para nossa viagem, meus amigos decidiram ficar em casa. Gastei dias inteiros chateado com a situação e refletindo sobre o melhor modo de estourar o dinheiro economizado para nossas férias. Numa manhã de segundafeira, enchi a mochila de roupas, calcei o tênis e fui até a rodoviária com a decisão de viajar sozinho. Trinta dias depois, voltei para casa com todo o litoral nordestino na memória, a agenda cheia de telefones e alguns amores no coração.

Desde aquela primeira viagem, em janeiro de 2008, conheci quase todos os cantos do Brasil que sonhava conhecer e escapei para a Bolívia numa experiência de auto-conhecimento que pretendo repetir, já que continuo não me conhecendo tão bem assim. Também troquei minha mochila multicolorida, dos tempos de colégio, por outra menos lúdica, mas com capacidade para 70 litros. Agora, prefiro viajar sozinho, usufruir da minha completa liberdade e fazer novos amigos em cada cidade que decido parar. Aos meus companheiros que abriram mão de nossa viagem de férias, meus eternos agradecimentos.

De repente, o mundo Foi um operador de telemarketing que despertou a sede por aventuras na vida do fotógrafo José Albano. Por volta de 1985, Albano recebeu por telefone a oferta de um consórcio de carro, exatamente o que ele menos precisava naquela época. Vinte e cinco anos depois, o hodômetro de sua moto – uma Honda ML 125, modelo 84 – registra uma quantidade expressiva de quilômetros, evidência de quem já percorreu todo o Brasil. “Na realidade, quando o cara ofereceu o carro, eu não tinha nem ao menos uma moto, e nem vontade de ter uma. A partir daquela ligação, foi um salto pra comprar”. Albano dirigiu sua moto pelas ruas de Fortaleza durante aproximadamente quatro anos antes de fazer sua primeira grande viagem. “Quase tudo na vida é um acidente”, conta o fotógrafo que, ao fim de uma temporada de trabalho, voltou de Teresina para Fortaleza sobre duas rodas, porque não conseguiria viver longe de sua moto por longos dois meses, o tempo necessário para que ela fosse transportada de trem entre as duas cidades. Enquanto percorria aqueles quase


Coração aberto ao novo Os mochileiros são, por excelência, apaixonados pelas terras que visitam e pelas pessoas que nelas pisam. Nunca se cansam de experimentar cores e sabores, e não estão satisfeitos até que possam gritar uma ou duas palavras básicas do dialeto local. Durante dois anos, Rafael Limaverde, com a sua bicicleta, enfrentou dias de sol e chuva, subiu montes gelados, atravessou desertos e completou o mais difícil dos trajetos, “o da viagem de si para si mesmo”. Compartilhando o mesmo nome e a paixão por viagens, o estudante de publicidade Rafael Castelo já visitou a Argentina,

arquivo pessoal

600km de estrada, percebeu que aquilo era exatamente o que faltava em sua vida: “Fui forçado a viajar daquela forma mas acabei ficando encantado com tudo. Foi um pouco desconfortável, eu não tinha técnica alguma, mas cheguei em casa e estava realmente encantado”. Quem também descobriu o encanto do desconhecido durante suas viagens foi o ilustrador Rafael Limaverde, que percorreu 16 países latino-americanos montado em uma bicicleta. Depois de oito anos trabalhando na redação de um jornal, Rafael colocou em prática seu plano: em 2002, saindo de Fortaleza, pedalou até o México desceu para a Argentina e, em seguida, voltou para casa. Chegou aqui mais magro, bronzeado e com o espírito fortalecido. “A viagem de bicicleta não é tão confortável, mas é essencialmente poética. A relação entre tempo e espaço muda completamente, sem falar que a bicicleta permite uma interação muito maior que aquela obtida com outros estilos de viagem. É isso o que eu procuro: a possibilidade de encontros”, conta.

República Tcheca, Alemanha, Holanda, Noruega, Dinamarca, Finlândia, Rússia, Inglaterra, Escócia, Portugal, França, Itália, Espanha, Irlanda, Suíça, Bélgica e Estados Unidos. Como um bom viajante, enfrentou dificuldades e soube tirar lições valiosas de seus perrengues: “Depois de um tempo, você acaba ficando meio que preparado pra tudo. Já dormi em praça, aeroporto, estação de trem. Passei fome, perdi dinheiro, me perdi, várias coisas. Até pulga já peguei! Mas acho que isso tudo faz parte do processo. Você tem que abraçar os problemas e lidar com eles da melhor forma possível”. José Albano, o fotógrafo motociclista, já percorreu estradas de todo o Brasil, menos na região da Amazônia, cuja forma de locomoção acontece, em grande parte, por vias fluviais. Depois de quase três décadas rodando pelo País, enganase quem pensa que ele nutre planos de seguir para outros países. “Eu quero continuar viajando por aqui. Dirigir pelo Brasil é muito confortável por causa do clima”, conta.

l José Albano

A viagem de bicicleta não é tão confortável, mas é essencialmente poética. A relação entre

tempo e espaço muda completamente, sem falar que a bicicleta permite uma interação muito maior que aquela obtida com outros estilos de viagem. É isso o que eu procuro: a possibilidade de encontros


mochilheiros

JOSÉ ALBANO

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É a coisa mais fascinante você se sentir literalmente isolado de tudo


Descobertas valiosas A máquina fotográfica de um viajante guarda momentos que representam pequenas preciosidades. Quando tudo parece interessante e digno de atenção, algumas cidades, algumas pessoas, alguns cheiros surgem de modo tão peculiar que conseguem fazer valer qualquer esforço. “Acho que a Rússia foi um dos lugares mais interessantes pra chegar de mochila, por conta de toda a diferença cultural, da dificuldade linguística e outros aspectos que tornaram a viagem bem mais interessante. Parar na Praça Vermelha e olhar o Kremlin é impagável”, conta o estudante Rafael Castelo. Se para os turistas que contratam agências de viagem o que importa é a comodidade, os mochileiros se realizam com o inesperado. “Uma vez, na Irlanda, vinha caminhando na rua e me deparei com uma igrejinha. Não sou religioso, mas adoro igrejas. Entrei e me deparei com o espaço vazio, a não ser por uma meia dúzia de pessoas de branco espalhadas nos bancos. Cinco minutos depois, as pessoas se levantam, sobem no altar e começam a cantar um canto gregoriano. Foi uma das coisas mais lindas e inesperadas que eu já vi”, conta Rafael. Com a propriedade de quem conhece seu país como ninguém, José Albano também sabe listar aqueles lugares que lhe arranca-

