J-Hero Magazine - Especial 10 anos

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Oi da redação Dez anos não é para qualquer um, ainda mais quando estamos falando de uma rádio online voltada para um segmento como o da J-Hero. Mas não viemos aqui para falar de dificuldade e sim enaltecer toda a história que está por trás desses anos, tanto de colaboradores como de ouvintes/ leitores. Por conta disso, a Redação dessa rádio maravilhosa decidiu fazer esse projeto. E para abrilhantar mais ainda nossa produção, convidamos amigos e antigos redatores que deixaram a sua marca no site e agora deixará também nesta revista. Alguns dos textos adaptamos de matérias já publicados lá no site, por que muitos possuem temas que são válidos até hoje e, por isso, valem a pena serem lidos de novo... :v Bem, vou parar de falar por aqui para não estragar a surpresa, no entanto, quero deixar bem claro que a revista ficou linda (modéstia a parte) e se deliciem com todo o conteúdo. Até mais... O/ Fany-Chan

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Edição 01 - Ano 01 Novembro 2018 Especial DIRETOR DE REDAÇÃO Jefferson Saylon de Sousa (Saylon Kaguya) REDAÇÃO Dirlyane Ferreira (Kushina) Igor Lunei (Lunei) Jefferson Saylon de Sousa (Saylon Kaguya) Jesianne Delfino (Musa-sama) Kenny Desavoy (Kenny MD) Stéfany Christina (Fany-Chan) Uberlan Rosa de Faria (Tsukasa-kun) Jorge Leandro DIAGRAMAÇÃO E TRATAMENTO DE IMAGENS Stéfany Christina (Fany-Chan) PRODUZIDO POR:


2008 em 10 músicas Por Igor Lunei

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á 10 anos, o nicho brasileiro de fãs da cultura Pop asiática viu o nascimento da Rádio J-Hero! Em suas diferentes versões, formações de equipe e layouts, a estação online foi plataforma de divulgação entre entusiastas do cancioneiro oriental radiofônico, com destaques para vários artistas em seus respectivos auges às épocas. E das milhares de faixas tocadas nessa década de existência, 10 bem especiais aos consumidores dessa leva também comemoram 10 anos de existência em 2018. Separadas entre Japão e Coreia do Sul, confiram algumas delas – com suas respectivas histórias por trás.

Namie Amuro – What a Feeling (12.03.2008)

Se a aposentadoria da Namie Amuro do ano passado para cá rendeu milhões em vendas de discos e lotou shows numa turnê de despedida, consagrando-a como uma das maiores cantoras japonesas de todos os tempos, as coisas não lhe eram tão favoráveis assim durante boa parte da década passada. Após uma série de polêmicas em sua vida pessoal, foi preciso que ela modificasse sua imagem ao público, voltasse a ser a queridinha da nação. Levou tempo, mas rolou.

E o single “60s 70s 80s”, triple-a-side em colaboração com uma linha de cosméticos da Vidal Sassoon, foi a coroação final, reinventando sucessos dessas três décadas e, junto disso, sua carreira. Para os 80s, a faixa escolhida foi “What a Feeling”, da Irene Cara, tema do filme “Flashdance”. No entanto, o resultado em nada se assemelhou com a inspiração, fitando com o produtor Mondo Grosso um futurismo cujo bpm é ainda mais rebolativo que o original. Quase 300 mil cópias vendidas ao todo.

Hatsune Miku - World is Mine (31.05.2008)

Não sei se alguém previa o sucesso que vocaloids fariam entre o final da década passada e o início dessa, mas é certo que “World is Mine”, da

Hatsune Miku, foi uma das músicas responsáveis por isso. Anos se passaram, toda a marca evoluiu, rolou turnê mundial com hologramas, diferentes regravações, a Hatsune se tornou a waifu de todo um nicho e figura reproduzível por cosplayers, desenhistas etc. O embrião de tudo, no entanto, foi naquele áudio no NicoNico, 10 anos atrás.

Ikimono Gakari – Blue Bird (09.07.2008)

Vai ser difícil surgir um anime com tanto apelo ao mercado fonográfico 5


Eletrônico, ela debochou do conservadorismo nipônico em letra e clipe, brincando com diferentes tabus sexuais (homossexualidade, bissexualidade, voyeurismo etc.) que as pessoas preferem esconder. quanto “Naruto” foi. Cada nova faixa selecionada para sua soundtrack, temporada a temporada, era um evento ao mercado. Dentre as mais emblemáticas está “Blue Bird”, do grupo Ikimono Gakari. 29 semanas nas paradas musicais, quase 90 mil cópias vendidas só em 2008.

O resultado foi o topo das paradas musicais japonesas, com quase 70 mil cópias vendidas.

Tommy Heavenly6 - Paper Moon (10.12.2008)

Em contrapartida, um dos maiores nomes da música sul-coreana “de antigamente”, antes das várias ondas hallyu, Uhm Jung Hwa, soltou o que seria seu último trabalho grande em muito tempo.

Koda Kumi – Taboo (08.10.2008) Ainda outra animesong emblemática. Talvez não para a cena Pop japa como um todo, mas para o coração desse que vos escreve.

Koda Kumi vivia um de seus melhores momentos em 2008. Conseguindo fazer, de maneira orgânica, a transição de uma imagem mais recatada, adolescente, para o furacão sensual mundialmente conhecido, “Taboo” foi a cereja no bolo de tal período. Num híbrido esquisitamente envolvente de R&B com Dance 6 -JHERO Magazine MaGazine

tem mais ou menos uns 10 anos mesmo que o K-Pop começou a esquentar de verdade, com uma melhoria considerável nas gravações em estúdio e uma porção de artistas de alto apelo surgindo.

“Paper Moon” resumiu não só o que foi o desenho de “Soul Eater”, mas o que é a Tommy Heavenly6 como um todo: uma bobagem Pop que pega referências góticas e adiciona o máximo de glitter aceitável à saúde dos envolvidos. Divertido demais.

Uhm Jung Hwa - D.I.S.C.O (01.07.2008)

Enquanto o J-Pop já ia a todo vapor há décadas,

“D.I.S.C.O” foi feito em colaboração com vários nomes da gravadora YG Entertainment, tendo na faixa título a participação do BIGBANG T.O.P. Um belo número voltado para as pistas que fez as vezes de despedida da diva-mór de solistas até seu retorno em 2016.

Lee Hyori – U-Go-Girl (16.07.2008)


Nesse período de transição, tivemos também um dos auges de outra grande diva do K-Pop. “U-Go-Girl” colocou a Lee Hyori como um parâmetro a ser alcançado por outras idols. Música bubblegum contagiante e frequentemente revisitada por outros artistas, videoclipe sinônimo do que é “Pop”, brincando com marcas, produtos, cenários, figurinos e interpretações.

Uma visão interessante do passado, tendo em vista tudo o que ocorreu depois.

TVXQ! – Mirotic (26.09.2008)

Um marco.

IU – Lost Child (23.09.2008)

Outro lançamento controverso de 10 anos atrás, “Mirotic”, do TVXQ!, acabou sendo censurada, permitida apenas para maiores de idade em sua versão original de áudio e álbum - cujo encarte trazia imagens consideradas demasiadamente sensuais ao público geral.

No ano seguinte, a gravadora relançou tudo num repackage mais Se hoje a IU pode ser considerada a maior solista “clean”, substituindo da Coreia do Sul após anos trechos picantes da letra e e anos vendendo a imagem tudo mais. de “irmã mais nova” do De qualquer forma, não público (e depois jogar isso foi o suficiente para barrar água abaixo em 2015, com esse de ser o maior release ela negando tal persona sul-coreano de 2008, em “23” para ganhar ainda com quase 500 mil cópias mais poder), seu debut foi vendidas ao todo. ligeiramente complicado em questão de aceitação.

Wonder Girls – Nobody (30.09.2008)

Enquanto o sucesso atual do BTS com o público internacional, sobretudo nos Estados Unidos, é indiscutível, 10 anos atrás as coisas não eram tão fáceis para acts sulcoreanos no ocidente. Levando em conta o quão precária era a distribuição de músicas pela internet à época, com o YouTube apenas engatinhando, é notável que o Wonder Girls tenha conseguido aparecer no principal chart norteamericano com a versão em inglês de “Nobody”. Rolou uma divulgação em programas por lá, uma turnê com os Jonas Brothers mais tarde e novos lançamentos direcionados a tal público, mas nada, de fato, chamou tanta atenção quanto isso. Um viral internacional antes mesmo dessa expressão se popularizar. --Igor Lunei é jornalista formado pela UNESA, exredator da Rádio J-Hero e proprietário do site Esquadrão Lunático.

O público parece não ter entendido direito a ideia sombria por trás de “Lost Child”, com uma garota de 15 anos cantando sobre os sentimentos quase suicidas gerados pela dor de uma separação. 7


