M O D U
E L C Y C
LAR
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StĂŠfani Miotto
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Centro Universitário Barão de Maua
Abrigo de emêrgencia Abrigo itinerante, transitório e imediato
Stéfani Dorigon Miotto Orientador: Onesimo Carvalho de Lima Ribeirão preto 2020
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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. M631c Miotto, Stefani Dorigon Iandra M. H. Fernandes CRB8 9878 Bibliotecária Responsável:
Cycle modular: abrigo de emergência/ Stefani Dorigon Miotto - Ribeirão Preto, 2020. 156p.il Trabalho de conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá Orientador: Onesimo Carvalho de Lima 1. Abrigo 2. Emergencial 3. Efêmero I. Lima, Onesimo Carvalho de II. Título CDU 725.1:364-5
Bibliotecária Responsável: Iandra M. H. Fernandes CRB8 9878
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Agradecimento
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por me guiar nessa trajetória e me fortalecer em cada seguimento. Em segundo plano meu orientador (Onésimo) que me deu os parâmetros necessários para trilhar essa jornada e que me passado seu conhecimento é experiência. Em seguida agradeço a minha família pai ( Jean Miotto), mãe (Maria Ap. Dorigon) pelo suporte e apoio que sempre me deram durante todo o percurso da faculdade, assim como auxílio em projetos. Em terceiro agradeço meu namorado ( João Ribeiro), por trilhar comigo cada sonho, me auxiliar nos projetos e por me apoiar neles. Também agradeço aos meus amigos ( Paulo Ivizi) e (Gabriela Azevedo), que juntos trilharam essa jornada comigo, me apoiaram, deram força e torceram por mim nesses 5 anos de faculdade. Meu muito obrigada a todos!
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Sumário Introdução
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2. Arquitetura efêmera 23 do objeto e configuração 2.1 Arquitetura efêmera e transitória 2.1.1 Estratégias do objeto efêmero 2.1.2Arquitetura de emêrgencia 2.1.3Soluções do abrigo de emêrgencia
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3. Abrigos de emêrgencia 38 3.1 Recomendações gerais 3.2 Diretrizes construtivas do abrigo de emêrgencia 3.3 Considerações para abrigo e sua implantação
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4. Leitura projetual
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4.1 Pop - up House 4.2 Concurso 018 4.3 Abrigo de emência portátil 4.5 Analise geral dos projetos de referencia
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5. Considerações de projeto
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5.1 Lugar e implantação 5.2 Programa 5.3 Simulações
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6. O abrigo 6.1 Croquis 6.2 Conceito e partido 6.3 Configuração abrigo 1 6.4 Configuração abrigo 2 65 Configuração abrigo 3 6.6 Tecnologia e materiais 6.7 Detalhamento 6.8 Transporte 6.9 Montagem 6.10 Possibilidade de uso 6.11 Memorial
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78 80 84 86 98 102 106 114 136 138 144 150
Ilustrações Ilustração1 – Fatores de vulnerabilidade (Adaptado a partir de: UNISDR,2012) Ilustração 2 – Perfil dos Municípios Brasileiros 2017 (IBGE/NEOMUNDO) Ilustração 3 – MI – Ministério da Integração Nacional (PORTAL CNM) Ilustração 4 - Esquema causas de catastrofes Ilustração 5 – Favela do Rio de Janeiro Mangueira em: https://jovempan.com.br/) Ilustração 6: Gráfico da epidemia de coronavírus – foto: Reprodução/Globo Ilustração 7 -In KRONENBERG ROBERT, “Portable Architecture”, Ilustração 8 – Esquema de compactação do recipiente- Stefani Miotto Ilustração 9 -Arquitetura de Emergência. (Adaptado a partir de: Davis, 1980) Ilustração 10 :archdaily.com.br/jupe / 2020 Ilustração 11 : modulos pacaembu G1/globo noticias / 2020 Ilustração 12 : modulos pacaembu G1/globo noticias / 2020 Ilustração 13 : tentative /ARCHDAILY / 2020 Ilustração 14 – Esquema de sistema tensile – Stéfani Miotto 2020 Ilustação 15 : Casa Civil/Twitter/Reprodução /2020 Ilustação 16 – Normas locais – stefani miotto Ilustação 17 – Normas de abastecimento – stefani miotto Ilustação 18 – consumo Ilustração 19 : capacidade para acolhimento / stefani Miotto 2020 Ilustração 20 - Johnson e Davi¬dson (2010 apud FERES, 2013, p. 60)
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1 Introdução 11
Introdução
É de conhecimento geral que o mundo esta passando por situações de catástrofes voltadas aos desastres naturais e humanos, (Silva, Catarina, 2013). Por conta da vulnerabilidade social, econômica e física presente no Brasil, resultado da falta de instrumentos de gestão de risco (resposta rápida do governo) em casos de emergência em muitas regiões do país, (Silva, Catarina, 2013), junto com os fenômenos naturais, temos como consequência as perdas e danos das moradias, onde milhares de pessoas ficam desamparadas e desabrigadas. Através desses estudos vamos abordar ao longo do trabalho soluções de amparo a essas pessoas que necessitam de um abrigo temporário. Os problemas habitacionais causados pelas enchentes, inundações, tempestades e chuvas, não tem impacto somente na população, mas também na economia do país. Contudo, os impactos dos fenômenos são diferentes nos países em desenvolvimento e os desenvolvidos. No Brasil, um país em desenvolvimento, temos como conflito além dos fenômenos naturais e humanos as problemáticas sociais, políticas e econômicas. Como resultado dessa pobreza, temos os loteamentos irregulares, clandestinos e favelas, que
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agregado aos eventos naturais existentes dá origem as devastações. A abordagem das problemáticas dos desastres nos leva a suas consequências, que apesar de existir um planejamento e gerenciamento de riscos e um plano diretor de prevenção de enchentes e enxurradas, mais da metade dos municípios não possui acesso a esse recurso (Anders, Gustavo, 2007). Com a escassez de uma resposta rápida do governo mediante as situações de emergência causadas por catástrofes em muitas regiões do Brasil, surge a necessidade de uma solução que atenda de forma imediata essas famílias. Buscamos através desse estudo soluções que apontem um amparo imediato, que busca a importância e carência de estruturas que atendam, de maneira temporária, a população que de alguma forma teve suas casas degradadas ou danificadas pelas catástrofes, mas onde os danos causados são reversíveis, sendo necessário um curto período de adaptação nos abrigos. Por efeito desses desastres, uma série de projetos emergenciais vem sido estudados como soluções imediatas, mas ainda assim muitos não possuem acesso a esse plano. Algumas das soluções para auxilio são: o reparo e reabilitação das, auto-abrigo, adaptação de edifícios, acampamentos de desabrigados (Anders, Gustavo – 2007), que vamos abor-
dar mais detalhadamente ao longo do trabalho. Vamos compreender a respeito dessas estruturas, com a abordagem no estudo do efêmero, onde caracterizamos que “ toda construção é efêmera” (Paz, Daniel, 2008), o que determina sua efemeridade é o período de tempo em que esse objeto fica no local. Por isso quando pensamos em efêmero devemos planejar o inicio e o fim do projeto, como ele será implantado e retirado do local, quando ele “desaparece”. Visando isso vamos compreender que “arquitetura efêmera não é a durabilidade potencial do objeto construído, mas sua durabilidade real ( Paz, Daniel 2008), que é o impacto do objeto na configuração, mesmo após o seu desaparecimento ele é lembrado por quem passa no local. Outra questão que será abordada no trabalho, é a situação de emergência atual em uma escala mundial, que é a pandemia de COVID-19, que tem nos mostrado ainda mais a importância da arquitetura em situações de emergencial. (ArchDaily). Apesar de não se existir muitas pesquisas sobre essa situação humanitária atual, já estão sendo implantados em alguns países abrigos de emergência que atenda essas pessoas. O projeto que desenvolveremos, busca soluções temporárias para atender as pessoas que necessitam de abrigos de emergên-
cia. Pensando na forma que será construído o objeto in loco ou Kits, sua montagem, desmontagem, como será retirado e transportado para outro local. Busca de soluções adequadas a realidade social e econômica do país, relacionados com desastres naturais, biológicos e humanos como enchentes, enxurradas, perdas reversíveis e situações como a que o mundo vive agora de pandemia, com período de adaptação nos abrigos são de curto prazo, que tem sido de maior impacto no Brasil.
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1.1 Vulnerabilidade junto ás ameaças de fenômenos naturais As catástrofes têm ganhado uma maior proporção e frequência no mundo, seja ele por fenômenos naturais causados por chuvas, terremotos e furações ou fenômenos humanos, que são seguimentos dos atos da população como, por exemplo, o desmatamento ( Silva, Catarina 2013). A ameaça desses fatores naturais e humanos, junto á vulnerabilidade (incapacidade da população de lidar com a situação de risco), que determinam a proporção dos desastres e tem como consequência as calamidades. (Silva, Catarina 2013). Quando nos referimos á ameaça tratamos de “evento físico, fenômeno ou atividade humana que possa causar danos à vida, à propriedade, sociais, econômicos e ambientais. ” (Silva, Catarina 2013). Após entender o sentido da palavra “ameaça”, vamos compreender que nem todo o fenômeno pode ser considerado catastrófico, isso se dá quando o fenômeno não afeta a população, não causa danos. Por fim entendemos que, o que chamamos de desastres naturais pode ser considerado produto da falta de previsão dos riscos existentes, sendo causado a partir da vulnerabilidade da sociedade atingida(Anderns, Gustavo, 2007).
