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UMA PUBLICAÇÃO D&D SHOPPING NOVEMBRO 2015
ARTE BRASIL ARTE E DESIGN VERDE INHOTIM
SWEET HOME LEO SHEHTMAN
ARTE
O MIS DE ANDRÉ STURM
Foto: edison garcia
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Na cidade somos todos pedestres.
Nossa Capa: Jardim Botânico de Inhotim, foto de Rossana Magri, 2015
EDITORIAL
RUMO AOS PRÓXIMOS 20 ANOS Esta é a nossa última revista do ano e que ano! 2015 foi muito importante para o D&D: comemorar os 20 anos do empreendimento, responsável por trazer ao Brasil um conceito revolucionário de compra, um shopping all in one. Para celebrar a data, produzimos uma série de eventos e várias atividades para o nosso trade. Além disso, a marca D&D esteve presente nos principais e mais importantes eventos do segmento. Apesar de ter sido um ano muito difícil economicamente para o País, conseguimos decorar a casa de muitos brasileiros, graças ao talento dos nossos arquitetos e decoradores parceiros do D&D. Melhoramos e aumentamos ainda mais o nosso mix de lojas e posicionamos o D&D definitivamente como uma referência de conteúdo. Com 40 profissionais pontuados no i/D - programa de relacionamento do D&D, fizemos uma importante viagem cultural para Inhotim, onde fomos recebidos divinamente na casa do idealizador do local, Bernardo Paz, podemos ver nesta edição a obra que ele criou para o Brasil. Encerramos o ano com o “Natal Design D&D”, uma mostra onde 40 árvores de Natal foram decoradas pelos mais importantes nomes da arquitetura e decoração do Brasil. As árvores serão leiloadas e parte da renda será revertida para as instituições ABC do Coração e Cruz Verde. É hora de termos pensamentos otimistas para 2016. Estamos preparando um novo ano cheio de novidades e ações especialmente para vocês! Agradeço aos profissionais e aos leitores essa parceria com o D&D! Boas Festas! Angelo Derenze
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ARTE | ANDRÉ STURM
Ele virou a mesa no MIS, que acordou para a vida
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MOSTRA | BRIGITTE BARDOT
A mulher e o mito em exposição no D&D
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ARTE II | LILIAN BOMENY E KAKATI: Arte brasileira que abalou Paris
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TREND | MUTI RANDOLPH Mago das luzes e da cenografia high tech
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DESIGN & DECORAÇÃO | BABA VACARO
Designer na vida, design na TV
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PROJETO EDITORIAL
GILBERTO B. BOMENY
Presidente Conselho WTC-SP
LUCIANO MONTENEGRO DE MENEZES CEO WTC-SP luciano@wtc.com.br
Rua Harmonia, 293 CEP 05435-000 São Paulo - SP Tel.: 55 11 2893-0199
DIRETOR DE CRIAÇÃO Cesar Rodrigues cesar@studiolemon.com.br
ANGELO DERENZE
DIRETOR GERAL D&D angelo.derenze@wtcsp.com.br
COLABORADORES
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MODA - FRANCESCA E CRISTIANE
Blogueiras avançam: da moda ao décor
46. VERDE | INHOTIM 52. BEST BUY | DESIGN-SE 60. SWEET HOME | LÉO SHEHTMAN 64. PELO MUNDO | CAMILA BARAKÁ 68. URBE | REGIÃO DA BERRINI CRESCE E APARECE 70. EM CARTAZ | MAISON & OBJET 74. I/D NEWS | POR ONDE ANDAM E O QUE FAZEM OS NOSSOS ARQUITETOS 78. ACONTECE | HOTSPOT E O NATAL DO D&D
DIRETOR EXECUTIVO
Chico Volponi cvolponi@studiolemon.com.br
Bianca Liane Juliana Abbate Luciana Petriccione Inez Villaventura Tatiane Babachinas
EDITOR
AGRADECIMENTOS
PROJETO GRÁFICO
MD Assessoria Tel.: 11 3049.1888 Marcia Dadamos Fernanda Périgo
TIRAGEM
10.000 exemplares
ENDEREÇO D&D SHOPPING Av. das Nações Unidas 12.555 Brooklin Novo CEP: 04578-903 Tel.: 11 3043.9000 /Ddshopping /Dedshopping @dedshopping
Sergio Zobaran
JORNALISTAS Cynthia Garcia Mario Bolzan
Lemon Design e Comunicação
ARTE
Eduardo Barletta
ARTE FINAL
Osmar Tavares Junior
FOTOS
Camila Baraká Paulo Brenta Rossana Magri
REVISÃO
Ana Luisa Novato Faleiros Claudio Eduardo Nogueira Ramos
DIRETOR COMERCIAL
Eduardo Isola comercial@studiolemon.com.br Tels.: 55 11 2893–0199 | 99473-2977
PRODUÇÃO GRÁFICA Tinta Pura Enivaldo Carlin Kelson Mota
CARTA EDITORIAL
DE INHOTIM À FRANÇA Há quase 25 anos, Leo Shehtman balançou os alicerces da Casa Cor. O arquiteto entrou no décor com cromados, em vez do dourado, nos metais da moda de então (que agora voltou), em seu grande hall-sala de entrada numa edição do Rio de Janeiro. E é a casa paulista desse profissional sempre inovador que escolhemos para estrelar o número seis de nossa revista. Viajamos a Inhotim, onde o D&D e seus arquitetos amigos foram recebidos por Bernardo Paz. Dele trouxemos um depoimento exclusivo, e muita arte e verde para nossas páginas que ganham pinceladas francesas fortes: a mais recente edição da Maison&Objet Paris, a exposição de Lilian Bomeny e Kakati, e a intimidade da mulher mito Brigitte Bardot, pelas lentes de seus amigos fotógrafos, que se transformou em exposição inédita no shopping. Visitamos outras mentes criativas como André Sturm, Baba Vacaro e Muti Randolph, e ouvimos as blogueiras chics na moda, e de olho no décor. E também olhamos ao redor, reconhecendo a importância da região que nos cerca, a Berrini, que não para de crescer e se aprimorar para receber novos negócios e você, cliente do nosso shopping que continua a comemorar seus 20 anos em 2015. Tem mais: das novidades do programa i/D às novas lojas e ao Natal do D&D, passando pelas dicas de presentes e o registro de nossas festas. Participe! Sergio Zobaran
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BANHO | DESIGN | PROJETOS SOB MEDIDA
C O L E Ç Ã O R I PA DESIGN: MARCUS FERREIRA MEDIDA: A SUA
São Paulo D&D Shopping - 11 3043.9151
•
Al. Gabriel Monteiro, 770 - 11 3081.2664
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Campinas - R. Maria Monteiro, 389 - 19 3254.2640
FOTO: PAULO BRENTA
ARTE
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23 FARO FINO ANDRÉ STURM E SEU BLOCKBUSTER – O MUSEU DA IMAGEM E DO SOM
POR: CYNTHIA GARCIA FOTOS: DIVULGAÇÃO
NA MANGA DOIS SUCESSOS GARANTIDOS, A EXPOSIÇÃO SOBRE O TERRORCULT DE TIM BURTON, E UMA MOSTRA SOBRE RENATO RUSSO PLANEJADAS PARA 2017.
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gaúcho André Sturm vem demonstrando faro desde que assumiu, em 2011, a direção do MIS (Museu de Imagem e do Som de São Paulo). Suas exposições cumprem a função de uma casa de cultura contemporânea digna desse nome. Atraem público de todas as idades para dentro do museu, adorando a experiência e, mais importante, introduzem gente de todas as camadas sociais ao universo da rica vivência cultural. Foi o que aconteceu com o blockbuster Castelo Rá-Tim-Bum, que levou 405 mil visitantes ao MIS, em 2014. O recorde deixou todos os museus brasileiros com inveja, principalmente o vizinho de muro, o sonolento MuBE (Museu Brasileiro da Escultura). Afinal, o MIS de Sturm ainda sediou as mostras de David Bowie, em 2014, com visitação de 81 mil pessoas, e a de Stanley Kubrick, em 2013, com 80 mil.
Localizados lado a lado, no mesmo endereço prime do Jardim Europa - uma das vitrines da maior metrópole do Hemisfério Sul –, o MuBE é o exemplo típico do museu fora do mapa, enquanto o MIS vem comprovando ser um espaço que corresponde aos anseios culturais dos habitantes pagadores de impostos da nossa metrópole. Quem conhece o MIS sabe que sua planta é complicada, cheia de recortes e dividida em pavimentos, uma das razões pela qual André Sturm aponta como museu que mais aprecia, inclusive no quesito conceito de programação, o Centre Georges Pompidou de Paris, projeto de Renzo Piano e de Richard Rogers, a quem tive o prazer de entrevistar mais de uma vez. Imagine o que não faria Sturm – temporal, em alemão – nos espaços amplos e na esplanada livre de pilares do vizinho MUBE, abrigado no belo, mas subutilizado projeto de Paulo Mendes da Rocha, maior arquiteto brasileiro vivo? Com quatro curtas e dois longas em seu nome, no final de outubro ele encerra a mostra Truffaut, um cineasta apaixonado. E já tem na manga dois sucessos garantidos, a exposição sobre o terror-cult de Tim Burton, que inaugura em fevereiro, e uma mostra sobre Renato Russo planejada para 2017. Visto que registrei o que muitos paulistanos comentam, vamos a um simpático bate-bola sobre cinema, com este cineasta de 49 anos. No nosso papo telefônico, quando perguntei se ambiciona o cargo de Secretário de Cultura, não respondeu “não” imediatamente... Fica aqui o registro.
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STURM E SUAS PAIXÕES • Tim Burton: “Ele conseguiu o feito de criar um estilo identificável no cinema que virou um adjetivo, o estilo burtoniano, como conseguiram antes dele poucos diretores, entre os quais Almodóvar e Fellini. O filme que curto mais é Eduardo Mãos de Tesoura (1990)”. • Atriz preferida no melhor filme protagonizado por ela: “Louise Brooks como Lulu em A Caixa de Pandora (1929) do diretor alemão Pabst”. • Ator preferido no melhor filme protagonizado por ele: “Alec Guinness em A Ponte do Rio Kwai (1957) de David Lean”. • Primeira paixão na telona: “Jessica Lange no filme King Kong (1976)”. • As mais sensuais da grande tela: “Sem considerar dramaturgia, só beleza, Monica Bellucci e Kim Basinger. Entre as antigas, Rita Hayworth”. • Atrizes que reúnem beleza e talento: Cate Blanchett, Jessica Chastain e Sophia Loren”.
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• Stanley Kubrick: “É um cineasta genial em todos os gêneros. Fico com Laranja Mecânica (1971)”. • François Truffaut: “É o cineasta da paixão. Meu eleito é Jules e Jim (1962)”. • Atualmente, onde se faz o melhor cinema? “Em quantidade, na França, porque há uma política de governo, e em países como Espanha, Taiwan, Hong Kong, Argentina e Brasil, que possuem uma produção regular anual”. • Sobre o cinema hollywoodiano atual: “Está infantilizado. Tem bons efeitos especiais, mas uma dramaturgia muito pobre”. • Sobre o cinema americano independente: “Tem ótimos diretores como Noah Baumbach, que teve Enquanto Somos Jovens (2014) recentemente nas salas de São Paulo, e feras como Woody Allen e Martin Scorsese”. • Diretores brasileiros preferidos: “Fernando Meirelles, Heitor Dhalia, Beto Brant, Gabriel Mascaro e Anna Muylaert, com Que Horas Ela Volta?, representando o Brasil na disputa de melhor filme estrangeiro do Oscar 2016”.
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SEUS FILMES ELEITOS:
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Apocalypse Now (1979) diretor Francis Ford Coppola O Último dos Homens (1924) diretor Murnau Quanto Mais Quente Melhor (1959) diretor Billy Wilder O Poderoso Chefão (o primeiro, 1972) diretor Francis Ford Coppola Feios, Sujos e Malvados (1976) diretor Ettore Scola Memórias do Cárcere (1984) diretor Nelson Pereira dos Santos Meu Tio (1958) diretor Jacques Tati Lawrence da Arábia (1962) diretor David Lean Metropolis (1927) diretor Fritz Lang Amarcord (1973) diretor Federico Fellini
FILMES TRASH QUE DIVERTEM: 01. Louise Brooks em A Caixa de Pandora (1929) 02. Símbolo de beleza: Kim Basinger 03. Cineasta com estilo identificável: Tim Burton, à esq. 04. Jules e Jim (1962) de François Truffaut 05. Alec Guinness em A Ponte do Rio Kwai (1957) 06. Laranja Mecânica (1971) de Stanley Kubrick 07. Beleza vintage: Rita Hayworth 08. A morena mais sensual: Monica Bellucci 09. Jessica Lange no filme King Kong (1976)
A Pequena Loja dos Horrores (1960) diretor Roger Corman Pink Flamingos (1972) diretor John Waters Flash Gordon (1980) diretor Mike Hodges Street Fighter (1994) diretor Steven E. de Souza A Reconquista (2000) diretor Roger Christian
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MOSTRA
BB Eternamente
Por: Cynthia Garcia Fotos: Divulgação
O MÚSICO BRASILEIRO TOM ZÉ CANTAVA O SONHO DE TODO HOMEM E A HISTORIADORA CYNTHIA GARCIA CONTA QUEM É ESSE MITO QUE SE TORNOU SÍMBOLO DA CULTURA POP
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aríssimos os mitos conhecidos apenas pelas duas iniciais de seus nomes. Brigitte Bardot, a eterna BB, foi um deles. E qual mulher não quis ser BB? Ser amada como ela foi? O músico brasileiro Tom Zé cantava o sonho de todo homem da época, e a historiadora Cynthia Garcia conta quem é esse mito da beleza e do sexo que se tornou símbolo da cultura pop. Iniciando pelo Brasil, a exposição Brigitte Bardot (dans I’intimité) tem curadoria de Ricardo Fernandes, e aconteceu no D&D entre os dias 27 de agosto e 28 de setembro. Foram exibidas 40 obras de cinco grandes fotógrafos franceses – Christian Brincourt, Jean Claude Sauer, Léonard de Raemy, Luc Fournol e Jean-Marie Périer –, que retrataram a musa na intimidade em toda sua beleza. O evento incluiu também a exposição de quinze vestidos de alta costura do jovem designer finlandês Sami Korhonen, que criou uma releitura atual das influências de BB na moda contemporânea. A coleção foi leiloada, com parte da renda voltada a instituições de caridade. Na esteira das homenagens, no Sheraton São Paulo WTC Hotel, o arquiteto Luis Pedro Scalise produziu uma suíte inspirada na atriz em clima de backstage de set de filmagem.
