StudioBox #20

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Mulher, demasiada mulher

Quando a força te leva alÊm


Carina Duek . Cia. Marítima De Puta Madre . Espaco Fashion Flor . Foxton . Gola . Isabella Giobbi Juliana Jabour . Lacoste red . New Order Osklen . Rhio . Rockstter . Salinas Studio Tmls . Totem . Zapalla

Rua Azevedo Sodré, 45 - Santos - SP www.iriana.com.br



carta ao leitor Não importa onde você parou… em que momento da vida você cansou… o que importa é que sempre é possível e necessário “Recomeçar” Recomeçar, Carlos Drummond de Andrade.

A

ssim como ocorreu há cinco anos, em nossa primeira edição, resolvi mais uma vez iniciar com um trecho de um dos poemas do espetacular Carlos Drummond de Andrade.

É que Recomeçar é a lei que permeia em nossa equipe. A chuva que deu adeus a 2009, para poder receber 2010, revigorou nossa energia e isso ficou explícito em cada página da revistas. Se “Recomeçar é renovar as esperanças na vida e o mais importante…”, ouso dizer que seguimos fielmente as palavras de Drummond. Acredito também que todos devem fazer o mesmo. Afinal, tudo na vida torna-se mais fácil quando estamos repletos de esperanças e com a certeza que tudo dará certo no final. Chegou o momento de deixar para trás mágoas, tristezas, lamentações e tudo aquilo que nos impede de seguir adiante. Se o seu 2009 deu-lhe um baita trabalho, esqueça! Respire fundo, arregace as mangas e recomece. Você tem um ano novinho em folha para correr atrás de tudo que deseja e acredite, primeiramente, que você é merecedor de tudo. Não perca mais tempo, pois chegou o momento de “Acreditar em você de novo”.

Maycow Montemor

Equipe ox 2010

Studio B


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editorial Como o tempo voa; como as coisas mudam... Depois de 82 anos, desde a criação da premiação mais importante do cinema, finalmente uma mulher é contemplada como melhor direção no Oscar. Portanto, três vivas para Kathryn Bigelow. A primeira de muitas, e assim esperamos. Três vivas também para as dez mulheres que compõem esta edição. Uma reportagem de capa onde a sensibilidade e a humanização ficaram nítidas em todos os perfis. Nossas personagens mostram com suas histórias de vida, que vale a pena acreditar que as coisas podem ser diferentes, e que desistir, deve ser uma palavra excluída de nosso vocabulário. Conversamos com uma especialista para esclarecer como a meditação pode mudar nossa rotina, claro, para o bem. Há ainda uma matéria sobre o tão esperado filme, Alice no País das Maravilhas, que agora vem em uma versão inusitada do diretor Tim Burton. Preparamos também novidades que acompanharão você em todas as edições de 2010: a editoria Entre Amigas, onde quatro mulheres discutem sobre temas polêmicos. Para inaugurar a edição, elas resolveram falar sobre infidelidade. Há ainda uma nova colunista, Dra. Tosca Amieiro que responde às dúvidas dos leitores. Aproveite a primeira edição de 2010 da Studio Box.

na edição anterior... Nossa equipe foi conferir a rotina de cinco jovens empresários: Oscar Martins, Simone Farias, Adriana Zucchini, Rafael Martins e Daniela Serra. Eles nos mostraram que a famosa frase de Albert Einstein que diz que “O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”, é a mais pura realidade! Trabalho árduo, foco e muita determinação são os pontos principais apresentados por todos eles. A Studio Box agradece aos cinco jovens empresários, por terem dividido conosco suas histórias.

Boa Leitura! Érika Pereira Editora-chefe

expediente Direção Maycow Montemor Jornalismo Érika Pereira (MTB 56.586) Consultoria Jurídica Flávia Barile Financeiro Leya Santana Consultoria de T.I. Pedro Mendes Produção & Fotografia Tatiana Aguena Diagramação Ana Beatriz Noya Tetê Assistentes de produção e jornalismo Bruno Iraha, Ana Paula Peixoto, Bruno Basílio Colaboradores Dani Muniz, Leny Almeida, Renata Pierry, Beth Teani, Tosca Amieiro, Márcia Atik, Fernanda Ventura Publicação Bimestral - Tiragem 15.000 exemplares - Gráfica Arvatto Print - Bertelsmann Esta é uma publicação da M. Montemor Editora com todos os direitos reservados.





índice Pág. 44 Mulher, demasiada mulher Quando a força te leva além Nesta edição especial “Mês das Mulheres”, você confere o perfil de dez personagens com muitas histórias e lições de vida.

Sentidos da vida pag. 17

Navegar é preciso, para quem tem bom gosto pag. 72

John Galliano: “Excentricidade que conquista” pag. 19

Canadá - Belezas naturais esperam por você pag. 74

Construtivismo - Vivendo e aprendendo pag. 21

Melba Nadais - Saber ouvir é fundamental pag. 76

Ciúme - Fraqueza de muitos pag. 24

Porto Seguro - Unidos por um bem comum pag. 80

Cinco minutos em busca de paz pag. 27

Dúvidas Frequentes, respostas pertinentes pag. 82

Katryn Bigelow - a primeira de muitas pag. 30

Mídias Sociais - O mundo conectado pag. 84

O que faz você feliz com Dani Muniz pag. 32

Eu vou com Daniela Muniz pag. 86

Fiel ou infiel? Eis a questão ... pag. 35

Chicletaria - Vestido como gente grande pag. 88

Chic é ser educado pag. 38

Teodora - Sinônimo de requinte pag. 90

Alice no País das Maravilhas agora na versão Tim Burton pag. 40

Coluna Social pag. 93

Cem anos de conquista - Uma homenagem à mulher pag. 42

Moussaká e a Grécia pag. 96

A festa foi boa? pag. 70

Amélia x Funcionalismo Público pag. 98






crônica

Sentidos da vida Por Leny Almeida

E

ra uma vez... Assim é o início de todas as histórias infantis que contamos e também daquelas que já ouvimos. Farei uso do popular conto da Chapeuzinho Vermelho e do Lobo para fazer uma reflexão sobre os nossos sentidos.

A mesma boca que aprecia os sabores que nutrem, alimentam e fortalecem nossa saúde, é a mesma boca que sorri, que beija, que fala... Tanto sentido para um único sentido. Nessa direção a boca cura. Mas há também quem consiga provocar o caos se não souber doutrinar o que ela diz.

No conto infantil, a pequena Chapeuzinho questiona o Lobo sobre a função dos olhos, da boca, dos ouvidos, do nariz, das mãos...

Há de se ter cuidado extremo com as nossas palavras. Elas têm força e podem não ter remédio. Em muitos momentos, uma palavra injusta fere mais do que um ato violento. Ela agride a alma.

As respostas que ela recebe são óbvias e racionais. Mas na vida real os sentidos têm um ‘sentido’ muito mais profundo. Os mesmos olhos da Chapeuzinho que “são pra ver melhor”, nos fazem ver as belezas da vida e nos permitem distinguir antagonismos... Se o que vemos é bonito, se nos apraz... E se eles são também os espelhos da alma é com ela que temos que olhar e avaliar o julgamento que fazemos das coisas e das pessoas. Um olhar amoroso quebra barreiras, aproxima, acolhe, comove, liberta!

Mas a boca também nos eleva quando a usamos para orientar, orar, agradecer ou expressar elogios verdadeiros. Desta forma, estamos usando este sentido como uma ferramenta do bem, que de algum modo permite que sejamos pessoas melhores. E é assim que tem que ser! Certamente, o sentido que temos que dar aos nossos sentidos vai muito além do óbvio. É preciso que os usemos com sabedoria. Assim, nos conectamos com o divino e com o sagrado que habita em nós.

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John Galliano

Excentricidade que conquista


personalidades

“Alta-costura é a ideia em estado puro, a fonte primordial de inspiração” John Galliano

P

ara alguns ele é o louco, para outros, o sonhador. Mas a verdade é que as mãos de Juan Carlos Antonio Galliano, mais conhecido como John Galliano, são mágicas e capazes de produzir grandes obras de arte. Nascido em 1960, em Gibraltar, o estilista britânico formou-se em design de moda, em 1984, em St. Martins College of Art & Design. Galliano foi considerado o melhor aluno do curso naquele ano. Não é à toa que o estilista foi conquistando seu espaço e desde 1996 está à frente de uma das marcas mais importantes da alta-costura, a Maison Dior. Antes de assumir a marca criada por Christian Dior, Gallianno comandou a equipe de criação da Givenchy. Quando assumiu a Dior, muitos torceram o nariz para o fashionista iniciante que deixou alguns franceses revoltados. Na época, a Maison passava por um período não muito glamouroso. Então, bastou um ano para que o punk Galliano colocasse as coisas em ordem e fizesse com que a grife voltasse a lucrar. As criações do estilista têm o objetivo de chocar e causar impacto. Ele percebeu que coisas esquisitas fazem o gosto das pessoas. Em seu primeiro desfile, ainda na faculdade de moda, o estilista colocou os modelos vestidos com galhos de árvore na cabeça e seguravam peixes mortos. Galliano levou toda essa excentricidade para os desfiles da Dior e seu estilo passou a ser difundido, e atualmente agrada principalmente mulheres. Nas passarelas, Galliano já colocou monges, freiras, mendigos, acrobatas, esfinges... Apesar de parecer estranho, ele sabe combinar e misturar estilos. Suas “maluquices” vêm dando certo e o faturamento da Dior só aumentou desde sua chegada. Em um desfile realizado em 2003, para marcar a temporada de verão, John Galliano mostrou sua exuberância. A passarela foi decorada por cores e a cultura indiana predominou o desfile, que teve inspiração nos filmes de Bollywood.

A apresentação marcou a carreira, já conceituada do estilista e foi um espetáculo histórico. Durante uma entrevista para a revista semanal Veja, Galliano comentou que o maior desafio em preservar uma marca como a Dior é quebrar expectativas, e que seu desafio é sempre estar um degrau acima. “O que é importante é ser fiel às suas ideias e conhecer o caráter das roupas que se está criando. Então, partir para ultrapassar fronteiras, para fazer coisas que mantenham a essência da grife e que ao mesmo tempo sejam novas e inesperadas”. Segundo Galliano, o diferencial da grife é saber ousar, pois a Dior é feita para mulheres que não têm medo de arriscar. Com sua criatividade e originalidade tornou-se um dos estilistas mais conceituados do século e assim, ganhou total liberdade para criar na grife. Mesmo assim, o estilista está sempre atento àquilo que a mulher realmente deseja. Em seu primeiro dia na Maison, Galliano se deparou com cerca de 800 funcionários que estavam prontos e enfileirados para recebê-lo e dar as boas vindas. Na época, ele chegou a declarar: ‘primeiro, que eu queria desesperadamente gravar o nome de todas essas pessoas e segundo, uma pergunta que não saía da minha cabeça: o que foi que eu fiz?’. O primeiro desfile diante da Dior, em janeiro de 1997, marcava também os 50 anos da marca. As criações mostravam um estilo de mulher moderna e elegante, com combinações variadas e tecidos antigos. Seu trabalho é caracterizado por alguns como uma espécie de romantismo moderno, sempre com misturas de culturas que encantam a todos. O estilista costuma criar 15 coleções por ano e parece que hoje suas criações já não parecem tão esquisitas. Os produtos e acessórios da Dior, criados por Galliano são verdadeiros sucessos de vendas, e muitas peças, antes mesmo de chegar às lojas, costumam ter uma lista de espera. Pelo jeito, a excentricidade de Galliano encantou definitivamente as mulheres e o mundo fashion.

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educação

Construtivismo

Vivendo e aprendendo

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ada de decorar e muito menos utilizar a palmatória. Parece mentira, mas por muito tempo acreditou-se que atitudes como essas eram capazes de fazer com que o indivíduo adquirisse conhecimento. Até que Jean Piaget, criou em 1995 o Centro Internacional de Epistemologia genética para se dedicar e descobrir os estágios do desenvolvimento e inteligência da criança. Os estudos de Piaget foram desenvolvidos ao longo de sua vida, e suas teorias ficaram conhecidas como Teorias Psicogenéticas. Ele empenhou-se em descobrir o modo de construção do conhecimento humano, dando origem à Epistemologia Genética, um dos ramos da psicologia. Porém, a abordagem e o seu pensamento mais difundido foi o construtivismo. Tanto que diversos estudiosos fizeram teses a partir das ideias de Piaget. A educadora Emília Ferreiro é um exemplo. Ela era aluna de Piaget e desenvolveu estudos de psicogênese da língua, com base nos estudos prévios dele. A pedagoga Cristhiane Maia explica que como o cons-

trutivismo é um campo ainda recente, muitos confundem seu real sentido, o que consequentemente prejudica a maneira de colocá-lo em prática. “O construtivismo é uma corrente teórica que tem como meta explicar como a inteligência humana se desenvolve. Portanto, há que se esclarecer junto aos pais e educadores o que é construtivismo, pois quando confundido e aplicado como método deixa lacunas e obstáculos intransponíveis”. Por isso, é preciso ressaltar que o construtivismo não é um método de ensino, e a denominação correta é “concepção teórica”, ou seja, ela vai ser aplicada sobre um método. “Esta concepção teórica parte do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre indivíduo e o meio”. A pedagoga salienta que o construtivismo estimula a descoberta do conhecimento pelo aluno, evitando afogá-lo com informações prontas e acabadas. A criança aprende através de sua relação com o mundo e com outras pessoas, seja com brincadeiras, jogos e relações familiares, fugindo assim da

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rigidez da prática tradicional. É nesse ambiente de brincadeiras que podemos perceber a vantagem em se ter dentro da escola a aplicação do construtivismo, tornando o espaço de aprendizado agradável. Assim, a criança tem a oportunidade de vivenciar relações que a auxiliam no bom desenvolvimento para o futuro. “Desde o início sempre fui a favor em utilizar várias teorias e métodos favoráveis à educação do aluno, pois o ensino vive em constante mudança e o construtivismo é rico e facilitador do processo ensino-aprendizagem”. A pedagoga ressalta que o construtivismo favorece ainda a autonomia dos educadores e alunos, propiciando condições e oportunidades de se manifestarem livremente seus sentimentos e emoções. Apesar da procura pelo método ser grande, Cristhiane diz que são poucos os pais que realmente conhecem a concepção construtivista, mas comenta que cabe às escolas ampliarem este conceito. “A procura pela concepção teórica é grande, talvez pela fama que o construtivismo ganhou ao longo dos anos, mesmo que não haja um real conhecimento das propostas. A grande maioria procura a escola por indicação de outros pais, ou porque já ouviram falar bem da instituição”. Dentre as correntes teóricas empenhadas em aprimorar o processo ensino-aprendizagem, a pedagoga vê o construtivismo como uma das mais ricas, pois as crianças são estimuladas com reciprocidade na fixação de regras, no escutar e no ouvir, nos direitos e deveres, e nos princípios básicos da cidadania e da democracia. “Vejo o indivíduo, não como um ser totalmente passivo sob a influência do meio, mas como aquele que responde a estímulos externos, agindo sobre eles, construindo assim e organizando o seu próprio conhecimento”. Cristhiane ressalta que o educador e o educando devem estar em constante relação. Em sala de aula, o conteúdo não deve ser dado totalmente pronto. O professor deverá proporcionar à criança oportunidades de ampliação de suas experiências e valorização de seu saber, em um ambiente rico em estímulos, onde a criança poderá conhecer e viver novas experiências. “Pais e escola têm papel fundamental na educação. São eles que vão atender as necessidades das crianças desenvolvendo integralmente as potencialidades de cada um, introduzindo aos filhos à experiência, reflexão e a construção do conhecimento. Assim, eles resultarão em um ser pensante, criativo, pró-ativo, dispondo assim de vantagem em qualquer setor aonde venha atuar”. Ela conta ainda que é primordial o domínio das técnicas do construtivismo por parte de escolas e educadores. Pois existem escolas que dizem ser construtivistas e na verdade os professores não agem conforme a concepção dentro de sala de aula. “Por isso o ideal é utilizar o método do bom senso, onde todos os métodos e teorias são aplicados para o aluno, pois a educação está em constante mudança”.

