editorial “... Todo dia eu só penso em poder parar Meio-dia eu só penso em dizer não Depois penso na vida pra levar E me calo com a boca de feijão
Seis da tarde como era de se esperar Ela pega e me espera no portão Diz que está muito louca pra beijar E me beija com a boca de paixão ...”
Cotidiano (Chico Buarque)
Vivemos loucamente entre muitos mundos, muitas realidades, muitas pessoas, muitas situações, muitos desafios, muitos muitos. Esse é nosso cotidiano, vivendo, aprendendo, ensinando e, quem sabe, até amando. Tudo é desafio, e cada desafio é uma nova conquista. Um novo momento para parar e pensar em como viver mais e melhor, conviver com as diferenças, aceitá-las ou contorná-las, mas sempre seguir caminhando - e até mesmo cantando, não é mesmo? Mais uma filha saindo para o mundo, conquistando leitores, amigos, fãs, e admiradores que representam carinho pelo nosso trabalho, resposta para nosso suor diário em busca de novas histórias e novas boas notícias, mesmo em meio à crise da bolsa, gripe suína, e outras notícias que não param de nos alarmar. Contra toda essa energia negativa, temos como nosso homenageado nesta edição o querídíssimo filósofo e colunista social do Jornal A Tribuna Luiz Alca de Sant´Anna, falando da cidade de Santos, de sua vida, seus projetos realizados e alguns por realizar. Família, vida, mãe, amigos, perdas, tudo isso em uma entrevista que poderia tomar mais de uma revista inteira sem se tornar cansativo. Muito obrigado, Luiz Alca, pela atenção e pelo carinho conosco, é uma honra tê-lo em nossa capa. Boa Leitura, Maycow Montemor
Na edição anterior... Pudemos conhecer em primeira mão a linda Luma e saber como é ser uma nova mãe através dos relatos de Gabi Montoro. Também observamos a sabedoria das mães mais experientes, representadas pela nossa homenageada Beth Montoro. Meninas, uma beijoca de coração, e meus parabéns - três gerações de mulheres lindas e de personalidade!
Ciclos pag. 15
Veronika decide morrer pag. 65
Equoterapia - A cura em quatro patas pag. 17
Menino do Rio - Retrato de uma geração pag. 67
Dean & Dan Caten - Modernidade para vestir pag. 22
Iriana Básico em dobro! pag. 70
Programa Petrobras Ambiental favorece o Projeto Albatroz pag. 25
Saint Selve - Entre e fique à vontade! pag. 72
Temáticos MSC - Combina comigo, combina com você! pag. 29 França, luz do mundo! pag. 33 Cátia Ferreira - Exclusividade e atenção aos detalhes pag. 36 Os homens estão mais ousados! pag. 42 Paula Orsatti - Ser feliz é apostar na vida! pag. 46 Quero casar! pag. 49 “Páginas” retrata a vida de Piaf pag. 52
Cadê o homem forte? pag. 77 Um novo talento começa a despontar pag. 81 Individualismo X Egoísmo pag. 85 Smart Center - 10 anos e muitas histórias pag. 88 Culinária bahiana - Muqueca de camarão à moda de Trancoso pag. 90 Eu vou com Cláudio Canalonga pag. 92 Coluna Social pag. 94 Fúria no trânsito - A verdadeira versão Road Rage pag. 98
Expediente Esta é uma publicação da M. Montemor Editora com todos os direitos reservados. Diretor l Maycow Montemor | Editora-chefe l Lorena Flosi (MTB 40.295) l Consultora Jurídica l Flávia Barile Redatora l Érica Amores | Fotografia l Márcia Rocha l Tratamento de imagem l Mirta Rocha Pasquato Coordenadora de Criação l Larissa Crantschaninov l Criação e Desenvolvimento de Artes l Alessandra Robim Colaboradores l Murillo Valverde * Leny Almeida * Renata Pierry * Beth Tiane * Cláudio Canalonga * Márcia Atik Capa l Márcia Rocha (Fotografia) l Mirta Rocha Pasquato (Criação) Distribuição segmentada | Tiragem 15.000 exemplares | Gráfica Arvatto Print - Bertelsmann
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crônica
Ciclos
Por Leny Almeida lenyalmeidahl@hotmail.com
A vida é feita de necessidades, construções, projetos e desafios. As necessidades nós conhecemos e são viscerais, como comer, beber, tomar banho... As nossas construções são aquelas que recebemos da nossa família, os nossos alicerces, que norteiam nossa constituição emocional, psicológica e espiritual. Os projetos começam com aprendizados na escola, nos dons que carregamos, aptidões que temos e as ambições de atingirmos o nosso ganho, as nossas conquistas materiais. Mas os desafios são tantos para equilibrar esse quadrado que sustenta nossa vida, que sentimos uma guerra interna entre o que é prioritário, o que é sonho, desejo e o que acentua nossas vaidades. Tenho sentido que, para algumas pessoas, o TER faz parte de uma busca desenfreada, direcionando todas as energias para esse específico ponto. Outras colocam o corpo como templo de prazer, de beleza e de exteriorização de felicidade, a ponto de
priorizar uma cirurgia estética, descuidando de um problema de saúde sabedor e pré-existente. Ideias fixas em progredir no âmbito profissional, guardando seus soldos para uma aposentadoria confortável, e nem se dando conta de fazer coisas prazerosas que custam pouco e não ameaçam sua tranquilidade na velhice. E a falta de leveza para viver sua juventude faz com que a saúde se fragilize, e essa tal tranquilidade é ameaçada com a solidão, a doença e um bom dinheiro no bolso. Vendo tudo isso e tendo consciência que não devo e nem posso julgar as atitudes e posturas das pessoas, me vejo analisando cada fase, cada experiência, cada acontecimento presente e o que posso agregar ao meu futuro. E tenho exigido um compromisso comigo mesma, de que cada ideia, projeto, desejo e desafio, cada encontro, cada frase e cada situação que experimento, tenham começo, meio e conclusão, para não ter a sensação que desordeno o meu tempo pela dificuldade de fechar ciclos.
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bem-estar
Equoterapia
Por Lorena Flosi
A cura em quatro patas
Cavalgar deixou de ser um prazer exclusivo dos apai-
xonados pelo hipismo ou amantes da natureza. Há um bom tempo, o esporte ultrapassou as barreiras dos hobbies e competições para assumir um posto muito mais nobre: o de contribuir para o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiências ou necessidades especiais.
Mas se engana quem pensa que o uso do cavalo como forma de terapia é novidade. Os primeiros registros de equoterapia datam de 400 a.C., quando Hipócrates utilizou os equinos para “regenerar a saúde” de seus pacientes. Já no século XIX, surgem os primeiros registros de atividades equestres ligadas a um hospital. Mas afinal, o que é a equoterapia, e como ela pode ajudar pessoas?
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Há mais de três décadas, a equoterapia ganhou notoriedade com as observações do médico alemão Rider. Vítima de um acidente vascular cerebral que o deixou semiparalisado, ele notou que a prática de andar a cavalo contribuia para a sua recuperação. Um dos impulsos para a disseminação da técnica foi a Segunda Guerra Mundial. Com ela, houve uma renascença da equoterapia, que foi usada em mutilados pela guerra, pois muitos deles tinham sido excelentes cavaleiros. A técnica se difundiu e começou a ser utilizada em todo o mundo. Também chamada de equitação terapêutica, a equoterapia é um método terapêutico interdisciplinar indicado para o desenvolvimento pessoal, somático e psíquico de pessoas com comprometimentos motores, mentais, ou emocionais. Nesse método, os cavalos são intermediadores, motivando os pacientes nas busca de seus objetivos. Esse método permite que o indivíduo desenvolva suas potencialidades, trabalhando aspectos relacionados ao tônus muscular, força, flexibilidade, relaxamento, responsabilidade, sociabilização, autoconfiança e autoestima. No Brasil, o tratamento tomou maior impulso a partir dos anos 80, com a criação da ANDE-Brasil (Associação Nacional de Equoterapia), mas somente nos últimos seis anos é que a equoterapia ganhou um espaço definitivo em meio às diversas modalidades terapêuticas. Em 1997, ela foi reconhecida como método terapêutico pelo Conselho Federal de Medicina. Para quem serve? A Equoterapia é indicada para tratamento de casos de paralisia cerebral, acidentes vasculares cerebrais, traumas crânio-encefálicos, atrasos maturativos, formas psiquiátricas de psicoses infantis, estados marginais como autismo, Síndrome de Down e dependência química. O método também pode ser usado para aliviar ou eliminar problemas de stress, depressão, dificuldades no aprendizado, na coordenação motora, timidez e deficiências físicas, entre outros. Como funciona? O futuro praticante de equoterapia deverá passar por uma avaliação clínica, feita pelo seu próprio médico ou pelo médico da equipe que irá atendê-lo, com a responsabilidade de indicar ou contra-indicar a prática da equoterapia. A equoterapia é indicada no tratamento dos mais diversos tipos de comprometimentos motores, como paralisia cerebral; problemas neurológicos, ortopédicos e posturais; comprometimentos mentais, como a Síndrome de Down; comprometimentos sociais, como distúrbios de comportamento, autismo, esquizofrenia, psicoses; comprometimentos emocionais; deficiência visual; deficiência auditiva; problemas escolares, tais como distúrbio de atenção, percepção, fala, linguagem, hiperatividade; e pessoas “saudáveis” que tenham problemas de postura, insônia, stress. De acordo com especialistas no assunto, o cavalo, ao se deslocar, realiza um movimento semelhante à
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marcha humana, ou seja: o centro gravitacional do cavalo é deslocado tridimensionalmente, num movimento semelhante à bacia pélvica humana. A correspondência entre os movimentos humano e equino é tal que a diferença entre um e outro é menor que 5%. Essa semelhança pode ajudar pacientes com lesões no cérebro, fornecendo imagens cerebrais e impulsos importantes para aprender ou reaprender a andar. Além disso, o cavalo passa três ondas vibratórias simultaneamente (para cima e para baixo, para um lado e para o outro e para frente e para trás), o que faz dele uma “máquina terapêutica” que nenhum outro método consegue imitar. Um dos grandes motivadores da terapia é a inversão de papéis: nesta situação, o próprio paciente é o protagonista do tratamento, tendo como parceiro o cavalo, e o terapeuta é um simples mediador. Outra vantagem da equoterapia é o biorritmo do cavalo e o movimento rítmico-balançante, que estimulam o metabolismo, regulam o tônus e melhoram os sistemas cardiovascular e respiratório. Já o movimento e a mudança de equilíbrio constante pedem uma adaptação incessante, fortalecendo a musculatura e a coordenação. A interação do praticante da equoterapia com o cavalo desenvolve ainda novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima. Para a criança, o cavalo é como um grande brinquedo de pelúcia, mas de difícil manuseio e que impõe respeito. O calor, o cheiro adocicado, a docilidade do corpo e o movimento rítmico do animal remetem aos primeiros contatos com a mãe e à maneira como foi transportada e cuidada por ela. Assim, a criança portadora de deficiência tem o apoio e o amparo de que necessita para se desenvolver. Na esfera social, a equoterapia é capaz de diminuir a agressividade, tornar o paciente mais sociável, melhorar sua autoestima, diminuir antipatias, construir amizades e treinar padrões de comportamento, como ajudar e ser ajudado, encaixar as exigências do próprio indivíduo com as necessidades do grupo e aceitar as próprias limitações e as limitações do outro, o que facilita a interação do deficiente físico e mental com a sociedade. A equoterapia é aplicada por intermédio de programas específicos, organizados de acordo com as necessidades e potencialidades do praticante, da finalidade do programa e dos objetivos a serem alcançados.
Benefícios Neuromotores
Benefícios Psicossociais
- Melhora do equilíbrio; - Ajuste tônico; - Alinhamento corporal; - Melhora da coordenação motora; - Força muscular; - Consciência corporal; - Organização espaçotemporal; - Funcionalidade.
- Melhora da concentração para a realização das atividades; - Iniciativa; - Melhora na autoestima; - Melhora no autocontrole; - Melhora na autoconfiança; - Independência; - Maior interação social.
Imagem de divulgação
personalidades
Dean & Dan Caten
Por Lorena Flosi
Modernidade para vestir Relativamente jovem no jet set da moda internacional, a grife DSquared traduz toda a sensualidade jovial contemporânea. Comandada pelos gêmeos Dean e Dan Caten, a DSquared tem uma relação estrelada de seguidores, como Madonna, Lenny Kravitz, Milla Jovovich, Justin Timberlake, Kate Moss, Ricky Martin e outros descolados, figurinhas fáceis no mainstraim, que não abrem mão de imprimir descontração e personalidade ao seu modo de vestir. Nascidos no Canadá, Dean e Dan são filhos de um italiano e uma americana e sempre sonharam com a mesma coisa: serem estrelas. Eles não sabiam exatamente o que queriam ser quando crescessem, até que Dean achou uma faculdade de moda em Nova York, e os dois, juntos, resolveram encarar. Foi então que descobriram sua verdadeira vocação, e, em 1991, mudaram-se para Milão para realizar esse sonho. Começaram como estilistas em uma fábrica de roupas para homens. Não deu certo. Juntaram dinheiro por três anos e fizeram uma coleção de 35 peças. Era um momento minimalista, e o showroom que os representaria, o super Jil Sander, os dispensou. Mas os irmãos não desistiram: foram com as peças debaixo do braço para uma feira francesa - e venderam tudo! Tomaram um empréstimo para dobrar a coleção, que um amigo, o produtor James King, entregou a Madonna como presente. Ela usou as calças e t-shirts em clipes do World Tour e... boom! Começaram a fazer feminino, com direito a desfile exclusivo. Os seus desfiles ficaram então conhecidos por aliar extravagâncias multimídia, numa junção de arte com música. Com a sensualidade a ser uma constante em suas coleções, estes irmãos criam roupas inspiradas na cultura americana, à qual se junta o requinte do design italiano e a atenção dada ao pormenor. O objetivo é dar um aspecto cool, sem parecer formal. Basicamente, criam roupa para os outros, como se o fizessem para eles próprios. Engraçada e provocadora, a DSquared tem um lema: “vestir uma mulher confiante, que deseja parecer descontraída, mas sem fazer cálculos”. A apresentação das suas roupas diz tudo sobre a marca: o primeiro desfile da dupla contou com nada mais nada menos que Eva Herzigova, Karolina Kurkova e Fernanda Tavares descendo de um jato completamente cor-de-rosa. A marca DSquared está intimamente relacionada à música. Para Madonna, assinou os figurinos do vídeo “Don’t Tell Me” e, posteriormente, de toda a
turnê “Drowned World Tour 2002”, com uma coleção de 150 modelos. Desenvolveu todo o figurino da cantora pop Christina Aguilera, visando renovar sua imagem durante a turnê “Stripped World Tour 2003”. Uma das grandes apostas feitas pela marca são os óculos e acessórios, já que, para os irmãos, são estes que dão o aspecto final de uma mulher e uma clara ideia das suas intenções. Para muitos críticos de moda, o ponto imbatível da DSquared são os jeans, muito bem cortados e com modelos ímpares. É deles a criação inspirada no hip hop, com cavalo bem baixo e justo na perna, que foi repetidamente copiada por aí. Os gêmeos deixaram registradas no site norteamericano Men Style (http://men.style.com) algumas regrinhas de estilo que eles acham relevantes. Confira uma seleção delas:
- Homens não conhecem direito as proporções certas. Estão acostumados com aqueles ternos quadradões, dois tamanhos maiores do que deveriam ser. Antídoto: quando achar que tem o terno certo, experimente um tamanho menor. - Para mudar seu look, dê uma mudada nos acessórios: experimente usar uma camisa com gravata um dia, e, no outro, vá desgravatado. Use um relógio de ouro ou diferente do que o de costume; o mesmo serve para o cinto. - “If something talks, the rest walk” – ou seja, escolha uma peça diva pra usar, quer seja pelo seu toque de cor ou pelo design, e deixe que as outras peças sejam apenas coadjuvantes. - Perfume demais enjoa. Mantenha o uso do seu discreto, do tipo que só dá para sentir quando bem perto de você, e não a quilômetros de distância. - É sempre melhor estar mais bem-vestido para uma ocasião do que menos. Ouviram, rapazes? Preciso estampar esta em algum billboard da vida? - Quando os seus sapatos sociais ficam com cara de usados e gastadinhos, passe a usá-los com algo mais informal, como o seu jeans. E somente com eles.
