[Kids] [PT] Escola da Natureza-Caderno de Campo

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Ins titut o da Conser v aç ão da Na tur e z a e das Flor es t as, I. P . 2ªedição

Algumas dicas para a participação nas atividades na natureza

Usa roupas bem confortáveis, adequadas à atividade.

Usa sapatos que não derrapem e sejam confortáveis.

Sapatos apertados causam bolhas e mau-humor!

Usa uma mochila para que possas ficar com as mãos livres.

Leva agasalho e capa de chuva (dependendo da estação do ano e do trabalho a efetuar).

Põe um boné e protetor solar (se houver sol, claro!).

Usa repelente contra mosquitos, se eles andarem por perto.

Não te esqueças dos antialérgicos, caso sejas alérgico(a).

Leva um mapa da Área Protegida e bússola.

Respeita as outras pessoas e o ambiente onde te encontras.

Aprecia e respeita os modos de vida e as tradições locais.

Usa os trilhos existentes e nunca invadas terrenos privados.

Leva um saco para colocares o lixo que fizeres ou encontrares.

Não deixes lixo ao longo do trilho, mesmo que seja biodegradável.

Olha atentamente a flora e a fauna e sente os aromas da natureza.

Ouve os sons da natureza e lembra-te que, quanto mais em silêncio estiveres, mais oportunidades terás de ver e ouvir os animais.

Não apanhes plantas, animais nem recolhas pedras (amostras geológicas), deixa que as outras pessoas também possam contemplar a sua riqueza.

Leva antes telemóvel com câmara ou máquina fotográfica e, assim, podes registar o que achares interessante. Para além disso, a paisagem é muito bonita e merece umas boas fotos.

Segue as orientações da pessoa responsável pela atividade. Procura não te afastares, anda com o grupo, é mais seguro.

Para que aprendas mais coisas acerca da Natureza

, vais encontrar aqui algumas brincadeiras e informações . Nas Áreas Protegidas, a natureza acolhe-nos, no entanto, como são zonas mais ou menos naturais nem tudo está ali, pronto a ser visto, como num livro ou num filme. Por isso, há que ter paciência de verdadeiro(a) descobridor(a) para procurar, descobrir e compreender os seres e outras coisas fascinantes!

Sabias que...

Por cada ave que chega a uma loja de animais

10morreram

... , legal ou ilegalmente, calcula-se que, pelo menos, na captura e no transporte.

A praia do Guincho

...

tem esse nome por ali terem existido águias-pesqueiras, também chamadas de "guinchos". Este nome vulgar é também dado a uma gaivota - a Chroicocephalus ridibundus.

A cana

... Arundo donax não é uma espécie portuguesa (será talvez asiática) e é invasora. Em campos agrícolas perto do mar é por vezes usada como sebe, protegendo os campos de cultivo dos ventos marítimos carregados de sal.

... é nativo da América do Sul e Central, foi levado para Nova Orleães aquando de uma mostra da indústria de algodão, visto que tinha umas flores muito bonitas semelhantes às das orquídeas. A partir de aí espalhou-se pela América do Norte e posteriormente pela Europa. É uma praga dos canais de rega, mas tem vindo a ser utilizada na depuração biológica de águas residuais, sendo posteriormente usada na obtenção de gás metano.

O jacinto-de-água

as cinzas de Salicornia spp

Em tempos, , plantas dos sapais, eram usadas para fazer vidro, pois são ricas em soda. As suas folhas sumarentas e carnudas são comestíveis.

A planta marinha seba Zostera marina ,

... tem o nome de Zostera porque "zoster" significa cinto" e ela assemelha-se a um cinto ou a uma fita.

O peixe-vermelho dos aquários

... ou pimpão é uma espécie originária do Extremo Oriente que terá sido trazida para Portugal talvez no séc.

XVII. Na natureza, os peixes desta espécie tendem a ser de cor cinzentaesverdeada e não vermelha (para passarem despercebidos aos predadores). Os de aquário foram selecionados artificialmente, é por isso que são vermelhos.

A alvéola-branca

... (Motacilla alba) é também conhecida como lavandeira (sinónimo de "lavadeira") talvez porque, como é uma ave aquática, fazia companhia às lavadeiras que iam lavar a roupa aos rios. Esta ave pode ser observada até em cidades, como Lisboa ou Porto, movimentando rapidamente a sua cauda para baixo e para cima.

