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UMA PUBLICAÇÃO D&D SHOPPING JUNHO 2013
ECLÉTICO
PERFIL
PAOLA DE ORLEANS E BRAGANÇA
TREND DESIGN NO SÉC. 21
EM CARTAZ MOSTRAS DE DECORAÇÃO
Foto: Edison Garcia
ARTEFACTO POR LEONARDO JUNQUEIRA
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Foto: Edison Garcia
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EDITORIAL
ECLETISMO, SEMPRE! Um shopping de decoração vive da variedade de produtos e estilos que oferece. Por isso mesmo dedicamos este primeiro número da nova Revista do D&D Shopping ao ecletismo: um jeito atemporal de decorar, que abrange tudo, especialmente a chance de se ter o melhor de cada um dos estilos. Você vai ver um bom exemplo do gênero baseado na acumulação e nos contraste - no apartamento do edifício neoclássico do centro de São Paulo, que está na nossa capa. Vamos conhecer, ainda, o dia em que o design encontrou a decoração e, também, entender o que de muito bom vem sendo feito neste segundo ramo mais recente (pelo menos com este nome) - e que se perpetuará como o vintage do futuro. Falando em design, até a nobreza se curva diante dele, e por isso fomos ouvir as palavras e conceitos da princesa Paola de Orléans e Bragança. Designer de formação, esta jovem profissional multifacetada nos mostra como une tradição e contemporaneidade com talento e sofisticação naturais. Nada mais eclético, na nossa área, do que apreciar semelhanças e diferenças entre as melhores mostras de decoração do Brasil, ambas realizadas em SP: a Casa Cor e a MostraBlack. Ali os maiores e mais intensos exemplos de ecletismo, no pensar e no fazer os mais diversos ambientes internos e externos de uma casa, um escritório, uma loja, uma instalação. Dá-lhe ecletismo! O que também acontece nas obras de arte que a arquiteta Fernanda Marques admira em suas viagens pelo mundo e dentro da própria cidade em que vive e trabalha, a nossa capital paulista. Já Marcelo Faisal demonstra como encara o verde que remete às fazendas, com suas palmeiras, e aquele que compõe uma paisagem tropical e praiana. Como nós, do D&D, somos ecléticos por natureza, exploramos também o ecletismo à mesa. Assim, entrevistamos o nosso genial e simpaticíssimo chef franco-brasileiro Claude Troisgros, que melhor do que ninguém soube incluir as mais exóticas frutas tropicais ao sabor dos pratos de acento francês: “que marravilha”, como ele diria. Espero que gostem de tudo o que vão ver nas próximas páginas. Isso aí em cima e muito mais, porque esta é apenas a primeira revista nossa de muitas que virão. Estamos com você, sempre (ecléticos)! Um abraço, Vania Ceccotto
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PERFIL | PAOLA DE ORLEANS E BRAGANÇA A multitalentosa representante da família imperial que se destaca no design.
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SWEET HOME | ECLÉTICO Excentricidades e estilo em apartamento na Praça da República.
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GASTRONOMIA | CLAUDE TROISGROS O talentoso chef francês com alma carioca.
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ARTE | CURADORIA A importância do curador no novo contexto artístico
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PELO MUNDO | FERNANDA MARQUES
A profissional revela suas preferências arquitetônicas ao redor do mundo
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VERDE | MARCELO FAISAL
O paisagista atemporal navega entre escolas, estilos e referências de vida.
48. TREND | DESIGNERS DO 21 54. BEST BUY | VIVA VERMELHO! 88. I/d NEWS | AGITOS PELO MUNDO 70. DESIGN & DECORAÇÃO | GRAND TOUR 74. EM CARTAZ | AS PRINCIPAIS MOSTRAS DA CIDADE 80. ÍCONE | SERGIO RODRIGUES
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LUCIANO MONTENEGRO DE MENEZES Ceo WTC-SP
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PROJETO EDITORIAL
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COLABORADORES Tatiane Babachinas Juliana Abbate
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TIRAGEM 10.000 exemplares
ENDEREÇO SHOPPING D&D Av. das Nações Unidas 12.555 Brooklin Novo CEP: 04578-903 F: 11 3043.9000 /Ddshopping /Dedshopping
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DIRETOR DE CRIAÇÃO Cesar Rodrigues cesar@studiolemon.com.br
DIRETOR EXECUTIVO Chico Volponi cvolponi@studiolemon.com.br
EDITOR Sergio Zobaran
JORNALISTAS Judith Pottecher Lea Maria Reis Silvia Balady Roberto Abolafio Jr. Vanda Fulaneto
PROJETO GRÁFICO Lemon Design e Comunicação
ARTE Cesar Rodrigues Naya Nakamura
ARTE FINAL Ana Luiza Vaccarin
FOTOS Marcelo Tabach Nelson Aguilar Raquel Espírito Santo Valentino Fialdini
REVISÃO Ana Luisa Novato
COMERCIAL Samia Arida comercial@studiolemon.com.br cel.: 55 11 4314–7052 | 99176–9099
PRODUÇÃO GRÁFICA Tinta Pura Enivaldo Carlin Kelson Mota
IMPRESSÃO IPISIS Gráfica e Editora
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COLEÇÃO
PERFIL
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Paola de Orléans e Bragança no living de seu apartamento, em São Paulo, segura um rolo de seda com provas de lenços desenhados por ela.
27 REPRESENTANTE DO RAMO DE PETRÓPOLIS DA FAMÍLIA IMPERIAL BRASILEIRA, PAOLA DE ORLEANS E BRAGANÇA É UMA JOVEM DESIGNER QUE LEVA A VIDA DE PRINCESA DE MANEIRA MODERNA. COM UM TRABALHO, A PLENO VAPOR, MARCADO POR LINHAS GEOMÉTRICAS, A MULTITALENTOSA E NOBRE MORADORA DO BAIRRO PAULISTANO DE HIGIENÓPOLIS AFIRMA: “FUI EDUCADA PARA TER CERTA HUMILDADE E RESPEITO AO PRÓXIMO”.
PRINCESA
DO DESIGN Paola Maria de Bourbon Orléans e Bragança Sapieha tem um nome tão extenso quanto suas expressões na vida. Designer, empresária, modelo, apresentadora de TV e DJ, essa legítima representante da família imperial brasileira quer, como qualquer mortal, ser simplesmente feliz. Os 30 anos recémcompletados têm-lhe trazido mais maturidade e foco. A taurina quer é enfatizar a carreira de desenhista industrial, que se graduou pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo, no ano de 2008. “Gosto de transformar minha criatividade em produtos”, resume. Por nascimento, ela é princesa de Sapieha-Rozanski (leia mais sobre a ascendência no quadro da pág. 28). É ainda princesa de Swiatopolk-Czetwertynski, título advindo de seu casamento, em janeiro do ano passado, com o príncipe Constantin Swiatopolk-Czetwertynski. O fotógrafo de origem belga é conhecido por Tinko Czetwertynski. Mas que fique claro: trata-se de uma princesa moderna. O castelo do casal, ainda sem filhos, é um amplo apartamento no quarto andar de um edifício em Higienópolis. O bairro paulistano evoca o Rio de Janeiro, cidade na qual ela viveu dos 17 aos 22 anos. Nascida em Londres, aos nove meses veio morar em Petrópolis (RJ), onde se criou e foi “educada para ser educada”. Do avô Dom Pedro Gastão, patriarca do Ramo de Petrópolis da família, guarda a recordação de um homem correto e amante das coisas do Brasil - características presentes no DNA dela. Daquela cidade serrana vem sua ligação essencial com a natureza, que por vezes lhe faz falta na tumultuada rotina paulistana.
Por: Roberto Abolafio Jr. Fotos: Raquel Espírito Santo
Dividida entre produzir lenços de seda com impressão digital, à venda no Bon Marché em Paris, joias para empresas como Dryzun e, mais recentemente, uma coleção de mobiliário para a Espaço 204, a moça ainda tem tempo para dedicar-se a uma sociedade na empresa virtual de cosméticos Glambox e ser editora de joias da revista L’Officiel Brasil. É do tipo que adora viajar, para dentro e fora do país, mas costuma trabalhar mesmo nessas oportunidades. Nos últimos tempos, tenta seguir com mais afinco um conselho materno ouvido desde pequena: “Paola, uma coisa de cada vez”. Para tanto, a recente prática de meditação transcendental ajuda. Designer de traços retos, que considera cartesianos, ela procura unir em seu trabalhos funcionalidade, perenidade, leveza, frescor e alegria. Nada mal para o começo da trajetória, com muito por vir, dessa profissional, para quem ser nobre é uma circunstância e, às vezes, motivo de preconceito. “Nobreza é ter determinada posição, saber que se tem essa posição, mas pôr-se no lugar de todos os outros também”, resume. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista em que Paola de Orleans e Bragança, como é mais conhecida, fala um pouco de sua história, da produção atual e de seus anseios para o futuro.