Páginas Amarelas – Sandra Monte Por Fany-Chan

Uma revista comemorando os dez anos de vida da Rádio J-Hero não poderia deixar passar batido o que conhecemos como “A era de ouro dos animês no Brasil” e tudo o que deu início ao que conhecemos atualmente nessa área, não é mesmo? Por isso, entramos em contato com ninguém menos do que a Jornalista e Analista de Cultura, Sandra Monte, para nos contar um pouco sobre suas impressões dessa época. Você não sabe quem é ela? Então fique tranquilo jovem padawan, eu explico em algumas linhas... Sandra Monte é uma das principais pesquisadoras de cultura asiática, principalmente animês, de nosso país, num time que também podemos listar Sonya B. Luyten, Alexandre Nagado, Cristiane A. Sato e diversos outros. Ela é formada em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi, participou da disciplina “Leitura Crítica de Histórias em Quadrinhos” da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. É autora do livro “A Presença do Animê na TV Brasileira” (obrigatório para as estantes otakus) e possui um site, atualmente paralisado, chamado Papo de Budega. No seu currículo ainda podemos 8 -JHERO Magazine MaGazine

encontrar algumas reportagens para o site Herói e outros sites e revistas sobre animações japonesas. Agora devidamente apresentada, vamos à nossa entrevista cheia de conhecimento e diversão. JH - Para o seu livro “A Presença do Animê na TV Brasileira”, você fez uma extensa pesquisa para enumerar os primeiros animês que foram exibidos aqui no Brasil. No entanto, esbarrou na dificuldade de saber quais animações eram apresentadas nos programas infantis das emissoras. Na sua opinião, porque não listavam as animações dos programas? Sandra Monte - A dificuldade foi enorme. Foram semanas e semanas de buscas em jornais da época. O que me parecia é que simplesmente, ninguém tinha ideia que algum dia, alguém se interessaria em obter esta informação. Não somente de animes, a programação da televisão no geral mesmo... JH - E você acha que existe a possibilidade de um animê ter sido exibido até mesmo antes de “O Oitavo Homem”, que você listou como o primeiro,

por conta disso? Por quê? Sandra Monte - Existe sim. Justamente porque não parecia haver interesse ou ideia de que fazer um catálogo das coisas era importante, já que muitos programas tinham nome do patrocinador e não necessariamente o nome dos desenhos. De fato, apesar do ódio que muito otaku nutre pela Globo, a emissora parecia dar certa atenção a este tipo de informação. JH - Indo um pouco mais a frente no tempo, você considera a Rede Manchete a responsável pelo sucesso dos animês no Brasil? Por quê? Sandra Monte - Mais ou menos, a emissora se tornou responsável quando viu que estava tento audiência e investiu. Talvez outra emissora não tivesse se importado tanto. JH - Muitos sabem que a explosão das animações japonesas por aqui foi com o animê Cavaleiros do Zodíaco e em seu livro você explica os motivos de ter sido exatamente este. Agora, gostaria de saber se você já assistiu à animação e qual a sua opinião sobre o mesmo. Sandra Monte Bem, eu sou da geração Manchete. Assisti aos animes na época, primeiras


exibições. Eu sou um arquivo vivo, aproveitem! hahahaha A versão clássica de CDZ continua muito boa, apesar dos furos de roteiro. E veja, quando falo de animação, estou falando em especial da parte técnica. É surreal ver que um anime produzido em 1986, 87, 88 é visualmente melhor do que um "Alma de Ouro" ou "Omega". Deveria ser o contrário, né?

as emissoras souberam utilizar a diversidade dos títulos japoneses? Por quê?

JH - Você acha que Cavaleiros do Zodíaco teria o mesmo sucesso que teve se tivesse sido lançado em outro momento?

JH - E o que você acha que foi o principal motivo de tantos animês terem dado certo em terras brasileiras?

Sandra Monte - Esta é uma pergunta difícil. Depende de qual teria sido o outro momento... JH - E se não tivesse sido o CDZ, qual animação, na sua opinião, teria conseguido fazer as pessoas se interessarem por animações japonesas? Sandra Monte Segundo outros países da América, Ranma 1/2, que fazia sucesso nos EUA e México. Dragon Ball seria um caso a se pensar, porque apesar de CDZ ter violência, os personagens eram visualmente bonitos. Não sei se isso é coisa de mulher, ou se faria diferença. JH - Em relação à década em que mais vimos animês nas TVs daqui, você acha que

Sandra Monte Não souberam, porque demoraram anos até os diretores de programação entenderem que os japoneses faziam e fazem animes para públicos específicos. Aqui imperava a ideia de que desenho animado era só para criança.

Sandra Monte - Escrevi isso no livro e continuo batendo na mesma tecla: a continuidade. Nós gostamos de histórias, gostamos de histórias longas. Pô a gente curte novela, seja brasileira ou mexicana, atualmente gostamos de seriados americanos com traços de continuidade. Então, imagine naqueles anos que você tinha que continuar vendo o desenho para saber o final... JH - E na sua visão, o que fez os animês saírem das grades infantis das redes? Má administração ou falta de conhecimento em torno do produto que transmitiam? Sandra Monte - Hoje, a coisa vai para além dos animes. São todos os tipos de animação. Houve em um momento da História que foi falta de

conhecimento do que eram os animes. Daí, quando se passou a conhecer, a sociedade mudou e as crianças largaram os desenhos animados, os adolescentes viam na internet e os adultos ou pararam ou viam na internet também. JH - Você acha que podemos viver novamente uma época onde os animês são transmitidos em programas infantis ou em outros horários da forma que foi nos anos 2000? Sandra Monte - Não acho. A Sociedade mudou demais... Desculpa aí o pessimismo. Mas, é isso. JH - E o que você acha desse “vício” que muitos brasileiros adquiriram de acompanhar animações japonesas? Sandra Monte - Eu não sei como alguém continua viciado em animes. As produções estão muito meia boca. Acho que envelheci e não vejo bons roteiros. Não poucos os títulos bons. Mas, sempre tem o mas, acho que sempre é possível encontrar bons títulos. Bastaria a galera sair da mesmice, ou, eu que estou emburrada mesmo. Hahahaha --Stéfany Christina (FanyChan) é Jornalista formada pelo UNIPAM e atual Assistente de Redação da Rádio J-Hero.

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o PAi dos animes no brasil Confira a matéria especial de aniversário de CDZ no Brasil por Saylon Kaguya com colaboração de Kenny MD

"V

aleu Paizão!" é nas palavras da ex-Dj Ainarie (The Face of Voive) que todos na Rádio J-Hero e no Brasil inteiro agradeceram no dia 1º de setembro de 2016 o radialista Eduardo Miranda, ex-diretor de Cinema da extinta Rede Manchete, por ter intervido e contribuído para a criação de uma das maiores fanbases otaku no 10 -JHERO MaGazine

mundo. Numa noite especial de 1° de setembro de 2016 os otakus celebraram os 22 anos da estreia de Os Cavaleiros do Zodíaco na TV Brasileira em um especial de duas horas comandado pelo ex-DJ Ichinose (Overdose Geek) e também a participação de do DJ Edward (Miojo com Shoujo). Os três

foram os responsáveis por um Free Time das 22h-00h com o homem que foi condecorado com a alcunha de "Pai dos Animes no Brasil", daí as palavras de abertura desta matéria. Em um bate-papo descontraído (com direito a muitas risadas) Eduardo Miranda respondeu um turbilhão de perguntas vindas dos ouvintes,


dos apresentadores e da Redação J-Hero sobre sua relação com o anime inspirado na obra de Masami Kurumada e com o universo otaku de modo geral. Essa matéria, originalmente publicado na Cápsula J-Hero, traz agora um destaque com os melhores momentos desse programa especial para quem perdeu ou quer relembrar.

para emplacar e brigar pela audiência com as concorrentes Globo e SBT.

desmembrou em tantos nuances na web e fora dela:

No que se trata de produção audiovisual japonesa o canal já tinha certa tradição com alguns tokusatsus, mas faltava o algo a mais. Foi onde Eduardo Miranda, então diretor de Cinema da emissora, recebeu a proposta ousada de exibir um anime apresentado por um licenciador louco de vontade de comercializar seus produtos por aqui. Eduardo sempre lembra que é um trabalho difícil decidir o que vai ou não ao ar e achou melhor ver do que se tratava “Os Cavaleiros do Zodíaco”.

"Às vezes eu fico olhando umas coisas que são frutos diretamente da programação de Cavaleiros e eu fico impressionado como isso se enraizou, criou ouvintes [se referindo à rádio J-Hero], possibilidades. Mesmo no mundo da dublagem, como os dubladores passaram a ser celebridades, os conjuntos musicais e os programas, os eventos - essa multiplicação de eventos que tem pelo Brasil a fora - eu fico muito orgulhoso em ver que de uma certa forma o meu trabalho influenciou isso", Purista, como ele mesmo pontua. faz questão em dizer Se Cavaleiros ao longo da entrevista, não desse certo Eduardo Miranda destaca a história teria sido os motivos que o levaram a decidir apostar em CDZ: bem diferente, Mas

"

Eduardo Miranda, ex-diretor de Cinema da extinta Rede Manchete.

Começamos destacando a pauta da noite que foi o aniversário de 22 anos de CDZ em terras tupiniquins. No dia 01 de setembro de 1994 estreou às 18h na extinta Rede Manchete do Grupo Gloch uma série de animação japonesa que mudou o modo como o público brasileiro de TV enxergava as "sessões animadas". A TV Manchete vivia um momento de crise, mesmo sendo uma das grandes emissoras da época, e precisava de algo realmente bom

"(...) era uma coisa que falava de amizade, de heróis mitológicos... foi bem legal poder dar o parecer artístico consciente para que a emissora abraçasse a ideia e confiasse. Agora lembrando que não foi nada fácil. A minha cabeça estava em jogo! Se Cavaleiros não desse certo a história teria sido bem diferente, Mas graças a Deus fãs maravilhosos como vocês fizeram de Cavaleiros - e fazem - o sucesso que ele é". Sobre o movimento otaku no Brasil, Eduardo Miranda destaca surpreso sobre como a programação da TV Manchete se

graças a Deus fãs maravilhosos como vocês fizeram de Cavaleiros - e fazem o sucesso que ele é"

