África Sebastião Salgado
Trabalho de Ensino Religioso Trabalho de Ensino Religioso
Emanuelle Bruschi – 03 Gabriela Takeuchi – 06 Marcela Zandomenigui – 16
Stephanie Mark Li – 24 195 Professora Valeska Freman
Sebastião Salgado
Sebastião Salgado é um grande fotógrafo brasileiro que conquistou a arte fotográfica e o mundo com suas fotos. Nasceu no dia 8 de fevereiro de 1944 na cidade de Aimorés, Minas Gerais. Sebastião o único filho homem entre nove mulheres, foi graduado em Economia na universidade do Espírito Santo em 1968 e no mesmo ano pós-graduouse na Universidade de São Paulo (USP). Nesse mesmo ano trabalhou no Ministério da Economia. Em 1969 por causa da ditadura militar Salgado teve que ir para Paris, onde completou o doutorado em Economia, em 1971. Voltou ao Brasil onde trabalhou na Organização Internacional do Café, na fiscalização das plantações africanas.
Quando Sebastião fez 29 anos, viajou com sua esposa Lélia Wanick Salgado para a África, levando consigo uma maquina fotográfica, e foi nesse momento da sua vida que ele teve o encontro com a arte da fotografia. Depois da descoberta da sua paixão pela fotografia Sebastião descobre que o trabalho fotográfico era uma das melhores formas de enfrentar os acontecimentos planetários, e assim com a fotografia demonstra-la ao mundo. Ao decorrer do seu trabalho Salgado foram aos poucos se transformando em um dos principais e mais venerados fotógrafos. Sempre retratando os excluídos e os que se encontram á margem da sociedade.
Em 1973, quando ele era adepto as fotos pretas e brancas, Sebastião volta a Paris onde começa a sua trajetória como fotógrafo. Os seus primeiros trabalhos foram para abordar do clima seco no perímetro africano de Sahel de Níger, a imigrantes assalariados europeus. Passou por varias agencias fotográficas da Europa como a Gamma em 1974, onde registrou fotografias da Revolução dos Cravos em Portugal; Sygma de 1975 a 1979, em que transitou por vinte países, onde registrou diversos acontecimentos; a Magnum Photos em 1979, onde ele realizou uma fantástica sequencia de fotos documentais sobre camponeses latinoamericanos em sete anos. A partir disso esse seu trabalho deu origem ao seu primeiro livro, Outras Américas, lançado em 1986.
Em seguida Sebastião lançou Sahel: O Homem em Pânico, publicado no mesmo ano, produzido em parceria com a ONG Médicos sem Fronteiras, uma aliança que durou 15 meses. Essa obra retrata a longa seca no norte africano, e através de seu trabalho pode retratar as dificuldades, o povo, e a seca, uma inimiga fatal. De 1986 a 1992 todo o seu trabalho foi voltado a reproduzir fotograficamente a realidade dos funcionários manuais do Planeta, que deu resultado ao livro Trabalhadores de 1996. Em “Terra”, a temática foi o problema da questão agrária no Brasil. Em 1993 a 1999, o tema que Sebastião se dedicou foi o da emigração massiva de pessoas no mundo todo o que deu origem a obra Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo que alcançou um grande sucesso mundial.
Em 3 de abril de 2000, o fotógrafo foi indicado para ser representante da UNICEF, sempre publicando livros, conquistando prêmios no grande campo da arte. Uma grande conquista sua foi salvar a grande fazenda de sua família, sendo assim Sebastião e sua esposa, plantaram inúmeras arvores, flores e plantas que hoje deram o inicio ao Instituto Terra. Realizando o seu objetivo de devolver a natureza o que a décadas de degradação ambiental destruiu. A antiga fazenda de gado, antes completamente degradada, hoje abriga uma floresta rica em diversidade de espécies da flora de Mata Atlântica. A experiência comprova que junto a recuperação do verde, nascentes voltam a jorrar e espécies da fauna brasileira, em risco de extinção, voltam a ter um refúgio seguro.
Sebastião foi um grande fotógrafo que através de seu trabalho, demonstrou ao mundo as condições de vida, os excluídos, mostrou a realidade, com seu grande e talentoso trabalho o seu reconhecimento é refletido nos inúmeros prêmios que ganhou e obteve através do seu esforço e dedicação a sua paixão. Demonstrando, aprendendo, fotografando, passando dificuldades longe da família, em lugares meio arriscados é que vemos que seu trabalho reflete na sociedade a valorização da própria vida, o esforço, a arte e acima de tudo Sebastião Salgado.
