Com a Palavra... José da Cruz Pereira Marlísia Silva
Luiz Costa Júnior/Secom Easfp
agronegócio patrocinense, José da Cruz contou durante a entrevista cedida à nossa reportagem que foi uma das pessoas que cooperaram para o desenvolvimento da escola para ela chegar onde está hoje. Cheio de histórias para contar, ele nos contou um pouco sobre a escola agrotécnica e sua experiência na área do agronegócio num divertido bate-papo. Con ra:
Nessa data tão importante não poderíamos deixar de dar a voz às pessoas que não só tiram seu sustento da terra como também passam seus ensinamentos para os demais. A nal, se não fosse eles, muitos aprendizados se perderiam com o tempo. E para ilustrar escolhemos ninguém menos do que o senhor José da Cruz Pereira, professor e coordenador de estágio da Escola Agrotécnica Sérgio de Freitas Pacheco e, nas horas vagas, pequeno produtor de café. Mantida atualmente pela Fundação Comunitária Educacional e Cultural de Patrocínio (FUNCECP) a Escola Agrotécnica Sérgio de Freitas Pacheco foi criada em 15 de novembro de 1971 através da Lei Municipal nº 1176. Apesar de estar no mesmo local que o Centro Universitário do Cerrado Patrocínio (UNICERP), a escola não faz parte da infraestrutura da faculdade, como muitos acreditam. José da Cruz Pereira, trabalha há 45 anos na Escola Agrotécnica Sérgio de Freitas Pacheco, desde quando surgiu a primeira turma, três anos após sua criação. Figura respeitada por muitos tanto dentro do meio educacional quanto no
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Gazeta - Qualquer pessoa pode fazer o curso? José da Cruz - Qualquer pessoa pode sim fazer o curso. Nós temos alunos que formaram ano passado e que formam esse ano com mais de 45 anos de idade. Esses alunos às vezes trabalham em uma empresa que paga um consultor, então eles vêm para a escola, forma, adquiri o CREA e passa a assinar os papéis dos projetos, mesmo sendo projetos G a z e t a - Q u a l é o m a i o r limitados a pequenos valores, como por exemplo, um receituário interesse dos alunos nessa área? José da Cruz - Hoje o aluno vem agronômico, uma licença ambienatrás de conhecimento técnico na tal, entre outros. área de agricultura, pecuária, consultorias e assistência técnica, Gazeta - Como são as aulas sendo as áreas mais procuradas. teóricas e práticas? Uma grande vantagem que o aluno José da Cruz - O nosso aluno que faz técnico agrícola possui é hoje ca três dias da semana na sala que ao ingressar nos cursos de de aula e dois no campo. Uma coisa A g r o n o m i a , V e t e r i n á r i a o u interessante que existia só nos Cafeicultura ele já tem um conheci- cursos superiores e que passou a mento bem acima daqueles que fazer parte da grade curricular do não zeram o curso técnico. Além técnico é o TCC. Hoje para o aluno disso, grande parte dos nossos concluir o curso, ele deve fazer e alunos vem aqui para aprender e ter a p r e s e n t a r u m t r a b a l h o d e conhecimento para aplicar na pesquisa. Isso faz o curso ser mais propriedade da família deles. valorizado ainda, dando maior destaque aos alunos que passaram Gazeta - Como é feito processo por aqui. seletivo do curso? Aos sábados temos as extensões José da Cruz - O processo rurais, onde, em parceria com a seletivo é realizado anualmente Secretaria Municipal de Agricultura, com a aplicação de uma prova. professores com grupos de oito a Como nós temos hoje bolsas onde dez alunos visitam propriedades 50% da mensalidade dos alunos é rurais da região para realizar paga pela Secretaria Municipal de pequenos serviços como vacinação Agr i c u l t u r a , o a l u n o q u e v a i de animais, mocha, arrumar cascos, participar desse processo de bolsas, entre outros. E u s e m p re d i g o q u e t o d o tem suas notas e renda familiar veri cadas para de nir quais alunos pro ssional, independente da área as receberão, sendo preferência em que ele atua, deveria passar por um curso técnico primeiro. Por que alunos que residem na zona rural. o técnico é aquele que coloca a mão na massa, é o que vai ali e regula a
