Centro Universitário Barão de Mauá
Stéfani Dorigon Miotto
Abrigo de Emergência Abrigo itinerante, transitório e imediato.
Ribeirão Preto 2020
Stéfani Dorigon Miotto
Abrigo de Emergência Abrigo itinerante, transitório e imediato.
Plano de trabalho apresentado no Curso de graduação do Centro Universitário Barão de Mauá
Orientador Professor: Onesimo Carvalho de Lima
Ribeirão Preto 2020
Sumário Introdução .....................................................................................3
Capitulo 1 – Desenvolvimento do tema 8. Arquitetura efêmera do objeto e configuração ..................................11 8.1 Arquitetura efêmera e transitória..............................................12 8.2 Estratégias do objeto efêmero ................................................12 8.3 Arquitetura de emergência e....................................................13 8.4 Soluções do abrigo de emergência...........................................16
Capitulo 2 – Abrigos de emergência 9. Desenvolvimento do objeto – Abrigo de emergência 9.1 Recomendações gerais....................................................................22 9.2 Normas mínimas do local ................................................................23 9.3 Normas Abastecimento de água e escoamento...............................24 9.4 Diretrizes construtivas do abrigo de emergência..............................26 9.5 Considerações para abrigo e sua implantação....................,............27
Capitulo 3 – Leitura projetual 10. Leitura projetual 10.1 Pop-up House.................................................................................30 10.2 Concurso 018 – Abrigo de emergência (Estrutura 075).................33 10.3 Abrigo de emergência portátil.........................................................36 10.4 Analise geral dos projetos de referencia.........................................39
Capitulo 4 – Considerações de projeto 11. Condicionantes de projeto 11.1 Lugar e implantação.......................................................................39 11.2 Programa........................................................................................43 11.3 Tecnologias construtivas............................................................... 58
Capitulo 5 – Leitura projetual 12. Estudo preliminar 12.1 Partido arquitetônico......................................................................63 12.2 Memorial justificativo.................................................................... 65 12.3 Representações arquitetônicas.................................................... 66 Bibliográfia....................................................................................................70
Introdução É de conhecimento geral que o mundo esta passando por situações de catástrofes voltadas aos desastres naturais e humanos, (Silva, Catarina, 2013). Por conta da vulnerabilidade social, econômica e física presente no Brasil, resultado da falta de instrumentos de gestão de risco (resposta rápida do governo) em casos de emergência em muitas regiões do país, (Silva, Catarina, 2013), junto com os fenômenos naturais, temos como consequência as perdas e danos das moradias, onde milhares de pessoas ficam desamparadas e desabrigadas. Através desses estudos vamos abordar ao longo do trabalho soluções de amparo a essas pessoas que necessitam de um abrigo temporário. Os problemas habitacionais causados pelas enchentes, inundações, tempestades e chuvas, não tem impacto somente na população, mas também na economia do país. Contudo, os impactos dos fenômenos são diferentes nos países em desenvolvimento e os desenvolvidos. No Brasil, um país em desenvolvimento, temos como conflito além dos fenômenos naturais e humanos as problemáticas sociais, políticas e econômicas. Como resultado dessa pobreza, temos os loteamentos irregulares, clandestinos e favelas, que agregado aos eventos naturais existentes dá origem as devastações. A abordagem das problemáticas dos desastres nos leva a suas consequências, que apesar de existir um planejamento e gerenciamento de riscos e um plano diretor de prevenção de enchentes e enxurradas, mais da metade dos municípios não possui acesso a esse recurso (Anders, Gustavo, 2007). Com a escassez de uma resposta rápida do governo mediante as situações de emergência causadas por catástrofes em muitas regiões do Brasil, surge a necessidade de uma solução que atenda de forma imediata essas famílias. Buscamos através desse estudo soluções que apontem um amparo imediato, que busca a importância e carência de estruturas que atendam, de maneira temporária, a população que de alguma forma teve suas casas degradadas ou danificadas pelas catástrofes, mas onde os danos causados são reversíveis, sendo necessário um curto período de adaptação nos abrigos. Por efeito desses desastres, uma série de projetos emergenciais vem sido estudados como soluções imediatas, mas ainda assim muitos não possuem acesso a esse plano. Algumas das soluções para auxilio são: o reparo e reabilitação das, auto-abrigo, adaptação de edifícios, acampamentos de desabrigados (Anders, Gustavo – 2007), que vamos abordar mais detalhadamente ao longo do trabalho. Vamos compreender a respeito dessas estruturas, com a abordagem no estudo do efêmero, onde caracterizamos que “ toda construção é efêmera” (Paz, Daniel, 2008), o que determina sua efemeridade é o período de tempo em que esse objeto fica no local. Por isso quando pensamos em efêmero devemos planejar o inicio e o fim do projeto, como ele será implantado e retirado do local, quando ele “desaparece”. Visando isso vamos compreender que “arquitetura efêmera não é a durabilidade potencial do objeto construído, mas sua durabilidade real ( Paz, Daniel 2008), que é o impacto do objeto na configuração, mesmo após o seu desaparecimento ele é lembrado por quem passa no local.
Outra questão que será abordada no trabalho, é a situação de emergência atual em uma escala mundial, que é a pandemia de COVID-19, que tem nos mostrado ainda mais a importância da arquitetura em situações de emergencial. (ArchDaily). Apesar de não se existir muitas pesquisas sobre essa situação humanitária atual, já estão sendo implantados em alguns países abrigos de emergência que atenda essas pessoas. O projeto que desenvolveremos, busca soluções temporárias para atender as pessoas que necessitam de abrigos de emergência. Pensando na forma que será construído o objeto in loco ou Kits, sua montagem, desmontagem, como será retirado e transportado para outro local. Busca de soluções adequadas a realidade social e econômica do país, relacionados com desastres naturais, biológicos e humanos como enchentes, enxurradas, perdas reversíveis e situações como a que o mundo vive agora de pandemia, com período de adaptação nos abrigos são de curto prazo, que tem sido de maior impacto no Brasil.
3. Problemáticas 3.1 Vulnerabilidades junto às ameaças de fenômenos naturais As catástrofes têm ganhado uma maior proporção e frequência no mundo, seja ele por fenômenos naturais causados por chuvas, terremotos e furações ou fenômenos humanos, que são seguimentos dos atos da população como, por exemplo, o desmatamento ( Silva, Catarina 2013). A ameaça desses fatores naturais e humanos, junto á vulnerabilidade (incapacidade da população de lidar com a situação de risco), que determinam a proporção dos desastres e tem como consequência as calamidades. (Silva, Catarina 2013). Quando nos referimos á ameaça tratamos de “evento físico, fenômeno ou atividade humana que possa causar danos à vida, à propriedade, sociais, econômicos e ambientais. ” (Silva, Catarina 2013). Após entender o sentido da palavra “ameaça”, vamos compreender que nem todo o fenômeno pode ser considerado catastrófico, isso se dá quando o fenômeno não afeta a população, não causa danos. Por fim entendemos que, o que chamamos de desastres naturais pode ser considerado produto da falta de previsão dos riscos existentes, sendo causado a partir da vulnerabilidade da sociedade atingida(Anderns, Gustavo, 2007).
Ilustração1 – Fatores de vulnerabilidade (Adaptado a partir de: UNISDR,2012)
Analisando esses fatores da vulnerabilidade, entende-se que é necessário um planejamento para situações de emergência, que apesar de existente não atende todas as regiões, tendo em vista que “5.570 municípios brasileiros, mais da metade (59,4%) não contavam com instrumentos de planejamento e gerenciamento de riscos em 2017, apenas 25% tinham Plano Diretor contemplando prevenção de enchentes e enxurradas e 23% declararam ter Lei de Uso e Ocupação do Solo prevendo essas situações.“ (agencia IBGE/NEOMUNDO 2020).
Ilustração 2 – Perfil dos Municípios Brasileiros 2017 (IBGE/NEOMUNDO)
As catástrofes acarretam por necessitar de uma resposta rápida e organizada do governo, nota-se que mesmo com o instrumento de gestão de riscos implantado, muitos municípios que são afetados não possuem acesso a esse recurso. Considerando as pesquisas feitas no site do IBGE (agencia IBGE/NEOMUNDO 2020), temos como maior impacto de desastres naturais a seca. E em segundo plano de forma distribuída os “choques” causados pelas chuvas, que é o maior responsável pelos deslizamentos, enchentes e inundações. Sendo necessário
assim um abrigo que atenda de forma emergencial e temporária as necessidades dos moradores e famílias afeitadas pelas calamidades.