O voo das libélulas

... inspirou a criação dos helicópteros. O sonar, utilizado nos navios, foi descoberto pelos morcegos e golfinhos.

... Uma estrutura semelhante à existente nas narinas do (uma ave muito rápida) é utilizada nos aviões a jato.

falcão-peregrino

... As pontes pênseis (pênsil quer dizer suspenso) inventadas por Sir Samuel resultaram das suas observações das teias de aranhas.

... Há animais e plantas de zonas secas que conseguem captar a água dos nevoeiros e do orvalho matinal. Aprendendo com eles, em França, tentam obter a partir da condensação da humidade noturna, como fazem alguns insetos!

água potável

Como vês

há muitas coisas que podemos aprender com a Natureza, basta respeitá-la e ter os olhos bem abertos! Quem sabe se tu não serás o(a) próximo(a) a fazer uma grande descoberta aprendendo com a Natureza?

Para que as espécies, os ecossistemas, tu e nós possamos continuar a viver é preciso a ajuda de todas as pessoas, por isso mesmo que julgues que não tens jeito para descobridor(a)!

tu és essencial

Então?!

Estás pronto(a) Agora é a tua vez.

Regista, nesta página, algumas curiosidades de que te lembres.

E descobertas? Será que já fizeste alguma? Conta-nos!

Se acharmos interessante, achas que podes fazer o relato para todos (as)?

Os(as) cientistas dão nomes às espécies que são muito diferentes dos nomes que as outras pessoas usam. É que eles(as) utilizam os nomes científicos que são escritos em latim e em itálico ou sublinhado.

Cada nome de uma espécie é formado pelo nome do género - que é a primeira palavra - e por uma outra chamada "designativo específico" - a segunda.

Depois, vêm as iniciais do cientista que descreveu a espécie. Por exemplo, o chapim-real é Parus major L. Repara que a 1ª palavra (o nome do Género) começa por maiúscula e a 2ª por minúscula. A seguir, aparecem as iniciais do cientista que descreveu a espécie que, neste caso, foi um célebre cientista sueco chamado Lineu (na verdade Carl Linnaeus, também conhecido como Carl von Linné ou Carolus Linnaeus, ou Lineu, como dizemos em português). Foi ele que decidiu usar este sistema, chamado , porque tem duas palavras (bi-2, nominal - nome).

Como há muitos nomes vulgares para a mesma espécie, usando o nome científico

os(as) cientistas entendem-se melhor, pois quer estejam aqui quer estejam na China, um Parus major é sempre um Parus major

binominal

Assim, o Parus major L., conhecido como chapim-real, tem também o nome de aguça-a-serra, batachim, cachapim, cadeirinha, caldeirinha, caldeirinha-real, cedovem, chapim, chincha, chinchalaré, chincharravelha(o), chincharrobelho, chinchinim, chinchoinho, constantino, faça-apoda, felosa-real, ferreireco, ferreirinha(o), ferreiro, fradisco, fura-bugalhos, lima-a-serra, magengro, malha-ferreiro, majangro, megenra, mezengro, miljengra, mougengra-da-casta-grande, papa-abelhas, parachim, pássaro-do-linho, pata-chim, pimpim-servém, pinta-caldeira, pinta-cardeira, pinta-ferreiro, poda-avinha, sarafim, semeia-linho, semeia-milho, semimi, serafim, surdivais-ferreiro, surdivam e surdivém, consoante os locais de Portugal.

Agora, imagina que cada cientista usava um nome destes, nunca mais se entendiam!

chapim-real Parusmajor pombo-torcaz Columbapalumbus

Por vezes, aparecem nomes que têm 3 palavras em latim. Geralmente, isso significa que se trata de uma subespécie, ou seja um grupo, dentro de uma mesma espécie, com algumas características comuns e distintivas. P. ex. a Columbapalumbusazorica é a subespécie de pombo-torcaz (Columba palumbus) que existe nos Açores (subespécie azorica).