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PERFIL
DESIGN
Minha visão sobre o design tem mudado. Tinha uma ideia a respeito antes de entrar para a faculdade, mais restrito, e agora, depois da prática, considero-o um segmento muito amplo. Já trabalhei em diferentes plataformas: acessórios, joias, design gráfico, em que fiz o logo de uma empresa, mobiliário. É sua identidade em um produto industrial. Antes, achava que fosse uma atividade muito mais artística, depois percebi sua metodologia. Hoje, enxergo um misto disso.
APRENDIZADO
Desde minha primeira coleção de joias, que fiz para a Dryzun quando estava saindo da faculdade, tenho tido um aprendizado importante. A peça precisa de um design, ser diferente e ter apelo comercial, ser vendida. Assimilei esses fatores também para os lenços, os móveis e tudo o mais.
CORES E FORMAS
Meu traço é muito geométrico. Engraçado que sou muito feminina, mas muito cartesiana nas formas, mais quadradas. Já com as cores, eu brinco muito. Tenho uma liberdade muito grande com elas. Não sei se daqui a pouco vou fazer algo mais barroco... [risos]
CRIAR MOBILIÁRIO
Minha primeira experiência no segmento de mobiliário foi com a coleção que desenhei para a Espaço 204, recém-lançada. Estava acostumada a desenhar anel, lenço e o primeiro móvel foi logo um sofá, peça fundamental. Móvel tem de ser muito prático, não pode ser apenas objeto que vira bibelozinho. Tem de ter função. Tem de ter perenidade. Procurei reunir essas variáveis em um desenho mais leve, fresco, fun.
INFLUÊNCIAS
Nos meus móveis, quis repaginar o colonial brasileiro. Eles têm a rusticidade de um material como a palhinha e algumas formas que remetem àquele estilo. Nos lenços, uma influência importante é Max Bill [artista, designer gráfico e arquiteto suíço, 1906-1994].
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“NOBREZA É TER DETERMINADA POSIÇÃO, SABER QUE SE TEM ESSA POSIÇÃO, MAS PÔR-SE NO LUGAR DE TODOS OS OUTROS TAMBÉM”,
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DECORAÇÃO
É algo muito pessoal. A gente se mudou há mais ou menos um ano, mas não tenho pressa de decorar. Há estofados brancos quem são protótipos desenvolvidos por mim, outro sofá verde, dos anos 60, o móvel chinês que, pela primeira vez, arrematei em um leilão... Meu marido e eu viajamos muito e trazemos coisas de viagem. Vamos também a brechós e bazares, como o do Lar Escola São Francisco, em São Paulo. Em casa, existe uma mesa composta de dois caixotes e um tampo encontrado em em uma caçamba. Esse tipo de reaproveitamento é uma coisa da Europa. O brasileiro parece ter vergonha disso. Mas gosto de design também. É uma mistura.
FAMÍLIA IMPERIAL
Foi essencial na formação do país, que era colônia e recebeu a corte. Dom João VI, por exemplo, unificou a língua portuguesa no país inteiro, além de ter construído bibliotecas, escolas, ferrovias...
EDUCAÇÃO
Minha educação não foi de pompa. Não foi para ser patricinha ou casar com alguém rico. Fui educada para ser muito educada e ter certa humildade e respeito ao próximo. Saber que todos somos iguais, que ninguém é melhor que ninguém. E que sobrenome é uma circunstância.
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01. Paola posa na sala de estar de sua casa. O vaso geométrico, em cinza, azul e amarelo, é criação dela para a Espaço 204. 02. Cantinho para as fotos de família. 03. No living, o sofá verde, dos anos 60, que veio de um antiquário pertencente à mãe de Paola, e o branco, um protótipo desenvolvido pela designer. A mesa de centro exemplifica reciclagem, com dois caixotes usados como estrutura. 04. Quadros apenas encostados na parede denotam despojamento. 05. Cadeira Cesca (1928), de Marcel Breuer, integra o living com sofá, ao fundo, projetado pela moradora.
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PERFIL
INFÂNCIA
Minha família era muito do mato, sou criada no mato. Meu avô Pedro Gastão era curiosíssimo e queria sempre explicar tudo. Íamos bastante até a fazenda de um tio, em Paraíba do Sul, e também a Paraty, cidades do Rio. Meu avô tinha a postura de valorizar e falar bem do Brasil. Eu me orgulhava de estar aqui.
PRECONCEITO
Sofri muito preconceito por ser da família imperial. Ouvi dizer, por exemplo: “Princesa de onde? A gente não tem mais monarquia...” Os que não gostam da monarquia me detonam, mas os monarquistas gostam de mim, embora alguns me considerem muito moderna. Mas eu levo isso de uma forma tão natural... Já aprendi a lidar. Quando você tem consciência tranquila consigo mesmo e está certo do que faz, nada o atinge.
MÚSICA ELETRÔNICA E SER DJ
Minha relação com a música eletrônica vem de minha adolescência em Petrópolis. Com amigos, ia a bastantes festas no Rio, como a Val-Demente, por exemplo. A gente ia e voltava na mesma noite. Virei DJ porque um ex-namorado era DJ, acabei convivendo com ele e assimilando as técnicas. Gosto de house e disco. Já toquei muito em festas. Quando terminei a faculdade, viajei o Brasil inteiro tocando. Foi uma experiência interessante.
TRANSIÇÃO
Estou em uma fase de transição. Casei, estou amadurecendo e sabendo mais o que eu quero, com maior segurança, que é trabalhar como designer. Traduzir minha criatividade em produtos. Isso me preenche.
NOBREZA
Ser nobre é ter respeito e uma elevação meio espiritual. As pessoas que se acham muito precisam se autoafirmar. Nobreza é ter determinada posição, saber que se tem essa posição, mas pôr-se no lugar de todos os outros também. É isso que eu penso quando imagino um rei.
FUTURO
Quero me profissionalizar mais no que se refere ao design. Gostaria muito de fazer um curso de especialização de impressão digital em tecido e manter uma relação mais estreita com o feito à mão.
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ASCENDÊNCIA AZUL Paola Maria de Bourbon Orléans e Bragança Sapieha é filha do príncipe polonês Jan Pavel Sapieha-Rozanski e de D. Maria Cristina do Rosário de Bourbon Orléans e Bragança. Neta materna da infanta D. Maria da Esperança de Bourbon e Orléans, princesa das Duas Sicílias, e de D. Pedro Gastão de Orléans e Bragança, príncipe de Orléans e Bragança, e bisneta de D. Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança, príncipe do Grão-Pará e príncipe de Orléans e Bragança. Pertence ao ramo de Petrópolis. É trineta de D. Isabel de Bragança, última princesa imperial do Brasil, e do príncipe imperial consorte, D. Gastão de Orléans, conde d’Eu, e tetraneta do último imperador do Brasil, Dom Pedro II. Sua avó materna vem a ser tia e sua mãe, prima-irmã do atual rei da Espanha, Dom Juan Carlos I. Fonte: Wikipédia
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SWEET HOME
TUDO JUNTO E MISTURADO OS COLECIONADORES DE HISTÓRIAS
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Por: Vanda Fulaneto | Fotos: Valentino Fialdini
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À esq. dupla dos donos da loja de antiguidades e curiosidades: Arnaldo Lahr e João Brito com suas Dachshund: Hana e Tarsila Abaixo, na lareira, coleção de patinhos, e a mesa de centro com cerca de 150 objetos.
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SWEET HOME
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Ao lado, o bar com garrafa de vodka Absolut com motivo Disco, garrafa de água Perrier em edição comemorativa do ano 2000, garrafas de porcelana, copos anos 40 e outros de Paulo Von Poser, balde de gelo anos 70 e sofá rodeado por porta-retratos com fotos de amigos e familiares queridos.
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O cenário: no centro da cidade de São Paulo, em frente à Praça da República, um prédio em estilo neoclássico projetado em 1944 pelo arquiteto francês Jacques Pilon. Nele, entre outros bacanas, moram João Brito, um arquiteto português formado em Letras que se mudou para o Brasil em 1975, um ano após a Revolução dos Cravos, e Arnaldo Lahr, um brasileiro de origem euro/ israelita formado em Hotelaria e que estudou Direito, mas percebeu que sua vocação não era nenhuma das duas carreiras. A dupla, que divide apartamento há 15 anos, hoje trabalha com antiguidades, excentricidades e estilo e compartilha da mesma opinião quando o assunto é minimalismo. “Este estilo não fala nada de nossa história e nem de nossa vida, pois aqui na nossa casa todo objeto tem um sentido.”
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Acima, o quarto de dormir. À esq. a mesa de centro com 150 objetos, e no canto da sala, a escrivaninha com porcelana Companhia das �ndias.
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SWEET HOME GASTRONOMIA
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Ao lado, canto com poltrona revestida em algodão, almofada que homenageia os cachorrinhos e mesinha com par de abajures ingleses. Ao fundo, quadro de Marina Portinari.