Ilustração 3 – MI – Ministério da Integração Nacional (PORTAL CNM)
3.2 Loteamentos irregulares e as favelas no Brasil Outro problemática presente é com a expansão das metrópoles, e com o consumo dos espaços nas cidades, a população mais pobre é forçada a construir suas casas em periferias, longe dos centros urbanos. Com isso temos uma sucessão de núcleos adensados, com ocupação populacional informal e irregular, casas construídas de forma precária e inadequada (Anderns, Gustavo, 2007). Essas construções irregulares efeito da urbanização acelerada e sem planejamento se encaixam na vulnerabilidade como já havia citado, e isso acaba por facilitar e contribuir para o aumento das catástrofes
Ilustração 4 –Causas do aumento de catástrofes. (Adaptado a partir de: UNISDR,2012
Esses “loteamentos são considerados irregulares quando todas as infraestruturas exigidas pelo poder público não foram concluídos”(Anderns,
Gustavo, 2007). Locais esse que o risco de deslizamento de terra é alto, por serem construções precárias, autoconstruídas, com materiais e tecnologias construtivas impróprias. Estes loteamentos são muito parecidos com os da favela.
Ilustração 5 – Favela do Rio de Janeiro Mangueira em: https://jovempan.com.br/) acesso em 2020
A fragilidade das moradias, junto aos eventos naturais e humanos, são um dos maiores causadores das tragédias no Brasil (Anderns, Gustavo, 2007). Isso porque o país conta com uma porcentagem alta de população precária, sendo a classe mais baixa sempre a mais vulnerável a um desastre. Com isso o número de mortes e perdas materiais e não materiais tem aumentado gradativamente, consequência também da expansão dos lotes irregulares e favelas. (Silva, Catarina 2013). Com os efeitos dessas perdas e danos, apontaremos soluções para população ser atendida de forma imediata nas situações de emergência.
3.3 Situação de emergência atual em escala mundial Direcionando as problemáticas para um momento atual, temos um maior impacto em escada mundial a epidemia do COVIT-19 (corona vírus), que tem se agravado rapidamente em diversas regiões onde os hospitais tem encontrado dificuldades para atender a demanda de pessoas, sendo assim a necessidade de abrigos temporário está sendo tratada como uma urgência, e leitos temporários estão sendo implantados para abrigar essas pessoas. ( GAMA, Aliny 03/2020,). “Dados consolidados pela AMIB, por meio do projeto UTIs Brasileiras, apontam que dos cerca de 16 mil leitos adultos existentes no Sistema Único de Saúde (SUS), a taxa de ocupação média é de 95%. Para suprir a crescente demanda em um cenário de avanço da epidemia no país, a capacidade de abertura de novos leitos pode estar estimada em até 20% do quantitativo atual. Esta necessidade poderá ser ainda maior, de acordo com a evolução e localização geográfica do epicentro da epidemia; ” (AMIB / 2020) Sendo assim, temos em mãos a necessidade de um local que atenda essas pessoas, em caráter de urgência, pois o número de infectados e mortos pela
pandemia cresce a cada dia sendo 400 mil casos de infectados no mundo, com acréscimo de 100 casos a cada dois dias (Laís Modelli e Lara Pinheiro, g1.gov.br, 03/2020 / 2020). Com isso os leitos de hospitais já estão sobrecarregados, e muitos estão morrendo por falta de atendimento.
Ilustração 6: Gráfico da epidemia de coronavírus – foto: Reprodução/Globo
Sendo o COVIT-19 uma crise humanitária muito recente, não se á pesquisas de isolamento feitas direcionadas a essa situação, portanto estão sendo implantadas soluções temporárias de leitos para abrigar essas pessoas. Um dos casos é nos Estados Unidos que está sendo construído uma serie de unidades móveis para lidar com a falta de leitos. (ArchDaily,2020). No Brasil está sendo montado hospitais no estádio Pacaembu. (G1, 2020) Mesmo com essas estratégias sendo implantadas, ainda se á a necessidade de implantar recursos que atendam de uma forma geral desastres tanto naturais, humanos e também os biológicos, em uma escala global. Abrigos que possam ser instalados temporariamente, de forma rápida e que seja eficaz para a situação de emergência, como a que vivemos hoje e retirada após o termino do episódio. Segundo a AMIB (associação de medicina intensiva Brasileira), em média o tempo de permanência de um paciente em caso grave do COVIT-19 é de 14 até 21 dias.
4. Objetivos 4.1 Objetivo Geral O objetivo geral desse trabalho é desenvolver um projeto de fácil locomoção, para ser montado e transportado para locais de necessidade, que atenda diretamente pessoas que sofreram perdas reversíveis ao desastre natural,
humano e biológico, onde o prazo estimado de adaptação aos abrigos seja curto.
4.2 Objetivo especifico - Conceber o abrigo com o uso de materiais flexíveis para montagem e desmontagem, pensando na forma que será portado até o local. Uso da praticidade, segurança e resistência. - Compreender as necessidades, realizando soluções para instalação de sanitários e cozinha comunitária, adequando na infraestrutura e funcionalidades necessárias em um abrigo. - Projeto de abrigo que se adequei ao local e clima. - Conceber uma boa comunicação entre o objeto e sua configuração, de forma que as pessoas se sintam amparadas, visando a necessidade temporária e a praticidade.
5. Justificativa A escolha desse tema surgiu sobre uma visão geral do mundo, onde as pessoas por conta da vulnerabilidade social e principalmente econômica sofrem com perdas e danos das suas casas por fenômenos naturais. O poder publico apenas de possuir um instrumento de gestão de riscos para casos como esse, muitas regiões não são atendidas de uma forma imediata. Visando a necessidade de uma resposta rápida a situações de emergência, esse estudo contribui direta e indiretamente para soluções de abrigos e equipamentos no caráter temporário. Com o levantamento bibliográfico sobre arquitetura efêmera como o texto de Daniel da Paz no site Vitruvius, essa pesquisa busca beneficiar futuros projetos não só de caráter emergencial, mas objetos efêmeros e configurações efêmeras. A escolha desse tema possui relevância para o conhecimento sobre mobilidade do objeto, pautando as táticas de partição, compactação e rigidez. Direcionando esse trabalho para os abrigos emergenciais, o estudo das bibliografias sobre os projetos já existentes, criando uma análise dessas propostas essa pesquisa vai possuir relevância para apontar as melhores soluções para novos projetos. Dentro desse contexto sobre efêmero e abrigos de emergência, esse trabalho se justifica, pois, resume os principais pontos, servindo assim de base para projetos futuros e contribuem como fonte de informações para estudantes e demais interessados na área de arquitetura efêmera e configuração, abrigos emergenciais em caráter temporários e mobilidade do objeto.