Ao responder algumas perguntas mais suaves Eduardo brincou e riu muito na companhia de nossos DJs. Ao ser questionado pelo DJ RX (que estava como ouvinte) sobre qual personagem de tokusatsu tinha vontade de ser, Eduardo Miranda não hesitou em dizer Kamen Rider RX, que ele diz amar a mística em volta do enredo e do próprio personagem. A surpresa fica quando o DJ Ichinose 11


faz a mesma pergunta, mas para o universo dos animes. "De anime eu seria com certeza Yusuke Urameshi (risos) me identifico muito com o Yusuke, acho ele danado (...) ele é carioca e não paulista [brincou ele com o fato de ser carioca], por isso, dei preferência para que a dublagem fosse daqui do Rio de Janeiro, cheia de gíria. Ele é muito bem concebido". Sobre ainda continuar trabalhando e assistindo animes Eduardo é categórico: "Eu não paro! Até porque isso faz parte dessa parte de consultoria que eu faço. Tem que estar sempre atualizado, saber o que está rolando de bom só que infelizmente para TV aberta está sendo difícil porque ela não está mais exibindo já que a programação infantil foi muito reduzida." Sobre o título recebido de o "Pai dos Animes no Brasil" Eduardo Miranda se diz muito feliz e honrado: "Pra mim esse título é muito mais do que qualquer salário, qualquer dinheiro que eu possa ter recebido. Ele é... sei lá! É difícil pra mim descrever o que é receber um título como esse. Claro, não vou ser o falso modesto e dizer que não o mereço. Claro, tudo graças aquela outra rádio que me concedeu esse título há muito tempo e agradeço muito a eles porque foi ali que se tornou viral, se tornou uma 12 -JHERO MaGazine

coisa que um foi falando pra outro e de repente eu olhei no Google e meu nome estava ligado a esse título... Eu sou muito grato a isso." Questionado sobre o fato de alguns do movimento otaku desejarem a criação de um canal só para animes, Eduardo Miranda dá seu posicionamento como conhecedor de Mídia e diz que n]ao vê a possibilidade de algo do tipo acontecer ainda mais com o momento dos canais de streaming. Ele diz também que as diferenças culturais ainda são um empecilho: "Eu esbarro ainda com um problema em relação a animes e tokusatsus que é como o oriental pensa e como o ocidental pensa. Essas duas linguagens geralmente batem de frente. Existem coisas que até hoje o oriental e o ocidental não se entendem (...) Lá são produtores que estão fazendo produtos para serem vendidos para o mundo. Seria a mesma coisa se fizéssemos algo falando de samba e pagode, funk e quisesse que o Japão comprasse. De repente alguns iam gostar e outros não se identificariam com isso", explica. Ao longo da conversa Eduardo revelou várias coisas sobre sua vida profissional e destacou a gratidão que tem pelo público otaku de todo o Brasil. A Rádio J-Hero é que tem que agradecer ao Eduardo Miranda por

sua genialidade e pela entrevista.

"

Às vezes eu fico olhando umas coisas que são frutos diretamente da programação de Cavaleiros e eu fico impressionado como isso se enraizou"

Para você que quer curtir um pouco mais sobre CDZ e as histórias de Eduardo Miranda nós encerramos essa matéria indicando o web documentário "A Força do Pégaso no Brasil" onde ele conta muitas outras situações, clique aqui para vê-lo e escute novamente a entrevista aqui. Obrigado Eduardo! --Essa matéria foi originalmente publicada no site da Rádio J-Hero. Jefferson Saylon (Kaguya) é o atual Redator Chefe da Redação da Rádio J-Hero e Kenny MD é ex-Redator Chefe da Redação.


O QUE VEJO DE TÃO EMPOLGANTE NOS ANIMES? Por Tsukasa-Kun

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ns dizem Animes, outros Animês. Mas pra mim o que importa mesmo não é a pronúncia, mas sim o fator empolgação e diversão. Mas porque digo isso. Bom, um tempo desses me deparei com a pergunta: "O que você vê de tão empolgante nestes desenhos animados japoneses hein?". Essa pergunta me fez rir e me levou a respondêla aqui. Esta pergunta me foi feita por alguns amigos e colegas de trabalho e aproveito este espaço para responder “O que vejo de tão empolgante nos animes”. Sem mais delongas, vamos lá! Ao longo destes anos que venho acompanhando os animes, venho descobrindo que eles não são bem assim como muitos pensam por aí não. Eles têm assuntos com temas fortes, conteúdo adulto e que em

nada lembram os ditos "desenhos animados". E se você tem curiosidade e se interessa por este universo muitas vezes controverso e interpretativo, apresentolhes o caminho que eu trilhei, um caminho legal para que você desfrute e descubra comigo o que de tão empolgante eu vejo neste animes.

High Scholl Of the Dead

Este anime dispensa muito comentário. Eu

indico para aqueles que gostam do apocalipse zumbi. Ele conta a história de um grupo de jovens estudantes que se veem presos em uma escola no meio de um apocalipse zumbi. Este é um bom anime pra você começar a trilhar... Tudo começa em uma manhã comum, onde as coisas corriam aparentemente normal como devem ser. É quando

do telhado o jovem Komuo Takashi, personagem 13


principal na trama, observa um acontecimento bizarro nos portões do colégio: um homem começa a causar uma tremenda confusão e quando um dos professores o tenta expulsar do portão, acaba sendo mordido pelo tal homem e é aí que tudo começa. O professor se torna o primeiro zumbi do colégio. Ele simplesmente começa a morder os outros e em pouco tempo a escola e os poucos estudantes que sobrevivem se deparam com uma horda de comedores de carne. Hehehe. A história começa com a velha trama já conhecida de todos. Zumbis invadindo uma escola, contaminando outros, alguns poucos tentando sobreviver ao caos, mas no decorrer da trama, a série vai progredindo, introduzindo outras questões relacionadas com o colapso da sociedade, os sobreviventes que se tornam perigosos, incluindo uma possível destruição dos códigos morais humanos. Mais um anime que recomendo para os fãs do gênero.

Ao No Exorcist Conhecido no ocidente como Blue Exorcist, é uma série de mangá escrito e ilustrado pelo mangaká Kasue Kato. Recebeu uma adaptação em anime com 25 episódios pelo estúdio A-1 Pictures em 2001. O mundo em Ao No Exorcist consiste em duas dimensões, adjuntas uma a outra como um 14 -JHERO MaGazine

espelho em seu reflexo. Uma é o mundo onde nós os humanos vivemos. Assiah. Outra é o mundo dos demônios Gehenma. Originalmente uma verdadeira viagem entre os mundos, ou mesmo um contato entre eles, é impossível. Entretanto, qualquer demônio é capaz de passar a dimensão de Assiah através da possessão dos humanos. Ainda assim, durante toda a trama que envolve este anime, existem demônios vagando entre os humanos e só quem pode ver é quem já teve um contato direto com um demônio de qualquer nível. Em contrapartida, existem aqueles chamados de exorcistas, que são pessoas que são treinadas para enfrentar e destruir estes demônios que agem de maneira prejudicial ao mundo dos humanos. Com mais de dois mil anos de existência, esse grupo possui diversas filiais em todo o mundo, estando secretamente sob comando do próprio vaticano e agindo de maneira subterfugiosa às massas.

Satã é o deus dos demônios em Gehema e um ser de poder ilimitado. Há, contudo, uma única coisa que ele possui: um corpo no mundo dos humanos capaz de abrigálo. Por essa razão, ele criou Okumura Rin, seu filho gerado por uma humana. Rin tem um irmão gêmeo. Okumura Yukio, muito inteligente e a princípio acredita-se que ele não tem nenhum poder demoníaco o que muda mais tarde, e ele desde pequeno sempre soube sobre os demônios diferentes de Rin, e prometeu proteger o seu irmão acima de tudo e por conta disso se torna exorcista com apenas 15 anos. Mas não está nos planos de Rin ser manipulado por seu pai. Ele é um jovem rapaz humano que leva uma vida normal em Assiah, até o dia em que descobre ser um híbrido meio humano, meio demônio, filho de Satã. Agora, no intuito de não machucar ou matar mais pessoas, ele planeja tornar-se um exorcista a fim de destruir seu próprio


pai, Satã. Um excelente anime pra quem gosta do gênero terror...

Swort Art OnLine Este e um pouco mais leve, mas nem por isso deixa de ser empolgante, sendo um dos favoritos na opinião da maioria dos fãs de animes. A trama se passa no ano de 2022 onde a tecnologia e altamente avançada com um sistema de realidade virtual criado para os games controlados pelo Nerve Gear, um capacete que estimula os cinco sentidos através do cérebro e o primeiro deles é o SAO que é um VRMORG (um RPG em realidade virtual). Tudo começa com o lançamento oficial do SAO e todo esse mundo de realidade virtual que começa numa boa, até que todos acabam ficando presos dentro da realidade criada pelo jogo. E pior, sem a opção de sair ou qualquer botão do gênero, fazendo com que os gears não possam ser retirados por estarem ligados ao

cérebro de seus usuários. Se forem removidos, causam danos imediatos ao usuário. Assim tudo muda e a pequena realidade virtual se torna a mais pura realidade em um verdadeiro jogo de sobrevivência. Um anime realmente muito bom que me proporcionou muita diversão.

Mirai Nikki E este meus amigos(as) sem dúvidas é o mais inteligente de todos que eu já assisti. E olha que tenho uma vasta animeteca. Imagine se você pudesse se tornar um deus e ter absolutamente tudo o que você sempre quis. Seria

o máximo não é mesmo? Mas, como nem tudo nesta vida vem assim tão fácil... para conseguir este feito, você tem de matar pessoas em uma espécie de competição bizarra. E agora? O que você faria. É exatamente em torno disso que o anime Mirai Nikki, ou simplesmente O Diário do Futuro gira. Não vou comentar muito para não correr o risco de dar nenhum spoiler. Mas este anime eu recomendo e muito. E e isso pessoal, é por enredos como estes apresentados aqui, que eu acho o universo dos animes muito empolgante e repleto de diversão e personagens muito carismãticos. E tenho orgulho, dos meus 38 anos poder dizer que assisto sim animes e curto demais. Um forte abraço a todos e ate o próximo encontro. --Esse texto foi publicado originamente no site da Rádio J-Hero. Uberlan Rosa de Faria (Tsukasa-kun) é redator da Rádio J-Hero.