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Nas paredes, Darcy Penteado, Ismael Nery, Antonio Helio Cabral, Jorge Guinle, Aldemir Martins, Isaac Pailes (judeu ucraniano e colega de Picasso), Marina Portinari, Maria Helena Vieira da Silva. Eles têm um pouco de tudo, desde a mesa de centro, que apresenta cerca de 150 objetos, divididos por grupos e materiais que vão desde a prataria inglesa, a porcelana Vista Alegre, em caixinhas datadas de 1922 a 1947, artigos dos séculos 19 e 20, como um isqueiro em forma de índio de um prateiro português, Villaró, até as cerâmicas Bordalo Pinheiro e Rosa Ramalho (ceramista portuguesa do norte do país). As peças, que não combinam necessariamente entre si, são colocadas em grupos que agradam aos olhos depois de unidas. Os vidros estão em outra mesa, dedicada a artistas, marcas e origens de peso como Kosta Boda, Murano, Palatnik, Christofle, Baccarat. Um armário com porta de vidro mostra 1000 (!) sapos, em uma coleção que já foi apresentada em exposição do HSBC, fora de São Paulo. No lavabo, 60 peças de mulheres gordinhas enfeitam um canto do piso e servem de peso para segurar as toalhinhas de mão. Na sala de TV, peças pequenas das cerâmicas Vista Alegre, Royal Copenhagen, Royal Doulton e Companhia das Índias invadem as prateleiras reunidas em minissopeiras inglesas, assim como louças da China dos séculos 18 e 19. Tudo é uma festa para os olhos, e na copa tem uma coleção de pratos da Associação do Prato da Boa Lembrança, dos restaurantes que a dupla costuma frequentar, enfeitando o espaço onde as duas Dachshund (Hana e Tarsila) fazem suas refeições. No bar, Vodka Absolut com uma embalagem “disco” e garrafas da água francesa Perrier, comemorativas da virada do século, fazem companhia a garrafas de porcelana e mexedores de drinks dos mais diversos lugares no mundo, além dos copos dos anos 40 que se juntam aos assinados por Paulo Von Poser. Na sala de jantar, a mesa Rosenthal é cercada de cadeiras de Lina Bo Bardi e Karim Rashid. No quarto de vestir, embalagens de luxo de consagrados estilistas e perfumistas franceses, como Guerlain, Dior e Coty, das décadas de 40 e 50, abrigam fragrâncias magníficas, uma viagem na história. E quando a pergunta é como é que chegaram a essa quantidade de coisas tão ecléticas, a dupla responde: “Vamos comprando peças da mesma linguagem e da mesma época. A maior parte aqui é dos séculos 18 a 20, e a nossa fase do desapego já chegou, pois tudo tem um preço” afirmam em uníssono os antiquários.
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O MARRAVILHOSO
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Não é exagero dizer que, 35 anos atrás, não se comia bem fora de casa no Rio de Janeiro. Eram poucos os bons restaurantes cariocas, tinha que pegar o avião e ir a São Paulo, e havia a ideia generalizada de que uma mesa refinada significava cozinha italiana. Na França, bombava a nouvelle cuisine, mais leve e menos gordurosa que a tradicional. Um dos ícones da arte francesa de cozinhar, Pierre Troisgros, com essa tendência (diziam) mais saudável, naquele momento colocava a cidade de Roanne, ao pé dos Alpes e distante pouco mais de 300 quilômetros de Paris, no mapa da alta e sofisticada gastronomia tricolor. Foi neste cenário que Claude nasceu, neto de Jean-Baptiste Troisgros, filho de Pierre e irmão de Michel. Veio parar no Brasil aos 22 anos de idade. Como? Simples. “Chegou Gaston Lenôtre (N.R. outro ícone sagrado da nova cozinha francesa) e perguntou: ‘quem quer ir para o Brasil’? Eu levantei a mão, rapidamente, antes de todos os que estavam na reunião, e ele me escolheu”. Pode-se quase dizer que Claude chegou, viu e venceu.
No Rio, comeu uma feijoada na casa de Helio Diniz, em Jacarepaguá, que se tornou seu grande amigo. Quando terminou estava apaixonado pelo balneário e pela cozinha brasileira. “A primeira feijoada você não esquece nunca mais”, nos diz Claude, hoje um empresário bem sucedido, mais carioca que muitos nascidos aqui e ainda louco por feijoada. “Tem sabor de história e de tradição”, diz ele.
C UDE E SUA DINASTIA
Mas o pulo do gato de Claude não ficou por conta da nouvelle cuisine. O seu fascínio imediato por ingredientes e pratos antes até desprezados pelo público nacional dito chique (nabo, jiló, jerimum, cará, sardinha, maxixe, taioba, batata doce, pupunha; os modestos doces de leite e goiabada) levaram o rapaz formado pouco antes pela (esta sim, refinada) Escola de Hotelaria Thonon Les Bains a experimentar fundir as duas culinárias: a alta, francesa, e a baixa, a cozinha popular brasileira.
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GASTRONOMIA
“O BOM
CHEF DEVE VALORIZAR OS TESOUROS QUE A TERRA PROPORCIONA.”
Quem diria? O sucesso foi enorme e ninguém torceu o nariz. Realmente, o cardápio do saudoso restaurante paulista, o Roanne, que ele inaugurou quando desembarcou no Brasil, era inigualável. Deixa os paulistanos até hoje com a boca cheia d’àgua Mas o filho de Pierre e neto de Jean-Baptiste – outro ícone da cuisine française dos anos 30, que virou lenda e entrou para a história porque ousou dizer, um dia em público, que dependendo da espécie do peixe se pode até saboreá-lo com um bom tinto leve –, Claude, logo tratou de estender a dinastia. Se casou com uma brasileira e hoje é pai de Tomás e de Caroline. Tomás, discípulo do papá, saiu ao bisavô e é um mestre no manejo do cutelo de carne. Caroline é uma jovem competente que cuida do serviço de bufê da empresa e da comunicação visual dos restaurantes – cardápio e decoração inclusive. “Carol gosta de pâtisserie,” observa o pai, “mas não trabalha na cozinha”.
LOUCO PELO NÚMERO 42
Carol tem muito trabalho. Hoje, os Troisgros comandam um pequeno império gastronômico no Rio de Janeiro. O restaurante-bandeira, no bairro do Jardim Botânico, o Olympe, como o nome sugere, é o olimpo francês do bem comer. Virou uma atração turística. O CT Trattorie, numa rua próxima desse olimpo, tem cardápio mais moderado, de bistrô parisiense. O CT Boucherie, no badalado bairro do Leblon, tem nada menos que 11 tipos de grelhados que esperam o comensal – este pode escolher de um magret de pato a um Kobe beef. A novidade dessa boucherie é que, sem frescuras, é um rodízio de alta qualidade. E o CT Brasserie, no shopping Fashion Mall, em São Conrado, com uma bonita cozinha aberta à vista do público, debruçada para o verde e onde se pode degustar um franguinho orgânico assado cuidadosamente em forno à lenha. Uma coisa que nem todos sabem é que Claude é louco pelo número 42. Surgiu do nada, na sua cabeça, quando tinha 18 anos de idade. “É meu número de sorte. Não jogo nele, mas em todos os meus restaurantes há sempre uma mesa 42.”
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O elegante salão do Olympe, um dos melhores restaurantes do Rio de Janeiro tem decoração assinada por Ricardo Hachiya. Na parede, tela de Guilherme Secchin.
Nos intervalos da sua intensa rotina diária ainda encontra tempo, energia e bom humor para fazer um famoso programa de TV, no Canal GNT, que durou várias temporadas. O título, Que Marravilha, acabou virando uma expressão divertida entre os cariocas. Pratos marravilhosos na opinião de Claude (hoje casado pela segunda vez com brasileira, a Clarisse, e morador de uma casa, no Horto Florestal, vizinho do Jardim Botânico), ainda hoje, 35 anos depois de descobrir o Brasil, são o jabá com jerimum, o barreado, a moqueca capixaba, o vatapá, pato no tucupi, leitão à pururuca. Um roteiro pela cozinha brasileira que varre o país de norte a sul. “São os meus preferidos.” Já quem tem o privilégio de pertencer ao seu círculo de relações, às vezes é presenteado com um convite de fim de semana quando ele cozinha para amigos e para a família. No dia a dia, no entanto, Claude é simples: “Tomo suco de fruta batido com clorofila, de manhã no café; um grelhado e alguns legumes na hora do almoço, sempre leve; e o jantar, às vezes, eu pulo porque estou trabalhando no restaurante e belisco o tempo inteiro”.