Capitulo 1 – Desenvolvimento do tema 8. Arquitetura do objeto e configuração O ponto de partida bibliográfico se deu pelo texto na página Vitruvius de Daniel da Paz, sobre Arquitetura Efêmera ou transitória – Esboço de uma caracterização. O texto aborda especificamente sobre o efêmero e suas estratégias como objeto e configuração. Aborda os seus desdobramentos, mobilidades e táticas para montagem e desmontagem do objeto, buscando caracterizar uma construção transitória, compreendendo como, quando e quais procedimentos se empregam para sua realização. O texto é dividido em 10 partes, a primeiro momento nos faz uma reflexão sobre a ideia de que toda arquitetura quando se é classificada estamos determinando o início e o fim dela, e que isso é uma consequência do conhecimento. Essa distinção é feita também para dizer o que algo não é, e isso torna ele distinto dos demais. A arquitetura efêmera busca fugir das “armadilhas da aparecia” que o autor cita, e com isso nos dá o privilégio de ir além do que conhecemos, classificando-os através das tecnologias ou pela maneira que soluciona um problema Realiza uma distinção de arquitetura do objeto e arquitetura de configuração. Pro autor a arquitetura do objeto é relacionado com o próprio artefato que é projetado e construído no solo ou meramente pousado sobre ele e arquitetura de configuração é o que determinamos como entorno imediato, os mobiliários e os elementos, local que não possa ser interpretado como ambiente fechado, essa configuração pode. Nessa linha de raciocínio o objeto é onde o ser humano possa abrigar-se, desde um ponto de ônibus até um galpão. Essa distinção é feita pelo autor pois, a arquitetura normalmente funde-se com o local, e no efêmero devemos considerar como uma construção provisória no espaço, temporário uma construção que se dá quando pretende melhorar a performance de um local. Segundo ele, toda construção é efêmera, a sua efemeridade é determinada a partir do tempo de permanência dele no loca, quanto mais tempo ele ficar menos efêmero ele se torna, delimita como 1 ano um período razoável para delimitar o efêmero. Assim, quando falamos de arquitetura efêmera devemos pensar na sua construção e demolição, como ele vai ser retirado dali. “Arquitetura efêmera não é a durabilidade potencial do objeto construído, mas sua durabilidade real”, quando se refere a durabilidade real, quer dizer que mesmo depois que o objeto em si não está mais no local, que foi desmontado ou derrubado as pessoas ainda lembram, está presente na memora delas, tornando assim aquilo real. Após termos a compreensão sobre configuração e objeto, para chegarmos num conceito de efêmero, ele nos apresenta a arquitetura na sua forma temporária, sendo ela “transitória”.
8.1 Arquitetura efêmera e transitória Para compreender arquitetura efêmera devemos sair do convencional, sair da arquitetura simples como espaço construído fixo, pois essa arquitetura se caracteriza pela impermanência, algo provisório no espaço. A arquitetura efêmera tem como função reinventar espaços, dando abertura a novas possibilidades, permitindo novas ações. Seguindo a linha de configuração e objeto, esse objeto vem com a vontade de dar a configuração das locais novos usos e mudar de forma temporária a “vocação” do espaço. Mesmo sendo uma arquitetura instalada com data para seu fim, por conta do seu impacto em determinados locais, acabam por se apropriar do local, e permanecendo. Daniel da Paz nos levanta o pensamento de que quando falamos de arquitetura de eventos podemos considera-la efêmera, isso porque por ser de eventos ela possui começo e fim. Acrescenta-nos que o efêmero possui dois paradoxos, “o primeiro paradoxo do tema: uma arquitetura só se torna efêmera de fato quando se desfaz de um dado lugar. Conceitualmente, existe apenas quando cumprida sua efemeridade. Tudo o mais é incerteza. O segundo paradoxo é consequência deste: não há relação direta entre a tecnologia construtiva e a efemeridade real da construção. ” A tecnologia de construção não é critério valido para compreender a arquitetura efêmera, mas sim a tecnologia da desconstrução, como o objeto deixa de estar no lugar. Arquitetura transitória No mestrado realizado por Catarina de L. M. M. Silva sobre arquitetura temporária de emergência, interpreta a transitoriedade está destinada a não se prolongar por muito tempo, está implícito no conceito de momentâneo, temporal, fugacidade e o efêmero. A função primordial dessa arquitetura transitória é a criação de habitabilidade mínima, que recorre a espaços modulares, flexíveis e adaptáveis que se adequem a mais do que uma solução. Interpretação feita por ela dá transitoriedade “é viver um ciclo, passar de uma vida a outra, ou estar de passagem, porque se dirige a outro lugar”. “Um objeto arquitetônico está temporariamente em um lugar quando ele é destruído pelo homem, quando ele se destrói por processos naturais ou quando ele é retirado do local. Então, para a configuração ser transitória, ou o objeto é provisório em sua própria constituição (para além de sua mera situação) ou ele é nômade.” 8.2 Estratégias do objeto efêmero A estratégia de desaparecimento do objeto acontece uma por vez, podendo ser por demolição da construção, biodegradação ou através de mobilidade. Arquitetura de demolição São construções que são realizadas sabendo do prazo de existência daquela arquitetura. Durante um período eram construídas grandes feiras e exposições de stands e pavilhões de alvenaria, tendo condições para durar um longo período, mas são demolidos logo após o termino da exposição. Aas construções são feitas de forma convencional apesar da previsão de demolição em um curto período. Esse recurso de demolição atualmente é
pouco empregado, pois esse sistema é um recurso para a finalidade da arquitetura, para sua transitoriedade, e hoje existem sistemas mais avançados para a mobilidade do objeto. Arquitetura perecível A arquitetura perecível é vista como não-impactante, por usar elementos do próprio local na sua execução, é muito utilizada para abrigos de emergência como campo de refugiados ou desabrigados. Daniel da Paz nos dá um exemplo com as habitações Guaranis, onde após o abandono de seus moradores, elas se biodegradam. Nesse tipo de construção, os materiais usados pelo homem ainda pertencem aos ciclos naturais preexistentes. “São retirados destes, beneficiados e tornados arquitetura, e depois devolvidos, sempre no mesmo local”. O tipo de beneficiamento do material não altera sua constituição a ponto de torná-lo de impossível absorção, nem em quantidade que sobrecarregue os fluxos naturais.
Mobilidade do objeto Outro tópico importante do texto é a mobilidade do objeto, definição de que nem toda arquitetura móvel é efêmera, como por exemplo um treiler, é uma arquitetura portátil. Para responder á questão de mobilidade devemos pensar em como o objeto arquitetônico é retirado do local, para isso nos dá 3 estratégicas: Partição, compactação e rigidez
Partição O objeto é dividido em peças menores
Compactação O objeto assume uma configuração mais compacta
Rigidez Objeto ganha solidez, sendo peça inteiriça
Ilustração – Esquema de mobilidade – Stefani Miotto
Arnfried Cardoso Ziebell no seu artigo de mestrado, Arquitectura de emergência – Entre o Imediato e o definitivo, responde essa questão através de um esquema de definição dessas estruturas. Separa o montável que pode ser classificada em estrutura rígida, tênsil e pneumática do portátil definida como móvel e modular.
Ilustração -In KRONENBERG ROBERT, “Portable Architecture”, Barcelona, Architectural Press, 1998
Seguindo a linha de raciocínio Arnfried de estrutura desmontável, para Daniel da Paz a lógica por trás da montagem é a fragmentação dos componentes que juntos compõem uma unidade. Essa desmontagem junto a remontagem é um passo importante, pois o processo pode acabar danificando os elementos, ou alterando sua formação original. Na arquitetura desmontável é comum que as peças sejam altamente especificas, desenhada para cumprir exclusivamente sua função, para que assim ganhe leveza e rapidez na sua montagem.
Compactação do recipiente Para Daniel a essência da compactação é a máxima eliminação dos espaços vazios do objeto, pois arquitetura é composta não só pelas paredes, mas também pelos espaços entre elas. Para explicar essa teoria são empregadas duas táticas sancionadas pelo uso: dobradura e inflação.
Ilustração – Esquema de compactação do recipiente- Stefani Miotto
8.3 Arquitetura de emergência e suas soluções De acordo com o trabalho de mestrado realizado por Catarina de L. M. M. Silva, sobre arquitetura temporária de emergência, a arquitetura pós-catástrofe pode ser agregada em três fases temporais de atuação: Imediata, temporária e permanente.
Ilustração -Arquitetura de Emergência. (Adaptado a partir de: Davis, 1980)
Fase imediata Classifica como o instinto de sobrevivência das vítimas na procura de abrigo, seja em refúgios entre familiares e amigos, em hotéis e pensões ou em campos temporários, administrados pela proteção civil local. A função primeira desse processo é prestar proteção a uma família vulnerável. Nas fases imediatas e temporárias de acordo com a autora pode ter a forma de produto (rápido abrigo adquirido e ponto a usar, como uma tenda) ou um processo (caráter de improviso que possui participação ativa dos desalojados no período de reabilitação). Essa fase possui um tempo estimado de durabilidade definido pela UNDRO (Organização das Nações Unidas para o Desastre) que se prolonga até ao quinto dia, período de socorro imediato. Fase temporária Seu estudo nos aponta que essa fase está introduzida no conceito de transitório, onde o objeto está destinado a não se prolongar durante muito tempo. A arquitetura temporária de emergência é “como um novo espaço de teoria e experimentação”. Esse espaço é empregado uma vasta gama de materiais, técnicas e tecnologias, como resposta e soluções que um edifício permanente não permite. Essa segunda fase possui durabilidade estimada pela UNDRO do sexto dia e os três meses, que são considerados período de reabilitação. Fase permanente Corresponde ao período de reconstrução segunda a UNDRO.