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Shoujo é só para garotas? entenda o que é demografia, shoujo e gênero em animes ou mangás

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m 2016, para comemorar o final do #MêsShoujo em minhas colunas, falei de um assunto que é de importante conhecimento para todos, sejam amantes de shoujo ou haters. Afinal para odiar tem que ter conhecimento de causa não acham? Conhece aquele anime chamado Toradora? Então... Ele não é shoujo, isso mesmo! Você foi enganado a vida toda (ou não). Todas as obras da 16 -JHERO MaGazine

Por Musa-sama

Clamp são shoujo? Não! Aliás o Chobits que voltou na época pela JBC, não é shoujo, é seinen (essa me pegou de surpresa). Então afinal, o que é shoujo? O que é essa tal de demografia que está no título? A Tia Musa explica... Ou vai pelo menos tentar... (me corrijam se eu estiver errada... D:)

O que é Demografia? A demografia, muito citada em algumas

matérias, na verdade refere-se ao gênero demográfico dos mangás/animes. Como a demografia é uma área da ciência geográfica que estuda a dinâmica populacional humana, o gênero demográfico se foca em histórias/obras especificas para um grupo populacional. Alguns exemplos conhecidos são: shounen, seinen, shoujo, josei, etc. Temos também o gênero demográfico kodomo, porém não me focarei nele. Shounen: Garotos


jovens / adolescentes – Foco mais infanto-juvenil, trazendo temas procurados por eles, como aventura, lutas e ação. Ex: One Piece; Seinen: Homens adultos – Foco mais maduro, com assuntos mais realistas, explorando de maneira mais “adulta” os temas do shounen: aventura, luta e ação. Ex: Gantz; Shoujo: Garotas jovens / adolescentes - Foco mais infanto-juvenil, trazendo temas procurados por elas, como romance, aventura, cotidiano e relacionamentos. Ex: Red River – Shinohana Chie; Josei: Mulheres adultas – Foco mais maduro, com assuntos mais realistas, explorando de maneira mais “adulta” os temas do shoujo: relacionamento, cotidiano e romance. Ex: Usagi Drop; No Japão as revistas são especializadas em demografias, por isso independente do assunto que a obra tiver, se estiver em uma revista especializada de shoujo, será shoujo, mesmo que o assunto não tenha nada a ver com os temas que citei acima. Devido a maioria das obras de revistas especializadas shoujo tratarem romance criouse a ideia que tudo que é romance é shoujo, e tudo que é shoujo tem romance, mas isto está errado, pois como expliquei: a demografia de gênero do mangá vem da revista o

qual foi publicada e nem sempre eles seguem à risca a ideia geral de tema para cada revista. Afinal, algumas vezes o mangaká procura uma revista especializada em um gênero, mas é encaminhado para outra, pois a editora considerou que a história seria mais relevante para aquele gênero demográfico em

específico. E dessas ideias saem algumas loucuras como K-On! sendo Seinen (publicado na revista Manga Time Kirara). É bem mais fácil entender isso quando pegamos um tema como exemplo. Veja abaixo: Tema: Romance Escolar Shoujo – Ex: Ao Haru 17


Ride – Revista Bessatsu Margaret;

nem todo o shoujo terá romance escolar bobinho. Shounen – Ex: Toradora Quer um exemplo? Temos a mangaká Shinohara – Revista Dengeki Daioh; Chie, conhecida como a Ambos possuem como rainha dos mangás shoujos tema o romance escolar, de terror, todas as obras porém por estarem em dela possuem um suspense demografias diferentes, na medida certa. possuem gêneros Alguns exemplos de diferentes. O primeiro mangás da Chie-sensei é mais focado para o são Mizu ni Sumu Hana público jovem feminino e (Romance of Darkness), o segundo para o público Akatsuki ni Tatsu Lion e jovem masculino, porém Ryouko no Shinreijikenbo. isso não impede que Todas as histórias são um público diferente do envoltas de mistério, público-alvo possa ler e Mizu ni possui seres apreciar a obra. Somos sobrenaturais, mistério, livres para ler o que drama e lutas. Akatsuki quisermos. já vem com morte, E só pra avisar, tanto conspiração e aventura. shoujo quanto shounen Enquanto Ryouko conta pode ter ecchi, só vai ser com fantasmas, suspense explorado o ponto de vista e morte, bem história de e fetiche do público alvo. terror mesmo. Gostei da brincadeira. Abaixo algumas editoras Então, vamos mais um e suas revistas shoujos exemplo: conhecidas: Tema: Terror Shueisha: Ribon, Ribon Original, Cobalt, Cookie, Josei – Ex: Petshop of Cookie BOX, Margaret, Horrors – Revista Missy Bessatsu Margaret, Comics DX; The Margaret e Deluxe Seinen – Ex: Another – Margaret; Revista Kadokawa Shoten; Kodansha: Nakayoshi, Moral da História: Aria, Shōjo Friend, Qualquer tema que seja, Bessatsu Friend, Dessert e você consegue encontrar The Dessert; algo semelhante nas Shogakukan: Ciao, diferentes demografias, Chu Chu, Shōjo Comic, pois a demografia não Betsucomi, Petit Comic, limita o assunto que será Cheese! e Pochette; tratado, apenas foca em um público-alvo em especial e desse enfoque Shoujo é só para garotas? que surge o gênero que chamaremos Mangá Sei que ouvir isso de Shoujo, Shounen, Josei ou uma garota não dá muita Seinen. moral para comentar, porém shoujo não é algo Por isso nem todo apenas para mulheres, romance será shoujo e 18 -JHERO MaGazine

muitos otakus homens já se deram conta existe muita qualidade e boas histórias entre as obras desta demografia, é só saber procurar algo do seu agrado. E shoujos que falam de romance escolar não são melhores ou piores que um mangá shounen com o mesmo assunto ou qualquer outro assunto! Cada um visa agradar um público-alvo e dá pra conciliar ambos os gostos. No final, isso é o que realmente importa, saber conciliar e respeitar tanto o fã incondicional de shoujo, quanto aqueles que preferem não assistir este tipo específico de demografia. Viver é aceitar as diferenças, seja no nosso mundo otaku ou em qualquer outra área! Espero que tenham gostado da matéria, aprendido nem que seja um pouco e melhorado um pouco a visão sobre o mundo shoujo (tão lindo). Continuem aproveitando a Rádio J-Hero e seu conteúdo! (<3) ---Este texto foi originalmente publicado no site da Rádio J-Hero. Jesianne Delfino (Musasama) é formada em Turismo pela Univesidade Federal de Pampa e foi Redatora Chefe da Redação da Rádio J-Hero.


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CAPA

Mais otaku do que nunca! o consumo de animês nos últimos dez anos no Brasil

por Saylon Kaguya

D

ois grupos de otakus são afetados pelas dinâmicas do tempo. O primeiro é formado por aqueles que estão em plena atividade nos dias de hoje. Esse é um grupo que assina serviços de streaming e vê animê na internet de forma legalizada. Noutro momento também vê alguma coisa do gênero na TV aberta e também no cinema, quando ações promocionais são elaboradas por integrantes desse mercado em nosso país. O segundo grupo, bem mais complexo por reunir elementos de duas décadas distintas (até mesmo três!), conta com diferentes maneiras de consumo do principal produto do fandom – o animê – transitando entre o legal/oficial e o ilegal/alternativo, o fácil e o difícil (em termos brandos). Entre esses grupos, num período quase que de transição, nasce no Brasil uma rádio virtual que dialoga com ambos

os lados. Uma rádio que reúne tanto os mais experientes como os iniciantes na Cultura Pop Japonesa. Uma rádio que é “Do seu jeito! Do seu gosto!”. A Rádio J-Hero, assim como algumas de suas concorrentes, aproveitase da formação de onda de consumo de animês no Brasil para formar seu público cativo e alegre. Tal processo, no entanto, é pautado pelo ciclo de modificações que o mercado de televisão e a internet teve que se adequar. Obviamente isso afetou também a forma como a distribuição e o consumo de animê foi executado em nosso país. No ano de 2008 – quando a Rádio J-Hero surge – o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) dava mais uma cartada na tentativa de manter o seu público infantil interessado. Não que “Bom Dia & Cia.” e o restante da programação voltada para as crianças fosse um tiro no pé. Na verdade, ainda hoje Sílvio

Santos aposta nesse tipo de conteúdo como ferramenta de fidelização da faixa etária à emissora. A questão é que no ano anterior o SBT havia exibido a animação Naruto, um sucesso no Japão e entre alguns fãs brasileiros que consumiam via DVD alternativos e internet. O certo é que as aventuras do ninja loiro com um demônio de nove caudas em seu corpo deram um gás interessante para a emissora dos Abravanel. Passado um ano, era necessário apostar numa nova marca de sucesso no Japão. O escolhido foi One Piece. Foi aí que o SBT – e a TV Aberta como um todo – sofreu um duro golpe que se refletiria nos anos seguintes em sua relação com as animações japonesas. Cortes e adaptações na versão que foi exibida no ocidente caíram no desagrado dos fãs mais experientes e que já acompanhavam Monkey D. Luffy e seu bando através das fansubs (visto que o animê é exibido no Japão desde 1999). 23


Em entrevistas anteriores concedidas a sites e blogs focados em cultura otaku no Brasil, a representação da Toei Animation no Brasil já explicou que a versão censurada feita pelos americanos (4Kids) foi a escolhida para ser exibida no SBT devido ao horário da transmissão – pela manhã – e que o fato de esta versão também já estar dublada (e em exibição no Cartoon Network) ajudou na hora de fechar o licenciamento. Aqui temos um dos motivos que levou a animação japonesa ir dando menos as caras por aqui na TV aberta. A mentalidade que defende a tese “animê é coisa de criança” sempre acabou sendo levada em consideração na hora de se fechar os acordos de exibição. Fora isso também havia o fato de que ninguém abriria horário no seu prime-time para exibir desenhos e correr o risco de amargar as últimas colocações junto aos institutos de audiência. O certo é que One Piece não vingou – pelo menos em sua versão na TV aberta – e até entre 24 -JHERO MaGazine

os fãs um debate havia se instaurado a respeito. A dublagem feita pelo estúdio DPN Santos teve muito comentários negativos a respeito de escolha de vozes e troca de nomes. Vale destacar que o estúdio fez seu trabalho em cima da versão da 4Kids e que isso influenciou muito os rumos da série por aqui. No geral, apenas 52 episódios (que equivaliam aos acontecimentos do episódio 84 devido aos cortes) foram dublados e exibidos no Brasil. Isso despertou nos otakus mais experientes a seguinte dúvida: Seria a dublagem brasileira ainda eficiente na animação japonesa? Com muitas pessoas acompanhando animês através de fansubs na internet – e ouvindo as versões com áudio original – era bem comum fazer a comparação entre os dois trabalhos e se exigir que fossem equivalentes. Já não se consumia a dublagem como nas décadas de 1980 e 1990. O público agora conhecia a versão original com antecedência e isso influenciou muito na sua recepção.