Para compreender os nomes latinos das espécies dá jeito saber latim e, às vezes, até grego, mas calma! Não precisas de começar a aprender estas línguas, pois são muito difíceis! Um bom dicionário pode dar-te uma ajuda. P. ex. a planta conhecida como rosa-albardeira, peónia, piónia ou rosa-de-lobo tem como nome científico Paeoniabroteroi, pois é dedicada ao cientista português Avelar Brotero que, segundo alguns, foi o primeiro botânico português a ser reconhecido mundialmente. Na verdade, o seu verdadeiro nome era apenas Félix de Avelar, mas, tal como outros cientistas que às vezes adotavam outros nomes, quando ele esteve em Paris, adotou o de "Brotero" que significa "que gosta das pessoas". Na verdade, as pessoas que trabalham na conservação da Natureza fazem-no porque gostam das outras pessoas e sabem que ninguém pode viver sem água limpa, sem ar puro e sem muitos outros serviços e produtos que os ecossistemas nos oferecem.

Já agora, Paeonia vem do grego Paión que significa "que cura", pois esta planta tem propriedades medicinais. Se tiveres oportunidade de a veres no campo (ela aparece de Trás-os-Montes ao Algarve) ela é uma erva que floresce de março a junho e dá uma flor rosa muito bela.

Urze-peluda

Ericatetralix

Lírio-do-gerês

Irisboissieri

Tabúa ou foguete

Typhadomingensis

Oliveira

Oleaeuropaea

Salgueiro-branco

Salixsalviifolia

Bunho Schoenoplectus lacustris

Medronheiro Arbutusunedo

Esteva Cistusladanifer

Ah! Emlatim, sim!

Zimbro

Juniperusoxycedrus

Carqueja

Pterospartumtridentatum

No mundo, há mais de 1.200 espécies de morcegos.

O único continente onde não há morcegos é a Antártida.

Alguns morcegos podem viver mais de 40 anos.

Todas as espécies de morcegos (27) estão protegidas em Portugal.

Os morcegos são os únicos mamíferos que voam, pois os esquilos-voadores (apesar do seu nome) não voam, apenas planam. Já agora, não há esquilos-voadores em Portugal.

As asas dos morcegos são constituídas por dedos alongados cobertos por uma membrana.

Todos têm o corpo coberto de pelo, pois são mamíferos, mas alguns têm cauda solta e outros incluída na membrana.

Os morcegos vampiros são os únicos mamíferos que se alimentam apenas de sangue. Possuem anestésicos e anticoagulantes na saliva e o estudo destas substâncias poderá ajudar pessoas com problemas de saúde. Não existem em Portugal, mas sim na América Central e do Sul.

Alguns morcegos usam a , ou para localizarem as suas presas. Outros, os que se alimentam de néctar e frutos, usam o cheiro e a visão.

ecolocação ecolocalização sonar

Os morcegos que se alimentam de néctar polinizam as plantas e os que se alimentam de frutos dispersam as sementes.

70% das espécies de morcegos come insetos.

Uma colónia de morcegos pode comer cerca de 6 mil toneladas de insetos num ano. Portanto, são uma grande ajuda para os agricultores!

Os morcegos abrigam-se em grutas, casas velhas ou abandonadas, árvores, pontes e até em pequenas fendas (fissuras) nas rochas ou edifícios.

Na China, ter morcegos a viver em nossa casa é sinal de sorte. Eles simbolizam as 5 aspirações humanas: saúde; riqueza; sorte; longa vida; e tranquilidade.

Em voo, o coração de um morcego pode bater entre 900 e mil vezes por minuto. Quando hiberna, esse número desce para 20 batimentos por minuto.

Geralmente, só têm uma cria por ano

Os morcegos cuidam bem da sua pelagem e higiene.

Não se deve perturbar os morcegos. Quando têm crias, a perturbação pode fazer com que elas caiam e, quando estão em hibernação, isso fá-los perder energia, que é necessária para conseguirem sobreviver ao Inverno.

Os morcegos são quirópteros ("quiro" significa "mão" e "ptero" significa "asa"), pois os ossos das suas asas são os dos dedos das mãos.

No passado, julgava-se que os morcegos eram ratos e que eram cegos, o que é uma dupla mentira! Daí que, em português, se chamem "morcegos" que quer dizer "rato cego" ("mure"+ "cego") e, em francês, "chauve-souris" ("chauve" quer dizer "sem pelo" e "souris" é o nome dado aos ratos pequenos).