8.4 Soluções do abrigo de emergência De acordo com o Gustavo Camunati Anders, os sobreviventes de conflitos tanto de desastres naturais como de guerras, a necessidade de abrigos é tratada de maneira similar.
As diferenças de soluções de abrigo podem variar de acordo com o quanto ele vai ser eficaz para as necessidades dos sobreviventes. O dilema é entre promover um abrigo mínimo para muitos ou abrigo adequado para poucos. Esses abrigos precisam atender alguns critérios que é rápido fornecimento, baixo custo, acessível e adaptável. Nas análises feitas por Gustavo Anders ele relata que cada vez mais é comum a utilização de materiais disponíveis do local para redução no custo e no tempo de fornecimento, além da familiaridade dos indivíduos a mão-de-obra. Em situações de emergência, onde indivíduos possuíram suas casas parcialmente danificadas ou até completamente destruída, há algumas soluções que Gustavo nos aponta: Reparo e reabilitação: são distribuídos materiais básicos para os reparos das residenciais. Auto abrigo: As famílias e amigos recebem os desabrigados e fornecem assistência. Adaptação de edifícios: são conhecidos como centros coletivos, que são adaptados em escolas, ginásios e galpões, para abrigar as famílias Acampamentos de desabrigados: que é o tema na qual estudaremos de forma mais especifica, como solução. Que são acampamentos construídos o intuito de ser temporário são denominados abrigos de emergência, classificados em dois grupos principais: 8.4.1 Construção in loco Produzida com materiais disponíveis no local, com custo mais baixo e podem ser reciclados após o período de emergencial.
8.4.2 Fornecimentos de kits Duráveis, em unidades pequenas e leves, com aparência temporária e aceitabilidade cultural. As indústrias fornecedoras desses Kits fazem o uso de uma série de métodos para resolver as questões de acondicionamento e portabilidade, esses métodos são agrupados em quatro categorias, Modulo, Flat-pack, tensile e pneumática. No seu projeto de mestrado Gustavo Anderns vai explicar cada método usado. Sistema Module (Modulos) São unidades entregues praticamente prontas, não precisam ser montadas. Esse sistema pode ser dividido em dois sub-grupos O primeiro, engloba as unidades independentes, que são entregues pronto ao uso, sendo necessário somente conectar as redes de esgoto, água e energia. A segunda são as unidades modulares, que possuem o meso tamanho de unidade independente, dependendo da necessidade pode ser juntada uma a outra tornando o seu tamanho maior.
Materiais utilizados para essas construções: - Madeira - Fibra (em alguns casos) - Aço - Plástico (em alguns casos)
Jupe Health
Ilustração :archdaily.com.br/jupe / 2020
Hospital de campanha em São Paulo (G1.GLOBO.COM/FANTASTICO/CORONAVIRUS/ 29/03/2020 / 03/2020)
Ilustração : modulos pacaembu G1/globo noticias / 2020
Sistema Flat-Pack (Encaixes)
Esse sistema quando montado é muito similar ao module. A grande diferença é a forma que são entregues (todos os componentes que integram a unidade estão desmontados, diminuindo assim seu tamanho para transporte. Uma das vantagens desse sistema é com essa compactação em casos de limitação de acesso, o tamanho, peso e volume tornam-se restritos. Materiais utilizados são os mesmos que no sistema Module, a diferença é que a qualidade e eficiência do sistema dependem do processo de montagem. De acordo com Gustavo Anderns, apesar dos dois sistemas Module e Flat-pack serem os mais utilizados, não são os mais recomendados em situações onde o espaço mais flexível é necessário. Tentative / Designnobis (Arquitetura e crise climática: 6 técnicas construtivas para abrigos emergenciais / TGG / ARCHDAILY)
Ilustração : tentative /ARCHDAILY / 2020
Sistema Tensile (Tendas) O sistema Tensile é mais flexível e mais indicado para situações onde os espaços mais flexíveis são necessários. A solução comum mais empregada nesse sistema é a armação rígida que sustenta uma fina membrana, são as chamadas tendas. Apesar da existência de diversos tipos dessa estrutura, todas as soluções possuem dois elementos básicos (uma armação rígida, e uma membrana)
Sistema Tensile Possui 2 elementos básicos
armação rígida
membrana
Material
tencionada presa á armação
geralmente
aço
Material
alumínio Lona
Poliéster com PVC
Ilustração – Esquema de sistema tensile – Stéfani Miotto 2020
Hospital de campanha do exército em Boa Vista
Ilustação : Casa Civil/Twitter/Reprodução /2020
Sistema pneumático (Infláveis) Estruturas pneumáticas ou infláveis. Sua funcionalidade semelhante ás estruturas tensionadas sobre forma de membrana sob tensão, entretanto, a pressão é exercida pelo ar. Essas estruturas possuem vantagem de permitir construções de grande porte, leves, fáceis de transportar e de montagem rápida. Gustavo Anderns aponta problemático como a possibilidade dessa estrutura ser carregada, ou esvaziada acidentalmente através de furos ou falhas no fornecimento de ar, por ser necessário o suprimento de energia constante. SheltAir Pavilhão inflável
Ilustação : sistema pneumático/ ARCHDAILY/ 2020
Capitulo 2 - Desenvolvimento do objeto 9. Desenvolvimento do objeto – Abrigo de emergência 9.1 Recomendações gerais Algumas dependências são consideradas necessárias nos abrigos de emergência, sendo: - Dormitórios – distribuídos por famílias ou por sexo -Sanitários masculinos e femininos - Cozinha -Refeitório Segundo Kronenburg, um abrigo de emergência para pessoas em caso de desastres e refugiados tem necessidade imediata a um abrigo, sendo ele acessível, ter uma fonte de água, um sistema sanitário, provisão de alimentos e de atendimento médico. Essas condições são consideradas necessidades imediatas em uma situação de emergência, mas devem ser tratadas como provisórias, somente até a reabilitação e reconstrução das moradias afetadas. A montagem de um abrigo seja a condições de edifício ou acampamento, devem seguir uma serie de pré-requisitos. Recomenda-se que o local escolhido seja seguro, em alguns casos fora da área do desastre, com fácil acesso, com condições de higiene e saúde pública e com água potável, gás, luz e meios de comunicação. 9.2 Normas mínimas do local
“Em situações emergenciais não há obrigatoriedade na obediência á legislação urbanística, assim como aos códigos de obras municipais. Sendo assim, o caráter emergencial justifica a implantação de abrigos em áreas, em princípio, não edificáveis, assim como a ausência de preocupação com índices urbanísticos, uma vez que a situação é temporária e, portanto, caso sobrecarregue a rede urbana, não será por longo período de tempo.”(JUNQUEIRA, Marina. Abrigo Emergencial Temporário. 2011. Acesso 2020) De acordo com esse estudo e as diretrizes necessárias a localização do abrigo necessita ser (pensada e estabelecida nos planos de prevenção e desastres), planejando a disponibilidade dos serviços como (abastecimento de água, infraestrutura, sanitários, acessos para carga e descarga), pois essa escolha afeta diretamente a vida das pessoas que necessitam do abrigo. De acordo com as recomendações mínimas os abrigos precisam estar em uma distribuição que agrupem pequenos números de famílias ao redor desses serviços. Os grupos devem possuir tamanho pequeno o suficiente para estimular o desenvolvimento de estruturas sociais. (ORGANIZACION PANAMERICANA DE LA SALUD, 2000) Esses pequenos grupos podem ser ampliados conforme a demanda, desde que os serviços acompanhem na sua qualidade, dando assistência de forma adequada. Seguindo as normas mínimas humanas do abrigo de emergência, foi realizado um organograma pautando as necessidades que o local precisa atender para implantação do abrigo. Essas condições devem ser avaliadas
9.3 Norma mínima de abastecimento de água e saneamento
Após a avaliação das condições mínimas do local, para melhor qualidade tanto para implantação, quanto para o abastecimento e saneamento, devem ser compreendidas as situações de emergência das pessoas afetadas para que o programa possa atender de forma adequada. Visando isso é necessário entender qual sua cultura (manias), tendo em vista fazer uma relação com os acessos aos serviços de abastecimento de água e saneamento, e ter uma base da utilização que fazia desses recursos antes da catástrofe. Olhando diretamente para o abastecimento de água as seguintes informações devem ser recolhidas: consumo de água, qualidade, sistema de abastecimento de água e seu funcionamento, acesso a latrinas e a pontos de abastecimento. 9.3.1 Abastecimento de água Há pelo menos um local de abastecimento de água por cada 250 pessoas, sendo recolhido pelo menos (15 litros de água por pessoa por dia). Totalizando 3.750 litros retirados por dia. Também possui uma quantidade de 0,125 litros que é vazado ou derramado em cada ponto de abastecimento. A distância de qualquer abrigo ao local de abastecimento de água mais próximo não excede 500 metros.