ram o fôlego. “É difícil de dizer, mas fiquei encantado com as praias de Alagoas, com aquela estrada na beira do mar. O sul de Minas, a Serra da Mantiqueira, é tudo fantástico. Também adorei o Paraná e a Estrada da Graciosa, entre Paranaguá e Antonina. Além disso, gostei de Brasília, de viajar pelas estradas de Goiás, e das chapadas Diamantina, dos Guimarães e dos Veadeiros”, enumera. Ombro amigo e dinheiro no bolso Para quem não está completamente convencido sobre as maravilhas de viajar por conta própria, um adendo: a redução de custos. No geral, agências de turismo incluem em seus pacotes hotéis ou pousadas de referência, que acabam por encarecer o valor final da viagem. E, convenhamos, para alguém que quer mergulhar na cultura de um lugar novo o que menos importa é o local em que vai encostar a cabeça no final da noite – alguns preferem dormir apenas nos trajetos entre uma cidade e outra. Quando é possível conciliar a redução de custos com benefícios que dificilmente serão obtidos em outros tipos de hospedagem, esteja certo de que aquele é o lugar ideal. Estamos falando dos albergues. Em geral, viajantes que optam pelo charme discreto dessa categoria estão também em busca de novos amigos que sirvam de companhia na descoberta das ruas e bares das cidades. “Só me hospedo em albergues. Eu acho uma das melhores ideias que já tiveram, principalmente se você é como eu, que gosta de viajar só ou em grupos pequenos. O albergue te dá a possibilidade de conhecer muita gente de várias partes do mundo. São pessoas que mantenho contato até hoje. Sem falar nos preços, é claro”, explica Rafael Castelo.


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mochileiros

ARQUIVO PESSOAL

vido, Albano recorre ao companheiro inseparável: sua moto. “Ela me entende. Chegamos, depois de um uso diário de quase 27 anos, ao entendimento. Somos como um binômio, temos uma simbiose, um equilíbrio perfeito. Eu sei exatamente como ela vai se comportar. E ela conhece minhas dobradiças, meu peso. Não quero outra moto, não quero ter que me adaptar novamente”.

l Rafael Limaverde

l Estar comigo mesmo é uma grande coisa.

Eu preciso desse tempo para rever minha vida, escutar meus pensamentos”.

Alguns preferem o silêncio absoluto que apenas pode ser obtido quando se está completamente só. José Albano evita ficar hospedado em hotéis, pousadas, albergues e dormitórios em geral. Para ele, a sensação de dormir em uma barraca armada no meio da estrada, entre um lugar e outro, está entre as mais prazerosas experiências de suas viagens. “É a coisa mais fascinante você se sentir literalmente isolado de tudo, e eu só consigo isso quando pernoito em lugares ermos. Saio das cidades e me escondo na beira de um lago, num rio, num descampado, numa terra sem cercados, num canavial. Estar comigo mesmo é uma grande coisa. Eu preciso desse tempo para rever minha vida, escutar meus pensamentos”. Quando quer alguém para conversar, para ouvir e ser ou-

Notícias do mundo de lá “Eu não uso celular. Quando viajo, não quero que ninguém dê notícia de mim e não quero dar notícia de ninguém”. É o que pensa José Albano, que deixa sua filha em constante estado nervoso sempre que sai para mais uma de suas aventuras. Quando os problemas surgem, faz parte da viagem buscar soluções para resolvê-los, e o bom aventureiro é aquele que não saca o telefone e disca o número da família e amigos logo que o pneu fura. Apesar das dificuldades inerentes ao mochileiro, poucos são os que desistem de suas rotas. Albano, durante suas andanças pelo país, enfrentou quedas de moto, a quebra de equipamentos essenciais para sua locomoção, assaltos, frio e chuva, mas conta que em nenhum momento pensou em voltar atrás. “Não conheço maneira mais interessante e fascinante de viajar”, conta. O estudante Rafael Castelo guarda opinião diferente. Para ele, alguns cuidados são fundamentais para garantir uma viagem sem maiores imprevistos: “É importante ter sempre alguém que saiba onde você está. Também é válido buscar recomendações dos albergues antes de reservar uma cama, ter cuidado com o dinheiro e relaxar. Não adianta querer ver tudo e não ver nada. Vá pra curtir. Seja um viajante, e não um turista”.


Viajar, pra mim, é sair do meu lugar, cair fora da realidade que me cerca na minha casa, com as pessoas, e os amigos,

e as exigências. É dar as costas e cair fora da minha realidade diária. Não importa pra onde, importa que eu saia de casa

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Informação parece ser a palavra chave para um mochileiro. Realizar uma ampla pesquisa prévia sobre os destinos que vai visitar e os costumes de cada povo é fundamental. “A informação é a chave. Saber para onde e quando se vai também é importante. Além disso, não ter medo é valioso. Com medo não se atravessa uma rua. O importante é não deixar o medo engessar seus sonhos. A vida é um risco”, acrescenta Rafael Limaverde.

Tem explicação para ser mochileiro? É difícil para um viajante explicar suas motivações. Fugir da rotina, evitar o estresse, olhar para dentro de si, conhecer gente nova e respirar novos ares são as respostas mais ouvidas. Quando estão reunidos em animadas rodas de conversa, saltam aos ouvidos depoimentos emocionados sobre o real significado de cada passo, de cada pedalada. Quem gasta algumas horas de papo com um mochileiro percebe que algo maior está por trás de suas aventuras aparentemente desconexas. “Eu viajo pra conhecer, pra ver, pra estar lá. Eu costumo dedicar meus dias a conhecer o máximo de lugares que meus pés e meus bolsos permitirem”, conclui o estudante Rafael Castelo. Há também quem faça suas viagens para experimentar sensações únicas, que dificilmente se repetiriam dentro de suas zonas de conforto. “Eu viajo pela paisagem, para jogar meu corpo contra ela, contra os elementos, contra o vento, o sol, a chuva”, explica o fotógrafo José Albano. Quando viaja, também está fugindo das rotinas e obrigações que preenchem seus dias: “Viajar, pra mim, é sair do meu lugar, cair fora da realidade que me cerca na minha casa, com as pessoas, e os amigos, e as exigências. É dar as costas e cair fora da minha realidade diária. Não importa pra onde, importa que eu saia de casa”. Em seu The Innocents Abroad, o escritor americano Mark Twain, viajante inveterado, estimulou os viajantes: “Viajar é fatal para preconceitos, para o fanatismo e para as mentes estreitas. Daqui a 20 anos, você tenderá a ficar mais decepcionado com as coisas que deixou de fazer do que com as coisas que fez. Portanto, lance fora as amarras. Navegue para longe do porto seguro. Deixo que o vento sopre suas velas. Explore. Sonhe. Descubra”. E você? Já sabe qual será o seu próximo passo?