plantadeira, aperta o parafuso e que sabe e conhece o campo também. Porque hoje o produtor quer uma pessoa que chega e faz o que tem que ser feito, aquele que sabe plantar, tratar e colher. Gazeta - Para você, qual a maior importância do curso para quem quer atuar na agropecuária, além de tudo que já foi citado? José da Cruz - Hoje nossas faculdades são caras, sempre digo para os meninos que fazem o curso técnico, para terminarem o curso, arrumarem um emprego para que assim possam custear a sua faculdade. Além disso, é uma forma de você entrar no mercado mais cedo. E você chega ao superior com uma melhor preparação. Já aquele que vai voltar para a sua terra, a escola vai passar conhecimento su ciente para cuidar de sua propriedade. Sem falar que o mercado hoje precisa de pro ssionais, a nossa região e o país dependem do a g ro n e g ó c i o a t u a l m e n t e. E u costumo dizer que o dia que nós, produtores, fecharmos as porteiras,
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o país para. Então existe trabalho tem alguém lá na zona rural trabalhando, seja no sol, na chuva para quem é bom. ou na poeira. Se nós pararmos de produzir, o Gazeta - Aproveitando que o senhor citou isso, devemos país para ou morre de fome. Então a importância para nós pro ssionais é lembrar que o agronegócio é o produzir um alimento de qualidade, setor primário de nossa econocom uma boa produtividade, além mia, você poderia contar um de forma sustentável e ambientalpouco sobre a importância desse mente correta. setor? José da Cruz - Sem a agricultura Gazeta - E que mensagem o e o agronegócio nós não temos senhor deixa para todos os condições de manter o país, com nossos leitores? todo o respeito às outras áreas. Nas José da Cruz – Que a comunidaminhas palestras eu gosto de falar de reconhecesse a importância do que nós somos privilegiados, somos curso técnico na vida dos jovens, abençoados por Deus, porque a sendo uma formação mais rápida nossa função é fazer com que a para ele, podendo ingressar no mesa das pessoas seja farta e que mercado mais cedo, e que também tivessem um reconhecimento justo não falte o alimento. Mesmo que sejamos vistos como para o pequeno produtor rural. Eu roceiros, o povo da roça, eu sempre gostaria de convidar todos para digo, será que um dia ao sentar participar de um grupo de pessoas numa mesa farta e comer sua diferentes, o grupo de pessoas que refeição você já pensou “obrigado produz alimento e não deixa faltar o alimento. ao produtor rural”? Ta m b é m c o n v i d o t o d a a Não é apenas produzir pensando sociedade patrocinense vir nos em ganhar dinheiro é muito mais do visitar para conhecer o nosso que isso. Na hora em que muitos trabalho e a história da escola. estão na cidade saboreando um Por Stefany Christina/Gazeta bom churrasco ou um bom prato,
Mulheres no Agro: um panorama do aumento da presença feminina no agronegócio
Fernanda Caixeta - Café Caramello
O mundo está evoluindo, isso é até clichê repetir. As novas tecnologias estão a todo o momento sendo jogadas em nossas caras e somente quem está disposto a acompanhar essas mudanças vai continuar no mercado. No entanto, não só as tecnologias têm mudado os locais de trabalho, o espaço dado às novas pessoas, independente de seu sexo, orientação sexual, classe social ou cor, têm feito das empresas de diversos ramos lugares mais plurais. E isso não é diferente no agronegócio. Essa mudança pode ser vista através do aumento de mulher e s a t u a n d o n o m e r c a d o. Segundo uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP entre os anos de 2004 e 2015 houve um crescimento de 8,3% de mulheres atuando no agronegócio. De acordo com a pesquisa esse aumento se d e ve p e l o s u rg i m e n t o d e oportunidades na área e de outras atividades relacionadas a este universo. Um exemplo dessa atuação é a história do Café Caramello, o primeiro creme de café do Brasil, criado pela Cristina Pascoli quando ela ainda atuava como cerimonialista. Em 2012 ao errar uma receita de capuccino e colocar o resultado na geladeira acabou criando, sem querer, o que mudaria o seu futuro. Em diversas entrevistas, Cristina conta que no início não vendia o café, somente distribuía nos eventos que participava como cerimonialista até o produto ter muita procura. Atualmente a empresa produz 23 mil potes por mês com capacidade para produção de 40 mil, exporta para três países, EUA, Alemanha e China, e hoje possui 63 franquias de revenda espalhadas pelo Espírito Santo, onde foi fundado, e por mais 20 estados do Brasil. E quem seguiu esse exemplo foi Fernanda Caixeta Nunes Alves, representante da Franquia Alto Paranaíba Café Caramello em Patrocínio, ela nos contou em entrevista que seu primeiro contato com o creme de café foi amor à primeira vista. Durante uma viagem ela encontrou uma degustação do produto, amou e comprou um pote. No entanto, por conta de