Algumas espécies de morcegos portuguesas estão ameaçadas,

Não se deve pegar num morcego, pois, além de lhe podermos causar problemas, ele pode morder-nos ao ficar assustado Imagina que um dinossáurio do tamanho de um prédio de 3 andares pegava em ti. Agora já podes perceber, mais ou menos, o que sentiria um morcego se lhe pegasses. devido à perturbação dos abrigos, destruição dos locais de alimentação e uso de pesticidas. O facto de algumas espécies se agruparem em colónias faz com que sejam mais vulneráveis à extinção, pois a perturbação ou destruição de uma colónia pode implicar a morte de milhares de indivíduos.

Os morcegos são cerca de 1/3 do número de espécies de mamíferos terrestres existentes em Portugal.

Os morcegos cavernícolas, ao produzirem dejetos, transportam matéria orgânica para as grutas, permitindo assim o desenvolvimento de uma fauna própria desses locais.

Às vezes, as crias são colocadas pelas mães em "creches" (locais onde as crias se agrupam) ficando algumas fêmeas a tomar conta delas, enquanto as restantes mães vão caçar

A visitação de grutas e minas sem regras pode colocar em risco a existência de morcegos cavernícolas, principalmente se forem perturbados na altura da hibernação ou criação.

Morcego-de-ferradura-grande

Rhinolophusferrumequinum

Morcego-de-ferradura-pequeno

Rhinolophushipposideros

Morcego-anão

Pipistrelluspipistrellus

Morcego-rato-grande

Myotismyotis

morcego-de-franja-do-sul

morcego-de-peluche

orcego-rabudo

Myotisescalerai

Miniopterusschreibersii

Tadaridateniotis

morcego-de-bigodes

morcego-lanudo

Myotismystacinus

Myotisemarginatus

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Eptesicusserotinus

morcego-hortelão-escuro e

Pipistrelluspygmaeus

morcego-pigmeu .

Em italiano, o nome para morcego é "pipistrelo" ou "barbastrejo". Por isso, como os nomes científicos são em latim (a língua antepassada do italiano e da nossa), existem, p. ex., os géneros "Pipistrellus" e "Barbastella".

Alguns morcegos têm orelhas muito grandes para poderem escutar os sons refletidos e que lhes indicam a presença de presas e de obstáculos, é o caso, p. ex. do (Plecotus auritus).

morcego-orelhudo-castanho

Ao comerem insetos, os morcegos evitam a propagação de doenças, como a malária e outras, transmitidas pelos insetos. Com as alterações climáticas, prevê-se que a malária possa voltar a algumas regiões de Portugal, portanto, o melhor é mesmo cuidarmos bem dos morcegos!

Existem muitas envolvendo os morcegos mas, como todas as superstições, são falsas.

superstições

1. Ameaçadas; 2. colónias; 3. ferradura; 4. ecolocalização; 5. pesticidas; 6. grutas; 7. insetos; 8. fissurícolas.

A maioria da população portuguesa tem ideias erradas acerca destes animais, estando rodeados por mitos e superstições que têm contribuido para a sua rarefação, ou seja para que existam cada vez menos. Com efeito, são muitos os seres destes grupos que são mor pelas pessoas, apesar de serem extremamente úteis p. ex. no controlo das populações de insetos e de roedores.

Há que divulgar o importante papel que estes anim desempenham nos ecossistemas, afastando de vez as ideias erradas acerca deles. Não são peçonhentos, não são "maus", a maioria nem sequer perigosa para nós e são muito úteis.

Vítimas da perseguição, de atropelamento, de fogos, da destruição das zonas húmidas, da poluição das águas, do desaparecimento dos seus habitats naturais e de muitos outros fatores relacionados com nossa espécie, estes animais encontram-se cada vez mais ameaçados.

Esperamos que possas saber mais acerca destes animais para que eles possam vir a ser "bem-amados"!

Sardão

Timonlepidus

Se achas que é feio “dizer cobras e lagartos” acerca dos outros, estamos de acordo, mas...

As cobras, os lagartos e outros répteis e anfíbios não dizem mal de ninguém, apesar de muita gente não gostar deles nem um bocadinho (o que é uma grande injutiça!).

A palavra "anfíbio" vem do grego "amphíbios" que significa que vive em dois elementos — terra e água. As salamandras, as rãs, os sapos, as relas e os tritões são animais anfíbios, pois vivem parte da sua vida na água e outra em terra. São bastante dependentes do meio aquático, pois também respiram através da pele e precisam de a ter húmida.

batráquios

São conhecidos como (a palavra vem do grego "batrácheios" que significa relacionado com a rã).