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Simmons Qualidade distribuida em 103 paĂses
responsabilidade social
Programa Petrobras Ambiental favorece o Por Érica Amores
Foto: Luciano Candisani
Projeto Albatroz
A bióloga Tatiana Neves, coordenadora do Projeto Albatroz
Quando o assunto é responsabilidade sócio-ambiental precisamos dar todos os créditos à Petrobras. A empresa investe, e muito, em meio ambiente. Através do Programa Petrobras Ambiental – PPA, atua diretamente em temas ambientais relevantes para a Companhia e para o País, articulando iniciativas que contribuem para criar soluções e oferecer alternativas com potencial transformador em sinergia com políticas públicas. O PPA tem três linhas de atuação para o período 20082012. São elas a gestão de corpos hídricos superficiais e subterrâneos, com ações voltadas para reversão de processos de degradação dos recursos hídricos e promoção de práticas de uso racional desses recursos; a fixação de carbono e emissões evitadas, com base na recuperação de áreas degradadas, reconversão produtiva e conservação de florestas e áreas naturais; e, por último, a recuperação ou conservação de espécies e ambientes costeiros, marinhos e de água doce.
É justamente dentro dessa terceira premissa que encontramos um dos beneficiados pelo patrocínio da empresa, o Projeto Albatroz, que, no último mês de maio, apresentou os resultados obtidos nos últimos dois anos após ter entrado para o PPA. O Projeto Albatroz surgiu em 1991 pela necessidade de reduzir a captura não-intencional de aves marinhas pela pesca com espinhel em águas brasileiras. O incidente acontece quando as aves seguem os barcos de pesca em busca de alimento e acabam fisgadas ao tentar pegar as iscas. O espinhel, também conhecido como longline, é um extenso cabo de nylon do qual partem linhas secundárias com diversos anzóis: o número total de anzóis de um único espinhel pode chegar a 1.200. “O Patrocínio do Programa Petrobras Ambiental é para nós e para qualquer organização um motivo de orgulho. Para ser aprovado nesse concorrido edital, o Projeto
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passa por uma criteriosa análise feita por um colegiado de consultores externos e internos que selecionam as melhores propostas de trabalho que atendem a critérios pré-estabelecidos. Ficamos felizes em contar com esse patrocínio que, além de fortalecer o Projeto Albatroz institucionalmente, permitiu um grande avanço nas nossas ações de pesquisa e educação ambiental”, ressalta a coordenadora do Projeto Albatroz, a bióloga Tatiana Neves. Segundo Tatiana, o Projeto previa duas linhas de ações diferentes, porém, complementares. Uma voltada à educação ambiental junto aos pescadores da frota de espinhel de Santos (SP) e Itajaí (SC), e a outra voltada à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para a otimização da pesca oceânica visando melhorar a produção pesqueira e reduzir a captura acidental de animais que não são objetivos das pescarias, como aves e tartarugas marinhas. “Durante a execução do projeto, os técnicos do Projeto Albatroz estiveram nos terminais de pescas sempre que uma embarcação de pesca com espinhel retornava do mar, obtendo assim importantes informações sobre a interação aves-pesca. Também foi possível acompanhar os longos cruzeiros de pesca em alto mar introduzindo observadores científicos a bordo, treinados e selecionados para coletarem dados e treinarem os pescadores para incorporarem as medidas que evitam a captura das aves nos anzóis. Os resultados foram muito positivos”, conta a bióloga.
Por outro lado, a coordenadora do Projeto lembra que, durante as pesquisas em alto mar, foi constatado que a produção pesqueira aumentou em 15%, devido, provavelmente, à redução da interferência das aves na atividade. “Se afastarmos as aves da área onde os anzóis ainda não afundaram, reduzimos também a chance delas retirarem as iscas dos anzóis sem serem capturadas, o que atrapalha a pescaria. Fora isso, a cada ave capturada, é um peixe a menos que o pescador poderia ter pescado. O uso do “toriline” é benéfico para todos: para as aves, que não são capturadas; para o pescador, que pode pescar melhor; e para a sociedade, que vê seus recursos naturais serem preservados”. Para conseguir uma redução da captura que chegue ao índice indicado pelas autoridades ambientais, Tatiana explica que mais pesquisas são necessárias. “É preciso melhorar ainda mais o desenho do “toriline” utilizado no Brasil e testá-lo junto a outras medidas já conhecidas, como a largada do espinhel durante a noite, a redução dos descartes de restos de peixes que atraem as aves e o tingimento das iscas de azul, fato já bastante conhecido dos pescadores e que também pode melhorar a pescaria. O Projeto busca parceiros e patrocinadores para ajudar no desenvolvimento de pesquisas em alto mar e na divulgação dos seus resultados para os pescadores e para a sociedade de uma maneira geral”. “Foi importante demais para o Projeto Albatroz ter realizado esse trabalho com o patrocínio do Petrobras Ambiental. O fato de termos conquistado resultados
Foto: Luciano Candisani
A principal medida para evitar a captura das aves testada e implantada durante o projeto, de acordo com Tatiana, foi o “toriline”, um tipo de espantalho marinho feito de fitas coloridas que, ao balançar ao vento, espanta as aves da área onde os anzóis dos espinhéis ainda estão próximos da superfície do mar. Ela conta que, com o uso do “toriline”, foi possível reduzir em 60% a captura de aves nos espinhéis no Brasil.
“As estatísticas indicam que, cada vez que o pescador joga o espinhel no mar (que tem cerca de 1.000 anzóis iscados), a chance é de 90% de uma ave ser capturada se ele não utilizar o “toriline”. E cerca de 30% se ele utilizá-lo. A redução é significativa, mas não suficiente, uma vez que o Governo Brasileiro indica um índice de 0,1% como uma taxa aceitável”, afirma Tatiana.
Diomedea sanfordi
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tão importantes mostra para nós mesmos, para os pescadores e para todos que é possível encontrar soluções sem que medidas drásticas restritivas à pesca sejam adotadas. Se encontramos uma maneira de realizar a pesca sem causar impacto às aves, será uma forma também de ajudar o desenvolvimento da pesca responsável”, defende Tatiana. A bióloga destaca ainda a importância do PPA: “A importância da Petrobras para o desenvolvimento de projetos ambientais, sociais, culturais, científicos e esportivos no Brasil é inquestionável. Na área da conservação marinha, não é diferente. Basta dizer que os maiores projetos de conservação da fauna marinha, como o Tamar, Albatroz, Peixe-boi, Baleia Franca, Baleia Jubarte, Golfinho-rotador, meros do Brasil e Coral Vivo são projetos patrocinados pela Petrobras. Espero que o Programa Petrobras Ambiental continue apoiando essas instituições que promovem não só a conservação das espécies marinhas, mas também a conscientização do público sobre o importante tema da preservação dos nossos mares”, conclui. Pesca Incidental - Dados da BirdLife International mostram que, a cada ano, cerca de 300 mil aves são mortas pela pesca incidental. Destas, mais de 100 mil são albatrozes. E, de acordo com estudos feitos pelo Projeto Albatroz, somente no Brasil, mais de 10 mil albatrozes são mortos em um ano, e, a cada cinco minutos, um albatroz morre no mundo. O Projeto Albatroz trabalha para a conscientização do setor pesqueiro e propõe diversas medidas mitigadoras para a redução da captura incidental de albatrozes no Brasil. Das 22 espécies de albatrozes que ocorrem no mundo, 19 delas (86%) estão ameaçadas de extinção, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza – IUCN. Além de ser patrocinado pelo Programa Petrobras Ambiental, o Projeto Albatroz tem como parceiros o Programa Albatross Task Force, da BirdLife International, o Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (SEAP), o Instituto de Pesca de São Paulo - Museu de Pesca, Fundação O Boticário de Proteção a Natureza, entre outros. Projeto – o Projeto Albatroz nasceu através da Bióloga Tatiana Neves, que, alarmada com pesquisas realizadas em todo o mundo sobre a problemática da captura incidental de albatrozes e petréis, resolveu aprofundar essa pesquisa nas regiões sul e sudeste do Brasil. As primeiras atividades do Projeto aconteceram no TPS - Terminal Pesqueiro de Santos, com uma equipe de aproximadamente 30 estagiários para monitorar o desembarque de 14 embarcações de pesca com espinhel que, na época, utilizavam o Porto de Santos para suas atividades. Em território nacional, a solidez das atividades do Projeto Albatroz o faz parceiro de instituições renomadas, como o IBAMA, SEAP, NEMA, FURG, UNIVALI, UFRPE e a Fundação Pró-Tamar, com a qual tem forte sinergia. Desenvolve trabalho em rede, tendo parcerias em diversas regiões do país. Nos portos do nordeste, atua na capacitação de observadores do Programa Nacional de Observadores de Bordo - PROBORDO, coordenado pela Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República - SEAP/PR e administrado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Também mantém cooperação técnica com a Universidade do Vale do Itajaí, sediada em Itajaí, que administra o mesmo programa em sua porção sul/sudeste. Para acompanhamento da captura de tartarugas na pesca com espinhel, trabalha em consonância com o Programa Tamar - Pesca, tanto nos portos do nordeste quanto no Espírito Santo e Santa Catarina. É ainda parceiro do Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental - NEMA, para o acompanhamento da pesca no porto de Rio Grande - RS. É apoiado por diversos Centros Especializados do Ibama como CEPNOR, CEPENE, CEMAVE, Centro TAMAR, CMA, CEPSUL e CEPERG, além de trabalhar em proximidade com a Diretoria de Biodiversidade em Brasília.
cruzeiros
Temáticos MSC
Por Érica Amores
Combina comigo, combina com você!
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MSC Lirica
Está cada vez mais interessante e diferente fazer um cruzeiro marítimo. Se, há alguns anos, o charme e a atratividade de uma viagem a bordo de um transatlântico dependiam, essencialmente, do navio e de suas atrações, agora a realidade é bem outra. A proposta de oferecer cruzeiros temáticos fica mais forte a cada ano. A procura só aumenta e há quem escolha sua viagem não mais de acordo com o navio, mas, principalmente, levando em consideração qual será o tema do cruzeiro.
Líder do setor no Brasil e na América do Sul, a MSC Cruzeiros tem a frota mais moderna do mundo no Brasil e foi a primeira a receber o ISO 22000 pela qualidade e segurança dos alimentos em seus navios. “É uma empresa com iniciativas reconhecidas nas áreas do meio ambiente, sustentabilidade e responsabilidade social. Integra um grande grupo internacional que emprega cerca de 45 mil pessoas ao redor do mundo”, conta Andrade.
A MSC Cruzeiros oferece os mais variados cruzeiros temáticos. Tem para todos os gostos, idades e preferências, conta o gerente Comercial da Mendes Tur – Câmbio e Turismo, Alex Andrade. “A armadora atende realmente a gostos diferenciados. Embora os navios da MSC Cruzeiros tenham a frota mais moderna do Brasil, design italiano e áreas similares como boates, bares, piscinas e teatros, existem muitos espaços especiais para atender públicos específicos como, por exemplo, o Kaito Suhi Bar, o Havana Club, quadra para squash ou cinema 4D. Isso sem falar da ampla opção de cruzeiros temáticos que atraem o público com gosto similar”, afirma.
Na temporada 2009/2010, os navios MSC Musica, MSC Orchestra e MSC Lirica aportarão em Santos-SP trazendo uma ótima variedade de temáticos. Entre eles, o Cruzeiro MUSICAL. Em sua segunda edição, propõe uma incursão pelo mundo da música brasileira em seus diversos estilos, como a bossa-nova, o samba, o chorinho, a MPB, o jazz e o blues. Oficinas de percussão e de instrumentos de sopro vão envolver os participantes diretamente na prática. A alternativa para quem gosta de dançar é o “Cruzeiro Baila Comigo”, que terá três edições nesta temporada. As aulas trazem muito alto-astral, energia e
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descontração em ritmos como salsa, forró, tango, merengue, samba e o ousado zouk, entre outros. É um ótimo momento para fazer novas amizades e aliviar o estresse, a partir de uma combinação única: o mar, a dança e o glamour dos navios da MSC Cruzeiros. Quem busca bem-estar a bordo de um cruzeiro temático terá como escolha o “3° Cruzeiro Beleza sem Fronteiras”, com atividades diversificadas para todas as idades. Qualidade de vida também é tema de cruzeiro na MSC. O “Cruzeiro Qualidade de Vida” traz saúde em primeiro lugar. Os passageiros encontram nesta viagem muitos momentos de relaxamento e um programa completo de diversas atividades para o tratamento do corpo e da alma. Agora, se você preferir um misto de moda, arte e música, a sugestão de Andrade é o temático “2° Brazil Fashion Cruise”, totalmente dedicado ao mundo do estilo, das passarelas, da moda e das tendências, contando com a presença de estilistas e artistas brasileiros e estrangeiros. A MSC oferece ainda o “2° Cruzeiro Mundo Fantástico”, uma verdadeira viagem pelo mundo do sonho, da magia e da alegria das festas, com a proposta de trabalhar a integração da família e da vida a dois, através de atividades como a recreação familiar e palestras para adultos com temas como “harmonia”. Na sua sexta edição, o “Artmar” é um sucesso. É o temático certo para se permitir deixar fluir toda a energia criativa por meio da arte, da cultura e da moda. Pintar um quadro, ouvir opiniões de mestres e colegas sobre a sua expressão, aprimorar o traço e criar uma escultura são algumas das atividades programadas para o Cruzeiro Artmar.
MSC Musica É um navio com 1.275 cabines e capacidade para mais de três mil hóspedes. Possui 18 suítes com varandas privativas, 809 cabines com varanda, sendo três delas para deficientes físicos. Dispõe de cinco restaurantes, duas piscinas para adultos, uma para crianças e quatro jacuzzis, vários bares internos e externos, muitas áreas sociais para diversão, atividades esportivas e de relaxamento. O MSC Musica fará 24 escalas em Santos a partir do dia 19 de novembro de 2009 até o dia 17 de março de 2010. MSC Orchestra Irmão gêmeo do MSC Musica, o navio foi construído em 2007. E, embora tenha exatamente as mesmas dimensões e estrutura, possui uma decoração exclusiva e diferenciada que garante sua atratividade. O transatlântico fará 23 escalas em Santos a partir do dia 18 de dezembro de 2009 até o dia 20 de abril de 2010. MSC Lirica É um navio com 251,25 metros de comprimento e 28,8 metros de largura, com 780 cabines e capacidade para 1.560 hóspedes. Foi construído em 2003 e possui 132 cabines com varandas. O MSC Lirica possui 4 restaurantes, vários bares externos e internos, muitas áreas sociais específicas para diversão, atividades esportivas e de relaxamento. O perfil de público da MSC Cruzeiros não tem diferenciação por navios. A diferenciação acontece em caso de cruzeiros temáticos ou de fretamentos. O MSC Lirica fará 17 escalas em Santos a partir do dia 23 de outubro de 2009 até o dia 19 de dezembro de 2009.
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Uma das novidades da temporada é “Cruzeiro Dolce Vita”, afinal, quem não quer estar de bem com a vida? Neste cruzeiro você poderá participar de várias atividades para o equilíbrio físico, mental e espiritual.