BB em dois tempos pelas lentes do francês Luc Fournol. Seus portraits de BB fizeram dele um dos maiores fotógrafos internacionais de todos os tempos. Fotos Fournol, Courtesy.
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MOSTRA
CAMILE (BB): VOCÊ VÊ MEU BUMBUM NO ESPELHO? PAUL JAVAL (MP): SIM. CAMILE (BB): VOCÊ ACHA MEU BUMBUM BONITO? PAUL JAVAL (MP): SIM... MUITO. CAMILE (BB): E MEUS SEIOS? VOCÊ GOSTA DELES? PAUL JAVAL (MP): SIM, DEMAIS. CAMILE (BB): O QUE PREFERE, MEUS SEIOS OU MEUS MAMILOS? PAUL JAVAL (MP): NÃO SEI, IGUAL.
O diálogo íntimo na cama desfeita da linda Camille (BB) nua com o marido, Paul Javal (Michel Piccoli), está na antológica cena de três minutos que abre O Desprezo (Le Mépris, 1963). O roteiro, baseado em conto de Moravia, inspirado na Odisseia de Homero, foi filmado por Jean-Luc Godard. O mítico diretor tinha 33 anos, quatro a mais que BB. O mestre da Nouvelle Vague a dirigiria apenas mais uma vez, em Masculino Feminino (Masculin féminin, 1966), no qual a mais desejada fêmea do planeta encarna a si mesma em uma ponta não creditada no final, uma dessas excentricidades de Godard... Le Mépris é puro cinema. É apontado por cinéfilos e por ela como o clímax de sua carreira de 43 filmes, a maioria ruins, de 1952 a 1973, ano em que – sem avisar a ninguém – declara à tevê francesa estar se aposentando. Um choque para os zilhões de fãs. Larga tudo, mais exausta do star system e da perseguição dos paparazzi do que propriamente da arte do cinema, que sempre amou. Ciente que seus últimos filmes – exceto O Urso e a Boneca (L’Ours et la Poupée, 1970) - deixavam a desejar, a sedutora armou seu gran finale, revelou toda a formosura de seus 40 anos nas páginas da Playboy de janeiro de 1975. É uma edição histórica, nem precisa dizer. Roger Vadim deu a ela o estrelato; Godard, sua obra-prima; Gunter Sachs, sua fortuna. BB ainda ganhou a admiração de mulheres tão diferentes entre si quanto a existencialista Simone de Beauvoir, autora de O Segundo Sexo (1949), e a top Kate Moss, fora a legião de louras que capitalizaram seu look inconfundível, de Claudia Schiffer a versões trash como Pamela Anderson, e a celebs fashion como a top Lara Stone. Todas tentam, mas nenhuma chega aos seus pés (lindos). Afinal, quem é Brigitte Bardot?
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O pai, Pilou, herdara as Usines Bardot, de fabricantes de gás industrial; a mãe, Toty, amava as artes. Os Bardot eram a típica família rica da alta burguesia parisiense com tudo de bom e de ruim, ou seja, comme il faut. Viviam em Passy, frequentavam a elite e o circuito cultural condizente à sua classe. As duas herdeiras, Bri e a caçula Mijanou, tinham cada qual sua governanta uniformizada de marinho e branco. Bri, de longe a mais bonita, foi diagnosticada com ambliopia na vista esquerda, um grau de cegueira – mantido em segredo da mídia – que daria a ela, por excesso de cuidado, mais uma de suas características sedutoras, o jeito leve e gracioso de andar. Para fortalecer os músculos, a mãe colocou a menina no balé clássico aos cinco anos de idade, que ela largaria dez anos depois já com aquele corpo desenhado que o mundo viria a babar de desejo ou raiva... O avô paterno previu que a neta daria trabalho. Levada pela mãe para assistir a um desfile de chapéus, ela chamou a atenção de Hélène Lazareff. A jornalista acabara de fundar uma revista feminina e encantou-se com a filha da amiga. Era início de 1945, há seis meses da liberação de Paris dos nazistas. Brigitte, 15 anos, tinha tudo – beleza, fotogenia, graça – e ainda um quê de mocinha bem nascida, moderna na medida. Em poucos meses, converteu-se na imagem jovem oficial da Elle, tantos foram os editoriais e as capas com seu frescor.
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01. BB no set de Viva Maria! (1965), dirigido por Louis Malle. Foto Léonard de Raemy 02. No Sheraton São Paulo WTC Hotel, arquiteto Luis Pedro Scalise produziu uma suíte inspirada na atriz 03. Romantismo vintage no detalhe da suíte BB 04. Outro ângulo da suíte BB 05. Ilustrações do estilista finlandês Sami Korhonen, autor da coleção inspirada em BB, leiloada com parte da renda voltada a instituições de caridade
Roger Vadim, 19 anos, andava no meio do teatro. O moreno alto de sangue russo nasceu um irresistível sedutor. Moderno, rebelde, cabelo comprido, tudo que o rígido padrão burguês temia para as filhas. Seu tio Marc Allégret, famoso diretor, fez do sobrinho seu assistente. Folheando a Elle, Vadim encantou-se com a modelo com jeito de boneca, cinturinha de vespa e boca bem desenhada, e sugeriu-a como ponta no filme que o tio planejava dirigir. Encontro marcado, Allégret não gostou da voz da moça, o projeto não saiu. Em compensação, para os dois jovens foi amor à primeira vista, ou coup de foudre, como dizem os franceses para a explosiva química movida a hormônios. Seus pais fizeram tudo para impedir. BB tentou se matar, fugiu de casa. Em dezembro de 1952, ela, 18, ele, 21, casaram-se na igreja de Passy como manda o figurino, sob o olhar de derrota dos Bardot. Meses antes do enlace, o ano também mudara seu rumo profissional: BB havia feito suas três primeiras incursões na grande tela. Em Manina, um filme em preto e branco que conta a história de uma caça ao tesouro em uma ilha mediterrânea, o diretor ficou tão embasbacado com sua plástica, que em todas as cenas em que aparece BB está de biquíni – um escândalo. Antes do casório, numa
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briga na família Bardot, o sábio avô teria dito: “Se ela quiser ser uma - - - -, que seja. Ela será com ou sem o cinema. Deixe-a cumprir seu destino!” Vadim, por sua vez, sonhava ser cineasta. A estrela já dormia em sua cama, só lhe faltavam roteiro e dinheiro. Enquanto isso, BB mulher desabrochou em seus braços. Mais tarde, ela revelaria: “No amor me entrego inteiramente”. Ele confessaria: “A droga de Brigitte é a paixão. Fazer amor com ela é uma experiência de altíssima voltagem”. Os convites não paravam de chegar para a jovem atriz. Em 1956, Vadim tingiu o cabelo dela de louro, filmou-a em St. Tropez e fez dela, no papel da inesquecível Juliette, uma star de primeira grandeza em ...E Deus criou a mulher. Em cenário de sea, sex and sun, ela alucina o trio de protagonistas bonitões, Christian Marquand, Jean-Louis Trintignant e Curd Jürgens, este no papel do milionário Éric Carradine, louco por Juliette: “Com uma boca dessas você consegue o que quiser”. Imperdível! Melhor filme desses dois que se separariam durante a filmagem. Ela diria de seu mestre, mentor e primeiro amante: “Roger me ensinou a amar e a dar liberdade total aos meus sentimentos em cena, tanto que acabei largando ele por outro. Foi o preço que ele pagou”. O resto é história.
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MOSTRA
ABCD DE BB
30 ROGER VADIM E LOUIS MALLE: SEUS PRINCIPAIS DIRETORES BB foi dirigida por Vadim em cinco filmes. Em ...E Deus criou a mulher (Et Dieu...créa la femme, 1956), é a inesquecível Juliette Hardy do caliente drama-romance que faz dela uma estrela da noite para o dia. É Ursula no thriller Ao cair da noite (Les bijoutiers du clair de lune, 1958) e Sophie na comédia Torneio de Amor (La bride sur le cou, 1961). No drama O repouso do guerreiro (Le repos du guerrier, 1962) é a sofisticada Geneviève Le Theil. Antes de se aposentar das telas, seu penúltimo filme é Se Don Juan fosse mulher (Don Juan ou Si Don Juan était une femme... , 1973), onde seduz Jane Birkin. Louis Malle a dirigiu três vezes. Em Vidas Privadas (Vie privée, 1962), Viva Maria! (1965), e no filme baseado em contos de terror de Edgar Allan Poe Histórias Extraordinárias (Histoires extraordinaires, 1968), dividido em três segmentos. BB aparece com Alain Delon, em William Wilson, no segmento do meio. Está linda de cabelos negros.
A. Amor, Animais, Ativista B. Bardotmania, Bardolatria, Boca, Biquíni, Búzios, Bailarina, Bazoches (seu sítio), Bernard d’Ormale (marido 4, desde 1992) C. Cirurgia plástica (“Jamais!”), Cantora, Cultura Pop D. Diva, Deusa do Sexo, Defensora dos animais E. ...E Deus Criou a Mulher(1956, dir. Roger Vadim), Estrela, Estátua de BB em tamanho natural, por Christina Motta, em Búzios F. Fundação Brigitte Bardot, Femme Fatale, França, Foca G. Gunther Sachs (marido 3, 1966-1969), Gilbert Bécaud e Serge Gainsbourg (cantores-compositores com quem teve casos tórridos) H. Homens, “Harley Davidson” (1968), hit cantado por BB de Serge Gainsbourg, Hollywood a desejou mas ela nunca quis I. I nfiel, Ingênua, Incrível, “Initials BB” (1967), vinil de Serge Gainsbourg cantado por BB J. Jacques Charrier (marido 2, 1959-1962), Jean Bouquin (estilista) K. K irk Douglas ficou louco por BB no Festival de Cannes de 1953 L. L a Madrague (sua casa em St. Tropez), Loura, Libriana M. Mariane, Malícia, Moda, Moderna, “Manina”(1952, sua primeira aparição de biquíni na tela), Minissaia, Mijanou (nome de sua irmã), Musa N. Nicolas-Jacques Charrier (1960, filho com Jacques Charrier), Nouvelle Vague O. Odiada X Adorada P. Paparazzi, Paris (onde nasceu), Polêmica, Prêmios, Pilou (apelido de seu pai) Q. Quente! Quente! Quente! Das 100 mulheres mais desejadas da história R. Roger Vadim (marido 1, 1952-1957), Riva (sua lancha italiana), Revista Playboy onde apareceu nua na edição de janeiro de 1975, aos 40 anos S. S ea, Sex and Sun, Seios, St. Tropez, “Sidonie” (1962, single) T. T u Veux Ou Tu Veux Pas (1964, single), Trintignant (ator com quem teve caso tórrido durante o casamento com Vadim), Toty (apelido de sua mãe) U. Un acte d’amour (Mais forte que a Morte, 1953), filme em que faz Mimi V. V iva Maria! (1965, dir. Louis Malle), Vichy (xadrez do vestido de casamento com Charrier, estilista Jacques Esterel), Vegetariana (“Comer carne é canibalismo”) W. The Who, It’s not Enough (2006, som em homenagem a BB) X. XXX, maioria de seus filmes são proibidos para menores de 18 anos Y. Y ou Are the Sunshine of My Life (1973), BB interpretou hit de Stevie Wonder Z. Zaguri (Bob), namorado brasileiro que a fez se apaixonar por Búzios e pelo Brasil Pesquisa e compilação por Cynthia Garcia
ARTE
SEMPRE HAVERÁ PARIS
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m programa incrível em outubro, em Paris, foi a exposição de Lilian Bomeny. Com curadoria do expert Ricardo Fernandes, Semblante da Natureza mostra os trabalhos da artista ao lado das obras multicoloridas do colorista carioca Kakati de Paiva. Um artista nato não vive de uma única forma de expressão. Se assim fosse, talvez não vivesse seu talento na plenitude, muito menos encontraria a satisfação própria que é a força motriz para nos levar, humanos que somos, um passo à frente. Aqui falamos de Lilian Bomeny, artista plástica autodidata mais do que conhecida no universo artsy mundial por suas cores e delicadeza do universo feminino, como algumas de suas inspirações. Sua carreira começa no ano de 1989, com pinturas que ficaram famosas também por suas pinceladas leves que parecem brincar com tintas e telas. Como resultado, um universo quase de conto de fadas, onde permeiam caracóis, estrelas, serpentes, animais e outros signos de um imaginário deliciosamente infantil. É dela a afirmativa que ouvia contos de príncipes e rainhas, fantasmas e outras memórias que permaneceram intactos em sua mente, de tal forma que ela os chama de “suas estações”. Outra característica que não poderia passar desapercebida é sua admiração pelo Cubismo, mesmo que este não seja um movimento que ela tenha seguido – é evidente, no entanto, sua vontade de geometrizar, muitas vezes. Duplicidade facial, de frente e perfil, impressão digital de Pablo Picasso, também aparece aqui e ali, bem como as decorrências de Jean Francastel. E a junção entre o Oriente – especialmente a Índia, e suas cores riquíssimas –, com o Ocidente, formas, narrativas e pingos de experiências pelo mundo.