Mudanças também aconteciam na TV Fechada. Após um longo período (2005-2007) sobre o slogan “24 Horas Full Anime” o canal Animax, primeiro da América Latina dedicado ao mercado japonês de animação, abandonava suas raízes e passava a investir em produções ocidentais como séries e reality shows. Criadas em cima das bases de outro canal famoso, o Locomotion, as atrações do Animax deram as caras no Brasil inicialmente como um bloco dentro da programação da Rede Bandeirantes (2000) e Rede Record (2001). Após seu período áureo dedicado aos animês, a emissora – pertencente ao grupo Sony – mudou seu slogan para “TV Extraordinária” em 2008 e começou a dar menos espaço gradativamente através dos anos aos animês até sua descontinuidade em 2011 quando tornou-se o canal Sony Spin. Entre os destaques do Animax em sua segunda fase se pode citar Death Note, Bleach, Fate/ Stay Night (versão do Estúdio DEEN), Basilisk


e Samurai X. Sua última animação japonesa, ainda como Animax, foi o shoujo Nodame Cantabile estreando em março de 2011. Os animês ainda figuraram na programação do Sony Spin até 5 de maio de 2012, quando a emissora encerrou finalmente sua longa parceria com o estúdio GONZO e a Aniplex, que junto com Sony eram os principais financiadores do Animax. As últimas animações japonesas inéditas que seriam exibidas até esta data seriam a segunda temporada de Bleach e Fullmetal Alchemist Brotherhood. O ano de 2008 havia sido bastante difícil para os otakus. Nesse período o canal Play TV encerrava a sua primeira exibição de Os Cavaleiros do Zodíaco e dava fim ao Otacraze, seu principal bloco focado nos animês dentro da grade. Após isso a emissora ainda exibiria Yu Yu Hakusho e Monster Rancher antes de migrar da TV Aberta para a TV Fechada. Seis anos depois o Play TV retomava seu papel como disseminador da animação japonesa no Brasil ao exibir Death Note e Bleach, antes exibidos no Animax. No ano de 2015 a emissora passou a exibir Yu-Gi-Oh! e foi a responsável por exibir de forma inédita Naruto Shippuden em uma versão dublada. Já em 2018, o Play TV apresentou de forma inédita na TV a saga dos Arrancars do animê Bleach e após abril do mesmo ano anunciou o fim das transmissões de animê por força de fim de

contrato sem dar previsão de retorno. Antes de chegarmos ao ponto de virada da animação japonesa no Brasil falta destacar a trajetória dos dois últimos baluartes que ainda restam ser aqui elencados: a Rede Globo e a Rede TV. Mais uma vez 2008 se mostrou como um ano terrível. Na TV Globinho era o último ano de Geovanna Tominaga à frente da atração. Isso após um “retorno” triunfal à grade semanal depois de ter ficado recluso aos sábados para dar vez ao último suspiro de vida de Xuxa Meneghel na emissora dos Marinho. Sem animês entre as atrações o público teve que se contentar com a produção da Nickelodeon, Avatar: A Lenda de Aang (Avatar: The Last Airbender), que não decepcionou e cativou a massa. No ano seguinte os otakus – e o público em geral – ainda puderam contar com Yu-GiOh! GX, Bakugan e a versão americanizada do tokusatsu Kamen Rider: O Cavaleiro Dragão. Daí em diante não tivemos “nada de novo debaixo do sol” no tocante ao que vinha do Japão e o próprio programa foi jogado de escanteio devido a estreia do Encontro com Fátima Bernardes em 2012, quando voltou a ser exibido somente aos sábados, e teve sua descontinuidade em 2015 com a estreia do matinal É de Casa.

A Rede TV será lembrada como a esperança de muitos otakus que viveram o pós-2008. Chamada por alguns como “A Rede Manchete dos anos 2000”, a emissora dos grupos Dallevo & Carvalho, tratou de tornar a animação japonesa como um produto atrativo para crianças e adolescentes numa mecânica de retroalimentação do conteúdo sempre reprisando animês antes exibidos na TV aberta e dando espaço para exibição daqueles que ficam no ambiente da TV Fechada. Atrações como YuGi-Oh! GX e Pokémon foram as mais exibidas na programação que contou também com Fullmetal Alchemist, Hunter x Hunter e Inazuma Eleven (Super Onze), Digimon Frontier e o tokustastu Ryukendo. Desde aquela época o fã da Rádio J-Hero viveu essas e outras situações envolvendo o consumo de animê no Brasil, encontrando na webrádio um refúgio para o diálogo e manutenção do fandom. Reunindo na sua programação elementos

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agora não mais estranhos como as animesongs e o J-Pop, além de trazer informações atualizadas sobre o mundo dos animês

no Japão e também no Brasil, a J-Hero chegou aos seus dez anos justamente por saber lhe dar com essas mudanças, saber

lhe dar com o crescimento dos otakus daquela época e surgimentos de novo fãs com o passar dos anos.

O Crunchyroll Brasil como um novo horizonte no consumo de animês Nesse ínterim o consumo de animês mudou mais uma vez. Para quem ficava cada vez mais imerso na web assistindo através de fansubs novos métodos de reunir o discurso do politicamente correto com a paixão pela animação. O mais rentável e popular do momento são os serviços de streaming on-demand.

e Funimation que logo trataram de buscar resguardar os direitos de distribuição e licença de seus produtos.

uma população bastante grande e um histórico bastante forte de anime, foi o segundo mercado escolhido. Eu estou com a Crunchyroll desde O Crunchyroll 2012, só que na época rapidamente se organizou para atender às demandas era apenas um tradutor, apenas membros da e expandiu seus serviços equipe de localização. para o mundo inteiro. Desde 2015 eu trabalho Em 2012 a empresa da também como gerente de Hime-chan (sua mascote mercado e o que eu vejo Dois anos antes de a oficial) desembarcou é que o Brasil não só é Rádio J-Hero ser criada no Brasil renovando o um dos mercados mais - na cidade de Berkeley, conceito de consumo fortes como também tem Califórnia (EUA) - quando de animês ao ofertar a um franco crescimento, um grupo de fãs da exibição dos animês de não só o Brasil como todo Universidade da Califórnia forma simultânea ao que o mercado internacional se reuniu para montar uma é exibido no Japão. Essa ele cresce bastante, mas start-up com intenções de aproximação despertou o Brasil é um crescimento transmitir o conteúdo de mais uma vez o interesse bastante expressivo animês e shows musicais de novos públicos ao mesmo sendo um mercado com conteúdo hospedado fenômeno do animê produzido por fãs (fansubs) chegando também a galgar mais desenvolvido. O fato da gente estar em muitos casos. De nos espaços em outros sempre conseguindo fazer natureza comercial, o serviços de streaming novos tipos de entradas serviço rapidamente como a Netflix e o Prime desse mercado seja chamou a atenção dos Video da Amazon. com animês dublados grandes grupos de mídia O fato da gente estar na TV, seja com filmes, do Japão como Bandai sempre conseguindo fazer seja até mesmo com a novos tipos de entradas participação em eventos, ações promocionais e tudo desse mercado [...] mostra mais, mostra a força do fã a força do fã brasileiro e brasileiro e a importância a importância dele para a Crunchyroll americana como dele para a Crunchyroll americana como um um todo” todo”, relatou Yuri ao destacar que o fã de animê Segundo Yuri Petnys, tem papel nas escolhas Gerente de Mercado de comerciais que a empresa Língua Portuguesa da toma. Crunchyroll, o serviço de Por motivos contratuais streaming vê o Brasil como Yuri Petnys não revela em um de seus mercados números a quantidade de mais atraentes. Ele conta assinantes que a empresa de forma breve sua Yuri Petnys, Gerente de já conseguiu somar em participação na empresa: Mercado de Língua Portuguesa seus pouco mais de seis “O Brasil - mesmo da Crunchyroll. Foto: Arquivo anos em terras brasileiras, sendo um país só - tem Pessoal. mas garante que há uma

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forte aceitação do serviço junto do público local. Ele lembra que o idioma português é o terceiro com maior destaque na empresa, que atua com outros idiomas como russo, alemão, italiano, francês e árabe. “A língua portuguesa é terceira maior língua, depois de inglês e espanhol, também pelo fato do espanhol ser uma língua muito mais populosa e toda América Latina tem um histórico bastante forte de animê. O português ele é a terceira língua mais falada e o Brasil ele é um dos top 5 países com maior presença na Crunchyroll. Todas as decisões de alto nível são feitas pelos Estados Unidos, mas obviamente o expertise local de cada um dos gerentes de região ele é levado bastante em conta”, detalha o Gerente de Mercado do Crunchyroll Brasil. A relação construída entre o serviço de streaming e a região leva muito em consideração o aspecto dos contratos com os licenciadores. Yuri é categórico ao afirmar que para além das transmissões simultâneas, toda e qualquer atividade exercida pela empresa em qualquer território possui certa autonomia compartilhada pelos gerentes comerciais locais.

do serviço e outras exibidas semanalmente no programa Crunchyroll TV na grade da Rede Brasil. O português é a terceira língua mais falada e o Brasil ele é um dos top 5 países com maior presença na Crunchyroll.”

Yuri afirma que a produção de material em idioma local é uma ação de mercado oriunda da sede nos Estados Unidos, mas que a escolha de quais animações serão dubladas parte das gerencias locais, que recebem um pacote de produtos licenciados para dublagem e selecionam aqueles que se adequam com mais facilidade às propostas de consumo de seus assinantes. “Quando eles [Estados Unidos] falam ‘Vamos dublar animês!’ eles perguntam para nós ‘Olha nós temos as opções. Quais que fazem mais sentido ou menos sentido para região de vocês?’ ou ‘Nós vamos colocar animê na TV brasileira. O que você acha que faz sentido para o seu público?’ ou ‘Nós vamos colocar os filmes do cinema. Quais são as cidades

que fazem mais sentido para vocês?’. Então quer dizer, todas as decisões são tomadas a nível global, o licenciamento especificamente, pois nós temos um escritório em Shibuya,Tóquio, que cuida de todas as questões de licenciamento. Quando o animê licenciado eles que cuidam de tudo isso. Nossa expertise é importante quanto a decisão de licenciar para tal ou tal região”, explicou. O representante do Crunchyroll Brasil ainda comentou a respeito da concorrência e como isso afeta na presença/ausência de um ou outro título no catálogo do serviço de streaming. “Se a gente não consegue trazer para certas regiões, certas línguas ou mesmo certos títulos não é porque a gente não quis. É porque surgiram outros problemas. Por exemplo, a Netflix aparece oferece mais dinheiro. Amazon aparece oferece mais dinheiro. Mas tirando esses casos a gente sempre letra toda tem o maior número de títulos da temporada possível para o

É o caso das ações de dublagem e parcerias com canais de TV. Desde 2017 o Crunchyroll Brasil passou a fazer dublagem de animações japonesas que integram seu catálogo. A empresa já conta com dez dublagens no momento, algumas delas disponíveis para usuários 27


maior número de regiões possível”, comentou Yuri. Sobre o programa de TV da Crunchyroll na Rede Brasil, Yuri Petnys fala do desafio que foi dar forma ao projeto. Ele lembra que para muitas emissoras de TV esse era um modelo de negócios já ultrapassado e que não faz mais tanto sentido. Yuri afirma que a decisão de ter um programa em TV aberta não partiu dos Estados Unidos, mas de uma avaliação local.