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vida real

Ciúme

Fraqueza de muitos

Cena do filme “ Um espírito atrás de mim” (Ghost Town) Direitos reservados a Dreamworks (2008)

“...uma mulher quer muito aquele homem maravilhoso... Quando esse rapaz se aproxima, ela não acredita, porque é tão insegura que não crê em si. Qualquer coisa que ele falar, ela vai pensar que é mentira. Essa mulher pode negar o sentimento, por conta de ser insegura...” 24


R

afael e Ana Paula são noivos há dois anos. O casal foi convidado por Douglas, um grande amigo de Rafael que também namora para uma festa em um sítio, que fica no interior de São Paulo. Ana Paula não pode acompanhar o noivo por causa de seu emprego. Ela é gerente comercial e trabalha até aos finais de semana. Já Rafael tem horários mais flexíveis, e por isso vai à festa sozinho. A noiva, apesar de não gostar a princípio da ideia, permite. Assim que Rafael chega ao local, encontra vários amigos. De repente, Douglas convida algumas mulheres para participarem da festa também. Como conhece bem a namorada, Rafael liga para Ana Paula e decide avisá-la. Ela não gosta nada da história e pede para ele sair imediatamente de lá. Ana Paula considera falta de respeito um amigo que é comprometido convidar outro que é noivo para uma festa com várias mulheres. Ela fica brava e de tanto insistir com o noivo o convence a ir embora. Assim como Ana Paula e Rafael, muitos casais sofrem com o ciúme em relacionamentos. O apego a pessoa amada, o sentimento de posse e principalmente o medo da perda fazem com que os casais passem muitas vezes por situações de constrangimento. A psicóloga Tosca Amieiro explica que o ciúme pode até ser considerado saudável desde que não se torne o assunto principal do casal. “É normal ter ciúme de coisas ou pessoas. O que não é considerado comum é estar afinado no ciúme o tempo todo.” O sentimento pode ser considerado doença quando um dos parceiros invade a privacidade do outro. “Quando aquilo impede o parceiro de se relacionar naturalmente, o ciúme persiste na relação e se torna o fator essencial, não aceita olhar outras possibilidades, nesses casos o recomendável é fazer uma terapia”.

"O ciúme fala de uma fraqueza. E se sentir fraco é não se sentir poderoso. E o mundo hoje é para quem tem poder" Entretanto, se há um controle, Tosca diz que essa reação pode ter um efeito positivo no relacionamento pelo fato da preservar aquilo que foi conquistado. Isso também é o que pensa a administradora de empresas Bruna Greco, 31 anos. Ela se considera ciumenta, mas confessa que não perde o autocontrole e não deixa que ninguém perceba. “Eu tenho ciúme do meu namorado, do meu carro... Acredito que a relação apimenta um pouquinho, porque você sente o quanto a pessoa se importa com você. Mas

se for doentio, caímos naquela história ‘tudo que é demais não faz bem’. Acho o ciúme positivo, até o momento que não prive sua liberdade de ser, de ir e vir!” O ciúme é positivo quando é encarado como uma forma de zelar por aquilo que é nosso. Desde que a pessoa não fique afinada no ciúme, conforme explica a psicóloga, esse sentimento pode ser positivo porque tudo o que é nosso e que é visto como uma conquista, temos que cuidar. “É uma maneira de vigiar, seja o carro, a mãe, as amizades...” Tosca comenta que geralmente as pessoas que sofrem de ciúme, possuem baixa autoestima e costumam ser inseguras. Indivíduos com esse perfil têm dificuldade de se relacionar. Por isso, tendem a não se dar uma oportunidade, por acharem que determinada situação não lhe cabe.

“É muito estranho quem não tem preocupação nenhuma com o companheiro. Se você gosta, você tem um cuidado, você tem preocupações” “Por exemplo: uma mulher quer muito aquele homem maravilhoso... Quando esse rapaz se aproxima, ela não acredita, porque é tão insegura que não crê em si. Qualquer coisa que ele falar, ela vai pensar que é mentira. Essa mulher pode negar o sentimento, por conta de ser insegura. Diz que não quer, porque não tem meios de se envolver com aquilo, isso acaba sendo uma defesa, só que o medo paralisa... Na verdade, tudo o que é patológico paralisa”. Com o passar do tempo, a fama de sentir mais ciúme ficou com a mulher. A psicóloga diz que isso acontece, porque a mulher se expõe mais, porém Tosca ressalta que atualmente esse número está bem equilibrado. “Hoje o homem também está se expondo e também está sentindo ciúme, mas ainda existem aqueles que não admitem, pois o ciúme fala de uma fraqueza. E se sentir fraco é não se sentir poderoso. E o mundo hoje é para quem tem poder”. E quem não sente ciúme nenhum? É falta de amor ao parceiro ou excesso de segurança? “Acho que é falta de cuidado. Porque é muito estranho quem não tem preocupação nenhuma com o companheiro. Se você gosta, você tem um cuidado, você tem preocupações. É claro que com a maturidade da relação, o ciúme pode ficar algo mais simples, como a preocupação de saber onde estava. O cuidado sempre tem que existir.”

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bem-estar

Cinco minutos em busca de paz

E

svaziar a mente em busca de equilíbro e autoconhecimento. Você já tentou? Parece impossível conseguir tal façanha diante da diversidade de atividades e informações que nos cercam diariamente. Mas exatamente por isso é importante parar por alguns minutos e voltar para si. A instrutora de Yoga Maria Lourdes Klettemhofer explica que é possível aquietar a mente, desde que haja uma prática constante. “É preciso meditar todos os dias para conseguir o equilíbrio”. O estado de total libertação ou iluminação ultrapassa o sentido óbvio da vida, que são os pensamentos agitados. “Os indianos até brincam que a mente do homem é como um macaco bêbado, picado no rabo por um escorpião, tamanho é o estado de agitação. Então, sempre que você começa a se concentrar é interrompido por pensamentos do tipo: será que desliguei o gás? Hoje tenho que pagar uma conta...”

Por isso que no início é difícil, mas ela diz que com a prática a mente consegue se libertar e finalmente esvaziar. “Quando você se propõe realmente a buscar algo e se empenha, acontece”. Há muitas técnicas de meditação como a judaica, hinduísta, cristã, budista... Mas todas caminham para o mesmo propósito, o equilíbrio da mente e a busca por iluminação. Lourdes sugere a Shamata, que é a meditação focada na respiração, uma prática budista tibetana. Para explicar o que significa meditar, Lourdes cita o mestre Sogyal Rinpoche que diz: “meditação é quando o pensamento passado acaba e o futuro ainda não começou. Meditar é repousar sem distrações inspirados nessa visão de quem você é de fato. E aí nesse momento, você se afasta da ignorância e do sofrimento. É também estar atento a esse estado, livre das construções mentais, embora relaxado sem qualquer distração e sem agarrar-se a nada”.

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Desde que começou a meditar há 35 anos, que Lourdes sentiu as diferenças no seu dia a dia. Ela percebeu que seu estado de atenção mudou. “É saber exatamente como estou. Fiquei mais atenta às coisas que são importantes e passei a valorizar mais tudo aquilo me beneficia”. Além disso, comenta que esse estado de libertação, promovido pela meditação, traz mais confiança na vida, pois as pessoas param de ficar projetando o futuro. “Não adianta ficar preso ao passado. Claro que o passado é importante para não repetir os mesmo erros, mas é preciso parar de fazer projeções para o futuro e ficar mais atento ao presente”. Lourdes diz que não devemos nem se alegrar e nem se entristecer demais. “Não devemos achar que a vida é o tempo inteiro felicidade, não tem como ficar feliz o tempo todo. Se alguma coisa triste acontece comigo hoje, eu vou chorar e ficar triste até o ponto que aquilo for experimentado e aí, eu continuo, porque nada é estático; a vida é dinâmica”.

Para começar já Segundo a instrutora a maneira mais fácil para conseguir meditar é através da respiração. Então é preciso observar a respiração, a maneira como o ventre se amplia, se o tórax se expande e depois ir esvaziando suavemente. Para isso basta cinco minutos por dia, não mais do que isso. O primeiro passo para a meditação é a atenção, o Dharma, que é a concentração. “Você precisa sentar em um lugar, não necessita ser no chão, pode sentar em uma cadeira, até porque para nós, ocidentais, é mais difícil sentar na posição de lótus. A coluna precisa ficar bem alongada, livre de tensões, soltar um pouco a região do pescoço e observar a respiração. Quanto mais prolongada e tranquila for a sua exalação, maior a sensação de tranquilidade e calma”. Como o tempo, é possível perceber os benefícios oferecidos pela meditação: a melhora do nível deatenção, diminuição do estresse, respiração mais tranquila, melhora do sistema cardiovascular. Quem acredita que o corpo é feito de energias, sabe que quando adoecemos é sinal de que alguma força não está boa. Partindo desse pressuposto, a instrutora acredita que a meditação, aliada ao tratamento médico ajuda o indivíduo a se curar de alguma enfermidade. “Eu não ousaria dizer que apenas meditando você curaria qualquer doença, mas ouso dizer que com a meditação junto com a orientação médica, tratamento, boa alimentação e exercícios físicos... Aí sim, esse equilíbrio ajudará a melhorar e deixar o corpo em harmonia”.

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E como o corpo precisa estar bem e pronto para enfrentar a maratona diária, vale ressaltar que a meditação proporciona um descanso maior que uma noite de sono. Até porque, muitas vezes acordamos com a sensação de cansaço. “Alguns minutos de meditação nos trazem a sensação de descanso maior que uma noite inteira de sono, porque meditar é um momento que você está presente, o que não ocorre com o sono”. Porém, ela salienta que não se deve meditar deitado, pois fica difícil manter um estado de atenção e você pode acabar adormecendo. “Os canais de energia, segundo os indianos e budistas são através da coluna vertebral. Todo o corpo possui campos de energia, mas especificamente a coluna tem dois grandes campos energéticos. Quando eles se cruzam, é o que chamamos de chakras que são rodas de encontro dessas energias... Então para que essa energia flua é preciso que a coluna esteja ereta. É preciso buscar escola para aprender a meditar? “Não! Mas é claro que um mestre sempre nos orienta a cerca de várias coisas. Não tem uma escola que se ensina meditação, mas existem lugares em que a experiência daquele que a meditação pode ajudar aquele que quer meditar”.

Algumas dicas para iniciar a prática da meditação

1 Desejar; querer realmente meditar; 2 Não adiar o momento de começar; 3 Não ter preguiça; 4 Mesmo que no início seja difícil, insista; 5 Comece com cinco minutos; 6 Comece pela manhã assim que acordar; 7 Escolher lugar especial e tranquilo; 8 Persistir; Onde praticar meditação em Santos? Associação Atlética Banco do Brasil Avenida Ana Costa, 442 Tel:. (13)3289-4334

Para saber mais: O Livro tibetano do viver e do morrer, de Sogyal Rinpoche - Editora Palas Athena Meditação e Compreensão da Mente, de Geshe Lhakdor - Editora Palas Athena



geral

Kathryn Bigelow

A primeira de muitas

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om seu elegante vestido cinza Yves Saint Laurent, marcado por pedras e brilhantes, ela subiu as escadas do palco do Teatro Kodak, em Hollywood, para receber um dos prêmios mais cobiçados do cinema. É por isso que o dia 7 de março de 2010, certamente ficará marcado para sempre na vida de Kathryn Bigelow, a cineasta americana que tornou-se a primeira mulher a vencer um Oscar de melhor direção.

O prêmio de Bigelow serve de estímulo para que as mulheres tenham mais espaço no mercado cinematográfico. Afinal, foram 81 anos que consagraram os homens como vencedores exclusivos de Oscar de melhor direção. E foi abordando o universo masculino que ela trilhou seus passos rumo à vitória. Seus filmes giram em torno de muita ação e cenários tipicamente masculinos. O filme dirigido por Kathryn, “Guerra ao Terror”, também vencedor do Oscar, é repleto de bombas e batalhas. Ela parece rejeitar a receita clássica de filmes românticos com finais felizes.

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A cineasta foi casada com James Cameron, diretor de obras consagradas como “Titanic” e “Exterminador do Futuro”. Na noite em que os holofotes estavam todos voltados para “Avatar”, recorde bilionário de bilheteria dirigido pelo seu ex-marido James Cameron, o Oscar de melhor filme foi para “Guerra ao Terror”, um dos filmes mais premiados de 2009. O longa da cineasta aborda a guerra e sensibiliza-se com o problema humano dos soldados dos Estados Unidos. Em entrevistas na noite da premiação, a diretora afirmou esperar ser “a primeira de muitas” mulheres a ganhar a estatueta de ouro. “Vou ficar muito feliz se conseguir inspirar qualquer jovem, intrépido e tenaz, seja homem ou mulher, a acreditar que o impossível é possível e a nunca desistir de seus sonhos”, disse. “Guerra ao Terror” foi vencedor de seis Oscars. Realmente a hora de Kathryn Bigelow chegou, como profetizou a cantora e atriz Barbra Streisand.



o que faz você feliz?

Daniella Muniz

Felicidade é um sentimento único e mágico

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em um relacionamento é possível ser feliz o tempo todo sim, mesmo com divergências e altos e baixos, a felicidade está lá, de mãos dadas com o amor. Amar é uma forma de ser feliz, se não for desta forma com certeza existe algo errado no relacionamento.

Aos 33 anos, Daniella acredita que todos nasceram para serem felizes, mas que não existe caminho certo. Cada um segue uma trilha e busca o que lhe faz bem. “Podemos encontrar a felicidade em um abraço, em um sorriso, em um olhar, em um aperto de mão, ao andarmos na praia, em um banho de mar, ao ouvirmos uma música, em um encontro com a família e amigos, na intimidade do casal, na paz de cada manhã... O mais importante é olharmos para dentro de nós com o coração aberto”.

Para Daniella a fé move montanhas e nos momentos difíceis é possível perder tudo, menos a esperança. “Sei que nem sempre é fácil encontrar conforto. Em alguns momentos parece que tudo está perdido, nos sentimos fragilizados diante de alguns acontecimentos da nossa vida. Mas é nessa hora que devemos erguer a cabeça e enumerar as coisas boas que temos. Olhar tudo ao nosso redor, valorizar o que no dia a dia não damos tanta importância e perceber como somos privilegiados. Assim, veremos que a busca da felicidade está mais perto do que se imagina”.

la poderia citar muitas definições sobre o que é e onde está a tão procurada felicidade. Mas, com o tempo a advogada Daniella Muniz percebeu que o velho ditado tão proclamado por sua mãe, é definitivamente o mais correto: a felicidade está nas pequenas coisas da vida. “O que importa é ser feliz agora!”, diz Dani.

Para Daniella é difícil falar apenas de um momento inesquecível, mas cita um recente acontecimento que lhe trouxe muita emoção: seu casamento. “Foi um dia muito especial, onde a felicidade fluía no ar”.

“Felicidade é um sentimento único e mágico que possibilita reinventar a vida e não depende de fatores externos ou posses”.

No trabalho, Daniella costuma manter sempre o bom humor, respeitando o espaço do outro. “Não faça para os outros, o que não quer que façam com você”.

Ping Pong

E no relacionamento amoroso? É possível ser feliz o tempo todo? “Depende se a pessoa vincula a felicidade apenas no relacionamento. Existem pessoas que se isolam em uma relação, fazem do ser amado seu único motivo para ser feliz e se esquecem de tudo que está ao seu redor. Acredito que

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Trabalho: realização pessoal Família: a base de tudo Amor: cumplicidade Dinheiro: consequência Futuro: começa amanhã Passado: guardado na lembrança Presente: devemos viver intensamente Lar: meu lugar predileto Desejos: que a vida seja sempre uma festa


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entre amigas

Fiel ou infiel ?

