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2.4 Infraestrutura (abastecimento de água, energia, saneamento básico, segurança
Abastecimento de água
Nos dias de hoje, ainda existe a desigualdade no abastecimento de água. No município de Fortaleza, quase 7% das residências não têm acesso ao abastecimento de água. Mesmo em locais aonde existe a rede instalada, consta-se uma irregular disponibilidade, que ocorre devido à interrupção e à baixa pressão do sistema. Ainda têm famílias sem acesso à água potável em diversas áreas, principalmente nas comunidades, em que o nível de precariedade é muito alto.
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Pirambu
Pirambu Abastecimento de água
Ao analisar esse mapa, é possível perceber que a maior parte da população do bairro possui porcentagens de abastecimento de água inseridos entre os intervalos de 0,84 a 1. Há a presença de um setor com abastecimento de água inserido em um intervalo de baixa porcentagem, o que pode significar uma falta de mapeamento da região ou, simplesmente, uma forte precariedade da distribuição desse serviço.
Em relação a energia elétrica de acordo com os dados do IPEA (Índice de Vulnerabilidade Social) quase 100% das residências de Fortaleza tem acesso a rede elétrica. A maior precariedade em relação a energia, está relacionado a iluminação pública, por não ter a manutenção como deveria. A falta de iluminação pública causa insegurança na população, pois facilita a violência.
No bairro Pirambu, é notório que toda a população apresenta energia nas residências. Porém, cada região do bairro apresenta uma porcentagem diferente. Em relação à iluminação pública a Prefeitura de Fortaleza fez um projeto chamado Ilumina Fortaleza, que funciona da seguinte forma: em locais que já existem iluminação pública, eles fazem melhorias e em locais que não tem, eles colocam iluminação. No ano de 2016 o Pirambu estava passando por uma requalificação na iluminação.
Pirambu
Pirambu
Energia
Em bairros que não apresentam sistemas de esgoto, os resíduos da residência são jogados em canais, gerando poluição e degradação sanitária nos bairros. Com isso, a falta de um sistema de esgoto pode provocar doenças para a população do bairro, sendo a falta desse sistema considerado um problema de saúde pública. De acordo com o censo demográfico de 2010, Fortaleza apresentava uma taxa de 59,3% de domicílios particulares que estavam ligados a rede geral ou pluvial de esgotamento sanitário.
No mapa acima, vê-se que grande parte do bairro do Pirambu possui sistema de esgoto, porém ainda há a existência de algumas áreas com baixa porcentagem de esgotamento sanitário, o que revela que há uma certa desigualdade na distribuição desse serviço dentro do próprio bairro.
Pirambu
Pirambu Saneamento Básico
Com o crescimento da criminalidade e da violência no Brasil, cientistas sociais, ao longo dos anos de 1980, se dedicaram aos estudos durante a transição para a democracia. Com poucos estudos e dados criminais sobre o período militar, Soares (2005) demonstrou que as crescentes taxas criminais, incluindo as taxas de homicídios, tiveram início a partir de 1979 (período do regime militar), e atingiram o pico por volta dos anos 1990. Naquela época, as taxas de homicídio em São Paulo e no Rio de Janeiro estavam em constante crescimento, enquanto as taxas regionais do Norte e Nordeste permaneciam estáveis, em patamares bastante inferiores aos do Sudeste. A partir dos anos 2000, as tendências se inverteram (comparando com os anos 1980 e 1990). Enquanto os casos no Sudeste reduziram muito, os casos no Norte e Nordeste cresciam bastante (mesmo reduzindo o índice de desigualdade). Embora as recentes mudanças socioeconômicas, que colaboraram para a redução de desigualdades no País, os homicídios permaneceram bastante concentrados em territórios e populações vulneráveis. SAPORI (2012) diz que não houve a disseminação desse tipo de crime para bairros de classe média e os homens pobres e negros permanecem como principais vítimas desses crimes.
Fonte: IBGE
Fonte:
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF) e levantamentos com fontes policiais • | Diário do Nordeste
Ao realizarmos uma análise do IDH (0,23) do bairro Pirambu comprova-se a ideia de Sapori (2012), haja vista que a população pobre e negra permanece sendo a mais vulnerável em relação à criminalidade. Desse modo, é possível afirmar que a violência é um reflexo e, ao mesmo tempo, um agravante das desigualdades socioeconômicas.