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Ilustração1 – Fatores de vulnerabilidade (Adaptado a partir de: UNISDR,2012)
Analisando esses fatores da vulnerabilidade, entende-se que é necessário um planejamento para situações de emergência, que apesar de existente não atende todas as regiões, tendo em vista que “5.570 municípios brasileiros, mais da metade (59,4%) não contavam com instrumentos de planejamento e gerenciamento de riscos em 2017, apenas 25% tinham Plano Diretor contemplando prevenção de enchentes e enxurradas e 23% declararam ter Lei de Uso e Ocupação do Solo prevendo essas situações.“ (agencia IBGE/ NEOMUNDO 2020).
forma emergencial e temporária as necessidades dos moradores e famílias afeitadas pelas calamidades.
Ilustração 2 – Perfil dos Municípios Brasileiros 2017 (IBGE/NEOMUNDO)
As catástrofes acarretam por necessitar de uma resposta rápida e organizada do governo, nota-se que mesmo com o instrumento de gestão de riscos implantado, muitos municípios que são afetados não possuem acesso a esse recurso. Considerando as pesquisas feitas no site do IBGE (agencia IBGE/NEOMUNDO 2020), temos como maior impacto de desastres naturais a seca. E em segundo plano de forma distribuída os “choques” causados pelas chuvas, que é o maior responsável pelos deslizamentos, enchentes e inundações. Sendo necessário assim um abrigo que atenda de
Ilustração 3 – MI – Ministério da Integração Nacional (PORTAL CNM)
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1.2 Loteamentos irregulares e as favelas no Brasil Outro problemática presente é com a expansão das metrópoles, e com o consumo dos espaços nas cidades, a população mais pobre é forçada a construir suas casas em periferias, longe dos centros urbanos. Com isso temos uma sucessão de núcleos adensados, com ocupação populacional informal e irregular, casas construídas de forma precária e inadequada (Anderns, Gustavo, 2007). Essas construções irregulares efeito da urbanização acelerada e sem planejamento se encaixam na vulnerabilidade como já havia citado, e isso acaba por facilitar e contribuir para o aumento das catástrofes
Ilustração 4 - Esquema causas de catastrofes
Esses “loteamentos são considerados irregulares quando todas as infraestruturas exigidas pelo poder público não foram concluídos”(Anderns, Gustavo, 2007). Locais esse que o risco de deslizamento de terra é alto, por serem construções precárias, autoconstruídas, com materiais e tecnologias construtivas impróprias. Estes loteamentos são muito parecidos com os da favela.
Ilustração 5 – Favela do Rio de Janeiro Mangueira em: https:// jovempan.com.br/) acesso em 2020
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A fragilidade das moradias, junto aos eventos naturais e humanos, são um dos maiores causadores das tragédias no Brasil (Anderns, Gustavo, 2007). Isso porque o país conta com uma porcentagem alta de população precária, sendo a classe mais baixa sempre a mais vulnerável a um desastre. Com isso o número de mortes e perdas materiais e não materiais tem aumentado gradativamente, consequência também da expansão dos lotes irregulares e favelas. (Silva, Catarina 2013). Com os efeitos dessas perdas e danos, apontaremos soluções para população ser atendida de forma imediata nas situações de emergência.
1.3 Situação de emergência atual em escala mundial
Direcionando as problemáticas para um momento atual, temos um maior impacto em escada mundial a epidemia do COVIT-19 (corona vírus), que tem se agravado rapidamente em diversas regiões onde os hospitais tem encontrado dificuldades para atender a demanda de pessoas, sendo assim a necessidade de abrigos temporário está sendo tratada como uma urgência, e leitos temporários estão sendo implantados para abrigar essas pessoas. ( GAMA, Aliny 03/2020,).
“Dados consolidados pela AMIB, por meio do projeto UTIs Brasileiras, apontam que dos cerca de 16 mil leitos adultos existentes no Sistema Único de Saúde (SUS), a taxa de ocupação média é de 95%. Para suprir a crescente demanda em um cenário de avanço da epidemia no país, a capacidade de abertura de novos leitos pode estar estimada em até 20% do quantitativo atual. Esta necessidade poderá ser ainda maior, de acordo com a evolução e localização geográfica do epicentro da epidemia; ” (AMIB / 2020)
Sendo assim, temos em mãos a necessidade de um local que atenda essas pessoas, em caráter de urgência, pois o número de infectados e mortos pela pandemia cresce a cada dia sendo 400 mil casos de infectados no mundo, com acréscimo de 100 casos a cada dois dias (Laís Modelli e Lara Pinheiro, g1.gov.br, 03/2020 / 2020). Com isso os leitos de hospitais já estão sobrecarregados, e muitos estão morrendo por falta de atendimento.
Ilustração 6: Gráfico da epidemia de coronavírus – foto: Reprodução/Globo
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Sendo o COVIT-19 uma crise humanitária muito recente, não se á pesquisas de isolamento feitas direcionadas a essa situação, portanto estão sendo implantadas soluções temporárias de leitos para abrigar essas pessoas. Um dos casos é nos Estados Unidos que está sendo construído uma serie de unidades móveis para lidar com a falta de leitos. (ArchDaily,2020). No Brasil está sendo montado hospitais no estádio Pacaembu. (G1, 2020) Mesmo com essas estratégias sendo implantadas, ainda se á a necessidade de implantar recursos que atendam de uma forma geral desastres tanto naturais, humanos e também os biológicos, em uma escala global. Abrigos que possam ser instalados temporariamente, de forma rápida e que seja eficaz para a situação de emergência, como a que vivemos hoje e retirada após o termino do episódio. Segundo a AMIB (associação de medicina intensiva Brasileira), em média o tempo de permanência de um paciente em caso grave do COVIT-19 é de 14 até 21 dias.
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1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
O objetivo geral desse trabalho é desenvolver um projeto de fácil locomoção, para ser montado e transportado para locais de necessidade, que atenda diretamente pessoas que sofreram perdas reversíveis ao desastre natural, humano e biológico, onde o prazo estimado de adaptação aos abrigos seja curto.
1.2.2 Objetivo especifico
- Conceber o abrigo com o uso de materiais flexíveis para montagem e desmontagem, pensando na forma que será portado até o local. Uso da praticidade, segurança e resistência. - Compreender as necessidades, realizando soluções para instalação de sanitários e cozinha comunitária, adequando na infraestrutura e funcionalidades necessárias em um abrigo. - Projeto de abrigo que se adequei ao local e clima. - Conceber uma boa comunicação entre o objeto e sua configuração, de forma que as pessoas se sintam amparadas, visando a necessidade temporária e a praticidade.
5. Justificativa A escolha desse tema surgiu sobre uma visão geral do mundo, onde as pessoas por conta da vulnerabilidade social e principalmente econômica sofrem com perdas e danos das suas casas por fenômenos naturais. O poder publico apenas de possuir um instrumento de gestão de riscos para casos como esse, muitas regiões não são atendidas de uma forma imediata. Visando a necessidade de uma resposta rápida a situações de emergência, esse estudo contribui direta e indiretamente para soluções de abrigos e equipamentos no caráter temporário. Com o levantamento bibliográfico sobre arquitetura efêmera como o texto de Daniel da Paz no site Vitruvius, essa pesquisa busca beneficiar futuros projetos não só de caráter emergencial, mas objetos efêmeros e configurações efêmeras. A escolha desse tema possui relevância para o conhecimento sobre mobilidade do objeto, pautando as táticas de partição, compactação e rigidez. Direcionando esse trabalho para os abrigos emergenciais, o estudo das bibliografias sobre os projetos já existentes, criando uma análise dessas propostas essa pesquisa vai possuir relevância para apontar as melhores soluções para novos projetos. Dentro desse contexto sobre efêmero e
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abrigos de emergência, esse trabalho se justifica, pois, resume os principais pontos, servindo assim de base para projetos futuros e contribuem como fonte de informações para estudantes e demais interessados na área de arquitetura efêmera e configuração, abrigos emergenciais em caráter temporários e mobilidade do objeto.