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Inspire-se, mochileiro Manual do Viajante Solitário

José Albano Editora: Terra da Luz Editorial, 2010

Pelos Caminhos de Nuestra América

Rafael Limaverde Editora: Littere, 2009

l Rafael Castelo


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EDITORIAL

Óculos stkr 40737 / R$ 109 Camisa Índia 40299 - 49299 / R$ 169 - R$ 149 Camiseta Everyday 4090 - 4990 / R$ 39 - R$ 34

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Bermuda cargo stk 40430 / R$ 139 SandÁlia toronto 40689 / R$ 109 Mochila Urban 40701 / R$ 269

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Pé na estrada INSPIRADO PELO ESPÍRITO DO ESCRITOR JACK KERUOAC, O VIAJANTE FAZ DA ESTRADA A SUA CASA E LEVA NA MOCHILA O SEU MUNDO. AVENTURE-SE E CARIMBE O PASSAPORTE. NÃO IMPORTA O MEIO DE TRANSPORTE, ESCOLHA O SEU ESTILO E CAIA NA ESTRADA


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EDITORIAL

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Camisa xadrez stkr 40307 / R$ 179 bermuda cargo pespontos 40425 / R$ 139



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catรกlogo 1I EDITORIAL

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Camisa xadrez stkr 40307 / R$ 179 Camiseta photographY 40029 / R$ 59 bermuda cargo pespontos 40425 / R$ 139


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Mochila Urban 40701 / R$ 269 Sapatenis viĂŠs couro 40672 / R$ 179


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テ田ulos stkr 40737 / R$ 109 Polo World 40004 / R$ 149


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camisa de malha 40003 / R$ 189 camiseta 1998 40125 / R$ 59 Cinto com EVA 40707 / R$89 calรงa chino everyday 4019 / R$159


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EDITORIAL

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Calรงa five pockets 4018 / R$ 139 colar couro stk 40720 / R$ 49 Sapatenis couro 40665 / R$ 169


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camisa ESTAMPADA 40310 / R$ 199 camiseta everyday 4090 - 4990 / R$ 39 - R$ 34 bracelete couro 40719 / R$ 49


esporte

ROBERTO KENNEDY

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Bike: o hype do momento

As bicicletas estão invadindo as ruas e ganhando as estradas. É cada vez mais comum ver ciclistas pelas cidades ou pedalando pelo mundo, como o artista David Byrne. Inspire-se e escolha a sua companheira de duas rodas

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Eduardo Vasconcelos_eduardovasconcelos@opovo.com.br

escer até a garagem do prédio, passar pelo carro, não entrar e dizer: “Hoje vou de bike”. É o desafio que muitos sentem vontade de enfrentar, mas não fazem. Ainda. O medo que aprisiona as pessoas dentro de casa resiste, mas em algumas grandes cidades é possível ver grupos de

pessoas se aventurando a conhecer outros bairros sob outro ponto de vista. Aos poucos, a bicicleta se transforma no principal meio de transporte de pessoas que não concordam mais em pegar um trânsito de uma hora em um percurso que levaria 20 minutos. O grande salto para a adesão da bike como meio de transporte principal requer alguns cuidados e embora ainda falte muito para o trânsito das cidades brasileiras

tornar-se um ambiente favorável às bicicletas, é possível alcançar um nível muito alto de segurança. “Não andar em ruas de contramão, vestir roupas claras à noite, não pedalar na calçada, preferir ruas secundárias, respeitar os semáforos e ter bom senso são algumas coisas que devem ser levadas a sério para se ter mais segurança. Mas ainda sim há muita falta de atenção por boa parte dos motoristas que não nos vêm como parte do cenário, parte do trânsito”, afirma Mateus Pompeu, 22, que pedala por Fortaleza há mais de dois anos. Pedaladas pelo mundo Ex-líder da banda Talking Heads, cineasta, artista plástico, escritor e um dos maiores defensores do uso da bicicleta, David Byrne esteve na Flip de 2011, em Paraty, onde apresentou o livro Diários de bicicleta que conta as experiências de suas pedaladas por várias cidades do mundo. Para fazer esse registro, Byrne comprou uma bicicleta dobrável que levava para cidades como Berlim, San Francisco, Roma, Istambul, Buenos Aires, Londres e muitas outras. O livro mostra um modo de ver cada cidade sobre duas rodas e põe em reflexão a otimização do espaço urbano para o uso da bicicleta. Há um longo caminho para ser pedalado até termos um ambiente amigável aos ciclistas, mas a revolução está só começando.

l serviço

Diários de Bicicleta David Byrne Editora: Amarilys. R$ 49


EM DUAS RODAS

Road Bikes. Bicicletas de estrada se dividem em dois estilos: dropbar (com o guidão em formato de chifres) e flat-bar (com o guidão reto). A drop-bar é construída com aerodinâmica para ser veloz e pesar pouco. Já a flat-bar tem assento um pouco mais alto Mountain Bikes. Também possuem dois estilos: hardtails e fullsuspensions. As primeiras têm suspensão somente na frente e a parte traseira é rígida. O segundo estilo dá suspensão completa. Lazer. Essa categoria é composta por bicicletas confortáveis e híbridas. As primeiras maximizam o conforto da pedalada, deixando em uma posição bem relaxada. As híbridas são a combinação do conforto com a eficiência das bicicletas de estrada.