A MSC Cruzeiros apresenta diversos pacotes de cruzeiros temáticos para todos os gostos. Um destes temáticos com certeza combina comigo e com você!
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turismo
França,
Por Érica Amores
Imagem de divulgação
Luz do mundo!
Château Sully-Sur-Loire
Um dos países mais fascinantes da Europa, essa é a França. Quem está em busca de um destino que consiga unir em uma única viagem cultura, paisagens deslumbrantes, gastronomia inigualável e infinitas opções de passeios – para os mais variados gostos – então, com certeza, o destino é a França. Celeiro do mundo no que diz respeito às artes, filosofia, moda, gastronomia e valores humanistas, a França é o país mais visitado do mundo. São mais de 70 milhões de turistas todos os anos, muitos atraídos por Paris, a “cidade luz”. Mas a França reserva encantos em muitas outras cidades inesquecíveis, desde as regiões montanhosas às concorridas praias do Mediterrâneo. É fato que a França teve um papel fundamental no desenvolvimento da civilização ocidental, passando pelas mãos dos celtas em épocas anteriores a Cristo; abateu-se sob o domínio romano até o final do século V; foi conquistada pelos Gauleses e, por volta do século IX, tornou-se um aglomerado de feudos. Já no século
XX, o país ficou arrasado com as Guerras Mundiais. Foi em 1968 que protestos estudantis repercutiram em todo o mundo e minaram o governo do general De Gaulle. Reflexo dos tempos, François Miterrand tornou-se o primeiro socialista a assumir a presidência da França em 1981. Hoje, a França tem como presidente Nicolas Sarkozy. “A França atrai mais gente que qualquer outro lugar no mundo e com o brasileiro não é diferente. O País é encantador no perfume, na etiqueta, na moda e no iluminismo”, reforça o gerente Comercial da Mendes Tur – Câmbio e Turismo, Alex Andrade. E a França é assim mesmo, deslumbramento total. Os perfumes franceses são conhecidos mundialmente por sua sofisticação, qualidade e glamour. E o estilista francês Christian Dior tem grande papel neste cenário. Criador da Maison Dior, ícone do universo da moda mundial e uma das que mais lançou perfumes femininos com sua marca, fala por si só.
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No assunto moda, também não há como deixar de falar de Hubert James Marcel Taffin de Givenchy. Quando a moda considerada elegante definia que as peças deveriam fazer parte de um conjunto e, portanto, combinarem entre si, ele conseguiu que saias fossem usadas com suéteres, blusas, bodies e boleros e, mesmo trazendo um novo conceito – onde um conjunto poderia ter peças independentes -, Givenchy não foi nenhum revolucionário dos anos 50. Porém, seu estilo apurado marcou a fase de ouro da alta-costura francesa. E como moda e compras andam juntas, não deixe de conhecer a Avenue Montaigne, endereço da altacostura em Paris, Galeries Lafayette, La Samaritaine e Printemps, onde estão todas as lojas de departamento que reúnem num mesmo endereço produtos de beleza, perfumes, utilidades domésticas, roupas e acessórios. A gastronomia, assim como a Italiana, é uma das mais apreciadas e respeitadas mundo afora. É um capítulo a parte de sua viagem. “Uma refeição para os franceses não é apenas alimento, é um ritual em si, um acontecimento especial, o melhor momento do dia, que pode durar várias horas ou mesmo uma noite inteira. Uma viagem gastronômica pela França começa pelos châteaux (castelos) do Vale do Loire, muito apreciados por suas lojas de queijos e vinhos”, indica o gerente Comercial da Mendes Tur. Outra dica para se conhecer bem o espírito da França é fazer uma “viagem gastronômica” pelas diferentes regiões do País. Cada cidadezinha do interior francês, por menor que seja, tem a sua cozinha e os seus vinhos particulares. Segundo Andrade, as melhores épocas do ano para visitar o País são na primavera e no outono, quando as temperaturas estão convidativas, e os preços, também. E a maioria dos festivais e comemorações do calendário francês acontece nos meses de maio, outubro e novembro, os mais recomendados. “Se for a França, reserve um dia para conhecer o Museu do Louvre, fundado no século XII. A pirâmide de vidro só foi construída em 1989, mas é imperdível. Não deixe de visitar a Ópera Garnier, onde são apresentados grandes espetáculos. Impossível não visitar cidades como Paris, Marselha, Provence, Vale do Loire, Nice, Lyon, Estrasburgo, Chamonix, Normandia, Côte D´Azur, Avignon e Bordeaux”, destaca. Entre os muitos atrativos turísticos deste rico País, anote as indicações de Andrade: “As praias da Cote d’Azur ou Riviera Francesa são imperdíveis, especialmente Nice, o Principado de Mônaco, Saint-Tropez e Cannes; a Normandia, cenário dos impressionistas; Avignon, uma cidade medieval murada de pedra que já foi sede do papado católico; Bordeaux, onde o vinho chega a ser mais barato que água; e, claro, Paris, a Cidade Luz, uma metrópole moderna, intelectual e artística com cara de vilarejo antigo”. Paris é considerada uma das mais atraentes capitais da Europa. Quem visita Paris à noite, no Natal e Ano Novo, entende facilmente a expressão “Cidade Luz”. A iluminação é realmente de encantar os olhos.
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“Paris tem sua trajetória marcada por grandes fatos e personagens que influenciaram o planeta: os gauleses, a dominação romana, a ascensão de Luís XVI, a Comuna, Napoleão, revoluções, diversos movimentos artísticos, duas guerras mundiais, um título de Copa do Mundo, muitas festas e manifestações populares. Assim como sua história, as atrações são mundialmente conhecidas, como o Museu do Louvre, Torre Eiffel, Notre-Dame, Opéra e o Arco do Triunfo”, conta Andrade. Não há público certo para este País. Jovens, adultos, casais, solteiros. Uma viagem a França agrada a todos, principalmente aos recém-casados. “A França sempre será uma ótima opção para uma lua-de-mel com muito charme e romantismo. Temos várias opções de roteiros, pois trabalhamos com várias operadoras do destino França. Conseguimos oferecer sempre o que há de melhor para todos os nossos clientes”, conclui. Consulte a Mendes Tur e veja a melhor opção de pacote para sua viagem. Informações pelo telefone (13) 32089000 ou acesse www.mendestur.com.br.
DESTINO FRANÇA AONDE IR? Paris
Nice
- Torre Eiffel; - Museu do Louvre; - Arco do Triunfo; - Champs-Élysées; - Centro Georges Pompidou; - Catedral de NotreDame de Paris; - Montmartre; - Quai d’Orsay; - Museu de Orsay; - Hôtel des Invalides; - Palácio de Versalhes; - Disneyland Resort Paris; - Museu da Arte e História do Judaísmo.
- Passeio dos Ingleses; - Praia de Nice; - Museu de Arte Contemporânea; - Museu Chagall; - Museu Matisse; - Teatro de Verdure; - Museu Pablo Picasso; - Museu de Arte Moderna; - Museu de Belas Artes Jules Cherét.
Marselha - Vieux Port (Porto Velho); - Castelo de If; - Cours Julien (bairro tradicional e cultural); - Cité Radieuse; - Notre Dame de la Garde. Nantes - Catedral de Nantes; - Coluna de Luis XVI; - Estátua de Henrique, o Navegante; - Os Anéis; - Castelo dos duques da Bretanha;
Toulouse - Mercado da Praça Arnaud-Bernard; - Basílica de La Dourade de Toulouse; - Basílica de San Sernín; - Convento dos Jacobinos; - Capitólio; - Jardim das Plantas; - Jardim Real; - Museu Saint-Raymond de Arqueologia. - Museu du Vieux Toulouse - Museu GeorgesLabit - Museu de Arte Moderna e Contemporânea - Museu de História Natural
Foto: Mรกrcia Rocha
arquitetura e decoração
Cátia Ferreira
Por Lorena Flosi
Exclusividade e atenção aos detalhes A santista Cátia Ferreira encontrou na arquitetura um caminho para dar vasão à afinidade com a cenografia, nascida de sua vivência com a dança. E é a visão global da criação que determina seu compromisso com o novo, o inusitado dentro do tecnicamente viável, nunca se esquecendo do binômio forma/função. “Na minha opinião, é o que há de mais importante na atuação de um arquiteto. Isto acaba influenciando o estilo do trabalho e do padrão estético. Há também uma preocupação constante com a relação custo-benefício de cada risco que se faz sobre o papel, porque naquele risco está o talento do profissional e o sucesso da viabilidade técnica e econômica de cada projeto.” O trabalho de Cátia Ferreira já deixou marca na arquitetura comercial da região. São delas os trabalhos de identidade visual de empresas conhecidas na Baixada Santista, como Esquina da Esfiha, Saluá Esfihas e Stiletto, entre outros. “Sempre há o compromisso com a
criação, mas especialmente com o programa solicitado por cada proprietário, onde a maior prova de sucesso é a longevidade da ideia, que vai sendo atualizada, adaptada, mas preservada na sua essência.” Embora não sigam um estilo específico, os trabalhos de Cátia têm a marca da vanguarda no uso de materiais: vidro, aço, pedra e madeira ganham uma interpretação particular, pensada exclusivamente para cada cliente. “Recordo-me de quando não havia peças de metal para uma série de acabamentos de decoração - os desenhos eram criados no escritório e fabricados peça a peça, o que garantia exclusividade para cada cliente. Ainda hoje tenho projetos cujos pés dos mobiliários, por exemplo, foram desenhados e torneados em aço com exclusividade. Acho que isso é um dos diferenciais a oferecer, que traduz o cuidado com cada projeto, cada detalhe.”
Quarto da menina - projeto realizado por Cátia para a cobertura de um cliente
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Bar - projeto realizado por Cátia para a cobertura de um cliente
Versátil, Cátia desenvolve projetos em urbanismo destaque para o projeto da arena do 1º Carnaval Metropolitano - e já se aventurou pela área de criação cinematográfica, quando desenvolveu cenário, figurino e detalhes de cena para o curta Preciosa Rubiácea. “Gosto bastante do setor comercial, mas a arquitetura residencial oferece outros desafios. Projeto as residências desde a fundação até a última almofada. Torna-se um trabalho longo, diferente das lojas, onde tudo funciona muito rápido. Todos os trabalhos me dão muita satisfação. É a emoção do traço se concretizando. O poder do rabisco no papel que vira realidade. É mágico.”
Para Cátia, a principal missão do arquiteto é criar os espaços ideais para o uso das pessoas, provocando emoções através de sensações de luz, sombra, amplitudes, cores e aromas. Por isso, não há como diferenciar arquitetura e decoração. “Decoração, a meu ver, é a arquitetura ‘in door’. Meu trabalho em decoração sempre contempla o espaço, modificações de paredes, gesso, iluminação e texturas com o objetivo da criação de um novo ambiente. Quando se fala em estilo, gosto muito das curvas, quando estas podem surgir inusitadamente - fora do óbvio e do uso dos materiais autênticos.”
Cozinha - projeto realizado por Cátia para a cobertura de um cliente
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Imagem de divulgação - AD Life Style
moda
Os homens estão
mais ousados! Homens contemporâneos, de todos os tipos: eles se preocupam com a mente, o corpo e com o armário. Os closets masculinos estão mais bem cuidados do que nunca! E a moda vem contribuindo para isso. Ela evolui a cada dia, alterando hábitos culturais e causando verdadeiras mudanças conceituais nos homens. A criatividade da moda atrai todo tipo de homem, pois atende a gostos e perfis diferenciados. E quem se arriscava a dizer que apenas os metrossexuais eram antenados com a moda, errou! É bem verdade que o homem metrossexual vive nas grandes metrópoles, é um empreendedor bem-sucedido, e se preocupa muito com o aspecto visual. Principalmente com o seu guarda-roupa. Mas este tipo de homem não é o único que vem contribuindo para o aumento dos lucros e da exposição da indústria da moda masculina. Afinal, quem não gosta de se vestir bem, de se sentir bem? A moda está até mesmo revolucionando os formatos mais convencionais, de uma camisa ou uma calça. Quem diria, há poucos anos, que o “stretch” chegaria às calças masculinas? E chegou! “A moda masculina está ficando um pouco mais ousada. Mas no bom sentido! Os homens estão se permitindo um pouco mais. Usam decote V mais aberto, echarpes, brincam mais com sobreposições, e isso é ótimo”! A afirmação é da coordenadora de Tops masculino e feminino da AD Life Style, Ana Paula Demaison. Em entrevista à Revista Studio Box, Ana Paula fala sobre o atual momento da moda masculina, sobre a vaidade do homem contemporâneo e as principais tendências outono-inverno. Confira! Como se veste o homem de hoje? Qual seu estilo? Existem diversos estilos. Os mais básicos, que preferem não arriscar muito, mas de vez em quando se permitem colocar uma peça mais descolada. Os antenados, com decotes, lenços, calça saruel e bolsas. Os moderninhos, que às vezes até exageram em suas produções, dando algumas derrapadas. E os tradicionais, mais clássicos e conservadores.
Por Érica Amores
O que não pode faltar no guarda-roupa masculino durante todo o ano? Um bom jeans, camisetas branca e preta, um sapatênis bacana e uma bela camisa social branca! É notório que o homem contemporâneo é mais vaidoso. Como a moda masculina lida com esta realidade? Hoje é muito comum as lojas masculinas terem a modelagem Fit, que se ajusta mais ao corpo, valorizando o corpo dos mais vaidosos, que frequentam academias, prezam por uma vida saudável. O próprio jeans com stretch veio para ficar no armário masculino. Não para se usar justérrimo, mas com apelo de conforto. Estar bem vestida é tudo na vida de uma mulher. E para o homem? Vestir-se bem também massageia o ego? Com certeza! Uma boa camisa, com uma boa modelagem, faz com que eles se sintam muito bem. Hoje os homens se vestem com muito cuidado e reparam nos mínimos detalhes. Está saindo de cena a frase “homens não gostam de ir às compras”. Gostam sim, porém são mais determinados que as mulheres. Eles entram na sua loja de escolha e já sabem bem o que querem. Quais as principais tendências para o outono-inverno? O xadrez também estará forte na moda masculina? O xadrez continua com muita força nessa estação. Garantiu seu lugar nos cabides das lojas e nos armários masculinos. Já estão saindo da linha de tendência e entrando na linha dos básicos. Tanto em camisaria, quanto em calças e bermudas. As pólos, estilo rugby, também viraram uma febre! Estão por toda parte, em malhas diversas, seja em manga longa ou manga curta. Os patchs invadiram até a linha de camisaria, dando um ar mais despojado a essa linha. O ar vintage nas peças, com lavagens destonadas também são frequentes. Alguma cor está predominando? O marrom tem presença forte, assim como o verde floresta, o mostarda e o roxo.
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Imagem de divulgação - AD Life Style
o que faz você feliz?
Paula Orsatti
Por Lorena Flosi
Ser feliz é apostar na vida!
Viver.