Eis a questão...

A

partir de agora, quatro mulheres discutirão sobre os mais diversos assuntos aqui na Studio Box. O primeiro tema escolhido por elas é polêmico e costuma render boas discussões: Infidelidade.

vários casamentos, a traição não é justificável a nenhuma das partes. O perdão dependerá de uma série de fatores e circunstâncias, como por exemplo, como ocorreu a traição. Foi apenas física, um momento de fraqueza? Ou foi uma traição além de física, emocional, onde houve troca e cumplicidade?

Lucia Elisa Cunha, Silvana Barros, Thaís Bértuol e Karla Guisande opinam sobre o assunto:

Neste caso, no meu entendimento, não tem perdão, porque se o relacionamento chegou a este nível foi porque houve intenção e permissão de envolvimento. Cada situação é única envolvendo várias questões: foi uma noite? Foi uma vida? Foi com uma estranha, ou foi com sua melhor amiga? E principalmente, dependerá muito do meu momento emocional que será composto do quanto estou sentindo de amor pelo parceiro, mais minha autoestima, mais realizações pessoais. Não acredito que infidelidade apimenta uma relação. É cientificamente provado que gera um alto índice de estresse e caso haja envolvimento emocional, o efeito pode ser o oposto.

Lucia Elisa Cunha, 52 anos, corretora de seguros e formada em Administração de Empresas “Não encaro a traição com tranquilidade, não! Acho que os tempos mudaram - e muito. Antigamente a sociedade era permissiva com a traição. Era uma situação cultural, sendo as mulheres reféns de um casamento por dependência financeira. Atualmente as pessoas procuram parceria nos relacionamentos, uma pessoa especial, importante e única. Com o advento do divórcio e a permissão social de se ter

Ao invés de apimentar a relação, você corre o risco

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de não suportar mais a pessoa que está ao seu lado. Não acho que seja fácil se manter fiel. A vida profissional, social, o dia a dia em si proporcionam situações de tentação à infidelidade. Os motivos que levam à traição são inúmeros: carência, busca pela novidade, insatisfação com o atual relacionamento, testar o poder de sedução, experimentar uma sensação de perigo. Hoje, principalmente, a acomodação e o conformismo no casamento geram pessoas insatisfeitas, ressentidas e que podem levar um dos cônjuges reprimido na relação a simplesmente terem vontade de fazer o que nunca fizeram. E para finalizar, a sociedade contemporânea cada vez mais repudia a infidelidade. Prova disto foi uma pesquisa feita pelo Data Folha em 2007 na qual a pergunta direcionada aos entrevistados foi :’O que mais prejudica um casamento?’ Nela, 53% responderam ‘infidelidade’, 15%, ‘falta de amor’, 11%, ‘ciúmes’, 5%, ‘incompatibilidade de gênios’”. Silvana Barros, 46 anos economista e empresária“A infidelidade pode acontecer a qualquer momento com qualquer pessoa. Porém quem trai deve estar certo de que toda traição acarreta consequências ruins. Acredito que a traição pode ser um meio de criar coragem para tomar uma decisão. Muitas vezes a pessoa que trai pode perceber que o relacionamento é importante e que por isso, não vale a pena continuar sendo infiel. Agora se as traições viram rotinas, a relação pode degringolar por um simples impulso. Acredito que se a pessoa é feliz e tem um bom parceiro e está segura do que quer, é fácil se manter fiel. O homem é diferente em relação à traição, pois ele consegue separar muito bem sentimento de sexo. Já a mulher é muito mais sentimento. O homem muitas vezes é instigado a trair, seja por amigos ou até mesmo uma mulher, e não consegue se conter. A mulher pensa muito antes de trair. O homem consegue conviver muito bem com a traição, acho que é genético, a mulher é mais ponderada e se trai é porque se apaixonou. Normalmente quando o assunto é traição, a mulher sai mais machucada, pois se apaixona e nem sempre a pessoa com quem está traindo está nesta mesma sintonia. Então, o que é uma traição passageira para o homem, pode parecer o inicio de um relacionamento para a mulher - e aí começam as consequências e cobranças. O homem quando é traído é um desastre, pois ele não supõe que poderia ser traído um dia, apenas ele pode trair, e quando a mulher trai e toma a decisão de trocá-lo, ele se sente um fracassado. Coitada da próxima mulher que se relaciona com este traído”. Thaìs Bértuol, 41 anos, economista, administradora e empresária de consultoria estratégico-financeira – “Para mim a infidelidade é antes de tudo uma

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atitude reflexiva que tem a ver com a coerência de princípios e conforto de consciência de quem a pratica. Se você a aceita, permite-se praticá-la, caso contrário não há coerência em praticá-la e não aceitar o mesmo comportamento de seu parceiro. Até que esteja convicta de que o relacionamento no qual estou inserida é a melhor opção, zelarei por ele, não o expondo a risco por mais interessante e potencialmente promissor que a opção que se apresente pareça ser. Ao meu ver, se uma pessoa que opta conscientemente pelo voto de fidelidade para com o seu parceiro, falta para com ele, é porque o relacionamento acabou. Perdoar uma traição depende do nível de consciência e circunstâncias no qual foi cometido o ato. Tendo a ser confidente de amigos e já pude observar casos onde o traidor não foi aquele que cometeu o adultério e, sim, a contraparte que boicotou a relação a tal ponto de levar o seu par ao adultério: por baixa autoestima, revolta ou mesmo porque a contraparte considera que o adultério apimenta uma relação. Para mim a infidelidade não apimenta uma relação, mas respeito os casais que a praticam com coerência e até se estimulam com isso. Conheço um casal que namorou e casou muito jovem e, na maturidade, admitem e até estimulam a infidelidade um do outro como forma de resgate de adolescência e para apimentar a relação - mas noto que mesmo neste ponto há um acordo de limites até onde estas relações extraconjugais podem ir. Agora, se manter fiel depende de cada um. Para mim é sim ser fiel! Principalmente para o conforto de minha consciência. Acredito que a generalização muitas vezes é injusta, mas pelo que posso observar o ‘ego’ - seja pelo excesso ou pela falta - tende a ser um traço comum entre homens e mulheres, só que os homens parecem mais apegados ao apelo visual e as mulheres, à carência”. Karla Guisande, 36 anos, Empresária, formada em Administração de Empresas atualmente cursa Design de Interiores na Unisanta - “Não diria que traição é uma coisa natural, mas é um fato que pode acontecer para qualquer um a qualquer momento. Já o perdão seria consequência das circunstâncias. E nada na vida é irreparável. Não é fácil se manter fiel, pois o casamento às vezes se torna rotineiro e a preocupação com os filhos toma proporções gigantescas. Os parceiros acabam se distanciando. Em alguns casos, se o casal não estiver em boa sintonia, isso pode acarretar em traição. A rotina, que é algo absolutamente inevitável numa relação, desgasta ambos os parceiros. Com isso, em alguns casos, principalmente os homens acabam buscando aventuras pitorescas na rua. Acredito que as mulheres são um pouco mais ponderadas, pois a família sempre acaba tendo um peso grande sobre elas”.



etiqueta social

Chic

é ser educado

A

mesa está posta e a infinidade de talheres e apetrechos lhe causam dúvidas: por onde devo começar? Finalmente você foi chamado para aquela entrevista de emprego: e agora, com que

Corporativa, explica que etiqueta é uma regra de comportamento e atitude que as pessoas devem seguir para o bom relacionamento social e profissional, e que nada tem a ver com luxo.

roupa ir? E os homens, ainda devem puxar a cadeira para as mulheres se sentarem? E abrir a porta do carro? Há quem pense que etiqueta social é luxo. Mas desconhecer pequenas regras podem causar situações delicadas e até mesmo a perda de boas oportunidades.

“É tudo muito simples: tratar bem as pessoas com quem convive, ser simpático, respeitar, ser atencioso, saber ouvir e falar, cumprimentar, comer, beber, conversar, presentear, convidar, agradar, ajudar, conviver bem em um ambiente de trabalho.... Nada disso tem semelhança com luxo e nem poder aquisitivo. Comportamento e dinheiro são coisas distintas”.

Fernanda Ventura, especialista em Etiqueta Social e

A especialista comenta que a mesa é o lugar onde

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mais se percebe a insegurança social de uma pessoa, pois tudo fica muito transparente e próximo. Se acontecer uma situação na qual você não sabe como proceder, Fernanda explica que não há nenhum problema em perguntar ao anfitrião ou alguém, como se come determinado prato:”Desculpe, mas me explique como devo comer essa entrada?”, e salienta, “Sem constrangimento algum, ninguém tem o dever de saber tudo e perguntar é bem mais seguro do que tentar fazer de qualquer jeito e ser ridicularizado”.

E no trabalho? Saber se comportar no ambiente de trabalho é um dever. Mas, sabemos que para se manter no mercado ou até mesmo alcançar o cargo almejado, há quem burle regras. Há também aqueles que tentam derrubar o colega, e aqueles que teimam em não respeitar a hierarquia. Todas essas atitudes pegam muito mal e muitas vezes podem comprometer o empregado. “Não conhecer regras de comportamento no ambiente explode a carreira de qualquer pessoa. A impressão de nossa aparência e atitude é responsável por 40% de nosso sucesso profissional. Muitos trabalhadores perdem promoções por causa disso, mesmo se tiver um excelente currículo”. Outro fator importante é a indumentária. Fernanda diz que a maneira correta de se vestir para o trabalho é diretamente proporcional à área que atua. “Normalmente as mulheres podem usar conjuntos ou vestidos sem transparências e comprimentos discretos, com cores sutis. Para os homens, calça e camisa social. E se a ocasião pedir, paletó e gravata”. Já se for um profissional ligado à moda, arte, publicidade, tudo pode ser mais livre e colorido. E em uma entrevista de emprego é para caprichar muito e não “escorregar de jeito nenhum”. Vale ressaltar que decotes, saias curtas e excesso de maquiagem podem comprometer a contratação.

E no relacionamento? Os homens ainda devem puxar a cadeira para as mulheres se sentarem? E abrir a porta do carro? “Ele não deve, mas se fizer com certeza será o maior sucesso. Não há mulher no mundo que resista a um homem atencioso, gentil e bem educado. É demonstração de total atenção, e quem não gosta?” Gentilezas nunca são demais, mas alerta para ter cuidado para não se tornar chato. E lembre-se: para um relacionamento dar certo é preciso que um saiba respeitar o espaço do outro. Além disso, ela ressalta “capriche sempre no visual e na higiene, pois os sentidos sempre estarão atentos, principalmente em encontros mais quentes. Na hora do sexo, o respeito e o amor devem falar mais alto”. “No mundo competitivo em que vivemos hoje, quem não der importância à etiqueta vai dançar mesmo, currículo você acaba “comprando”. A concorrência é igual, mas conduta pessoal, aparência e boas maneiras é que fará a diferença”.


cinema

Alice no País das Maravilhas

Agora na versão Tim Burton

N

a roda de amigos e cinéfilos de plantão, o assunto que permeia a conversa é o tão aguardado filme Alice no País das Maravilhas. O clássico da literatura infantil, criado por Lewis Carroll caiu como uma luva para o tão aclamado cineasta Tim Burton. O cenário infantil presente na obra produzida pela Disney em 1951 dá lugar agora ao ambiente sombrio, bem ao estilo dos filmes do diretor. Característica essa que agrada a muitos amantes da sétima arte. “O mundo criado por Lewis Carrol, autor do livro, já é bizarramente divertido e Tim Burton parece o diretor perfeito para não só manter esse clima, mas também ampliá-lo”, comenta o jornalista Fernando Baldan. Fernando se diz ansioso para ver o resultado criado por Burton. Já o jornalista e crítico de cinema Ricardo Prado, editor do blog Cine Cartódro, diz que suas expectativas estão contidas. “Se eu começar a esperar muito, com certeza vou me decepcionar. O melhor mesmo é ser pé no chão. O trabalho de Lewis Carroll e de Tim Burton são únicos em seus meios, e é notável que possamos ser testemunhas da união dos dois. Quase todo mundo cresceu vendo a versão da Disney de Alice no País das Maravilhas, e chegou a hora de subverter um pouco isso”. Além do ambiente diferenciado, a Alice também não é mais a mesma. Aquela doce garotinha cresceu e,

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na obra de Burton, após ser pedida em casamento decide voltar para o mundo divertido que encontrou há 10 anos, quando decidiu seguir o coelhinho branco. Lá, encontrará os amigos de infância que ganharam versões inusitadas no novo filme: o Coelho Branco, o Gato Risonho, a Lebre Maluca, a Lagarta, os irmãos gêmeos Tweedle-Dee e Tweedle-Dum e o Chapeleiro Louco. E por falar no Chapeleiro Louco, nada melhor do que o pupilo de Burton para dar alma ao personagem. Isso mesmo, Johnny Deep novamente foi convocado para estrelar mais um filme do diretor. A parceria de Depp e Burton começou no filme Edward Mãosde-Tesoura, no qual o ator desempenhou o papel com maestria. Depois disso, eles tornaram-se amigos e admiram muito o trabalho um do outro. A parceria deu tão certo que Depp já estrelou seis filmes do diretor. Alice no País das Maravilhas é o sétimo filme em que a dupla trabalha. Apesar dos nomes Tim Burton e Johnny Depp estarem intimamente ligados, cada um tem seu próprio brilhantismo e essa parceria divide opiniões: “Acho que ambos devem muito um ao outro. É verdade que Depp é talentoso e realmente incorpora


cada personagem que faz, mesmo sendo um totalmente diferente do outro. Mas talvez não tivesse estourado se não fosse pela chance que Tim Burton lhe deu. Por outro lado, o cineasta parece ter encontrado um ator que se encaixa muito bem ao seu estilo. Só acho que Burton deveria variar um pouco. Pessoalmente, já estou cansando do Depp como protagonista nos filmes de Burton. Foi uma surpresa saber que ele não faria a Alice”, brinca Prado. Já Baldan acredita que a presença do ator dá mais bilheteria aos filmes do diretor, especialmente em projetos mais ousados, como Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, um musical de terror. “Mas o diretor tem uma carreira consolidada e isso é fato”. E completa: “Tim Burton é um dos poucos diretores que fazem ‘cinema-pipoca’ de qualidade”. Prado comenta que a direção de arte bem cuidada e diferenciada faz de Burton um diretor que se difere dos demais. “Ele cria universos particulares e nos permite entrar neles. O cinema permite isso, mas poucos cineastas realmente tiram vantagem disso. Seja em animação ou live action, ele sempre dá um jeito de colocar um musical no meio, o que é ainda mais interessante. São cenários e personagens estranhos, mas adoráveis.