A questão é: não é porque não tem mais animê no Brasil que não teria audiência e o público não estaria mais ansioso por isso” Segundo ele, esse é um modelo que na verdade ainda faz muito sentido para o cenário brasileiro. Yuri confessa, no entanto, que tudo só foi possível graças a sinalização positiva por parte da emissora de TV. “Não é porque a gente colocou apenas porque queria. Se não surgisse a oportunidade a gente não teria feito um mau negócio só para colocar. A questão é que, do meu ponto de vista como alguém que está no mercado há alguns anos - mas que não estava no mercado na época em que Naruto, One Piece, Sakura Cardcaptors estavam na TV aberta e tinha esse boom de animação japonesa - eles pararam de passar na TV porque o modelo de negócio parou de fazer tanto sentido. Quando você coloca um programa na TV você tem diversas taxas para pagar: taxa para a Ancine, taxa para os

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licenciantes - no caso de séries licenciadas como são animês - e esse dinheiro tem que voltar de alguma forma. Televisão funciona a base de publicidade. Quando o programa é exibido o anunciante vai ter sua propaganda e isso passa a fazer sentido. Quando você passa para a TV Fechada o modelo muda, mas basicamente continua parecido. Você precisa de audiência para os canais e os programas fazerem sentidos para os anunciantes. Quando você fala de TV Aberta e fala que não pode mais fazer propaganda para criança isso matou muita gente. A questão é: não é porque não tem mais animê no Brasil que não teria audiência e o público não estaria mais ansioso por isso.”, argumentou Yuri. É necessário aqui lembrar também que antes do Crunchyroll TV, a Rede Brasil já havia feito incursões pelo segmento da animação japonesa ao licenciar Os Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball Z. Yuri defende que isso foi o certo a ser feito, pois mesmo sem publicidade a emissora ganhou com a simpatia do público que migrou sua audiência inspirado pelo frenesi promovido pela nostalgia das séries. Yuri Petnys conclui seu raciocínio respondendo a pergunta de interesse de muitos avaliadores do mercado de TV. Para ele, o Crunchyroll TV vem obtendo resultados positivos, pois estaria influenciando diretamente no aumento do número de assinantes no Brasil. “Pelo simples fato de estar colocando a

Crunchyroll e os animês na TV Aberta a gente ganha exposição. Obviamente a gente ganha porque conseguimos fazer com que mais pessoas consumam animê de um modo geral, então mesmo que a pessoa não associe inicialmente a Crunchyroll aos animês, elas vão se interessar vão procurar assistir mais e aí acabar caindo num fórum, num site de notícias, canal de YouTube onde alguém vai falar que o animê que a pessoa procura está na Crunchyroll ou será lançado lá. Simplesmente pelo fato de estarmos fomentando o consumo de animês no Brasil, e pelo fato de a gente estar associando os animês com a nossa marca esse bloco já faz sentido”, conclui Yuri Petnys ao fazer a defesa do Crunchyroll TV. Para o bem ou para o mal, a marca Crunchyroll já é nome present na boca dos otakus brasileiros onde quer que seja a discussão - no mundo virtual ou no real - e assim como outros serviços de streaming vem moldando a prática de consumo dos fãs fornecendo além do conteúdo o relacionamento mais intenso entre marcas e consumidores ao defender a ideia de uma manutenção politicamente correta da indústria do entretenimento que se faz uso como escapismo ou simplesmente como meio de diversão. -----

Jefferson Saylon (Kaguya) é Redator-Chefe e Administrador de Redes Sociais da Rádio J-Hero. Radialista formado em Comunicação Social (UFMA) com atuação nos campos de Mídias Sonoras e Cibercultura.


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Imagem: Promobit.

A guerra de consoles Sony, Nintendo ou Microsoft?

A

Por Jorge Leandro

indústria dos videogames hoje é uma das que mais arrecada dinheiro depois do cinema. A grande razão disso é a evolução que os consoles e jogos tiveram ao longo do tempo com uma ajuda bem significativa da tecnologia. Tecnologia essa que está em constante mutação, oferecendo aos gamers novas experiências – estéticas e sensoriais - e, de certo modo, reinventando a forma de jogar videogame. Faremos um breve panorama dos últimos anos na indústria dos games e o impacto que alguns jogos tiveram para o aperfeiçoamento do produto audiovisual videogame.

a todo vapor de produção de jogos e na briga para ganhar os corações dos fãs. Quem ganhou essa guerra? A Nintendo ganhou, ao menos em termos de vendas com o Nintendo Wii. Foram mais de 100 milhões de unidades vendidas em todo o mundo. O jogo de maior sucesso foi o “Wii Sports” (2006) com mais de 82 milhões de cópias vendidas, estando também na lista dos cinco jogos mais vendidos da história. Com a proposta de unir a família e amigos na sala de estar para uma divertida partida, jogabilidade simples e o auxilio dos controles de movimento o “Wii Sports” reinou soberano.

O ano era 2005 e estamos na instaurada sétima geração de consoles que vai do ano 2005 até o ano de 2011. Consoles como o Playstation 3, Xbox 360, Nintendo Wii estavam

No segundo lugar dessa briga fica o Playstation 3, console da Sony lançado em 2006, com mais de 86 milhões de unidades vendidas. O carro-chefe do console foi o jogo “Grand

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Theft Auto V” (2013), comumente conhecido como “GTA V”. Vendeu mais de 80 milhões de cópias e está, também, na lista dos games mais vendidos da história. Longe de ser um jogo simples, “GTA V” é um marco para toda franquia da “Rockstar Games” porque aprimora todas as mecânicas dos jogos anteriores – visualmente principalmente - e coloca três personagens jogáveis cada um com uma perspectiva diferente. O feito foi realmente admirável e o game ficou em segundo colocado para o melhor jogo do ano de 2013. E o terceiro lugar dessa guerra de consoles ficou com o Xbox 360. A Microsoft entrou para o ramo de games na geração anterior com o “Xbox”. Em termos de números o Xbox 360 não teve grandes feitos como os concorrentes tiveram, mas


permanece na briga. Aos moldes do Nintendo Wii, o 360 adicionou jogos por sensor de movimentos não necessitando exatamente de um controle. Essa tecnologia de sensor de movimento usada no console é conhecida com “Kinect”. O Xbox 360 teve a marca de 84 milhões de unidades vendidas e o seu jogo mais vendido foi o “Kinect Adventures” (2010) com um pouco mais de 20 milhões de cópias. Jogo com a proposta parecida com que o Nintendo Wii já havia feito anos antes. A oitava geração começa oficialmente com o lançamento do Nintendo Wii U (2012). Aqui a empresa Nintendo teve uma baixa enorme porque o console não foi compreendido pelo público e foi visto apenas com uma extensão do seu anterior. Grande parte disso é devido ao Wii U não ter um jogo impactante. Além disso, o console contava com o “Gamepad”, uma espécie de “Tablet” que o tornava portátil. Talvez a ideia não tenha sido bem elaborada já que o Gamepad não interferia muito e todos os acessórios do Wii poderiam ser usados agora no novo console. Isso se reflete nas vendas, o Wii U foi o console menos vendido da história da Nintendo com apenas cerca de 13,5 milhões de unidades vendidas, decretando assim a morte precoce do console. O game de grande destaque talvez tenha sido o “Mario Kart 8” (2014). A

franquia já consagrada de corrida do Mario vendeu pouco mais de Oito milhões de cópias.

público.

Depois do fracasso do Wii U, a Nintendo, colocou no mercado um Quem também não console realmente de teve números altos, peso, O Nintendo Switch, relacionados à geração trazendo novidades bem anterior, foi o “Xbox interessantes. O console One” (2013). É apenas o Hibrido, agora sim com terceiro console lançado ideias novas, chegou e pela empresa Microsoft fez milhares de fãs irem e vendeu cerca de 30 correndo comprar o novo milhões de unidades, produto da Nintendo. podendo aumentar O Switch é totalmente esse número já que o diferente dos concorrentes console ainda não foi pela portabilidade, descontinuado. Além de podendo ser jogado como toda a capacidade de um videogame portátil processamento de dados, ou ser jogado direto pela oferecendo ao usuário TV e já vendeu até hoje uma qualidade gráfica e mais de 20 milhões de de áudio impressionante, unidades. O jogo carroa ”caixa” da Microsoft não chefe do Switch foi o chegou nem perto do seu espetacular “Super Mario maior rival, o Playstation 4. Odyssey” (2017), provando que apesar da mesma Não teve para ninguém historinha do Bowser com nessa guerra de consoles a Princesa Peach e o Mario, na oitava geração. O a jogabilidade sempre console da Sony Caiu na se transforma e são graça dos gamers que realmente originais. Prova receberam muito bem o disso? Mais de 11 milhões “Playstation 4” (2013). de cópias vendidas. Até agora já foram vendidas cerca de 82 A guerra de consoles milhões de unidades. O está longe de ser grande diferencial para prejudicial, uma vez que os concorrentes está nós, jogadores e amantes na biblioteca de jogos de videogames, sempre exclusivos da marca. A ganhamos com isso. Longe Sony soube trabalhar de nós escolhermos uma para entregar ao público empresa para ser fiel, jogos impecáveis e dignos mas cabe a cada gamer de notas, fazendo esses escolher o que melhor o jogos ficarem apenas no console pode oferecer. Playstation 4. O grande Temos em mãos produtos exclusivo do Playstation de entretenimento 4, God Of War (2018) fez riquíssimos de conteúdos, história ao vender, em três de histórias, de visual dias, cerca de 3,1 milhões e audiovisual. Produtos de cópias. A saga de extremamente bem feitos Kratos chegou derrubando e seria até um pecado barreiras e foi sucesso de escolher apenas um. críticas e aclamado pelo 31


GU Family Book Conheça esse maravilhoso drama coreano

Por Kushina

Aviso: haverá uma dose razoável de spoilers nessa matéria. Nada que prejudique a história (obviamente não vou contar o final u_u), mas só um pouquinho para dar mais vontade de assistir!