Qualidade da água
Deve ter bom sabor e ser de qualidade suficiente para ser bebida e utilizada na higiene pessoa e doméstica sem risco a saúde. Instalação para consumo de água “É possível que seja necessário um espaço onde as pessoas possam lavarse com um mínimo de privacidade. Se não for possível dispor desse espaço no abrigo familiar, poderão ser necessárias algumas instalações centrais. Lavar a roupa é uma atividade essencial para a higiene, em particular a das crianças, e também é preciso lavar os utensílios usados para cozinhar e para comer. Não é possível definir normas universais relativas a essas atividades, mas se forem precisas instalações para realizá-las, estas deverão estar disponíveis. A concepção, o número e a localização dessas instalações devem ser decididos depois de consultar os seus principais utilizadores, em especial as mulheres. Entre os fatores fundamentais a ter em conta figuram a segurança, a adequação e a comodidade que as instalações devem oferecer aos utilizadores, em especial às mulheres e às adolescentes, cujas opiniões sobre a localização e concepção das mesmas deverão ser todas em conta. Como no caso das latrinas, instalações deste tipo localizadas longe do centro da povoação poderão representar riscos adicionais para a segurança de utilizadores do sexo feminino. ” (Carta Humanitária e Normas Mínimas de Resposta Humanitária em Situações de Desastre / 2020)
9.3.2 Normas de evacuação de excrementos e escoamento A evacuação de excrementos é uma prioridade, na maioria das situações de emergência é um problema que deve ser tratado com rapidez e empenho como o abastecimento de água. Construir instalações adequadas para defecação é uma das várias interpretações adquiridas. Na maioria dos solos, as latrinas e os poços de absorção estão pelo menos a 30 m de toda e qualquer fonte de água subterrânea e o fundo da latrina encontra-se pelo menos 1,5 m acima do lençol freático. O escoamento ou os derrames dos sistemas de defecação não escorrem para nenhuma fonte de água superficial ou de pouca profundidade Normas para escoamento As águas superficiais das povoações em situações de emergência podem ser consequência de águas domesticas já utilizadas e de locais de abastecimentos de água, de latrinas e esgotos, de água da chuva ou cheias. 9.4 Diretrizes construtivas de abrigo de emergência
As normas aplicáveis aos abrigos dependem do clima e tamanho do agregado familiar: em climas frios, as pessoas necessitam de mais espaço coberto, dado que passam mais tempo no interior das habitações do que em climas quentes. Normas Mínimas de Resposta Humanitária em Situações de Desastres/ Disponível em: www.spherestandards.org ) No Brasil, apesar do clima possuir grande variação, a sua predominância é de clima quente e úmido. Visando isso, as condições mínimas necessárias para o conforto do usuário nos abrigos são:
Ilustração: clima no Brasil Disponível em: https://suportegeografico77.blogspot.com/2017/06/brasilclima_38.html
Climas quentes e úmidos condições do abrigo: Os abrigos devem ser concebidos de modo que tenham o máximo de ventilação possível e fiquem protegidos da luz solar direta. Indicado que as (portas e janelas estejam orientadas a norte e sul). Essa orientação é importante para maximizar a circulação do ar, que não deve ser abstruída por abrigos vizinhos. A construção deve ser leve, pois necessita de captação térmica baixa
O telhado deve ter beirais grandes e uma boa inclinação para escoamento da água da chuva. É recomendado que exista um espaço no exterior do abrigo com sombra para cozinha e secar ao ar os utensílios de cozinha. Habitação (abrigo) Condições de residência: As pessoas devem dispor de espaço coberto suficiente para se proteger dos efeitos adversos do clima. - Área coberta disponível por pessoa é de 3,5m² a 4,5m² em média. (Carta Humanitária e Normas Mínimas de Resposta Humanitária em Situações de Desastres/ Disponível em: www.spherestandards.org ) Anders (2007 apud JESSÉ, 2015, p.17 / 2020) ressalta as precauções quanto ao nível de conforto cedido aos abrigos e edificações temporárias em situações pós-desastre. Elas devem limitar-se às necessidades básicas do indivíduo oferecendo suporte a vida. 9.5 Considerações para o abrigo e sua implantação Um indivíduo que passa por situações de emergência seja ela de desastres ou de algum conflito como a guerra, as necessidades de abrigo são tratadas da mesma forma, o que diferencia na solução dos abrigos é o quanto aquele abrigo vai ser eficiente para as necessidades dos sobreviventes, onde se enfrenta um dilema entre (qualidade x quantidade) “prover abrigo mínimo para muitos ou adequado para poucos”. Seguindo esse raciocínio sobre qualidade e quantidade, Gustavo Anders nos aponta alguns critérios para construção desses abrigos, onde suas características influenciam diretamente nesse fornecimento, sendo eles: Rápido fornecimento, baixo custo, exequível, adaptável. Quando falamos em abrigo de emergência devemos levar em conta os materiais, existem alguns materiais universais razoáveis entre eles: Lona plástica: material impermeável, resistente, flexível, com aparência temporária e razoavelmente durável. Chapa de aço ondulada galvanizada: são relativamente baratas de produzir e de transportar. O peso e o tamanho do material também são importantes, pois influencia na rapidez com que serão fornecidos. O uso do material do próprio local é um recurso utilizado atualmente segundo Gustavo, por ser uma maneira de redução no custo e no tempo de fornecimento, além do fato de serem familiares aos indivíduos e á mão de obra local ser mais barata, o uso desse material pode ser um agravante também, pois com o uso intensivo pode provocar uma alta nos preços e impactos ao meio ambiente. Agrupamento A implantação das unidades habitacionais, considerando as condições locais também constitui um papel fundamental no período de adaptação do indivíduo a nova situação temporária. De acordo com a The Um Refugee Agency (2007 apud JESSE, 2020), a variação da escala do acampamento é responsável pela dimensão e organização dos módulos na implantação:
Familiar: 1 família (4 a 6 pessoas); Comunidade: 16 famílias (80 pessoas); Bloco: 16 comunidades (1.250 pessoas); Setor: 4 blocos (5.000 pessoas); Acampamento: 4 setores (20.000 pessoas).