Só num trabalho muito cuidadoso é que se consegue obter essa união”. Enquanto o filme não estreia, a roda de cinéfilos continua cheia de especulações e curiosidades que cercam a película. “O que a gente imagina é sempre o melhor, então é possível que muitos se decepcionem. Não acho que o marketing em torno do filme tenha sido excessivo. Fala-se muito dele por conta do prestígio do diretor e do trabalho de Lewis Carroll, que estarão unidos. Acho que o que reina aqui é a curiosidade de ver essa mistura. Burton sabe surpreender, mas infelizmente nem sempre encontra o público certo para isso”, salienta Prado. Agora é esperar e se deliciar com o mundo encantado e sombrio que invadirá as telas do cinema em abril. Gênero: Fantasia Ano: 2010 Origem: EUA Direção: Tim Burton Elenco: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Michael Sheen, Anne Hathaway, Matt Lucas, Helena Bonham Carter, Alan Rickman, Christopher Lee, Crispin Glover, Stephen Fry Produção: Richard Zanuck, Joe Roth, Jennifer e Suzanne Todd Roteiro: Linda Woolverton Fotografia: Dariusz Wolski


história

Cem anos de conquistas

Uma homenagem à mulher

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o dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos na cidade de Nova York fizeram uma grande greve para reivindicar melhores condições de trabalho, como equiparação de salários com os homens, redução na carga horária e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Cerca de 130 tecelãs morreram carbonizadas, em um ato totalmente desumano. Esta é apenas uma das histórias que motivaram a criação do Dia Internacional da Mulher, comemorado em oito de março. A data foi instituída somente em 1910, em homenagem às mártires da luta pelos direitos das mulheres. Neste meio tempo, a mulher assumiu conquistas no mercado de trabalho, na sociedade e na política. A mulher do século XXI investe na carreira, cuida da saúde e viaja. Ela gosta de moda, joias, sapatos, maquiagem e usa os melhores perfumes. A mulher atual é engajada politicamente, conhece as últimas novidades tecnológicas e, depois de um intenso dia de trabalho, ainda é responsável pela ordem da casa. Ela cuida dos filhos, da família, do companheiro, e sempre encontra tempo para sair com os amigos. E ainda assim sofre diversas desvantagens sociais, como salários menores que os dos homens, violência e preconceitos por ser do “sexo frágil”. O Dia Internacional da Mulher não existe apenas para fins comemorativos. Na maioria dos países são realizados debates, reuniões e conferências que têm como objetivo discutir o papel da mulher na sociedade atual. Um exemplo disso é a Marcha Mundial das Mulheres, que ocorre todo o ano. É o que lembra a coordenadora de políticas para mulheres de Santos, Fernanda Vanucci. “O grande desafio da mulher na sociedade atual é lutar contra a violência doméstica. Já tivemos mui-

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tas conquistas devido à Lei Maria da Penha, mas ainda é preciso lutar muito”. Atualmente, o esforço é para tentar diminuir e, até mesmo, acabar com o preconceito e a desvalorização da mulher. No cargo, instituído há pouco mais de um mês pela prefeitura, Fernanda atua em conjunto com o Conselho da Mulher. “Nossa responsabilidade é criar projetos para gerar renda e melhorar a qualidade de vida feminina”, ressalta. Sobre a responsabilidade em atuar em favor da mulher, Fernanda comenta: “É uma grande honra e responsabilidade porque falar de mulher é falar de família, trabalho, papel social... É uma função muito importante e uma grande alegria porque cada vez mais a mulher se destaca socialmente”. É preciso lembrar que o centenário da data remete à luta e às conquistas femininas, como o direito de voto e a inclusão no mercado de trabalho. Afinal, não há desenvolvimento sem igualdade de oportunidades para homens e mulheres. “Devemos sempre comemorar o dia internacional da mulher. Porém, ainda há muito mais para conquistarmos. Infelizmente a mulher é vitimizada por ser negra, por ser deficiente ou simplesmente por ser mulher. É preciso integrá-la cada vez mais na política e no mercado de trabalho”, lembra Fernanda. “Ser mulher é ser tudo, é abraçar o mundo. É uma dádiva ser mulher”, acredita a coordenadora. A mulher atual vinga no mercado de trabalho porque alia coragem, iniciativa e determinação, com a sensibilidade, intuição, força e cooperação tão próprias da sua natureza feminina. Ser mulher, mãe, esposa, filha, amiga, companheira, executiva - e tantas outras coisas - não é uma tarefa simples. A mulher é romântica, delicada, sonhadora e inteligente. A mulher é forte e frágil ao mesmo tempo. Parabéns a todas as leitoras da Studio Box!




matéria de capa

Mulher, demasiada mulher Quando a força te leva além “Não se nasce mulher: torna-se” Simone de Beauvoir

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universo feminino é composto de lutas, alegrias, tristezas, trabalho, amor, carinho, dedicação... É um universo amplo, onde sempre há espaço, principalmente para amar cada vez mais, e ainda acreditar que tudo vale a pena nesta vida. E por essa diversidade de ações, reações e emoções, que a mulher acaba por ser incompreendida. Muitas vezes, chora em silêncio. Outras, grita para ser ouvida. Sua trajetória é recheada de lutas e preconceitos, mas também de muitas conquistas. E são mulheres com esse perfil que a Studio Box escolheu para retratar nesta edição especial. E elas aceitaram dividir suas histórias com você. São histórias de superação, de perseverança, de garra, de amor ao próximo... Cada uma possui seu diferencial, afinal o caminho é individual. Porém, todas têm uma força; uma força que impulsiona para uma vida onde o único objetivo é buscar a felicidade. Além de dividir conosco suas experiências, essas mulheres tiveram outra missão: proporcionar um momento feliz a alguém. Para isto, bastava um simples gesto: entregar 10 pirulitos da campanha lançada pela Studio Box “Pela vida mais simples”. As primeiras pessoas que cruzaram o caminho dessas mulheres foram surpreendidas por este gesto aparentemente banal, mas que no fundo causa efeitos grandiosos. Nas próximas páginas, elas continuarão a causar efeitos. Desta vez, no seu coração...

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Carina Fontes

Um pé no chão e outro nas nuvens

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eus pais se separaram quando tinha dois anos de idade. Aos 15 anos, teve que lidar com o suicídio de sua mãe. Nem o cenário sombrio e cheio de dificuldades, fez com que a arquiteta Carina Fontes permanecesse no mesmo lugar.

No decorrer do curso, os professores e todos os colegas ficavam desacreditados com as habilidades de Carina. “Eu tinha mais bagagem exatamente por essa prática do dia a dia. O primeiro ano eu tirei de letra. Eles mandavam fazer os projetos à mão e eu fazia já no computador.

Ao invés de reclamar, ela decidiu ir à luta. Com 17 anos Carina já tinha a responsabilidade de um adulto. Para ajudar em casa, dava aulas de dança.

Para fazer os trabalhos do curso, Carina, que não tinha computador na época, virava a noite no escritório de Irene. “Eu comprei o meu computador só no último ano. Trabalhava de dia e estudava de noite. Voltava para o escritório e fazia os trabalhos. Depois, lá pelas 6 da manhã eu ia para casa, tomava banho e voltava para o trabalho”.

A jovem precisava dividir seu tempo entre o trabalho e os estudos. Sempre muito aplicada, era considerada uma das melhores alunas da classe no Ensino Médio. “Sempre fui aquela aluna certinha. Caxias até demais”. Com o passar do tempo foi trabalhar como secretária no escritório da arquiteta Irene Torre. No início, não gostava do serviço porque o considerava muito parado. “Eu sou inquieta”, comenta. Por isso, pensou em pedir demissão. Até que começou a ajudar a ex-sócia de Irene nos recortes das folhas dos projetos, e se sentiu motivada a permanecer no emprego. “Fazia os desenhos para ajudá-la e para preencher o tempo”. A habilidade de Carina impressionou Irene, que acabou por incentivá-la a fazer faculdade de Arquitetura. “Imagina, eu não tinha grana para pagar uma faculdade, mas ela dizia: ‘você precisa estudar, você leva muito jeito’”. Irene a incentivava, mas Carina confessa que nunca sonhou em seguir a carreira de arquiteta. Quem traduziu primeiro essa vocação foi Irene, que além de estimular, fez questão de ajudá-la. Foi então que Carina decidiu fazer um cursinho intensivo pré-vestibular e ingressou na faculdade.

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Mesmo com a rotina atribulada, nunca faltava às aulas. “Até quando estava doente eu ia. Aos sábados, tinha dia que eu era a única aluna em sala de aula”. Depois que se formou como a melhor aluna da turma no “dia mais feliz da sua vida”, Carina continuou a trabalhar ao lado de Irene, mas não mais como secretária, e sim como arquiteta. Muitos diziam: “Nossa, que sorte. Você acabou a faculdade e já trabalha”. E ela dizia: “Sorte? Nunca entreguei trabalho atrasado, nunca deixei de entregar os projetos... Isso não é sorte, sorte é outra coisa”. Carina declara a gratidão e carinho a amiga: “Sempre tive muita sede de vencer e a Irene me deu uma oportunidade e agarrei com unhas e dentes. Irene é uma referência muito forte. Ela é minha fada madrinha, minha mãe e o meu tudo”. Agora Carina trilha seu próprio caminho e se prepara para ter o seu escritório. Aos 31 anos, comenta que todo esforço valeu a pena. “Não importam as dificuldades que apareçam no caminho. Eu só não posso me desviar da minha meta”.



Carla Guassaloca A

Raiz empreendedora

menina que nunca gostou de pedir nada, nem mesada. Preferia vender sua coleção de papéis de carta para comprar o lanche da escola ou um brinquedo. Lavava os carros dos pais e limpava a piscina em troca de alguns trocados para o final de semana. Ao invés de brincar de casinha ou escolinha, fingia que tinha uma empresa e que seu irmão era seu funcionário. O espírito empreendedor presente desde a infância traduz a personalidade da menina que hoje está com 33 anos e que virou empresária aos 22, Carla Tenório Guassaloca. Aos vinte anos Carla largou a faculdade para cuidar da mãe, que estava com câncer. “Fiquei com ela os quatro meses que lhe restaram de vida. Me dediquei integralmente. Não fazia outra coisa além de cuidar da minha mãe. Parei até a faculdade”. Depois que sua mãe faleceu, Carla resolveu trabalhar e pediu emprego para seu pai. “Meus pais me ensinaram a ser independente desde criança. Se quisesse ganhar algum dinheiro eu tinha que trabalhar em casa ou fazer alguma coisa”. Carla aprendeu a lição. Formou-se em Administração de Empresas e mal sabia que um sapato “seria responsável” por lhe dar a oportunidade de se tornar empresária. Ela estava na fila para ser atendida em um banco, quando viu uma moça arremessar o sapato. Ela o jogou, depois que viu que tinha uma larva no calçado. A força foi tanta que o sapato foi parar na mesa de outro gerente. A cena fez Carla chorar de tanto rir. A autora de tal façanha era Silvana Barros. A partir daquela cena, surgiria uma amizade e uma sociedade. Nascia o Smart Center, o primeiro escritório virtual em Santos.

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Antes de conhecer Silvana, Carla havia passado em um concurso público para oficial de justiça. “No mesmo dia Silvana me ligou com a proposta de sociedade do escritório virtual. Aceitei e resolvi investir”. A garotinha que brincava de ser empresária, havia crescido e agora estava prestes a realizar seu sonho. Para Carla, que sempre gostou de competições, um novo desafio começava: pesquisar em todas as fontes de informação sobre o tema escritórios virtuais. Muitos duvidaram da ideia do negócio. Mas ela sempre acreditou que daria certo. Além das dificuldades de administrar o começo do empreendimento, Carla tinha que encarar outro desafio: lidar com o próprio peso, 140 quilos. Ela desabafa e diz que costumava sentar-se no lugar mais distante da porta para não ter que atender clientes, tamanha era a vergonha que sentia de si. Reservada por natureza, a questão estética fazia a jovem se fechar ainda mais do mundo. “Me sentia feia e não gostava que ninguém me olhasse”. Depois de fazer várias dietas, decidiu fazer a cirurgia de redução de estômago. Mas ainda precisa permanecer atenta. “Luto para não engordar, faço musculação e ginástica localizada”. Para Carla, a base do sucesso é a consideração pelo próximo. “O respeito é essencial. Independem de classe social, cor, raça e orientação sexual”. A empresária lembra da lição de seu pai: “Ele sempre me falava sobre essa satisfação de ser independente e hoje eu o entendo”. Porém, ressalta que imprevistos podem acontecer. “A gente não sabe se estaremos aqui daqui a cinco minutos”. Mas sorrindo acrescenta: “Sempre me virei bem. E já falei para o meu pai que não desisto nunca!”.



Celeste Mendes

Viver para o próximo

S

ua imponência e seriedade, à primeira vista, podem esconder o carisma e a dedicação com o próximo que possui Celeste Mendes. Assim que abriu a porta de sua casa, um sorriso invadiu seu rosto e a alegria ao falar de seu trabalho estampou um brilho no olhar. “Eu sempre gostei de atender às pessoas. Me sinto bem em ajudar o próximo. Noto a diferença na minha vida depois que comecei a fazer esse trabalho. É muito gratificante!”. A força que tem para realizar seus projetos sociais reflete bem no resultado de um de seus eventos. Um jantar dançante no qual foram arrecadados R$ 25 mil, que foram doados para as crianças da Escola Portuguesa de Santos. “Eu me sinto tão feliz com esse trabalho que na época que acontecem os eventos, até o meu rosto fica diferente. Fico repleta de felicidade”. E é por isso que Celeste aconselha a todos a fazerem algum trabalho social. “Há pessoas com tantos problemas e precisando de ajuda. Você tem que ter muita força dentro de você para poder amparar o próximo, seja dando uma roupa usada ou até uma simples conversa”. Ela conta que certa vez, uma senhora a procurou e queria apenas ser ouvida. Vivia sozinha precisava de uma companhia, um ombro amigo. “Ela veio aqui várias vezes e ficávamos conversando. Dizia que só pelo fato de ter alguém para atendê-la já era gratificante. Eu via a felicidade em seus olhos”. Até que um dia a senhora adoeceu e por isso Celeste foi várias vezes visitá-la no hospital. O tempo passou e aquela senhora que vivia sozinha e triste não resistiu e morreu. Celeste sentiu muito, pois havia criado um laço de amizade. “Praticamente toda semana ela vinha. Tomávamos café e ficávamos conversando. Isso me marcou muito”, lembra

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com tristeza nos olhos. Além dos projetos sociais, Celeste participa há 25 anos do Rotary Clube de Santos. “É uma coisa que sempre busquei e foi lá que me encontrei”. Celeste organiza os eventos com a ajuda de outras pessoas. Mas ressalta que gosta de estar à frente, de gerenciar e colocar tudo em ordem. Ela explica que fazer um evento para arrecadar dinheiro é bem complicado e que, a princípio, não tem como saber se vai dar lucro ou prejuízo. Celeste preza muito pela credibilidade de seus projetos e é por isso que em todos os eventos faz questão de repassar a verba na mesma hora. “As pessoas confiam no meu trabalho, pois faço questão de entregar o projeto na hora. Subo ao palco e entrego a doação. Isso dá credibilidade”. Ela comenta que é muito gratificante ver o salão cheio de pessoas alegres. A energia nos eventos é uma coisa que me faz muito bem”. Nas horas vagas, Celeste gosta de estar com a família, seja no Brasil ou em Portugal. “Reúno filhos e netos para jantar e eles acabam dormindo em casa. É uma coisa muito gratificante essa convivência familiar. Quando eles crescerem lembrarão certamente. A família é um suporte para você poder viver”. Católica, acredita que o importante é a fé dentro de cada um. Não achar que é melhor que o outro. “Ser íntegro e sincero são ensinamentos que passamos para os nossos filhos”. “Não podemos mudar o mundo inteiro, mas podemos fazer alguma coisa. A nossa parte. Tudo que eu faço é realmente com muito amor”. Pensar em parar? Nem tão cedo: “Vou continuar fazendo enquanto eu tiver forças”.



Fabiana Rios

A vida que não enxergamos

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s olhos verdes delineados, marcados por um lápis preto. As unhas pintadas de rosa neon, vestido em tons coloridos e os cabelos longos e loiros. A mulher de aparência juvenil é ao mesmo tempo forte e madura. Carrega um brilho no olhar que quem o vê, jamais ousaria dizer que a empresária Fabiana Rios passou por turbulências que lhe deixaram marcas profundas: como um câncer.