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2. Arquitetura efêmera do objeto e configuração 23
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2. Arquitetura do objeto e configuração
O ponto de partida bibliográfico se deu pelo texto na página Vitruvius de Daniel da Paz, sobre Arquitetura Efêmera ou transitória – Esboço de uma caracterização. O texto aborda especificamente sobre o efêmero e suas estratégias como objeto e configuração. Aborda os seus desdobramentos, mobilidades e táticas para montagem e desmontagem do objeto, buscando caracterizar uma construção transitória, compreendendo como, quando e quais procedimentos se empregam para sua realização. O texto é dividido em 10 partes, a primeiro momento nos faz uma reflexão sobre a ideia de que toda arquitetura quando se é classificada estamos determinando o início e o fim dela, e que isso é uma consequência do conhecimento. Essa distinção é feita também para dizer o que algo não é, e isso torna ele distinto dos demais. A arquitetura efêmera busca fugir das “armadilhas da aparecia” que o autor cita, e com isso nos dá o privilégio de ir além do que conhecemos, classificando-os através das tecnologias ou pela maneira que soluciona um problema Realiza uma distinção de arquitetura do objeto e arquitetura de configuração. Pro autor a arquitetura do objeto é relaciona-
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do com o próprio artefato que é projetado e construído no solo ou meramente pousado sobre ele e arquitetura de configuração é o que determinamos como entorno imediato, os mobiliários e os elementos, local que não possa ser interpretado como ambiente fechado, essa configuração pode. Nessa linha de raciocínio o objeto é onde o ser humano possa abrigar-se, desde um ponto de ônibus até um galpão. Essa distinção é feita pelo autor pois, a arquitetura normalmente funde-se com o local, e no efêmero devemos considerar como uma construção provisória no espaço, temporário uma construção que se dá quando pretende melhorar a performance de um local. Segundo ele, toda construção é efêmera, a sua efemeridade é determinada a partir do tempo de permanência dele no loca, quanto mais tempo ele ficar menos efêmero ele se torna, delimita como 1 ano um período razoável para delimitar o efêmero. Assim, quando falamos de arquitetura efêmera devemos pensar na sua construção e demolição, como ele vai ser retirado dali. “Arquitetura efêmera não é a durabilidade potencial do objeto construído, mas sua durabilidade real”, quando se refere a durabilidade real, quer dizer que mesmo depois que o objeto em si não está mais no local, que foi desmontado ou derrubado as pes-
soas ainda lembram, está presente na memora delas, tornando assim aquilo real. Após termos a compreensão sobre configuração e objeto, para chegarmos num conceito de efêmero, ele nos apresenta a arquitetura na sua forma temporária, sendo ela “transitória”.
2.1 Arquitetura efêmera e transitória
Para compreender arquitetura efêmera devemos sair do convencional, sair da arquitetura simples como espaço construído fixo, pois essa arquitetura se caracteriza pela impermanência, algo provisório no espaço. A arquitetura efêmera tem como função reinventar espaços, dando abertura a novas possibilidades, permitindo novas ações. Seguindo a linha de configuração e objeto, esse objeto vem com a vontade de dar a configuração das locais novos usos e mudar de forma temporária a “vocação” do espaço. Mesmo sendo uma arquitetura instalada com data para seu fim, por conta do seu impacto em determinados locais, acabam por se apropriar do local, e permanecendo. Daniel da Paz nos levanta o pensamento de que quando falamos de arquitetura de eventos podemos considera-la efêmera, isso porque por ser de eventos ela possui começo e fim. Acrescenta-nos que o efêmero possui dois paradoxos, “o primeiro paradoxo do tema: uma arquitetura só se torna efêmera de fato quando se desfaz de um dado lugar. Conceitualmente, existe apenas quando cumprida sua efemeridade. Tudo o mais é incerteza. O segundo paradoxo é consequência deste: não há relação direta entre a tecnologia construtiva e a efemeridade real
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da construção. ” A tecnologia de construção não é critério valido para compreender a arquitetura efêmera, mas sim a tecnologia da desconstrução, como o objeto deixa de estar no lugar.
• Arquitetura transitória
No mestrado realizado por Catarina de L. M. M. Silva sobre arquitetura temporária de emergência, interpreta a transitoriedade está destinada a não se prolongar por muito tempo, está implícito no conceito de momentâneo, temporal, fugacidade e o efêmero. A função primordial dessa arquitetura transitória é a criação de habitabilidade mínima, que recorre a espaços modulares, flexíveis e adaptáveis que se adequem a mais do que uma solução. Interpretação feita por ela dá transitoriedade “é viver um ciclo, passar de uma vida a outra, ou estar de passagem, porque se dirige a outro lugar”. “Um objeto arquitetônico está temporariamente em um lugar quando ele é destruído pelo homem, quando ele se destrói por processos naturais ou quando ele é retirado do local. Então, para a configuração ser transitória, ou o objeto é provisório em sua própria constituição (para além de sua mera situação) ou ele é nômade.”
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2.1.1 Estratégias do objeto efêmero A estratégia de desaparecimento do objeto acontece uma por vez, podendo ser por demolição da construção, biodegradação ou através de mobilidade.
• Arquitetura de demolição
São construções que são realizadas sabendo do prazo de existência daquela arquitetura. Durante um período eram construídas grandes feiras e exposições de stands e pavilhões de alvenaria, tendo condições para durar um longo período, mas são demolidos logo após o termino da exposição. Aas construções são feitas de forma convencional apesar da previsão de demolição em um curto período. Esse recurso de demolição atualmente é pouco empregado, pois esse sistema é um recurso para a finalidade da arquitetura, para sua transitoriedade, e hoje existem sistemas mais avançados para a mobilidade do objeto.
• Arquitetura perecível
A arquitetura perecível é vista como não-impactante, por usar elementos do próprio local na sua execução, é muito utilizada para abrigos de emergência como campo de refugiados ou desabrigados. Daniel da Paz nos dá um exemplo com as habitações Guaranis, onde após o abandono de seus moradores, elas se biodegradam. Nesse tipo de construção, os materiais usados pelo homem ainda pertencem aos ciclos naturais preexistentes. “São retirados destes, beneficiados e tornados arquitetura, e depois devolvidos, sempre no mesmo local”. O tipo de beneficiamento do material não altera sua constituição a ponto de torná-lo de impossível absorção, nem em quantidade que sobrecarregue os fluxos naturais.
Arnfried Cardoso Ziebell no seu artigo de mestrado, Arquitectura de emergência – Entre o Imediato e o definitivo, responde essa questão através de um esquema de definição dessas estruturas. Separa o montável que pode ser classificada em estrutura rígida, tênsil e pneumática do portátil definida como móvel e modular.
• Mobilidade do objeto
Outro tópico importante do texto é a mobilidade do objeto, definição de que nem toda arquitetura móvel é efêmera, como por exemplo um treiler, é uma arquitetura portátil. Para responder á questão de mobilidade devemos pensar em como o objeto arquitetônico é retirado do local, para isso nos dá 3 estratégicas: Partição, compactação e rigidez Ilustração 7 -In KRONENBERG ROBERT, “Portable Architecture”,
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Seguindo a linha de raciocínio Arnfried de estrutura desmontável, para Daniel da Paz a lógica por trás da montagem é a fragmentação dos componentes que juntos compõem uma unidade. Essa desmontagem junto a remontagem é um passo importante, pois o processo pode acabar danificando os elementos, ou alterando sua formação original. Na arquitetura desmontável é comum que as peças sejam altamente especificas, desenhada para cumprir exclusivamente sua função, para que assim ganhe leveza e rapidez na sua montagem.
Compactação do recipiente
Para Daniel a essência da compactação é a máxima eliminação dos espaços vazios do objeto, pois arquitetura é composta não só pelas paredes, mas também pelos espaços entre elas. Para explicar essa teoria são empregadas duas táticas sancionadas pelo uso: dobradura e inflação.
Ilustração 8 – Esquema de compactação do recipiente- Stefani Miotto
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2.1.2 Arquitetura de emergência e suas soluções
De acordo com o trabalho de mestrado realizado por Catarina de L. M. M. Silva, sobre arquitetura temporária de emergência, a arquitetura pós-catástrofe pode ser agregada em três fases temporais de atuação: Imediata, temporária e permanente.
produto (rápido abrigo adquirido e ponto a usar, como uma tenda) ou um processo (caráter de improviso que possui participação ativa dos desalojados no período de reabilitação). Essa fase possui um tempo estimado de durabilidade definido pela UNDRO (Organização das Nações Unidas para o Desastre) que se prolonga até ao quinto dia, período de socorro imediato.
• Fase temporária
Ilustração 9 -Arquitetura de Emergência. (Adaptado a partir de: Davis, 1980)
• Fase imediata
Classifica como o instinto de sobrevivência das vítimas na procura de abrigo, seja em refúgios entre familiares e amigos, em hotéis e pensões ou em campos temporários, administrados pela proteção civil local. A função primeira desse processo é prestar proteção a uma família vulnerável. Nas fases imediatas e temporárias de acordo com a autora pode ter a forma de
Seu estudo nos aponta que essa fase está introduzida no conceito de transitório, onde o objeto está destinado a não se prolongar durante muito tempo. A arquitetura temporária de emergência é “como um novo espaço de teoria e experimentação”. Esse espaço é empregado uma vasta gama de materiais, técnicas e tecnologias, como resposta e soluções que um edifício permanente não permite. Essa segunda fase possui durabilidade estimada pela UNDRO do sexto dia e os três meses, que são considerados período de reabilitação.
• Fase permanente
Corresponde ao período de reconstrução segunda a UNDRO.