A solução para adequação dessa habitação se deve ao estudo relacionado aos aspectos físicos, culturais, econômicos e climáticos; tempo, escala e custo da intervenção; materiais, projeto, tecnologias, sistemas construtivos, assentamento e destino Capacidade de acolhimento Nos abrigos temporários deverá haver uma delimitação de espaço físico por pessoas: -Área coberta mínima de 400m² por pessoa, em média. Além desse parâmetro, atentar para outros indicadores mínimos exigidos (Normas mínimas de resposta humanitária em situações de desastres – Projeto Esfera, ONU, 1997) Indicadores mínimos
Serviços
Área
Dormitórios
2,00 m² por pessoas
Refeitório
1,50 m² pessoas
1 sanitário
para cada 20 pessoas
1 lavatório
para cada 10 pessoas
1 chuveiro 1 tanque Espaço recreativo
para cada 25 pessoas para cada 40 pessoas 1,50 m² por pessoas
Ilustração : capacidade para acolhimento / stefani Miotto 2020 De acordo com Lizarralde, Johnson e Davidson aspectos importantes a ser considerados na elaboração do planejamento do processo emergencial, estão na tabela abaixo:
Serviços e infraestrutura
Quantidade de membros
Ilustração - Johnson e Davidson (2010 apud FERES, 2013, p. 60) Considerações de parâmetros sustentáveis Com base no IDHEA- Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica – (2011), podemos compreender alguns passos fundamentais para construções sustentáveis, sendo elas: Um planejamento sustentável da obra, considerada uma das principais etapas da construção, podendo ser esse planejamento em uma estrutura préfabricada, que é uma boa alternativa quando pensamos em menor desperdício de materiais e menor impacto no ambiente. Aproveitamento passivo dos recursos naturais, aproveitando recursos naturais como (sol, vento, vegetação, umidade), como alternativas para iluminação, redução do consumo de energia, confortabilidade termo acústica, plasticidade arquitetônica e climatização Eficiência energética, conservar e gerar economia de energia através de fontes renováveis, além de prever controle do calor gerado no ambiente construído e no entorno. Conforto termo-acústico: Promover conforto ao usuário quanto a temperatura e sonoridade, através de recursos naturais, elementos de projeto, vedação, climatização e outros aspectos. Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis: Utilizar produtos e tecnologias que sejam econômicos, de caráter ecológico e que não interfiram na saúde e bem– estar humano.
Capitulo 3 – Leitura projetual 10. Leitura projetual O estudo tem como finalidade analisar e compreender 3 projetos, construídos ou não, que irão servir como referência para o desenvolvimento do projeto de abrigo de emergência. Os projetos serão abordados e comparados por uma questão qualitativa, visando o tempo de montagem, matéria prima, tecnologia construtiva, implantação no local, sustentabilidade e flexibilidade para adaptação. Serão analisados projetos emergenciais, como foco nos métodos de implantação, flexibilidade do objeto e programa de necessidades. Os projetos escolhidos são: Pop-Up House, Estrutura 075 do concurso 018 – Abrigos emergenciais e Abrigo de emergência portátil. 10.1 Pop-up House A escolha do projeto de referência foi feita pelas estratégias propostas tanto no sistema de compactação, a forma volumétrica usada e por ser um sistema modular onde pode ser combinado e arranjado espaços maiores conforma a necessidade dos moradores.
Características
Autor : Barberio Colella ARC Ano: 2015 Local: Nepal, Katmandu Sistema: Pré- fabricado, com compactação do recipiente Projeto realizado para ajudar as pessoas de Nepal, que sofrem com os terremotos que causam os maiores prejuízos, a reorganizar e retomar suas vidas.
Conceito e partido
O conceito do projeto está vinculado a uma estrutura temporária através da modulação, construída de forma rápida, leve, compacta, durável e econômica. O partido utilizado para isso é o uso de materiais do local que são de fácil acesso, e fácil de construir.
Volume
Responsável pela compactação
Objeto compactado
Materiais
- Painéis OSB - Lã reciclada
- Bambu laminado - Membrana á prova d’água
Núcleo central de OSB estrutura bambu implatável
Lamina de bambu, paineis de piso armazenado verticalmente dentro do módulo
- Juta branca
Polycarbonato Bambu
Membrana juta branca dupla membrana impermeável de isolámento
Sistema construtivo
O sistema utilizado para descompactação do objeto é sistema pantográfico. Onde a montagem do objeto é feita antes (pré-fabricado), então o modulo é transportado para o local e descompactado para uso.
Estrutura pantográfica
Objeto descompactado
Transporte
O modulo de forma compactada é carregado por caminhão ou helicóptero deixado o local, onde será descompactado.
10.2 Concurso 018 – Abrigo de emergência ( Estrutura 075) A escolha do projeto de referência foi feita pelas estratégias propostas, tanto no sistema de articulação do volume que permite que seja dobrado e compactado, facilitando o transporte, e a flexibilidade do modulo que permite a combinação para compor diferentes equipamentos necessários.
Características
Autor: Vitor Gigliotti Tavares Alcântara, William Ferreira dos Santos, Kathelyn da Silva Gandra de Souza Ano: 2010 Sistema: Pré-Fabricado Projeto realizado para um concurso 018, com o intuito de projetar um abrigo temporário que possa ser utilizado no auxílio de vítimas em casos de emergência como desastres naturais
Conceito partido
O conceito do projeto está vinculado a uma estrutura temporária, com flexibilidade no modulo, onde possa ser combinado diferentes equipamentos para atender as necessidades. Sendo um sistema leve e compacto. O partido utilizado foi o uso de materiais sustentáveis, leve, onde o volume se dobra e compacta para facilitar o transporte.
Volume
Responsável pela compactação
Objeto compactado
Materiais
- Painéis - Alumínio
- OSB - Isopor
- Bambu - Lona de poliéster revestida de PVC
OSB
Bambu
Articulação metálica
Encaixe das fundações no conector do piso
Alumínio
Lona poliester revestido de PVC
Responsável pela compactação
Objeto descompactado
Sistema construtivo
O sistema utilizado para descompactação do objeto é também é sistema pantográfico. Onde a montagem do objeto é feita antes (pré-fabricado), O objeto chega compactado no local, é encaixado a fundação no conector do piso, a parte superior é aberta e o objeto é descompactado.
Estrutura descompactada
Transporte
O modulo de forma compactada é carregado por caminhão ou helicóptero deixado o local, onde será descompactado.
10.3 Abrigo de emergência portátil A escolha do projeto de referência foi feita pelas estratégias propostas, tanto no material empregado para compactação do volume, como se fosse origami, sendo teto, piso e parede ajustáveis. Tanto nas soluções do programa de necessidades que é pensado em blocos agrupados para abrigar e blocos comuns para refeitório e banheiros.
Características
Autor: Sabari Probaharans Ano: 2016 Sistema: Pré-Fabricado e montado no local Um tipo de moradia temporária adotado e capaz de chegar rapidamente ao local com os princípios da luz, do ar e dos materiais de qualidade.
Conceito e partido
O conceito do projeto está vinculado a um tipo de moradia temporária, que possa chegar de forma rápida ao local, abrigo esse formado pensando na recuperação psicológica do indivíduo. O partido de criação desse abrigo é pensado em blocos unitários, onde é a fase inicial de moradia da pessoa, e posteriormente formado comunidades, para que essa recuperação psicológica aconteça.
Volume
Responsável pela compactação
Objeto compactado
Materialidade
- Concreto ( fundação) -Madeira (pranchas de madeira, piso)
- Aço (Base, piso) - Placa OSB (parede e cobertura)
Sistema construtivo
Volume
Responsável pela compactação
Os pedestais são ajustáveis conforme a topografia e também em inundações.
A parede funciona de acordo com o princípio da estrutura de origami, onde a parede pode ser dobrada e desdobrada.
O teto é ajustavel usando cabos de aço de suspensão, que é fixado á colunas e é operado manualmente.
Ilustração – Produzido por Stéfani Miotto
10.4 Analise geral dos projetos Através das análises realizadas, podemos perceber que os abrigos de emergência atuam no mundo todo, mas com ênfase em países desenvolvidos. Os materiais empregados nos projetos mostram ser de caráter vernácular, sendo reciclados ou industrializados. Utilizam de sistema em comum que é o pré-fabricado. Uma característica vantajosa são que os abrigos podem ser montados pelo próprio usuário, isso reduz a necessidade de mão-de-obra e beneficia o usuário mentalmente, pois o seu envolvimento pode auxiliar no processo de recuperação. Os projetos escolhidos possuem uma característica em comum que é a flexibilidade do sistema construtivo de compactação, possuindo qualidades como (leveza, economia, construído de forma rápida, forma compacta fácil de transportar). Mesmo com o foco em alojamento é possível notar soluções de implantações, visando a melhoria da qualidade de vida desses refugiados, como no projeto do Sabari Probaharans onde possui a fase comunitária que visa a recuperação psicológica através de áreas coletivas. Os projetos apresentados a maioria possuem um programa de necessidades separado em módulos com a área privada (individual), áreas coletivas que auxiliam na recuperação. Tendo em vista os aspectos observados, temos que priorizar alguns critérios de projeto como a sustentabilidade, pois é necessário pensar e se preocupar com o que vai acontecer com os materiais após os abrigos serem desmontados, uma vez que eles são transitórios. A funcionalidade e rapidez de transporte são essenciais para que o projeto seja entregue no local. Após ser montado no local, o abrigo precisa ser adaptável para qualquer contexto (clima, topografia). O espaço interno deve atender as necessidades básicas para abrigar as famílias e fornecer privacidade e dignidade.