G

u Family Book é um drama de época (Sageuk) do gênero: "Fantasia, Drama, Épico e Romance". Sim, tudo isso junto e misturado. Gu Family Book também é conhecido pelos nomes Ancient Medical Book, The Writings of Nine Houses, Book of The House of Gu e Kang Chi, The Beginning. Eu conheci esse Drama (foi o primeiro que assisti) completamente sem querer. Simplesmente apareceu um vídeo na minha página de recomendações no YouTube pelo nome de KangChi, The Beginning e que tinha uma música simplesmente linda. Depois de algumas pesquisas na internet consegui chegar ao nome oficial e encontrei a série para download toda legendada em português. Gu Family Book foi ao 32 -JHERO MaGazine

ar de 08 de abril até 25 de junho de 2013, com um total de 24 episódios, exibido pela MBC. Os protagonistas da série são Lee Seung Gi como Choi Kang Chi e Bae Suzy, do Miss A, como Dam Yeo Wool. A série é dividida em 2 grandes fases e vou falar sobre cada uma delas. Logo no começo os dois protagonistas não aparecem na série. É o momento no qual se desenvolvem as bases da história. A história começa com uma jovem moça, Yoon Seo Hwa (Lee Yeon Hee), sendo entregue em uma "casa gisaeng" (espécie de casa de prostituição ou coisa assim) junto com o seu irmão mais novo e sua ama de companhia. Por se recusar a entrar na casa a jovem é deixada de roupas íntimas amarrada

na árvore da vergonha. Na floresta muito próxima dali um ser místico, Gu Wol Ryung (Choi Jin Hyuk), guardião das montanhas observa tudo que acontece com ela. Ele se compadece da situação daquela pobre garota, mas se controla para não ajudá-la, já que é proibido para os seres místicos envolveremse nos problemas dos humanos. Depois de 3 dias amarrada na "árvore da vergonha" sem água ou comida, Seo Hwa acaba por desmaiar ali. Nesse momento ela é levada para dentro da casa sem que Wol Ryung possa fazer nada. Algumas reviravoltas acontecem depois que Seo Hwa é levada para dentro da "Casa Gisaeng" (morram de curiosidade até assistirem


O que realmente importa é que, em determinado momento, Seo Hwa foge da casa e vai procurar refúgio dentro da floresta, da qual Wol Ryung é o místico guardião. O belo Gumiho salva a donzela do perigo em uma cena de tirar o fôlego. Depois de salvar a moça, Wol Ryung, leva-a para o alto da montanha, para um local onde os pés humanos, sem auxílio, não podem chegar, e faz de tudo para agradá-la e fazêla sorrir. A partir do momento do salvamento de Seo Hwa, a música que embala os momentos românticos do casal passa a ser My Eden da Yisabel. Muitas cenas realmente fofas acontecem nesse meio tempo, entre os dois. Seo Hwa acaba se apaixonado por Wol Ryung e os dois se casam na montanha e vivem felizes lá. Entretanto, Wol Ryung não foi capaz de revelar para Seo Hwa a sua verdadeira natureza de ser

místico. Ele decide abrir mão da sua imortalidade para se tornar humano e viver feliz ao lado da primeira mulher que fez seu coração disparar, em mais de 1000 anos de vida. Mas as coisas não vão acontecer bem assim... Enfim, exatamente o que acontece vocês terão que assistir para descobrir. O que importa é que Seo Hwa se descobre grávida de Wol Ryung e acaba tendo o lindo bebê na montanha onde viveu com seu amado. Esse bebê, filho de Seo Hwa e Wol Ryung, é Choi Kang Chi, interpretado pelo meu divo Lee Seung Gi. O bebê é encontrado no rio por uma família de bom coração e criado por eles. No momento que o bebê é encontrado e recebe o seu nome a primeira fase da série se encerra e rola aquele pulo maroto de 18 anos. Como fica extremamente óbvio por quem são seus pais, Kang Chi é metade humano e metade ser místico. Seus poderes são suprimidos

por uma pulseira mágica, colocada nele ainda bebê por um grande amigo de seu pai, So Jung (Kim HeeWon). Após o pulinho de muitos anos na história, aí sim vemos a linda Bae Suzy (que deve ter treinado muito mesmo, porque estava ótima nas cenas de luta) e o meu divo Lee Seung Gi, dando vida à Yeo Wool e Kang Chi, respectivamente. Oppa apreciation

muahahaha!).

Kang Chi é um jovem de muito bom coração, que sempre busca ajudar as outras pessoas do seu vilarejo e tem um amor verdadeiro pela família que o adotou. Ele é um pouquinho brigão e sempre repete a mesma frase quando provocado: "Você quer morrer?".

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É bem engraçado.

Yeo Wool é a filha de um

chefe de artes marciais, e, por isso, sabe lutar muito bem usando espadas, arco e flecha e até com luta corporal. É uma moça doce que sonha com o amor verdadeiro, mas tem medo de não encontrar um homem que a aceite como ela é. Busca sempre ajudar os outros e é muito corajosa. O maior objetivo das personagens nessa segunda fase é conseguir colocar um fim nas más ações daquele mesmo vilão, responsável por destruir a vida e a família de Yoon Seo Hwa anos antes e que continuou a praticar crimes nesse meio tempo.

Jo Kwang Woong é

simplesmente o vilão mais nojento, desprezível, 34 -JHERO MaGazine

detestável e tudo o mais que se possa imaginar. Ele nunca está satisfeito com o que tem. É extremamente ganancioso e não tem nenhuma noção do que significa ser moral. É o vilão principal da história do primeiro ao último capítulo. Há alguns personagens fora desse núcleo principal que realmente precisam ganhar algum destaque por aqui.

É um personagem um pouquinho contraditório. Hora ele é bom, hora é ruim. Hora você ama, hora você odeia... meio que impossível de definir. Mas, na minha opinião, ele é essencialmente bom, mas nem sempre é muito inteligente em suas escolhas.

Park Moo Sol é um homem

de muito bom coração. Ele quem encontrou o bebê Kang Chi no rio e o criou como se fosse seu filho e tem profundo amor pelo rapaz. É conhecido na vila por suas boas ações, sua compaixão e por ajudar aos que precisam. É o dono da Pousada Centenária, local mais importante da segunda fase da série.

Park Chung Jo é a filha

de Park Moo Sol. Logo no começo da segunda fase dá para notar que ela tem sentimentos por Kang Chi e ele por ela, mas a moça rejeita esse sentimento e está noiva Servo Choi o servo de outro homem. É uma principal da Pousada personagem que realmente Centenária. Ele quem deu tem uma grande mudança seu sobrenome ao pequeno ao longo da história. bebê encontrado no rio. Gon é meio que um Tem verdadeiro amor de guarda-costas da Yeo pai por Kang Chi, que é plenamente correspondido. Wool. Está sempre junto com ela e a protege. Dá Passa a ter cada vez mais importância no decorrer da para notar que ele sente alguma coisa por ela, trama. mas a moça parece não Park Tae Seo é o filho perceber o interesse dele legítimo de Park Moo Sol.


natureza dele. Há muitos outros personagens na história, mas só quis destacar por aqui os principais (talvez tenham sido os que eu gostei mais, nem sei. u_u).

e o deixa na mais absoluta friendzone. Ele vive brigando com Kang Chi por causa do ciúme que sente de Yeo Wool.

Madame Chun é a gisaeng chefe da casa para onde Yoon Seo Hwa foi mandada. Haverão muitos desdobramentos e a Sra. Chun nunca desaparece da história, e depois descobrimos alguns dos mistérios que a cercam.

A história é muito profunda e, até certo ponto, imprevisível. Você nunca sabe o que esperar do episódio seguinte. Só o que posso dizer é que um episódio é melhor do que o outro. É até muito claro, por todos os cartazes e tudo o mais, que Kang Chi e Yeo Wool terão um relacionamento. Os dois participam de muitas cenas realmente lindas, mas eu não consigo decidir se gosto mais do casal Wol Ryung e Seo Hwa ou Kang Chi e Yeo Wool. Eu verdadeiramente me decepcionei com o que acontece com o Wol Ryung e a Seo Hwa no começo do K-Drama. Mas depois eu entendi tudo o que aconteceu e, por isso, não sei de qual gostei mais. E a música deles dois é mais bonita que a do casal principal, na minha opinião.

Minha opinião sobre o final do Drama: Tortura demais um final daquele, gente... Porque ele deixa um gosto de quero mais. O final praticamente te deixa com a certeza de que vai haver uma continuação, mas isso é quase impossível se tratando de K-Dramas. D: Uma coisa que não dá para evitar de falar nesse drama é a trilha sonora. De todos os K-Dramas que vi, Gu Family Book é de longe o melhor em termos de OST (Original Sound Track). Mas sério, é impossível dizer qual delas é a melhor porque todas são lindas. Enfim, gente. Eu falei demais porque simplesmente amei esse drama e é muito difícil falar por alto de algo que você verdadeiramente se apaixonou. Espero ter despertado em vocês a vontade de assistir o drama. Datteba nee! --Essa matéria foi originalmente publicada no site da Rádio J-Hero. Dirlyane Ferreira (Kushina) é redatora e ex-DJ da Rádio J-Hero.