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2.1.3 Soluções do abrigo de emergência De acordo com o Gustavo Camunati Anders, os sobreviventes de conflitos tanto de desastres naturais como de guerras, a necessidade de abrigos é tratada de maneira similar. As diferenças de soluções de abrigo podem variar de acordo com o quanto ele vai ser eficaz para as necessidades dos sobreviventes. O dilema é entre promover um abrigo mínimo para muitos ou abrigo adequado para poucos. Esses abrigos precisam atender alguns critérios que é rápido fornecimento, baixo custo, acessível e adaptável. Nas análises feitas por Gustavo Anders ele relata que cada vez mais é comum a utilização de materiais disponíveis do local para redução no custo e no tempo de fornecimento, além da familiaridade dos indivíduos a mão-de-obra. Em situações de emergência, onde indivíduos possuíram suas casas parcialmente danificadas ou até completamente destruída, há algumas soluções que Gustavo nos aponta: Reparo e reabilitação: são distribuídos materiais básicos para os reparos das residenciais.
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Auto abrigo: As famílias e amigos recebem os desabrigados e fornecem assistência. Adaptação de edifícios: são conhecidos como centros coletivos, que são adaptados em escolas, ginásios e galpões, para abrigar as famílias Acampamentos de desabrigados: que é o tema na qual estudaremos de forma mais especifica, como solução. Que são acampamentos construídos o intuito de ser temporário são denominados abrigos de emergência, classificados em dois grupos principais:
Construção in loco Produzida com materiais disponíveis no local, com custo mais baixo e podem ser reciclados após o período de emergencial.
Fornecimentos de kits
Duráveis, em unidades pequenas e leves, com aparência temporária e aceitabilidade cultural. As indústrias fornecedoras desses Kits fazem o uso de uma série de métodos para resolver as questões de acondicionamento e portabilidade, esses métodos são agrupados em quatro categorias, Modulo, Flat-pack, tensile e pneumática. No seu projeto de mestrado Gustavo Anderns vai explicar cada método usado.
• Sistema Module (Modulos)
São unidades entregues praticamente prontas, não precisam ser montadas. Esse sistema pode ser dividido em dois sub-grupos O primeiro, engloba as unidades independentes, que são entregues pronto ao uso, sendo necessário somente conectar as redes de esgoto, água e energia. A segunda são as unidades modulares, que possuem o meso tamanho de unidade independente, dependendo da necessidade pode ser juntada uma a outra tornando o seu tamanho maior.
Exemplo de kits Materiais utilizados para essas construções: - Madeira - Aço
- Fibra ( em alguns casos) - Plastico ( em alguns casos)
Jupe Health
Ilustração 10 :archdaily.com.br/jupe / 2020
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Hospital de campanha em São Paulo
(G1.GLOBO.COM/FANTASTICO/CORONAVIRUS/ 29/03/2020 / 03/2020)
• Sistema Flat-Pack (Encaixes)
Esse sistema quando montado é muito similar ao module. A grande diferença é a forma que são entregues (todos os componentes que integram a unidade estão desmontados, diminuindo assim seu tamanho para transporte. Uma das vantagens desse sistema é com essa compactação em casos de limitação de acesso, o tamanho, peso e volume tornam-se restritos. Materiais utilizados são os mesmos que no sistema Module, a diferença é que a qualidade e eficiência do sistema dependem do processo de montagem. De acordo com Gustavo Anderns, apesar dos dois sistemas Module e Flat-pack serem os mais utilizados, não são os mais recomendados em situações onde o espaço mais flexível é necessário.
Tentative / Designnobis
(Arquitetura e crise climática: 6 técnicas construtivas para abrigos emergenciais / TGG / ARCHDAILY)
Ilustração 11 : modulos pacaembu G1/globo noticias / 2020
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• Sistema Tensile (Tendas)
Ilustração 12 : modulos pacaembu G1/globo noticias / 2020
• Sistema Flat-Pack (Encaixes)
Esse sistema quando montado é muito similar ao module. A grande diferença é a forma que são entregues (todos os componentes que integram a unidade estão desmontados, diminuindo assim seu tamanho para transporte. Uma das vantagens desse sistema é com essa compactação em casos de limitação de acesso, o tamanho, peso e volume tornam-se restritos. Materiais utilizados são os mesmos que no sistema Module, a diferença é que a qualidade e eficiência do sistema dependem do processo de montagem. De acordo com Gustavo Anderns, apesar dos dois sistemas Module e Flat-pack serem os mais utilizados, não são os mais recomendados em situações onde o espaço mais flexível é necessário.
O sistema Tensile é mais flexível e mais indicado para situações onde os espaços mais flexíveis são necessários. A solução comum mais empregada nesse sistema é a armação rígida que sustenta uma fina membrana, são as chamadas tendas. Apesar da existência de diversos tipos dessa estrutura, todas as soluções possuem dois elementos básicos (uma armação rígida, e uma membrana)
Tentative / Designnobis
(Arquitetura e crise climática: 6 técnicas construtivas para abrigos emergenciais / TGG / ARCHDAILY)
Ilustração 14 – Esquema de sistema tensile – Stéfani Miotto 2020
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Hospital de campanha do exército em Boa Vista
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• Sistema pneumático (Infláveis)
Estruturas pneumáticas ou infláveis. Sua funcionalidade semelhante ás estruturas tensionadas sobre forma de membrana sob tensão, entretanto, a pressão é exercida pelo ar. Essas estruturas possuem vantagem de permitir construções de grande porte, leves, fáceis de transportar e de montagem rápida. Gustavo Anderns aponta problemático como a possibilidade dessa estrutura ser car
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3. Abrigo de emergĂŞncia 39
3.1 Recomendações gerais
Algumas dependências são consideradas necessárias nos abrigos de emergência, sendo: - Dormitórios – distribuídos por famílias ou por sexo -Sanitários masculinos e femininos - Cozinha -Refeitório Segundo Kronenburg, um abrigo de emergência para pessoas em caso de desastres e refugiados tem necessidade imediata a um abrigo, sendo ele acessível, ter uma fonte de água, um sistema sanitário, provisão de alimentos e de atendimento médico. Essas condições são consideradas necessidades imediatas em uma situação de emergência, mas devem ser tratadas como provisórias, somente até a reabilitação e reconstrução das moradias afetadas. A montagem de um abrigo seja a condições de edifício ou acampamento, devem seguir uma serie de pré-requisitos. Recomenda-se que o local escolhido seja seguro, em alguns casos fora da área do desastre, com fácil acesso, com condições de higiene e saúde pública e com água potável, gás, luz e meios de comunicação.
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3.1.2 Normas mínimas do local “Em situações emergenciais não há obrigatoriedade na obediência á legislação urbanística, assim como aos códigos de obras municipais. Sendo assim, o caráter emergencial justifica a implantação de abrigos em áreas, em princípio, não edificáveis, assim como a ausência de preocupação com índices urbanísticos, uma vez que a situação é temporária e, portanto, caso sobrecarregue a rede urbana, não será por longo período de tempo.”(JUNQUEIRA, Marina. Abrigo Emergencial Temporário. 2011. Acesso 2020)
De acordo com esse estudo e as diretrizes necessárias a localização do abrigo necessita ser (pensada e estabelecida nos planos de prevenção e desastres), planejando a disponibilidade dos serviços como (abastecimento de água, infraestrutura, sanitários, acessos para carga e descarga), pois essa escolha afeta diretamente a vida das pessoas que necessitam do abrigo. De acordo com as recomendações mínimas os abrigos precisam estar em uma distribuição que agrupem pequenos números de famílias ao redor desses serviços. Os grupos devem possuir tamanho pequeno o suficiente para estimular o desenvolvimento de estruturas sociais. (ORGANIZACION PANAMERICANA DE LA SALUD, 2000) Esses pequenos grupos podem ser am-
pliados conforme a demanda, desde que os serviços acompanhem na sua qualidade, dando assistência de forma adequada. Seguindo as normas mínimas humanas do abrigo de emergência, foi realizado um organograma pautando as necessidades que o local precisa atender para implantação do abrigo. Essas condições devem ser avaliadas
Ilustação 16 – Normas locais – stefani miotto
3.1.3 Norma mínima de abastecimento de água e saneamento Após a avaliação das condições mínimas do local, para melhor qualidade tanto para implantação, quanto para o abastecimento e saneamento, devem ser compreendidas as situações de emergência das pessoas afetadas para que o programa possa atender de forma adequada. Visando isso é necessário entender qual sua cultura (manias), tendo em vista fazer uma relação com os acessos aos serviços de abastecimento de água e saneamento, e ter uma base da utilização que fazia desses recursos antes da catástrofe. Olhando diretamente para o abastecimento de água as seguintes informações devem ser recolhidas: consumo de água, qualidade, sistema de abastecimento de água e seu funcionamento, acesso a latrinas e a pontos de abastecimento.
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Abastecimento de água Há pelo menos um local de abastecimento de água por cada 250 pessoas, sendo recolhido pelo menos (15 litros de água por pessoa por dia). Totalizando 3.750 litros retirados por dia. Também possui uma quantidade de 0,125 litros que é vazado ou derramado em cada ponto de abastecimento. A distância de qualquer abrigo ao local de abastecimento de água mais próximo não excede 500 metros.