Prêmios recebidos pelo fotógrafo 1982 - Prémio Eugene Smith para a melhor fotografia humanista; Prémio do Ministério da Cultura francês para a melhor fotografia humanista. 1984 - Prémio Kodak Premier Livre Photographique de la ville de Paris para o livro Autres Amériques. 1985 - Prémio Oskar Barnack, World Press Photo (Holanda), pelo trabalho sobre Sahel, reportagem humanitária do ano. 1986 - Pelos trabalhos sobre Sahel e América Latina: Prémio Primero Mes de la Photo Iberoamericana (Espanha); Melhor jornalista fotográfico do ano pela International Center of Photography de Nova Iorque; Melhor livro fotográfico do ano para Sahel, pelos Rencontres Internationales de la Photographie de Arles; Prémio para a melhor exposição do mês da fotografia (Paris Audiovisuel) porAutres Amériques. 1987 - Prémio de Melhor Fotógrafo do Ano, conjuntamente pela American Society of Magazine Photographers e pela Maine Photographic Workshop; Prémio Oliver Rebbot pelo Overseas Press Club de Nova Iorque.
1988 - Prémio Rey de Espan; Prémio Erich Salomon (Alemanha); prémio de Melhor Jornalista Fotográfico do Ano pelo International Center of Photography de Nova Iorque. 1989 - Prémio Erna e Victor Hasselblad(Suécia). 1990 - Prémio de melhor recolha de fotografias documentais por Uncertain Grace, atribuído pelo Maine Photographic Workshop( E.U.A.). 1991 - Prémio Commonwealth Award USA; Prémio Grand Prix de la ville de Paris. 1992 - Prémio Oskar Barnack (Alemanha) ; Eleito membro honorário da American Academy of Arts and Sciences, Cambridge (E.U.A.). 1993 - Prémio pelo livro La Main de L'Homme no Festival Internacional de Arles (França); Troféu Match d'Or pelo conjunto das suas obras; Prémio The World Hunger Year's Chapin Media de Fotojornalismo pelo livro La Main de L'Homme, Nova Iorque(E.U.A).
1994 - Prémio pela publicação do livro La Main de l'Homme, International Center of Photography, Nova Iorque(E.U.A.); Prémio Centenary Medal e Honorary Fellowship da Royal Photographic Soiciety of Great Britain, Bath (Inglaterra); Prémio Professional Photographer of the Year, PDMA Photographic Manufactures and Distributions Association, Nova Iorque(E.U.A.); Grand Prix National 1994, Ministério da Cultura e da Francofonia(França); Award of Excellence e Silver Award, Society of Newspapers Design, Nova Iorque(E.U.A.) 1996 - Prémio Overseas Press Club of America, Citation for Excellence, Nova Iorque(E.U.A.). 1997 - Prémio Nacional de Fotografia, Ministério da Cultura, Funarte(Brasil); Prémio A Luta pela Terra, Personalidade da Reforma Agrária, Movimento dos Sem-Terra( Brasil). 1998 - Medaille d'argent, Art Directors Club (Alemanha); Recebe o Alfred Eisenstaedt, Life Legend, atribuído pela Life Magazine, (E.U.A.); Prémio Principe de Asturias de las Artes (Espanha). 1999 - Recebe o Alfred Eisenstaedt Award for Magazine Photography na categoria "The Way we live" (E.U.A.).
Ficha técnica do livro África
Título: Africa Autor: Sebastião Salgado Tradução: Francisco Paiva Boléo, Lorenza di Lella, Sandra Biondo, Vicky Santolaria Malo Prefácio: Mia Couto Fotos: Sebastião Salgado Design: Lelia Wanick Salgado Editora: Taschen Ano: 2007 Idioma: Português / Espanhol / Italiano Especificações: 338 páginas
Áfric a
Justificativa do título do livro O título “África” do livro é justamente por retratar o grandioso continente africano, o berço da humanidade. Composta por cerca de 300 imagens capturadas ao longo de três décadas, o Livro África retrata as violências sofridas pela população local com as guerras tribais, as doenças e a falta de infraestrutura do continente, a fome, a miséria e o sofrimento. Mas também mostra imagens da natureza africana, que muitas vezes é explorada pelos outros continentes, porém possui uma grande riqueza e preciosidade nela, com uma esplêndida diversidade de espécies tanto na fauna e na flora.
Livro África e Passagem Bíblica
Projeto do Livro segundo Sebastião Salgado Sebastião Salgado fez a sua primeira viagem à África em 1971, quando ainda era economista da Organização Internacional do Café. Seu primeiro contato com esse continente foi em Ruanda. Voltou à África em 1991, período em que já era fotógrafo e capturou imagens de plantações de chá, porém em 1995 fotografou a destruição e queima dessas plantações e a morte de milhares de pessoas nativas. Já em 2004, se voltou a retratar a natureza africana com vulcões e gorilas. Foram 30 anos de trabalho para a formação do Livro da África. Este livro, segundo Sebastião, retrata não só a origem da civilização humana, mas também a história dele como fotógrafo, já que seus projetos foram principalmente feitos na África.