PARA A ARTE DE LILIAN BOMENY E KAKATI DE PAIVA Por: Mario Bolzan | Fotos: photo SK
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01. Lilian Bomeny, acompanhada da cantora lírica Adriana Arnaud, no concerto de Chorinho, na noite do Vernissage em Paris. 02. Retrato do Kakati. 03, 04 e 05. Obras sem títulos da série Projeto Semblante da Natureza. 06. Sem título, Kakati de Paiva, da série Urban, técnica mixta sobre tela, 2014.
Apesar de ter passado pela pintura em tecidos e feito experiências com cerâmicas, Lilian chega ao momento onde precisa transpassar os limites do que já foi feito. E foi com essa vontade que criou sua primeira escultura em argila, até porque é uma curiosa sobre novos materiais para ela, o que lhe serviu como molde para dar vida a uma peça de acrílico, prontamente pintada de vermelho, cuja simbologia é a cor do fogo e a da realização. Dado o passo, começaram a sair do forno outras obras, também criadas a partir da maciez da argila, mas que viraram, como resultado final de seis meses de trabalho e uma vida de referências, peças em bronze, da série chamada Semblante da Natureza. Pinturas e outras obras agora em 3D - por que não chamar assim?
Daí vem a oportunidade de expor essas maravilhas em Paris, durante uma série de apresentações da arte contemporânea na Cidade-Luz, quando esta está voltada para feiras como a FIAC e diversos outros eventos para artistas entrarem em contato com o mercado global. A expo acontece no Centro Cultural Claustro Billettes, no Marais, bairro cuja construção é uma obra de arte em si. Também está no Cloître des Billettes o colorista carioca Kakati de Paiva, outro apaixonado pelas cores - nem é preciso dizer. Mais do que isso, ele é um grande pesquisador da matemática e filosofia aplicados à arte, e mostra peças do seu novo trabalho abstrato. Personalidade é o que não lhe falta. A curadoria está em boas mãos: Ricardo Fernandes, que tem longa carreira e nome conhecido internacionalmente como expert em arte contemporânea e design, curadoria, crítica de arte e cenografia. Ele explica o conceito do projeto: “Os dois talentos, ambos originais do Rio de Janeiro, estão juntos em torno de uma só ideia, apesar de seus diferentes backgrounds e carreiras diferentes. Lilian vem com seu trabalho figurativo e a grande identidade com o Brasil, enquanto Kakati transpõe a arquitetura de formação à geometria de seus trabalhos.” Ricardo, ele mesmo, é um brasileiro-cidadão-do-mundo, como não poderia deixar de ser: viveu na Alemanha, Dinamarca e Suíça. Hoje está baseado em Paris, onde dirige sua galeria de arte e organiza exposições em museus, galerias e instituições mundo afora.
Lilian Bomeny e Kakati de Paiva De 09 a 30 de outubro Diariamente das 11h às 19h Cloître de Billettes 24 rue des Archives 75004 - Paris
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MUTI RANDOLPH E AS NOVAS DIMENSÕES DA ARTE
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UM DOS PIONEIROS DO 3D NO BRASIL, E EXPOENTE MUNDIAL DO ASSUNTO, MUTI RANDOLPH MOSTRA SEU TRABALHO CAMALEÔNICO MISTURANDO VERTENTES E DISCIPLINAS COMO EM UM GRANDE CALEIDOSCÓPIO INTERATIVO. COM TRABALHOS QUE COLOREM, DE SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO ATÉ PEQUIM, É DELE O COMANDO DE UM PROVÁVEL FUTURO DA ARTE ALIADA À ALTA TECNOLOGIA Por: Mario Bolzan | Fotos: Divulgação
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em uma ou duas, mas três são as vertentes para classificar o métier do carioca Muti Randolph. Como ele mesmo costuma dizer, as obras que idealiza são um misto de arquitetura, artes plásticas e design, unidos muitas vezes à música. Mas para conhecê-lo melhor é necessário voltar à infância desse autodidata. Filho de uma musicista, costumava jogar o videogame Atari, como a maioria de sua geração. E mais: sempre foi um apaixonado por Biologia, carreira que quase seguiu antes de fazer um curso de Comunicação Visual – detalhes que hoje se mostram como influências claras em seus trabalhos, espaços reais em 3D que nada mais são do que o sonho que sempre teve de adentrar suas ilustrações. Dito isso, Muti acabou por se tornar um dos expoentes mundiais da arte inspirada em novas tecnologias, o que se constata não só pelo seu portfólio em si, mas também por ele ter criado um
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dos primeiros softwares que desenha luzes, som e cores em tempo real. Sua carreira começou nos anos 1990, mais precisamente em 1995, quando fez a capa do disco e o cenário para um show do grupo Planet Hemp: Os Cães Ladram mas a Caravana não Para. Um começo um tanto tímido perto do que estaria por vir. Foi em 2003 que estabeleceu um marco da sua trajetória, criando a pista do clube paulistano D-Edge, quando estabeleceu não só sua marca pessoal, como também uma reviravolta no conceito de pistas de dança, com sistema de luz integrado ao áudio. O resultado não poderia ser diferente – a tal pista acabou sendo, possivelmente, uma das mais copiadas do mundo. Outros grandes feitos nasceram a partir de 2005: a Galeria Melissa, na Rua Oscar Freire, em São Paulo, e a cenografia geral da edição anual da São Paulo Fashion Week, quando montou uma instalação de megaproporções,
com 36 projetores formando um único vídeo que tomava conta de toda a área pública da Bienal, onde acontecia o evento. Isso, atualmente, é chamado de video mapping, mas, naquela época, o próprio termo não existia, ou seja, Randolph esteve, mais uma vez, à frente de seu tempo. Entretanto, apesar de estarem literalmente inseridas dentro de uma grande obra de arte, a grande maioria das pessoas que passava por ali não se dava conta da importância daquilo, mesmo sendo em um espaço diretamente ligado à arte em si e à cultura. Uma questão de brasileiros? Ele acha que não: “Não é uma característica nossa. Certa vez, numa experiência sensorial, colocaram um dos maiores violinistas do mundo em uma estação de metrô em Washington, tocando por horas seu violino Stradivarius, e quase ninguém parou para ouvir. É uma questão humana”, pondera.
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TREND
36 Como alternativa, pensa que a arte não deveria ficar limitada às galerias ou museus, mas sim no cotidiano das pessoas, que devem ser educadas a pensar e observar sozinhas, uma tarefa que talvez não se complete na mesma agilidade que seus efeitos de luz multicoloridos. E não demorou para que mais trabalhos importantes se multiplicassem em sua trajetória. Foi dele o cenário memorável de ondas no desfile da marca Colcci, em 2006, a expansão da balada D-Edge, a “filial” da Galeria Melissa, em Londres, a tenda Sahara nos festivais de música Coachella nacional e norte-americano, e o recente restaurante Bossa, em São Paulo, onde fez parceria com Marcelo Rosenbaum para criar um ambiente baseado na arquitetura brasileira dos anos 1950/60. Mas um gênio criativo também bebe em fontes de inspiração. Assim como feito no Bossa, que, aliás, é seu primeiro restô, no início de carreira Muti tinha seus olhos voltados para os trabalhos sessentistas de Verner Panton e Eero Saarinen, “na maneira como criavam ambientes completamente imersivos, com uma organicidade e unidade entre todos elementos, como se fosse o interior de um ser vivo, como se fossem gerados a partir de um DNA único”, explica. Fator que ainda pode ser identificado como influência em seus trabalhos atuais, apesar de que, visualmente, suas ideias sofreram modificações naturais. São nas próprias pa-
lavras de Muti que se nota a verve de biólogo que nunca o abandonou, desde os tempos de criança: “É um grande interesse meu. Não tanto nas formas, mas nos processos e princípios, o que eu considero uma relação mais profunda. Apesar de usar formas geométricas minimalistas e visualmente frias, a organicidade fica visível ao longo do tempo no movimento e na interatividade. As pessoas costumam contrapor a natureza e a tecnologia, mas a própria vida é baseada num código digital, o DNA.” Voltando à sua carreira. Com o portfólio mais do que consistente, era inevitável que convites de fora começassem a pipocar, e assim, em 2009, foi o segundo artista convidado a integrar o The Creators Project (hoje são mais de 600), uma iniciativa global da Intel de incentivo a talentos que unem arte e tecnologia, o que abriu novos horizontes para criar instalações em São Paulo, Nova York e Pequim. Como futuro, Muti prevê uma convergência de várias disciplinas aplicadas em experiências virtuais. Leia-se como uma mistura
37 “QUERO MUDAR O OLHAR DAS PESSOAS. MINHA LUTA É PARA ISSO. ARQUITETURA E DESIGN SÃO MEIOS PARA CRIAR EXPERIÊNCIAS E PROVOCAR PENSAMENTOS NOVOS...”
de cinema, arquitetura, design, arte e computação, como já acontece na indústria milionária dos videogames. Também está nas suas mãos – ou computadores, se preferir – duas instalações permanentes para dois museus do Rio de Janeiro, a versão carioca do D-Edge, onde estará seu segundo projeto de restaurante, além de “uma surpresa muito boa” que ele não revela nem por decreto. Mas quem quiser ter uma visão completa dos feitos mais significativos e ainda não tão secretos, a editora Beĩ publicou o livro Timespaces, com capa, evidentemente, em bom 3D. Com tudo isso, para finalizar, nada mais natural do que perguntar a essa mente criativa que mudança faria em uma cidade como São Paulo. Sem pensar duas vezes, responde: “Faltam árvores em São Paulo. Por que só nos Jardins? Eu plantaria árvores nas calçadas de todos os bairros”. E Muti Randolph não para. Também tem na lista de desejos um parque temático educativo para crianças aprenderem Ciência e mostrar que a disciplina tem tudo a ver com arte,
fazer música e desenvolver um software para isso. E por falar nisso, enquanto esboça seus projetos entre telas e teclados, mostra que é multifacetado até no gosto musical, enganando quem pensa que só de eletrônico vive o homem da pista de dança mais famosa do planeta. Nas suas caixas de som rola, sim, um eletrônico, mas no tempo livre curte música clássica, jazz, rock, soul e tudo o mais que houver “até os anos 80, no máximo”. “Quero mudar o olhar das pessoas. Minha luta é para isso. Arquitetura e design são meios para criar experiências e provocar pensamentos novos. Isso é próximo do que seria minha definição e expectativa sobre a verdadeira arte,” opinião que gera comentários não muito galanteadores. Ele conta que parte do meio artístico menospreza seu trabalho por ser comercial, o que tira de letra: “Brinco que um dia vou me vender de vez e virar artista, já que no mercado da arte o label é o próprio artista. Mudar o olhar das pessoas não é tarefa fácil, e às vezes me parece impossível. Mas eu continuo tentando”. www.ded.com.br
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DESIGN & DECORAÇÃO
ALMA, ARTE E FUNÇÃO
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o cenário do design contemporâneo nacional, quem mais se aproxima da figura de Lina Bo Bardi (1914-1992) é, sem dúvida, a multitalentosa Baba Vacaro. Como Lina, ela também carrega nome curioso, possivelmente, único no planeta. No caso de minha entrevistada, seu sobrenome, Babadopulos, deve ter alguma influência em sua opção pelo design. Ele vem da Grécia, berço da cultura ocidental, incluindo arquitetura e design clássicos, que os romanos, à maneira daquelas eras remotas, fizeram um “copy/paste”, incorporando a maioria dos conceitos do estilo helênico ao império romano na maior gatunagem estética da história universal. Lina era romana, mas para bem do design brutalista não comungava com esses métodos que mancham a trajetória de alguns contemporâneos, daqui e de fora, em detrimento da originalidade. Bem entendido, não é o caso dessas duas profissionais. Assim como Lina, Baba acumula várias atividades. Além de designer é uma intelectual engajada na função social do bom desenho – industrial ou artesanal - e tal qual a célebre designer e arquiteta ítalo-brasileira, Baba também escreve bem. É roteirista do programa Casa Brasileira que, em outubro, embarca na sexta temporada na GNT. Ex-diretora de arte da Dominici, ela comanda há dez anos a direção artística da Dpot e está à frente de sua empresa, Design Mix. Veja algumas reflexões de Baba Vacaro sobre o papel do design consciente nesta entrevista exclusiva para D&D.