Talvez seja essa a síntese do que faz Paula Orsatti feliz. Aos 34 anos, essa aquariana parece buscar constantemente novas experiências, novos aprendizados e vivências. Braço direito de Laura Grecco no comando do Espaço Bloom, Paula divide seu tempo entre a gerência da casa de eventos, a coordenação de um curso universitário de moda e as aulas que ministra, tanto nesta área quanto em comunicação. Sem esquecer, claro, da família, dos amigos e de um tempinho para se cuidar e... ufa! “Meu dia-a-dia é aquela correria. Hoje é difícil encontrar alguém que ache suficiente um dia ter apenas 24 horas. É como todo mundo diz: as pessoas que têm várias atividades sempre encontram espaço para mais uma... eu acredito que, quando você faz o que gosta, é tudo muito mais fácil, mais prazeroso. Me sinto feliz e privilegiada por trabalhar com o que realmente me faz bem.” Se o trabalho é fonte de felicidade e bem-estar, é entre amigos - poucos, mas bons - e familiares que Paula encontra mais motivos para sorrir. “Diversão para mim é estar em qualquer lugar, rodeada por pessoas queridas. Fazer qualquer coisa com amigos é sempre muito legal, posso estar numa festa, num churrasco, numa viagem ou em casa tomando uma taça de vinho e falando sobre as coisas da vida... é muito bom!” Estar de bem consigo e com os que a cercam parece ser mesmo a maior receita de beleza de Paula, mas não se engane: a rotina atribulada não impede que haja aquele tempinho que toda mulher cultiva para si. “Adoro cremes: de corpo, de rosto, xampus, massagem... e como gosto de moda, já viu, né! Depois de anos, agora voltei para a academia. Estou tentando me disciplinar e praticar exercícios físicos pelo menos três vezes por semana. Acho que você deve ser cuidar sempre - hoje uma boa imagem te abre portas. Mas claro que só permanece se tiver conteúdo.”
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Ser mulher no século XXI: conquistar a independência financeira, sem abrir mão da vaidade, da família, dos amigos... E dos amores, claro. Nesse campo, Paula se mostra ainda mais segura e “Acredito no amor, no encontro de duas pessoas que construam e caminhem juntas, acho que todo mundo busca isso. Me considero romântica, mas acho que, depois dos 30, fiquei com uma visão mais ‘pé no chão’. Hoje, para ficar com alguém, realmente tem que valer a pena, tem que ser alguém que te agregue. As relações tendem a ser superficiais, não têm muita entrega... amar alguém é muito especial. É diferente de gostar, de achar legal, é muito mais profundo. Ainda sonho em construir uma família.” Alguma dúvida de que o balanço de vida de Paula seja positivo? Com tanto amor pelo que faz e alegria de viver, duvidamos muito que não, e ela, claro, confirma. “Quando me olho no espelho, vejo que estou em transformação, em constante transição. Se eu pudesse voltar no tempo, não mudaria nada, acho que tudo faz parte do que sou. Aprendi muitas coisas, e só vivendo a gente aprende! No final das contas, acho que o que me faz feliz mesmo é acordar todos os dias com saúde e disposição. Agradecer tudo o que tenho, realizar mais coisas e viver intensamente!” Ping Pong Trabalho: meu combustível. Família: sem ela, não existo. Felicidade: buscar, sempre! Amor: amar me deixa mais completa. Dinheiro: um meio... tem que girar, ganhar, poupar e usar com coisas que façam você feliz! Futuro: que venha! Passado: faz parte de mim. Presente: viver. Lar: é sempre bom voltar pra casa... Desejos: viajar, conhecer mais lugares e culturas.
divino divã
Quero casar
Sobre
casamento, minha mãe diz com propriedade: “Eu, com a sua idade, já era mãe. E você, com 32 anos, não tem perspectiva de casar”. Quando a ouço falar isso, me questiono se ela sequer imagina o quanto esta constatação me consome. Certamente ela não calcula que destruo minhas unhas de tanto roer só de pensar que ainda não arranjei um marido. Tô revoltada! Minhas amigas casam e ainda me convidam para ser madrinha! Ah, e em companhia das pessoas mais estranhas. O tio viúvo já passando da meia idade. O amigo do irmão com cara de bobo, o cunhado, o primo... Pior que isso? Nenhum serve para mim! Eu quero casar. CA-SAR! Dá pra entender? Eu quero encontrar alguém que, assim como eu, queira assumir uma relação séria. Pegando carona na paranoia do casamento, o que chega chegando é o meu desejo de ser mãe. Não nasci para a produção independente, mas, pelo andar da carruagem, terei que buscar essa alternativa.
Por Leny Almeida
lenyalmeidahl@hotmail.com
Quando vejo minhas amigas empurrando um carrinho de bebê, minhas emoções se confundem. Porque, ao mesmo tempo em que fico feliz por elas, me sinto incompleta por ainda não ter colocado no mundo um pedacinho de mim. Sim, já estou pronta. Meu corpo, minha alma, meu espírito. Sei que acalentar o desejo de ser mãe pode parecer ideia fixa, considerando que tenho uma vida atribulada: administrar dois trabalhos e uma família que é tudo para mim. Mas a realização desse sonho me faria completa. E, em meio a todo esse aglomerado de expectativas, a vida pregou uma peça. Meu pai (xodó) ficou doente por seis anos. Devido a isso, todos da família nos comprometemos em apoiá-lo nesse período. Ironia da vida. Com a doença do meu pai, não tive nem tempo de pensar em namoro, casamento, filho. Mas para tudo há compensações. A cada ida ao hospital, meu pai e eu nos aproximávamos ainda mais.
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Um belo dia, para minha surpresa, ele me disse: “Filha, me culpo por você ter abandonado seus planos de se casar, ter filhos e ser feliz para viver para cima para e baixo com um velho ranzinza”. Aquela conversa me deixou brava com ele e comigo mesma. Afinal, era a constatação de que o tempo se esgotara pra mim... E o que fazer? Enquanto meu pai descansava após um exame, resolvi passar o tempo lendo uma revista que alguém tinha deixado na sala de espera do hospital. Uma matéria longa me chamou atenção e minha adrenalina foi a mil. Nesse meio tempo, meu pai acordou com disposição para conversar, e, imediatamente, me perguntou o que estava lendo. Respondi que era um texto sobre mulheres que são mães por inseminação. Casadas com dificuldade de engravidar e solteiras com o desejo de ser mãe. Papai me ouviu atentamente, dispensando qualquer ar de reprovação diante do que eu lia. E então me disse: “Minha filha, sempre soube do seu desejo de ser mãe em uma condição tradicional. Até pela educação que recebeu de mim e de sua mãe. Mas não quero sair
dessa vida sem ver sua barriga crescendo e balançando com um bebê (meu neto ou neta)”. Emocionada, busquei o abraço apertado do meu pai, não contendo as lágrimas e o contentamento de ter sido compreendida tão profundamente. Sua aprovação e entusiasmo me surpreenderam. Até porque nunca havia imaginado que ele pudesse ter uma atitude dessas. Daí em diante, a saúde de papai melhorou consideravelmente. E a minha saga para realizar meu sonho foi iniciada. Para minha alegria, tive a sorte de encontrar um médico que, além de competente e alto-astral, me transmitiu muita confiança. Melhor que isso? Um mês depois da primeira tentativa de inseminação, tive a felicidade de saber que tinha um novo anjo em meu ventre. Do início ao fim, minha gravidez foi tranquila e não precisei mudar nada na minha rotina. Minha filhota nasceu saudável e linda. Hoje, na casa dos 40, me sinto plena e feliz. E se eu tiver que encontrar um amor, será com tranquilidade e muita qualidade. Pressa de casar? Ah, só tenho pressa para viver o dia de hoje. Minha filha nasceu para me dar a prova de que a vida é uma celebração.
cultura
“Páginas” retrata a vida de Piaf
Por Érica Amores
Foto: Márcia Rocha
Um dos desafios do Ano da França no Brasil é, sem dúvidas, mostrar e proporcionar aos brasileiros sensações de uma França diferente, mais contrastante e aventureira do que costuma se imaginar. Uma França que olha para o Brasil com admiração, certa do que ainda pode oferecer. Uma França que se nutre da cultura brasileira, multiplicando assim suas reflexões e seus impulsos. E o espetáculo “Páginas”, do Balé da Cidade de SantosSP, apresentado no último dia 13 de julho, no teatro Coliseu, em Santos-SP, foi uma destas demonstrações inesquecíveis, com uma mistura de sensações que só uma companhia de balé pode despertar. O espetáculo, que contou com o importante apoio do Litoral Plaza Shopping, seu patrocinador exclusivo, trazia uma coreografia baseada na vida da francesa Édith Piaf e, numa linguagem contemporânea, retratava a trajetória
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difícil desta mulher que, apesar das diversas barreiras, venceu e se faz presente até hoje. Formado por 14 bailarinas da Escola de Bailado Municipal, da Secretaria Municipal de Cultura de Santos, o Balé pode apresentar ao público milhares de emoções, traduzidas em movimentos, que contam a história de Édith Giovanna Gassion, nascida em Paris, França, em 19 de dezembro de 1915 e falecida em Grasse, também na França, em 10 de outubro de 1963. Piaf foi sempre uma batalhadora. De cantora de música de salão, foi reconhecida internacionalmente pelo seu talento no estilo francês da chanson. A apresentação de “Páginas” não poderia ter vindo em melhor momento, afinal, em 2009, estamos comemorando o ano da França no Brasil, lembra a gerente de Marketing do Litoral Plaza Shopping, Simone Ponce:
“O Litoral Plaza vai comemorar o ano da França no Brasil com projetos inusitados. O espetáculo conta a vida de uma personagem marcante em sua época. A qualidade de sua produção me encantou”. “Fomentar a cultura é um papel de todos. Por este motivo, estamos sempre proporcionando aos nossos consumidores a possibilidade de contato. Precisamos colocar a arte à disposição de todos e despertar nas pessoas a importância dos espetáculos porque, acima de tudo, educam”, destaca. Segundo Simone, valorizar as produções locais e prestigiar o que se tem de melhor na região metropolitana também é papel do Shopping. “O Litoral Plaza se posiciona como um shopping da Baixada Santista, até mesmo pela nossa localização: estamos no meio de toda a extensão de Peruíbe a Bertioga. Entendemos que podemos estar presentes em todas as cidades”, reforça. Balé – A estreia oficial do Balé da Cidade foi em maio de 2004, no Teatro Municipal Brás Cubas, com o espetáculo “Le Jardin Enchentée” (O Jardim Encantado). Depois, apresentou os espetáculos “Bal Masquê” e “Vozes”. “Vozes” é o primeiro trabalho de linguagem contemporânea do grupo. Nele é retratado o corpo humano, suas situações, encontros e desencontros. Conquistou, em abril de 2006, o primeiro lugar no Youth America Gran Prix, em Nova Iorque, com uma das coreografias do espetáculo “Ball Masque”. No mesmo ano, estreou o espetáculo “Valentino”, com trilha sonora de Astor Piazzolla, estendendo sua turnê pelo Estado até o ano de 2008. Piaf - Abandonada pela mãe, foi criada pela avó, dona de um bordel. Dos três aos sete anos de idade, ficou cega, recuperando-se milagrosamente. Morou com o pai, que era alcoólatra, a quem abandonou aos 15 anos para cantar nas ruas de Paris. Mas foi em 1935 que Piaf foi descoberta por um dono de boate e, neste mesmo ano, gravou seu primeiro disco. A vida sofrida foi, então, coroada com o sucesso internacional. Fama, dinheiro, amizades, e a constante observação da opinião pública. Entre seus maiores sucessos estão “La vie en rose” (1946), “Hymne à l’amour” (1949), “Milord” (1959), “Non, je ne regrette rien” (1960). Participou de peças teatrais e filmes. Em junho de 2007, foi lançado um filme biográfico sobre ela, chegando aos cinemas brasileiros em agosto do mesmo ano com o título “Piaf - Um Hino Ao Amor” (originalmente “La Môme”, em inglês “La Vie Em Rose”), direção de Olivier Dahan. Seu sepultamento foi acompanhado por uma multidão poucas vezes vista na capital francesa. Hoje, seu túmulo é um dos mais visitados por turistas do mundo inteiro.
Foto: MĂĄrcia Rocha
matĂŠria de capa
Luiz Alca de Sant’Anna Caminhando entre mundos
Por Lorena Flosi
“Temos que nos tornar a mudança que queremos ver no mundo.” (Mahatma Gandhi)
Transitar com desenvoltura entre universos complexos e totalmente diferentes não é tarefa para qualquer um. Há que se ter consciência dos próprios passos e certeza na escolha dos caminhos. Mas Luiz Alca de Santa’Anna mostra conhecer bem esse processo. Filósofo comportamentalista, a profissão parece ter ajudado Alca a se guiar entre as luzes cintilantes do seleto mundo da sociedade – onde desempenha com reconhecimento o papel de colunista –, o academicismo das salas de aula e a ajuda a mais de 280 famílias cujos membros são portadores do HIV. Fundador de uma das entidades beneficentes mais respeitadas de Santos, a ACAUSA - Associação Comunitária de Auxílio Santista ao Portador do HIV/AIDS, Alca sabe como ninguém administrar seus mundos paralelos, achando curiosamente um elo de ligação entre todos. Com frases muitas vezes impactantes, mas ditas com a tranquilidade que parece ser uma de suas principais características, Luiz Alca de Sant’Anna recebeu a reportagem da Studio Box para um batepapo despretensioso, que acabou se transformando em uma conversa deliciosa, onde o filósofo mostrou um pouco de seus três universos, suas opiniões e modo de se portar diante de cada um deles. Ajeite-se em seu sofá e venha conosco. A conversa vale a pena.
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Foto: Mรกrcia Rocha
Embora seja colunista social, você não é visto com muita frequência circulando no meio. É uma reclusão proposital? Eu dou aula para 500 pessoas, tenho a coluna no jornal, um programa de rádio... É muita exposição. Vai até um limite, depois disso você não quer mais. Eu me sinto um pouco invadido. Tento dar uma distância, mas sou uma pessoa que se relaciona com muita facilidade, o que torna esta uma tarefa um pouco mais difícil. Hoje separo bem. Até mesmo porque tenho uma atividade muito grande na parte das aulas, essa é minha primeira profissão e preciso de tempo para ler, me preparar. Se não me isolo um pouco, fica difícil. É uma tarefa árdua levando em consideração a sua “segunda profissão”. Você paga e compra o pacote inteiro, não adianta querer fugir disso. Mas tento tomar certo cuidado. Não sou entrevistador de televisão, não faço promoção. Meu único trabalho nesse sentido é ACAUSA, que é beneficente, e hoje promove a maior festa da cidade. Eu não tenho necessidade de certas coisas que às vezes querem me obrigar a fazer.
O fato de deixar a coluna pode implicar em certo ostracismo social. Isso não te assusta? Não tenho medo do ostracismo. Minha frequência é de outras pessoas. Tenho 35 anos de trabalho em filosofia comportamental, meu círculo de relacionamentos é outro. Acho que o importante é você não incorporar a figura do colunista. Eu não sou colunista, esta apenas é uma das funções que exerço. Estou me preparando para não me abalar com isso. Vivo o hoje, o dia-a-dia. Faço planos a médio prazo. Se você não consegue nem segurar ao seu lado as pessoas que ama, vai ter vaidade de quê, convicção de quê? Poder de quê? Posso até ter um ar antipático, mas porque me preservo, não por orgulho. Não me acho nada. As pessoas não são nada, elas estão em alguma posição apenas.
“Não me acho nada. As pessoas não são nada, elas estão em alguma posição apenas.”
Essa exposição também é importante para você. Ela é útil no sentido de que eu divulgo o meu trabalho, e principalmente o fato de eu estar em televisão e jornal abre às pessoas que não têm possibilidade a oportunidade de acompanharem o meu curso. Muita gente me diz que faz terapia no rádio ou no jornal comigo. Mas o que por um lado alavanca, por outro, é prejudicial. Por exemplo, uma vez uma aluna minha de São Paulo soube que eu era colunista em Santos. Naquele meio até foi pejorativo. Disse a ela que não me justificaria. Você explica, não justifica. Porque os amigos não precisam, os conhecidos não merecem e os inimigos não acreditam. Nunca procurei ser colunista social, eu nasci nesse meio. A coisa foi acontecendo. Um dia o João Carlos Morais Camargo, que na época era colunista, precisou viajar e me pediu para substituí-lo, e eu o fiz. Quando vi, já estava lá. Foi acontecendo.
“Acho que o importante é você não incorporar a figura do colunista.”