Tudo começou em uma noite de setembro de 2009. Fabiana estava na casa de uma amiga, na França, quando sentiu um caroço em sua barriga. “Era bem grande e tinha o tamanho de uma maçã. Fui procurar um médico assim que cheguei ao Brasil. Depois de realizar outros procedimentos foi sentenciado o tumor maligno”. Foi operada três dias depois. “Tenho uma cicatriz imensa na barriga. Tiraram 50 cm do meu intestino”. Agora ela está em tratamento e fazendo sessões de quimioterapia. “O pior da quimio são efeitos colaterais. Só vivendo mesmo para saber os como é terrível. Eu sinto a ferida mexer na garganta, estômago, intestino... a pálpebra do meu olho descama, o nariz e boca também”. Mesmo diante de tantas dificuldades, o que se percebe é a fé que habita em seu coração. “Eu não murmurei o porquê da minha doença. Creio que seja para minha edificação. Tinha que ser assim...” Fabiana é mãe de dois filhos, Pedro e Maria, e são eles que a fazem sorrir ainda mais, e a encarar a vida com determinação. Pedro é o filho mais velho, tem 19 anos e amadureceu muito, depois da doença da mãe. Ficou responsável pela casa, a leva ao hospital, compra remédios, leva e busca a irmã na escola, faz compras no supermercado. “É lindo! Um amor incondicional... Meu filho sempre me liga perguntando onde estou, por que ainda não voltei para casa”

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Já a filha Maria é ainda muito jovem, tem 13 anos e segundo Fabiana não faz muita ideia do que está acontecendo com a mãe. “Ela é muito nova ainda... É linda, tem um cabelo até a cintura. Eu falo pra ela: ‘me dá o seu cabelão para eu fazer uma peruca’” risos. Nem a descoberta da doença fez Fabiana desanimar e sair da frente dos negócios. Além da loja Imaginarium, também está no comando da Victor Hugo, em Santos. Foi depois do término de seu casamento que Fabiana pensou em mudar de cidade. Ela, que já tinha a Imaginarium em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, pensou em trazer a franquia para Santos. Sua vida começou a ser refeita na cidade e seu plano era abrir o segundo negócio, assim que o filho mais velho entrasse na faculdade. A oportunidade veio quando ofereceram uma loja já montada. A princípio não quis, mas depois que descobriu que era a Victor Hugo, aceitou. Agora ela se sente satisfeita e diz que duas lojas estão mais do que suficiente. Tudo em sua vida sempre foi encarado com muita ousadia. “É incrível de ver como essa doença funciona. Ela é uma célula normal que você tem que conviver, assim como uma criança que nasce com uma deficiência. Mudei muito depois do câncer. Alimentava-me muito mal e ficava até 12 horas sem comer”. “Hoje dou valor ao sol, ao ar, ao calor. Não enxergamos as coisas simples da vida. Meu tratamento dura cinco anos. Estou fazendo a quimio e quero viver!”

“Eu já me sinto curada. Tem que ter fé e olhar para a vida. Eu não quero morrer agora. Não vou desistir nunca!”



Cláudia Alonso

Quando a missão é incluir a todos

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uando criança ela tinha o pé torto. Por indicações médicas começou a fazer natação e balé. Na natação, sempre ficava fora de competições por não ter o padrão estético exigido pelo esporte.

No balé, a situação era mais incômoda: a jovem de coxas grossas e quadril largo era motivo de gozação das colegas. Por isso, sempre dançava no fundo da última fileira e no canto da coxia. Claudia Alonso conhece de perto o que é sentir-se excluído. Após superar as dificuldades, o que era trauma, mais tarde virou missão: ajudar o próximo a superar suas limitações. Bailarina e psicóloga, ela uniu sua bagagem de vida e com muita paixão, usa a arte para despertar a capacidade das pessoas com necessidades especiais. Esse é o trabalho voluntário de Claúdia e seus companheiros da ONG Tam Tam, criada para dar continuidade à filosofia de trabalho iniciada pelo artista plástico Renato Di

Foi então que percebeu que estava diante de uma grande escola. Sem pestanejar fechou sua academia de dança. “Na verdade eu não estava incluindo e sim, excluindo. Por que pessoas obesas não podem fazer balé? Por que cadeirante não pode dançar? Por que quem só tem uma perna não pode dançar? O que é dançar? Comecei a me perguntar essas coisas...” Claudia resolveu começar seu trabalho na Tam Tam com aqueles que estavam há aproximadamente 18 anos internados e com o corpo endurecido. “Percebi que teria que me despojar do saber absoluto e entender como cada corpo funcionava. Eu perguntava: “como é para fazer?” E o Renato falava: “Faça”. “E esse ‘faça’ é muito interessante... É o desafio que se tem até hoje de não saber o que vamos encontrar pela frente. É você juntar tudo aquilo que você aprendeu, mais a sua história de vida, mais a sua

Renzo, na Casa de Saúde Anchieta, que funcionava como hospital psiquiátrico.

sensibilidade. É ensinar o que você sabe, e também aprender o que elas têm para lhe ensinar”.

Antes de conhecer o projeto, Claudia tinha uma academia de dança. “Quando eu conheci o local, esperava encontrar um hospício, com um louco babando, uma parede cinza, um lugar horroroso. De repente encontro um ambiente lindo, com paredes todas pintadas, painéis coloridos e pessoas fazendo esculturas de argila e bijuterias”.

Com 20 anos de existência, a ONG se tornou referência em saúde mental no Brasil e no exterior. Agora, pela segunda vez, os participantes irão a Portugal participar de um festival. Claudia conta que as 25 passagens para irem ao evento foram patrocinadas pela Editora Aymará, localizada no Paraná.

Claudia não conseguiu discernir quem era paciente e quem era técnico. “Não tinha ninguém babando, nem médico vestido de branco”, como havia imaginado.

“Não tem em nenhum momento sentimento de dó ou pena, e sim descoberta. Não somos uma fábrica que produz coisas iguais. Não são objetos, são pessoas. Não podemos rotular e colocar todas as pessoas num mesmo padrão”.

Naquele momento teve a visão do que era a política de ação da Tam Tam. “ O Renato Di Renzo, criador do projeto, me falou: “Eu não quero a sua psicologia, quero esse trabalho de dança, toque e de estar com as pessoas. É isso que me interessa!”

Hoje, a garotinha que tinha o pé torto não se intimida mais, ajudando aqueles que passam por sua vida. “Todos têm por meio da arte a capacidade de se igualarem. Mas também você tem que entender, que as pessoas têm ritmos e potenciais diferentes”.

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Patrícia Silva

Viver é ultrapassar limites

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carro seguia rumo a Porto Seguro quando os passageiros foram surpreendidos por uma forte batida. Entre eles havia uma mulher que estava sem o cinto de segurança. Devido ao impacto, seu corpo foi lançado para frente, fazendo seu rosto bater no porta-luvas. A tragédia marcaria a vida da empresária Patrícia Silva e Silva, lhe arrancando 95% da visão. Hoje ela enxerga tudo muito embaçado, mas isso não significa que não tenha visão para empreender e ainda cuidar da família de maneira exemplar. Mãe de três filhas, a empresária precisa conciliar a rotina entre a casa e a Saint Selve, loja que, segundo ela, em nenhum momento lhe deu trabalho e dificuldade para planejar. A princípio, a loja seria só de roupas femininas. Mas logo antes da inauguração a empresária resolveu trabalhar também com roupas masculinas. “Eu vi que o espaço era grande, e por isso tinha essa condição. Tem bastante procura. Os homens hoje em dia são tão exigentes quanto as mulheres”. Patrícia diz que seu objetivo no momento é trabalhar muito e fazer as coisas acontecerem. “A loja é muito jovem. E o que eu quero também é sucesso!”. A correria diária não a incomoda e ela gosta de estar em casa e cuidar das filhas, que muitas vezes a acompanham na loja. Desde que sofreu o acidente, em 2002, Patrícia conta com um motorista que a leva para o trabalho. Mas jamais desanima diante do fato de não enxergar completamente. Se existe uma atitude triste que o ser humano pode cometer é tentar matar os sonhos e a fé dos outros, e isso é uma coisa que Patrícia não permite. Por causa disso, está deixando de lado as consultas

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aos oftalmologistas, pois eles não a estimulam e não dão margem para Patrícia pensar que voltará a enxergar. “Acredito que o corpo humano é imprevisível e depende muito de cada um. Não posso parar tudo e ficar chorando... Tenho que trabalhar. Agradeço a Deus todos os dias pelo pouquinho de visão que me resta, pois é o suficiente para ser feliz com a minha família”. Muito ativa, Patrícia sempre gostou de frequentar a academia e mesmo depois do acidente continua praticando as atividades normalmente. Além disso, faz Ioga e gosta de ir à praia. Outra atividade que adora, é andar de bicicleta. Ela conta que um dos seus desejos é poder utilizar a ciclovia da praia. “Eu queria tanto andar de ponta a ponta pela ciclovia... Um dia com certeza conseguirei...” Patrícia tem paixão por leitura e acredita muito que voltará a enxergar, por isso diz que não quis aprender Braille. “Não, Deus me livre! Se Deus quiser eu vou voltar a ler. Mas no momento eu escuto os livros em áudio. Eu já experimentei. Prende bem a atenção. Achei que fosse ficar dispersa, mas não fiquei”. Uma pessoa fundamental na vida da empresária é seu marido, com quem casou-se quando tinha 19 anos. Apesar de jovem, seus pais aceitaram muito bem a decisão da filha. Com o apoio do marido, Patrícia não pensa em parar de trabalhar, pois é muito gratificante dividir a vida entre a loja e a família. Para as mulheres que pensam em montar seu próprio negócio, ela aconselha: “Podemos até arriscar e não dar certo, mas temos que persistir, senão vamos nos sentir sempre frustrados. Tem que ter disponibilidade, fazer de tudo um pouco e aproveitar o que a vida tem para nos oferecer”.



Égle Umbuzeiro

Viver o hoje é fundamental

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la tem um jeito reservado e ao mesmo tempo espontâneo, principalmente quando o assunto é sua vida. Tanto, que quase não conseguimos marcar o bate-

papo. Confessa que apesar de ter ficado lisonjeada com o convite, pensou muito para aceitar. Então, durante uma terça-feira ensolarada, a empresária Égle Cócca Umbuzeiro nos recebeu em sua loja. Sua primeira atitude? Um abraço. Empresária, esposa e mãe, ela é do tipo que está sempre ali, pronta para dar uma palavra amiga. Égle é a proprietária da BOBSTORE, de Santos. Desde criança respira os ares do comércio, quando passava os dias no salão de beleza de sua mãe. “Minha mãe é um exemplo de vida, começou a trabalhar aos 9 anos para ajudar em casa e nunca mais parou. Casou cedo e logo ficou viúva, com um bebê nos braços. Depois de vários anos voltou a casar e então eu nasci. Minha mãe tinha um salão de beleza e fui criada ali, no meio de muita mulher”. Realizou uma sequência de sonhos: casou-se enquanto estudava arquitetura, e quando estava no último semestre do curso, além da alegria do diploma, a felicidade do primeiro filho. Três anos e meio depois teve seu segundo filho e o terceiro veio após quatro anos. Embora tenha precisado se dedicar aos filhos, não se arrepende. A diferença de idade entre eles, segundo Égle, foi benéfica, pois teve a oportunidade de curtir cada um de maneira única. “Quando minha filha mais velha nasceu, tive liberdade para escolher entre iniciar minha carreira ou ser totalmente mãe. Eu e Bayard, meu marido, optamos por eu ser mãe em tempo integral. E assim foi, até que minha filha mais nova já estava com três anos. Foi quando resolvi cuidar um pouco da minha vida, e decidi abrir minha primeira loja”.

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Os filhos de Égle são frutos de um relacionamento duradouro. Ela começou a namorar aos treze anos, casou-se aos 19 e este ano comemora 25 anos de casamento. O longo relacionamento faz com que algumas pessoas perguntem: “Nossa, 25 anos? Como você consegue?” E ela responde sorrindo: “Cedendo... não existe fórmula pronta, cada um tem que descobrir a sua”. Conviver com pessoas é difícil, seja qualquer tipo de vínculo. Então, é preciso ceder de vez em quando, e aceitar a pessoa como ela é, e não como você quer que ela seja... Não existe mágica para nada! O que existe é força de vontade, muito trabalho, amor no que se propõe a fazer e conhecimento na área em que quer atuar”. É levando a sério seu trabalho que a empresária constrói sua vida. “Não chegaria onde estou sem minha equipe, se eu sou a alma do negócio, elas todas são a minha luz”. Égle comenta que gosta muito de trabalhar com mulheres, pois confessa ser uma eterna apaixonada pelo “sexo frágil”, que de frágil não tem nada. “Acho a mulher encantadora, temos uma força interior, uma garra, uma determinação que muito homem nem sonha da existência. Adoro tudo isso! Mulher é um ser misterioso, místico, meio anjo, meio bruxa. Quero nas próximas encarnações vir sempre mulher”. Vivendo um dia de cada vez, assim segue Égle. A empresária conta que não gosta de projetar o futuro, mas isso não significa que não tenha sonhos – “eu os tenho e não são poucos”, ressalta. “Os problemas de amanhã, resolvo amanhã, o futuro a Deus pertence. Os problemas sem solução, já estão por si solucionados”. Energia é o que não falta para ela, que com um brilho no olhar e um sorriso no rosto, segue em frente distribuindo amor e entusiasmo para todos.



Luciana Futuro

Um mundo alegre e cheio de cores

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erça-feira, 14 horas. Um calor veranesco permeia a cidade. Neste momento a artista plática Luciana Futuro abre a porta de sua galeria, localizada à Rua Minas Gerais, 83. Pronto: estamos diante de um mundo onde a tristeza não tem vez e onde a imaginação viaja sem limites. Cada quadro nos leva aonde desejamos estar.

nascesse, teria que procurar um reumatologista”.

Desde os sete anos de idade, Luciana está em meio à telas, giz, cavaletes, pincéis e tintas. Com eles, ela traduz as belezas que vê e sente. Enquanto os amigos saíam à noite para passear, Luciana permanecia desenhando. “Pintar era a minha balada”, brinca.

Após voltar de uma viagem pela Europa, observou que estava com manchas vermelhas pelo corpo. Logo começou uma febre de 40°. “Fui para o Hospital do Coração, em São Paulo e fiquei internada três

E foi assim durante todos esses anos. Já expôs no Guarujá, em São Paulo, e em outros lugares do Brasil. Em 2004 realizou sua primeira exposição no exterior, quando representou o Brasil em Nova York, na Mostra “Masters of the Imagination – Latin American Fine Art Exibition”. É um pavilhão enorme onde todo ano várias pessoas do mundo se reúnem para mostrar seu trabalho. “Eu era a única brasileira”, conta com alegria. A inspiração de Luciana vem das coisas do cotidiano. É de madrugada que costuma trabalhar. “Pego meu lápis preto, faço o desenho à mão no bloco de pinturas. Depois, abro outra página e faço novamente para ver se consegui criá-lo do mesmo jeito. Só depois que começo a pintar”. O amor pela arte é tamanho que Luciana muitas vezes passa a madrugada toda pintando, pois é o momento que surgem as ideias “Nos meus quadros eu coloco minha vida, isso é certo... eu retrato o meu dia, o meu momento e é assim que funciona”. O mundo colorido da artista ganhou tons escuros quando começou a se descobrir doente. Foi em 2000, quando estava grávida do terceiro filho e começou a sentir dores articulares nas mãos.“Fui ao médico e o doutor disse que depois que o bebê

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Após um tempo, decidiu ir a São Paulo em busca de ajuda. “Foi quando um especialista me disse: olha, você tem Lúpus...” Na época Luciana não levou a sério o que o médico dissera e continuou sua vida.

semanas. Não andava, conseguia falar...” .

não

Iniciou a quimioterapia, começou a perder os cabelos, chegou aos 40 quilos. “Fiquei quatro meses em cadeira de rodas, perdi a coordenação, quase morri!” “Percebi que a Lúpus era uma enfermidade violenta, porque o corpo se ataca e luta contra ele mesmo. É como se ele não reconhecesse os órgãos. É uma doença autoimune” Neste período teve o apoio da família. “Meu marido se mostrou extremamente companheiro, um amigo mesmo. Acho que o que me fez melhorar foi querer estar com ele e meus filhos. Não sei de onde veio a força, mas veio e eu consegui”. Ela desabafa e diz que na hora em que se fica doente, a primeira atitude é de revolta: “Gente o que eu fiz? Eu não mereço! Mas aí, você começa a dar mais valor para a sua saúde, a cuidar do seu corpo, você começa a entender muita coisa”. “Vou ter Lúpus para o resto da minha vida... Tenho que tomar remédio sempre, mas posso ter uma vida normal”. O desejo de Luciana é levar a arte para o mundo e para isso a meta é não desistir nunca. “O artista é aquele que cria, é a pessoa que consegue enxergar o mundo de outra maneira”.