UM AVENTUREIRO
Há ainda as harmonizações nas quais Claude Troisgros também é mestre. “Na boucherie, para acompanhar as carnes, costumo indicar um tinto leve, sem pretensão, um Gamay que meu pai produz perto da cidade onde nasci.” Na sua carta de vinhos espumantes ele indica Adolfo Lona rosé. Branco, um chardonnay - o Lidio Carraro Dadivas. E tinto, o cabernet sauvignon Villa Lobos da Casa Valduga. Como preferência pessoal, a caipirinha de abaca-
xi com hortelã sem açúcar, “mas feita com cachaça”. Boteco de bairro predileto, para ele, é o famosíssimo Aconchego Carioca, na Praça da Bandeira, “da minha amiga Katia Barbosa.” Quando não está trabalhando, o aventureiro que existe dentro de Claude (“se eu não fosse chef, seria fotógrafo para viajar pelo mundo clicando pessoas, lugares incríveis e de difícil acesso“) gasta suas toneladas de energia em esportes quase radicais: kitsurfe, bike, moto “e outros”, que ele acrescenta, mas não revela. Às vezes, bate uma nostalgia da Europa, Claude? “Não sinto não. Quando viajo para fora tenho saudade do Brasil. Não acho que voltarei para a França algum dia, mas nunca se sabe.” Afinal, ele tem mais tempo de vida de Brasil que de França e, na sua fantasia, “os dias da aposentadoria quero passar em Búzios.”
CONSTRUINDO, DESCONSTRUINDO
Ao que tudo indica, a sua paixão pela feijoada é mesmo para toda a vida. Na feijoada, Claude não interfere. Não a desconstrói e parece ter respeito pelo prato. Nem agora quando, junto com Tomás, está entrando na tendência da cozinha molecular, que desconstrói pratos carros-chefes já estabelecidos (como Troisgros fez com o seu cheese cake deste inverno, no Olympe). Os dois, juntos, fazem a fusão da cozinha molecular nascida na Espanha com a nova cuisine francesa. ”O resultado,” diz ele, “é uma cozinha mais brasileira do que nunca.” Mas na feijoada ele não mexe. Decreta Claude Troisgros: “Dela, só se aproveita os seus sabores.” Está dito.
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GASTRONOMIA
PARA TIRAR NOTA 10 VIEIRAS GRELHADAS, CARPACCIO DE PALMITO, DOCE DE LEITE E FAROFA DE PUPUNHA 4 porções Pupunha 8 lâminas finas da base do palmito (30 g) Azeite a gosto Farofa de pupunha 20 g de quinoa 15 g de rapadura 4 colheres (sopa) de farinha de pupunha Purê de pupunha com doce de leite 80 g de doce de leite 25 g de farinha de pupunha 120 ml de creme de leite Limão e sal a gosto Montagem 8 vieiras Broto de beterraba, pétalas vermelhas de flor comestível ou laranja para decorar Sal e pimenta a gosto Azeite para saltear
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Pupunha 1 Coloque as lâminas do palmito em um pote ou bowl. 2 Cubra as lâminas com azeite e leve o recipiente à uma máquina de embalar à vácuo. 3 Acione o equipamento com a pressão máxima e reserve.
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Farofa de pupunha 1 Cozinhe a quinoa por 10 minutos em água abundante. 2 Deixe escorrer por 10 minutos em uma peneira. 3 Frite no azeite em uma frigideira e escorra em papel absorvente. 4 Misture a quinoa com a farinha de pupunha. 5 Rale a rapadura e misture com a farinha de quinoa e pupunha; reserve.
DICAS DO CHEF • peixes de água doce são mais gordurosos que os do mar • os de água quente são mais moles e com sabor de terra; os de água fria são mais duros como o atum e o salmão
Purê de pupunha com doce de leite 1 Esquente o creme de leite e misture o doce de leite. 2 Diminua o fogo, junte a farinha de pupunha e misture até ficar homogêneo. 3 Tempere com gotas de limão e uma pitada de sal; reserve.
Dica da CT Boucherie: de entrada, aipim crisp com brie derretido e geleia de pimenta Dica da CT Trattorie: espaguete à carbonara com carne seca
Foto Tomas Rangel
Dica da CT Basserie: de sobremesa, o gâteau doce de leite com sorvete de tapioca
Montagem 1 Limpe as vieiras e tempere com sal e pimenta. 2 Aqueça uma frigideira, coloque um fio de azeite e salteie somente de um lado. 3 Disponha duas rodelas de palmito em um prato. 4 Faça uma linha com a farofa, passando apenas sobre uma das rodelas de palmito. 5 Coloque a vieira sobre o outro palmito. 6 Disponha o purê sobre a vieira e espalhe para um dos lado com uma espátula. 7 Decore com o broto de beterraba e as pétalas vermelhas.
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DE S I GN E R S
DO 21 QUANDO O TALENTO SE TORNA MARCA
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Por: Judith Pottecher
Nesse início de terceiro milênio, assistimos a uma oferta superabundante de produtos – objetos e mobiliário – exibidos em um sem-número de salões, feiras, meetings, eventos e tantas outras ações comerciais e promocionais que se multiplicam ao longo do ano nos quatro cantos do planeta. Nesse universo saturado de produtos e de imagens, a corrida acirrada pela diferenciação de marcas se depara com um contexto econômico moroso, levando as grandes empresas do setor a reduzirem os riscos, investindo em pequenas coleções e muitas reedições. Mas o que há de novo verdadeiramente neste mercado? Temos uma geração de designers que encarnariam esse momento atual e produziriam os ícones que marcarão nosso tempo, simbolizando-o? Teríamos, como no passado, aqueles que criaram e contribuíram para formatar estilos como nos anos 40 ou pop, por exemplo? Assistimos uma ruptutura de estratégias de diferenciação ou uma continuidade neste começo de era? Abordando alguns elementos sobre a natureza dessa nova realidade da criação, e sobre a expectativa de consumo do nosso tempo, podemos esboçar, através do trabalho de alguns jovens designers inseridos nesse mercado, um pequeno panorama que nos indique uma direção do que poderia ser a atualidade da criação.
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Nem sempre um sucesso comercial significa qualidade conceitual. O objeto que atravessa o tempo é aquele que reflete em suas linhas qualidades que vão além da sua superfície, pois integram o elemento cultural de maneira a atingir o consumidor independentemente de barreiras geográficas (já abolidas pelos meios de comunição instantâneos). Esse objeto de design é testemunha de sua época, pois reflete uma essência profunda, sem ostentação estética, integrando ou tecnologia, ou, ao contrário, manualidade e imperfeição. Outro fato que marca o nosso tempo é a ruptura estilística, ou melhor, a pluralidade de estilos em um mundo plural e, ao mesmo tempo, fortemente individualista. Dessa forma, os criadores do século 21 são talentos individuais e não integram escolas de pensamento nem estilo. Suas atitudes e abordagens criativas fazem toda a diferença. Geralmente pluridisciplinar (a concorrência obriga), o designer do século 21 é polivalente e hábil comunicador. Ele tem que dominar a palavra e o objeto com a mesma segurança e capacidade de sedução que um ator. Starck abriu magistralmente essa via. Cosmopolitas, os designers deste nosso século são europeus, em sua maioria, mas também asiáticos e sul-americanos. Têm em média 30 anos, às vezes um pouco mais, falam várias línguas e trabalham tanto para pequenas agências e galerias de ponta (Super-ette, La Chance, etc.), quanto para grandes marcas internacionais. Face à dificuldade de serem absorvidos pela indústria, eles se tornam empresários, abrindo lojas próprias ou joint-ventures, boutiques on-line e outras formas de negócio. Mas o que faz a diferença mesmo é o talento de criarem produtos em simbiose com a nossa época. Realizam um artesanato de alta qualidade, pesquisas industriais – viabilidade da produção em escala integrando novas tecnologias –, com economia de meios e de recursos.
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51 01. O designer Tom Dixon, faz parte da nova linha de designers que não integram escolas de pensamento e estilos definidos. 02. Luminária “Beat” - Tom Dixon. 03. Luminária Etch - Tom Dixon. 04. Luca Nichetto assina para as maiores marcas do planeta design. 05. Poltrona Tacchini - Luca Nichetto 06. Cadeira “Lepel” para Casamania - Luca Nichetto
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Hoje o diferencial passa por todas essas condições, nas quais o resultado final deve ser um produto ou um universo de produtos que nos conte histórias, mais do que se firmar ou se afirmar por um estilo particular. Dando forma a esse designer de hoje, com suas qualidades criativas e formas de inserção no mercado, escolhi, dentre outros, cinco nomes que a atualidade indica como a tendência do momento. O exemplo de Tom Dixon é bastante ilustrativo. Designer consagrado ao colaborar com os mais prestigiados editores, ele lançou sua própria marca, dominando todas as etapas da produção. Um modelo de negócio bem sucedido, resultado de novos procedimentos de fabricação (pesquisa industrial e tecnológica), aplicada a materiais tradicionais, como a luminária Etch por exemplo. Mas essa não é a única receita de Dixon, por vezes, são as técnicas ancestrais que embasam as formas contemporâneas, como na poltrona Wingback. Impossível não se deparar com as criações de Luca Nichetto. Nascido em 1976, ele começa a carreira em 1999 com a Salviati e a Foscarini. Desde 2006 abre seu estúdio em Veneza, e em 2011 em Estocolmo. Acumula os mais prestigiosos prêmios e exposições e assina criações para Bosa, Casamania, Cassina, David Design, De Padova, Discipline, Established & Sons, Fornasarig, Foscarini, Fratelli Guzzini, Italesse, La Chance, Moroso, Offecct, Salviati, Skitsch, Venini. Seu trabalho é o resultado desse melting pot de culturas, fruto de pesquisas que traduzem filosofias e tradições do design de diversos horizontes.