um imprevisto acabou cando sem este e no retorno à Patrocínio resolveu comprar mais cinco potes e contou para a franqueada que havia vendido três desses potes para sua família. Flávia, a franqueada da região, cou admirada e perguntou de qual cidade que ela era e após a Fernanda responder que era de Patrocínio, a Flávia falou que precisava de uma pessoa para ser representante da marca na cidade. Fernanda Caixeta contou que nessa época ela já queria voltar a trabalhar, pois havia se afastado do mercado por um tempo para cuidar de sua segunda lha, então buscou saber o que era necessário para poder participar. Nisso, ela está há dois anos representando a Franquia Alto Paranaíba Café Caramello, levando degustações a diversos tipos de eventos corporativos e em parceria com o comercio. As histórias dessas mulheres se assemelham com a de muitas outras. Ano passado a pesquisa " To d a s a s M u l h e r e s d o Agronegócio", encomendada pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e elaborada pela IPSEO, entrevistou cerca de 860 mulheres que atuam na área do agronegócio para fazer um levantamento do per l destas. Dentro dessa pesquisa foi descoberto que, em relação ao tipo de atuação, 73% das mulheres trabalham nas atividades dentro da propriedade rural, 3,7% atuam em cooperativas, 3,4% operam na área de insumos, 3% são fornecedoras de produtos ou serviços para a cadeia do agro, 2,8% são do comércio, 2,3% estão em segmentos ligados a governos e 2,1% trabalham em atividades nos vários segmentos da agroindústria. Outra que também tem sua jornada atrelada a estes dados é a empresária e palestrante, Paula Teixeira Silva Reis, que atua de forma indireta na área fornecendo os serviços de sua empresa, a 1º set. A empresa busca levar aprendizagem coorporativa, auxiliando os executivos e produtores a entender como gerir e executar processos de suas empresas, sendo assim, o foco da 1º set é, sobretudo, fazer com que as pessoas melhorem as suas
Paula Teixeira - 1º Set
condições e performances no trabalho por meio daquilo que é ensinado. Paula Teixeira Silva Reis é formada em Administração, com pós-graduação em Gestão do Agronegócio e ainda comandou a Câmara da Mulher Empreendedora de Patos de Minas. Ela contou em entrevista cedida à nossa reportagem que a ideia de criar a empresa surgiu após ela trabalhar com xação de produtos na bolsa de valores, e por atuar em outras empresas do agronegócio, onde percebeu que as pessoas tinham uma di culdade para entender como as coisas funcionavam. Além disso, através de sua paixão em dar aula, ela descobriu novas formas de ensino que poderiam ajudar na compreensão das pessoas. To d a s e s s a s m u l h e r e s , i n d e p e n d e n t e d a á re a d e atuação escolhida por elas, tem mudado o agronegócio brasileiro com o jeitinho que s o m e n te e l a s p o s s u e m . A exemplo disso tem-se a pesquisa“Per l das Mulheres do Agronegócio” de 2015 encomendada pela Transamérica Expo, em conjunto com a PwC e a ABAG, e conduzida pela Fran6. Esta tinha como objetivo identi car qual era a realidade da mulher que atua na gestão de empreendimentos agropecuários, e a resposta foi que 57% das entrevistadas participam de associações rurais e/ou sindicatos, cerca de 65% delas são casadas e mais de 88% se consideram independentes nanceiramente. Além disso, 60% possuem curso superior completo e mais de 55% acessa a internet todos os dias. Essa pesquisa foi tão importante na época que participou de um evento histórico, o 1º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, que já na sua primeira edição surpreendeu tendo a participação de mais de 700 pessoas. O Congresso ocorre anualmente no mês de outubro e sempre busca tratar de temas que “priorizam relevância feminina p a r a o a v a n ç o i n o v a d o r, rentável, sustentável e ético do agronegócio”, como explicado no site do mesmo. Na pesquisa ainda foi possível identi car o tanto que as mulheres são apaixonadas por seus trabalhos, além de serem