Por: Cynthia Garcia Fotos: Divulgação
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D&D: Como analisa a relevância do objeto artesanal na nossa sociedade e os
indícios de sua demanda crescente num mundo cada vez mais massificado? Baba Vacaro: Vivemos num mundo cada vez mais tecnológico. Por isso esse retorno às coisas simples, como uma nostalgia de uma época em que tínhamos infinitamente mais tempo para apreciar as pequenas coisas da vida. Entre outras coisas, o objeto artesanal, natural, simples, essencial traz isso impregnado. E traz também algo de sustentável, de objeto que dura, com grande ciclo de vida, que pode passar por gerações. As pessoas hoje estão mais cercadas de objetos artesanais, orgânicos – plantam suas hortas, querem comer pão feito em casa, café coado, queijo artesanal, enfim. Na comida os exemplos são muitos. Nos objetos também se percebe isso, na cerâmica, nas fibras, nos tecidos naturais, nos bordados manuais… tudo aquilo em que ficam as marcas das mãos de quem fez, como disse lindamente Octavio Paz. D&D: A aproximação entre design e artesanato é o caminho brasileiro? Baba Vacaro: Não acho que seja um caminho só brasileiro. A busca por peças
mais emocionais e genuínas está acontecendo em escala mundial. No Brasil, claro, tem muita gente traçando esse caminho, mas não é uma exclusividade nossa. É o caso da maioria das peças criadas pela designer holandesa Hella Jongerius, reconhecida internacionalmente pela maneira única com que alia o trabalho industrial e artesanal. D&D: O bem durável, sinônimo de sofisticação e qualidade, que atravessava
gerações, no troca-troca da hipersociedade de consumo, continua um valor? Baba Vacaro: O bem durável sempre foi e sempre será um valor. Um exemplo é a poltrona Mole de Sergio Rodrigues, que seis décadas depois de sua criação, mesmo tendo sido esquecida por longo tempo, retornou ao mercado para se tornar o grande clássico do móvel brasileiro.
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01. Baixela Seixos (2008) – “Criei quando estava à frente do departamento de produtos da St. James, quando elaborei uma coleção à qual dei o nome de Pequenos Luxos Cotidianos”. 02 e 03. Arandelas Two Big and Blade (2010) – “Minha intenção no projeto dessa família de luminárias de parede: ser muito simples de fabricar e instalar. Para o lançamento, o arquiteto Carlos Fortes fez uma instalação muito instigante com as peças, criando uma repetição de efeito quase hipnótico. Gosto muito desse tipo de parceria – ver como outro profissional enxerga meu produto”. 04. Luminária Bob (2005) – “É uma luminária simples e muito versátil, que pode ser usada de diferentes maneiras, que criei a partir da pesquisa de ferramentas antigas, na fábrica. É a minha luminária que está há mais tempo em linha, em várias opções de cores, além da versão em cobre, lançada pela La Lampe há pouco tempo”. 05. Poltrona Mandacaru (2004) – “O tecido é um material que me persegue. Gosto de trabalhá-lo por ser plano e poder se transformar em estruturas tridimensionais, por meio de processos simples, como acontece na Mandacaru. A inspiração veio da simplicidade absoluta da flor de mandacaru e de sua capacidade de se adaptar a qualquer situação”.
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DESIGN & DECORAÇÃO D&D: No mobiliário você aponta a poltrona Mole de Sergio
Rodrigues. E entre os objetos de design nacional, quais são os dois mais icônicos? Baba Vacaro: O Copo Americano, de 1947, da Nadir Figueiredo, e as sandálias Havaianas, de 1962, da Alpargatas. São produtos de excelência por seu bom desenho, relação custo benefício e longevidade. Estão ou estiveram presentes na vida de quase 100% dos brasileiros e por isso também trazem consigo um aspecto emocional, de afeto. D&D: No acervo da Dpot, o que destacaria como highlights? Baba Vacaro: É difícil selecionar destaques de uma marca para a
40 Abaixo, Sofá Cozy (2013) – “É minha peça mais recente. Tem o conforto como palavra-chave”.
qual se faz a gestão do portfólio. Todas as peças que compõem o acervo da Dpot fazem parte da história do móvel brasileiro, já que vem lançando séries históricas desde 2005. A mais recente é dedicada à obra de Geraldo de Barros. Alguns exemplos de peças são a cadeira M110, original da Unilabor e bastante representativa do pensamento do autor pela transposição da clássica construção da cadeira para um sistema modular, a estante MF710 e o bufê GB, que compartilham o mesmo raciocínio processual e representam o mais completo dos sistemas criados pelo Geraldo, mesmo tendo apenas três componentes básicos: colunas, caixas e prateleiras. Essas peças foram reeditadas pela Dpot em 2013, com exclusividade. D&D: E o projeto Casa Brasileira no mundo, quando sai? Baba Vacaro: Estamos sempre viajando pelo mundo para buscar interseções, semelhanças e diferenças entre a arquitetura de outros países e a nossa. O Casa Brasileira já retratou, por exemplo, a influência da arquitetura mexicana por meio do trabalho dos arquitetos Luis Barragán e Ricardo Legorreta. Fomos também à França, EUA e Portugal à procura de nossas raízes e heranças e também para encontrar brasileiros que moram ou criam projetos por lá. D&D: Para terminar, a sabedoria popular diz que “em casa de
ferreiro, espeto de pau”. Qual seu jeito de morar, Baba Vacaro? Baba Vacaro: Meu jeito de morar é simples, reflete minha história, meus gostos e necessidades e também as de quem mora comigo, claro.
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MODA
NEM SÓ DE MODA BLOGUEIRAS FRANCESCA MONFRINATTI E CRISTIANE TAMER ABREM O LEQUE PARA O DESIGN E O DÉCOR Por: Mario Bolzan | Fotos: Divulgação
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o comando de uma nova geração de comunicadores, as blogueiras tomaram o espaço das mídias sociais e se transformaram em um fenômeno muito discutido. São formadoras de opinião para milhares e milhares de seguidores, ditando muito mais do que moda. Em um bate papo com Francesca Monfrinatti, com seu francescamonfrinatti.com. br, e Cristiane Tamer, do bettys.com.br, elas mostram que têm propriedade para sair do limite claustrofóbico dos “looks do dia” e falam sobre design, arquitetura e interiores. D&D: Moda e arquitetura. As duas coisas se complementam? Francesca: Os dois temas andam em paralelo, pois são comple-
tamente ligados a formas, cores, criatividade e interpretação. Ambas exigem grande estudo de tendência para o seu sucesso. Cris: Ambas refletem mais da sua personalidade que qualquer outra coisa “palpável”, visível. Através da maneira que uma pessoa se veste e mora podemos dizer muito sobre ela, seus hábitos, gostos...
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43 Ao lado, Francesca Monfrinatti. Na página anterior, Francesca na última semana de moda de Paris. Abaixo, Cris Tamer.
D&D: Outros arquitetos que valem ser mencionados? Francesca: Tenho alguns... de Foster and Partners, Mad Ar-
chitects a Zaha Hadid. Cris: Ah, os que citei lá e reitero meu gosto e admiração por eles. Gosto de muitos lá fora também, mas ultimamente tenho voltado mais meus olhos para nosso país. D&D: Qual designer de moda, na opinião de vocês, tem em
suas criações uma pegada de arquitetura? Francesca: Um dos meus preferidos, o Alexander Wang, abusa de cortes retos e geométricos, amo o estilo minimalista. Acho supermoderno e arquitetônico. Cris: Geralmente os minimalistas: belgas e japoneses, principalmente. D&D: Acham que existe modismos na arquitetura e no de-
D&D: Então aí estão paixões especiais? Francesca: Tenho uma paixão por moda e por pesquisar ten-
dências. Tenho sede de informação quando o assunto é esse. Estética sempre foi minha praia, seja o tema que for. A arquitetura e o design entraram na minha vida quando conheci meu marido. Um fanático pelo assunto e grande estudioso da área. Eu “abracei a causa” e tento sempre aprender mais e mais. D&D: Algum arquiteto do coração? Francesca: Sou suspeita para falar. Acho o meu apartamento – modéstia à parte – um dos mais lindos e diferentes de São Paulo. Assim como na moda, fujo das “mesmices”, e com minha casa não foi diferente. É um prato cheio para quem é moderno. Mérito total do Mak (a.k.a Marcello Maksoud), meu marido. Os projetos dele são superatuais e com muita pesquisa por trás. Ele consegue unir o design sem seguir tendências, junto com a história do cliente, além de desenvolver móveis com cara de importados, mas produzidos 100% no Brasil. Cris: Gosto do contemporâneo, não necessariamente moderno. Linhas retas, grandes e amplos espaços, transparências e muito verde me encantam. No Brasil, admiro muito Márcio Kogan, Isay (Weinfeld) e Bernardo Jacobsen.
sign de mobiliário e interiores? Francesca: Assim como qualquer área criativa, sempre há modismos. Mas sempre existem peças “imortais” que, mesmo com o passar dos anos, serão sempre bem-vindas e atuais. Assim como a poltrona Cité de Jean Prouvé que, mesmo antiga, sempre é atualizada com o passar dos anos. Cris: Claro que existe! Até nisso são similares. Particularmente, como eu já disse, sou mais contemporânea, mas adoro elementos déco na decoração. Talvez por adorar linhas retas, espelhos... Não disse que moda e arquitetura/design andam juntas? Com o tempo vamos enxergando coerências... (ela responde sorrindo). D&D: Vocês conseguem colocar um pouquinho de moda
na maneira como decoram suas casas? Francesca: Na realidade, acho que nossa casa tem que ter a nossa cara. De nada adianta colocarmos moda nela se não nos sentimos ligados a ela. No meu caso, como é o universo em que eu vivo, ela automaticamente se encontra em cada detalhe aqui dentro. Seja em livros, cores de objetos ou objetos de design. Cris: Ah, eu adoro um ou outro detalhe em léopard, materiais foscos, fotografia de moda, uma ou outra almofada divertida, caveiras... www.ded.com.br
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44 D&D: Uma casa “fashion” seria… Francesca: Para mim sempre será uma casa moderna. For-
mas, cores, texturas... Cris: Uma casa que reflita você, seus valores, seu estilo. Porque não tem nada mais “out of fashion” que forjar algo que você não é ou tentar usar algo que não tem a ver com você só porque está na moda.
“Sou uma mulher do meu tempo, gosto de tudo contemporâneo.”
panhar um desfile de moda está focado na informação de moda e não no que tem em volta. Cris: Ah... O primeiro desfile de alta-costura do Raf Simons para a Dior. Inesquecível! Um palácio francês com interior repleto, coberto de flores do chão ao teto. E cada cômodo com uma flor diferente. De tirar o fôlego! D&D: Cris, você acabou de visitar Inhotim, quais foram as
D&D: Nomes das artes plásticas que vocês amam... Francesca: Daniel Ashram, Kaws, Ron English e Marc Quinn. Cris: Eu adoro Nelson Leirner, Ana Tavares, Raul Mourão,
Adriana Varejão...
suas impressões? Cris: O mais incrível não está nas suas incríveis obras de arte! Para mim, está na visão de Bernardo Paz e sua determinação e vontade de criar algo tão surpreendente em nosso país. É tudo superlativo lá, um lugar para voltarmos muitas, muitas vezes.
D&D: Do modernismo ao clássico na arquitetura. O que
vocês preferem? Francesca: A arquitetura contemporânea. Cris: Não sou clássica nem moderna. Acho que sou uma mulher do meu tempo, gosto de tudo contemporâneo. D&D: Como faz Karl Lagerfeld na Chanel, com cenários
incríveis para os desfiles, já aconteceu de uma passarela roubar a cena da própria coleção? Francesca: Acho, sim, que os desfiles hoje em dia estão, talvez, pecando por excesso. Mas, a meu ver, quem vai acom-
D&D: Francesca, quais suas dicas de Instagram e museus? Francesca: Para Instagram tem uma lista bem boa no meu
site, são ótimos de arte e alguns até ligados à moda: www.francescamonfrinatti.com.br/15-art-instagrams-to-follow/. Como Museu, sugiro o Gibbs Farm, um museu a céu aberto na Nova Zelândia só com obras espetaculares. Vai desde Richard Serra a Anish Kapoor. E para quem se interessar por algo mais próximo, o Storm King Art Center, perto de NY, também conta com um time de gente grande a céu aberto.
Foto Naldo Mundim
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O SEMPRE NOVO
INHOTIM VERDE
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MAIOR ESPAÇO LATINO-AMERICANO DAS ARTES CRESCE A CAMINHO DE SEUS 10 ANOS Por: Cynthia Garcia Fotos: Rossana Magri
jornal inglês The Telegraph batizou o Centro de Art Contemporânea Inhotim de ‘Versalhes do século 21’. O site americano Huffington Post o elegeu a oitava maravilha do mundo. O maior espaço dedicado às artes na América Latina, sob o comando de seu idealizador, Bernardo Paz, tem a celebrar. Aos nove anos de atividade, em agosto bateu a marca de dois milhões de visitantes, iniciando uma multidão de brasileiros de todas as idades e classes sociais às sensibilidades das artes plásticas. Impossível ver em um só dia todos os pontos de interesse nas incríveis paragens artísticas e botânicas de Brumadinho. Em outubro, “Do Objeto para o Mundo”, a primeira exposição itinerante do Inhotim desde a abertura em 2006, retorna ao museu a céu aberto nas Gerais. A mostra, agora montada na Galeria Fonte, estreou, em 2014, no Palácio das Artes e no Centro de Arte Contemporânea e Fotografia, em BH, ficando em exibição até final de maio, deste ano, no Itaú Cultural, em São Paulo. “São obras que deixam perceber possíveis caminhos na história da arte dos últimos 50 anos”,
46 Atualmente, o Instituto Inhotim possui várias espécies de plantas, árvores e flores. Algumas espécies estão inseridas em jardins temáticos. Na página ao lado, o pavilhão Claudia Andujar, recentemente inaugurado, com 1.600 m2.