Os anfíbios não têm escamas, mas têm a pele muito porosa, pois a respiração através da pele é muito importante. Alguns nem sequer respiram pelos pulmões! Possuem glândulas na pele que produzem substâncias tóxicas que lhes servem de defesa para evitarem ser comidos.

Os anfíbios adultos são carnívoros, comendo principalmente insetos, minhocas, moluscos (caracóis e lesmas) e aranhas. Os anfíbios mudam de pele.

Os anfíbios servem também de presas a peixes, répteis, aves e mamíferos, desempenhando um importante papel nos ecossistemas. Para além disso, dado que comem muitos insetos, ajudam os agricultores que assim não precisam de usar inseticidas e evitam a poluição do solo, da água e problemas à saúde humana.

Como dependem, em parte, da energia solar para se aquecerem, têm taxas de crescimento relativamente baixas e atingem tarde a maturação sexual. Não têm uma capacidade de dispersão muito grande e, tanto os anfíbios como os répteis, são muito sensíveis à destruição de habitat, pois, ao contrário das aves, não podem "migrar" para outros locais distantes.

Sapo-comum Bufobufo Sapo-parteiro-comum Alytesobstetricans Rã-verde Pelophylaxperezi Rela-ibérica Hylamolleri Sapo-corredor Epidaleacalamita

Rã-de-focinho-pontiagudo Discoglossusgalganoi

Sapinho-de-verrugas-verdes Pelodytespunctatus

Salamandra-de-pintas-amarelas

Salamandrasalamandra

Salamandra-de-costelas-salientes Pleurodeleswaltli

Tritão-de-ventre-laranja Lissotritonboscai

Tritão-marmoreado Triturusmarmoratus

Lagarto-de-água

Lacertaschreiberi

O nome "réptil" vem do latim "repitle" que significa que rasteja. Entre os répteis contam-se as osgas, as lagartixas, as cobras e víboras, os camaleões, os lagartos, os cágados e as tartarugas.

escamas

placas

Os répteis têm o corpo coberto de , mas não são peixes! Nas lagartixas, osgas, lagartos, cobras e víboras as escamas são geralmente pequenas, mas nos cágados e tartarugas algumas escamas são grandes e grossas, por isso chamam-se As placas revestem a carapaça das tartarugas que é formada por ossos dérmicos para lhes dar mais proteção. A parte de baixo da carapaça chama-se

plastrão e protege o "peito" das tartarugas e o mesmo nome era dado à parte da armadura que protegia o peito dos cavaleiros

. As tartarugas não têm dentes, mas têm um bico! Quando se sentem em perigo podem esconder as patas, a cabeça e a cauda na carapaça.

herpetologistas

Os(as) são os(as) cientistas que estudam os répteis.

Várias lagartixas e lagartos podem largar a cauda para, assim, distraírem os predadores. Enquanto estes ficam entretidos com a cauda, que se continua a mexer, aqueles fogem para bem longe. A cauda volta a crescer.

salamandra-de-costelas-salientes

Os embriões da Pleurodeles waltli são muito usados em experiências de laboratório É a maior salamandra existente na Península Ibérica, conhecida nalguns sítios como "sulipampo". Quando é ameaçada, achata o corpo e os extremos pontiagudos das costelas ficam salientes, daí o seu nome comum. Se for apanhada, contorce-se para cravar as saliências na boca do animal que a quer comer. Por isso, a única solução é cuspi-la!

A Salamandra salamandra pode ser encontrada desde a Europa Central e do Sul, Argélia e Marrocos, Ásia Menor, Curdistão, Líbano e Israel. Tem o corpo muito escuro com pintas amarelas e, por vezes, vermelhas. Os ovos desenvolvem-se dentro do corpo da mãe e saem já larvas.

salamandra-de-pintas-amarelas

Os machos do Alytes obstetricans e do Alytescisternasii transportam os ovos às costas, daí o seu nome. Um macho pode carregar as posturas de várias fêmeas e, quando os girinos eclodem, liberta-os na água movimentando as patas traseiras. Mudam de cor consoante a humidade!

O macho do Bufo bufo pode ficar agarrado à fêmea durante várias semanas para tentar fecundá-la. Como há mais machos do que fêmeas é natural que não as queiram largar!