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Conheça as categorias de bikes e veja qual estilo se encaixa no seu perfil:

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l serviço

1. Caloi Elite 2.7

Categoria: mountain bike Estilo: hardtails Marchas: 27 Preço: R$ 2.699

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2. Pashley Poppy Categoria: lazer Estilo: retrô Marchas: 3 Preço: R$1.200

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3. Caloi 500 Categoria: lazer Estilo: conforto Marchas: 26 Preço: R$ 899

4. Caloi 10

Categoria: road bike Estilo: drop-bar Marchas: 12 Preço: R$ 799

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5. Track & Bikes TB-100 XS Categoria: mountain bike Estilo: fullsuspension Marchas: 18 Preço: R$ 379


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música

Fone noe caia na ouvido estrada

Vamos supor que nos próximos dias você vai colocar uma mochila nas costas, tomar um meio de transporte qualquer e seguir para um novo destino. O crítico musical Marcos Sampaio faz aqui uma seleção de músicas para serem ouvidas em viagens

CAIO FERREIRA

Marcos Sampaio_marcossampaio@opovo.com.br

C

omo alguém que sempre acreditou que a vida é mais interessante quando tem trilha sonora, sempre dediquei boa parte do meu tempo a uma seleção atenta de músicas para serem ouvidas nas viagens. Por isso, vou abrir este espaço para sugerir um clima especial a quem está com sua passagem na mão. Vamos supor que nos próximos dias você vai colocar uma mochila nas costas, tomar um meio de transporte qualquer e seguir para um novo destino, ainda desconhecido. Seguem minhas dicas para tornar essa aventura mais interessante. Nas primeiras horas do dia, é importante que a melodia chegue mansa e vá tomando conta do ambiente. Isso facilita para que as energias da manhã se assentem sem sustos. Nando Reis foi feliz ao abrir seu disco 12 de Janeiro (1995) celebrando a família em Bom dia. Cheia de positividade, ela pode ser ouvida antes


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MÚSICAS para uma boa viagem

l No 12 de Janeiro, l Vá de George de Nando Reis, escute Bom dia para começar bem a jornada

Harrison. Em All things must pass, escute My sweet lord. E em Abbey Road, coloque para tocar Here comes the sun

ou depois da majestosa My sweet lord, do mestre George Harrison. Também é do ex-Beatle o hino Here comes the sun, que, apesar de óbvio, nunca perde seu impacto numa hora dessas. Alguns quilômetros, sem trocar de faixa Daí em diante, sua viagem precisa ganhar velocidade. É hora de animar e, para isso, nada melhor que um bom rock’n’roll na orelha. Se estiver de carro, Mysterious ways, I will follow e New year’s day, todas do U2, são daquelas de cantar alto enquanto dirige. Tem também aquelas bem populares dos Guns’n Roses, tipo Sweet child o’ mine. Se você for um nacionalista fiel, discos do Barão Vermelho (Ao Vivo MTV) e Paralamas do Sucesso (Uns Dias Ao Vivo) são bons e longos o suficiente para lhe garantir alguns quilômetros sem precisar trocar de faixa. Agora, se a viagem for de moto, sejamos tradicionalistas: Born to be wild, do Steppenwolf. Essa onda de baixar discos de graça é uma boa oportunida-

l Se a pedida é U2, em The best of 1980 – 1990, dê em play em I will follow e New year's day. Já em Achtung baby, a dica é Mysterious ways

l Clássica das viagens na estrada, Born to be wild, de Steppenwolf pode ser encontrada em The best of Steppenwolf

de para garimpar velhas raridades e testar na estrada. Sugiro, então, preciosidades da black music internacional como Marlena Shaw (música Woman of the ghetto, do disco The spice of life), Spanky Wilson (ao lado da Quantic Orchestra no disco I’m thankful), Esther Phillips (no dançante What a difference a day makes) ou a banda Kings Go

Essa onda de baixar discos é uma boa oportunidade para garimpar raridades e

testar na estrada. Sugiro preciosidades da black music como Marlena Shaw

Forth (The outsider’s are back). Quando o dia for chegando ao fim, antes de ir pro berço você pode seguir dois caminhos, a farra ou o relaxamento. Se for farra, como um bom brasileiro, pode ser hora de samba (Beth Carvalho, Mart'nália e Elza Soares

l Para dar velocidade na estrada, coloque bem alto Sweet child o'mine, de Guns N' Roses, do Appetite for destruction

l Se você for um nacionalista fiel, o Barão Vermelho Ao Vivo MTV garante alguns bons quilômetros

sempre) ou de rock, mais uma vez (Led Zeppelin, Joe Cocker, Florence + The Machines, Pearl Jam, por exemplo). Se for pra puxar o freio, que tal um jazz? Já conhece o disco A wonderful world, parceria de Tony Bennett e K.D. Lang? Se não, deveria. É uma boa dica pra relaxar os nervos, enquanto toma alguma coisa e descansa antes de pegar a estrada novamente no dia seguinte. Para levar na bagagem l MTV ao Vivo - Barão Vermelho l Uns dias ao vivo - Os Paralamas do Sucesso l The spice of life - Marlena Shaw l I'm thankful - Spanky Wilson e Quantic Orchestra l What a difference a day makes - Esther Philips l The outsider’s are back Kings Go Forth l A wonderful world - Tony Bennett e K.D. Lang


SXC.HU

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diário de bordo

Se jogue pelo

mundo Quem se aventurar pelas páginas de Me Leva Mundão, deve estar pronto para o inesperado. O repórter Maurício Kubrusly conta fatos inusitados que rolaram em suas viagens por vários países, enquanto fazia o programa Fantástico, da Globo Callen Leão_callen@opovo.com.br

E

mbora não seja um diário de bordo, em ordem cronológica, o leitor embarca com Kubrusly pelos quatro cantos do mundo nessa obra que segue a linha do livro Me leva Brasil. De vez em quando, um guia ajuda ou atrapalha. Mas o que fica é a bagagem de boas histórias. “Conto alguns lances curiosos, engraçados, surpreendentes, de minhas andanças fora do Brasil”, diz Kubrusly sobre a obra. E não se surpreenda se alguns deles deixar você indignado, como a violência doméstica permitida na sociedade patriarcal de Dubai, ou em alerta, como a dica de cuidado ao pisar na Índia e sair provando todas as iguarias apimentadas. O riso também corre frouxo com o jeito “abrasileirado” do repórter que foge do protocolo de bons modos no Japão. Ele dorme sobre uma mesa em ambiente público, mergulha no tatame da casa de um modelo sem ter sido convidado como manda o figurino e faz com que a sua guia, Su, siga à frente dos homens em uma escada rolante, um ato desafiador já

que as mulheres geralmente andam atrás dos homens por lá. Depois descobre que esse jeitinho foi o suficiente para a japonesa se apaixonar pelo cinegrafista da equipe, o baiano Gilmário Batista. Aí, para relaxar entre uma aventura e outra, ele saca uma leitura de bolso. “Como sou tarado pelo prazer de ler, sempre viajei e viajo com livros”, explica.

