[Kids] [PT] O Salmão da Nascente Vermelha

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O salm o da nascente vermelha

Europeia
Comissão

A presente publicação foi realizada pela DG Ambiente. É editada em todas as línguas oficiais da União Europeia: alemão, dinamarquês, espanhol, finlandês, francês, grego, inglês, italiano, neerlandês, português e sueco.

Encontra-se igualmente disponível no sítio Internet dedicado aos jovens e ao ambiente da DG Ambiente: http://europa.eu.int/comm/environment/youth/index_pt.html

Texto: Benoît Coppée

Illustrações: Nicolas Viot

Realização técnica: Qwentès

Europe Direct é um serviço que o/a ajuda a encontrar respostas às suas perguntas sobre a União Europeia

Um novo número verde único: 00 800 6 7 8 9 10 11

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Uma ficha bibliográfica figura no fim desta publicação

Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2003

ISBN 92-894-4546-7

© Comunidades Europeias, 2003

Reprodução autorizada mediante indicação da fonte Printed in Belgium

IMPRESSOEMPAPELRECICLADO

Chove. Mil rel mpagos agitam o c u. Lila, a raposa, atravessa a plan cie a toda a velocidade. Procura um ref gio. L na quinta, claro, poder abrigar-se!

Lila corre. Lila salta por cima do rio. Nesse momento, ouve uma vozinha.

- Socorro…

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Lila aterra na outra margem. Encharcada de gua da chuva, volta para tr s.

- Algu m precisa de ajuda? pergunta a raposa.

- Socorro…

Lila avista uma sombra. É a sombra de um p ssaro. Tem umas patas enormes e um bico pontiagudo.

Lila fica muito impressionada.

- Socorro! Socorro! O salm o precisa de ajuda! grita a gar a.

No rio, um enorme salm o sufoca. Tem os olhos tristes. Dir-se-ia que vai… N o, n o poss vel!

Lila salta para junto da gar a.

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- O que aconteceu? pergunta Lila inquieta.

- Socorro! Suplica o salm o. Outros salm es… est o escondidos… ali... mais al m… ah… no rio… na Nascente Vermelha… Eu vinha… procurar ajuda… ah…

Lila fixa o salm o nos olhos.

- N s vamos salvar-te! Tenho um amigo que tratar de ti! Chama-se Toninho.

- Toninho? pergunta a gar a.

- Sim. Toninho. Vive nas margens do rio. Para aquele lado. Arranca-me uns p los! ordena Lila gar a.

- Hein?

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- ARRANCA-ME UNS PÊLOS! grita Lila. Aseguir, vais lev -los ao Toninho. Al m. Mora na quinta casa da Cidade Merlim. Vai perceber que estou em apuros. Despacha-te, gar a! Por favor! Sen o o salm o vai… Oh! Despacha-te!

Agar a espeta o bico nos p los de Lila. Enquanto um rel mpago rasga o c u, bum! a gar a arranca tr s p los a Lila. Craque!

- Agora voa! Voa at Cidade Merlim! E traz o Toninho! grita Lila.

Agar a levanta voo. Passa no meio dos trov es. Um outro rel mpago rasga a noite. N o! N o um rel mpago. S o os far is de um autom vel. O autom vel p ra ao p do rio. Lila esconde-se. Saem tr s homens do carro.

- Isto uma cat strofe! grita o primeiro homem.

- Ainda poss vel fazer qualquer coisa! grita o segundo.

- R pido! afirma o terceiro.

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O primeiro homem tira um telem vel do bolso. Fala. Lila n o ouve o que ele diz. Os homens voltam a entrar no carro, que se precipita a alta velocidade na noite.

Lila est enregelada.

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Nesse mesmo instante, a gar a chega a Cidade

Merlim. Conta as casas. Uma, duas, tr s, quatro e cinco! É a casa do Toninho! Agar a espreita pela

janela. Sim, Toninho est l dentro, a dormir.

Agar a bate com o bico no vidro. Toninho avista-a. Abre a janela. Agar a entrega-lhe os p los de Lila.

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- Oh! Isto s o p los de… ! Lila corre perigo? pergunta Toninho.

- N o! responde a gar a. Mas precisa de ti! Para salvar os salm es! Segue-me!

Toninho enfia um casaco. Salta pela janela. Agar a sobrevoa o rio. Toninho vai empoleirado nas suas costas.

- Pronto, grita a gar a! É ali! Ao p da quinta!

- Lila! grita Toninho. LILA!