O Bufobufo é o maior sapo português, com as fêmeas a atingirem 22 cm (os machos são mais pequenos). Apesar de preferir os insetos (escaravelhos, gafanhotos, borboletas e formigas), aranhas, caracóis e minhocas, pode comer também pequenos roedores. Come muitos animais que causam prejuízos nas culturas, ajudando assim quem trabalha na agricultura e na jardinagem. Evita também o uso de inseticidas, que causam problemas ao ambiente e à nossa saúde.

sapo-parteiro-comum sapo-parteiro-ibérico sapo-comum sapo-comum

Tocar num sapo, numa rã ou numa salamandra pode provocar alguma se levarmos as mãos aos olhos, à boca, ao nariz ou se tivermos alguma ferida, mas nada mais do que isso! Assim, não se devem beijar os sapos, até porque não se vão transformar em príncipes encantados (apenas os sapos fêmeas é que pensam isso!)

A Hylamolleri possui discos adesivos nas pontas dos dedos que a ajudam a trepar, pois funcionam como ventosas (parecem a parte de borracha dos desentupidores, mas são mais pequenas). Pode variar de cor consoante a temperatura, a humidade e o local onde está, o que lhe permite camuflar-se e escapar aos seus predadores!

A Pelophylaxperezi está ativa tanto de dia como de noite e salta para longe ao nos aproximarmos. As suas coxas são usadas em gastronomia (para grande pena da rã). Note-se que é uma , pelo que não pode ser apanhada na natureza.

irritação rela-ibérica rã-verde espécie protegida
Rã-verde
Pelophylaxperezi

Cágado-de-carapaça-estriada Emysorbicularis

No mundo, existem terrestres, semiaquáticas e aquáticas e aparecem em locais tão diferentes como no mar, nas florestas tropicais, nas zonas húmidas e até nos desertos! Já existiam tartarugas antes de haver dinossáurios.

tartarugas

cágados duas espécies que estão protegidas

Na Europa, há apenas três espécies de tartarugas de água doce conhecidas vulgarmente como . Em Portugal, existem e é proibido fazer-lhes mal, capturá-las ou tê-las em cativeiro. Estamos a falar do cágado-de-carapaça-estriada Emysorbicularis e do cágado-mediterrânico Mauremysleprosa.

As fêmeas das espécies portuguesas de cágados são geralmente maiores do que os machos.

Existem cágados que atingem os 35 anos de idade e sabe-se de alguns que chegaram aos 100 anos! Hem! Sem irem ao médico!

cágados

Os podem estar ativos durante todo o ano, mas podem estivar no verão (quando não têm água e há demasiado calor) e hibernar no inverno, quando arrefece demasiado. É frequente vê-los ao sol e os(as) cientistas não sabem se é só para se aquecerem ou se, assim, eles conseguem livrar-se das algas e dos fungos que crescem nas suas carapaças, das sanguessugas, das bactérias ou até se, tal como nós, conseguem produzir vitamina D (vitamina do crescimento).

tartaruga-da-florida

A Trachemys scripta veio dos Estados Unidos da América. A sua introdução em Portugal, na natureza, assim como a destruição da vegetação ribeirinha (da margem dos rios), a poluição e os pesticidas têm provocado problemas aos nossos cágados. Por isso, não libertes animais de outros países e regiões.

cobra-cega

A Blanus cinereus vive debaixo do solo (o que lhe permite resistir a alguns incêndios) e parece uma minhoca, mas ao contrário desta, tem escamas, pois é um réptil.

As não são peçonhentas, como algumas pessoas pensam, pois têm a pele seca (são répteis) e não produzem venenos. Algumas pessoas matam-nas, devido a crenças tontas e superstições, mas as osgas são amigas dos agricultores e de quem gosta de passar uma noite sossegada sem picadas de insetos.

osgas

O Chamaeleochamaeleon come, principalmente, borboletas e gafanhotos. Consegue mudar de cor consoante o local onde está, para se camuflar Os olhos podem mexer-se independentemente um do outro, ou seja, um pode estar virado para cima e o outro para baixo. Consegue projetar a língua para a frente e, assim, apanhar insetos que ficam colados nela.

camaleão sardão

O Timonlepidus é o maior lagarto da Europa, podendo atingir 1 metro. Come insetos e até pequenas lagartixas, aves e roedores (ratos e outros), plantas e frutos maduros.