p r o s s i o n a i s p r e p a r a d a s , conectadas, abertas às inovações e com facilidade de transitar entre campo e cidade. E paixão é o que não falta para a Fernanda Caixeta Nunes Alves e para a Paula Teixeira Silva Reis. Ambas falaram em entrevista que adoram as áreas em que atuam. “Vender o café é uma paixão, eu gosto muito de trabalhar com ele, e é um produto que a gente não precisa forçar venda. Fa z e n d o a s d e g u s t a ç õ e s , demonstrando o produto, a venda é consequência”, a rmou Fernanda Caixeta. A representante da Franquia A l t o Pa r a n a í b a d i s s e q u e quando trouxe o Café Caramello à Patrocínio, contou com a ajuda de algumas amigas e, por conta disso, não teve muita di culdade de se estabelecer. Ela ainda observou que no início muitas empresas do ramo assustaram com essa novidade. “Por ser um produto inovador e novo no mercado as pessoas sentem certo receio em e x p e r i m e n t a r, m a s a p ó s conhecer se encantam com o sabor único e diferenciado do Café Caramello”, Fernanda a rma que ao longo deste período conquistou parcerias com empresas e cooperativas p ro m o ve n d o o p ro d u t o e tornando assim um sucesso em Patrocínio. Ao ser questionada se ela
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acha que as mulheres podem fazer a diferença no agronegócio, Fernanda Caixeta foi rme em sua resposta, “podem como já estão fazendo”. Ela contou que por terem uma boa desenvoltura, criatividade e serem inovadoras, as mulheres vêm mudando tanto o mercado quanto a visão do próprio homem e, assim, está ganhando mais espaço. Paula Teixeira Silva Reis também tem uma história de amor e estratégia com o agronegócio, como ela mesma disse. “Amor porque é muito bom você ver as coisas palpáveis ali, é quase romântico você ter o contato com a terra, e estratégia porque se a gente for parar para pensar temos aqui uma grandessíssima produção de cafés e outros produtos m a r av i l h o s o s, h á gr a n d e s empresas do agronegócio e multinacionais atuando em nossa região. Então atender a essas empresas, sobretudo às grandes com um grau de exigência muito grande e com a baixíssima oferta de pro ssionais especializados é uma questão de inteligência estratégica mesmo.”, pontuou. Já em relação ao envolvimento das mulheres com o agronegócio, a empresária tem a percepção de que mesmo não muito perceptivo, ainda há um machismo velado, mas ela acredita que este não é praticado de forma consciente, visto
que há muitas pessoas são extremamente cultas e educadas. “Eu acho que o machismo é praticado não só pelos homens, mas às vezes, nós mulheres mesmo enxergamos outras mulheres como impossibilitadas de realizar alguma coisa. Então todos nós temos que aprender um pouco mais a respeitar essa nova postura da mulher. Na maioria das vezes eu soube identi car esse machismo velado e no ramo de negócios, no meu caso que trabalha com aprendizagem corporativa, não foi difícil provar para essas pessoas que existe um novo horizonte”, a rmou Paula. No entanto, há muito que ser feito ainda. Muitas mulheres ainda estão desbravando esta área e ajudando a“capinar e tirar as ervas daninhas” do caminho, para que muitas outras possam se unir e melhorar, junto com os homens de nossa terra, esse setor tão importante para a nossa economia. “Eu acredito que existe um caminho certo para cada um e essa escolha do caminho certo só nós podemos fazer. Acho que nós todos somos maravilhosos e que a gente precisa é encontrar o nosso jeito certo, não existe fórmula para ser mulher não, cada uma tem a sua”, concluiu PaulaTeixeira Silva Reis. Por Stefany Christina/Gazeta
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Conselho Nacional do Café
EXPOCACCER CONQUISTA IMPORTANTE CERTIFICADO PARA EXPORTAÇÕES DE CAFÉ químicos e físicos. Somente armazéns altamente quali cados, pro ssionais preparados, treinados, conseguem desenvolver o projeto. Não é algo que se absorve em pouco tempo. É fruto de longo trabalho, contínuo, que foi construído com exigências de maquinário e pessoal quali cado, além do uso de objetos importantes para garantir que não haja a contaminação do café.” Para o Diretor do Departamento Comercial da Expocaccer, João Ferreira Júnior, a tendência é que em médio prazo a certi cação FSMA seja uma exigência para exportar não somente para os Estados Unidos da América. “Algumas companhias da Europa já estão pedindo o nosso código, com número da certi cação para poderem continuar comprando da cooperativa.