Ilustação 17 – Normas de abastecimento – stefani miotto
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• Qualidade da água Deve ter bom sabor e ser de qualidade suficiente para ser bebida e utilizada na higiene pessoa e doméstica sem risco a saúde. • Instalação para consumo de água “É possível que seja necessário um espaço onde as pessoas possam lavar-se com um mínimo de privacidade. Se não for possível dispor desse espaço no abrigo familiar, poderão ser necessárias algumas instalações centrais. Lavar a roupa é uma atividade essencial para a higiene, em particular a das crianças, e também é preciso lavar os utensílios usados para cozinhar e para comer. Não é possível definir normas universais relativas a essas atividades, mas se forem precisas instalações para realizá-las, estas deverão estar disponíveis. A concepção, o número e a localização dessas instalações devem ser decididos depois de consultar os seus principais utilizadores, em especial as mulheres. Entre os fatores fundamentais a ter em conta figuram a segurança, a adequação e a comodidade que as instalações devem oferecer aos utilizadores, em especial às mulheres e às adolescentes, cujas opiniões sobre a localização e concepção das mesmas deverão ser todas em conta. Como no caso das latrinas, instalações deste tipo
localizadas longe do centro da povoação poderão representar riscos adicionais para a segurança de utilizadores do sexo feminino. ” (Carta Humanitária e Normas Mínimas de Resposta Humanitária em Situações de Desastre / 2020)
• Normas para escoamento As águas superficiais das povoações em situações de emergência podem ser consequência de águas domesticas já utilizadas e de locais de abastecimentos de água, de latrinas e esgotos, de água da chuva ou cheias.
3.2 Diretrizes construtivas de abrigo de emergência
Ilustação 18 – consumo
Normas de evacuação de excrementos e escoamento
A evacuação de excrementos é uma prioridade, na maioria das situações de emergência é um problema que deve ser tratado com rapidez e empenho como o abastecimento de água. Construir instalações adequadas para defecação é uma das várias interpretações adquiridas. Na maioria dos solos, as latrinas e os poços de absorção estão pelo menos a 30 m de toda e qualquer fonte de água subterrânea e o fundo da latrina encontra-se pelo menos 1,5 m acima do lençol freático. O escoamento ou os derrames dos sistemas de defecação não escorrem para nenhuma fonte de água superficial ou de pouca profundidade
As normas aplicáveis aos abrigos dependem do clima e tamanho do agregado familiar: em climas frios, as pessoas necessitam de mais espaço coberto, dado que passam mais tempo no interior das habitações do que em climas quentes. Normas Mínimas de Resposta Humanitária em Situações de Desastres/ Disponível em: www.spherestandards.org ) No Brasil, apesar do clima possuir grande variação, a sua predominância é de clima quente e úmido. Visando isso, as condições mínimas necessárias para o conforto do usuário nos abrigos são:
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O telhado deve ter beirais grandes e uma boa inclinação para escoamento da água da chuva. É recomendado que exista um espaço no exterior do abrigo com sombra para cozinha e secar ao ar os utensílios de cozinha.
Climas quentes e úmidos condições do abrigo: Os abrigos devem ser concebidos de modo que tenham o máximo de ventilação possível e fiquem protegidos da luz solar direta. Indicado que as (portas e janelas estejam orientadas a norte e sul). Essa orientação é importante para maximizar a circulação do ar, que não deve ser abstruída por abrigos vizinhos. A construção deve ser leve, pois necessita de captação térmica baixa
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• Habitação (abrigo) Condições de residência: As pessoas devem dispor de espaço coberto suficiente para se proteger dos efeitos adversos do clima. - Área coberta disponível por pessoa é de 3,5m² a 4,5m² em média. (Carta Humanitária e Normas Mínimas de Resposta Humanitária em Situações de Desastres/ Disponível em: www.spherestandards.org ) Anders (2007 apud JESSÉ, 2015, p.17 / 2020) ressalta as precauções quanto ao nível de conforto cedido aos abrigos e edificações temporárias em situações pós-desastre. Elas devem limitar-se às necessidades básicas do indivíduo oferecendo suporte a vida.
3.1.5 Considerações para o abrigo e sua implantação
Um indivíduo que passa por situações de emergência seja ela de desastres ou de algum conflito como a guerra, as necessidades de abrigo são tratadas da mesma forma, o que diferencia na solução dos abrigos é o
quanto aquele abrigo vai ser eficiente para as necessidades dos sobreviventes, onde se enfrenta um dilema entre (qualidade x quantidade) “prover abrigo mínimo para muitos ou adequado para poucos”. Seguindo esse raciocínio sobre qualidade e quantidade, Gustavo Anders nos aponta alguns critérios para construção desses abrigos, onde suas características influenciam diretamente nesse fornecimento, sendo eles: Rápido fornecimento, baixo custo, exequível, adaptável. Quando falamos em abrigo de emergência devemos levar em conta os materiais, existem alguns materiais universais razoáveis entre eles: • Lona plástica: material impermeável, resistente, flexível, com aparência temporária e razoavelmente durável. • Chapa de aço ondulada galvanizada: são relativamente baratas de produzir e de transportar. O peso e o tamanho do material também são importantes, pois influencia na rapidez com que serão fornecidos. O uso do material do próprio local é um recurso utilizado atualmente segundo Gustavo, por ser uma maneira de redução no custo e no tempo de fornecimento, além do fato de
serem familiares aos indivíduos e á mão de obra local ser mais barata, o uso desse material pode ser um agravante também, pois com o uso intensivo pode provocar uma alta nos preços e impactos ao meio ambiente. • Agrupamento A implantação das unidades habitacionais, considerando as condições locais também constitui um papel fundamental no período de adaptação do indivíduo a nova situação temporária. De acordo com a The Um Refugee Agency (2007 apud JESSE, 2020), a variação da escala do acampamento é responsável pela dimensão e organização dos módulos na implantação: • Familiar: 1 família (4 a 6 pessoas); • Comunidade: 16 famílias (80 pessoas); • Bloco: 16 comunidades (1.250 pessoas); • Setor: 4 blocos (5.000 pessoas); • Acampamento: 4 setores (20.000 pessoas). A solução para adequação dessa habitação se deve ao estudo relacionado aos aspectos físicos, culturais, econômicos e climáticos; tempo, escala e custo da interven
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ção; materiais, projeto, tecnologias, sistemas construtivos, assentamento e destino • Capacidade de acolhimento Nos abrigos temporários deverá haver uma delimitação de espaço físico por pessoas: -Área coberta mínima de 400m² por pessoa, em média. Além desse parâmetro, atentar para outros indicadores mínimos exigidos (Normas mínimas de resposta humanitária em situações de desastres – Projeto Esfera, ONU, 1997) Indicadores mínimos
De acordo com Lizarralde, Johnson e Davidson aspectos importantes a ser considerados na elaboração do planejamento do processo emergencial, estão na tabela abaixo:
Ilustração 20 - Johnson e Davidson (2010 apud FERES, 2013, p. 60) Ilustração 19 : capacidade para acolhimento / stefani Miotto-
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• Considerações de parâmetros sustentáveis Com base no IDHEA- Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica – (2011), podemos compreender alguns passos fundamentais para construções sustentáveis, sendo elas: Um planejamento sustentável da obra, considerada uma das principais etapas da construção, podendo ser esse planejamento em uma estrutura pré-fabricada, que é uma boa alternativa quando pensamos em menor desperdício de materiais e menor impacto no ambiente. Aproveitamento passivo dos recursos naturais, aproveitando recursos naturais como (sol, vento, vegetação, umidade), como alternativas para iluminação, redução do consumo de energia, confortabilidade termo acústica, plasticidade arquitetônica e climatização Eficiência energética, conservar e gerar economia de energia através de fontes renováveis, além de prever controle do calor gerado no ambiente construído e no entorno. Conforto termo-acústico: Promover conforto ao usuário quanto a temperatura e sonoridade, através de recursos naturais, elementos de projeto, vedação, climatização e outros aspectos.
Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis: Utilizar produtos e tecnologias que sejam econômicos, de caráter ecológico e que não interfiram na saúde e bem– estar humano.
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4. leitura projetual 49
4. Leitura projetual O estudo tem como finalidade analisar e compreender 3 projetos, construídos ou não, que irão servir como referência para o desenvolvimento do projeto de abrigo de emergência. Os projetos serão abordados e comparados por uma questão qualitativa, visando o tempo de montagem, matéria prima, tecnologia construtiva, implantação no local, sustentabilidade e flexibilidade para adaptação. Serão analisados projetos emergenciais, como foco nos métodos de implantação, flexibilidade do objeto e programa de necessidades. Os projetos escolhidos são: Pop-Up House, Estrutura 075 do concurso 018 – Abrigos emergenciais e Abrigo de emergência portátil.