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O coletivo japonês Nendo está em ascensão fulgurante. Em torno do carisma de seu líder Oki Sato, eles multiplicam projetos e intervenções que mexem com as práticas artesanais e tornam invisíveis uma tecnologia complexa. Grandes marcas como Moroso, Kartell, galerias como Carpenters, Challier, o MoMa e o Musée des Arts Décoratifs, todos parecem sucumbir – resta aguardar o veredito do tempo. Temos um criador polivalente, pragmático e expressivo. Sua visão o projeta no que há de mais atual no paradigma do mercado. Rodrigo Almeida transita da criação autoral ao produto sem fazer concessões a uma linguagem impregnada de referências e cultura. Colabora com galerias e editores europeus como a parisiense FAT Editions e a Maison Lacroix. Tem peças no acervo do CNAP (Centro Nacional de Artes Plásticas da França). É considerado um dos mais significativos talentos emergentes do momento por autoridades como Cristina Morozzi e Li Edelkoort – e é 100% nacional!
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07. Oki Sato, co-fundador do coletivo Nendo sob uma de suas criações, a luminária “Growing Vases” editada pela Lasvit. 08. “Cabbage Chair”, uma proeza tanto técnica quanto estética, essa poltrona foi realizada com descartes de papel plissado do atelier do estilista Issey Miyake. 09. Rodrigo Almeida, talento brasileiro para o mundo. 10. Cadeira “Ripa”, 2009, do mesmo Rodrigo, exemplar único, em madeira, couro e tecido refletivo, para Fat Galerie, Paris.
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CURADORIA O MUST HAVE DAS ARTES ATUAIS
01. Autor – Hirosuke Kitamura Título – Lágrimas Negras Ano – 2005 Técnica – fotografia Dimensão – 122 x 122 cm 02. Artista - Emanoel Araujo Título - Raio Vermelho Ano - 1990 Técnica - madeira pintada Dimensões - 160 x 110 x 20cm
Por Silvia Balady
Um artista é, em essência, um ser em constante estado de criação. As formas e cores surgem em sua mente de modo contínuo: às vezes linear, às vezes caótica. Como ordenar? Como dar homogeneidade? Contar a história? Ao se observar uma exposição de sucesso, outros agentes também colaboraram com o resultado. O que mais próximo trabalha com esse artista é o curador. Não basta apenas pendurar quadros, escrever textos. Sua função é muito mais profunda e delicada, pois acompanha o processo criativo com o cuidado de não interferir. No cenário atual da arte contemporânea está surgindo um novo grupo de jovens curadores que veem a posição como profissão, e não como direito adquirido. Claro que a experiência e a convivência de anos com obras de arte e seus criadores dá aos mais sensíveis e interessados a bagagem necessária para executar a função. O mercado da arte, também globalizado, internacional, fez com que esses novos atores fossem se informar, gabaritar, estudar a fundo a História da Arte para melhor atuar junto às galerias, instituições e aos artistas. A procura por novos talentos faz com que esses profissionais sejam de vital importância para a apresentação de um novo nome ao mercado, bem como para a consolidação de carrei-
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ARTE
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01. Autor - Fernando Ribeiro Título - Guernica Ano - 2009 Técnica - acrílica sobre tela Dimensão - 155 x 235cm 02. Autor – Allex Valauri Título – S/ Título Ano – dec. 80 Técnica – graffiti sobre papel Dimensão – 66 x 48 cm
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ras mais longevas. Tudo se baseia em conhecer e sentir. A arte tem que emocionar e é essa a busca constante desses profissionais. Nomes já com um percurso estabelecido e posição consolidada como Paulo Herkenhoff, Teixeira Coelho, Lisette Lagnado, Moacir dos Anjos, Felipe Chaimovich, Agnaldo Farias, Jacob Klintowitz, para citar apenas alguns, agora dividem espaço, em museus e galerias, com os newcomers. Recém–chegados, mas já com respeito adquirido pelos resultados nas soluções encontradas, estão Paulo Miyada, Juliana Monachesi, Alexandre Belém, Paulo Kassab Jr., Jacopo Crivelli, Luisa Duarte, Mario Gioia, entre tantos. Preparados para a função que exercem e cientes de sua posição, os novos curadores forçam o amadurecimento do sistema de artes plásticas, que caminha para um nível de profissionalização já encontrado em outras partes do mundo. O artista se verá impelido a colocar sua arte onde as ideias possam ser questionadas, o que provoca uma seleção natural entre os conceitos sólidos e a mera pose. Os intelectuais de hoje, mais acessíveis, colaboram de forma importante na formação do olhar contemporâneo através de uma relação mais próxima e linear com o artista. A demanda por esses novos profissionais pode ter se originado nas necessidades do mercado cultural, mas só se estabelece e conquista seu espaço quem tem algo a dizer, a mostrar e a fazer, uma vez que existe uma premissa que defende a existência da arte contemporânea como arte viva, atemporal.
PELO MUNDO
A BELA QUE É FERA PELO MUNDO COM FERNANDA MARQUES Por: Vanda Fulaneto Foto: Divulgação
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67 EM PARIS, FERNANDA É FÃ DO INSTITUT DU MONDE ARABE, PROJETADO PELO ACLAMADO JEAN NOUVEL
“Na minha história existe uma coluna vertebral que comanda o meu trabalho, voltado para o contemporâneo e o minimalista. Tenho valores para realizar um projeto e não me afasto deles”. Com esta frase, a consagrada arquiteta Fernanda Marques explica sua paixão pela arquitetura – profissão que escolheu ainda menina, e quando o trabalho do arquiteto no Brasil era quase uma aventura. Fernanda teve Giancarlo Gasperini como mestre na F.A.U/USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo/Universidade de São Paulo), que foi seu orientador também no T.C.C. (Trabalho de Conclusão de Curso), com quem estagiou no começo de sua carreira, e por quem sente um enorme carinho. Ela está no mercado há 22 anos e já foi premiada pelo A.I.D. (American Institute of Architecture), com um loft realizado na Casa Cor/SP, em 2009. Seu sonho é ver um planejamento urbano que melhore São Paulo e participar dele. E quando a pergunta é sobre estilo, ela responde: “Não fico presa a nenhum estilo, pois me sinto em uma caixa apertada. Prefiro caminhar em uma estrada larga e tornar meu projeto interessante. Gosto mesmo é de surpreender o cliente com soluções inesperadas – para isso é que precisa haver empatia entre mim e quem me contrata, senão fica difícil”. Fernanda já fez projetos para apartamentos em Miami, Nova York e, no momento, está com um apartamento em Londres para um brasileiro cujo nome prefere não mencionar.
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01. Vinícola e Hotel Marquês de Riscal, projeto de Frank Gehry 02. Fernanda e Gil Faiwichow pedalando pelo mundo 03. Fernanda Marques em frente à vinicola projetada por Santiago Calatrava SERVIÇO Acrópole Atenas - Athina, Grécia tel. 3021-0321-4172 Café Florian Piazza São Marco, 56 Veneza tel. 3904-1520-5641 Hotel Splendido Salita Baratta 16 Portofino - Genova tel. 3901-8526-7801
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REICHSTAG BUILDING / BERLIM
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FA NDO EM MUNDO...
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Os monumentos arquitetônicos que ela mais gosta no mundo são as novas construções em Berlim, na Alemanha, especialmente o Reichstag Building (o Parlamento) com projeto do arquiteto inglês Norman Foster. Em Paris, é fã do Institut du Monde Arabe, projetado pelo aclamado Jean Nouvel. Em Londres, escolheu a visita à Serpentine Gallery (pavilhão dentro do Hyde Park), onde todo ano tem um novo arquiteto que instala uma exposição temporária – a de 2012 foi do arquiteto Herzog and Meuront e do artista plástico chinês Ai Weiwei. E, no nordeste da Espanha, sugere a região de Rioja, onde os vinicultores investiram bastante em arquitetura, contratando o americano Frank Gehry, Rafael Moneo e Santiago Calatrava na construção de um hotel dentro de um vinhedo, e onde se pode misturar esporte, gastronomia e arquitetura. No Brasil, é fascinada pela arquitetura de Paulo Mendes da Rocha e sua solução para o MuBE (Museu Brasileiro da Escultura, em São Paulo). Entre os programas preferidos por ela no mundo: almoçar no terraço do restaurante do Hotel Splendido em Portofino, na Itália. Para um cappuccino, o Café Florian, em Veneza e, para um passeio ao ar livre, a Acrópole, em Atenas, na Grécia. “Demais!”, finaliza a bela.
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Nesta página, retrato de Jean-Michel Frank e sua mesa de xadrez de 1929. Na página ao lado, em sentido horário: Torre Pirelli, símbolo de Milão projetada por Gio Ponti; a designer Gae Aulenti com suas criações; mesa e luminária projetadas por Jean Royère.