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conceitua o diretor artístico do Inhotim, Rodrigo Moura, curador com Inês Grosso da exposição sobre este recorte do acervo que examina quatro instantes centrais à formação das contemporâneas – o neoconcretismo brasileiro, a produção dos anos 1960, o grupo de vanguarda japonesa Gutai e a performance dos anos 1970. São cerca de 50 trabalhos com nomes de peso como as papisas da vanguarda brasileira Lygia Clark Lygia Pape, representantes das contemporâneas nacionais como Ernesto Neto e Jac Leirner, artistas da cena internacional como a norte-americana Channa Horwitz, o japonês Tsuruko Yamazaki do coletivo Gutai e a fotógrafa holandesa Pipilotti Rist, com a videoinstalação “Homo sapiens sapiens” (2005). Imperdível também é outra videoinstalação que invade o Inhotim em outubro. São as oito projeções monumentais de “I am not me, the horse is not mine” (2008), do multimídia William Kentridge, um dos expoentes da África do Sul, que ocuparão os 600 m² do galpão que até então abrigava outra obra incrível, a instalação sonora dos ingleses Cardiff & Miller.
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FOTO: EDUARDO ECKENFELS
Acima, pavilhão Claudia Andujar inaugurado em novembro, projeto dos Arquitetos Associados. À esquerda, fotografia de Claudia Andujar, série Catrimani, 1971-72. Da esquerda para direita Hélio Oiticica, Relevo espacial A17, 1959/1991; Tsuruko Yamazaki, Red, 1956/2013; e Ernesto Neto, “Copulônia”, 1989/2009.
O multimídia Kentridge trabalha a arte como ferramenta de denúncia sócio-política em vários fronts, entre eles a ópera, o desenho animado e a escultura, sem mencionar seus desenhos de grande força em carvão, nos quais sua arte começa e se encerra. É a estreia na América Latina deste trabalho já visto na Tate Modern, em Londres, e no MoMA, em Nova York. Mas nada bate a atração de novembro – a aguardada abertura, no dia 26, do pavilhão expositivo da suíço-brasileira Claudia Andujar, 84 anos. Esta notável do olhar fotográfico da segunda metade do século 20 hoje tem suas imagens nos acervos dos principais museus do mundo. Ela, uma ex-refugiada do nazismo, dedicou sua vida e obra à defesa de etnias indígenas, em especial à tribo Yanomami, com a qual viveu na década de 1970, registrando os hábitos em seu preto e branco humanitário e poético, com exceções a algumas séries em cor. Andujar é cofundadora da CCPY (Comissão Pró-Yanomami), que conseguiu, em 1993, o reconhecimento por parte do governo brasileiro das terras desta nação indígena, atualmente com população de 26 mil.
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FOTO: DANIELA PAOLIELLO
Já o hotel que está sendo erguido na propriedade do Inhotim, com projeto da cenógrafa, designer e figurinista mineira Freusa Zechmeister, inicialmente anunciado para abrir para a Copa, em 2014, está de vento em popa. Fica próximo à Galeria Lygia Pape e à Capelinha em estilo colonial (que se transformará em espaço ecumênico). A pousada de luxo alternativo e conceito sustentável será toda pintada em pigmentos naturais em tons de ocre, vermelho e cinza. O projeto, que também inclui um spa, tem tudo para se transformar em mais um point cultuado de Inhotim. Aguardamos ansiosos. www.inhotim.org.br
FOTO: DANIELA PAOLIELLO
O pavilhão de 1.600 m² irá expor uma coleção de 500 fotografias dos anos 1970 dos Yanomamis, na realidade, uma fração dos 60 mil fotogramas em que foram eternizados pela artista. O autor do projeto é o escritório mineiro Arquitetos Associados, que assina vários prédios no Inhotim, entre os quais as galerias do fotógrafo Miguel Rio Branco, da colombiana Doris Salcedo e o espaço Cosmococas, que abriga o radicalismo tropicalista de Hélio Oiticica e Neville de Almeida. São aguardadas ansiosamente as previsões de aberturas dos próximos pavilhões há muito anunciados: Olafur Eliasson, Anish Kapoor e Nuno Ramos. E aí, quando saem?
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FOTO: ROSSANA MAGRI
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“AQUI SEMPRE SERÁ”
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Bernardo Paz, idealizador do Inhotim e presidente do Conselho de Administração do Instituto Inhotim, dá um depoimento exclusivo à revista D&D. “A forma como somos educados é muito determinante. Eu tive duas grandes influências na minha formação: meu pai e minha mãe. Meu pai tinha formação militar e um disciplinador. Ele ninava a gente com os hinos nacionais, que são imponentes, falam de liberdade, transformam as pessoas em heróis. Minha mãe era apaixonada pela vida e pelos filhos, extremamente sensível, muito emotiva, mas não era pragmática. Ela era desorganizada, sonhava, fazia poesia, pintava e tinha um senso de humor fora do comum. O resultado dessas duas influências é: você canta um país heroico e sensibiliza sua visão desse país de forma bem dramática. Quando comecei a questionar o que eu seria na vida, tive medo, já que fui criado como uma pessoa que deveria ser su-
em um primeiro momento, parecia estar cumprindo a minha tarefa, estava sendo dilapidado. Em um determinado período, resolvi me afastar um pouco das empresas e coloquei profissionais à frente da condução dos negócios. Eu já tinha adquirido a fazenda e resolvi fazer um jardim maravilhoso, provavelmente influenciado pela beleza que minha mãe expressava na pintura, na poesia e na sensibilidade, pela glória que meu pai apregoava e por aquela imagem do jardim no México. Tornei-me amigo de Roberto Burle Marx imediatamente. Ele tinha bom gosto e era muito inteligente. O jardim cresceu, e eu passei a me interessar por arte. A partir de uma conversa com um artista brasileiro, o Tunga, percebi que a arte tem de ser política, instrutiva e interativa. E para isso precisava de espaços grandes. Não é possível construir obras enormes e interativas em museus dentro de cidade. Intuitivamente, fui construindo os pavilhões,
perior, tanto por causa da sensibilidade da minha mãe quanto pela mensagem apregoada por meu pai. Essa combinação cria limites para a mediocridade, não permite que você seja medíocre. A ideia era crescer, crescer, crescer e vencer. Quis muito vencer na vida em busca de uma causa maior. Trabalhei demais e tive muitos acertos e erros. Em uma viagem a Acapulco (México), vi um muro enorme. Subi nesse muro para descobrir o que havia do outro lado e me deparei com um jardim extraordinariamente lindo – uma orquestra tocando, um lago enorme e um monte de gente dançando no meio daquele jardim iluminado. Essa experiência marcou o resto da minha vida. Depois disso, trabalhei, viajei, conheci quase o mundo todo. Um dia tive a nítida impressão de que tudo aquilo que eu havia construído e que,
colocando as obras; trouxe artistas para escolherem onde queriam colocar as suas. Um dia, a Mary Goodman, dona de uma importante galeria em Nova Iorque, veio me conhecer. Na despedida, me disse que eu não podia errar. Então me aconselhou a procurar pessoas que estudassem arte contemporânea para buscar orientação. Mas ressaltou que eu não deixasse nunca de ter meu próprio olhar sobre a arte. Depois de um tempo, percebi que, apenas como museu e jardim botânico, o Inhotim era um lugar muito elitista. Então constatei que precisava introduzir conhecimento e fui buscar pessoas para ampliar as ações do Inhotim nas áreas de artes, meio ambiente, inclusão e cidadania e produção de conhecimento. Não sei qual vai ser o próximo passo. Isto aqui não se acaba. Aqui sempre será.”
51 Ao lado, orquidário inaugurado em 2014. Algumas orquídeas florescem até três vezes ao ano. No local, estão 100 espécies naturais e cerca de 400 híbridas de diversos gêneros.
O JARDIM BOTÂNICO DE INHOTIM
Nos anos 1980, ao adquirir as terras em Brumadinho (MG), o jovem empresário Bernardo Paz (leia depoimento) convidou o conservacionista carioca Roberto Burle Marx (1909-1994) para conceituar o futuro Jardim Botânico de Inhotim. O maior nome do paisagismo nacional era autor, entre outros, dos projetos paisagísticos de Brasília, do Aterro do Flamengo, no Rio, e do desenho em pedra portuguesa que deu ao calçadão da praia de Copacabana o status de maior mosaico do mundo. Homem culto, Burle Marx, também artista plástico, músico e filósofo, esque-
matizou visualmente a flora brasileira no traçado característico de nossos jardins públicos e privados, constituindo nossa principal cultura paisagística, conhecida como paisagismo tropical brasileiro, magnificamente representado em Inhotim. Conforme as diretrizes do mestre, o paisagista mineiro Luiz Carlos Orsini posteriormente desenvolveu a área central de 270 mil m², atualmente a cargo de um grupo de especialistas do Instituto, que acumula a função educadora de formar futuros talentos. Desde 2010, integra a Rede Brasileira de Jardins Botânicos.
“FUNDAMENTAL NA ARTE CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA” “Foi minha segunda visita a Inhotim - a primeira foi há três anos. Vi uma grande evolução, com novos pavilhões e instalações maravilhosas! Inhotim tem um papel fundamental na inserção da arte contemporânea na cultura brasileira. Bernardo (Paz) e sua esposa Arystela se tornaram grandes amigos meus! Fiz uma homenagem a ele na Casa Cor há dois anos. Ele é uma figura importante para a imagem do Brasil, até já discursou em Davos, na Suíça. Na nossa conversa, entre baforadas de charuto, demonstrou muita esperança no Brasil. Falando sobre Inhotim, lembrou que temos que fazer nossa parte. Ressaltou o trabalho social que vem fazendo com escolas carentes, e o conceito de vilas onde as pessoas trabalham e vivem no mesmo lugar
com simplicidade e felicidade. Também me chamou atenção o grande número de pessoas com deficiência trabalhando no parque. Isso é muito bonito.”
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DESIGN-SE Da cerâmica rupestre à poltrona assinada, passando pelo piso e pela parede, cozinha e banheiro, o design toma conta do Shopping D&D – e da sua casa.
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01. Adresse / Banco Araripe - Verde Jade 02. Art Station / Foto da Oca, projeto de Niemeyer, de William Kass 03. Dpot / Cadeira Bowl de Lina Bo Bardi, em Tecido 04. Artefacto / Aparador Rio Fibra de Vidro 05. Photo Design / Escultura de Ana Paula Castro 06. Dell Anno / Lacca Wine
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53 07. Amazonia / Poltrona - Aimara Vermelha 08. Varanda / Escultura Bondinho Preto em madeira e com detalhes em metal. Desenvolvida pela artista plástica Patrícia Maranhão 09. By Kamy / Tapete Éden 12 10. Fast Frame / Foto-Ponte 11. Elgin / Linha Armonica 12. Sierra / Cadeira de Aproximação Papasan Rattan 13. Alberflex / X-Code 14. Gallery By Formato / Buffet Hique
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15. Casa Fortaleza / Tapete Couro & Bananeira 16. Mundo do Enxoval / Manta de Tricot Myrna 17. Breton Actual / Poltrona Guará Acabamento Madeira Cumaru 18. Santa Mônica / Tapete da Terra 19. Criss Air / Adega com duas zonas de armazenamento. Iluminação em LED azul 20. Tokstok / Linha Rupestra 21. Phenicia / Tapete Apodi 22. Bazzi / Poltrona Lou Lou 23. Spicy / Conjunto de 6 Descansos para Copos em MDF Birds, Maxwell & Williams 24. Casa Di Pietra / Mesas de Apoio em Resina Poliéster IIcena
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25. Bucalo / Papel de Parede African Queen II 26. Franccino / Mesa de Jantar Anne 27. Indusparquet / Legno Demolição Cumaru 28. Uniflex / Coleção Palm 29. Maison Des Caves / Adega Petit 30. Copel / Conjunto Casal Flex Tenerife Blanc 31. Breton Actual Jardim / Ameli Poltrona 32. Lepri / Linha Saara
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33. Interbagno / Banheira Alba Luce 34. Brentwood / Poltrona Gisele 35. Millo / Cozinha em laca branca com ilha central 36. UD House / Refrigerador Gorenje Side By Side linha Ora Ito black 37. Florense / Poltrona Lidoca 38. Quaker Decor / Bohemian Susani
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39. Saccaro / Poltrona Cobogó 40. Mekal / Escorredor de pratos para bancada Gourmet 41. Antares Digital Life / Harman Kardon - Caixa de som Hi-Fi Omini 10 42. Ornare / Linha de Cozinha Tek, by Guto Indio da Costa 43. Xhara / Revestimento Cerâmico da Decortiles 44. Bed & Design / Colchão Montreal Sued Pillow Top Double Face 45. Luri / Persiana Skyline - Powerglide Two One Living Room 46. Interdomus Lafer / Poltrona Reclinável Kiri
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47. Grand Cru / Decanter Boa Riedel 48. Le Lis Casa / Cesta Xingu - Trançada com grafismos 49. Trend Casual / Cadeira giratória Joliet com costura em losango 50. Madeira Doce / Kit de berço com detalhe em palha pintada, almofadas e bandô da cortina em Richelieu 51. Espaço 204 / Aba Balcão Bar 52. Maria Pia Casa / Garden Seat Finch 53. O Boticário / Colônia com notas de couro, notas florais e o toque quente do sândalo 54. Sleep House / Conjunto Modelo Boulevard da Simmons 55. Natuzzi Editions / Natuzzi Re-Vive 56. Lucca Antiques / Mesa Livreiro Inglesa 57. Clami / Poltrona 150
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A qualidade que seu espaço exige.