Com este livro, Sebastião tinha como objetivo sensibilizar as pessoas de todo o mundo com suas fotografias, mostrando a realidade daquele continente: de violência, de fome, de miséria, de diversas doenças como cólera, malária e a situação de instalação de um continente. Queria mostrar a exploração da África tanto com a natureza, da matéria prima como com os seres humanos. "Fotografo a realidade que está acontecendo. Não provoco aqueles fatos, eles fazem parte da nossa história". – Sebastião Salgado. “Eu acho que falta algo para a África. É um dos grandes continentes desse planeta, é um quinto da população do planeta, eu acho que está no momento de prestar atenção a essa população. A África tem que ser um participante completo e um modelo que nós criamos.” – Sebastião Salgado.
O Livro África foi o primeiro em que Sebastião Salgado insere fotografias da natureza.
“Tem que respeitar o bicho como se respeita o homem, saber como se aproximar. Com as paisagens é mais ou menos a mesma coisa, há uma certa dignidade nelas.” – Sebastião Salgado.
Localização Geográfica do Livro África O Livro África é dividido em três partes: • a primeira parte está concentrada no sul da África (Moçambique, Malawi, Angola, Zimbabwe, África do Sul, Namíbia); • a segunda parte na região dos Grandes Lagos (Congo , Ruanda, Burundi , Uganda, Tanzânia, Quénia ); • a terceira parte na região logo abaixo do deserto do Saara ( Burkina Faso, Mali, Sudão, Somália, Chade, Mauritânia, Senegal, Etiópia).
História do livro O continente africano sempre esteve na rota do fotógrafo Sebastião Salgado. Em 1971, ainda economista da Organização Internacional do Café, ele foi a Ruanda pela primeira vez. Voltaria ao país em outras ocasiões. Em 1991, já com fama internacional, ele fotografou plantações de chá, parte de um projeto comunitário, cujo início teve sua participação 20 anos antes; em 1995, registrou a destruição desses campos e os horrores do genocídio que matou mais de 800 mil pessoas; e, em 2004, retratou gorilas e vulcões. Tudo captado em um perímetro de apenas 50 km. Cerca de 300 imagens, feitas ao longo de 30 anos de carreira, integram "África", o novo trabalho do mais conhecido fotógrafo brasileiro.
"O livro conta um pouco minha história, porque comecei a fotografar na África e, como escrevo na introdução, dedico-o a um amigo. É um pedaço da minha história, mesmo antes de ser fotógrafo", conta. A dedicatória é para Joseph Munyankindi, um hutu que Salgado conheceu naquela primeira viagem a Ruanda, assassinado em 1994. O trabalho de Salgado ganhou projeção por levar ao mundo imagens de miséria e violência de lugares marcados por guerras e tragédias naturais. Em "África", pela primeira vez Salgado apresenta fotos de natureza. O prefácio foi escrito pelo romancista moçambicano Mia Couto, no qual descreve como a África de hoje é vítima de sua injusta colonização e das consequências mundiais das crises econômicas, sociais e ambientais.
Sebastião é um dos mais respeitados fotojornalistas da atualidade. Adepto da tradição da "fotografia engajada", Salgado recebeu praticamente todos os principais prêmios de fotografia do mundo como reconhecimento por seu trabalho ímpar.
Curiosidades
Numa visita à aldeia de Sabbatum, na Somália, o fotógrafo Sebastião Salgado presenciou "uma das coisas mais cruéis já vistas na vida". A cena que o chocou, há seis anos, foi a de duas meninas que acabavam de ter seus clitóris arrancados e cujas pernas eram mantidas unidas por ataduras para não rasgar a cirurgia precária. "Elas não podiam se mexer, haviam acabado de perder a possibilidade de prazer no futuro", lembra Salgado. "A expressão dos seus rostos era de tristeza fatal. Naquele dia eu não consegui mais fotografar."
"Fotografo a realidade que está acontecendo. Não provoco aqueles fatos, eles fazem parte da nossa história", diz. São massacres, êxodo de populações desesperadas e famélicas, retratos de pessoas vítimas de cólera, malária ou hanseníase em flagrantes difíceis de ver. Numa cena de grande impacto, uma mulher foge com a filha sob o fogo cerrado de um bombardeio aéreo, em 1985. Ela leva na cabeça a panela, como se fosse um capacete. "Isso aconteceu na província de Tigray, no norte da Etiópia, durante a guerra contra o governo. Eram refugiados abandonando o país em direção ao Sudão", diz ele.