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4.5 Analise geral dos projetos Através das análises realizadas, podemos perceber que os abrigos de emergência atuam no mundo todo, mas com ênfase em países desenvolvidos. Os materiais empregados nos projetos mostram ser de caráter vernácular, sendo reciclados ou industrializados. Utilizam de sistema em comum que é o pré-fabricado. Uma característica vantajosa são que os abrigos podem ser montados pelo próprio usuário, isso reduz a necessidade de mão-de-obra e beneficia o usuário mentalmente, pois o seu envolvimento pode auxiliar no processo de recuperação. Os projetos escolhidos possuem uma característica em comum que é a flexibilidade do sistema construtivo de partição, sendo transportado em módulos, possuindo qualidades como (leveza, economia, construído montado de forma rápida, facilita o transporte e possui capacidade para realizar diferentes agrupamentos). Mesmo com o foco em alojamento é possível notar soluções de implantações, visando a melhoria da qualidade de vida desses refugiados, como no projeto do Sabari Probaharans onde possui a fase comunitária que visa
a recuperação psicológica através de áreas coletivas. Os projetos apresentados a maioria possuem um programa de necessidades separado em módulos com a área privada (individual), áreas coletivas que auxiliam na recuperação. Tendo em vista os aspectos observados, temos que priorizar alguns critérios de projeto como a sustentabilidade, pois é necessário pensar e se preocupar com impacto que dos materiais a natureza . A funcionalidade e rapidez de transporte são essenciais para que o projeto seja entregue no local. Após ser montado no local, o abrigo precisa ser adaptável para qualquer contexto (clima, topografia). O espaço interno deve atender as necessidades básicas para abrigar as famílias e fornecer privacidade e dignidade.
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Essas construções irregulares efeito da urbanização acelerada e sem planejamento se encaixam na vulnerabilidade como já havia citado, e isso acaba por facilitar e contribuir para o aumento das catástrofes
Ilustração 4 - Esquema causas de catastrofes
1. Problemáticas 1.1 Vulnerabilidade junto ás ameaças de fenômenos naturais As catástrofes têm ganhado uma maior proporção e frequência no mundo, seja ele por fenômenos naturais causados por chuvas, terremotos e furações ou fenômenos humanos, que são seguimentos dos atos da
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Esses “loteamentos são considerados irregulares quando todas as infraestruturas exigidas pelo poder público não foram concluídos”(Anderns, Gustavo, 2007). Locais esse que o risco de deslizamento de terra é alto, por serem construções precárias, autoconstruídas, com materiais e tecnologias construtivas impróprias. Estes loteamentos são muito parecidos com os da favela.
5. Consideraçþes de projeto 57
5.1 Considerações de projeto Com as analises realizadas, entendemos que a arquitetura emergência é utilizada no mundo todo, sendo inserido em diversos cenários, obtendo maior triunfo no cenário pós-desastre, onde oferece melhor qualidade de vidas as pessoas que sofreram com as catástrofes e tiveram suas moradias afetadas. Com aprofundamento teórico e analise dos diferentes casos possibilitou o conhecimento das referencias implantadas em diversas partes do mundo dando direcionamento para elaboração do projeto, que visa atender as necessidades de emergências do desabrigado, promovendo dignidade, segurança no local do abrigo e proteção imediato. Visando isso, o projeto precisa conter os seguintes direcionamentos:
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• Ser transitório e de fácil transporte;
• Possuir flexibilidade de adaptação, de forma que possa ser inserido em diferentes cenários e topografias;
• Possuir rapidez de montagem e desmontagem; • Matéria prima barata e leve, que possua salubridade; • Ter caráter sustentável;
• Atender as variedades do local, como o clima; • Não necessitar de mão de obra qualificada para montagem, podendo ser montado pelo próprio usuário;
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Lugar O lugar adequado para a implantação dos abrigos temporários deverá ser decidido pelas próprias vítimas, auxiliadas pelos agentes de assistência humanitária, desde que siga as condições impostas pelas normas mínimas humanitárias, sendo elas: - Local da implantação do abrigo deve possuir condições de acesso de veículos para descarte de resíduos e abastecimento de água e alimento no local, distante de áreas de risco (contaminação e deslizamento). - A topografia do local deve estar disponível para adequar o alojamento e agricultura, também deve possuir requisitos como inclinação de no mínimo 2% para escoamento de água da chuva, evitando acumulo de água no local. O abrigo deve ser implantado em locais com acesso fácil, áreas que sejam seguras, distante de zonas contaminadas e de risco. Visando não descaracterizar o modo de vida das vítimas, sempre que possível o ponto escolhido para a implantação deverá ser em um local próximo a área onde as vítimas residiam e deve contar com infraestrutura (água, esgoto, energia) e ter facilidade de acesso das pessoas aos equipamentos.
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[…] Muitas vezes a adutora de água da Copasa, do fornecedor de água, foi interrompida. Se eu colocar essa pessoa num local onde não chega água, não adianta eu colocar, não adianta eu ter um abrigo perfeito, não chega água. Vai chegar alimentação? Eu consigo remover essa pessoa de maneira rápida pra ir pro hospital? Porque eu não to falando de desastre? Então são várias implicações que não é só colocar um container ou uma barraca em determinado local. O local onde eu vou colocar eu tenho que saber se, eu posso até fazer no meu plano de contingência, eu planejei que o abrigo vai ser na área A, mas se essa área A for interrompida o acesso por estradas, despencou barreira ou o que for eu preciso ter um plano B. Então assim, é muito complexo. (ENTREVISTADO 2) Seguindo as normas mínimas humanitárias para a implantação dos abrigos temporários ( de fácil transporte e montagem),será improvisado banheiros químicos e chuveiros separados por femininos e masculinos como forma de auxiliar as necessidades dos usuários, que podem ser instalados em diversos terrenos. Os abrigos também será implantado em locais próximos a espaços públicos
existentes como (ginásio, escola, campo de futebol), que possuem infraestrutura como banheiro e cozinha, que possui capacidade de atender um grande numero de pessoas. O projeto também busca se adequar a variação dos terrenos e climas, através da sua forma fragmentada por módulos e também pelos apoios que são regulados e fixados na base do módulo.
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Buscando evitar atrito entre as pessoas que possuem modos de vida e culturas diferentes, bem como assédios e furtos, é necessário organizar espacialmente os locais de abrigo. Essa organização espacial foi feita respeitando o vínculo de parentesco e vizinhança, colocando cada família em um módulo, afim de preservar o convívio familiar, fornecer vínculos e relação de afeto, mantendo a individualidade e segurança de cada família. Pensando na recuperação mental e psicológica das vítimas, é necessário que as pessoas tenham inicialmente sua privacidade e logo depois estabeleça uma comunidade. Visando isso foram feitas alternativas para inserção dos módulos, tendo em vista com a junção dos abrigos promover núcleos de convívio, onde as pessoas possam abrigar-se em comunidade. Os banheiros e chuveiros químicos por questão de salubridade seram implantado afastado dos módulos dormitórios
Implantação para terrenos mais regulares com possibilidade de utilizar o terreno de forma ampla
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Implantação para terrenos estreitos, com pouco acesso. Possibilidade de uso horrizontal
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Implantação próximos a equipamentos (ginásio, escolas..)
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5. 2 Programa O programa busca atender as normas mínimas de direito de todo cidadão que necessita de um abrigo, possuindo privacidade e uma infraestrutura adequada (água, energia, caixa de resíduos e proteção conta sol e chuva). Os módulos individuais podem ser pensados, articulados ou isolados, a disposição vai depender da necessidade da área e do usuário. São módulos individuais, podendo ser pensadas, articuladas ou isoladas, essa disposição vai depender da necessidade da área e do usuário. A geometria modulada em forma de bloco vai além do simplório, prevê crescimento e grande variedade de configurações aplicáveis e diferentes programas, usos e locais, a união dos blocos de dormitório formam um núcleo onde ficará a área de convívio. O módulo é pensado para ser agrupado com demais módulos, promovendo maior espaço e seguindo as necessidades da família do usuário.
Agrupamento 1 - 4 á 6 pessoas
Agrupamento 2e - 6 á 8 pessoas
Volume inicial - 1 a 4 pesoas
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Evolução do volume
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Inclinação para escoamento da água
Apoio para ajuste na topografia
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5.3 SIMULAÇÕES
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6. O ABRIGO 79
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6.1 CROQUIS
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Maquete volumĂŠtrica
+ Modulo Modulo 82
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6.2 Conceito e partido
Cycle ModuLar (Evolução, expansão e adaptação) Cycle é um termo em inglês, que traduzido significa “ciclo”, é uma referência a vida, onde tudo que conhecemos tem um começo, meio e fim. A maneira na qual fazemos essa transação é itinerante e singular. Cycle ModuLar assim como a vida está em constante evolução, expansão e adaptação. O modulo de abrigo parte da ideia de mega bloks (blocos de montar), que é feito de forma simples, com materiais leves, onde um bloco pode se conectar ao outro formando um bloco maior ou um objeto. Isso acontece através de encaixes, com praticidade e de forma versátil. O projeto busca atender essas características através de uma forma também simplificada retangular, que pode ser conectado a outros blocos, formando espaços maiores, que vai de acordo com as necessidades de uso das famílias. A leveza dos módulos é dada pela composição dos materiais como OSB que além de ser leve possui versatilidade e pode ser usado em diferentes funções, é um material de baixo custo, de fácil manutenção, sem a necessidade de mão-de-obra especifica e também possui conforto térmico.