Líder no envidraçamento de sacadas com vidros de segurança, o Sistema Vão Livre se destaca pela qualidade dos seus componentes e acabamentos, mantendo sua aparência clean. Se adapta a qualquer espaço, proporcionando proteção contra vento e chuva, isolamento acústico e retenção dos raios UVA/UVB em 99%. Tudo isso, sempre priorizando a segurança e qualidade que você precisa. Visite nosso showroom, conheça os detalhes que fazem a diferença, e entenda porque somos sua melhor opção. Av. Marquês de São Vicente, 1659 | Barra Funda - São Paulo/SP www.mansurvidros.com.br | Tel. (11) 2955-6644
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LAR, DOCE LAR UM DOS NOMES MAIS RENOMADOS NA DECORAÇÃO DE INTERIORES, LEO SHEHTMAN ABRE SEU APARTAMENTO PAULISTANO PARA A REVISTA D&D E MOSTRA QUE É POSSÍVEL FAZER DE GRANDES ESPAÇOS LUGARES ACOLHEDORES, COM CARA DE CASA DO MUNDO REAL, PRONTA PARA RECEBER AMIGOS E A FAMÍLIA Por: Mario Bolzan | Fotos: Divulgação
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ontar e decorar uma casa depende de diversas variantes. Muito além de gosto, é preciso ter feeling, noção de que espaços devem, sempre, remontar ao real sentido de um lar. Poucos sabem fazer isso como Leo Shehtman, nome celebrado nas casas mais importantes (e lindas) do Brasil. E, naturalmente, seu apartamento, no bairro de Higienópolis, em São Paulo, traduz bem o espírito daquilo que sai de sua mesa de trabalho, e por um bom motivo. Pai de um casal de filhos que moram com ele, os espaços estão sempre prontos para serem preenchidos de gente, porque, “uma casa, acima de tudo, deve ter vida” ele diz e aplica para o cotidiano e seus clientes: “a proposta era ter uma casa grande – o apartamento tem 485 metros quadrados – para abrigar com harmonia minha família e meus amigos, porque adoro receber”, explica.
À esquerda, portrait de Leo Shehtman. À direita, a parede revestida com madeira remete a um assoalho, complementada pela cadeira de trama da italiana Cappellini.
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FOTO: ALIN BRUGIER
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01. Espelhos e vidro são trunfos aplicados no centro de mesa, mesas de apoio e aparadores. 02. Tons de marrom entram em harmonia com o preto 03. A mesa de jantar de dezesseis lugares também tem tampo espelhado 04. Um contraponto mais claro foi criado com poltronas e divã brancos. Na parede, uma cena de Cuba.
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É um território todo acolhedor, e ele explica: “queria algo despretensioso, e eu não tenho um cantinho preferido. Tudo é real, é para ser usado”. Mas querendo ou não, seria impossível não perceber que ali há mãos de um mestre do décor. E quem está acostumado ao convencional, deve preparar os olhos para Shehtman. A saída do elevador não dá em um hall. Ao invés disso, quem chega já está dentro do apartamento, literalmente. A entrada são boas-vindas para quem já chega dentro da sala, toda aberta e mesclada com a de jantar e a de estar, estas últimas separadas só por um espelho. Aliás, espelhos são um trunfo do Leo: eles dão amplitude e dividem lindamente ambientes, uma dica dele para se guardar. Detalhes nem sempre são pequenos. Como não reparar, por exemplo, no teto da sala, todo feito em quadrados sobrepostos? A parede da entrada parece um assoalho de madeira, como em um piso, complementada por uma poltrona vermelha de trama da marca italiana de design Cappellini. E o próprio piso, por sua vez, é feito de acidato cor de bronze: leia-se incríveis lajotas de vidro. “Sou muito crítico, quero mudar tudo de novo”, e na época em que era um modismo fazer tudo branco, Leo mostrou a todos a que veio. Foi na contramão e aplicou o preto em tudo quanto foi possível. Assim, a cor está espalhada por toda a parte, seja no enorme sofá de veludo, que os módulos formam um grande “L”, como também em algumas paredes revestidas e até nas cadeiras da sala de jantar, um espetáculo à parte. Mais uma prova de que estamos falando de um bom anfitrião, em torno da mesa de madeira com tampo espelhado estão nada menos do que dezesseis lugares, algumas das cadeiras de Philippe Starck. Sobre ela, um lustre de cristal em forma de cortina, com gotas que caem em cascata e fazem um efeito em frente ao espelho que fica sobre o aparador, também com detalhes em preto. Para quebrar, Leo aplicou cores neutras aqui e ali. Como na sala de estar, onde fica um par de poltronas italianas Cattelan marrons, um tapete felpudo e convidativo puxando para o tom, além das cortinas, de um bege delicado. Vale lembrar que, com exceção das peças de design, todo o mobiliário foi feito especialmente para este projeto, ou seja, exclusivos como tudo o que ele cria.
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PELO MUNDO
GLOBETROTTER
EM FOCO Por: Mario Bolzan | Fotos: Camila Barakรก
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65 “COMO FOTÓGRAFA DE ARQUITETURA, NÃO ME CANSO DOS EMIRADOS ÁRABES, PORQUE ELES SÃO UMA OPORTUNIDADE VISUAL, ESTÉTICA E CULTURAL ÚNICA.”
OS EMIRADOS ÁRABES NÃO SÃO APENAS DESTINO PARA QUEM PROCURA DIVERSÃO. COMO PONTO DE PARTIDA, A FOTÓGRAFA CAMILA BARAKÁ TEM EXPLORADO ÂNGULOS ARQUITETÔNICOS E PAISAGENS INIMAGINÁVEIS DE UM MUNDO NOVO E MAIS DO QUE SURPREENDENTE
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uando era mais nova, a vontade de Camila Baraká era ser jornalista. Mas os planos foram mudando no decorrer do script, ela acabou optando pelo Direito, e se especializou em comércio exterior, no setor de importação e exportação, área para qual trabalhou por alguns anos. Mas a vida é assim, traz surpresas tão inesperadas quanto a necessidade que um dia bateu à sua porta: a de fazer as malas e seguir para os Emirados Árabes, por motivos familiares. Do Brasil para o outro lado do mundo, isso sim, uma grande mudança. Foi o mote para que ela, uma apaixonada por fotografia, começasse uma nova jornada – a de clicar, profissionalmente, arquitetura e interiores ao redor do globo, como se todas as possibilidades que enxergou no início da carreira agora pudessem ser transpostas através de suas lentes. Pode-se dizer que Dubai foi um pontapé inicial como cenário, porque, a partir de lá, Camila passou a explorar os Emirados Árabes como um grande playground. Abu Dhabi, por exemplo, foi um dos lugares onde encontrou fontes e fontes de inspiração: “Apesar de Dubai ter toda a infraestrutura e ser conhecida mundialmente, Abu Dhabi é a bola da vez. Uma cidade que era praticamente restrita aos negócios agora também investe de um jeito impressionante no turismo”, afirma.
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Na página anterior Acima, Meninos brincando na praia Jumeirah Beach com vista do Burj Al Arab, ícone de Dubai e um dos hotéis mais luxuosos já idealizados. Abaixo, Arcos da Mesquita Sheikh Zayed em Abu Dhabi Nesta página 01. Projeto do Louvre Abu Dhabi, inspiração para quem gosta de arte.
02. Foto noturna no deserto Empty Quarter, o maior deserto de areia do planeta- Emirados Árabes. 03. Dubai Marina, um dos mais famosos bairros residenciais de Dubai com seus arranha-céus. 04. Complexo de avenidas observado durante a noite com o Burj Khalifa ao fundo - Dubai.
© ATELIERS JEAN NOUVEL
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Sorte a dela, já que estes centros atraem gente de todo o globo – são árabes, europeus, asiáticos e americanos, todos em um só destino. Segundo ela, somente 15% da população é local. O restante vem do mundo. E essa riqueza de diferenças, entre burcas e hijabs (cuja origem, aliás, Camila já sabe distinguir pela maneira como são dadas as voltas dos lenços), servem para ilustrar as redondezas, seu foco principal. Temas não faltarão, porque no ano que vem (pasmem!) uma filial do Louvre abre as portas em Dubai, o The Louvre Abu Dhabi, e outra filial, desta vez do Guggenheim, chega em 2017, além do Zayed National Museum. Tem ainda em andamento o projeto de um complexo completo que vai abrigar museus e outras iniciativas culturais em Abu Dhabi, o Saadiyat Cultural District, ou seja, mais fontes inesgotáveis de inspirações. “Como fotógrafa de arquitetura, não me canso dos Emirados Árabes, porque eles são uma oportunidade visual, estética e cultural única. É um lugar onde a arquitetura está em constante inovação, com muita diversidade, liberdade e criatividade”, explica. Longe das baias de um escritório corporativo, Baraká tem voo longo pela frente, e já mostrou a que veio com a exposição no D&D sobre a Suíça, em julho deste ano, chamada Switzerland: Landscapes and Architecture. A fotógrafa já passou por outros países da Europa, pelo Líbano, Egito, Rússia, Índia e Indonésia, sempre em busca dos melhores ângulos de paisagens e obras de arquitetura, incluindo hotéis, restaurantes e outros temas, sempre com um prisma ligado ao luxo. A moça anda tão globetrotter que, dois dias depois da entrevista para a Revista D&D, não sabia se estaria nos Emirados ou na Finlândia, dúvida prontamente justificada: “Provavelmente Escandinávia, porque uma amiga me disse que já se pode ver a Aurora Boreal”. www.camilabaraka.com
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HOMEM CRIOU A BERRINI DE UM NOVO DOWNTOWN EMPRESARIAL O PONTO TURÍSTICO DA MAIOR METRÓPOLE BRASILEIRA Por: Cynthia Garcia Fotos: Divulgação
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esde o início, o D&D foi o maior incentivo ao crescimento da região da Berrini, trazendo para cá design e inovação”, afirma Angelo Derenze, diretor do shopping, sobre este empreendimento visionário, sofisticado e único, localizado no complexo do World Trade Center São Paulo – WTC-SP, fundado pelo empresário Gilberto Bomeny. Em 2015, este marco festeja duas décadas de sucesso como referência em todo o país no segmento high-end de design, decoração e arquitetura de interiores. Na verdade, o D&D Shopping é um hub gerador de negócios de alto nível. Recebe mensalmente um contingente de cerca 500 mil visitantes entre clientes diretos e profissionais do setor, que buscam em seu portfólio de mais de 95 lojas de marcas top em seus segmentos, as referências mais significativas e contemporâneas do universo do home & office design. Este polo que movimenta milhões, sede de grandes empresas e multinacionais, situa-se na região conhecida informalmente como Berrini, localizada no Brooklyn, nome
oficial do gigantesco bairro da zona sul onde está inserida a localidade que tomou emprestada sua designação do sobrenome do engenheiro homenageado em sua principal via de acesso. Em 1992, rendeu polêmica uma entrevista de um dos “fundadores” da Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini, o arquiteto Carlos Bratke, ao proferir a frase que entrou para os anais do jornalismo da cidade: “No início, a Berrini era uma avenida ligando nada a lugar nenhum”. De fato, no começo, a futura principal artéria do projeto urbanístico que redesenhou e, posteriormente, enriqueceu o Brooklyn, parecia não conduzir a lugar algum, exceto à várzea pantanosa das águas do Rio Pinheiros. No entanto, a paisagem mudou em um piscar de olhos como tudo na capital paulista. A construção da avenida em meados dos anos 70 propiciou, na década seguinte, o “boom” imobiliário que a caracteriza desde então. Não é para menos que um dos prédios mais altos, sustentáveis e emblemáticos da metrópole paulista está fincado em seu número 1.400. Um dos orgulhos da região, o Eco Berrini tem projeto do escritório Aflalo & Gasperini Arquitetos (o mesmo que fez o WTC), eleva-se a 140 metros de altura, divididos em 35 andares, e ainda ostenta o selo Leeds. Entre outras coisas, sua construção
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Acima, à esquerda, o World Trade Center São Paulo – WTC-SP -, onde está o D&D. Acima, hoje, a avenida traçada nos anos 70.
privilegia o uso eficiente de recursos hídricos e permite economia de 1,6 mil m3 de água/mês. Atualmente, o Brasil é o quarto país em número de construções sustentáveis que ostentam o selo Leed (Leadership in Energy and Environmental Design). A complexa regulamentação exigida pela certificação internacional não é barata, mas os lucros ambientais e ganhos de imagem constituem inestimável valor agregado para seu marketing, além de serem, essenciais ao modus vivendi dos grandes centros urbanos. Com o crescimento e desenvolvimento empresarial de São Paulo, a avenida acabou desempenhando papel crucial ao possibilitar oferta de venda de terrenos e locação de salas com preços mais acessíveis se comparados aos valores de outras partes da cidade, em especial aos das avenidas Paulista e Faria Lima. Essa migração inteligente, a bem da verdade, foi em grande parte orquestrada pelos arquitetos Carlos Bratke, Roberto Bratke e Francisco Collet, que apostaram no lugar fundando, em 1975, a Construtora Bratke Collet, que em menos de dez anos construiu mais de vinte prédios na Berrini, pondo por água abaixo a fama inicial do lugar. Outro ponto alto da região da Berrini foi a elevação do “bairro” a ponto turístico, com a inauguração da Ponte Octávio Frias de Oliveira,
em 2008. Orgulho da cidade, é a terceira maior estrutura de São Paulo e a única ponte estaiada no mundo com duas pistas em curva, conectadas a um mastro único de 138 metros de altura. O mais novo cartão postal de SP, e a cereja do bolo do Brooklyn Novo, é iluminado por holofotes com know-how da holandesa Philips que projetam sobre a estrutura sequências de combinações cromáticas a partir das cores vermelho, azul e verde que à noite maravilham os transeuntes.