E Maurício é assim mesmo, acostume-se! Sai lambendo tudo em uma igreja na Polônia para comprovar que de fato tudo lá é feito do mais puro sal E Maurício é assim mesmo, acostume-se! Sai lambendo tudo em uma igreja a 327 metros abaixo da superfície na Polônia para comprovar que de fato tudo lá é feito do mais puro sal. No bairro Gdanski, em Varsóvia, encontra um tanque da Segunda Guerra Mundial circulando tranquilamente pelas ruas, assim como outras relíquias bélicas que podem

até chocar um pouco o turista, mas para eles é supernormal. Na França, fica de cara com o tal do “desodorante sete-dias”. Fica ainda mais curioso quando encontra o de “quatorze-dias”. Este, inclusive, testa de verdade. Mas comprova que não é muito agradável ficar tanto tempo sem um bom banho, com uma vedação para amenizar os efeitos do suor. Em Portugal, ele presencia os tais Homem de Fraque, ou Homem de Preto, que perseguem e fazem pressão psicológica em quem deve dinheiro ou está encrencado no casamento. Na Itália, o “acarajé italiano” de Maia, de Salvador, mostra como o tempero brasileiro agrada aos estrangeiros. Esse acarajé e o arroz “endoidaxeque” são dois pratos bem sucedidos, conforme atesta Kubrusly. O arroz foi em Dubai, do tipo soltinho que vai bem com feijoada e agrada em cheio ao pessoal de lá, especialmente o público masculino que se encanta com as brasileiras e o jeitinho de cozinhar. Afinal, “sair pelo mundo é um privilégio”, como diz o próprio autor. E aprender com as histórias de quem viaja é também uma oportunidade de viajar, sem sair de casa.


lBate-papo BATE PAPO

Stalker - Você se arrepende de alguma daquelas loucuras de repórter investigativo, como testar o desodorante de "sete dias" ou lamber a igreja de sal? Maurício - Não me arrependo de absolutamente nada. Uma das melhores coisas das viagens está nas descobertas. Ou seja: ver o que você nunca tinha visto. Lamber as diversas partes da gigantesca igreja salgadinha... só estranho que a maioria das pessoas nem passou o dedinho. Então... claro que quis experimentar a terrível sensação de

estar a 120 graus abaixo de zero. Brrrrrrrr.... que frio pavoroso. E se alguém me conta do desodorante de sete dias, claro que vou confirmar se existe mesmo. E testar, claro! Mas a palavra reportar já escancara a intenção: contar o que conheceu, experimentou... Stalker - E para onde ainda gostaria de ir neste “mundão”? Maurício - A trabalho ou a passeio? Claro que muda tudo, né? Mas gosto das duas possibilidades. Normalmente, a viagem de trabalho possibilita maiores descobertas. Mas se fosse uma simples viagem de passeio fora do Brasil... Paris, sem dúvida. Se fosse dentro do Brasil, iria pro Norte. Os espaços são imensos e todos os hábitos e costumes, muito variados. Toda vez que volto de lá, fico com vontade de voltar logo, pois há muito o que conhecer, ouvir, comer, conversar, dançar, provar... e, principalmente, escutar.

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Stalker - No Me leva Brasil, você percebe que o brasileiro que vive fora da capital possue outro ritmo sem perder a tal "brasilidade". E os que vivem no “mundão”? Maurício Kubrusly - É uma diferença grande. Do ritmo da cidade a tudo que ela oferece e tudo que ela destrói. Quem mora na metrópole fica perdido numa cidade pequena e viceversa. E não estou falando apenas do Brasil. Se pensarmos em outros países, aí a diferença é maior. Afinal, o dia a dia de quem mora, por exemplo, em Dubai é totalmente diferente da moçada que mora em Tóquio. E esta é apenas uma entre centenas de comparações.

l serviço Me Leva Mundão Maurício Kubrusly Editora Globo. R$39


cinema

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NATUREZA SELVAGEM A HISTÓRIA DE CHRISTOPHER MCCANDLESS É INSPIRAÇÃO PARA PEGAR A ESTRADA

Viajando na

telona

Cansado da rotina trabalho/faculdade e casa? Chegou a hora de desbravar lugares que você nunca imaginou. E para começar, que tal um pouco de cinema para se inspirar? Larissa Viegas_larissaviegas@opovo.com.br les deixaram tudo para trás: família, amigos, namorada, casa, emprego... Tudo em prol de uma grande aventura e, principalmente, de se descobrir como ser humano. Poderíamos estar falando de qualquer pessoa, mas essas são características de alguns personagens do cinema. E, assim, a vida

imita a arte. Ou seria o contrário? Pé na estrada Nesse ano, uma das aventuras mais influentes da década de 1950 chega aos cinemas. On The Road, conhecido aqui no Brasil por Pé na Estrada, é uma história lendária escrita por Jack Kerouac e marcou gerações com seu movimento beat, indo contra o ditado “American way of Life” e influen-

ciando as próximas gerações e despertando nos jovens um desejo ainda adormecido: o do autoconhecimento e de novas experiências de vida. A adaptação para as telonas será do diretor brasileiro Walter Salles, com produção de Francis Ford Coppola e roteiro de José Rivera. No elenco estarão Sam Riley como Sal Paradise, Garret Hedlung como Dean Moriarty, Kristen Stewart interpretando Marylou, Viggo Mortensen como Old Bull Lee, Amy Adams no papel de Jane, Kirsten Dunst como Camille, e outros nomes como Steve Buscemi, Elisabeth Moss, Terrence Howard e a atriz brasileira Alice Braga. Na obra, o narrador e personagem principal Sal Paradise vive em New Jersey e tenta escrever um livro. Nada parece “anormal” em sua vida: é inteligente, carismático e cheio de amigos. Em uma visita a Nova York, o aspirante a escritor conhece Dean Moriarty, um simpático andarilho. Os dois descobrem que dividem algumas paixões, como jazz, literatura e desejo de conhecer o mundo. E o sonho torna-se realidade quando decidem atravessar juntos os Estados Unidos na lendária Rota 66, conhecendo lugares, pessoas e eles próprios. Rica em ação e detalhes, a adaptação do diretor brasileiro é uma das mais esperadas de 2012. Aventura selvagem Ficou imaginando como serão as belas imagens do filme de Walter


l Imagem do filme 172 horas

Para seguir os passos dos filmes Já está de malas prontas? Então anote os destinos percorridos pelos personagens destes filmes

Pé na estrada (On the Road) - Na obra de Kerouac, os viajantes percorrem de leste a oeste os Estados Unidos, desbravando o próprio país. Aproveite para conhecer o Brasil e viaje do Oiapoque ao Chui. Na natureza selvagem - Já está “craque” nas viagens? Então siga os passos de Alex e visite o Alasca, terra de paisagens naturais que vão das verdes florestas ao branco cenário da neve. Diários de Motocicleta - A misteriosa cidade de Machu Picchu, no Peru, não encantou apenas Che Guevara. Se for por lá, não deixe de passar nas ruí-

nas, que marcam a presença do Império Inca. 127 horas - Explore (com cuidado) o Grand Canyon, em Utah, nos Estados Unidos. Além da geografia propícia para a prática de esportes como escalada e mountain bike, o visual é um dos mais lindos do mundo. Viagem ao centro da Terra - A Islândia foi o destino escolhido pelos personagens. Em sua visita, não esqueça de conferir os gêiseres, uma espécie de vulcão de água e vapor que entram em erupção periodicamente. Sem destino - O prazer de viajar em cima de uma moto já é desfrutado por muitos, principalmente após o filme. Escolha um destino, convide alguém para subir na garupa e boa viagem!