E quando isso acontecer, você já sabe o que vai fazer? O que quer para o futuro? Acho que uma coisa muito importante na vida é a gente saber o que não quer. Eu não sei o que quero, se soubesse tudo, perderia a graça. Mas tenho bem claro para mim o que eu não quero ser. Luto pelo que eu não quero, e o que eu quero vem pouco a pouco. Até mesmo porque nossos desejos não podem ser fechados em um ideal. Várias vezes na vida idealizei algo que não era o melhor para mim. Quando eu tinha 28 anos, por exemplo, queria muito encontrar uma mulher loira, alta, nórdica, linda, inteligente, que falasse pouco... Na verdade, eu queria uma figura ao meu lado, porque nessa época eu era diretor do Clube XV. Essa mulher apareceu. Quase nos casamos, ela era lindíssima, chique, inteligente, tudo o que eu tinha idealizado. E não me apaixonei tanto por ela. A partir desse dia, eu comecei a perceber que a nossa idealização morre na objetivação. Nunca encontrei ninguém interessante quando saí para procurar. Foi sempre nos lugares onde menos podia esperar. Conte um pouco sobre sua relação com a ACAUSA.
E você pensa em abandonar o ofício de colunista um dia? Penso em largar sim, acho muito importante saber a hora de sair de cena. Penso em me aposentar daqui a um tempo, cuidar dos meus livros, ter a minha vida, me recolher.
A ACAUSA atende hoje 280 famílias. São cerca de mil pessoas que dependem de nós para alimentação, medicação e outras necessidades básicas. Nossa festa anual cobre oito meses pelo menos de cestas básicas. Temos os sócios, que contribuem regularmente, mas o grosso mesmo vem da festa. Contamos com doações, outras promoções menores e as campanhas que fazemos. Sou presidente agora, mas fundei há 20 anos, nunca pude ser presidente por causa da minha vida. Dessa vez me obrigaram, não houve jeito (risos).
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Como nasceu a ACAUSA? Em 85, 86, a AIDS explodiu. Chamavam de peste gay, ninguém entendia bem o que era a doença. Em São Paulo, começaram a surgir muitos casos, a rejeição e preconceito eram enormes, inclusive da família. Foi quando começaram a surgir os primeiros grupos de ajuda, nos quais nos inserimos. Começaram a pedir ajuda para o Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, que foi onde surgiram os primeiros casos de HIV no país. Nos mobilizamos para ajudar, arrecadando donativos e enviando para lá, até que a AIDS estourou em Santos também, e passamos a trabalhar em nossa cidade. Primeiro informalmente, até que vimos que a informalidade era perigosa, e nos estabelecemos como entidade em 1989; eu, Vera Fortes, Regina Sousa Pinto... Outras pessoas foram se agregando, a entidade foi crescendo. Hoje temos cerca de 200 sócios e um nome construído com credibilidade. Tudo o que se pede em nome da ACAUSA, vai para a ACAUSA. Eu não aceito “parte da renda”, tenho um pouco de medo dessa expressão. Ou dá a renda integral, ou não faço nada. Tem muita gente hoje querendo usar o nome da entidade.
“Tenho pavor de qualquer tipo de preconceito.”
Não só da ACAUSA, mas de instituições beneficentes em geral. Hoje, em Santos, tudo é beneficente, virou até um meio de promoção. Vejo isso como um perigo - a benemerência se transformou em terceiro setor, é algo muito sério. Não pode mais ser usada como promoção social, algo que acontece muito em Santos. Temos entidades com escândalos de intervenção noticiadas nos jornais. Me sinto muito mal quando vejo pessoas usando o nome de uma entidade para promoção pessoal, por exemplo. Todo dia me oferecem propostas para imprimir o nome da ACAUSA, somos muito seletivos com isso. E porque uma entidade assistencial para portadores de HIV? Algum motivo específico? Peguei uma fase em que foram muitos amigos meus. Não sei se isso me sensibilizou também, fora a vontade de ajudar... Se hoje há preconceito, na época era muito maior. Você via famílias que tinham condições de ajudar seus filhos infectados, mas os rejeitavam por puro preconceito. As crianças e idosos ainda recebiam alguma ajuda, mas os adultos eram muito discriminados. Quando dizíamos que ACAUSA era uma entidade fundada para ajudar portadores de HIV, ouvíamos inúmeras barbaridades, do tipo que tem que morrer mesmo, que
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ou é viciado ou gay. Foi horrível, muito difícil, porque as pessoas não queriam ajudar. Mas isso me estimulou ainda mais, porque tenho pavor de qualquer tipo de preconceito. Antes da ACAUSA você trabalhou com alguma outra entidade? Não diretamente. Ajudava a minha mãe, Evelina Alca de Sant’Anna, que foi uma mulher muito atuante nessa cidade. Desde que me conheço por gente, ela trabalhou com entidades beneficentes. Fundou o Movimento da Arregimentação Feminina, o MAF, que existe até hoje. Minha mãe me criou com uma insistência grande nessa parte, para que eu fosse um cidadão do mundo, e entendesse que temos um compromisso social nessa vida. Que você não pode apenas trabalhar por interesses próprios. Ela e meu pai; meu pai muito mais pelo lado espiritualista. Então vim com isso de casa. Agradeço muito meus pais por essa formação. Vejo pais maravilhosos no sentido de prover seus filhos de todas as necessidades, mas sem prepará-los para uma cidadania universal. Pensam muito em suas crianças com uma vida social padrão: que trabalhem, tenham seu sustento, sua casa, sua família. Essa sociabilidade que tenho, que até atuou muito em favor do meu lado colunista, vem dos meus pais. É que hoje a vida mudou muito, Santos mudou muito. É uma outra cidade, tenho que conviver com isso e convivo bem. Mas não havia essa vontade de aparecer de hoje, era outro perfil, de característica mais benemerente, engajada. Sendo colunista social, você convive mais de perto com isso. Sim, com certeza. Um fato que até hoje me surpreende é ver como as pessoas fazem certas coisas que não precisam por pura vaidade. A vaidade é algo que me dá muito medo.
“Me sinto muito mal quando vejo pessoas usando o nome de uma entidade para promoção pessoal.”
Qual seu papel como colunista neste cenário? Acho que, evidentemente, destacar os acontecimentos, mas caracterizando a coluna como algo comportamental, mais atuante, menos badalativo. O que eu pretendo hoje é tirar o fútil. Porque fulana estava de azul, com tal carro... Não quero isso. Não faria mais a coluna tradicional. Eu reporto o acontecimento, que é necessário, mas evito esses excessos, acho agressivo. Não importa se você está vestindo Armani, isso é para jogador de futebol. Não tenho mais isso, acabou.
Foto: Mรกrcia Rocha
Na verdade, isso se torna mais agressivo por você conviver com as situações com as quais convive através da ACAUSA. Claro! Acho que nem combinaria com uma pessoa que tem atividades como as que eu tenho. Como posso fazer uma coluna social fútil, vazia, baseada em grifes e badalação, abordando temas comportamentais como abordo em minhas aulas? Às vezes me perguntam quanto custa a cobertura de um evento, até mesmo porque isso sempre foi uma norma. Mas hoje eu acho que já cortei. Prefiro minha autonomia e respeitabilidade. Se eu falar que a festa estava linda, é porque eu realmente achei que a festa estava linda, não porque recebi um presente do dono do evento, ou qualquer tipo de pagamento. Eu vivo do meu trabalho nas aulas, não preciso disso. Não aceito nenhum presente se eu perceber que tem intenções.
“Você lida com os dois extremos, e na realidade, até se beneficia da vaidade de um para ajudar o outro.”
‘Só não se frustra quem não tem projeto. É o preço da liberdade de pensamento. Quer ver outra coisa? Ah, eu não quero ser mal interpretado...’ Gente, vai ser mal interpretado, sim! Gandhi foi mal interpretado, tantos foram. Quer figura mais mal interpretada que Cristo? Seja ele o filho de Deus para quem crê ou um grande filósofo da Galiléia, como ele foi... E você não vai querer ser mal interpretado? É uma pretensão absurda. Você já disse que nasceu no meio social, e o colunismo foi uma consequência. Já citou que a sociedade santista mudou muito nos últimos anos. O que mais te incomoda no círculo social santista hoje? O que incomoda na sociedade hoje é a inversão dos valores. Se enaltece, se ascenciona o que não merece. A cidade tem pessoas de uma cultura fantástica, talentosíssimas, e que não são enaltecidas como merecem. A ponto de algumas serem desconhecidas. Isso há no mundo inteiro, mas aqui é muito acentuado. Vejo que, em São Paulo, por exemplo, não é igual. Outra coisa é como as pessoas aceitam tanto picareta só porque ele abriu a casa dele, e pendurou o presunto na porta. E daqui a um ano ele está aplicando um golpe na praça. Santos é uma cidade onde é muito fácil um picareta se dar bem. Basta ele pagar para que todos o aceitem imediatamente.
Mas essa é uma prática extremamente comum no meio. Eu até entendo quem o faça, as necessidades obrigam. Antigamente me obrigavam. Uma das coisas que tento fazer hoje é não julgar. E é uma dificuldade muito grande, porque você olha e já começa a julgar. Somos educados para isso. Acho importante você não ter o rabo preso com ninguém. Não consigo entender o alto preço que pagam algumas personalidades políticas, por exemplo, para obterem o que querem. Um dia te cobram, te denunciam, te ameaçam. Acho que o pior que pode acontecer é ameaça, não suporto. Ameaça, não. Uma vez um patrocinador me ameaçou e eu declinei o apoio. Nem de médico eu suporto. Eu falo para o meu médico: não me venha com ameaças. Se não tomar isso, vai acontecer aquilo... Ah, não! Não me ameace! (risos). Como é trabalhar com uma realidade tão dura quanto a que você encontra na ACAUSA, e ao mesmo tempo, circular por mundo muito mais leve? Não surge um choque? Você lida com os dois extremos, e, na realidade, até se beneficia da vaidade de um para ajudar o outro. Você não pode ter ilusões. De que, por exemplo, as mil e quinhentas pessoas que vão à festa da ACAUSA vão para ajudar, porque não vão. Noventa e cinco por cento não vai para ajudar. Vão porque é uma linda festa, porque vão comer bem, encontrar amigos, badalar. Não tenho ilusão. A idade tem isso de bom, ela te tira certas ilusões, te corta um pouco o barato (risos). Hoje eu vivo de uma maneira um pouco mais clara com tudo isso sem me frustrar tanto. Claro que a frustração faz parte da vida.
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“O que incomoda na sociedade hoje é a inversão dos valores.”
Falta senso critico... Santos é uma cidade sem crítica. Adoro Santos, é minha terra, moro aqui. Mas falta senso crítico sim, em todos os âmbitos, até da imprensa. Vem alguém fazer uma exposição de arte. Veja se você lê em algum órgão uma crítica. Tanto é que não há uma evolução cultural de qualidade na sociedade. E não havendo crítica, tudo o que você fala parece ofensa pessoal. Eu também desisti de fazer análises, já tentei. Já aconteceu de eu publicar que tal festa não foi tão boa por esse ou aquele motivo, e o diretor do clube me ligar perguntando o que eu tenho contra ele. Vira ofensa pessoal, você tem que dizer que tudo é lindo e maravilhoso, acaba perdendo parâmetro. Uma das coisas que me leva a ter o pé atrás é ver a mesma pessoa que elogiou o meu livro, dizendo que é lindo e maravilhoso, usar exatamente as mesmas palavras para avaliar outro trabalho. Quem elogia você e usa o mesmo elogio para outro não está elogiando ninguém. Por isso acho que o maior erro na vida é se convencer por elogios vãos. Dou mais valor ao elogio de anônimos, que não tinham necessidade de fazê-lo. Mas o elogio social hoje para mim vale muito pouco.
cinema
Veronika decide morrer
Por Lorena Flosi
Imagem de Divulgação
Breve, Paulo Coelho em um cinema perto de você!
Ele tem leitores-fãs-seguidores seja lá onde for. Do Cazaquistão a Paris, Paulo Coelho é um dos maiores produtores de campeões de venda da atualidade. Você pode ter reservas em relação a sua obra, porque a polêmica faz parte da vida deste escritor. Mas o fato é que o Mago vendeu até hoje um total de 100 milhões de exemplares, e, de acordo com a revista americana “Publishing Trends”, foi o autor mais vendido do mundo em 2003, com o livro “Onze Minutos” - apesar de o livro ainda ter sido lançado nos Estados Unidos, Japão, e mais dez países apenas em 2004. Também na lista de “Publishing Trends”, “O Alquimista” se encontra em sexto lugar de vendas mundiais em 2003. “Onze Minutos” atingiu o primeiro lugar em todos os países onde foi lançado, exceto na Inglaterra, onde ficou em segundo lugar. “O Zahir”, publicado em 2005, ficou em terceiro lugar da lista dos mais vendidos, abaixo apenas de “O Código da Vinci” e “Anjos e demônios”, de Dan Brown. A lista de best-sellers de Paulo Coelho é grande. “Brida”, “Maktub”, “As Valkírias”, “O Diário de Um Mago”. Se você não conhece a obra de Paulo Coelho, a oportunidade chega em agosto com a versão cinematográfica de outro grande sucesso do escritor: “Veronika Decide Morrer” ganha as telonas do mundo inteiro por meio das mãos do diretor Emily Young. O best-seller, publicado em 100 países e traduzido em 80 línguas, conta uma história atraente e de fácil compreensão. Veronika é uma jovem eslovena que decide tomar uma overdose de tranquilizantes no quarto alugado em um convento. Os motivos para a tentativa de suicídio podem estar na vida simples de bibliotecária que a moça leva, a relação com os pais ou o simples fato de que uma revista ironizou onde ficava a Eslovênia.
Buscando a morte, ao invés de encontrá-la, ela acorda do coma em um asilo de loucos, inaugurado durante a Guerra da Independência da Iugoslávia, chamado Villete. A partir do diagnóstico do médico que a atendeu, ela passa a valorizar a vida. Há uma discussão sobre a rigidez do sanatório e sobre o que é ser “normal” para a sociedade. Em Villete, Veronika encontra personagens com histórias detalhadas e marcantes. Destaque para a participação do autor em um capítulo do livro, no qual conta a sua internação na Clínica Doutor Eiras para uma amiga homônima da personagem. Resta saber se a adaptação cinematográfica faz jus à beleza do livro. Levando-se em consideração que Paulo Coelho participou da elaboração do roteiro e opinou na escolha do elenco - chegou a dizer que Sarah Michelle Gelar, a Buffy do filme “A Caçadora de Vampiros”, fez a Veronika que ele sempre imaginou - talvez possamos esperar uma produção leve, cheia de sensibilidade e que nos faça voltar sorrindo para casa. É esperar para conferir!