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Evolução e expanção Está ligada a possibilidade do volume, de ampliação, dando flexibilidade a uso de diferentes famílias, seja elas de 1 á 8 pessoas, expandindo e evoluindo para uso. Adaptação - Além do módulo ter flexibilidade de uso, também pode ser adaptado a diferentes situações, seja elas topográficas se ajustando a diferentes terrenos e climáticas com captação de água da chuva.
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6.3 MÓDULO
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PLANTA
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LAYOUT
Apoio para descanso
Rede para descanso
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Cortes Telha sanduiche
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Ripas de madeira
Apoio regulรกvel
Telha sanduiche
OSB
Apoio regulรกvel
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Elevações
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ESTRUTURA
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6.4 MÓDULO OPÇÃO 2
A opção 2 é a conexão de 2 módulos formando um espaço maior, com capacidade para abrigar 6 pessoas ao invés de 4. Essa junção é realizada através de conexões macho e femêa.
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OPÇÃO 2 PLANTA
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6.5 MÓDULO OPÇÃO 3
A opção 3 assim como a opção 2 é a conexão entre módulos. Sendo esse a conexão entre 3 módulos formando um espaço maior, agora com capacidade para abrigar 8 pessoas. Essa junção também é realizada através de conexões macho e femêa.
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OPÇÃO 3 PLANTA
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6.6 Tecnologia Foi utilizado o sistema (Module), unidades entregues praticamente prontas ao uso, não necessitam ser montadas, são unidades modulares que têm o mesmo tamanho de uma unidade independente, mas em função de necessidades específicas, podem ser conectadas umas as outras, aumentando assim o seu tamanho. A estrutura do módulo é de aço pré-fabricada sendo necessário apenas realizar a conexão dos blocos. Esse processo além de padronizar a montagem do abrigo, também reduz custo, desperdício de materiais e tempo na sua montagem, que é um dos fatores primordiais. O objeto vai ser desconectado para transporte, otimizando espaço e facilitando a mobilidade.
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A conexão dos blocos (abrigo) acontece através de encaixes macho e fêmea que estão presentes na base da estrutura e através do perfil de aço lateral que será parafusado na ligação entre uma e outra. Já a cobertura, a telha possui encaixe e vão ser fixadas por brocas uma na outra.
Materiais e benefícios Placas OSB A busca por um material renovável e que tenha propriedades mecânicas e físicas adequadas para a construção, é essencial para o futuro da natureza. Visando isso o OSB, vem como um material eficiente para as construções, vem se tornado cada vez mais presente na construção, possuindo diversas vantagens como economia e praticidade. OSB é constituído 100% por madeiras resinosas provenientes de plantação propositada para efeito e exploradas no âmbito de uma gestão florestal sustentada ou de clareiras abertas por exigências de bom desenvolvimento das florestas. Foi utilizadas placas de OSB como fechamento, com medidas de: - Espessura 18 mm - Largura 1,2 m
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OSB significa (painel de tiras de madeira oriental) É um produto resistente, estável e versátil, que pode ser aplicado de diversas maneiras. Benefícios • Feito com madeira de reflorestamento, portanto apresenta menor impacto ambiental • É consistente e uniforme (não deixa espaços vazios onde é aplicado) • Se processo de produção faz com que ele possua boa resistência física mecânica (não é tão resistente quanto a madeira maciça, mas sua performance é melhor que madeirite) e assim, possui longa durabilidade. • Menor preço com relação a outros derivados da madeira (chapa de 12mm de OSB gira em torno de R$55, as de MDF varia de R$ 115. • Estética atrativa para muitas pessoas • Bom isolamento termo acústico • É resistente ao fogo (o produto tem um resultado satisfatório ás exigências das normas de construção Civil da ABN. • Alta versatilidade (dependendo da sua espessura), pode ser aplicado na construção como paredes, telhados, piso e lajes. • Material leve, de fácil transporte, economicamente viável e oferece conforto térmico e proteção Perfiz metálicos A composição da estrutura física do abrigo é formada por perfis de aço
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As estruturas metálicas, também chamadas de estruturas de aço, podem ser utilizadas em diversas edificações como (shopping, prédios, pontes), quando o concreto não atende a necessidade. Essa variada possibilidade de aplicação se dá em consequência da maior flexibilidade que o aço apresenta. Cantoneira Perfil em L, conhecido como cantoneira, viga que possui duas chapas perpendiculares entre si.Utilizado como esforço para vigas principais, apoio para outras ou ligações.
Benefícios dos perfis metálicos • • • • • •
Resistência e durabilidade Mais precisão e menor margem de erro Qualidade Versatilidade arquitetônica Sustentabilidade Racionalização da construção
Placas de acrílico Foi utilizado placas de acrílico como fechamento das faces principais e para as aberturas, promovendo mais conforto e segurança que o vidro, tendo mais resistência a sol, chuva, impactos no transporte, além de ser mais leve e flexível.
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Estrutura dos módulos • Fechamento lateral: é realizado com placas de OSB, no tamanha de 1,2 X 2,4, com espessura de 18mm. Cada módulo possui na sua lateral 4 placas que são fixadas por perfis de aço. • Fechamento face principal é realizado com placas de acrílico transparente, para entrada de ventilação e iluminação, promovendo segurança. • Fechamento face secundária é realizado com brises fixos horizontais, feitos de madeira de demolição, material sustentável. Esses brises promove junto as aberturas da face principal uma ventilação cruzada, promovendo conforto térmico e visual. • Base: é formada por estruturas metálicas onde as placas de OSB de 1,2 X 2,4 são acopladas e parafusadas, possuindo maior sustentabilidade. A superfície é elevada por apoios reguláveis, para que possa se adaptar a variação de topografia. • Cobertura: de placa de OSB.
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Ripas de madeira
Pe me
erfil etรกlico
Telha sanduiche
OSB
Base regulavel
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6. 7 DETALHE ESTRUTURA A estrutura do módulo é constituída por chapas metálicas e cantoneiras laminadas. As chapas metálicas além de auxiliar na estrutura do módulo também faz a ligação entre um OSB ao outro. A chapa metálica foi escolhida por conta da sua alta durabilidade, leveza, proteção térmica e acústica, pode ser dobrada e curvada (flexibilidade). Além das chapas metálicas foram utilizadas cantoneiras laminadas, que além do auxilio na estrutura ela realiza um bom acabamento no abrigo. As cantoneiras laminadas foram escolhidas por sua flexibilidade, nível de resistência elevado com peso reduzido, aumentando a eficiência da estrutura.
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DETALHE PISO O piso é elevado, sua estrutura constituída por armações lineares (vigas), formando uma malha (grelha) que recebe o fechamento em OSB. O OSB é encaixado nos espaços vazios formado pela malha, onde estão presentes as chapas metálicas que fará a união do OSB com a estrutura. Para o piso estar elevado foram usados apoios metálicos niveladores, que pode ser ajustado conforme a topografia do terreno onde o módulo será implantado. A altura mínima é de 15 cm e a máxima é 303 cm.
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DETALHE COBERTURA
A estrutura da cobertura é composta por treliças e vigas que dão sustento a cobertura da telha sanduiche. As vigas formam um “X” entre as treliças, fixando-as e dando sustentação a estrutura. A utilização das treliças foi feita pela sua praticidade, forma compactada que é bem mais pratica para instalação e transporte, além da segurança e por ser uma estrutura mais leve. A estrutura da cobertura é feita de forma que a caída d’água aconteça no centro do módulo e a lateral forme aberturas para iluminação e ventilação.
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Abertura formada pela estrutura
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DETALHE TELHA TERMOACUSTICA
A telha utilizada nos módulos é a sanduiche composta por materiais isolantes interpostos entre duas chapas metálicas. A largura utilizada é de 1 metro, o comprimento varia de 2 a 8 metros. As vantagens dessa telha é a redução de ruídos externos, redução térmica para coberturas e custo menor do que alternativas, não absorve água. O produto é cortado no mesmo perfil das telhas, proporcionando um encaixe e colagem perfeita, além de alta performance. Ás telhas termoacústicas devem ser fixadas sempre pela bica alta, ou seja, pela parte onde a extremidade é voltada para cima e não corre água da chuva. Além disso, os parafusos precisam ter vedação para evitar possíveis goteiras.
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fixação da telha
Detalhe do encaixe da telha
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CALHA PARA (ÁGUA E ENERGIA) Visando a econômia e um abrigo sustentavel a energia e a água para uso são coletadas de fontes naturais ( sol e chuva). Para isso ser possivel o módulo conta com duas calhas instaladas pela captação da água da chuva e a outra responsavel pela condução dos fios ligados ao gerador da placa solar, responsavel pela captação de energia.
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Calha para captação de água
Calha para fios de energia
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Apoio para descanso O abrigo conta com apoios para descanso, que são fixadas na estrutura lateral através de abraçadeiras, que auxiliadas por apoios que abertos apenas para uso do apoio. O apoio é feito de OSB, foi utilizada uma placa do seu tamanho original 1,2 X 2,1. Para estruturar a placa e suportar peso na sua parte inferior possui uma estrutura metálica.