Renata Kaláes

Energia para vencer

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la estava na fase mais triste de sua vida. Havia acabado de perder seu pai. A empresária Renata Kaláes lembra do episódio com tristeza.

Se tal acontecimento não fosse o suficiente para lhe causar dor, logo depois precisou juntar as forças para ajudar o marido a superar a doença de um parente. Na época, Renata se dispôs a levar o paciente a São Paulo, para fazer um tratamento contra um câncer. “Fiquei à disposição para ajudá-lo no que fosse necessário nesta difícil fase da vida. Como não podia acompanhar algumas consultas, e as sessões de fisioterapia duravam horas, acabava dando umas voltinhas a pé, para tornar aquele momento um pouco mais leve”. Em uma dessas caminhadas, avistou uma loja que vendia objetos diferentes. “Pensei que adoraria ter uma neste estilo”. Assim que chegou em casa, contou o que havia acontecido para seu marido, Mário, e pediu para que ele a acompanhasse até o local. “Ele gostou, e resolvemos procurar abrir uma loja. Assim surgia a Relicário”. Como em todo começo, foi preciso vencer os problemas, mas Renata não se intimidou e encarou o trabalho árduo, assim como um soldado encara uma guerra. Trabalhava cerca de doze horas por dia e fazia tudo: cuidava das compras, do financeiro e da contratação dos funcionários. Era bastante coisa, mas não estava sozinha. Além de encarar a abertura do negócio, Renata teve que conciliar a vida de mãe. “O João Vitor estava com três meses e não queria desgrudar dele. Para viabilizar tudo, montei uma base da Relicário em casa e, naturalmente, fomos nos adaptando um à vida do outro”. Apaixonada, ela se lembra da importância do marido:

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”O Mário é uma pessoa muito especial, me ajudou a cuidar para que desse tudo certo. Com isso, consegui realizar dois sonhos ao mesmo tempo”. Para ela, uma das maiores dificuldades foi lidar com o sentimento de culpa. Ter que ficar algumas horas longe do filho foi bem difícil. “Mas, com o tempo, percebi que o importante é a intensidade, o amor, e o cuidado.” Agora a Relicário já está há três anos no mercado e o filho com nove meses, por isso o dia a dia da empresária está todo organizado. Ela conta que no período da manhã procura ficar em casa com o João Vitor. “Gosto de cuidar dele, dar o banho e as refeições, tudo pessoalmente. Além disso, em casa, nós mantemos o hábito de fazer as refeições todos juntos. Trago isso da infância e, até hoje, acho muito gostoso o clima que se forma em torno da mesa”. Renata diz que o diferencial da Relicário no mercado é a emoção e o sentimento na escolha de cada item. “Não compramos mercadoria para estoque. O que temos nas prateleiras são alguns carinhos, com endereço certo”. Uma das coisas que mais a emociona é ouvir um cliente dizendo “eu adoro essa loja” ou “eu me sinto tão bem aqui”... “ É um retorno que não tem preço, é uma grande conquista”. Para aproveitar os momentos de lazer, Renata gosta de praticar Ioga e corrida. “Eu gosto de viajar e ter o convívio das pessoas que amo”. Para ela, escutar o coração e ouvir a si é fundamental para lidar com a vida, seja profissional ou pessoal. “A escolha de uma atividade define grande parte da nossa vida, do nosso futuro, dos nossos relacionamentos, das nossas realizações e a orientação para isso está dentro de nós. Não é fácil acertar, mas quando acontece, experimentamos a felicidade de ter encontrado um caminho, uma forma de contribuição e de participação. E isso é tudo”.



Silvana Barros

Sem medo de ousar

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os 35 anos ela largou um emprego estável para se aventurar como empresária. Alguns a chamaram de “louca”, mas não se intimidou porque tinha um objetivo a seguir. Exemplo de mulher decidida e daquelas que não se amedrontam diante de um desafio. É assim que se mostra a empresária Silvana Barros. “Sempre tive a meta de até os 35 anos montar o meu negócio. E me dediquei muito para isso” Silvana ocupava um cargo importante em uma agência bancária. Foram 18 anos consecutivos trabalhando em um local que lhe dava garantias e estabilidade. Passou por vários cargos até ser gerente geral. Mas optou por abandonar o emprego e partir em busca de seu sonho. A primeira pista que caiu em suas mãos foi uma reportagem sobre escritórios virtuais. Imaginou que poderia ser esse seu negócio. Conversou com pessoas que já tinham o próprio empreendimento e via que as dificuldades eram inúmeras. Percebeu que muitos apostavam em tudo o que tinham. Munida de vontade, foco e muita determinação resolveu encarar o desafio e investir no ramo de escritório virtual. Surgia assim o Smart Center. Na época, um conceito novo no Brasil e mais conhecido no exterior. “A maior dificuldade foi fazer o público compreender o que era o nosso trabalho e qual era a proposta de um escritório virtual. Achavam que o Smart Center era uma loja que vendia computador”.

Para isso, foram criadas ações que atraiam os clientes para o local. “Ministramos palestras e cursos sobre o tema. Apresentamos as vantagens de um ambiente de locação com salas que ofereciam melhor custo benefício. Eu tinha um sentimento em função da praticidade e da economia que esse serviço oferecia”.

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Seu sexto sentido estava correto e o empreendimento deu certo. Hoje, já são dez anos de sucesso ao lado da empresária Carla Guassaloca, sua sócia. Silvana comenta que tornar-se empresária depende exclusivamente da iniciativa e determinação de cada um. “As pessoas acreditam que eu tive sorte na vida por ter conquistado o meu sonho. Mas não foi sorte nenhuma, trabalhei muito... Fiquei noites sem dormir. A única sorte que eu tive foram pessoas que eu encontrei pelo caminho. Em termos de incentivo, troca de experiência e conhecimento. Me alavancaram emocionalmente”. Uma delas é o namorado e sócio Adelmo Guassaloca, que para ela é sua inspiração. “Ele é muito realista e equilibrado.” Quem a vê nas dependências do Smart Center, logo percebe a alegria e satisfação que Silvana encara o dia a dia. Sempre disposta a ajudar e com o sorriso no rosto. São características notáveis logo no primeiro contato com a empresária. Às 9:30h de uma manhã de quinta-feira, em Santos, Silvana já demonstrava entusiasmo para encarar mais um dia de trabalho. “Tenho horário para entrar, mas não para sair. O meu lado produtivo é pela manhã. Mas fico até a hora que tiver que ficar, nem que sejam 30 horas”. Para quem também sonha em ser independente, Silvana acredita que se há vontade e determinação tudo sempre dá certo. Entretanto, os obstáculos não podem ser descartados, mas encarados como alavancas à vitória. “Se a mulher sabe o que quer, acredita e se dedica, não tem como não conseguir. E o gostinho quando dá certo, compensa”. Mas mesmo com a satisfação do sonho realizado, Silvana ressalta que há sempre algo novo a conquistar. “Você nunca pode parar de sonhar, senão morre. Ou então achar que já está realizada... Sempre temos algo novo para aprender a fazer”.





sexualidade

A festa foi boa?

Por Dra. Márcia Atik

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uando eu era pequena era hábito falar que: “o bom é esperar pela festa”. As experiências marcantes de minha vida, sempre que uma grande festividade se aproximava, confirmam isso: a ansie-

dade para o grande dia. E o depois da festa? Ah! O depois também é muito bom: relembrar os fatos. O resumo de tudo se transformava numa grande experiência de vida. No sexo também é isso que ocorre... Vou explicar a vontade de falar sobre isso. Recentemente visitei a trabalho a Erotika Fair, que ocorreu em São Paulo. Ao visitá-la, percebi a infinidade de brinquedinhos estimuladores do encontro sexual, e a grande frequência e procura por eles. Isso traz à tona um assunto que nesse mundo moderno acaba sendo pouco estimulado: as preliminares ou “jogos eróticos”, como prefiro chamá-las. As preliminares são tão importantes que na maioria das abordagens terapêuticas sexuais, recomendase a abstenção do coito e a amplidão das ditas preliminares. É bom ressaltar que os estímulos sexuais entram em nossa vida pelos órgãos sensoriais. Desta forma, juntamente com os impulsos oriundos da excitação genital, temos os impulsos facilitatórios provenientes de partes do cérebro. Portanto, a excitação é caracterizada pelo ímpeto de

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sensações eróticas, tanto para homens quanto para mulheres, indiferentemente, que pelo tanto de intimidade que se requer quando duas pessoas se desejam, não se subjuga a nenhuma lei de ordem social, e religiosa, pois é antes de tudo, a expressão do desejo e da fantasia sexual do casal. Existem preferências masculinas e femininas. Dessa maneira os estímulos táteis, como carícias e beijos delicados, afiguram-se como estímulos eróticos mais intensos, nesse caso, para as mulheres. Já os homens têm uma resposta mais intensa com os estímulos visuais, como filmes ou imagens eróticas ou de corpos nus. Mas isso é apenas uma reflexão acerca da importância das preliminares no jogo erótico, do ponto de vista da ciência da sexualidade. Como terapeuta sexual, creio que o aspecto mais importante é a intimidade, a busca de uma integração total entre os desejos, a liberdade de dar-se e de receber é que acabam sendo favorecidas pela prática dos jogos eróticos. Quando se fala em encontro sexual, não me refiro apenas aos órgãos sexuais propriamente ditos e que prepara nossos corpos para o sexo. Explicito e amplio o papel inegável do nosso maior órgão sexual que é a pele, pois todo o corpo é desejoso e convém ser saciado. Nesse encontro que, muito mais que o encontro de dois corpos é a explicitação de Eros, essa força interna que nos move ao encontro do outro para que muito mais que nos completar é parceiro na viagem rumo ao nosso próprio desejo.



cruzeiros

Navegar é preciso,

para quem tem bom gosto

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exuberância e a variedade de lazer que um navio proporciona, fazem com que cada vez mais os turistas optem por viajar em cruzeiros marítimos.

Segundo a Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas (Abremar), estima-se que aproximadamente 900 mil cruzeiristas aproveitem as férias a bordo dos navios em 2010, número 66% maior do que o registrado na temporada passada. “Os cruzeiros marítimos são os preferidos, pois oferecem um ótimo custo benefício”, comenta o gerente comercial da Mendes Tur – Câmbio e Turismo, Alex Andrade. Alex comenta que a sensação do momento é o navio Oasis of the Seas, o maior do mundo, que pertence à Royal Caribbean International. “Atualmente é o navio mais procurado pelos clientes e têm capacidade para 5.402 passageiros e 2.115 tripulantes.”. Lá, o turista tem a seu dispor um parque de vegetação tropical ao ar livre do tamanho de um campo de futebol. As atrações incluem ainda um simulador de surfe, pistas de patinação, tirolesa e piscina que à noite vira teatro. Há também a Royal Promenade, uma avenida interna com diversas opções de entretenimento como restaurantes, boates e bares. Outra boa opção de navio é o Vision of the Seas, onde o turista tem a oportunidade de visualizar os mais belos portos do mundo, através das diversas janelas que o navio possui.

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Com capacidade para 2.435 passageiros, o Vision of the Seas tem instalações requintadas e muitas opções de diversão. Mini campo de golfe, academia, bares, spa, piscinas, hidromassagens e o teatro Masquerade, que apresenta produções musicais de vários estilos. Há ainda elevadores panorâmicos onde os passageiros podem conferir uma vista incrivelmente bela, do ponto mais alto do navio. Muito conforto e sofisticação esperam pelos turistas. Cassino para os que gostam de jogar, academia, piscina aberta e coberta, jacuzzis, pista de cooper, parede de escalada, piano bar, boate, spa, teatro e muito mais. E não podemos esquecer de citar o Splendour of the Seas, que foi eleito como o Melhor Navio que já passou pela costa brasileira, pela Revista Viagem. Tem capacidade para 2.076 passageiros que podem desfrutar de dois restaurantes, duas piscinas e um spa para relaxar.

Há ainda campo de mini golf, bares para conversar enquanto degusta sua bebida favorita. Além disso, tem muita diversão no cassino, salões de jantar, piscina coberta, e ao ar livre, solarium, teatro e muito mais. Para quem quiser programar sua viagem de cruzeiro, a Mendes Tur oferece diversos pacotes. Outras informações sobre os roteiros podem ser obtidas na Mendes Tur, através dos telefones (13)3208-9000 e (13)3279-9000.



turismo

Canadá

Belezas naturais esperam por você

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inônimo de belas paisagens, o Canadá, além de excelente opção de turismo, é hoje o destino mais escolhido pelos brasileiros interessados em estudar inglês e trabalhar. Ele é o segundo maior país do mundo em extensão territorial, e tem o terceiro melhor Índice de Desenvolvimento Humano. Muitas florestas, rios, cordilheiras, lagos, ilhas e muita diversão, esperam pelos turistas no Canadá. O gerente comercial da Mendes Tur – Câmbio e Turismo Alex Andrade destaca os principais lugares e passeios que os turistas podem apreciar: ”São muitas as atrações deste belo país. Na Costa Oeste, por exemplo: visita ao Bairro Chinês, ou as rampas de esqui dos jogos Olímpicos de 1988, a queda de Bow Falls, andar sobre as geleiras na Columbia Icefields, em um ônibus conhecido como Snocoach, entre outros. Já na Costa Leste: os Palácios da Prefeitura e do Governo, a elegante área de Yorkville, as famosas Cataratas de Niagara, o Parque da Rainha Victoria, as famosas 1000 Ilhas em um passeio de barco, a não menos famosa Catedral de Notre, o Monte Royal e outros”. Em relação à gastronomia, cada província tem sua especialidade, que varia de acordo com as condições naturais e a colonização. As opções de pratos vão desde os italianos até os asiáticos. “Os frutos do mar são as estrelas da culinária em várias partes do país, que é banhado por três oceanos. Não há

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como ir à Ilha Prince Edward sem provar a lagosta ou o salmão do Atlântico”. E o maple syrup, o xarope de plátano, é um dos produtos típicos do Canadá, que é usado em muitos pratos, entre os quais os mais populares são a panqueca e o waffle. No Canadá, estão não só as grifes internacionais famosas, como também os disputados outlets, que seduzem os consumidores pela oferta de produtos e preços, geralmente menores que os aplicados no comércio em geral. No país também há opções de artesanato e de peças fabricadas na região. “Em Alberta, por exemplo, o viajante encontra uma grande variedade de lojas especializadas em roupas country”. Os shopping centers estão em praticamente todas as localidades, que além das butiques, normalmente mais sofisticadas, têm as lojas de departamentos. “Os preços são um destaque importante, o dólar canadense é mais barato que o americano. Outra vantagem, é que o estrangeiro pode pedir o reembolso do imposto de 7% cobrado em praticamente todos os produtos. Os formulários para a solicitação são encontrados em aeroportos, lojas duty free, hotéis e embaixadas do Canadá”. Para quem quiser visitar o Canadá, e deseja obter outras informações, pode entrar em contato com a Mendes Tur através dos telefones (13)3208-9000 e (13)3279-9000.