Diretor: Emily Young Elenco: Sarah Michelle Gellar, Jonathan Tucker, David Thewlis, Melissa Leo, Erika Christensen, Florencia Lozano, Erica Gimpel, Matthew Cowles, Victor Slezak, Barbara Sukowa, Rena Owen, Adrian Martinez, Holter Graham, Waleed Zuaiter Produção: Robert Ogden Barnum, Kevin Scott Frakes, Stephen Margolis, Corinne Nordmann Roteiro: Larry Gross, Roberta Hanley, baseado no livro de Paulo Coelho Trilha Sonora: Murray Gold Ano: 2008 País: EUA Gênero: Drama Distribuidora: Imagem Filmes Estúdio: Das Films/ Future Films/ Muse Productions/ PalmStar Entertainment/ Velvet Steamroller Entertainment Estreia: 07/08/2009
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brasilidade
Menino do Rio,
Por Lorena Flosi
retrato de uma geração Menino do Rio. Música, filme, ser humano. A inspira-
ção de Caetano Veloso, para compor Menino do Rio, cantada por Baby Consuelo (hoje, Baby do Brasil) e interpretada no cinema por André di Biase, veio de José Artur Machado, o Petit. Um jovem que, nos anos 70, era a personificação do estereótipo do garotão carioca. Um tipo despreocupado que passava os dias “pegando” ondas e mulheres de Ipanema, Rio de Janeiro. O autêntico surfista era mesmo um retrato da turma de rebeldes “bon vivants” daquela geração. Uma geração muito ligada às drogas. O ator Felipe Camargo, que teve anos de sua vida e carreira profissional atropelados pela bebida e pelas drogas, sabe definir bem o que era aquela geração anos 70: “Minha geração pegou um rabo dos hippies, da coisa do desbunde das drogas. Se você não era doidão, era o careta. Na zona sul do Rio de Janeiro dos anos 70, todo mundo era meio doidão, sabe? Fumava um baseadinho, bebia alguma coisa”, comentou o ator, em recente entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. O “Menino do Rio” deixou a vida escapar de suas mãos como uma onda que se esquiva da prancha, morrendo ainda muito jovem. Quem conheceu Petit diz que, apesar de seus pouco mais de 30 anos, ainda era um menino. Calção, corpo aberto no espaço. Como na letra da música, estava Petit ao ser encontrado morto. Ele se enforcou com a faixa do quimono de jiu-jítsu, o nó preso pelo lado de fora do alto da porta fechada do apartamento. Na sua adolescência, começo dos anos 70, com pouco mais de 15 anos, Petit representava como ninguém os jovens bronzeados, surfistas da zona sul do Rio, que usavam parafina para dourar os cabelos. Os pais de Petit, Machado e dona Lola, eram um casal de classe média típico dos anos 50. Moravam em Ipanema num apartamento da Rua Visconde de Pirajá, de frente para a Praça Nossa Senhora da Paz, a duas quadras da praia. Aliás, os jovens daquela época namoravam no Jardim de Alah, na praça, e transavam na areia da praia. Época em que não se conhecia a AIDS e não havia por que temer assaltos. O primeiro filho do casal Machado e Lola foi batizado com o nome do pai, Válter Machado, o Valtinho. Em 1957, dois anos mais tarde, nasceria o Menino do Rio. Caçula, José Artur Machado era pequeno, mas folgado. Precoce, logo se enturmou com a “rapaziada” mais velha e, assim, alguém lhe deu o apelido eterno: Petit.
A vida de Petit e do irmão Valtinho foi de total liberdade. Quem chegava entrava na casa da família, sempre havia uma porta aberta, sem cerimônias. A mãe era daquelas que recebia a todos sempre de braças aberto, rapidamente, não importava a hora. E Petit era daqueles que levava uma tropa para almoçar e, minutos depois, deixava todos falando sozinho, e, ainda com a roupa de praia, se atirava na cama - segundos depois, estava em sono profundo, como se o mundo a sua volta deixasse de existir naquele momento. Tide foi um grande amigo de Petit e seu irmão. Em entrevistas, ele sempre recorda que, quando saiam pela noite, muitas vezes não havia nenhuma festa programada. Segundo Tide, bastava a turma se encontrar na porta do Bob’s, na esquina das ruas Visconde de Pirajá e Garcia D’Ávila, para rolar de tudo. Ele conta também que Petit era muito paquerado e transava com quem queria. O amigo lembra também que Petit e Caetano Veloso se conheceram nas areias de Ipanema e ficaram amigos. Sempre que questionado, o cantor não nega que sua amizade com Petit foi uma das mais bonitas de sua vida. A composição do clássico da música popular brasileira veio justamente depois de Caetano passar uma noite inteira conversando com Petit e com o lutador Rélson Gracie, com quem o menino tinha aulas de jiu-jítsu. Caetano Veloso imortalizou Petit e também levou ao sucesso Baby do Brasil, intérprete da canção. A música e a vida de Petit também serviram de inspiração para o cinema. “Menino do Rio”, clássico nacional dos anos 80, retratava o garoto “boa praça”, figura fácil nas areias de Ipanema, que, no seu auge, era o símbolo do astral único do carioca que vive à beira mar, que recarrega suas forças no sol e acha o máximo as coisas simples da vida. O filme era repleto de nomes conhecidos. Na frente das câmeras, a história é defendida por André de Biase (também coautor do argumento do filme), o seu amor improvável vivido por Cláudia Magno, e os muito, mas muito jovens Evandro Mesquita, Cissa Guimarães, Sérgio Mallandro, Cláudia Ohana, Ricardo Graça Melo e Nina de Pádua, como os amigos do herói. Nos bastidores, estavam o hoje novelista global Antonio Calmon, na direção, e Bruno Barreto, na produção. As músicas que embalam o filme, de autoria de Lulu Santos, Nelson Motta e Guilherme Arantes, estão presentes até hoje em nossas vidas
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(como “De Repente, Califórnia”, de Lulu, e “Garota Dourada”, de Nelson Motta) e causam comoção não apenas naqueles que viveram a época das quais são símbolo. A geração dos anos 80 deixou muito de herança para seus sucessores.
Foi em uma tarde de março de 1989, dia 07, que Tide foi convidado pelo irmão de Petit, Valtinho, para tomar uma vodca na casa dos amigos, como era de costume. Mas aquela tarde de vodca e conversa jogada fora, como tantas outras, não existiria.
Quem também conheceu de perto o Menino do Rio foi o amigo, surfista e ex-campeão brasileiro Ricardo Fontes de Souza, o Rico, dono de quatro lojas de artigos esportivos e professor de uma escola de surf na Barra da Tijuca. Ele conheceu de perto as artimanhas e a grande intimidade que Petit tinha com a prancha. Segundo Rico, Petit era talentoso, mas impaciente. Quando pegava ondas grandes, era para esnobar. “Só não brilhou mais porque não se dedicou. Petit era mais boêmio que atleta.”
Como era habitual, Tide e a esposa Maria subiriam pelo elevador de serviço, em frente à porta da cozinha do apartamento, que sempre estava aberta. Mas naquele dia foi diferente, foram pelo elevador social. Repararam, então, que, no alto da porta fechada, havia um grande nó feito com tecido grosso. Na hora, estranharam, mas não identificaram o que era e foram até a porta da cozinha, achando ser alguma brincadeira... Mas não era!
Petit casou-se uma única vez. Mônica e Petit se conheceram na praia, na época em que ele se afundava no submundo. Pílulas para dormir e drogas. Mas, por um tempo, ele largou as carreiras e cartelas. Mônica engravidou em 87, teve uma menina, a quem deram o nome de Victória, de forma a simbolizar a nova e limpa fase de Petit, que não durou. Tampouco fez mudar o temperamento irrequieto de Petit e sua relação com as drogas. E seu casamento fracassou. Na madrugada de 29 de agosto de 1987, na garupa da moto de um amigo ocasional, sem destino, Petit sofreu um acidente. Uma violenta pancada da cabeça contra o asfalto o deixou em coma por 40 dias. Diagnóstico: concussão primária no tronco cervical. O Menino do Rio sobreviveu, mas teve todo o seu lado direito do corpo, rosto e boca paralisados, sequelas que não iria superar. A vida do surfista, rei das meninas de Ipanema, se tornara insuportável.
Valtinho e o Sr. Machado estavam em casa, aguardando os amigos. Dona Lola havia saído com o neto, Felipe. Após trocarem algumas palavras na cozinha, Tide perguntou sobre a vodca e Valtinho, saindo pela porta da cozinha, que levava para o interior do apartamento. Foi em direção ao bar, que ficava na sala, para buscar a bebida. E lá encontrou o desespero, Petit estava morto. Suicidou-se, enforcamento. Petit acabara com sua vida dando um grosso nó na faixa do quimono de jiu-jítsu, que jogou por cima da porta da entrada social e prendeu fechando-a. Amarrou a outra ponta em volta do pescoço e pôs fim a sua vida. Volta por cima, não. Petit, o Menino do Rio, não soube lidar com seu drama pessoal; o tornou bem maior do que era e deixou que a fraqueza fosse mais forte do que sua vontade de viver.
Imagem de divulgação
Quem conheceu Petit afirma que ele ficou muito feliz com a canção. Porém, seu comportamento rebelde continuou o mesmo, sempre sem autodisciplina. Petit engravidou algumas “meninas douradas”. A cantora Lidoka, ex-integrante das Frenéticas, foi uma das que ficou grávida do Menino do Rio, no início dos anos 80. Com ela, Petit teve um de seus três filhos, Igor.
Quando sofreu o acidente, muitos não sabiam, mas Petit já estava de volta à casa dos pais, não vivia mais com a esposa Mônica e sua filha. Ainda assim, ela ficou o tempo todo ao lado de sua cama no Hospital, junto com a mãe, dona Lola. Quando Petit finalmente conseguiu sair do coma, não era mais o mesmo. Além das sequelas, o acidente o mudou por dentro. Se antes era rebelde, após o acidente ficou revoltado. A fisioterapia e o tempo devolveram-lhe parte dos movimentos. Ele andava sem o auxílio de muleta ou bengala, mas não era mais aquele irresistível Menino do Rio. Mônica o levou para casa, na Rua Marquês de São Vicente, se desdobrando em cuidados, mas Petit não reconhecia o esforço da ex-esposa. As incansáveis visitas da turma da pesada de Petit fizeram com que Mônica o mandasse de volta à casa dos pais. E ele não se cuidava, não fazia fisioterapia, estava se afundando dentro de si mesmo. Era como só lhe restasse a morte.
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Petit e Lipe
bafafá
Iriana Básico em dobro!
Por Érica Amores
Foto: Arquivo
Esqueça tudo o que você já pode ter ouvido pela cidade e confira o que realmente é fato: vem aí uma nova loja de Iriana Bottene. Isso mesmo! Iriana Básico em dobro, em Santos e na Azevedo Sodré. A nova loja conta com a assinatura dos arquitetos Simone Carneiro e Alexandre Skaff, da SAO Arquitetura, de São Paulo, super conceituados e já bem acostumados com a produção de grifes, e fica pronta em setembro. Iriana está super feliz com a realização deste projeto, que segundo contou com exclusividade para a Revista Studio Box, era um desejo antigo. “Eu acredito na cidade, no potencial do comércio de Santos e no crescimento das vendas. E não é de hoje que eu tinha vontade de ampliar a minha loja. Até porque ela já estava ficando pequena, tanto pela quantidade de marcas que trabalho, quanto por querer agregar novas marcas de renome nacional. Mas não queria sair da Azevedo Sodré. E a oportunidade de conseguir outro ponto na Azevedo me impulsionou a abrir a segunda loja e realizar este projeto”, confidencia.
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Iriana diz ainda que sua ideia é segmentar as marcas entre as duas lojas, mas usando moda masculina e feminina em ambas. “Estou com todas as marcas que vou trabalhar nas mãos, mas quero ver a nova loja pronta, sentir o clima e o astral do ambiente para decidir como será a divisão das marcas entre elas”, afirma. Com uma grande e fiel clientela, repleta de amigos, e proporcionando sempre um atendimento diferenciado, Iriana Bottene, queridíssima em toda a Cidade, cria sempre um ambiente descontraído em seus espaços, e vai ser assim também na sua nova loja. “Tomamos café e batemos papo com nossos clientes. Gosto que as pessoas venham à loja e sintam-se à vontade para comprar ou não”, conclui. A Iriana Básico fica na Azevedo Sodré, 54, na Vila Rica, em Santos-SP.
bafafá
Saint Selve,
Por Érica Amores
entre e fique à vontade!
Marcas: as melhores. Espaço: amplo e de muito bom
gosto. Atendimento: praticamente VIP. Esta é a loja dos seus sonhos? Então coloque os pés no chão e vá conhecer a Saint Selve. A mais nova loja multimarca da Cidade está de portas abertas esperando por você. Entre e fique à vontade! A casa onde foi montada a Saint Selve era um “sobradão” da Rua Guaiaó, agora todo repaginado pelas mãos do competente arquiteto Fabrício Novaes, que fez uma verdadeira transformação, incrível, para criar os diversos ambientes da loja. A Saint Selve é o atual projeto profissional de Patrícia Silva e Silva, que já teve uma experiência com moda há alguns anos, quando abriu sua primeira loja, uma boutique - também na Ponta da Praia. Agora, após criar suas três filhas, está de volta ao mercado, com o pé direito, levando ao público feminino e masculino esta loja que é um “bafafá”. “A ideia de abrir uma loja sempre existiu, a vontade era de voltar a trabalhar. A mulher precisa destas três realizações: mãe, família e trabalho. Quando conheci a casa, logo me apaixonei. Então entrei em contato com o Fabrício Novaes, para que ele fizesse um projeto. E posso dizer que ele colocou um pozinho de magia na
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concepção da loja, o que me deixou muito animada. A obra durou apenas dois meses, foi tudo muito rápido. E o resultado final foi muito além do que eu imaginava”, confidencia Patrícia. Outro diferencial da loja é o atendimento. “Tudo que fazemos com carinho, vontade e prazer acaba sendo naturalmente transmitido. Quando as pessoas chegam à Saint Selve, sentem esta mesma vibração. Sentem uma energia boa. São bem recebidas e gostam de nossas marcas”, reforça Patrícia. As primeiras coleções da Saint Selve eram mais voltadas à moda jovem, entre elas, a Eclectic. “Jovem, básica e colorida, a Eclectic é uma marca que estamos trabalhando na Saint Selve. É uma moda do Rio, que tem muito a ver com o estilo dos santistas. É uma marca apaixonante”, define. Para quem não sabe, a Eclectic surgiu numa galeria tipicamente carioca em Ipanema, Rio de Janeiro, e atualmente é um ponto de referência da moda jovem carioca. A ideia inicial da marca era oferecer roupas básicas para mulheres, mas, observando a carência de grifes de roupas jovens, mudou o foco e começou a desenvolver roupas para jovens mulheres engajadas na moda.
Você também encontra na Saint Selve a Triton, marca de Tufi Duek, um carioca criado em São Paulo que, apesar de ser um estilista celebrado com seu trabalho na Forum, teve com a Triton sua primeira marca própria. Logo depois que abriu a loja, Patrícia diz que sentiu a necessidade de compor peças também para mulheres. “Foi quando passei a trabalhar com a Corporeum, uma marca linda e sofisticada”, conta. Lançada nos anos 80 e comercializada em todo o Brasil, a Corporeum prima por coleções elaboradas na dualidade de estilo de suas criadoras, as irmãs Ritta e Christina Sobral, onde o clássico e o atemporal se aliam ao espírito inovador e contemporâneo. A Cia. Marítima também está na Saint Selve. A marca de Benny Rosset, uma das mais bem sucedidas do setor, é conhecida tanto pelos biquínis estampados e avulsos quanto pelos desfiles apoteóticos, sempre com a presença de celebridades, como Gisele Bündchen, Karolina Kurkova, Fernanda Lima e Daniela Cicarelli. “Esta é uma marca que eu sempre comprei, então por que não unir o útil ao agradável?”, comenta Patrícia. Com o sucesso da loja, já logo no primeiro mês, veio também a necessidade de atender o público masculino. “Foi assim que chegou a Beagle. Eu viajei para Florianópolis, pois nasci lá, e acabei conhecendo esta marca e resolvi trazer uma grande coleção para a Saint Selve”. A Beagle foi criada em 2004, em BlumenauSC, e hoje está presente em todo o País. Nas peças da marca, está presente um conceito casual adventure,
que ressalta a natureza e a liberdade em vestir, aliando um estilo despojado à consciência ecológica em camisas, pólos, t-shirts, jaquetas, calças e uma linha completa de acessórios que incluem sapatênis, botas de aventura, óculos, cintos e carteiras. Depois da Beagle, Patrícia afirma que, pensando ainda no público masculino, passou a trabalhar também com a Tommy Hilfiger. A marca registra a história de Thomas Tommy Jacob Hilfiger, um jovem americano descendente de irlandeses, que começou sua carreira no mundo da moda em 1969, aos 18 anos, quando ainda era um estudante, com apenas US$ 150 no bolso e 20 calças jeans tipo boca-de-sino no banco traseiro de seu Fusca. Oito anos depois, ele já comandava uma rede de dez lojas de roupas e acessórios no estado de Nova Iorque, a People’s Place. Atualmente, os produtos da marca são encontrados nas melhores lojas de departamento do mundo, além das mais de 800 lojas próprias. E se o nome Saint Selve te lembrou, de alguma forma, a França, não é engano. Patrícia “batizou” sua loja com o nome de uma pequena comuna francesa, do sul do País. Saint Selve é uma unidade básica de organização territorial da França, uma região administrativa da Aquitânia, no departamento Gironde, com pouco mais de 1.350 habitantes. Ainda não conhece a Saint Selve? Ela fica no número 148 da Rua Guaiaó, na Aparecida, em Santos-SP. E o telefone é o (13) 3327-4889. Confira!
sexualidade
Cadê o homem forte?