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xpocaccer conquista mais um título de armazéns certi cados, cumprindo assim a extensa documentação exigida pela Agência Federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos FDA (Food and Drug Administration). Foram intensos os momentos dedicados para desenvolvimento de documentos, recursos, capacitação dos funcionários dos armazéns e da sustentabilidade da Expocaccer, para garantir cumprimento das exigências das boas práticas fabris, correspondente à legislação norte americana de modernização da segurança de alimentos, cobrados
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pelo certi cado Food Safety Moder- ordenadas de acordo com critérios técnico-cientí cos e assegura que o nization Act (FSMA). A FDA tem como objetivo prote- café exportado pela Expocaccer ger a saúde pública, assegurando tenha respaldo quanto aos controque os alimentos estejam saudáve- les preventivos especí cos; planos is, seguros, sanitários e devidamen- de segurança do alimento; potenciais perigos; controle de processo; te rotulados para consumo. controle preventivo alergênicos; Com mérito nos esforços que domínio preventivo de cadeia de foram empenhados no desenvolvifornecimento, além do Regulamenmento da metodologia para armato FSMA. zéns da Expocaccer, de agora em De acordo com o Diretor de diante todo café exportado pela cooperativa para os Estados Unidos Operações e Logísticas das Unidaterá o selo de garantia certi cado des I e II de Armazenagem da Expocaccer, Leonardo Canto, ter certi pela FDA-FSMA. cação de tamanha importância As legislações que integram o como FDA-FSMA é um diferencial FSMA são regras fundamentais que agrega o compromisso empe-
nhado pela cooperativa e seus funcionários em garantir que os cooperados tenham a segurança de que seus cafés estão no lugar certo. “A nossa infraestrutura e os rigorosos processos de qualidade, armazenagem e rastreabilidade são responsáveis por um jeito especial de lidar com o café, que é único.” Leonardo Canto ressalta ainda que o cumprimento das exigências é um trabalho constante que não se encerra com a conquista do FSMA. “O certi cado, dentro de todos os critérios, é elaborado para atender aquilo que têm risco para alimentação humana, que vai do grau 1 ao 9, com cuidado para riscos biológicos,
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Acredito que em médio prazo provavelmente será uma excludente. Caso você não tenha o certi cado, não poderá exportar para os EUA.” A Expocaccer, como uma genuína representante dos produtores de café da Região do Cerrado Mineiro, está presente em mais de 120 países dos 5 continentes. A certi cação conferida pela agência norte americana dá ainda mais destaque ao respeito e excelência dos serviços oferecidos pela Expocaccer aos seus cooperados, terceiros e à Região do Cerrado Mineiro, mantendo a importante transparência e qualidade do café armazenado, para os mercados nacional e internacional. Anna Lívia/ASCOM Expocaccer
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Conheça a história da Família Montanari, uma das principais na cafeicultura da região
Minas Gerais é destaque mundial devido à grande produtividade de café. O estado foi responsável por cerca de 50% da produção nacional, nos últimos anos. Uma das cidades mineiras que mais se sobressaem nesse ramo é Patrocínio, não é à toa que é considerada a Capital do Café do Cerrado, o município está sempre entre os primeiros do ranking de produtores de grão. O café é de extrema importância para todos da cidade, pois é a base da economia. Quando a produção está boa, consequentemente movimenta o comércio e a prestação de serviços. No ano de
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2016, Patrocínio, cou no topo do ranking do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged, na época da colheita o setor agropecuário ofertou 1.618 vagas em apenas um mês. Todas essas conquistas se devem ao esforço das famílias no século XIX, que vieram para Minas Gerais em busca de oportunidades de trabalho e melhores condições de vida, um exemplo disso é a Família Montanari. Com orgulho estampado no rosto, Roger Montanari, contou sobre a vinda de seus bisavós da Itália para o Brasil, em 1890.