Foto: Mรกrcia Rocha


arquitetura e decoração

Melba Nadais

Saber ouvir é fundamental

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dia a dia de um arquiteto, assim como a maioria das outras profissões, começa cedo: visitar obras, ir a fornecedores, escolher acabamentos para finalização de projetos, se dedicar ao escritório e atender clientes. É assim a rotina da arquiteta Melba Nadais, que harmoniza os espaços que passam por suas mãos, sempre respeitando a necessidade do cliente. Quando criança costumava copiar os desenhos dos gibis e chegou a ganhar um concurso na escola, onde ficou em primeiro lugar. Ela acredita que já nasceu com o interesse pela arquitetura. “Minha mãe tentou me colocar para aprender balé, mas eu não queria. Só tinha interesse em aprender coisas relacionadas a desenho”.

Hoje, aos 49 anos e com 24 anos de experiência profissional, Melba encara todos os dias como um desafio diferente. “Primeiro, devemos surpreender a nós mesmos. Antes de apresentar um projeto para meu cliente, tenho que gostar dele. Caso contrário, não consigo ir adiante. Isso se torna um desafio constante dentro da profissão”. Os projetos de Melba possuem características mais contemporâneas. “Como tudo é muito globalizado, o comprador tem acesso a muitas informações, e na maioria das vezes procuram seguir a tendência daquilo que está se usando. É aí que entra o papel do arquiteto, fazer com que o projeto fique personalizado e adequado a necessidade de cada um”. Ela comenta que o cliente vem cheio de sonhos, e normalmente muito motivado.


Sendo assim, o arquiteto vai orientá-lo na execução do projeto e na resolução do mesmo. Embora tenha iniciado sua vida profissional desenvolvendo projetos residenciais, Melba gosta muito da área comercial. Ela explica que são trabalhos com características diferentes: “O residencial é um projeto mais lento, principalmente quando o cliente adquire um imóvel ainda na planta, a execução final acaba se estendendo mais. Já o comercial é mais rápido, o cliente já chega com pressa e consequentemente a execução é mais acelerada e com isso o prazer de ver concretizado”.

Mesmo com uma rotina atribulada, a arquiteta sempre participa de todas as fases do trabalho. “O projeto é um todo e as etapas se integram, portanto se você não estiver atento, com certeza algo não sairá de acordo”. Agora, Melba quer enriquecer ainda mais seu conhecimento “Quero ir atrás do novo”. Ela salienta que a experiência conta muito, mas saber um pouco sobre a vida da pessoa ajuda bastante. “Saber ouvir e poder interpretar o que o cliente quer é uma das coisas mais importantes dentro do trabalho do arquiteto”.



responsabilidade social

Porto Seguro

Unidos por um bem comum

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odos os sábados, os funcionários da Porto Seguro caminham rumo a um mesmo objetivo: transformar vidas. Eles se reúnem na Casa Campos Elísios Melhor, local que desde 2006 oferece cursos de capacitação profissional para a comunidade dos bairros Campos Elíseos, Santa Cecília, Marechal Deodoro, Santa Efigênia, Bom Retiro e Luz, todos em São Paulo. A Casa Campos Elísios Melhor é mantida pela Porto Seguro e as oficinas são gratuitas para toda a comunidade. Apesar da maioria dos cursos serem ministrados por profissionais e educadores especializados, algumas oficinas são comandadas pelos próprios funcionários, que fazem parte do Programa de Voluntariado da empresa. A gerente da área de Responsabilidade Social e Ambiental da Porto Seguro, Mirian Mesquita explica que o objetivo do programa de voluntariado é estimular a participação dos funcionários em ações sociais. “Quinzenalmente são realizados encontros com os participantes, onde o grupo debate ideias e sugestões para os projetos e ações pontuais. Os voluntários podem atuar em visitas a instituições e apoio à comunidade”. Miriam comenta que o grupo de voluntários não é

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fechado, pois assim cada um fica livre para contribuir quando pode. Então, é permitido que os funcionários participem esporadicamente das ações. Além de capacitar ao longo destes anos milhares de pessoas, o projeto social da Porto Seguro conseguiu fazer com que a população atendida alcançasse a transformação social, o resgate da autoestima e geração de renda. “Tudo isso traz felicidade e sensação de bem estar para aqueles que procuram”. A ideia de realizar ações para ajudar o próximo nasceu durante um almoço entre o presidente da Porto Seguro e os funcionários, em 1998. “Desde então, temos trabalhado com projetos sociais. Em 2007, iniciamos também os trabalhos com projetos ambientais que envolvem funcionários, corretores, clientes e até mesmo o público externo”. A gerente ressalta que ser uma empresa socialmente responsável é ter a capacidade de ouvir os interesses dos mais diversos segmentos da sociedade e conseguir incorporá-los ao nosso planejamento. “Por conta disso, a Porto Seguro, em busca de um mundo melhor para as gerações atuais e futuras, preocupa-se em planejar ações sustentáveis, conscientizando as pessoas sobre a importância das causas sociais e ambientais. Esses valores fazem


parte da Filosofia e Visão da Porto Seguro”. “Nosso grande desafio é educar e sensibilizar as pessoas, estimulando atitudes que inúmeras vezes estão adormecidas em nosso cotidiano”.

Os projetos A Casa Campos Elísios Melhor oferece palestras e oficinas gratuitas para toda a comunidade. São cursos que tem como objetivo a capacitação profissional, geração de renda, educação e cidadania. Miriam diz que para os jovens e adultos, o espaço oferece capacitação nos seguintes cursos: cabeleireiro, formação de porteiros, manicure e entrelaçamento (Penteado Afro), informática, telemarketing e artesanato – como pintura em tecido, decoupage, biscuit, bijuteria, macramé, entre outros. “Além disso, possuímos uma parceria com o SENAI, para os cursos de Mecânica, Funilaria e Panificação”. Já para as crianças, a Casa ministra cursos destinados à educação e cidadania: informática, teatro, esporte, dança, entre outros. Podem participar apenas moradores dos bairros de Campos Elíseos, Santa Cecília, Marechal Deodoro, Santa Efigênia, Bom Retiro e Luz. O projeto já beneficiou 32.537 de pessoas e 1.791 participações voluntárias. Além de 36 novas instituições adotadas, 59.826 donativos arrecadados e 738 pessoas capacitadas em cursos e oficinas entre outros.

Preocupação também com o meio ambiente A Porto Seguro possui também a Campanha de Coleta e Reciclagem do Óleo de Cozinha. A iniciativa tem como objetivos alertar a população sobre as consequências do descarte incorreto do resíduo e mostrar que o material também pode ser reaproveitado. Mirian Mesquita explica que muitas pessoas jogam óleo de cozinha na pia sem saber que esta é uma prática prejudicial para o meio ambiente. “Um litro de óleo usado pode contaminar centenas de litros de água. Por meio da reciclagem, o resíduo serve de base para fabricação de biodiesel”. Nos Centros Automotivos Porto Seguro e sucursais da Grande São Paulo, Santos e Campinas, segurados, corretores e o público em geral poderão retirar minigalões para armazenar o óleo de cozinha utilizado em suas residências. Os endereços dos pontos de coleta de óleo vegetal estão disponíveis no site www.portoseguro.com.br/oleodecozinha. O óleo de cozinha coletado durante a Campanha será encaminhado para a empresa Bioauto, especializada na reciclagem do material e que o destinará para a produção de Biodiesel.

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divino divã

Dúvidas frequentes, Respostas pertinentes com Dra. Tosca Amieiro

“Muitos dizem que nosso exterior é o reflexo daquilo que sentimos no interior. Por exemplo, se a pessoa se sente feia e sempre está com baixa autoestima, as pessoas também a verão assim. Acredita também nisso? Como uma pessoa assim pode melhorar para ter uma vida mais alegre e gostar de si própria? “ B.N. , 21 anos, estudante

Podemos dizer que a pessoa que se sente feia em qualquer situação, está “afinada” na feiúra. Portanto, onde quer que ela esteja, demonstra este sentimento para os que a rodeiam. O modo que nós percebemos nos coloca de um jeito ou de outro na vida, e é a partir dele que nos lançamos. Logo, se o que se mostra é o sentir-se feio, o encontro será neste caminho, onde tudo parece perder sua graça. É neste estado que devemos ficar atentos, pois este pode ser o início de um quadro de depressão. Parece que o sentido da vida só vai se dar quando um certo estereótipo de beleza for atingido, e, na maioria das vezes, este não é o critério de beleza que cabe a muitos de nós, que temos uma vida bem

distante das passarelas. Para que esta pessoa melhore o seu modo de perceber a vida ela precisa se aproximar do que realmente lhe cabe. Isso pode se dar através de exercícios que trazem maior proximidade com nossas emoções como, por exemplo, a ioga, relaxamento e alongamento. Também nas artes, como pintura, porcelana, entre outras. Ou através da psicoterapia. Estes são os caminhos para alguém que queira se aproximar e ampliar sua consciência e seu modo de perceber a vida.

“Se um homem mais velho, que acabou de sair de um relacionamento, “rejeita” uma mulher mais jovem, é porque ele não quer se relacionar especificamente com ela? Ou é porque ele não quer se relacionar agora com nenhuma outra, por ter saído de um relacionamento longo? Você acredita que neste caso a mulher deve ter um pouco de paciência e persistir naquilo que deseja, ou deve esquecer?” S.A., 25 anos – Publicitária

Alguém que acabou de sair de um relacionamento longo, e como você descreveu, é mais velho, parece querer viver um momento diferente agora. Relacionamentos longos trazem um perfil e uma rotina onde a vida dessas pessoas fica inscrita dentro de um roteiro, e isso se faz necessário, para se criar uma identidade e então se percorre com maior liber-

dade e sabedoria. O outro agora vive um momento que precisa se perceber fora deste contexto e para isso necessita de tempo. Parece-me que a questão não é a mulher ser mais jovem e, sim, conseguir se situar neste novo momento. Quanto à insistência, cada um sabe do seu limite.

“Nunca senti uma relação de amizade entre eu e minha mãe. Por isso sempre decidi tomar minhas próprias decisões e cada vez mais percebo que não consigo retomar uma relação de amizade. Muito pelo contrário, não tenho paciência com ela. Discordo de quase tudo que ela diz e de suas atitudes. Como resolver uma situação assim ?” M. A., 27 anos – gerente

A família é o nosso primeiro contato com o mundo, ela é o nosso alicerce. Pois nela aprendemos, descobrimos, desenvolvemos e identificamos nosso eu e

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o mundo. A família é responsável pela educação e pela transmissão de valores morais e afetivos. Nosso primeiro contato com a palavra amor nasce da


relação mãe e filho, e podemos dizer que se desenvolve a partir daí. Relacionamento entre mãe e filha (como mostra a pergunta) nem sempre é maravilhoso, dependendo da fase que a filha se encontra ou a mãe, pode ser desastroso. De início, a relação mãe e filho prioriza a educação. A amizade não deve ser vista como preferência deste relacionamento, ela deverá vir como uma consequência deste relacionamento saudável - o que não parece ter se dado ou talvez ter fracassado em algum momento de vocês. Quando não sentimos esta emoção que faz nascer a amizade é porque o percurso falhou. No caso, toda relação de amizade traz consigo um envolvimento de confiança. A palavra confiança tem como sinônimo “fiar-se”, logo o caminho para se acreditar em alguém é “fiando junto” ou “fiando com”, e para isso precisa de tempo e também que as duas pessoas estejam costurando no mesmo sentido.

diferentes e necessárias do ponto de vista de cada uma. Percebo que hoje você precisa olhar sua mãe como uma página em branco para começar a construir uma nova imagem dela. Pois todas as vezes que você se aproxima dela está saturada de conceitos, que muitas vezes não dizem mais respeito a ela, mas também não deixam espaços para entrar um novo olhar - o olhar que realmente fala dela hoje como mãe e quem sabe futura amiga. Certos conceitos que temos sobre o mundo e as pessoas não são fáceis de diluírem, pois parecem criar raízes, mas quando nos questionamos é hora de rever e revolver para podermos nos aproximar dos fatos e lidar melhor com eles. Mande suas perguntas para o email redacao@mmontemor.com.br. As questões serão respondidas no mais absoluto sigilo.

Nesta relação me parece que enquanto a filha buscava se ocultar, a mãe caminhava no sentido do desvelamento, do compartilhamento. Por razões

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Ha 15 anos se tornando o restaurante da família santista


tecnologia

Mídias Sociais

O mundo conectado

F

oi-se o tempo em que para entrar em contato com um familiar ou amigo era preciso mandar cartas ou telefonar. Afinal, quem nunca deixou um recado para um amigo no Orkut? E quem nunca conheceu alguém por meio de uma mídia social? Twitter, Facebook, MySpace, Orkut, Blogs... São tantas as opções de comunicação atualmente que fica difícil escolher entre elas qual participar. O Orkut é a rede social mais popular no Brasil. Dados recentes indicam que mais de 75% de internautas brasileiros acessaram esta rede social em julho de 2009 – isso significa que 27,3 milhões de brasileiros navegaram pelo Orkut neste período. “A vantagem do Orkut é ter um perfil pessoal com as fotos, os vídeos favoritos e fazer parte de comunidades que sejam de nosso interesse” conta o gerente de mídias sociais da Studio Box, Bruno Iraha. Nesta rede social, o usuário interage com os demais participando de fóruns de comunidades sobre diversos assuntos, desde o barzinho popular da cidade até filmes, músicas e ídolos diversos. O Facebook também é muito utilizado pelos brasileiros. O site de relacionamentos americano é similar ao Orkut: nele, os usuários podem encontrar pessoas, conhecer gente nova, saber mais sobre quem você gosta, além de publicar fotos, ideias e vídeos de forma rápida. O Facebook tem mais de 300 milhões de integrantes e é considerada a rede mais popular do mundo – mas “apenas” 1 milhão de brasileiros aderiram ao Facebook. Nos últimos meses, porém, a grande “sensação” da internet é o Twitter, microblog criado em 2006 que permite ao usuário publicar informações em até 140 caracteres. “No Twitter podemos postar tudo que quisermos e ler instantaneamente as notícias publicadas no mundo todo” ressalta Iraha. E cada vez mais brasileiros aderem à moda internética. A cantora Britney Spears, a atriz Lindsay Lohan e até mesmo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, usam o Twitter para interagir com o público. No Brasil não é diferente: o apresentador de tevê Luciano Huck, o comediante Danilo Gentili, políticos e atores são algumas das várias celebridades que

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usam esta rede social para se comunicar com os fãs. O gerente de mídias sociais ressalta: “O Twitter é o primeiro lugar onde as notícias são publicadas. No dia da morte de Michael Jackson, por exemplo, as atualizações eram imediatas, antes mesmo de o fato ser divulgado nos sites de notícias mundiais”. Grandes empresas de comunicação, como a CNN e a BBC Brasil utilizam a ferramenta para divulgar as últimas informações ao redor do mundo. Outra ferramenta de comunicação muito utilizada é o blog. Por meio deste site pessoal, diversos jovens relatam seu cotidiano, como uma espécie de “diário virtual”. No entanto, com o passar do tempo, os blogs tornaram-se um espaço de disseminação de ideias e informações mais consistentes, passando a ser utilizados também por formadores de opinião – especialmente jornalistas e professores. É inegável que as mídias sociais são vitais para divulgação de ideias, marcas e produtos. Tais ferramentas são fáceis de usar, não demandam linguagem formal e podem ser utilizadas por todos. Devido ao grande número de usuários das redes sociais, a adesão de empresas e organizações a essas ferramentas também se intensificam cada vez mais. É preciso entender que, ao utilizar mídia sociais, a empresa deve adequar-se ao público, não se limitar a informações meramente comerciais e, se possível, comentar sobre temas relacionados à corporação. Uma conta de Twitter mantida por uma empresa de comunicação otimiza os resultados do serviço. “É muito importante apostar nas mídias sociais, tendo em vista que a internet é um dos meios de comunicação mais utilizados atualmente. As redes sociais são ótimos veículos para divulgação, pesquisa e até mesmo conhecimento dos fatos”, enfatiza Iraha. Confira as redes sociais que a Studio Box participa: www.twitter.com/Studiobox www.facebook.com (Studiobox) www.orkut.com (Revista Studio Box)