Freud,
depois de ter dedicado anos de sua vida ao estudo da mulher, declara à princesa Marie Bonaparte, quase ao final de sua vida: “A grande indagação que ficou sem resposta, e a qual eu mesmo não soube responder, é a seguinte: afinal, o que querem as mulheres?” E, desde então, as mulheres carregam a pecha de serem “de lua”, difíceis, misteriosas, indecifráveis e tantos outros aspectos que dificultam o relacionamento.
Mesmo que Freud tivesse tido tempo, com certeza ainda não nos teria decifrado, e estaria com um acréscimo de dúvidas, pois os homens dos séculos XX e XXI também estão difíceis de serem compreendidos, traduzidos pelos seus parceiros e por eles mesmos. Por que isso? Eu diria, sem medo de errar, que é por terem abandonado o modelo pré-histórico de homem das cavernas, do qual se exigia apenas a proteção e a caça. Em grande parte, o homem moderno deixou-se perceber e ser suscetível às suas emoções, embora nem sempre saiba o que fazer com elas ou deixe essas emoções tomarem corpo. Super compreensível, pois, na década de 50 do século passado, isso é, há poucos anos, exigia-se do homem gostar de futebol, ser agressivo e não chorar. Nunca! Jamais!
Por Márcia Atik
www.marciaatik.com.br
Na década de 60, começou a se desenhar outra possibilidade de homem, a dúvida em participar das guerras, ou se conscientizar da paz, começou um processo de feminilização, lento, tímido. Segundo alguns autores que estudam a psiché masculina, na década de 70, surgiu aquele que chamávamos de macho frouxo: tinha a consciência, queria mudar, mas era impedido pela dureza do modelo imposto e arraigado. Hoje, ainda vemos muitos homens bem preparados, em todos os sentidos, inclusive no emocional, que tem um papel importante na preservação dessa nova ordem masculina, mas que ainda não ousa criá-la. Um dia desses um internauta me perguntou sobre depressão pós-parto masculina. Não sei se esse é necessariamente o nome da paralisia e tristeza que acomete alguns homens diante da realização da vida, como ter um filho, a conquista de altos postos - na maioria das vezes, muito desejados, mas que, quando chegam, põem em xeque muitas emoções que vão do prazer intenso ao terror, que, não sendo traduzidas no consciente, provocam as reações mais inusitadas.
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Embora cada vez mais consigamos, queiramos e aplaudamos a igualdade entre os sexos no que diz respeito à possibilidade de harmonia entre homens e mulheres, não posso negar que as diferenças ainda são bemvindas. Diferenças que poderíamos analisar de várias maneiras: desde a biológica, emocional, intelectual, sexual... Mas eu me permitiria aqui sobrepor a tudo isso apenas o detalhe mais primitivo das diferenças entre homens e mulheres: o histórico, cultural. Eles protegiam e proviam, enquanto elas procriavam e cuidavam. Mesmo que estejamos anos luz distante dessa realidade simplista, essas funções são ainda arraigadas e reforçadas na sociedade como um todo e na educação de meninos e meninas, mesmo que subliminarmente. Por conta disso, parece que, aos homens, existe uma interdição da vivência emocional sob pena de se fragilizar e não dar conta do recado, ou aquilo que ele acredita que se espera dele. Esse conflito é novo, pelas condições que hoje nos permitem falar dos homens e aos homens como pessoas sensíveis - sensibilidade esta às vezes não elaborada como ganho, mas como fraqueza que permite que surjam comportamentos pseudopatológicos nos homens. Assim sendo, surpresas acontecem - o stress diante de um desafio profissional, o distanciamento da alegria em ser pai, pelas responsabilidades embutidas nesse
papel, mas que, sem dúvida, também trazem prazer e alegria. Aspectos que hoje fazem parte da história e da vida dos homens, mas que, estranhamente, ainda não são totalmente incorporados, pois, se a mulher vem mostrando e assumindo suas múltiplas facetas, algumas inclusive mergulhadas de corpo e alma naquele universo dito masculino, ao homem ainda não se dá o mesmo espaço, para que se assuma e se liberte da opressão da figura forte e inabalável dos guerreiros. Talvez, ainda há uma herança genética dos primórdios, onde masculino e herói faziam par. Pode-se dizer que os homens estão vivendo uma crise - não de desestruturação e fragilidade, mas crise em termos de transformação, e, enquanto esse processo estiver em trânsito, as dificuldades aparecerão, e notálas e debruçar-se sobre elas faz parte desse momento, que, apesar de toda dor e estupefação, é um momento de crescimento. Homens, liberem-se! Arranquem as armaduras, sintam o coração, peguem nos lenços e enxuguem as lágrimas, isso é liberdade! Permitam-se chorar e amar! Isso em nada os fragilizará, apenas os tornará mais leves, livres e felizes.
Anna Karina
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sucesso
Um novo talento começa a despontar
Por Érica Amores
O cabeleireiro Fábio Carneiro com a modelo Mayla Crantschaninov Foto: Nelson Pinto
Sempre
atenta às tendências da moda, ao cuidado e à beleza dos cabelos, todos os anos, a Wella Professio-nals promove um concurso internacional para descobrir novos e jovens talentos do hair design. No “Trend Vision Award”, cabeleireiros de até 30 anos têm a chance de mostrar suas habilidades para o mundo todo. Eles criam interpretações próprias das tendências propostas pela Wella, através de corte, cor e penteado, complementados por figurino e maquiagem. Em 2009, um novo talento da região começa a despontar. Estou falando de Fábio Carneiro, cabeleireiro da Shape – Estética e Saúde, em Santos-SP, semifinalista regional do concurso. Ele é o primeiro profissional da Baixada Santista a participar do “Trend Vision Award”. Cabeleireiros de todo o Brasil concorreram na primeira fase. De cada região do País saíram 12 finalistas, e Fábio foi o segundo colocado em São Paulo. Mas apenas um representará o Brasil na final do concurso, em Berlim, na Alemanha. “Eu ainda não penso na final,
meu pensamento e objetivo é ganhar no Brasil”, confessa Fábio, muito entusiasmado com sua boa classificação na semifinal regional. Para Carneiro, sua aprovação foi consequência não só de seu trabalho, enquanto cabeleireiro e maquiador, mas a soma da equipe. “A Mayla Crantschaninov, além de modelo, é minha amiga e, desde o ano passado, deixou o cabelo crescer para participar do concurso. Meu auxiliar, Jarbas Souza Dutra, também foi decisivo, me ajudou muito. Não cheguei à semifinal sozinho. Somos uma equipe, um time. E, em time que está ganhando, não se mexe”, destaca. Para montar a composição, Fábio Carneiro contou também com o apoio da Colcci, que cedeu as peças para criar o look. E o fotógrafo Nelson Pinto foi o responsável pelos cliques. “A ideia da concepção era passar uma atitude estilo rocker, mas retratando a diferença entre o mundo real e o virtual, seguindo as tendências indicadas pela Wella”.
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Fábio Carneiro, que sonha em um dia dividir seu trabalho na Shape com uma vaga entre os técnicos da Wella, por pouco não entrou para a profissão que vem desempenhando tão bem. “Minha história é bem engraçada. Eu nunca pensei que seria cabeleireiro. Trabalho desde muito novo, fiz várias coisas diferentes antes, mas nada relacionado à área de beleza ou estética. Meu último trabalho foi como auxiliar administrativo, em 2005, mas era algo maçante, nunca gostei”, lembra. “Quando eu já estava pensando em sair deste trabalho um amigo me contou que estava fazendo um curso para ser cabeleireiro. Na época, eu mesmo, confesso, tinha um pouco de preconceito. Mas ouvia este meu amigo falar tão bem do curso que fiquei com vontade de fazer. Eu já tinha uma noção de maquiagem, mas cabelo era novidade”, recorda. Foi o incentivo do amigo e a curiosidade que levaram o jovem ao primeiro curso profissional. “Saí do emprego, peguei o dinheiro da rescisão e fui fazer o curso. E logo de cara me apaixonei. Nas aulas práticas, as professoras até perguntavam se eu já havia feito algum outro curso, achavam que eu já trabalhava na área. Isso me motivou bastante. Continuei e estou na área até hoje”, destaca Carneiro. Depois de pouco mais de dois meses de curso, Fábio Carneiro já estava trabalhando na Shape - aliás, esta foi outra passagem inusitada em sua vida profissional. Ele conta que dois amigos trabalhavam como auxiliares na Clínica. E ele próprio tinha muita vontade de
trabalhar lá também. “Um dia, estes meus dois amigos chegaram ao curso e contaram que não estavam mais trabalhando na Shape. E eu logo pensei: ‘Eles devem estar precisando de profissionais!’ Eu ainda estava muito cru, mas queria muito aquela oportunidade. Fui, então, até a Shape, mas, como sou muito tímido, fiquei morrendo de vergonha, mal entrei, não falei com ninguém. Cheguei a ir até o salão, mas logo fui embora”. Mas Fábio não desistiu. No dia seguinte, ligou na Estética e marcou um horário para uma entrevista, o que o deixou mais seguro para voltar: “Quando fiz o teste até cheguei a mentir. Disse que já tinha seis meses de curso, para tentar ganhar mais credibilidade. O teste foi em uma sexta-feira - no sábado, dia 27 de outubro, eu já estava trabalhando. “O primeiro dia foi muito difícil, a Clínica estava muito movimentada, eu fiquei até sem almoçar, pois tinha vergonha de pedir para sair”, confidencia Carneiro. Fábio começou na Shape como auxiliar de cabeleireiro e maquiador. Dois anos depois, passou para cabeleireiro. “Como auxiliar, você não tem tanta responsabilidade; como cabeleireiro, sou eu quem respondo por minhas clientes e por todo o processo”. Hoje, Fábio é muito querido por todos seus colegas de trabalho e está formando sua clientela, que, segundo ele, é muito fiel. Atualmente, Fábio Carneiro também está concorrendo em um curso de maquiadores da Natura. Veja dicas e acompanhe o trabalho acessando: http://beautybyfabio.blogspot.com.
Foto: Nelson Pinto
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comportamento
Individualismo X Egoísmo
Por Lorena Flosi
Foto: Arquivo pessoal
A conquista do direito de ser único
Quantas vezes você já se pegou tendo atitudes que considera individualistas e se criticou? Quantas vezes nos forçamos a fazer coisas que não queremos para não sermos egoístas? Mas espere um pouco: você está sendo individualista ou egoísta? Dá no mesmo? Engano seu. Nossos ouvidos recebem de forma negativa a palavra
“individualista” porque estamos condicionados a imediatamente relacioná-la com o egoísmo, vício condenável quando nos propomos a viver em âmbito social. Mas a verdade é que o individualismo vem da construção de nossa individualidade, uma conquista importantíssima na consciência de nossa unidade. Complicado? Nem tanto.
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O individualismo considera legítimo cuidar dos próprios interesses – o que não significa, em hipótese alguma, prejudicar os direitos daqueles que nos cercam. Quem conquista a própria individualidade tem uma noção clara dos seus limites. Sem essa consciência da fronteira que separa os direitos alheios dos seus, ele não conseguiria se distinguir do todo e perderia sua capacidade de se reconhecer como unidade, ainda que integrada a um contexto maior – a família, o país, o planeta. Somos indivíduos com peculiaridades próprias, uma parte única em um universo composto de pessoas diferentes que partilham interesses comuns. O choque acontece quando nós, plenos de nossa individualidade, nos vemos vivendo em um contexto social que valoriza intensas trocas de sentimento e pessoas que se doam incondicionalmente. De Gandhi a Madre Tereza de Calcutá, tomamos por exemplo pessoas que abriram mão da própria individualidade em prol do bem comum. Louvável, claro, e extremamente importante para a propagação de valores maiores em uma sociedade tão castigada pela violência física e moral. Mas que não podem ser vistas como regra, como um modelo de conduta obrigatória. Nascemos totalmente sem identidade e em estado de fusão com nossas mães. Levamos mais de 20 anos para completar o processo de desenvolvimento interior que definirá nossa individualidade, e quando finalmente conseguimos nos reconhecer como um ser autônomo, com pensamento próprio e pontos de vista construídos a partir de nossas próprias vivências, vem o mundo e nos taxa como egoístas, simplesmente porque decidimos não compartilhar da identidade comum. Egoístas são os que defendem profundas trocas de experiências entre as pessoas para tirar vantagem, já que exigem muito e dão pouco. Como não sobrevivem sem isso, acusam de egoísmo quem não aceita as regras desse jogo de dar sem receber. O alvo, em geral, são os individualistas, que não se prestam a esse tipo de manobra. Aos egoístas não resta outra saída a não ser se aproveitar dos generosos – aqueles que não se importam em receber muito menos do que seu empenho em doar mereceria. O egoísta diz “eu me amo” e gosta de gritar ao vento que consegue suprir as próprias necessidades, mas, na realidade, está camuflando a vergonha que sente de sua total dependência – de atenções, de proteção, de companhia. Se fosse independente de fato, não precisaria tirar vantagem dos relacionamentos. Na verdade, gostaria de ser individualista, de ter força suficiente para bastar a si mesmo, de saber lidar com maturidade com as dores inerentes à sua vivência, de poder escolher entre trocar ou não experiências. O individualista possui essa força, enquanto o egoísta o imita, simulando uma responsabilidade sobre si mesmo que ele não possui. Por isso, o egoísta se apropria daquilo que não lhe pertence: precisa guardar uma cota extra para suprir sua incompetência em lidar com a vida. Faz isso não porque seja mau-caráter, mas porque é fraco.