A pele das salamandras é brilhante, devido às secreções que a cobrem, pois são terrestres e precisam de ter a pele húmida. Se forem ameaçadas projetam um jato de líquido irritante, produzido nas glândulas da região dorsal. Na Idade Média, pensava-se que as salamandras conseguiam sobreviver ao fogo e que envenenavam os frutos se tocassem na árvore. Claro que tudo isto são (mitos em que as pessoas acreditavam e que são mentira).

Uma das principais ameaças às cobras portuguesas é a feita pelas pessoas.

superstições perseguição

Os anfíbios e répteis são animais de " " porque não têm um sistema interno que lhes permita manter a temperatura mais ou menos constante (como nós, que somos animais de sangue quente). Por isso, a sua temperatura está dependente da temperatura do ambiente onde vivem (ectotermia) e têm de se abrigar em sítios mais quentes, quando faz frio (alguns até hibernam, ou seja entram numa espécie de sono que lhes permite poupar energia); durante as horas de verão e de maior calor abrigam-se em sítios frescos. Entendes agora porque é que eles gostam de se aquecer ao sol e não gostam lá muito do frio? É essa também uma das razões pela qual muitos são sedentários e ocupam territórios relativamente pequenos.

sangue frio estrada

Às vezes, os anfíbios e os répteis vão para a para se aquecerem e comerem, pois, como o alcatrão é escuro, conserva o calor e atrai os insetos. Infelizmente, muitos morrem atropelados.

Os juvenis das rãs chamam-se , também conhecidos como peixes-cabeçudos (mas não são peixes!).

girinos

Tartaruga-comum

Carettacaretta

tímpanos

As rãs e os sapos não têm orelhas, mas têm os (uma membrana graças à qual ouvem) atrás dos olhos. São umas manchas arredondadas que, nalguns casos, se podem ver muito bem.

tartaruga-comum

A Caretta caretta está "Em perigo" nos mares dos Açores e Madeira (só aparecem aí juvenis que nascem nas costas da Florida e na península do Yucatán, no México). O lixo nos mares, a destruição das praias arenosas, onde põem os ovos, e a pesca são algumas das causas da diminuição desta espécie.

Os machos das tartarugas marinhas praticamente não saem da água e as fêmeas só saem para desovar. Respiram por pulmões, mas algumas conseguem mergulhar bem fundo Ainda não se descobriu como é que elas conseguem aguentar a pressão da água a grandes profundidades.

As tartarugas marinhas chegam a nadar a 24 km por hora e sabe-se que algumas nadaram distâncias de mais de 4.000 km!

As parecem estar a provocar uma diminuição das espécies de anfíbios, pois as zonas húmidas diminuem e aumentam as doenças que atingem estes seres vivos.

alterações climáticas

As serpentes que pertencem à família dos Colubrídeos chamam-se , as que pertencem à família dos Víperídeos chamam-se .

cobras víboras víboras

As são répteis com escamas que têm, geralmente, a cabeça com formato triangular, a pupila do olho é vertical (nas cobras a pupila do olho é redonda) e produzem veneno, daí serem também conhecidas como serpentes venenosas. Conseguem detetar o calor das presas.

À medida que crescem, as serpentes mudam de pele, pelo que se podem encontrar restos e, às vezes, até peles velhas inteiras.

Os antepassados das serpentes eram lagartos aquáticos que perderam as patas e foram alongando o corpo. As serpentes não mastigam as presas, pois os dentes só servem para as prender (portanto, nunca vais ver uma serpente a mascar pastilha!). As serpentes que produzem veneno são mais evoluídas do que as cobras que matam as presas enrolando-se à volta delas. O veneno, para além de matar as presas, ajuda a digeri-las internamente.

Víbora-cornuda Viperalatastei

Todososanfíbioserépteis existentesemPortugal estãoprotegidospelalei, masprecisamquetu tambémosprotejas!

As rãs comem insetos

É graças à biodiversidade que obtemos alimentos, medicamentos e muitas outras substâncias essenciais à nossa sobrevivência. Vejamos, então, o que é a biodiversidade.

Biodiversidade

é a "variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens, incluindo, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos dos quais fazem parte; compreende a diversidade dentro de cada espécie, entre as espécies e dos ecossistemas."

Biodiversidade

ecossistemas espécies subespécies

raças variedades diversidade genética

Assim, a diz respeito, não só à diversidade dos , das e mas também à diversidade de (de animais) e de (de plantas) e ainda à .