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Salles? Então enquanto o filme não sai, não deixe de assistir o longa Into The Wild, que aqui foi batizado de Na Natureza Selvagem. Lançado em 2007, a obra dirigida por Sean Penn também é baseada no livro homônimo, de autoria do jornalista Jon Krakauer. A história é verídica e narra as aventuras de Christopher McCandless (interpretado por Emile Hirsch), um jovem inteligente, bem relacionado e de família de classe média alta. Logo após concluir a faculdade, Chris decide mudar a sua vida (e sua identidade, tornando-se Alex), abandonar seu carro e percorrer os Estados Unidos, sem deixar vestígios. No caminho, o personagem viaja por meio de carona, a pé e até de canoa, sempre conhecendo pessoas que compartilham suas experiências de vida. Um dos detalhes interessantes do filme é como o jovem, de apenas 22 anos, marca a vida pessoas de todas as idades, mesmo desconfiando das relações humanas. Seus maiores amigos são os livros, que lhe inspiram a chegar em um destino, puro e natural: o Alasca. É lá que ele vive as aventuras mais intensas e encara os maiores desafios. Difícil não se emocionar com conjunto formado por imagens, narrativas e trilha sonora. Outro destaque do filme é exatamente a premiada trilha sonora, interpretada por Eddie Vedder, vocalista da banda Pearl Jam. Fundamentais em todos os momentos do filme, as músicas transportam o telespectador para o universo do personagem e assim que o filme acaba, a vontade que dá é de viajar.


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gastronomia

Exóticas,

mas não tanto

Maniçoba, mugunzá, cajuína e caldo de turu são nomes bem estranhos, mas quem se aventura provar se encanta com esses diferentes sabores. Da gastronomia exótica, o melhor! Veja como “temperar” sua viagem conhecendo pratos incríveis Erika Neves_erikaneves@opovo.com.br

Q

uando se fala em comida exótica, logo se pensa nos mais asquerosos pratos. Nada disso, leitores. Exótico mesmo não precisa ser feio ou causar repulsa, mas que seja apenas algo diferente do habitual e ainda saboroso.

Diferente, mas é bom Maniçoba é para paraenses o que feijoada é para cearenses – e para muitas outras regiões. É um prato ousado de origem indígena do Pará que na receita leva todos os ingredientes da feijoada tradicional, mas com um acréscimo de um elemento que muda toda a composição: folhas de ma-

niva (ou, para nós, mandioca). As folhas da maniva são moídas e cozidas dias antes do preparo, para que seja retirado da planta o acido cianídrico, que é venenoso. Só então ela pode ser usada para o preparo do prato que é servido acompanhado de arroz branco. Mungun... o que? Outro prato tão exótico quanto a maniçoba é o mugunzá (ou mungunzá, ou mucunzá). O prato tem diferentes receitas, dependendo da região, tendo em comum apenas um ingrediente, o milho próprio para a comida. No Ceará, o milho é cozido com água e adicionado feijão, paio e carnes secas. Em outras regiões do Nordeste, como em Pernambuco, o mugunzá é preenviromantic / istockphoto


l Exótico mesmo não precisa ser feio ou causar repulsa, mas que seja apenas algo diferente do habitual e ainda saboroso

parado com leite de coco, açúcar e canela, sem adição de feijão. No sudeste é preparado da mesma forma, mas o prato é conhecido como “canjica”. Ô Brasilzão! Vai uma fafora de formiga aí? Humm... vai dizer que não se interessou? A farofa de formiga pode parecer estranha, mas é muito consumida em solo brasileiro, principalmente no sudeste. Mas não pode sair por aí pegando qualquer uma, as realmente comestíveis são Içá ou Saúva – alguns dizem até que elas tem um gosto parecido com amendoim. Os chineses também adoram uma formiguinha, servida com sopa. Pra descer redondo “Tampouco turva-se a lágrima nordestina... a cajuína cristalina em Teresina”, canta Caetano Veloso em sua triste composição Cajuína. A bebida sem álcool e típica do nordeste é preparada a partir de... adivinhem! Suco de caju! Os estados mais consumidores da bebida são Ceará e Piauí, provavelmente uma consequência de ambos também assumirem o mesmo patamar na produção de caju. Uma curiosidade é que a empresa The Coca Cola Company percebeu o sucesso que a bebida faz e lançou o Crush Cajuína. Ainda em fase inicial, a bebida está sendo comercializada somente na região do Cariri, no sul do Ceará. A Coca-cola também viu no Guaraná Jesus um empreendimento de sucesso e comprou o produto, que é distribuído somente no Maranhão. Com sabor adocicado, o inusitado é que a bebida é cor de rosa! Além da fronteira Difícil vai ser pronunciar, mas Song Shu Gui Yu é um prato bem diferente. Na Coréia do Sul, é sucesso. O peixe frito é montado no prato com legumes para ficar em forma de esquilo! Um dos pratos mais tradicionais (e mais apimentados) do país é o Kimchi. Feito com acelga, nabo, cebolinha, alho e pimenta em pó é servido com arroz e pode até virar recheio de sanduíches e pizzas. Da Indonésia, Kopi Luwak é um tipo de café bem bizarro. As sementes do café são primeiro ingeridas por uma civeta, um bicho parecido com um guaxinim, e depois coletados os grãos que saem nas fezes do animal. Os grãos são limpos e, após o processamento, a bebida é preparada. Vai encarar?