Apoio para descanso aberto para uso
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Apoio dobrรกvel
Apoio para descanso fechado
Abraรงadeira
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Detalhe abertura A parte frontal possui a possibilidade de estar aberta ou fechada. Quando aberto tem função de integrar o ambiente externo com o interno, deixando mais amplo, promovendo convivo. Para que ela possa ser aberta foi utilizado braços articulados, que permite sua abertura e fechamento. Para manter aberto foi utilizado um pino de travamento que fica na parte frontal do módulo que é encaixado pelo próprio usuário. Para apoiar os braços articulados, foi posta uma viga metálica entre a estrutura do fechamento lateral e a estrutura central do módulo.
Viga
Braços articulados
Pino travamento
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Viga
Porta Braรงos articulados Braรงos articulados
Pino travamento
Pino travamento
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Ventilação e iluminação O módulo possui ventilação chaminé, entrando ar frio pela parte inferior e saindo o ar quente na superior, dando melhor conforto térmico. A parte inferior do módulo pode ser regulada para ventilação de acordo com a necessidade do usuário, as aberturas são feitas de forma basculante. As aberturas na parte superior possuem fechamentos com tela mosquiteiro, evitando a entrada de insetos, além desse beneficio ele também evita a entrada de poeira, de folhas, deixando espaço para ventilação e iluminação no ambiente. As fachadas (frontal e traseiras), contam também com fechamentos em ripas de madeira, que dão espaço também para iluminação e ventilação.
ar quente
ar frio 128
Tela mosquiteiro
Abertura basculante Ripas de madeira 129
PÉ DIREITO O módulo foi pensando de forma a reduzir gastos de materiais para sua execução. Uma placa de OSB possui medicas de 1,2 x 2,1. Seguindo o pensamento de economia dos materiais, são usadas 4 placas no seu tamanho original para fechamento lateral junto á uma abertura também de OSB na parte inferior do módulo com 0,30 cm. Quando dividimos 0,30 por 4 partes da o equivalente a uma placa inteira, ou seja, não possui desperdício de material. O pé direito do módulo é composto pela abertura inferior de 0,30 cm que corresponde a altura da estrutura até a telha, mais o fechamento em placa OSB de 2,1 e 0,30 da abertura inferior, totalizando 2,7 metros de altura. Pé direito 2,7 metros, altura que proporciona um maior conforto térmico, sem tanta necessidade de luz artificial.
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CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA A captação da água da chuva será feito pela cisterna, um reservatório que faz a captação da água da chuva e o armazenamento para uso. O uso de cisternas é considerado uma das melhores e mais eficazes alternativas quando o assunto é economizar água. A cisterna funciona da seguinte maneira: A água da chuva é levada pelas calhas a um filtro, que elimina mecanicamente impurezas, como (folhas ou pedaços de galho). Um freio d’água impede que a entrada de água na cisterna agite seu conteúdo e suspenda partículas sólidas depositadas no fundo. Á água não é considerada potável, portando o uso adequado dela seria para lavar as mãos, roupas, lavar calçadas. (Atitude ecologicamente responsável, pois permite o reaproveitamento de água da chuva).
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Processo de captação
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CAPTAÇÃO DE ENERGIA SOLAR A captação de energia solar será feita por placas geradoras de energia (placas fotovoltaicas), parecida com a que vemos em estradas, que transformaram os raios solares em energia elétrica. Essa energia abastece uma bateria que se encontra na parte inferior do poste, que armazenará e será utilizada para iluminação (interna e externa) do abrigo.
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Iluminação externa Será realizada por um painel luminoso, que é abastecido pelo gerador da placa solar. Esse painel além de luminar o local durante a noite, possui função de sinalização, para idenficar qual o número do abrigo que á familia se encontra, uma forma de não se perder.
Iluminação interna
Placa solar
Essa iluminação também é abastecida pelo gerador, e é conduzida por uma calha acoplada no módulo que direciona a energia para dentro.
Painel luminoso
Bateria
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6.8 TRANSPORTE
Abrigo por partição, desmontado para transporte
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Obrigo vai ser trasnformado na forma de partição, para melhor e mais facil transporte. Sendo montado no local.
Abrigo desmontado no caminhĂŁo
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6.9 MONTAGEM DO ABRIGO
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MONTAGEM 1° passo Inicie escolhendo um local para implantação do seu abrigo. Após isso regule os apoios do módulo de acordo com a topografia, dexando nivelada.
2° passo Após regular a base no local, inicie encaixando os fechamentos laterais na base, pelos encaixes macho fêmea.
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3° passo Com os fechamentos laterias encaixados, você deve colocar os pilares das faces, como mostra a imagem, da suporte as aberturas.
4° passo Com a estrutura das faces posicionadas, é hora de encaixar as aberturas, que são fixadas nas laterais e na parte superior que será posta.
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5° passo A cobertura Ê encaixada e ajuda a dar estrutura nas faces frontal e fundo.
6° passo Por ultimo e se necessario, encaixe a rampa na abertura desejada.
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MÓDULO PRONTO
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6.10 Possibilidades de uso A face principal do abrigo pode ser aberta, amplicando o espaço podendo dar novos usos ao abrigo, como um refeiótio ou realizar integração entre o ambiente interno e externo. A rampa também pode ser ajustada de acordo com a necessidade do usuário.
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6.11 Memorial justificativo Este trabalho desenvolve um objeto itinerante de caráter emergencial, que atende pessoas de desastres naturais, humanos e biológicos, visando sua recuperação mental, conforto e segurança. Após a catástrofe as vitimas se encontra traumatizadas, essa restauração da dignidade humana em um cenário de emergência implica a elaboração de um espaço onde o individuo desfrute de autonomia, privacidade e integração. Sendo assim, o sistema proposto busca que as pessoas se relacionem em grupos no acampamento, formando um espaço de convivência no seu núcleo, com as aberturas dos módulos dando acesso a essa área de convívio, tendo em vista á recuperação mental do indivíduo. Essa estratégia é eficaz desde que os serviços atendam de forma eficiente as necessidades do usuário, sendo assim além dos abrigos serem implantados próximos a equipamentos existentes, também será implantado banheiros químicos de uso coletivo, dando suporte aos equipamentos presentes no local. Os grupos podem ser expandidos conforme conveniente, sob condições de não perder a qualidade do atendimento e podem formar comunidades conforme a cultura ou desejo do desfrutador, buscando o que melhor os atende. Também é proposto para uma questão de salubre, que as áreas molhadas, como os banheiros sejam dispostas com distancia dos dormitórios, por conta da possibilidade de poças d’água e para manter os dormitórios limpos. Deveram ser implantadas preferencialmente na direção norte, onde o sol incidi com maior intensi-
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dade. O modulo consiste em blocos rígidos que são conectados in loco, para que seja fácil seu transporte. Na sua montagem não necessita mão-de-obra especializada e ferramentas para ser erigido. Requisito mínimo esforço das pessoas. Esses módulos são individuais, podendo ser pensadas, articuladas ou isoladas, essa disposição vai depender da necessidade da área e do usuário. A geometria modulada em forma de bloco vai além do simplório, prevê crescimento e grande variedade de configurações aplicáveis e diferentes programas, usos e locais. Os módulos vão ser elevados do solo através de apoios de aço com regulagem em metálica, já que não há um terreno pré-definido e ele pode vir a tomar várias formas. Essa elevação pode ser ajustada para que o haja o nivelamento do abrigo, que garantem a conservação da estrutura de madeira á evitar o acesso de umidade. Sistema utilizado é de partição que vai para o local desmontado, sendo necessário montar no local e anexa-lo um ao outro, A estrutura é de pré-fabricação, esse processo além de padronizar a montagem do abrigo, também reduz custo, desperdício de materiais e tempo na sua montagem, que é um dos fatores primordiais. O objeto vai assumir uma configuração de “partição”,facilitando a mobilidade e adequação ao local e também as necessidades do usuário. Na construção do abrigo foram priorizados alguns princípios em questão aos materiais empregados, levando em conta a qualidade, durabilidade, leveza, sustentabilidade, materiais que não necessita de mão-de-obra especializada, com pouco impacto ambiental, refletindo nas constantes transforma-
ções que o objeto precisa passar para se adaptar ao local, que permitem sua modulação (partição e anexação). Sendo assim, o abrigo é construído por placas de OSB, que se mostra como material mais adequado, uma vez que ele é ofertado por baixo custo, sendo economicamente viável, tendo grande resistência, de caráter leve e fácil de ser transportado, com bom isolamento termo acústico, versátil podendo ser usado nos fechamentos e coberturas e além de tudo é um material que apresenta menor impacto ambiental. A cobertura possui uma inclinação de 2% para escoamento de água, foi utilizado telhas sanduiche e para captação de luz solar por placas solares e captação de água através do sistema (cisternas), onde á água da calha é conduzida para o reservatório, esses aspectos visam uma questão sustentável. A ventilação é cruzada, por meio de janelas basculantes , garantindo o aproveitamento dos ventos locais e iluminação no abrigo e possibilitando maior conforto.
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