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Web 2.0 Tenha seus aplicativos em qualquer lugar por Rodrigo Martin Macedo e Stella Dauer
IMAGINE UM MUNDO ONDE VOCÊ não precisa de aplicativos em seu computador. Um mundo onde basta abrir seu browser para ter à sua disposição um editor de texto, um editor de imagens, um mensageiro instantâneo, uma pasta para guardar seus arquivos e, até mesmo, um desktop. Por que não? Essa revolução, apesar do alarde atual, já acontece há muito tempo. Ela foi chamada de Web 2.0, termo usado pela primeira vez em 2004 pela O’Reilly Media, uma das principais editoras da atualidade em publicações a respeito de computadores, linguagens de programação e tecnologia em geral. O nome gera controvérsias, pois não há uma definição exata do termo, mas, ainda assim, tem trazido dinheiro e polêmica mundo afora. Em outubro, foi realizado o encontro Web 2.0 Conference. Dele participaram empresas como o Google, o Yahoo!, a Microsoft e a Mozilla Fundation, entre outras. O evento foi criado para discutir o novo ambiente da Web e seus novos modelos de negócio. Por isso, o nome existe oficialmente, e passou a ser utilizado para designar serviços online que ampliem o sentido da interação do usuário – que passa de simples leitor e visitante para colaborador ou utilizador de um site ou sistema da web. Na verdade, podemos dizer que a internet agora está nos servindo com mais do que oferecia antes, justamente porque, embora esse potencial já existisse antes, não era explorado por falta de recursos e de tecnologia suficientes. A idéia por trás da Web 2.0 (e do crescimento da internet como um todo) é que o ambiente online se torne mais dinâmico e que os usuários colaborem para a organização de conteúdo. Como um dos maiores exemplos, temos a Wikipedia, uma enciclopédia feita pelos internautas de todo o globo. Assim funcionam muitos aplicativos que se dizem inseridos na Web 2.0. Entretanto, na hora de fazermos um trabalho escolar, uma pesquisa, como é possível acreditar em uma informação colocada por qualquer pessoa em um site “público”? A informação anônima e sem garantia de credibilidade é o efeito colateral dessa “evolução”, e ainda é uma incógnita se o aumento da interatividade entre destinatário e mensagem irá elevar a comunicação a novos patamares ou, de outro modo, provocar uma crise. O usuário agora tem mais poder, é senhor do conteúdo. Sites como o Flickr, um fotoblog com mais recursos, são inteiramente dependentes dos usuários para existir. Até mesmo o sistema de visitas ficou mais complexo: à habilidade de opinar diretamente sobre o conteúdo damos o nome de Tagsonomia, ou seja, o poder do internauta de associar àquele trecho de qualquer coisa (pode ser uma foto, um texto, um vídeo) sua marca indelével, classificatória e pessoal. Cada conteúdo pode ter infinitas Tags e ser consu-
mido a partir delas. Além disso, tudo se tornou mais simples e mais acessível – não é necessário saber nada de programação. Blogs e wikis, entre outros recursos web com interfaces simplificadas para a adição, edição e remoção de conteúdo, agora permitiram uma liberdade sem igual, antes restrita apenas a programadores e webmasters. Enfim, todo esse rebuliço nos mostra que a internet derrubou as barreiras entre quem produz e quem consome conteúdo, e que essa mudança abre leques de possibilidades online cada vez mais ricos e interessantes para os usuários. A seguir, listamos e fornecemos um guia básico sobre alguns dos serviços que estão na crista dessa nova onda, e que valem a pena serem conferidos.
Writeboard
O Writeboard é um aplicativo online para edição de textos que, embora não substitua programas como o OpenOffice ou Microsoft Office, se apresenta como alternativa inteligente para quem precisa de um sistema de colaboração, em que diversas pessoas podem colocar a mão no texto. A sua simplicidade digna de nota permite que o usuário crie um documento protegido mediante o preenchimento de apenas três campos. Este documento poderá ser, posteriormente, acessado pelo usuário e por seus convidados.
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Acesse o endereço www.writeboard. com e, na janela principal, escolha um
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