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auto

Tamanho

não é documento... Já diz o ditado. E isso vale para carro também! O fotógrafo e colunista da Autogiro nos conta como as ruas estão recebendo estes compactos práticos e econômicos

N

Alcides Freire Melo_alcides@opovo.com.br

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o gigantesco mundo do automóvel, mini é ser diferente, superior e determinado o bastante para atrair até os mais preconceituosos, que acham que potência e força são sinônimas de desempenho. Não são. Os carros minis já mudaram a maneira de pensar, inclusive das montadoras. A Fiat e Volkswagen, por exemplo, seguem desenvolvendo projetos para lançar modelos subcompactos visando a conquistar os consumidores que perceberam, como os europeus décadas atrás, que estes veículos ocupam

menos espaço, consomem menos combustível, são seguros e confortáveis. O mais tradicional e um dos mais desejados do mundo é o Mini Cooper que veio resolver os problemas que os grandalhões haviam criado. O clássico inglês já vendeu mais de dois milhões de unidades, em apenas dez anos após o lançamento, e tem um esportivo respeitado por conquistar três vezes o difícil Rally de Monte Carlo. A italiana Fiat “redescobre” e resgata seu pequeno cinquecento. Convida 100 mil pessoas para contar ao mundo, incluindo o Brasil, que este “carrinho”, criado na Segunda Guerra Mundial, voltou. Só para o test drive se inscreveram 46 mil! Um recorde.

Pequeno smart A gigante Mercedes aventurou-se no mundo dos pequenos. Aliada à fábrica de relógios Swatch decide lançar seu pequeno e lançou o Smart. Fracasso na primeira e segunda tentativa. Somente depois da terceira, em parceria com a Mitsubishi, a montadora alemã compreende e descobre a grandeza dos pequeninos para conquistar consumidores com o Fortwo. Atualmente, redesenhou o Smart e criou o elétrico Forspeed, emissão zero. Aumentou o conceito Mini e provocou mais interesse.

Mini de aluguel As locadoras já se "apropriaram" destes modelos que, de longe, parecem miniaturas. Alugar um mini em Portugal, por exemplo, poderá ser uma das formas mais interessantes e econômicas de viajar a dois. Para exagerar no romantismo, uma boa opção é o Fiat Cinquecento, o 500, econômico e com preço a partir de 13,50 euros, incluindo impostos e seguros.


De carona

comportamento

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Está na moda e os termos se multiplicam: carona corporativa, ecológica, solidária. Mas a atitude de viajar gratuitamente em transportes de terceiros é milenar. Há tempos aquele gesto universal com polegar indicando a direção desejada tem ajudado muita gente

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Érika Zaituni_erikazaituni@opovo.com.br

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arona é algo muito além de pedir para que amigos ou familiares te deixem em um determinado local. Essas, arranjadas antes mesmo do início do trajeto, são as chamadas "get a ride". Mas carona pode ser um estilo de vida. Ainda que se alie a questões como meio ambiente, trânsito ou economia, há os que o fazem por prazer. É o caso do músico cearense Alysson dos Anjos, que viveu a experiência só pela aventura: “Namorava uma garota e, em um momento de tédio, perguntou se eu toparia subir a serra de Guaramiranga. Fomos a um posto de gasolina e conversamos com um caminhoneiro. Chegamos em Palmácia na caçamba mas, de lá, não conseguimos carona e tivemos que pegar um ônibus”, conta. Isso acontece, muitas vezes, por insegurança. E motoristas acabam não ajudando alguém na beira da estrada. Quer carona? Com a intenção de reduzir o trân-

sito caótico das cidades, sites cadastram motoristas para oferecer ou pegar carona. A ideia é muito comum nos Estados Unidos e Europa. No Brasil, está virando mania. É o que chamam de carona corporativa. Há ainda o “carpooling”, a carona solidária. A fórmula é também simples: o máximo de pessoas no mesmo veículo, o mínimo de veículos na mesma cidade. Um jeito de viajar Viajar de carona é um risco mas, tomando as devidas precauções, pode ser econômica e bastante divertida. O marinheiro Glênio Araújo confessa que no Brasil existe dificuldade, mas que em muitos países as pessoas dão carona o tempo todo. “Estava em Catania, no sul da Itália, e paramos para relaxar em uma praia. Mas precisava voltar ao trabalho e o transporte público não chegava. Meti o dedão na estrada e em cinco minutos consegui a carona com uma família de romenos até o Porto, onde o barco me esperava. Também já consegui carona em alto mar. Fiz 25 dias de navegação do Mediterrâneo até o Caribe”, relembra.

Dicas para pegar carona l Viaje sozinho ou em casal. É mais fácil arrumar lugar no carro se tiver poucas pessoas com você. l Escolha o lugar ideal para pedir. Em BRs, acostamentos, postos de polícias e lombadas, quando os carros passam mais devagar. l Não esqueça de colocar a mochila nas costas. O motorista vai saber que você é apenas viajante. l Leve um mapa, mantenha-se em movimento e prepare-se para tudo: pode aparecer uma carona num carro de luxo, mas pode acontecer de você ter que viajar em uma caçamba de caminhão. l Uma placa informando o seu destino pode ajudar muito.


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tecnologia

Trilha

2.0

Para viajantes high tech, alguns elementos tecnológicos são essenciais para complementar a bagagem da viagem

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ALCIDES FREIRE

Michel Victor_michelvictor@opovodigital.com.br ora de viajar! Escolher o destino, comprar passagens, reservar hotel e arrumar as malas. Quase tudo preparado. Quase! Para os viajantes 2.0, alguns elementos tecnológicos são essenciais para complementar a lista. Smartphone, tablet, GPS são os gadgets básicos. Como não fazer o check in pelo Foursquare (site de geolocalização que indica pontos por onde você passou) ou compartilhar aquela foto por meio do Instagram (Aplicativo para iPhone)? O publicitário Victor Novaes é um exemplo de viajante que não dispensa alguns aparelhos. “É importante se equipar, hoje não é nem seguro viajar de forma amadora. Os gadgets ajudam até mesmo na segurança. Se você não se prepara para enfrentar a adversidade do local, fica suscetível a se perder, passar frio, entre outros riscos”. O analista de SEO, Natanael Oliveira indica aplicativos que não podem faltar no smartphone, como o latitude, que sinaliza locais próximos a você. “Ele apresenta locais como restaurantes e museus. Isso ajuda a conhecer opções dentro do seu trajeto”, ressalta. Já o Google Maps fornece mapas para elaboração do trajeto. “Apesar de apresentar ainda algumas deficiências, como rotas mais longas”, alerta.