DESIGN & DECORAÇÃO
GRAND TOUR
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A história do mobiliário e da decoração, desde o século 20 até os dias de hoje, nos mostra o quanto são expressivos os projetos desenvolvidos por arquitetos/designers. Esses projetos revelam universos cuja qualidade estética é fruto de uma visão “global” que concilia o espaço arquitetônico, o design e a criação de elementos decorativos e funcionais.São tantos os exemplos de arquitetos/designers que a missão de citar alguns poucos é delicada. Faremos somente um pequeno “tour de horizontes” através de uma curta seleção que nos permita perceber o quanto essas disciplinas se completam e são essenciais para termos uma verdadeira qualidade projetual. A partir dos anos 1920, entram em “cena” os primeiros mestres, como Jean-Michel Frank, Jean Royère, Pierre Chareau, Jacques Adnet, Gio Ponti. Jean-Michel Frank realiza seu primeiro projeto para o amigo Pierre Drieu La Rochelle. A garçonnière é inteiramente depurada, restando uns poucos móveis, paredes brancas e um vaso cúbico garimpado numa loja de eletricidade. Essa estética ascética revoluciona, estamos nos anos 20, e conquista personalidades da intelligentsia como Nancy Cunard, Louis Aragon, Paul Éluard. Rapidamente ele irá criar, junto com o “ébeniste” Adolphe Chanaux, móveis e luminárias com formas depuradas e materiais inéditos como terra cozida, gypse, mica, galuchat. J.M. Frank irá trabalhar para os Noailles, criando para eles o mítico fumoir revestido de pergaminho e um boudoir em marchetaria de palha. A partir desse momento ele se torna o decorador do tout-Paris. Seus móveis são disputados por uma clientela internacional: americanos – Nelson Rockefeller é assíduo –, argentinos, brasileiros. Alguns dos seus projetos foram recentemente reeditados pela Maison Hermès.
Quando o design encontra o décor Por: Judith Pottecher
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Outra referência de peso é o emblemático Jean Royère. Suas criações – interiores, mobiliários, e objetos – reinventaram o espaço através de uma estética que soube atualizar com grande elegância o savoir-faire tradicional e a utilização do ornamento de maneira moderna. Sua fábrica do Faubourg Saint-Antoine produziu um mobiliário que conquistou o mundo. Seu estilo único declinado com imaginação, fantasia e detalhes nobres, sua audácia na utilização de cores e materiais produziram décors legendários com ritmo próprio, nos quais os tecidos vibrantes e decorativos eram uma marca registrada. Jean Royère se inscreve como um dos maiores decoradores/designers de todos os tempos e muitas de suas criações estão no acervo do Museu das Artes Decorativas em Paris. Do lado Transalpino, uma figura de proa, grande arquiteto, designer e editor Gio Ponti se destaca como um dos mais completos e qualitativamente mais extraordinários de todos os tempos. Em cada uma dessas disciplinas, o mestre criou ícones. Na arquitetura, a Torre Pirelli é símbolo de Milão; no design, a antológica cadeira Superleggera; na edição, a revista Domus, bíblia da arquitetura. E as casas, as casas de Ponti são universos completos, repletos de detalhes refinados, elaborados por um olhar de artista que vai a fundo e sabe traduzir a arte de viver como poucos. A residência ‘Quinta El Cerrito’ ou Villa Planchart, em Caracas, construída em 1957, é um marco da arquitetura familiar, eternamente contemporânea. Não deixarei de fora Gae Aulenti, grande arquiteta de interiores, estilista e designer. Prolífica, projetou jardins, escolas, lojas, cenografias. Dentre suas intervenções mais prestigiosas está a transformação da Estação (Gare) d’Orsay em Museu d’Orsay em Paris.
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DESIGN & DECORAÇÃO
Nos anos 80 ela reformata a arquitetura de interiores das salas de exposições do Museu de Arte Moderna do Centro Georges Pompidou. Dentre inúmeras criações, a luminária Pipistrello, criada em 1965, figura como um dos objetos cultos do século 20. Outra grande dama que marcou seu tempo e nos deixou um grande legado é Andrée Putman. Seu caminho inicia-se como jornalista. Amiga do grand monde e de artistas - como Niki de Saint Phalle, Juliette Gréco, Samuel Beckett, Giacometti, Arman, César – ela encontra sua vocação ao se tornar diretora artística das lojas Prisunic. Abre sua agência Ecart e se lança definitivamente no mercado, reeditando móveis e objetos dos anos 30 de grandes arquitetos designers, como a cadeira de escola de Robert Mallet-Stevens (1886-1945), que vendeu mais de 30 000 exemplares, e a espriguiçadeira de Eileen Gray (18781976), outra grande decoradora designer que marcou época. Em 1984 o seu projeto de renovação do Hotel Morgans, em Nova York, com seu famoso piso em cerâmica damier (jogo de damas), a projeta como uma referência de bom gosto assinando inúmeros projetos de hotéis mundo afora, além das butiques Yves Saint-Laurent, Azzedine Alaïa, Balenciaga, Karl Lagerfeld ou Guerlain, escritórios (de Jacques Lang, dentre outros), o CAPC (Museu de Arte Contemporânea de Bordeaux e os interiores dos aviões Concorde. São tantos os exemplos de grandes talentos que não caberiam nesse curto espaço. O portfólio de Philippe Starck é tão prolífico para seus projetos de interiores quanto para os de design industrial. Ron Arad, Alessandro Mendini, Fernando e Humberto Campana enveredam pela arquitetura desenvolvendo projetos nos quatro cantos do planeta. As realizações desses criadores nos revelam universos singulares e inovadores. O design de mobiliário e a decoração ou arquitetura de interiores são extensões naturais uma da outra, que se relacionam no espaço como parte e conjunto. Juntas dão corpo e promovem a expressão do projeto e sua permanência através do tempo.
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De cima para baixo, lustre Philippe Starck; poltrona Irmãos Campana; cadeiras Andrée Putman.
EMSTYLE CARTAZ
ANDRÉ PAOLIELLO, COM UM PAISAGISMO MAIS ÁRIDO, PARA MOSTRA BLACK
OUTROS OLHARES
EVENTOS FUNDAMENTAIS PARA QUEM APRECIA DESIGN E DECORAÇÃO, MOSTRABLACK E CASA COR OFERECEM INSPIRAÇÃO VISUAL PARA TODOS OS GOSTOS Por: Roberto Abolafio Jr. | Fotos: Fábio Zanzeri (Mostra Black) e Eduardo Pozella e Rafael Renzo (Casa Cor)
Existe um período, em São Paulo, em que as atenções se voltam ainda mais para arquitetura, decoração, paisagismo e design. É quando, em meados do ano, ao final do primeiro semestre, eventos dessas áreas pululam na cidade, fisgando os interessados por elas. No calendário, destacam-se duas mostras: a consagrada Casa Cor, que chega à 27a edição neste ano, e a recente MostraBlack, em sua terceira realização. Cada qual com seu apelo, mais diverso ou mais exclusivo, os eventos apresentam diferentes estilos de morar no Brasil de hoje. Um exercício visual bonito de se ver.
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ANTONIO FERREIRA JUNIOR E MARIO CELSO BERNARDES, LOFT DO PUBLICITÁRIO, PARA CASA COR
MOSTRAB CK IS BACK Mais nova exposição de decoração, arquitetura, paisagismo e design de São Paulo, a MostraBlack, em sua terceira edição, segue a proposta de, a cada ano, aportar em um diferente local da cidade. As casas de arquitetura neoclássica e modernista das versões anteriores deram lugar, desta vez, a um edifício. Em 3.200 m2 dos cinco últimos andares da Torre D do complexo WTorre Plaza -- anexa ao shopping JK Iguatemi, na Vila Olímpia – estão, até 9 de julho, 32 ambientes assinados por 35 profissionais, além de dois escritórios de arquitetura. Para os organizadores, o evento, para o qual se esperam 30 mil visitantes, assumiu um tamanho ideal e não tende a crescer. “A mostra, eminentemente paulistana, volta-se para o exclusivo e busca trazer um pouco do Brasil para São Paulo, apresentando uma porção da produção nacional”, explica a CEO do negócio, Raquel Silveira. O jornalista e curador da mostra, Sergio Zobaran, completa: “Além dos pesos-pesados de São Paulo, privilegiamos, neste ano, o talento da juventude, com sua nova visão, além de profissionais consagrados de outras regiões”. Do sul e do nordeste, vieram, respectivamente, Jayme Bernardo e Osvaldo Tenório. Eles se juntam a profissionais como João Armentano, Débora Aguiar, Fernanda Marques, Roberto Migotto, Fernando Piva e Guilherme Torres. Outro destaque é o decano Ugo di Pace, na casa dos 80 anos, e seu Estúdio do Arquiteto, de 65 m2. CAMILA KLEIN, CLAROS E ESCUROS, PARA MOSTRA BLACK www.ded.com.br
EM CARTAZ
“A inspiração foi a cenografia de uma das salas do Museu do Louvre, em Paris, onde fica a escultura grega ‘Vitória de Samotrácia’”, conta ele. “Entre os móveis de época, destaca-se uma mesa de trabalho curva, com pés de bronze, projetada pelo cenógrafo italiano Aldo Calvo (1906-1991).” Sua filha, Maria di Pace, assina outro ambiente, em separado. A edição verticalizada explora as diferentes configurações e volumetrias dos pavimentos, um dos quais com pé-direito duplo. No último deles, descoberto, um wine bar integra-se aos jardins criados pelos paisagistas Gilberto Elkis e André Paoliello. Onde quer que estejam, os visitantes podem vislumbrar a beleza do skyline da cidade. Junto à entrada, no térreo, fica a área destinada ao design nacional concebido por uma nova geração. Misturam-se peças dos paulistas Guto Requena, Rodrigo Almeida e José Marton, do catarinense Jader Almeida e do fluminense Zanini de Zanine. Além disso, uma oficina de criação convida os visitantes a exercitarem a criatividade.