Por isso, a diminuição do tamanho das populações, para níveis muito baixos, pode fazer com que, apesar de não se extinguirem espécies, se perca diversidade genética. Esta perda faz diminuir as probabilidades que a espécie tem de subsistir a alterações do meio, como as resultantes das alterações climáticas, tornando também mais provável haver doenças congénitas, devido à consanguinidade.

Apesar dos avanços da ciência, ainda não sabemos quantas espécies existem na Terra. Calcula-se que existirão cerca de , mas destas apenas estão identificadas cerca de 2,2 milhões.

10 milhões de espécies todos os anos são assinaladas novas espécies para Portugal

Note-se que praticamente

. P. ex. o número de espécies de aranhas "portuguesas" aumenta todos os anos e, só nos primeiros meses de 2019, foram descobertas mais uma espécie de abelha, no Parque Natural do Vale do Guadiana, e uma de escaravelho, numa gruta, na serra de Sicó.

Graças aos polinizadores naturais, produzem-se anualmente os alimentos que matam a fome a todos(as) nós e valem muitos, mas mesmo muitos, milhões de euros. Nos medicamentos, 3/4 dos mais vendidos têm extratos de plantas!

Com efeito, quanto mais rica é a diversidade biológica, maior é a oportunidade para descobertas no âmbito da alimentação, da medicina e, no geral, do desenvolvimento económico. É também maior a hipótese de serem encontradas respostas às alterações ambientais. Por isso, manter a diversidade da vida não é uma moda ou mania, mas uma questão de sobrevivência!

Assim, , agindo de forma correta para que se mantenha esse património natural que é, sem dúvida, uma importante fonte de riqueza e um motor do desenvolvimento sustentável do nosso país.

cada pessoa deve ser um(a) defensor(a) da biodiversidade é importante conservar a biodiversidade

Agora, já começas a perceber, por que , não apenas nas Áreas Protegidas mas em todo o lado. A biodiversidade é essencial para que possa haver um do nosso país e do mundo.

desenvolvimento sustentável

De2021a2030
celebra-seaDécadadasNaçõesUnidas sobreoRestaurodosEcossistemas. Porisso,contamoscontigoecom todos(as)paraquePortugalsepossa desenvolversustentavelmente!

Em2022, emPortugal

continental,existiam 52áreasprotegidasna RedeNacional. 12 51 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 25 43 24 27 26 28 29 30 31 32 33 34 35 42 39 40 41 38 36 37 44 45 52 46 47 49 48 50

Parque Nacional

1. Peneda-Gerês

Parques Naturais

2. Montesinho

3. Litoral Norte

4. Alvão

5. Douro Internacional

6. Serra da Estrela

7. Tejo Internacional

8. Serras de Aire e Candeeiros

9. Serra de São Mamede

10. Sintra-Cascais

11. Arrábida

12. Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina

13. Vale do Guadiana

14. Ria Formosa

Reservas Naturais

15. Dunas de São Jacinto

16. Serra da Malcata

17. Paul de Arzila

18. Berlengas

19. Paul do Boquilobo

20. Estuário do Tejo

21. Estuário do Sado

22. Lagoas de Santo André e da Sancha

23. Sapal de Castro Marim e Vila Real de Sto. António

Paisagens

Protegidas

24. Serra do Açor

25. Arriba Fóssil da Costa da Caparica

Monumentos Naturais

26. Cabo Mondego

27. Portas de Ródão

28. Pegadas de Dinossáurios de Ourém / Torres Novas

29. Carenque

30. Pedra da Mua

31. Lagosteiros

32. Pedreira do Avelino

33. Vale do Tua

Parque Natural Reservas Naturais Locais

34. Estuário do Douro

35. Paul de Tornada

Paisagens

Protegidas Regionais

36. Corno do Bico

37. Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos

38. Albufeira do Azibo

39. Litoral de Vila do Conde e Reserva

Ornitológica de Mindelo

40. Parque das Serras do Porto

41. Serra da Gardunha

42. Serra de Montejunto

Paisagens

Protegidas Locais

43. Serras do Socorro e Archeira

44. Açude da Agolada

45. Açude do Monte da Barca

46. Rocha da Pena

47. Fonte Benémola

Monumentos

Naturais locais Área

48. Canhão Cársico de Ota

Protegida Privada

49. Faia Brava

50. Fraga Viva - Reduto do Batráquio

51. Vale das Amoreiras

52. Montado do Freixo do Meio

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