Cinco apps Offmaps 2. O aplicativo permite baixar inúmeros mapas off-line, para serem usados na função GPS do seu celular. Guia Quatro Rodas. Indica as atrações imperdíveis de mais de 1001 lugares no Brasil. E é gratuito. Hotels.com. Permite reservar hotéis em mais de 50 cidades.

Favorite Conversions. Este aplicativo traz 158 moedas diferentes em seu acervo. Infraero Voos Online. Para consultar o site e obter informações sobre voos no Brasil.


FOTOS DIVULGAÇÃO

Cinco Gadgets

Gorillapod. para os viajantes solitários, este suporte para câmera digital da gorillapod é a peça-chave para fugir das “auto-fotos”. Flexível, ele pode ser colocado sobre qualquer suporte. Gorrilapod R$ 89

viagem high tech

Mochila com bateria solar. Ela armazena a energia em uma bateria para que, depois, você possa carregar seu gadget. Ela vem com 11 adaptadores diferentes. No site do fabricante, Voltaic Systems, há diferentes modelos. Sai por cerca de R$ 510

A ajuda da Internet/tecnologia na programação de sua viagem pode começar de casa. Pesquise, compartilhe dúvidas e prepare-se com ajuda de diversas ferramentas e sites. Motores de buscas (Google, Bing e outros) e redes sociais lhe dão uma lista preciosa delas:

Kit para mouse, pendrive e outros acessórios que ajudam e são fáceis de carregar. R$ 42

Canivete Suíço com pendrive. Além de acessórios conhecidos, como o Swiss Army Knife USB Drive, você ganha 8GB de memória. Está disponível pelo site Chinavasion por cerca e R$ 66

Antes de viajar: Use ao máximo o Google, pesquise sobre o local para onde você vai, hotéis, restaurantes... Outra dica é procurar destinos alternativos, fora do roteiro padrão. Sempre tem algum restaurante charmoso para se conhecer. Para garantir o uso correto dos seus equipamentos, lembre-se de colocar na mala adaptadores para plugs (tomadas universais) e USB (para descarregar dados ou carregar seu aparelho em diversas portas).

Multicarregador. Este aparelho é capaz de carregar diversos gadgets, como tablets e smatphones de uma única vez. Por R$ 99,90

Durante a Viagem: Neste momento abuse dos aplicativos e ferramentas, o Latitude e GPS, por exemplo. Hoje é muito comum que as cidades tenham aplicativos próprios. Neles, você descobre informações básicas sobre o local onde você está. Caso o destino seja estrangeiro, não deixe de ter um aplicativo para tradução, mesmo dominando o idioma do país, vez ou outra, esquecer uma palavrinha pode deixar você na mão. Mostre a todos onde você esteve e compartilhe fotos com aplicativos como o Instagram para iPhones.



Nas costas

na mala

Companheira de qualquer viajante que se preze, a mochila precisa ser prรกtica. Nรฃo precisa caber o mundo, mas ter o tamanho ideal para acompanhar todos os momentos da viagem

Espaรงo para notebook

Mochila Urban 40701 / R$ 269

Detalhe em couro - Para dar mais durabilidade a peรงa.

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na mala

Bermuda cargo 40420 - 49420 / r$ 129 - r$ 119

bonĂŠ 98 sandĂ lia coqueiros sapatenis pespontos 40632 / r$ 49 40679 / r$ 29 40667 / r$ 169

Camiseta Amsterdam 40073 / r$ 89

Camiseta Vintage 40043 / r$ 69


テ田ulos stalker 40735 / r$ 109

Camiseta Backpack 40072 / r$ 89

Bracelete stk 40719 / r$ 49

Colar couro stk 40720 / r$ 49

cinto cadarテァo stk 40710 / r$ 29


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pasta notebook 40703 / r$ 219

Bonテゥ xadrez 40635 / r$ 49

Cinto couro dupla-face 40708 / r$ 99

Bracelete stk 40719 / r$ 49

テ田ulos stk 40737/ r$ 109

Carteira de couro 40697 / r$ 29


Camisa xadrez 40315 / r$ 189

sapatenis COURO 40666 / r$ 169

camisa estampada 40297 / r$ 189

camisa xadrez stalker - 40316 / r$ 179

calรงa jeans 3 agulhas - 40461 / r$ 129


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na mala

Cinto listrado 40705/ r$ 79

Polo 98 40073 - 49046 / r$ 109 - r$ 99

carteira couro xadrez 40713 / r$ 79

Polo San Francisco 40050 - 49050 / r$ 99 - r$ 89

Sandรกlia couro beach 40686 / r$ 119


Polo stkr 40024 / r$ 99

Bracelete couro stk - 40719 / r$ 49

Colar couro stk 40720 / r$ 49

Calรงa jeans bolso com recorte - 40443 / r$ 189

Sapatenis couro em vies - 40672 / r$ 179


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EDITORIAL

Seguindo os

Passos Ê de criança que se ganha gosto por viagens. cada vez mais comum, estes pequenos viajantes seguem os caminhos dos pais. no estilo e estrada afora


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Polo Rugby 40022 - 49022 / r$ 139 - r$ 129


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EDITORIAL

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polo listrada stkr 40101/ r$ 119 calรงa enchimento EVA 40462 - 49462 / r$ 159 - r$ 139 cinto enchimento EVA 40707/ r$ 89 sapatenis detalhe ilhos 40682/ r$ 179

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polo mescla stkr 40106 - 49106 / r$ 119 - r$ 99 calรงa filigrana stk 40458 - 49458 / r$ 139 - r$ 129


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polo stALkEr 40042 - 49042/ r$ 139 -r$ 129 calรงa pesponto stk 40463 - 49463 / r$ 169 - r$ 139 calรงa enchimento eva: 40462 - 49462 / r$ 159 - r$ 139


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LOOK BOOK EDITORIAL

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camisa listra stkr 40309 / r$ 199

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camisa índia 40299 - 49299 / R$169 - R$149

calça recorte bolso 40443/ r$ 189

camiseta everyday 4090 - 4990 / R$39 - R$34 bermuda jeans 40473 - 49473 / R$ 139 - R$ 129


camisa listrada stkr 40309 / r$ 199 Camiseta evEryday 4090 - 49090 / R$39 - R$34 Calรงa filigrana stk 40458 - 49458 / R$139 - R$129

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camisa xadrez america 40314 / r$ 199 camiseta everyday 4090 - 4990 / r$ 39 - r$ 34 cinto listrado 40706 / r$ 69 Sapatenis couro 40670 / R$ 179

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