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eu vou com

Daniela Muniz

Café Central O Café Central durante o dia é uma excelente opção para quem quer almoçar, e de noite uma ótima escolha para quem quer ouvir uma boa música, dançar, ver gente bonita, tudo em um só lugar. Para o almoço, todos os risotos são maravilhosos, mas o meu predileto é o Al Funghi. As massas também são maravilhosas. Adoro o Fusili Al Pesto e o Penne com molho de gorgonzola. O filé mignon com salada verão (frutas da época) é uma boa pedida para os dias de calor. Uma sobremesa imperdível é o pavê de chocolate, que tem pedacinhos de chocolate no meio. Sem palavras! À noite não deixe de experimentar o bolinho de abóbora com carne seca, bolinho de bacalhau e a bruschetta. Ah, esqueci das bebidinhas... O Spritzer é uma ótima pedida (vinho branco com soda), Jagermeister (bebida alemã que fica muito boa com energético), Sex on the beach, Mojito e, é claro, cerveja bem gelada. Quem quiser conhecer o Café Central fica à Rua Frei Gaspar, 43 – Centro Histórico – Santos/SP Tel: 3219-2569 www.cafecentralsantos.com.br

Yow Sushi Lounge O Yow é um restaurante japonês onde você encontra descontração, gente bonita, ambiente agradável e aconchegante. E música eletrônica da melhor qualidade. No primeiro andar você tem a opção de ficar nas mesas, nos futtons ou no balcão ao som do DJ. Já no piso superior tem um telão onde rola os melhores shows. Adoro o festival do Yow, é muito completo com temaki, hot roll, sushi, sashimi, teppan, tempura, harumaki, robatas, entre outros. Vale muito a pena conferir. Quando vou para ficar no balcão, adoro pedir o combinado Futare Mae, acompanhado de uma sakerita fica melhor ainda. Uma sobremesa deliciosa é o tempura de sorvete; o harumaki doce também é dos deuses! O Yow Sushi Lounge fica à Rua Tolentino Filgueiras, 45 - Gonzaga – Santos/SP Tel: 3321-8489 www.yowsushi.com.br

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bafafá

Chicletaria

Vestido como gente grande

P

ara os pais que procuram vestir as crianças com conforto e sofisticação podem contar com a Chicletaria, loja especializada em roupas infantis e que agora possui um espaço no Miramar Shopping.

A responsável por trazer o conceito para a cidade é a empresária Tatiane Chiossi. Ela conta que desde pequena já vestia roupas da Chicletaria. “Minha mãe sempre deu preferência à marca devido à qualidade das roupas, pelo conforto e pelas propostas diferenciadas”. Há 30 anos no mercado, a Chicletaria procura sempre se renovar e tem forte presença em vários estados brasileiros. Tatiane conta que depois do sucesso que a marca fez entre os santistas que visitaram a loja temporária em Campos do Jordão, percebeu que Santos também precisava ter uma Chicletaria. Ela ousou, deu certo e a aceitação dos santistas, segundo ela, está muito positiva. “As pessoas estão elogiando muito as roupas, as cores, a qualidade e, principalmente, o estilo das peças. Temos vários clientes que vêm de outras cidades da região para comprar em nossa loja”. A empresária, que veio do ramo de hotelaria, onde atuava como gerente de contas de uma multinacional comenta que a Chicletaria é o seu primeiro negócio e avalia de forma positiva o início da loja em Santos: “Se considerarmos que o retorno do investimento da maioria dos comércios gira em torno de dois a três anos, estamos certos de que o primeiro ano foi bem-sucedido, tendo conquistado clientes bastante fieis à marca”.

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A Chicletaria oferece tudo para as crianças se vestirem de forma confortável e com um look moderno. A cada coleção, são lançados mais de mil produtos. Além das roupas informais, há trajes sofisticados para festas e até mesmo fantasias para o Carnaval e Festa Junina. Há também muitos acessórios e calçados diferenciados. “A qualidade dos produtos sempre chamou minha atenção, porque são excelentes. As roupas são cuidadosamente desenhadas e produzidas depois de uma detalhada pesquisa de tendência da moda mundial. Todo esse respeito e carinho para com os clientes é que garante o sucesso da Chicletaria entre os pais e os filhos. Afinal, a marca do sapinho é sinônimo de sofisticação e qualidade. Vale a pena conhecer o novo site da marca e se inscrever para receber os catálogos das próximas coleções”. Agora, os pais já podem conhecer também a coleção outono/inverno que está com diversas opções e estilos diferentes. “A coleção está um luxo. Há uma gama variada de jeans, malhas divertidas e sofisticadas ao mesmo tempo. Toda coleção está baseada em tecidos quentes, macios e de ótimo caimento. Além dos casacos e jaquetas em tactel, para os meninos, as garotas vão ganhar um look muito gracioso, com vestidos e capelets. Para os bebês a coleção também está divertida, sofisticada e muito fofa”, finaliza.

A Chicletaria fica localizada no Miramar Shopping, 2º piso, loja 3 Tel: (13)3288-2508 www.chicletaria.com.br


Shopping Praiamar • 13 3271.8623


bafafá

Teodora

Sinônimo de requinte

T

alheres, bandejas, toalhas, pratarias e tudo para que sua festa saia perfeita. É o que propõe a loja Teodora, o mais novo empreendimento da cidade.

Com a Teodora, agora ficou mais fácil organizar seu evento, sem precisar se deslocar da Baixada Santista. Foi pensando em proporcionar materiais sofisticados e produtos diferenciados que a loja surgiu.

muitos eventos de moda como o São Paulo Fashion Week. Por isso resolvi aliar essa paixão à necessidade que senti por aqui. Se é florzinha que está na moda nas toalhas de mesa, será assim a nossa proposta.” Mariana acredita que Santos tem um bom potencial para grandes eventos, por isso crê que a Teodora terá bom reconhecimento pelos santistas.

A responsável pela ideia é a empresária e advogada Mariana Barbuy. Ela conta que já possuía experiência em organização de eventos e viu a necessidade de ter um serviço como esse na região. “Apesar de já existir estabelecimentos que locam materiais para festas particulares, muitos não trabalham com pratarias e também com materiais da moda. Na maioria das vezes eu ia a São Paulo só para conseguir esse serviço.”

Ela conta que o nome da loja foi inspirado na história da criadora do garfo, a princesa Teodora. ”Até o século XVI as pessoas comiam com as mãos pelo alimento ser considerado sagrado. Os mais educados levavam a comida à boca com três dedos. O príncipe Domenico Salvo, membro da corte de Veneza casou-se com a princesa Teodora, de Bizâncio. E no enxoval havia um objeto pontudo com dois dentes que foi usado para espetar os alimentos. Com o tempo o objeto ganhou o nome de garfo”.

Ela comenta que valoriza muito aquilo que é moda e que tem uma paixão especial pelo tema. “Por quatro anos trabalhei com meu tio Marcio Babuy, e fui a

Para quem quiser conhecer, a loja fica na Rua Prudente de Moraes nº115, no bairro Vila Mathias, em Santos. O telefone para contato é (13)3221-4216.

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Coluna Social

por Renata Pierry Fotos: Gilberto Branco - Tudo em Foto

Gustavo Gotfryd e Fábiana Geraigire Andressa Reis

Suel Peniche

Marina Abdala,Valéria Serápicos,Renata Freire Bernardo e Daniela Perri 93


coluna social - Renata Pierry

Bruno Rodas

Juliana Góes

Cláudia Duarte

Natália Cunha,Marina Junqueira e Duda Adegas 94

Bruna Garcia

Frederico Pires e Camila Euzébio


Praiamar Shopping - loja 159 Tel.: (13) 3273-5450 Super Centro Boqueir達o - loja 90 Tel.: (13) 3221 - 2113


gastronomia

Moussaká e a Grécia

Por Beth Tiane

A

cozinha grega é uma das mais saudáveis, saborosas e perfumadas do mundo. É recheada de grãos, azeite, legumes, vegetais, iogurtes e mel, comporta elementos doces e salgados em todos os pratos e ainda tem nas oleaginosas, como o nozes e gergelim, um ingrediente comum a muitas receitas. O elemento mais característico e antigo da culinária grega é o azeite, utilizado em quase todos os seus pratos.

Se você for à Grécia, certamente será servido com mezédes de patê de berinjela (melitzanosaláta), coalhada com pepino e alho (tzatziki) ou de ovas de peixe (taramosalata); bolinhos de carne (keftedes); queijo grelhado e flambado (saganaki); frutos do mar (lulas, camarões, polvo, mariscos); charutinhos de folhas de uva (dolmadakia), a salada grega hamada de horiátiki (tomates, pepinos, finas fatias de cebola, azeitonas, pimentão verde) e uma fatia de um forte queijo de ovelha, o queijo feta, temperado com orégano, e as azeitonas gregas, que nunca faltam numa mesa.

Ingredientes: - 6 berinjelas médias; - 9 batatas médias cortadas em rodelas finas; - 1 colher rasa de açúcar; - 1 colher de chá de canela; - 1kg de colchão mole ou patinho moído; - 2 cebolas médias picadas; - 4 dentes de alho picados; - 500ml a meio litro de leite; - 1 colher de café de noz moscada; - molho de tomate: 1kg de tomate picado sem pele e sem semente (ou molho de tomate comprado pronto); - 30gr de manteiga; - 1 colher de sopa de farinha de trigo para o molho bechamel - 200gr de queijo de cabra ralado ou de queijo parmesão ralado;

Modo de Fazer:

1) cortar as berinjelas em fatias no seu comprimento maior, com grossura fina 2) deixar as berinjelas de molho no vinagre e sal 3) secar a água das berinjelas com pano de prato e fritar 3.1) importante para quem não quer utilizar fritura: coloque as fatias de berinjelas em uma assadeira e leve ao forno.

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3.2) para quem optou por fritar a berinjela, para retirar o óleo da fritura retido na Berinjela: deixar ao lado um escorredor de macarrão com uma bacia em baixo para escorrer o óleo de cada berinjela. Fazer isto de um dia para o outro, pois a berinjela tem que estar muito seca. Não adianta utilizar papel para secar 4) fritar as batatas e secar no papel até estarem bem sequinhas, e reserve 4.1) as batatas poderão ser cozidas ao invés de fritas. Refogar a carne moída com alho e cebola, acrescentar a canela, o açúcar e o molho de tomate, sal a gosto, e reserve.

Molho bechamel:

Em uma panela coloque a manteiga com a farinha de trigo e deixe apurar um pouco a farinha. Coloque leite aos poucos para não encaroçar, mexendo sempre. Coloque a noz moscada e quando começar a engrossar e borbulhar está pronto.

Montagem do prato:

Batata, berinjela, molho de tomate com a carne moída que já está no molho; Coloque em camadas sucessivas, em função do tamanho de seu pirex. Por último sempre que terminar com a batata, o molho bechamel e queijo de cabra ou outro em cima.


VENTOS DO MEDITERRÂNEO

Sob o comando do renomado chef francês Marc Le Cornec, o Les Épices apresenta uma gastronomia exótica que mescla influências da culinária francesa com toques das cozinhas brasileira e sobretudo mediterrânea. Venha para o Les Épices do Sofitel Guarujá Jequitimar e taste the magnifique.

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o diário de Amélia

Amélia X Funcionalismo Público

O

clima em uma das agências da Caixa Econômica Federal, em Santos é típico de outras muitas instituições pertencentes ao governo. Posso falar com certa propriedade, pois trabalhei por quatro anos no funcionalismo público. Funcionalismo? Esse nome chega a ser uma piada! São quase três da tarde e a chuva castiga Santos. E isso já causa certo desconforto nos cidadãos. Para piorar, nada melhor do que chegar a uma dessas agências e ser informado que seu problema não será resolvido. É o que ocorre comigo neste momento. O atendente com pinta de galã acaba de me passar para outro setor. É, me passa, como se eu fosse uma bola no meio do campo. Sento e observo. Conto doze pessoas a minha frente. Todas estão com caras de triste, inclusive eu. Pronto, o primeiro cidadão acaba de perder a paciência. Ele levanta a voz e a atendente retruca. Não demora muito e ele sai, dando rasteira em cobra. “878!”, sussurra um das atendentes. a senha, mas não é a minha vez. A mento do galã aumenta. Bem feito! observando. É engraçado a maneira ente é organizado.

Percebo que é fila do atendiE eu continuo como o ambi-

Logo na entrada, há a porta giratória. Será que a intenção é realmente impedir assaltos? Eu tenho outra tese: é para dificultar mesmo. Você tem que tirar tudo de metal de dentro da sua bolsa. Quando pensa que esgotou todos os itens, vai rumo à porta e ela se trava. “Por favor, retire...” Tá, tá, tá... eu já entendi. Teve uma vez que coloquei a bolsa dentro da caixa, aquelas para colocar os objetos de metal. O segurança veio, e disse que eu não podia fazer aquilo. - Mas é mais prático. - Mas não pode, respondeu ele sorrindo. Isso é estratégia sim, para você desistir de entrar na agência e levar para os funcionários, tantos problemas. Afinal, eles têm que trabalhar, quando uma chata como você resolve retirar o PIS... Neste exato momento, bem ao meu lado, uma funcionária para para conversar com um rapaz. Percebo que ele é ex-funcionário. Passa jogando

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beijinhos e distribuindo tchauzinhos. Parece a Miss Brasil. O pior é que agora ele quer contar e saber o que aconteceu nos últimos anos com os colegas. Afinal, foram tão agradáveis as tardes de ostracismo ao lado deles. - E ai, João? Como está a Paty? - Está bem. A levei no veterinário ontem. - E a Maria, sua sogra? Já melhorou da hérnia de disco? O carinha que cuida das senhas continua a circular pela agência, segurando seu rolinho e distribuindo números que nunca chegam. Um jovem, cliente do banco, estilo emo, cabelinho de lado, calça jeans, blusa preta e voz adocicada, passa falando no celular: “Mãe! Eu já tentei, mas ele disse que é o sistema!”. Uma mulher de calça jeans, botas e blusa preta, caminha e solta: “Essa Caixa é uma piada!”. O galã consegue atender a todos da fila e agora, está de bobeira. Droga! Outra coisa que observo: os funcionários parecem jogadores de pingue-pongue. Eles mandam a bolinha, quer dizer, o cidadão pra lá e pra cá. Eles apontam e dizem: “É lá, o outro vem e rebate: “Não, é lá”. E por aí vai. O legal é que todo mundo que trabalha em repartição pode sentir-se jovem, independente da idade: “Olha, é ali com aquela mocinha”. “Não, não, você tem que ir ali, com aquele rapazinho”. Tecnologia é uma coisa que também não chegou às repartições, e se chegou, é bem debilitada: - Gostaria de retirar o PIS - Você tem o Cartão Cidadão? - Não. - Então não pode. - Mas eu li na internet, que com a Carteira de Trabalho eu consigo. - É, mas o sistema está fora. - E quando ele volta...? O painel eletrônico também não funciona. Na verdade, olhando melhor, não existe. E é por isso que as funcionárias precisam falar o número da senha, mas elas não falam, elas sussurram! Deve ser de propósito, pra você perder a sua vez mesmo. Por falar nisso, acho que acabo de perder a minha... Amélia Kafka Silva, é uma personagem fictícia.




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