RAQUEL SILVEIRA, SÓCIA DA MOSTRA BLACK
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MOSTRABLACK • 32 ambientes • 35 profissionais e dois escritórios de arquitetura Destaques: Débora Aguiar, Fernanda Marques, Jayme Bernardo, João Armentano, Osvaldo Tenório, Ugo di Pace Idealização: Raquel Silveira Direção geral: Priscila Lima de Charbonnières e Louis de Charbonnières Curadoria: Sergio Zobaran
Serviço Até 9 de julho. De segunda a domingo e feriados, das 12h às 23h. WTorre Plaza, Av. Juscelino Kubitschek, 2041, Vila Olímpia, São Paulo, SP (anexa ao Shopping JK Iguatemi). Ingresso: R$ 100. Estacionamento: self parking ou valet parking do Shopping JK Iguatemi www.mostrablack.com.br FÁBIO MOROZINI, VERMELHO CHIC, PARA MOSTRA BLACK
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Serviço Até 21 de julho. De terça a sábado, das 12h às 21h30; aos domingos e feriados, das 12h às 20h. Jockey Club de São Paulo, Av. Lineu de Paula Machado, 1173, Cidade Jardim, São Paulo, SP. Ingresso: de terça a sexta, R$ 40; sábados, domingos e feriados, R$ 49. Estacionamento: valet parking. www.casacor.com.br
CASA COR: DIVERSIDADE DO HABITAR
ROBERTO MIGOTTO, CASA DE PRAIA, PARA CASA COR
ANGELO DERENZE, PRESIDENTE DO GRUPO CASA COR
Uma vez, o presidente do Grupo Casa Cor, Angelo Derenze, perguntou a Oscar Niemeyer (1907-2012) quantos projetos havia feito. O arquiteto respondeu: “Não contei, meu filho: o que importa é a qualidade, não a quantidade.” É com esse espírito que a 27a edição da mostra Casa Cor está em cartaz até 21 de julho no Jockey Club de São Paulo, na Cidade Jardim. “Agora sem eventos paralelos, pode-se conferir ambientações 100% voltadas ao morar bem, em uma espécie de homenagem ao trabalho dos próprios arquitetos, decoradores e paisagistas”, explica Derenze. São 79 ambientes, criados por 93 profissionais, que tornam a Casa Cor paulistana o maior show house das Américas. A expectativa é de 200 mil visitantes. Uma das novidades deste ano foi a criação de um comitê curador. A designer Claudia Moreira Salles, a diretora de relacionamento de Casa Cor, Cristina Ferraz, o fotógrafo Tuca Reinés e o empresário e curador de arte Waldick Jatobá, além do consultor Roberto Dimbério, coordenador do grupo, escolheram os participantes, além de auxiliar a conceituar os ambientes. “Trouxemos os mais importantes escritórios de arquitetura e paisagismo de São Paulo, e alguns poucos convidados de fora do estado, para revelar o morar contemporâneo, com toda sua diversidade”, explica Dimbério. Entre os ambientes, há cinco casas urbanas e um apartamento completos, uma casa de praia e outra de campo, além de nove lofts e sete jardins. Nomes como Roberto Migotto, David Bastos, Ana Maria Vieira Santos, Esther Giobbi, Dado Castello Branco e Marcelo Faisal compõem o elenco de profissionais.
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BRUNETE FRACCAROLI, MIL TONS DE CINZA, PARA CASA COR
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Após sete anos sem participar do evento, Sig Bergamin retorna com uma proposta, de 250 m2, que evoca a vida praiana e exibe novidades em louças e metais. “É um lugar fresco, calmo, com água, onde trabalho a boa sensação gerada pelos brancos e azuis”, resume o arquiteto. O design puro também tem vez. Há uma exposição com 15 peças de mobiliário integrantes do acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Estão lá, por exemplo, criações do alemão Mies van der Rohe (1886-1969) e do finlandês Alvar Aalto (1898-1976), além da brasileiríssima poltrona Mole (1957), do carioca Sergio Rodrigues. Outra atração é o espaço conceitual do arquiteto italiano Alessandro Mendini, de 81 anos, um dos mestres do design de seu país.
A TRADIÇÃO DA MOSTRA ARTEFACTO Desde o início dos anos 1990, a Artefacto convida arquitetos, decoradores e paisagistas a criarem ambientes com o mobiliário da marca nas Mostras Artefacto. “Somos pioneiros em mostras de decoração em showrooms”, ressalta o CEO internacional da empresa, Paulo Bacchi. A da loja no Piso Boulevard do D&D Shopping, em São Paulo, abriga sua 14a edição, inaugurada em abril. Nela, 14 nomes, como Francisco Calio, Lidia Damy Sita e Alice Martins & Flavio Butti, criaram 13 ambientações com a coleção 2013 da marca. Branco e off-white combinam-se com cinza e marrom em versáteis peças de linhas retas e materiais ecologicamente corretos.
NOVIDADE: MOSTRA D&D Inspirados no Salone Del Mobile, que acontece anualmente em Milão e dita as tendências do mercado de decoração e design no mundo, criamos a Mostra Design D&D. Convidamos a profissional Regiane Mancini — set designer de matérias para grandes revistas de decoração do país, e também para campanhas publicitárias — a circular pelo shopping, observando vitrines e escolhendo mobiliário que seguisse uma paleta de cores pesquisada por ela, baseada no que foi apresentado em Milão este ano, e que representasse a realidade da indústria moveleira para o ano de 2013. A paleta de cores aponta a suavidade dos tons pastel, o conforto
dos cinzas, e o quente dos tons terrosos para a concepção básica dos ambientes, com pitadas de azul cobalto e berinjela para garantir uma cromia harmônica e agradável, não se esquecendo do cobre, que pode aparecer na cor ou no próprio metal, misturado a outros materiais, para garantir a elegância e luxo dos ambientes. Confira os produtos selecionados por ela e também os favoritos das blogueiras da área, pelos corredores do shopping, e não deixe de visitar as lojas que reservam gratas surpresas em seus interiores, com lançamentos que retratam estas e algumas outras tendências apresentadas no Salone.
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A PRIMEIRA
POLTRONA MOLE A GENTE NUNCA ESQUECE
TEXTO CURATORIAL DA MAIS RECENTE EXPOSIÇÃO DO ARQUITETO SERGIO RODRIGUES CONTA A HISTÓRIA DE UM ÍCONE DO DESIGN Por: Sergio Zobaran *
No início dos anos 1960, exatas cinco décadas atrás, tive o privilégio de conhecer Sergio Rodrigues. Já era amigo de suas filhas no colégio primário, em Ipanema, e tive então o primeiro choque cultural ao me deparar com seus móveis formando um conjunto moderno, diferente tanto das casas de outros coleguinhas quanto da minha. Rolos de couro presos às paredes atrás dos sofás, como apoios de cabeça, me chamaram especialmente a atenção. Aquela madeira escura, o jacarandá, em formas que nunca tinha visto, e lustres que não eram de cristal, mas de tecido e até de papel, me pareciam algo futurista. E a poltrona Mole? Nela se jogava o pai-arquitetônico das meninas - e meu xará! -, ali sentando-se de maneira informal, a perna aberta e pousada sobre o braço estofado. Uma ‘transgressão’ contra tudo que tinha visto, ouvido e aprendido.Mas, como vizinho por anos de sua primeira loja no Rio de Janeiro, a Oca, e também da segunda, a Meia-Pataca, fui me acostumando e etendendo mais sobre esta nova atitude bem brasileira na arquitetura e no mobiliário, e que marcaria o País para sempre.