So Jung é um velho sábio que foi um grande amigo de Wol Ryung. Participa ativamente de todas as fases da série. Para ser sincera ainda ficou em mim um pouco de curiosidade sobre a verdadeira 35


Feito de fã para fã Por Fany-Chan

A

pesar de serem consideradas por alguns uma forma de pirataria, não podemos negar que principalmente nos primórdios dos animes aqui no Brasil, eram as fansubs que nutriam esse nicho que hoje em dia possui muito mais opções para consumo. Afinal, quem nunca se deparou com a frase “Feito de fã para fã”? Por conta dessa importância em nossa própria história como nicho, conversamos o atual proprietário da Rede Sakura Animes, Yakuma, para contar um pouco da história de uma das fansubs que fizeram sucesso nessa disponibilização de animes legendados. Confira: JH - Você pode contar um pouco da história da Sakura e como surgiu a ideia de criar uma fansub? Yakuma - O Sakura surgiu pelas mãos da 36 36 -JHERO -JHERO MaGazine MaGazine

fundadora Monica Queiroz vulgo: “Sakura-chan” em 20 de junho de 2010, como surgiu palavras de nossa fundadora “O Sakura Animes foi criado na verdade pra ser um site pessoal, minha idéia original era apenas upar alguns animes e postar só pra me divertir, nunca planejei o SA pra ser um grande site”. Após um período e a maternidade da nossa fundadora, ela se afastou. Fiquei responsável em manter a Rede Sakura Animes daí para frente. Lá se vão longos 6 anos.

a iniciativa de reviver a fansub e trazer novamente traduções pela Sakura Animes novamente, digo no caso Akatsuki nosso administrador da fansub, atualmente trabalhamos em parcerias e alguns projetos, infelizmente passamos por um período offline há alguns meses onde estamos criando um novo site Sakura Animes, em breve estará pronto, porém o trabalho não para. JH - Como é feito o trabalho de vocês?

Yakuma - Eu, o proprietário da Rede S.A., Sobre a primeira vez não participo diretamente que a fansub foi criada com a fansub nas etapas a idéia da Sakura-chan dos projetos, porém para era realizar traduções de responder esta pergunta animes, mangás etc., de pedí o auxilio do Akatsuki projetos que não foram nosso administrador para traduzidos por fansubs aqui responder. no Brasil, principalmente Akatsuki - Utilizamos o projetos “fofos”, a idéia fundamental era esta, após processo de passo a passo nos projetos Tradução um longo período e saida -> Revisão -> Timing -> de muitos membros a Typesetter -> K-Timer-> fansub se encerrou. K-Maker -> Edição -> Ficamos fechados até Quality Checker -> ano passado, onde algums Encoder e Uploader, sendo membros da staff tiveram que foi estabelecido um


prazo para um processo de um episodio ficar feito em 1 semana, mas sempre ocorrer imprevisto que acaba ficando num prazo um pouco maior. Não postamos os projetos diretamente no site, pois estamos em processo de atualização, alguns projetos saem nos parceiros. JH - Vocês já pensarem em serem um speedsub? Yakuma - Sinceramente a meu ver não tenho interesse em ser uma speedsub, pois prefiro demandar tempo para revisão da tradução e entrega de algo o mais próximo possível do correto, uma speedsub possuem muito erro de legenda e revisão praticamente não existe levando a frustração com reupload com v2, v3 e por ae vai, fora que a concorrência hoje em dia é enorme, como estamos retornando não gosto da idéia de competir ou repetir traduções de animes onde pelo menos 4 a 5 fansubs já estão fazendo. Meu administrador acredita que temos capacidade de ser uma SpeedySub. Hoje em dia a maior parte dos projetos [das speedsubs] são Rips da Crunchyroll, Netflix, Daisuki, Crackle, Looke e por aí vai sendo que tem o tracker do Nyaa onde ele disponibiliza os scripts e episodios em pt-br e em outras linguas quando são

rips desses sites então, bastava você trocar a fonte da legenda para uma padrão que agente fosse usar e depois fazer o encoder em hardsub (linguagem que alguns podem não entender, mas tudo bem, rs), seríamos concorrentes de grandes speedysubs atuais. JH - A Sakura Animes está no mercado desde 2010, sendo uma das primeiras fansubs a ganharem destaque após a explosão de animês nas emissoras de TV brasileiras. Para você, qual a importância dos fansubs para os otakus? Yakuma - Muito obrigado por lembrar disso, acredito que não são muitos que lembram da época de ouro do Sakura Animes, quando surgimos poucos fansubs existiam e quase nenhuma informação a respeito, resgatar este tempo é a meta. Sobre a importância dos fansubs é simples não tinhamos muito onde correr para assistir animações japonesas se não as clássicas de algumas emissoras, sou de uma época anterior, com a TV Manchete, nos anos 2000 a explosão foi maior e com mais variedades de gêneros, a curiosidade fez muita gente buscar outras coisas e a internet vinha com força com planos de internet a cabo com boa velocidade já proporcionava velocidade

de download, eu mesmo conhecí outros gêneros por DVDs piratas, porém sabemos que a navegação, velocidade de internet, curiosidade culminou isso. As Fansubs simplesmente explodiu o interesse por INFINITAS opções de projetos, materiais leituras para todos os Otakus, as feiras e Animes Friends tinham mais materiais, simplesmente não tem como ignorar as fansubs na expansão nacional da cultura Otaku (animações, leituras), contribuimos sim para o lucro do mercado que aumentou com outros materiais relacionados, você não compraria uma camisa de Death Note se não conhecesse, Serie experimental Lain e outros, nós expandimos ainda mais, digamos assim. Para resumir: As Fansubs contribuiram para a aceleração da explosão da cultura Otaku. JH - Em relação à pirataria, você acha que fansubs podem serem enquadrados como uma forma de pirataria? Porque? Yakuma - Não vou me posicionar, existe legislação é muito complexo, pois tudo não só animes (músicas, livros, sistema operacional), apenas sei que fansubs não vendem e lucram com isso, todo projeto é de propriedade das pessoas que traduziram, sites e fansubs dificilmente possuem o arquivo 37


armazenado diretamente nele, compartilhamos de fã para fã, é isso. JH - E o que você acha das distribuidoras ou editoras de mangás pedirem a retirada de alguns títulos de fansubs ou fancans por possuírem os direitos autorais? Yakuma - Acho normal se eles sentem isso, vão atrás, se nos buscarem atenderemos. Akatsuki - Esse caso das distribuidoras e editoras pedirem a retirada de seus produtos licenciados, creio por mim, que por uma boa compreensão nossa devemos retirar esses títulos dos sites e, assim, avisando os usuarios quando forem procurar tal projeto deixar um aviso do porque ele foi removido, quase todos sites que traduzem animes fazem isso. JH - Agora sobre reencoders, o que você acha do trabalho deles? E você acha que há espaço para eles no mercado? Yakuma - Claro que sim acho muito válido o trabalho afinal o Sakura Animes a princípio é um site de reencoder, depois nos tornamos fansubs, realizar o reencoder não é algo tão facil no começo de tudo em 2010 o formato RMVB vinha com tudo, muitos fansubs utilizavam formatos grandes como 38 38 -JHERO -JHERO MaGazine MaGazine

AVI, MKV, o site de reencoder, convertiam para formatos menores isso ajudava pessoas com baixa velocidade de internet foi onde o Sakura ganhou enorme público, mantivemos e ainda temos alguns projetos guardados no formato rmvb, apesar de estar em desuso e o mp4 hj estar em diversos tamanhos. Quando tivemos a queda do megaupload e fechamento de Filesonic e Fileserve, além de mudança da politica de sites como Mediafire, Terabytes de informações foram perdidas, muitas fansubs fecharam as portas, muitos animes simplesmente desapareceram sem deixar rastro foi um golpe enorme, os sites de reencod tinham arquivos armazenados em mais de uma opção e servidor ou mesmo no computador, trazendo de volta arquivos de fansubs que seriam perdidos definitivamente, nós mesmo fomos buscados por algumas subs, tinhamos parceria com fansubs divulgando o trabalho, até mesmo alguns fansubs que não disponibilizavam formatos de tamanho compacto indicavam nosso site, tudo com respeito e parceria, nunca removia crédito de quem realizou a legenda e fica nas páginas de informação acho o correto e o mínimo que deve ser feito por um site de reencod, remover ou colocar marca d’água em um projeto que a minha

fansub não traduziu é algo desrespeitoso. Sobre o mercado de divulgação e manutenção de arquivos sim há espaço, sites de reencoders, fansubs e scans, não possuem espaço para lucrar com isso afinal são de fã para fã feito com carinho para isso é o que deve ser, no mercado já temos canais fechados e empresas que estão ae para lucrar, elas só estão lucrando hoje porque um dia as fansubs abriram as portas, abriram não, escancararam as portas, para eles chegarem e encaixar como uma opção do público que prefere contribuir ativamente com isso. JH - Você quer deixar alguma mensagem final para nossos leitores? Yakuma - Gostaria de fechar dizendo que apesar do site estar fechado desde junho infelizmente com o fechamento da empresa levando nosso dinheiro e pagamento que realizamos, aproveitamos isso, para trabalhar na atualização do site que tinha um Layout antigo já em breve o Sakura Animes retornará com mais novidades aguardem e obrigado! --Stéfany Christina (FanyChan) é Jornalista formada pelo Centro Universitário de Patos de Minas e atual Assistente de Redação da Rádio J-Hero.


Cantinho dos Heroes

Vanessa Esponqueado - Neon Genesis Evangelion

Genésio Camargo Ruri Hoshino/Martian Successor Nadesiko! "Desenhei ela por ser ao mesmo tempo uma personagem inteliente e enigmática"

Thomaz "Desenho muitos personagens de Dragon Ball, esse desenho me inspira muito e desde criança o desenho"

Quer ver seus desenhos aqui? Ou nos deixar uma mensagem? Envie um e-mail para redatores@ radiojhero.com.br que colocaremos os melhores para todo mundo ver e deixar essa revista cada vez mais Do seu Jeito, Do seu Gosto! Jhonny Alves dos Reis Chibi_Mari "Como homenagem a minha esposa fiz esta ilustração dela no formato chibi"

João Pedro Leite "Esse personagem saiu da minha cabeça, ainda não sei o nome dele, apenas o criei" 39


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