E O ENGENHEIRO? Luiz Carlos Berrini (1884-1949) deixou Petrópolis, onde nasceu, para se diplomar em engenharia civil pelo Mackenzie. Com o canudo debaixo de braço, o jovem entrou na Universidade de Cornell, no estado de Nova York, onde se especializou em Mecânica e Eletricidade, nos EUA. Na volta à capital paulista, a agilidade de seu raciocínio matemático o dirigiu à área de cálculo vetorial, ferramenta da engenharia e da física, que o levou a se tornar um dos principais calculistas de obras do estado de seu tempo. Lá de cima, o engenheiro Berrini deve muito se orgulhar da avenida, vital a esta região imprescindível à energia produtiva e criativa da São Paulo, que o celebra no nome e na profissão.
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© KIM LIGHTBODY
EM CARTAZ
MAISON & OBJET DIÁLOGO ABERTO COM O BRASIL AO COMPLETAR 20 ANOS E CONQUISTAR NOVOS PAÍSES, A MAISON & OBJET PARIS – EM SUA EDIÇÃO DE SETEMBRO DE 2015 – AUMENTA SEU PORTFÓLIO DE MARCAS PARTICIPANTES E SE APROXIMA AINDA MAIS DO NOSSO PAÍS
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Por: Sergio Zobaran Fotos: Divulgação
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eferência mundial do melhor design, a Maison&Objet atrai visitantes de todo o mundo com o seu DNA: ambiente único, criativo e de atmosfera sofisticada. A ideia original é reunir todos os anos, em Paris, cidade onde nasceu a feira, os maiores nomes do mercado de design de interiores, arquitetura e lifestyle, em busca de excelência e da inovação. Mas o principal objetivo não é somente lançar as últimas tendências, e sim gerar bons negócios para seus expositores e visitantes. E o ano de 2015 marcou um novo capítulo em sua história: o trade show completou 20 anos – com suas duas edições anuais, em janeiro e em setembro –, se consolidou no mercado da Ásia com a segunda edição da Maison & Objet Cingapura, em março, e estreou nas Américas – em maio, em Miami Beach. E mais: com milhares de visitantes brasileiros, a M&O no seu todo abriu definitivamente um diálogo permanente com nosso país, com a adoção de uma
empresa que representa seus conceitos e todas as edições internacionais entre nós. “A Maison&Objet é uma feira fundamental para o Brasil”, diz Roberta Queiroz, da Velvet Design, sua nova representante no Brasil. “Estamos em um momento complicado, e as marcas precisam exportar. Por ser uma feira de lifestyle que transita por várias áreas, desde objetos, móveis, acessórios e até perfumaria, a feira torna-se um grande facilitador para essas marcas ingressarem no mercado internacional”, ela completa. Realizada entre 4 e 8 de setembro passado no Parc des Expositions de Paris Nord Villepinte, a M&O Paris 2015 recebeu nova disposição das marcas de Home Design, localizado no Hall 8, com projeto do Lacaton & Vassal, renomado escritório de arquitetura na França, e cenografia de Philippe Boisselier. Essa nova concepção transmitiu uma atmosfera harmoniosa e urbana e, ainda possibilitou a entrada de mais
© DOROTHEE MEILICHZON
© CARL TIMPONE
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À esq., projeto de Dorothée Meilichzon, designer do ano, para a Compagnie des Vins, em Londres. Acima: também dela, Experimental Cocktail Club, e à direita, seu retrato
expositores, somando ao todo 3.200 marcas. Como, recentemente, todas as edições passaram a ter um designer do ano – quatro personalidades por ano: duas para cada Maison&Objet Paris, uma para a Ásia e outra para as Américas –, para Paris foram definidos critérios distintos para a escolha de um nome. O designer da edição de janeiro fica mais voltado para o produto, enquanto na edição de setembro deve ser mais próximo ao universo da arquitetura e do design de interiores. Outra categoria permanente é a dos Rising Talents, onde são selecionados seis designers em ascensão, os novos criadores mais hypados do momento. Seguindo esse conceito, a designer industrial Dorothée Meilichzon, com seu toque de humor e ironia, foi escolhida como designer deste ano na edição de setembro.
A francesa de 33 anos, à frente de seu próprio escritório, o multipurpose CHZON, dedica-se a pesquisas e se inspira com tudo ao seu redor, especialmente com nomes eternos da decoração internacional, como Madeleine Castaing, Dorothy Drapper, Fornasetti, David Hicks, Giò Ponti, Charles e Ray Eames e François-Xavier Lalanne. E trabalha o mais perto possível de pessoas com técnicas artesanais criando peças únicas e handmade, em busca de um décor único e atemporal. Por fim, ela incrementa seu décor carregado de história com algumas peças contemporâneas. São projetos da designer: o Hôtel Paradis, o Café Pinson, o Beef Club, o Ballroom e a Compagnie des Vins Surnaturels, todos em Paris. Ela também projetou interiores em Londres, Nova York e Ibiza. Já os Rising Talents desta edição foram: Gilles Neveu (Remis, França); Camille Riboulleau (Isére, França); a dupla Laura Lynn Jansen & Thomas Vailly (Eindhoven, Holanda); Arthur Gillet (Bruxelas, Bélgica); a dupla Florian Dach & Dimitri Zephir (França) e a dupla Célia Picard & Hannes Schreckenberger (França e Áustria, respectivamente).
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© CAMILLE RIBOULLEAU
EM CARTAZ
Duas obras, em cima e embaixo, de Riboullau. E de Jansen Vailly no meio
© CAMILLE RIBOULLEAU
© VAN ONNA
A MAISON E O BRASIL
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No Brasil, a Maison&Objet é representada por Roberta Queiroz e André Poli, à frente da Velvet Design, escritório oficial da feira no País. A Velvet tem a missão de difundir a grife de feiras para os brasileiros, e também levar o potencial do design nacional para lá. A partir de agora, a Velvet é também a representante da Maison&Objet em outros países da América Latina, como Chile, Peru, Colômbia e Argentina, entre outros. Assim, o escritório de Roberta e André passou a pesquisar os principais designers desses países para fazer a curadoria das categorias designer do ano e rising talents, desenvolver novos expositores, e atuar nas ações de relacionamento com os profissionais especificadores locais. “A partir da nossa pesquisa nos países latinos, temos uma visão mais global do atual momento do design e da indústria regional, o que amplificou muito nosso conhecimento, critérios e estratégia de curadoria para indicar novas marcas participantes para todas as edições – e os próximos rising talents e designer do ano da Edição Américas 2016”, comenta Roberta. Finalizando, a anfitriã brasileira da feira diz: “É superimportante para o Brasil ter um representante da Maison&Objet em uma cidade como São Paulo. Hoje a Velvet Design funciona praticamente como uma filial no País; então, respondemos por todos os interesses do Brasil relacionados à Maison. A Velvet é a ponte para o brasileiro ter acesso à feira. Facilitamos a intermediação, damos toda a assistência necessária para quem quiser expor seus produtos ou lançar seu trabalho por lá, e ainda trazemos o melhor do conteúdo brasileiro via palestras e ações pontuais para a Maison, entre outras atividades”. Dando sequência à visita de um grupo de arquitetos ligados ao shopping à edição 2015 da Maison&Objet Paris, o D&D promoveu um evento aberto, já em São Paulo, com a presença de jornalistas que lá estiveram: Simone Quintas (Casa&Jardim), Marcelo Lima (O Estado de S. Paulo) e Artur de Andrade (Casa Vogue). Os três experts falaram de suas experiências e preferências na feira, em breves palestras ilustradas – e repletas de conteúdo –, seguidas de um talk show com a presença de Roberta Queiroz e André Poli, sob a mediação do diretor do D&D Angelo Derenzi. www.velvetdesign.com.br
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De 1875 para cá, o Brasil viu nascerem o choro, o samba, a bossa nova e o funk. Mas, afinal de contas, que música que a banda toca? De 1875 para cá, o Estadão esteve presente em todas as grandes mudanças do País. E vai continuar ao seu lado. Sempre. Porque, neste tempo todo, só uma coisa não mudou: o seu direito de querer saber.
O BRASIL PRECISA SABER. LEIA O ESTADÃO.
