Texto II - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS CORES*
1 CONCEITOS BÁSICOS O mundo do homem é em grande parte definido pela luz. A luz é uma condição básica para que a percepção visual ocorra. Sem luz os olhos não podem observar forma, cor, espaço ou movimento. A luz exerce, sobre o homem não cientista, verdadeiro fascínio por seus múltiplos efeitos e complexidade. Ela significa para ele: calor, segurança, claridade, sombra, mistura e efeito de cores. Para o físico, entretanto, a luz nada mais é do que uma forma de energia radiante, medida comumente em comprimentos de onda. Os raios visíveis (Fig.1), chamados luz, são conhecidos hoje como sendo somente uma pequena parte da área de radiação solar.
Fig. 1 Isaac Newton, em l676, usando um prisma triangular de vidro, analisou a luz branca de um raio de sol em um espectro de cores. Tal experiência (Fig. 2) pode ser facilmente repetida e processa-se da seguinte maneira: o raio de sol atinge uma das faces do prisma, e ao atravessá-lo até a outra face, não paralela, dispersa-se projetando, num anteparo, uma faixa que contém as seguintes cores: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul e violeta. Estas cores projetam-se sempre nesta ordem. Se usarmos, então, lentes convergentes reuniremos estas cores, novamente, obtendo o branco.
Fig. 2 Para que haja cor é necessário existir luz. A cor não é uma entidade em si, mas sim uma propriedade da luz e dos corpos. Perceber a cor de um objeto é ver como o objeto modifica a luz, uma vez que a cor percebida decorre da relação entre luz incidente, luz absorvida e luz refletida (Fig. 3). As ondas luminosas de diferentes comprimentos de onda, refletidas por um objeto, após a absorção de parte da luz que sobre ele incide, estimulando fibras do nervo ótico, levam ao cérebro diferentes sensações de cor.