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Conhece suas limitações emocionais e padece de inveja dos que são verdadeiramente independentes. Tenta incorporar suas atitudes e até convence muita gente de sua independência. Mas não engana a si mesmo. A verdade é que não há nenhuma contradição entre o exercício pleno da nossa individualidade e o desenvolvimento do sentido moral e de solidariedade social. Ao contrário, é o incompleto desenvolvimento emocional das pessoas - o que, na prática, implica no não atingimento do estágio individualista - que acaba por provocar condutas moralmente duvidosas. Assim sendo, podemos deduzir que não só o individualismo não é sinônimo e nem implica em egoísmo, como o egoísmo deriva do desenvolvimento da individualidade de forma imatura e incompleta. O egoísta não pode ser individualista porque ele tem que ser favorável à vida em grupo, já que não tem competência para gerar tudo aquilo de que necessita. É do grupo - ou de algumas pessoas pertencentes ao grupo - que irá extrair benefícios. Pessoas maduras emocionalmente gostam de se relacionar social e afetivamente. Por não precisarem vitalmente das outras pessoas, não são obrigadas a estar com elas o tempo todo, como costuma acontecer com os egoístas, mais imaturos e dependentes. Pessoas mais maduras gostam também de ficar consigo mesmas: apreciam a própria companhia e a companhia de seus pensamentos, seus sonhos, suas músicas, seus livros. O desenvolvimento maduro de nossa individualidade nos permite chegar a um modo de ser que nos agrada, logo conviver conosco passa a ser um ótimo programa. E alguém pode julgá-lo como egoísta apenas por gostar de estar sozinho? Por exercer com prazer sua individualidade? Seria egoísmo optar por um convívio social mais restrito, apenas por ser mais exigente na escolha de seus amigos e conhecidos? Ou simplesmente optar por uma vida mais solitária se for isso o que lhe aprouver? Ou não se obrigar a tomar atitudes que você sabe que não lhe farão bem? Sim, porque é provável que uma das razões pelas quais temos demorado tanto para atingir esse estágio que pode ser chamado de nascimento emocional deriva da nossa dificuldade de aceitar a condição de seres únicos e sozinhos. Portanto, da próxima vez em que você se pegar criticando ao tomar uma atitude que favoreça a si mesmo e valorize o seu bem estar, pare e pense. Você está sendo egoísta ou apenas exercendo seu direito de unidade? Sim, há diferenças. Encare sua individualidade como uma conquista única, capaz de lhe guiar por caminhos muito mais seguros para atingir a realização plena. Talvez ela nunca venha - se é que existe. Mas com certeza o exercício de sua individualidade é capaz de trazer algo que muitos buscam sem sucesso: serenidade e segurança. E tem como não ser feliz assim?
sucesso
Por Érica Amores
10 anos e muitas histórias
Foto: Arquivo pessoal
Smart Center,
Foto: Walter Cabrera
Uma linda festa na noite do último dia 6 de julho, na Capital Disco, em Santos-SP, fechou com muito brilho e entusiasmo a celebração pelos 10 anos do Smart Center – Escritório Virtual Definitivo, empreendimento pioneiro e de sucesso das empresárias Silvana Barros, Carla Guassaloca e Adelmo Guassaloca, sócio-investidor do negócio. O evento foi também um grande reencontro, onde puderam relembrar o início das atividades e muitas passagens que marcaram a trajetória do Smart. Para Carla, a festa atingiu e superou as expectativas criadas em torno do evento. “Além de clientes, amigos e parceiros, conseguimos reunir antigos clientes e funcionários do Smart Center. Ficamos muito felizes em ter estas pessoas conosco, pois todas fazem parte da nossa história e queremos contar com elas por mais tantos anos”.
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Silvana defende que “momentos marcantes devem ser comemorados”. Para a empresária, 10 anos para uma empresa é um destes momentos marcantes. “Embora ainda seja um empreendimento jovem, requer muita atenção e dedicação. O Smart está escrevendo uma história de sucesso e superação. A festa foi uma forma de agradecermos a todos que nos ajudam a construir esta história”. A festa também foi uma forma de recomeço, diz Carla. “Acho que 10 anos de trabalho é um marco para qualquer empresa. Sinto que é o começo de um novo ciclo. É uma grande realização chegar aqui e uma enorme satisfação ter tantas pessoas queridas ao nosso lado. E ainda mais com novos planos e novas expectativas para os próximos anos”!
Um ponto alto da festa foi quando todos assistiram ao vídeo comemorativo de 10 anos do Smart Center, reunindo depoimentos e imagens que registraram as diversas fases e momentos do Escritório Virtual. “O momento mais emocionante da festa foi quando estávamos no palco e assistimos aos depoimentos e depois tivemos a oportunidade de agradecer a todos, dizer o quanto foram e são importantes para o Smart”, recorda Carla. E não foi só a festa na Capital que registrou a história de Silvana e Carla à frente do Smart Center. As comemorações pelos 10 anos iniciarem-se bem cedo. “Desde janeiro elaboramos uma campanha de aniversário. Todos os meses os clientes que convivem diariamente conosco receberam brindes que remetiam a uma festa. Apito, chapeuzinho, bolo, de tudo um pouco”, lembra Silvana. A primeira confraternização para registrar esta “década” de muito trabalho e esforço conjunto de toda uma equipe foi uma palestra com Bruna Gasgon, no último mês de junho. “A palestra foi um presente. A Bruna é nossa parceira desde o início das atividades”, lembra Carla. O cabeleireiro Hugo Sancineto é cliente do Smart e, desde 2005, tem seu Studio instalado no Escritório Virtual. Ele afirma que o reconhecimento do empreendimento inicialmente foi atribuído a seu pioneirismo na
Cidade, mas, para Hugo, o sucesso do negócio vem mesmo da competência de uma parceria perfeita entre Silvana e Carla. “Espero que esta parceria, que lhes trouxe este grande sucesso, permaneça, e que ambas continuem trilhando um brilhante caminho. Esta é a minha mensagem e o meu desejo”, disse Hugo. “O sucesso do Smart é devido à praticidade, localização, o astral, o custo-benefício e o bem servir. Parabéns pelos 10 anos de Smart Center. Eu, junto com a minha equipe (Cássio, Thiago e Ana Paula), desejo o melhor do mundo a vocês. Obrigado por tudo e seguimos rumo às novas décadas de parceria e comemorações”, destaca Luiz Antonio Domingues Filho, cliente do Smart desde 2001. O empresário é personal trainer, escritor e palestrante, e tem um centro de atividade corporal, o In Forma, montado em duas salas do Smart. Depois de tantas alegrias e meses de expectativa para encerrar com chave de ouro a celebração do aniversário do Smart, Carla e Silvana concordam ao dizerem que o que fica desta história são as conquistas. “Fica muito aprendizado, uma história de vida e muita coisa boa para se lembrar. Muita luta, mas também muitas conquistas”, diz Carla Guassaloca. “Fica a certeza de que um sonho pode virar realidade, basta acreditar, lutar, manter a dedicação e estar preparado para superar todos os obstáculos e dificuldades”, conclui Silvana.
gastronomia
Culinária bahiana
Por Beth Tiane
www.feijaoecaviar.com.br
Muqueca de camarão à moda de Trancoso Descoberto pelos hippies nos anos 70, Trancoso ganhou notoriedade e a preferência das “celebridades” e dos turistas, que vêm curtir a beleza de suas praias e o cenário histórico do Quadrado: a praça central da vila emoldurada por casinhas coloridas, um campo de futebol no meio e uma igreja ao fundo – que permanecem os mesmos, acrescidos de um comércio, pousadas e sofisticada gastronomia, que ressalta ainda mais o charme, o astral e a magia deste lugar. Fundada pelos padres jesuítas em 1586, antiga aldeia de São João Batista dos Índios, Trancoso é natureza, alegria, com seu ambiente cheio de prazeres que contagia os visitantes. A pequena vila se desenvolveu em volta de um gramado retangular, situado no alto de um platô, repleto de amendoeiras e mangueiras, onde se encontra a bela Igreja de São João, construída em 1650.
alimento de baixa gordura, com um conteúdo rico de ácidos adiposos altamente não saturados, que levam à formação do conhecido “bom colesterol”. Pesquisas concluíram que, numa dieta saudável, pode-se incluir o camarão, fervido ou grelhado. Assim, comer camarão pode diminuir o nível de colesterol no sangue. O melhor, entretanto, é evitar o camarão frito e limitar a quantidade de óleo, manteiga, molho tártaro e maionese. Muqueca de Camarão à Moda de Trancoso Ingredientes:
Situado entre duas encantadoras vilas, Trancoso é o point, entre a praia do Espelho, local para descansar, com pousadas na areia da praia e cenários desertos a perder de vista, e o Arraial d´Ajuda, com natureza privilegiada e o agito 24 horas.
2 kg de camarão (de nº 20 a 24) Sal e pimenta a gosto 6 tomates bem maduros sem pele e sem sementes cortados em cubinhos 1 xícara de caldo de camarão 2 colheres de sopa de salsinha picada 1 vidro de leite de coco 1 cebola grande picada 2 colheres de sopa de azeite de dendê 1 colher de sobremesa de azeite extravirgem
Quadrado escuro e romântico
Modo de preparo:
Curiosamente, o Quadrado não tem iluminação pública, e a luz de velas nas mesas dos diversos restaurantes e estabelecimentos comerciais transformam este cenário romântico ao cair da noite, e convida os casais para esta viagem de sonhos.
Limpe os camarões, seque e reserve-os. Doure a cebola com azeite extravirgem, junte os tomates ao azeite de dendê, o caldo de camarão e os camarões, e deixe cozinhar por 6 minutos. Acrescente o leite de coco e termine com salsa picada. Para decorar, reserve 6 camarões com casca. Acompanhamento do prato: Coco assado (Assar um coco cortado em tiras no forno a 180°C).
Calendário de Trancoso Importante programar sua viagem para a época em que seu astral melhor se adequar. Se for para o Réveillon, prepare-se, pois o vilarejo fica muito concorrido e é difícil encontrar hospedagem sem reservas com muita antecedência. Porém, se o seu objetivo é ter sossego e desfrutar da natureza local, qualquer época do ano fora de temporada e do período de chuvas é excelente. Curiosidade Doze camarões grandes contêm 130 mg de colesterol. Este consumo não é preocupante, pois o camarão é um
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Esta e outras receitas você encontra no site de Beth Teani, no www.feijaoecaviar.com.br
Imagem de divulgação
Com pousadas sofisticadas, lojas de grife e restaurantes estrelados que atraem ricos e famosos, no Quadrado não é permitida a circulação de veículos e algumas praias são acessíveis apenas depois de uma boa caminhada, como a deserta Pedra Grande e a badalada Rio Verde, onde hippies e modernos desfrutam de sua beleza.
eu vou com Cláudio Canalonga Euro Lounge Uma casa intimista e descontraída - assim é a Euro Club. No melhor estilo do conceito dos clubs privés europeus, a Euro tem uma capacidade reduzida, bem diferente das casas noturnas mais tradicionais, recebendo, todas as noites, cerca de 200 pessoas. O público também é diferenciado, ou melhor, selecionado. Para curtir uma noite na Euro Club, você precisa se cadastrar pelo site oficial da casa, acessando www.eurolounge.com.br. Aliás, pela página na web, já dá para sentir o clima do espaço. Imperdível! A casa é uma mistura de lounge, disco e bar. O atendimento é premium, ambiente com design inovador, iluminação fantástica, com 16 chuveiros de leds e mais de 16 milhões de cores. O sistema de som foi projetado pelo conceituado Lonardi Donna, que usou e abusou do que há de mais moderno em equipamentos. Dois DJs residentes comandam a electro music. Para curtir a casa, é preciso colocar o nome na lista disponível no site. Informe-se pelo telefone de reservas: (13) 2202-2880.
Yellow Village Já não é mais privilégio das grandes capitais como Nova Iorque e Paris contar com casas no conceito “dining club”. Aqui na Baixada Santista encontramos casas com cardápios sofisticados e boa música. Uma delas é a Yellow Village, no Guarujá-SP. O espaço une gastronomia mediterrânea e a culinária mexicana, bebidas, drinks, cocktails e uma programação voltada para pocket shows. O Yellow é um mix de lounge e bar. Diversão garantida com muito flash back e house music. Quem chega ao Yellow e dá aquela primeira olhada na casa chega a ter a impressão de se tratar apenas de um restaurante charmoso e afável. Outros já logo diriam - como é comum hoje – que se trata de uma prébalada. Mas a casa é uma mistura disso tudo! O clima é sempre muito gostoso, com gente bonita e boa música. Conforme as horas vão se passando (a casa abre às 20 horas), a música fica mais agitada e todos se soltam. Dois decks nas laterais da casa, com pufes, também criam um ambiente reservado. A novidade da casa é a “Sextaneja”, inaugurada no último dia 26 de junho, que conta com DJ e banda ao vivo. Não perca! O Yellow Village fica na Rua Marjory da Silva Prado, Praia de Pernambuco, Vila Jequitimar, Guarujá-SP. Informações pelo telefone (13) 3353-2133 ou acesse o site www.yellowvillage.com.br.
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Por Érica Amores
coluna social
Por Renata Pierry 2. 1.
3.
4.
5.
6.
7.
9.
8.
1. Gabi Montoro
e Ricardo Figueira
2. Carol Mendes e
Carina Mendes Arias
3. Anita Freire Bernardo 4. Priscila Manfroi e FabrĂcio Novaes
5. Fabiana Rios
e Maycow Montemor
10. 11.
6. Camila Nascimento Sessa e Paula Nascimento
7. Toninho e
Renata Bernardo
8. Ingrid Diniz e
Thais Ferreira Lima
9. Flavia Esteves 10. Daniela Perri 11. Marcella Carneiro
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13.
15.
14.
12. Caio Magenta e
16.
Karen Diniz
17.
13. Mario Rebello,
Gustavo Gotfryd, Roberto Santini e Paulo Farias
14. Carlinhos Virtuoso 15. Veridiana Paulella Castanho e Vanessa Paulella
16. Christina Guedes 17. Eduardo e Bernardo Botenne Virtuoso
humor
Fúria no trânsito
A verdadeira versão Road Rage
Qualquer paulista quando visita o Rio de Janeiro acredita que os cariocas não sabem dirigir, mas isso é parcialmente verdade. O carioca não está preocupado com o trânsito, ele tem outras coisas em mente: o Maracanã, a praia, a bala perdida, isso justifica, ao menos para eles, o movimento distraído de mudança de faixa, furar o sinal, não usar cinto de segurança, e, invariavelmente, esquecer a existência da seta direcional. Porém, todos eles sabem dirigir, ou melhor, foram aprovados em algum exame de direção para poder receber a famigerada carteira de motorista. Logo que cheguei a Monterrey, tive a mesma sensação - esses caras dirigem mal! -, e pensei que se tratava de mais uma cidade de distraídos. Na minha impaciente busca pelos motivos que levavam a isso, percebi que o número de acidentes aqui é altíssimo. A desculpa dos nativos é o asfalto. A cidade está exposta a mudanças bruscas de temperatura e por isso o asfalto aqui é “especial” – leia-se “uma porcaria”. Com um pouco de água, é possível realizar Holiday on Ice em pleno pavimento, e sem a ajuda de patins. Por algum motivo, ainda não me sentia completamente satisfeito com esse argumento. Continuei minha busca e, após um ano de muitos dedos, juras de morte e xingamentos para com os locais, quem diria, obtive a resposta com minha companheira de trabalho, durante um bate papo informal. - Aqui não existe auto-escola! - Mentira!!! - Ah, é desnecessário!
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Por Murillo Valverde
Imagine você, quatro milhões e quinhentas mil pessoas, todas elas devidamente munidas de suas carteiras de habilitação, mas não há sequer uma pessoa nessa cidade que tenha passado pelo teste da baliza, ou sequer um psicotécnico, aquele negócio de desenhar bolinhas com a mão esquerda. A carteira de motorista aqui é obtida após pagar uma taxa, entregar uma foto 3x4 e assinar uns formulários, mais fácil que se tornar sócio do clube de bocha na minha cidade - lá, sempre é necessária pelo menos uma autenticação de firma. Visando impedir a exclusão dos menos preparados, a indústria nacional produz carros automáticos; assim, nem mesmo a falta de coordenação motora – acelerador, embreagem, marcha - é motivo para deixar de participar do festival bizarro de trânsito que ocorre diariamente na cidade. Ontem me peguei imaginando que sentido deve ter para as senhoras dessa cidade aquela placa triangular de “dê a preferência”. Placa de rotatória deve ser política de reciclagem. Acreditando que soltar esses malucos pelas avenidas escorregadias não seria suficiente, e para garantir o nível de entretenimento no município, a prefeitura posiciona estrategicamente um guarda de trânsito em cada esquina, diversas linhas de trem fazendo ziguezague pelas avenidas principais e taxistas kamikazes, capazes de te levar do “boa tarde” ao “para-essecarro-pelo-amor-de-Deus” em questão de segundos. Apesar de tudo isso, não é permitido dirigir bêbado. Mas, convenhamos, precisa?