Poucos anos antes, em 1957, Sergio Rodrigues havia criado a Mole. O júri do Concorso Internazionale del Mobile, de Cantù, na Itália, lamentou já conhecer a peça - para concorrer ao prêmio, era indispensável que o modelo fosse inédito, e sugeriram que ele inscrevesse outro desenho. Incentivado por Carlos Lacerda, governador do Rio, Sergio fez algumas alterações na poltrona, que foi aceita e premiada naquele ano de 1961. Como parte da premiação, havia o licenciamento da peça vencedora para fabricação na Europa, feita pela empresa Isa, de Bergamo. Porém, com um novo nome, e maior apelo para o mercado internacional: Sheriff. Em 1963, Sergio desenvolveu uma estrutura diferente da Mole, e que podia ser desmontada, usando porém o mesmo almofadão e as mesmas cintas. Era a versão da Mole para exportação, denominada Moleca......nem só de história vive um bom desenho. Mas da notoriedade através de prêmios, de uma estética nacional e universal apurada, e de conforto, muito conforto ao sentar... * Este texto foi publicado, na íntegra, no catálogo da exposição Diálogos, de Sergio Rodrigues e Fernando Mendes, realizada na Casa Electrolux (São Paulo) e na MEMO (Rio de Janeiro) em abril/maio de 2013, com curadoria de Sergio Zobaran e Walton Hoffmann.
PERSI ANAS • AT ELIÊ DE CORT INAS • P APÉ IS DE PAREDE • T OL DOS
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83 APAIXONADO O PAISAGISTA MARCELO FAISAL RELAXA OBSERVANDO AS PLANTAS Por: Vanda Fulaneto | Foto: Nelson Aguilar
Simples, inquieto e espontâneo, o arquiteto, agrônomo e paisagista Marcelo Faisal é paulista, do município quase rural de Osasco, na grande São Paulo. Ali morava em uma verdadeira ‘fazendinha’ dentro da cidade, com limoeiro, jabuticabeira, amoreira, mangueira e pitangueira. Mas mudou-se para São Paulo e, apesar de sentir falta daquele ar de interior, adaptou-se facilmente ao bairro de Alto de Pinheiros, onde sua família se fixou e o matriculou no Colégio Santa Cruz. Filho caçula e descendente de libaneses,
PELA NATUREZA concluiu o segundo grau ali e tornou-se e um maravilhoso conhecedor de plantas e flores, um profissional diversificado. Marcelo brinca que faz fotossíntese, pois tem, desde garoto, uma relação forte com o sol. E como já pegou muita praia - fez faculdade de Agronomia na URFRJ, no Rio de Janeiro -, hoje se protege dele. Na
NA FAZENDA BOA VISTA, UMA CASA QUE REMETE ÀS SEDES DAS GRANDES FAZENDAS
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EM TRANCOSO, NA BAHIA, O BANGALÔ TEM ARES TROPICAIS
“ACHO MEU TRABALHO ATEMPORAL E, ACIMA DE TUDO, AUTÊNTICO. NAVEGO ENTRE ESCOLAS, ESTILOS E REFERÊNCIAS DE VIDA”
verdade, com o tempo, percebeu que adora e se inspira mesmo é na chuva. O paisagista cria jardins práticos e funcionais e acredita na máxima de que a forma segue a função. Por trás desse personagem brincalhão está uma pessoa que assume ser minimalista, é contra excessos e evita desperdícios. Pergunto a ele como classifica seu estilo de trabalho, e ele responde com clareza: “Acho meu trabalho atemporal e, acima de tudo, autêntico. Navego entre escolas, estilos e referências de vida”. Marcelo já fez tudo que um mortal deve fazer: plantou muitas árvores, escreveu um livro e teve filhos. E diz que a inspiração para as criações de seus jardins vem de Burle Marx, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. E sempre deixa a natureza agir nos seus projetos, pois “jardins que nascem prontos estão condenados à morte”, afirma o profissional. O empresário Luis Maccaferri contratou Marcelo para projetar seu jardim e comenta: “Sempre fui apaixonado por natureza, fosse flora ou fauna, e quando fui construir minha casa queria ter ali um ambiente o mais selvagem possível. O Faisal conseguiu captar minha vontade e imaginou comigo um jardim aliado à sustentabilidade e pou-
ca manutenção, integrado com as árvores já existentes no meu terreno, grudado com um pedaço da Mata Atlântica, em pleno São Paulo, e realizou uma pequena e agradável floresta, onde tudo se encaixa e tudo tem forma, como uma grande obra prima”. Na edição da Casa Cor paulistana deste ano, ele está participando com um jardim Orgânico ou Formal. “Foi uma provocação ao público, que quando tem um jardim formal prefere o orgânico, e vice-versa. O trabalho que realizei tem formas puras, do círculo ao quadrado, o que desperta e provoca o ser humano. Brinquei com mandalas, com água, carpas, madeira e serragem, que são elementos naturais, orgânicos e de pouco uso - e me senti realizado com o resultado”. Sugestão de OLHO - Marcelo Faisal teve um convivência curta (porém proveitosa) com Burle Marx, pois nos anos 80 começou a trabalhar em São Paulo com o arquiteto mineiro José Duarte de Aguiar, e então conviveu com Burle Marx e ficou impressionado com sua versatilidade, já que ele cantava, declamava e pintava, entre outras habilidades.
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FUORI SALONE O CIRCUITO LAMBRATE É UM MOMENTO E UM LUGAR PARALELOS AO SALÃO DO MÓVEL DE MILÃO, REALIZADO NO ANTIGO BAIRRO INDUSTRIAL DE VENTURA LAMBRATE. FOMOS ATÉ LÁ PARA VER O QUE HAVIA DE MAIS NOVO NO DESIGN. NOSSO GUIA E CURADOR: O JORNALISTA MARCELO LIMA. ADORAMOS!
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FOT0S: MARTIN GURFEN
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01. Vânia Ceccotto, Marcelo Lima, Andraci Atique e Esther Schattan 02. Esther Schattan, Priscilla Pereira, Silene Cancela e Rita de Cássia Camilo 03. Daniela Colnaghi, Wilson Chicca e Keneth Kadow 04. Letícia Ruivo, Andréa Pilar e Andraci Atique 05. Silene Cancela, Priscilla Pereira, Rita de Cássia Camilo, Robert Bronwasser, Daniel Kostiuc, Claudia Elias, Daniela Colnaghi, Alessandra Marques, Maria Paula Giuliano, Patrícia e Cristina Rocha Andrade 06. Guinter, Denise Barretto, Francesca Alzati 07. Daniel Kostiuc e Alessandra Friedman 08. Marília Caetano, Áurea Bento, Claudia Elias e Clélia Regina Angelo 09. Maite Maiane, Ana Paula Zagallo e Sabrine Santos
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i/D NEWS
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NO DESERTO DE ATACAMA OS PROFISSIONAIS DO DÉCOR PREMIADOS PELO PROGRAMA DE RELACIONAMENTO DO D&D ESBANJARAM ALEGRIA NO NORTE DO CHILE, COM PROGRAMAÇÃO INTENSA ORGANIZADA PELA SUPERINTENDENTE DO SHOPPING VANIA CECCOTTO. MOMENTO DE RELAX, DESCONTRAÇÃO E AVENTURA SAUDÁVEL NAS EXPEDIÇÕES PELO DESERTO DE ATACAMA.
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Fotos: Carmen Paz e Carlos Rossi
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01. Wilson e Carla Barranco, Claudia Elias, Flávia Samia e Luiz Bianchi 02. Alexandre e Patrícia Penna 03. Carla Barranco e Luciana Almeida 04. Esther Schattan, Adriana Assumpção, Andréa Gonzaga, Daniel e Claudia Galasso e Rita de Cássia Camilo 05. Carina Korman, Patrícia Rocha, Juliana Abbate, Elaine Rosa Palmério, Patrícia Penna e Shênia Nogueira 06. Patricia e Cristina Rocha Andrade 07. Andréa Pilar e Elaine Palmério 08. Carlos Rossi e Danilo Brandão 09. Elaine Rosa Palmério, Sandra Pini, Claudia Galasso, Daniel Galasso, Gil Cioni, Olegário de Sá, Jóia Bergamo, Luiz Bianchi, Cristina Rocha 10. Grupo de profissionais e lojistas 11. Esther Schattan, Silvana Lara Nogueira, Anette e Marcel Rivkind 12. Shênia Nogueira
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01. Gislaine Tangary, Daniel Kostiuc, Vânia Ceccotto e Marcelo Lima 02. André Leite, Cristina Rocha, Patrícia Rocha e Maithiá Guedes 03. Léo Shehtman, Jóia Bergamo, Vânia Ceccotto, Brunete Fraccaroli e Francisco Cálio 04. Breno Rivkind e Vânia Ceccotto 05. Vânia Ceccotto, Neneto e Sandra Camargo 06. Camila Klein e Raul Penteado 07. Vânia Ceccotto, Gianfranco Vannucci, Murilo Schattan e Carmen Silva Salarolli 08. Ângelo e Valquiria Derenze 09. Roberto Borja, Andrea Pilar e Arthur Ferreira 10. Rita de Cássia Camilo, Luciana Almeida, Daniel Kostiuc, Silene Cancela, Priscilla Pereira e Claudia Elias.
CHIC ARMANI O COQUETEL DE CELEBRAÇÃO DO i/D, PROGRAMA DE RELACIONAMENTO DO D&D, ACONTECEU NA SUÍTE PRESIDENCIAL DO HOTEL ARMANI, EM MILÃO, EM 12/04. OS ARQUITETOS CURTIRAM O MOMENTO EM TOTAL CONFRATERNIZAÇÃO.
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