Capitulo 4 – Considerações de projeto 11. Condicionantes de projeto 11.1 Lugar e implantação O lugar adequado para a implantação dos abrigos temporários deverá ser decidido pelas próprias vítimas, auxiliadas pelos agentes de assistência humanitária, desde que siga as condições impostas pelas normas mínimas humanitárias, sendo elas: Local da implantação do abrigo deve possuir condições de acesso de veículos para descarte de resíduos e abastecimento de água e alimento no local, distante de áreas de risco (contaminação e deslizamento). A topografia do local deve estar disponível para adequar o alojamento e agricultura, também deve possuir requisitos como inclinação de no mínimo 2% para escoamento de água da chuva, evitando acumulo de água no local. O
abrigo deve ser implantado em locais com acesso fácil, áreas que sejam seguras, distante de zonas contaminadas e de risco. Visando não descaracterizar o modo de vida das vítimas, sempre que possível o ponto escolhido para a implantação deverá ser em um local próximo a área onde as vítimas residiam e também próximos aos serviços públicos básicos como (água, energia, eletricidade, banheiros). O projeto busca se adequar a variação dos terrenos e climas, através da sua forma fragmentada por módulos e também pelos apoios que são regulados e fixados na base do módulo
Implantação
Os esquemas de implantação foram divididos em 3 etapas. Foram apontadas algumas alternativas para sua inserção: Os grupos: módulos de (lavanderia, cozinha, refeitório, banheiro e vestiário), que atendem aqueles determinados dormitórios, formando uma área de convivência no núcleo. A expansão do grupo: foi acrescentado mais dormitórios nos grupos devido a demanda de pessoas, sem que haja perda da qualidade de atendimento das estruturas já presentes. Comunidade: é a junção dos grupos e expansões formando um conjunto no local, onde cada infraestrutura atenderá de forma individual seu grupo. Essa junção total gera uma área de convívio entre os grupos, que é de uso coletivo da comunidade.
11.2 Programa O programa busca atender as normas mínimas de direito de todo cidadão que necessita de um abrigo, possuindo privacidade e uma infraestrutura adequada sendo elas, sendo elas (dormitório, cozinha, refeitório, lavanderia, sanitário, vestiário e área de convivência). Visa não apenas a qualidade, mas também a quantidade, podendo atender muitas pessoas sem perder as condições dos recursos propostos. São módulos individuais, podendo ser pensadas, articuladas ou isoladas, essa disposição vai depender da necessidade da área e do usuário. A geometria modulada em forma de bloco vai além do simplório, prevê crescimento e grande variedade de configurações aplicáveis e diferentes
programas, usos e locais, a união dos blocos de dormitório formam um núcleo infra estrutural, onde ficará a área de convívio. O bloco fixo é levado ao local e expandido para uso.
Módulos Habitacionais
Os módulos habitacionais foram pensados para grupos de 4, 6 ou 8 pessoas na família, seguindo a regra mínima de 2m² por indivíduo nos dormitórios. O modulo parte de um núcleo fixo com medidas de (2,5 de largura e 2,0 de comprimento, equivalente a 5m²), sendo expandido no local para o uso de 4 pessoas, com medidas correspondentes a 2 blocos de 5 m², totalizando 10m². O segundo modulo corresponde á 3 blocos, com capacidade para uma família de 6 á 8 pessoas, proporcional a 15m². Os modelos representados volumetricamente dará um parâmetro da lógica seguida.
O modulo é compactado para transporte, como mostra o esquema. As medidas do bloco compactado são: Comprimento: 2 metros Largura: 2,5 metros Altura: 3 metros Podendo ser transportado: 1 por helicóptero e 3 por caminhão.
Os apoios para os colchões podem ser abertos para uso após a descompactação do abrigo. O ajuste das bases é preso nas paredes por meio de dobradiças. Á uma união entre as duas camas e dessas ao chão feito por meio de estrutura metálica que são dobráveis como mostra o esquema.
Módulos sanitário e vestiário
O programa das áreas comuns que se localizam no centro vai atender necessidades básicas como (refeitório e cozinha), espaço de preparo e armazenamento da comida, que são de uso coletivo. O refeitório busca seguir as normas básicas de 1,5m² de espaço por pessoa. Os sanitários se distanciam do centro pela sua própria função, afastando o esgoto do restando dos módulos. Os vestiários e sanitários de uso também coletivo, separado em feminino e masculino já equipado com vasos, chuveiros e lavatórios, seguindo as indicações mínimas humanas onde: • 1 sanitário e 1 lavabo - atende 20 pessoas; • 1 chuveiro - atende 25 pessoas;
Os módulos de sanitário e vestiário são desagrupados para facilitar seu transporte.Os blocos não são compactados por conta do vaso sanitário, pia e
chuveiro. Seu deslocamento ĂŠ feito na rigidez de 2 blocos, que possuem medidas para transporte de : Comprimento: 6 metros Altura: 3 metros Largura: 2,5 metros Podendo ser transportado apenas 1 por transporte (helicĂłptero ou caminhĂŁo)
Módulos de refeitório e deposito
Refeitório e deposito: área do refeitório de uso coletivo, podendo ser ajustado conforme a necessidade seja para deposito de comida e utensílios que são recebidos ou refeitório promovendo conviveu no grupo. Possui capacidade para 6 meses de 2,40 m comprimento que corresponde a 8 lugares cada mesa, como mostra á proposta de uso. 6 meses com 8 lugares = 48 pessoas
O modulo de refeitório e deposito, vai ser compactado para transporte, com as seguintes medidas: Comprimento: 4 metros Largura: 5 metros Altura: 3 metros Modulo lavanderia A lavanderia de uso coletivo também fica afastada do núcleo e próxima aos vestiários e banheiros, também como forma de não reter úmida no solo próximo aos dormitórios. Segue as normas mínimas de: 1 tanque para 40 pessoas.
Seu bloco é fixo, sendo pré-fabrigado e levado ao local. Não possui compactação. Sua medida é: Comprimento 6 metros Largura: 2,5 metros Altura: 3 metros
11.3 Tecnologia Sistema utilizado é retrátil que facilita não precisar montar o abrigo, mas apenas abri-lo. A estrutura é de pré-fabricação onde o objeto (abrigo), chegará praticamente pronto, sendo necessário apenas sua descompactação para uso. Esse processo além de padronizar a montagem do abrigo, também reduz custo, desperdício de materiais e tempo na sua montagem, que é um dos fatores primordiais. O objeto vai assumir uma configuração mais compactada, com sistema de deslizamento de paredes, facilitando a mobilidade e adequação ao local e também as necessidades do usuário. O abrigo é planejado em forma de modulo, onde a mobilidade do objeto acontece através da compactação, com sistema de deslizamento de paredes, onde o objeto vai assumir uma configuração mais compacta, facilitando seu transporte e adequação ao local e também as necessidades do usuário. Materiais e benefícios
Placa OSB: Produto resistente, estável, leve, de fácil transporte, economicamente viável e oferece conforto térmico e proteção; Perfis metálicos: Por ser material reciclável e causar menor impacto ambiental que o concreto, pode ser considerado um material sustentável na construção;
Placas OSB OSB significa (painel de tiras de madeira oriental) É um produto resistente, estável e versátil, que pode ser aplicado de diversas maneiras.