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Cilene Monteiro Lupi e Mario Lupi Alessandra Marques e Rodrigo Costa Angelo Dererenze e Patricia Martinez
Andre Leite e Bruna Ximenes
driana Speyer A e Ana Sylvia Bardini Alessandra Estelles
Ana Carolina Ribeiro e Denise Monteiro Angelo Derenze e João Armentano
Adriana Assumpção e Aline Araújo
Brunete Fraccaroli
Cristiane Marchesini e Stela Maris Gervásio Breno Rivkind, Livia Pedreira, André Leite e Rita de Cássia Camilo
Gigi Gorenstein e Karina Korn
Aglaura Rispoli, José Carlos Correia e Tania Correia
Anthony Schimpf, Lucila Turqueto e Luis Pedro Scalise
Katia Ciola
Thiago Breseghello, Natália Meyer, Lorenas Simões e Danielle Cortez
I/D NEWS
D&D SHOPPING RECEBE PARA BRUNCH NA CASA COR/SP 2015 PARA COMEMORAR O SUCESSO DO I/D – PROGRAMA DE RELACIONAMENTO DO D&D – E APRESENTAR A QUINTA EDIÇÃO DE NOSSA REVISTA, ANGELO DERENZE, DIRETOR DO SHOPPING, RECEBEU PROFISSIONAIS DE ARQUITETURA, DESIGN DE INTERIORES E LOJISTAS PARA UM BRUNCH NO JOCKEY CLUB NO DIA 28 DE MAIO
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Cristina Rocha Andrade e Patricia Rocha
Geraldo Queiroz, Angelo Derenze, Manuel Queiroz e João Nagy
Fabio Galeazzo, Fabio Morozini, Olgério de Sá e Geraldo Queiroz
Fiorella Aldworth e Thais Salles
Ricardo Waquil e Gilberto Elkis
Henrique Murgel e Fábio Brazil
Deborah Roig e Angelo Derenze
Edu Muriel e Giovanna Ornelas
Fernando Piva, Haroldo Rodrigues e Paulo Evangelista
Francisco Cálio e Andréa Costa
Vanessa Romeiko e Irata Rossi
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Rodrigo Costa, Lair Mello e Roberto Borja
Adriana Speyer, Carla Cordeiro e Ana Bardini
Christiane Roy e Monique Monteux
Andrea Costa, Raquel Silveira e Lauro Andrade
Monica Ungaretti e Frederico Costacurta
Andrea Gonzaga e Solange Quiroga
Thierry Baccarat
Aurea Bento, Raniele Bianca e Anthony Schimpf
Ulisses Bianchi e Luiz Bianchi
Paula Gambier
Joao Armentano e Angelo Derenze
Karen Pisacane e Juliana Abbate
Gustavo Motta
Cristina Rocha Andrade e Patricia Rocha
Felipe Protti
Francesca Alzati
Jaime Jimenez
Claudia Gallasso
Edson Busin, Vilma Massud e Roberto Borja Bruno Bomeny e Ana Claudia Viegas
Leandro Queiroz, Idalia Daudt e Ulisses Bianchi
Maximiliano Crovato
Rita Cassia Camilo e Caetano Del Pozzo Caco Carneiro e Camila Carneiro Johnson
Marcia Dadamos, Olegário de Sá e Laide Tuono
Mariane Frota, Mariela Paiva, Ariani Frota e Marisa Roquim
Marcelo Borges e Arthur Athayde
Flavia Pardini e Bruno Basile Antonaccio
Giselle Rivkind e Luiz Gustavo
Claudia Liz e Eduardo Borges
Leila Libardi e Caco Carneiro
Lucila Turqueto
Deise Andrade, Luciana Leamare e Gabriela Guedes
Armando Garcia e Magda Papacena
Breno Rivkind e Patricia Penna
D&D SHOPPING RECEBE PARA HAPPY HOUR NA MOSTRABLACK NA OCA, QUE ABRIGOU A QUARTA EDIÇÃO DA MOSTRABLACK, NOSSO SHOPPING FEZ UM SEGUNDO EVENTO DE LANÇAMENTO DESTA REVISTA D&D EM TORNO DOS ARQUITETOS QUE CONSAGRAM O PROGRAMA DE RELACIONAMENTO I/D, E DE NOSSOS LOJISTAS. A FESTA ACONTECEU EM 10 DE JUNHO NO PARQUE DO IBIRAPUERA www.ded.com.br
Angelo Derenze, Gilberto Bomeny, Lilian Bomeny, Sami Korhonen e Ricardo Chaves Fernandes
Joia Bergamo, Brunete Fraccaroli, Bya Barros e Silvana Lara Nogueira
Angelo Derenze, João Armentano e Raul Penteado
I/D NEWS
A INTIMIDADE DE BB EM EXPOSIÇÃO NA NOITE DE 26 DE AGOSTO, ANGELO DERENZE, DIRETOR DO D&D, PROMOVEU O COQUETEL DE ABERTURA DE BRIGITTE BARDOT (DANS L’INTIMITÉ), EXPOSIÇÃO INÉDITA DE FOTOS CURADA POR RICARDO CHAVES FERNANDES QUE MOSTRA A INTIMIDADE DE UM DOS MAIORES SÍMBOLOS DE BELEZA E SENSUALIDADE DA HISTÓRIA EM IMAGENS DE CINCO GRANDES FOTÓGRAFOS. CONVIDADAS CARACTERIZADAS COMO O MITO BB, UMA COLEÇÃO DE VESTIDOS DE ALTA COSTURA DO DESIGNER FINLANDÊS SAMI KORHONEN INSPIRADOS NA MÍTICA ATRIZ E CANTORA FRANCESA E UMA SUÍTE TEMÁTICA NO SHERATON HOTEL WTC SÃO PAULO, PRODUZIDA PELO ARQUITETO LUIS PEDRO SCALISE, TAMBÉM ABRILHANTARAM ESTA NOITE
Guga Rocha
Tota Penteado, Anthony Schimpf, Paulo Evangelista e Aurea Bento
Luiz Leite, Giovanna Kalichtzuk e Henrique Derenze
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Luciana Liviero
Andre Leite
Sami Korhonen, Val Marchiori e Ricardo Fernandes
Gustavo Petinatti e Rita de Cassia Camilo
Tatjana Mocenik, Milena Mainardi e Erica Savoldi
Bobby Krell e Breno Rivkind
Myrella Castilho e Camila Johnson
Daniela Velloza e Virginia Velloza
Luciano Menezes, Cris Ayrosa, Andrea Costa, Angelo Derenze e Jefferson Fernandes
Bruno Bomeny e Ana Claudia Viegas
Angelo Derenze, Luis Pedro Scalise e Walkiria Derenze
João de Nagy, Cecilia de Nagy e Kamy
Kamy e Francesca Alzati
Laura Wie e Gigi Monteiro
Marcio Granado
Adriana Giacometti, Luis Pedro e Cris Ayrosa
Nilda Merici, Olegario de Sá e Nilma Pires
Natalia Meyer e Danielle Cortez
Ludmila Lepri, Luis Began e Myrella Castilho
Alessandra Marques, Andrea Pillar e Rodrigo Costa
Luiz Bianchi
Marcel Rivkin e Neneto
Tota Penteado, Jefferson Fernandes e Selma Sá
Nelson Cohen e Luciana Loiola
77 Andréa Gonzaga e Cristina Sun Angelica Correa, Ana Rozenblit, Adriana Assumpção e Tatiani Citadini Martins
Andréa Gonzaga, Danielle Cortez e Natália Meyer
Fatima Checchi e Shênia Nogueira
Angélica Correa, Ana Rozenblit, Monica Novaes e Sabrina Salles
INHOTIM: ARTE E CULTURA COM O D&D
Claudia Elias, Angélica Correa e Esther Schattan
Breno Rivkind, Cristina Rocha, Luciano Montenegro e Ricardo Rossi
Stela Maris Gervásio, Marcelo Borges e Arthur Athayde
Tatiani Citadini Martins, Ludmila Lepri, Adriana Assumpção, Rita Camilo e Gustavo Oliveira
Grupo D&D em Inhotim
Rodrigo Costa, Luiz Bianchi, Patricia Penna, Alessandra Marques, Marcelo Macksoud, Silvana Lara, Andrea Pilar, Karen Pisacane e Luciana Tomas
Leila Libardi, Gustavo Oliveira, Marcelo Macksoud e Silvana Lara Nogueira
Léo Shehtman, Daniel Al Makul, Bruna Ximenes, Luciana Fatibello, Natália Neyer, Danielle Cortez, Luciano Montenegro e Clauida Gallasso
Luiz Bianchi, Angelo Derenze, Luciana Tomas, Arystela Paz, Roberto Borja e Angélica Correa
ANGELO DERENZE VIAJOU COM UM GRUPO ESPECIAL DE PROFISSIONAIS DO I/D – PROGRAMA DE RELACIONAMENTO DO D&D SHOPPING – PARA INHOTIM, UM DOS MAIS IMPORTANTES ACERVOS DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO BRASIL E CONSIDERADO O MAIOR CENTRO DE ARTE AO AR LIVRE DA AMÉRICA LATINA. OS PROFISSIONAIS PUDERAM CONHECER O INSTITUTO INHOTIM EM UMA VISITA EXCLUSIVA E FORAM RECEBIDOS NA CASA DO IDEALIZADOR DO LOCAL, BERNARDO PAZ
Léo Shehtman, Jóia Bergamo e Thiago Breseghello
Luciano Montenegro, Bernardo Paz, Jóia Bergamo, Léo Shehtman e Angelo Derenze
Patricia e Cristina Rocha, Esther Schattan, Stela Maris Gervásio, Ricardo Rossi, Rita Camilo, Tatiani Citadini Martins e Ludmila Lepri
Regina Caligiuri, Elisabete Primati e Adriana Assumpção
Rita Camilo, Claudia Elias e Anthony Schimpf
Luiz Bianchi, Idalia Daudt e Karen Pisacane
Ricardo Rossi, Anthony Schimpf e Lair Mello
Gustavo Oliveira e Patricia Silveira
Claudia Gallasso, Daniel Polacchini e Luis Café
Bruna Ximenes e André Leite
Patricia Rocha, Gustavo Petinatti, Patricia Aguiar e Cristina Rocha
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I/D NEWS 01
DE OLHO EM INHOTIM 03
Um concurso de fotografia, com direito a jurados profissionais - jornalistas de revistas de decoração nacionais e o fotógrafo Tuca Reinés - mostra o melhor resultado visual da viagem a Inhotim. Imagens sensacionais atestam o olhar estético dos três arquitetos premiados: em primeiro lugar, Stela Maris; em segundo, Marcelo Borges; e em terceiro, André Leite. Parabéns!
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01. Stela Maris - Primeira colocada 02. Marcelo Borges - Segundo colocado 03. André Leite - Terceiro colocado
BACCARAT POP UP MARCA ICÔNICA FRANCESA ABRE LOJA TEMPORÁRIA NO D&D
Os melhores perfumes vêm nos menores frascos... “E os melhores presentes vêm em uma caixa vermelha”. Com este conceito, o empresário Luiz Claudio Bez – à frente do antiquário Began e da Maison Baccarat – abre, de novembro de 2015 a fevereiro de 2016, uma butique temporária Baccarat com apenas 60m², localizada no segundo piso do D&D. A nova pop up store, em concepção exclusiva para o shopping, exibe uma variedade de produtos da marca francesa que tem 200 anos, com o complemento de produtos high end de outras grifes de excelência como Lladró, Christofle, Vista Alegre, DeLonghi e Began. Em seus dois andares, a butique apresenta um décor no tom vermelho da época, e um espaço reservado para os clientes degustarem um bom café na nova taça Baccarat, produzida exclusivamente para o consumo da bebida. Lá você vai conhecer o novíssimo lustre azul da foto, o Zenith Modnight, com seus 88cm de altura, e doze luzes com cúpulas de cristal, o material que fez a marca famosa em todo o mundo. A Baccarat no shopping D&D é o lugar ideal para presentes de Natal eternos.
Abaixo, Thierry Mateau, Angelo Derenze e Luiz Claudio Began se encontram em Paris, na Maison Baccarat, e fecham acordo de loja Pop Up em Shopping D&D de novembro de 2015 a fevereiro de 2016
A ARTE DO SONO PERFEITO.
Projeto por MN Arquitetura Interiores
Loja D&D Shopping Av. das Nações Unidas, 12.555 – loja 302, Piso S CEP 04578-000 | São Paulo, SP 11 3043.9066 | 11 3043.9138 www.bededesign.com.br
ACONTECE
HOTSPOTS DO D&D PARA DEIXAR O SHOPPING AINDA MAIS BACANA, NOVAS LOJAS DESEMBARCAM AQUI E TRAZEM NOVIDADES E SERVIÇOS INCRÍVEIS
XHARA C&C
NATUZZI RE-VIVE
FRANCCINO
A rede C&C inova e acaba de montar um novo conceito para atender profissionais e consumidores que buscam excelência de materiais. Neste novo formato, a loja reúne um mix de revestimentos, pisos, louças e metais das marcas mais importantes do mercado. Para quem procura acabamento impecável, design e sofisticação, este é o lugar.
Vai ser no D&D o début da marca como a primeira loja física do Brasil, que também dá nome à famosa poltrona desenhada pelo estúdio neozelandês Formway Design e produzida pela italiana Natuzzi. E a segunda dedicada somente a poltronas, dentre elas alguns best-sellers globais, como a Quilted, a Lounge, Club e Tailored, disponíveis em couro ou diversas opções de tecido.
Nome para quem busca design contemporâneo, a marca referência de mobiliário entre arquitetos e decoradores brasileiros e internacionais tem, como ideais, o conforto e a qualidade - tudo projetado para os desejos dos clientes. Não é à toa que estão em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, Vitória, Cuiabá e Fortaleza. E, como não poderia faltar, no D&D Shopping.
SUPLICY
QUAKER DECOR
ART STATION
O quiosque serve, além do já famoso café premium 100% arábico, café da manhã, almoço, sorvetes, saladas, sucos naturais feitos na hora e boa comida para quem precisa ser rápido. E mais. Oferece serviço de wi-fi e simpáticas mesinhas externas para o calor do verão. Ponto ideal e alternativo para fazer uma reunião agradável.
Paraíso para quem busca tecidos e almofadas, a loja oferece tecidos de altíssimo padrão, estampas e opções a se perder de vista. São mais de mil opções para indoors ou outdoors, e os principais lançamentos estão sempre expostos nas vitrines para inspirar quem passa... Dentro, os produtos são separados por cor e estampa, tudo em pronta entrega, o que faz toda a diferença.
Inova com arte digital no D&D. A Art Station é uma galeria de arte que representa artistas multimídia brasileiros e internacionais, e a primeira do segmento no D&D Shopping. Idealizada pelo casal Karin Aquino e Diego Doph Pinheiro, foi inspirada nas estações de metrô de Londres, sempre movimentadas e riquíssimas culturalmente. No espaço estão 30 artistas, entre pintores, muralistas, grafiteiros, fotógrafos e designers gráficos.
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ENFIM, É NATAL ESTE ANO SERÁ MUITO ESPECIAL NO NATAL DO D&D. É QUE O SHOPPING PREPAROU UMA AÇÃO INÉDITA E DE ENCHER OS OLHOS. FORAM CONVIDADOS 40 ARQUITETOS E DESIGNERS DE INTERIORES PARA MONTAR ÁRVORES QUE SERÃO LEILOADAS, COM RENDA REVERTIDA PARA A ONG ABC DO CORAÇÃO INTEGRADO E CRUZ VERDE
ssinadas por cada um deles, estão na lista Adriana Giacometti, Adriana Speyer e Ana Bardini, Allan Malouf, Andréa Gonzaga, Brunete Fraccaroli, Camila Klein, Claudia Elias Andrade, Claudia Galasso e Daniel Polacchini, Cristiane Schiavone, David Bastos, Elisabete Primati, Erica Salguero, Gustavo Julião Oliveira, In House Interior Design por Andrea Bugarib e Betina Barcellos, João Armentano, Jóia Bergamo Arquitetura e Decoração, Karen Pisacane, Leila Libardi, Leo Shehtman, Luis Café & Vivian Contri Arquitetura, Luciana Tomas Guersi, MA Interior Design/Marcelo Borges e Arthur Athayde, Marcela de Oliveira, Maria Antonia Queiroga Penteado (Tota), Meyercortez Arquitetura/Design de Natália Meyer e Danielle Cortez, Olegario de Sá e Gilberto Cioni, Patricia Aguiar e Gustavo Petinati, Patricia Penna Serafim, Paulo Roberto Evangelista, Pedro Scalise, Ricardo Rossi, Roberto Borja, Rocha Andrade por Patricia e Cristina, Rodrigo Costa e Alessandra Marques, Sabrina Borges, Selma de Sá, Silvana Lara Nogueira, Stela Maris Gervasio, Simone Goltcher, Spaço Interior por Ana Lucia B. Venelli Rozanblit e Ximenes Leite Arquitetura – André Leite e Bruna Ximenes. Esta será uma ação com a top importadora de produtos natalinos Fabiamce, que ofereceu mais de 13 mil itens para ornar as árvores, que na pop up store da marca, também inédita, chegam a ter 5 metros de altura. Vale conferir.
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