“A nossa família está completando mais de 120 anos de história na cafeicultura, começou com o meu bisavô. Eles vieram da Itália, da cidade de Rimini, pela primeira vez no século XIX, em torno de 1890 mais ou menos, eles chegaram à região da Mata de Minas”, relatou Roger. Em busca de uma nova vida começaram a plantar café. No entanto, a primeira passagem pelo Brasil foi curta, pois não se adaptaram ao clima e então retornaram à Itália. Um tempo depois iniciou a Primeira Guerra Mundial, diante dos riscos apresentados em seu país de
origem, vieram fugidos para o Brasil, mas dessa vez para a região do Sul de Minas. A cafeicultura na região sul mineira é antiga. Isso se iniciou com a expansão do café na mogiana paulista, durante o século XIX, quando os produtores procuraram novas áreas nas proximidades. Nesse tempo no Sul de Minas, nasceu o pai de Roger, João Batista Montanari no ano de 1945. João cresceu na cidade de Ouro Fino e depois mudou para o norte do Paraná, onde abriu uma fronteira de café com novas oportunidades na época. No Paraná, precisamente na cidade de Apucarana, o produtor se casou e teve três lhos: Roger, Marcelo e Patrícia. Em meados de 1970 ocorreu uma geada muito forte no Paraná que destruiu toda a região do café. Preocupado com a situação, João Montanari, buscou novos locais para continuar com sua produção.
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Então, do nal da década de 70 e inicio de 80 abriu uma nova fronteira no Cerrado Mineiro. As condições climáticas da região eram bastante favoráveis, porém o único problema é que a terra era muito fraca. No entanto, com o desenvolvimento da tecnologia o produtor percebeu que era possível cuidar daquela terra e então caria boa para produzir. João Montanari preferiu sair da área de risco (Paraná, devido ao clima) e veio para o Cerrado Mineiro, onde conseguiu terras mais baratas. Em 1984 adquiriu a primeira propriedade na nossa região, essa que hoje pertence ao seu irmão. Atualmente, além de João, seus lhos Marcelo, Roger e Patrícia, a quarta geração da família, continuam cuidando das fazendas e mantendo o legado dos Montanari na cafeicultura do país.
A evolução da história Hoje, a família Montanari, possui quatro unidades produtoras de café na região do Cerrado Mineiro, Fazenda São Paulo, Rainha da Paz, Montanari Três e um arrendamento próximo a comunidade de Silvano. Além disso, possuem a reserva de São Miguel e outras áreas de preservação, com o pensamento no bem do meio ambiente. “A proporção do uso da terra: 61% das nossas áreas é café. Então, temos uma área muito grande de preservação do meio ambiente, em torno de 36% é de reserva ambiental. O governo pede 20%, mas fazemos a mais”, a rmou Roger Montanari. Na gestão da empresa, possuem uma característica chamada Modelo de Excelência em Gestão – MEG, o sistema foi baseado em um modelo do SEBRAE. Assim que fecha um ano são analisados todos os resultados atingidos, com base nisso novas metas são formuladas para o próximo ano. A partir desse programa, foram premiados como Melhor Gestão de Minas Gerais e logo depois Melhor Gestão Nacional no ramo do agronegócio. Todos os anos a empresa recebe dezenas de clientes do mundo inteiro. Com mais de cem tipos de processos de produção de café, todas as informações são passadas aos visitantes, que escolhem o produto de sua preferência. E então, através da Expocaccer é feita a distribuição do café especial. Por Maria Gabriela Rabelo
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