Ilustração: Casa feita com OSB 2020 / Disponível em: https://www.hometeka.com.br/aprenda/osb-tudo-que-voce-precisa-saber-sobreo-material/ Tipos de placas OSB
Ilustração : Tabela via LP Brasil 2020 / Disponível em https://www.hometeka.com.br/aprenda/osb-tudo-que-voce-precisa-saber-sobreo-material/ Benefícios Feito com madeira de reflorestamento, portanto apresenta menor impacto ambiental É consistente e uniforme (não deixa espaços vazios onde é aplicado) Se processo de produção faz com que ele possua boa resistência física mecânica (não é tão resistente quanto a madeira maciça, mas sua performance é melhor que madeirite) e assim, possui longa durabilidade. Menor preço com relação a outros derivados da madeira (chapa de 12mm de OSB gira em torno de R$55, as de MDF varia de R$ 115. Estética atrativa para muitas pessoas Bom isolamento termo acústico É resistente ao fogo (o produto tem um resultado satisfatório ás exigências das normas de construção Civil da ABN. Alta versatilidade (dependendo da sua espessura), pode ser aplicado na construção como paredes, telhados, piso e lajes. Material leve, de fácil transporte, economicamente viável e oferece conforto térmico e proteção
Perfiz metálicos As estruturas metálicas, também chamadas de estruturas de aço, podem ser utilizadas em diversas edificações como (shopping, prédios, pontes), quando o
concreto não atende a necessidade. Essa variada possibilidade de aplicação se dá em consequência da maior flexibilidade que o aço apresenta. Principais tipos Perfil U simples Modelo mais com e utilizado, composto por 3 chapas que dão origem á sua forma.
Perfil em U enrijecido Feita a partir de uma placa de aço laminada. Possui dobrar internas na parte que fica aberta. Esse modelo é ainda mais resistente que o simples.
Cantoneira Perfil em L, conhecido como cantoneira, viga que possui duas chapas perpendiculares entre si.Utilizado como esforço para vigas principais, apoio para outras ou ligações.
Benefícios dos perfis metálicos
Resistência e durabilidade Mais precisão e menor margem de erro Qualidade Versatilidade arquitetônica Sustentabilidade Racionalização da construção
Estrutura dos módulos
Fechamento: Estrutura é de OSB, nas suas laterais se localizam a estrutura responsável pelo seu deslocamento, possibilitando à compressão e expansão do abrigo, os trilhos, as barras de aço são localizadas na lateral do modulo, onde 2 roldanas por parede ficarão encaixadas sob os trilhos, podendo ser puxadas e empurradas de forma manual. Base: estrutura é inteiriça, com dobradiças que permitem ser fechadas, para que o abrigo seja transportado em dimensões reduzidas. Para que a placa não fique em contato com o solo, aumentando a possibilidade de ser danificada, uma base de concreto é conectada na base do piso, com tamanho regulável, para que possa se adaptar a variação de topografia. Cobertura: de placa de OSB.
Sustentabilidade Produção de energia por placas solares por sheds instaladas na cobertura dos módulos;
Por ser retrátil possui uma estrutura que pode ser reutilizada para outras eventuais necessidades, utilizada de forma rápida e também pode ser recolhido rapidamente no final do uso para utilizações futuras. Conforto Ventilação cruzada vertical e horizontal, por meio das aberturas basculantes e pelo sheds, garantindo o aproveitamento dos ventos locais e iluminação no abrigo; O conforto térmico é provido por uma estrutura fechada, que possui aberturas (porta e janelas), podendo ser controlada pelas necessidades do usuário; A elevação da estrutura do solo garante o isolamento da umidade;
Capitulo 5 – Leitura projetual 12.Estudo preliminar 12.1 Conceito e partido Cycle ModuLar (Evolução, expansão e adaptação) Cycle é um termo em inglês, que traduzido significa “ciclo”, é uma referência a vida, onde tudo que conhecemos tem um começo, meio e fim. A maneira na qual fazemos essa transação é itinerante e singular. Cycle ModuLar assim como a vida está em constante evolução, expansão e adaptação. O modulo de abrigo parte da ideia de uma caixa de fósforo, forma simples, leve, compacta e que após ser empurrada a parte posterior pode se estender ou reduzir, de forma pratica e versátil. O projeto busca atender essas características através de uma forma também simplificada retangular, compacta que quando submetida a esforços ela abrange para uso. Essa extensão acontece através de trilhos e encaixe nas paredes de OSB, que é um material de característica leve, versátil, e pode ser usado em diferentes funções, além de ser um material de baixo custo, fácil manutenção, sem a necessidade de mão-de-obra especifica e também de conforto térmico.
Organograma
12.2 Memorial justificativo Este trabalho desenvolve um objeto itinerante de caráter emergencial, que atende pessoas de desastres naturais, humanos e biológicos, visando sua recuperação mental, conforto e segurança. Após a catástrofe as vitimas se encontra traumatizadas, essa restauração da dignidade humana em um cenário de emergência implica a elaboração de um espaço onde o individuo desfrute de autonomia, privacidade e integração. Sendo assim, o sistema proposto busca que as pessoas se relacionem em grupos no acampamento, formando um espaço de convivência no seu núcleo, com as aberturas dos módulos dando acesso a essa área de convívio, tendo em vista á recuperação mental do indivíduo. Essa estratégia é eficaz desde que os serviços de cada agrupamento atendam de forma eficiente as necessidades do usuário, por essa razão os serviços como lavanderia, sanitários, vestiários e refeitório são de uso exclusivo de cada grupo, promovendo uma melhor assistência às vitimas. Os grupos podem ser expandidos conforme conveniente, sob condições de não perder a qualidade do atendimento e podem formar comunidades conforme a cultura ou desejo do desfrutador, buscando o que melhor os atende. Também é proposto para uma questão de salubre, que as áreas molhadas como sanitários, vestiários e
lavanderias, sejam dispostas com distancia dos dormitórios, por conta da possibilidade de poças d’água e para manter os dormitórios limpos. Deveram ser implantadas preferencialmente na direção norte, onde o sol incidi com maior intensidade. O modulo consiste em um núcleo rígido e compactado que é transportado e descompactado in loco, não necessita de mão-de-obra especializada e ferramentas para ser erigido. Requisito mínimo esforço das pessoas. Esses módulos são individuais, podendo ser pensadas, articuladas ou isoladas, essa disposição vai depender da necessidade da área e do usuário. A geometria modulada em forma de bloco vai além do simplório, prevê crescimento e grande variedade de configurações aplicáveis e diferentes programas, usos e locais. Os módulos vão ser elevados do solo através de apoios de concreto com regulagem em metálica, já que não há um terreno pré-definido e ele pode vir a tomar várias formas. Essa elevação pode ser ajustada para que o haja o nivelamento do abrigo, que garantem a conservação da estrutura de madeira evitando o acesso de umidade. Sistema utilizado é retrátil que facilita não precisar montar o abrigo, mas apenas abri-lo. A estrutura é de pré-fabricação aonde o objeto (abrigo), chegará praticamente pronto, sendo necessário apenas sua descompactação para uso. Esse processo além de padronizar a montagem do abrigo, também reduz custo, desperdício de materiais e tempo na sua montagem, que é um dos fatores primordiais. O objeto vai assumir uma configuração mais compactada, com sistema de deslizamento de paredes, facilitando a mobilidade e adequação ao local e também as necessidades do usuário. Na construção do abrigo foram priorizados alguns princípios em questão aos materiais empregados, levando em conta a qualidade, durabilidade, leveza, sustentabilidade, materiais que não necessita de mão-de-obra especializada, com pouco impacto ambiental, refletindo nas constantes transformações que o objeto precisa passar para se adaptar ao local, que permitem sua modulação (compactação e descompactação). Sendo assim, o abrigo é construído por placas de USB, que se mostra como material mais adequado, uma vez que ele é ofertado por baixo custo, sendo economicamente viável, tendo grande resistência, de caráter leve e fácil de ser transportado, com bom isolamento termo acústico, versátil podendo ser usado nos fechamentos e coberturas e além de tudo é um material que apresenta menor impacto ambiental. A cobertura possui uma inclinação de 2% para escoamento de água e para captação de luz solar por placas solares, visando uma questão sustentável. A ventilação é cruzada vertical e horizontal, por meio de janelas basculantes e pelo sheds, garantindo o aproveitamento dos ventos locais e iluminação no abrigo e possibilitando maior conforto.
12.3 Representações arquitetônicas 13.3.1 Croqui
13.3.1 Esquema volumĂŠtrico 3D
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