Lila ouve a voz de Toninho. Um enorme al vio invadelhe a alma. Os olhos da raposa come am a brilhar de alegria. Lila volta-se para o salm o.

- O Toninho chegou! Em breve ser s salvo!

Agar a pousou. Encharcado, transido, Toninho corre para Lila. Toninho e Lila abra am-se. Como bonito o reencontro de dois amigos! Muito rapidamente, Lila aponta para o salm o.

- O salm o est doente, Toninho! Se calhar o rio est polu do…

- Que desgra a! afirma Toninho inquieto. É preciso proteger o salm o desta cat strofe! Seria boa ideia p r o salm o num... num balde de gua da chuva.

- H um balde no p tio da quinta! responde Lila.

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Toninho corre para a quinta. Pega no balde e levanta-o. Com dificuldade, transporta e coloca o balde mesmo ao lado do salm o. As pequenas m os de Toninho envolvem o salm o delicadamente.

Pronto, o salm o est a salvo, pelo menos por uns tempos.

- Continuamos a precisar de ajuda! diz Toninho.

Toninho arrasta o balde at quinta. Ufa, pesado!

Toninho bate porta. Algu m abre. É uma velhinha.

- Oh, o que fazes tu a fora, rapaz, a esta hora? pergunta a senhora.

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- É preciso dar o alerta! A gua do rio est polu da!

O salm o est doente! É preciso trat -lo!

- Mas que salm o, rapaz?

- O salm o que est no balde, ali!

Avelhinha agarra num guarda-chuva e aproxima-se do balde. Toninho fala muito depressa.

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- É preciso arranjar um ref gio seguro para o salm o. Podemos met -lo na sua banheira?

- Banheira? exclama a senhora. Mas... Eu n o tenho gua corrente aqui na minha quinta... Lavo-me com gua da minha nascente... N o tenho banheira...

- O qu ? N o tem banheira?

- Pois n o, rapaz! Nem torneiras!

- Quando eu for grande, venho instalar-lhe uma torneira, diz Toninho!

- N o preciso! Eu c arranjo-me muito bem assim...

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- N o, n o e n o! diz Toninho. Quando a senhora for muito, muito velha, precisar de uma torneira! É que, se calhar, j n o conseguir ir at sua nascente.

- Isso boa ideia… Vou ter muita sorte, pois disseram-me que muita gente no mundo n o tem gua ao p de casa... H crian as como tu, Toninho, que t m de andar quil metros para irem busc -la…

- Minha senhora, r pido, precisamos de ajuda! repete Toninho.

- Ah, verdade… J ia esquecendo… diz a velhinha.

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Ave l h i n h a o l h a p a r a o b a l d e e p a r a o s a l m o .

- Bom! Va m o s t r a n s p o r t a r o s a l m o p a r a a minha cozinha e va m o s m e t l o n u m a grande panela...

- Numa grande panela? repete Toninho inquieto.

- Ac a l m a t e , r a p a z , n o v a m o s c o z i n h l o !

Vamos dar l h e g u a m u i t o p u r a . Água da minha nascente.

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Avelhinha agarra no balde e o grupo em peso

s e g u e a . É u m c o r t e j o q u e d n a s v i s t a s .

Oh, a chuva parou! As nuvens desaparecem.

A l u a e s t r e s p l a n d e c e n t e . C h e g a m t o d o s c o z i n h a .

Ave l h i n h a e n c h e d e g u a u m a e n o r m e p a n e l a .

- N o v o u d e i t a r d e m a s i a d a g u a n a p a n e l a .

Ap e n a s o n e c e s s r i o . Porq u e a g u a n o i n e s g o t v el.

- É verd a d e … a g u a n o s e f a b r i c a n e m s e i n v enta, responde Toninho. A l i s , s e m p r e que lavo os dentes tenho o cuidado de fechar a torneira. É q u e o m e u p a i e a m i n h a m e d i s s e r a m m e q u e a g u a p r eciosa, como... ouro.

- Oh! grita a ve l h i n h a . O s a l m o … o s a l m o … deixou de se mexer!

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To n i n h o , L i l a e a g a r a a r r egalam os olhos, assustados.

- NÃO É POSSÍVEL! grita Toninho.

- NÃO! grita Lila.

A g a r a , m a i s c a l m a , a p o i a a p o n t a d o b i c o n a p e l e d o s a l m o e m o r disca uma barbatana do peixe.

- Hein? O que se passa? perg u n t a o s a l m o . D i m e t a n t o a b a r r i g a …

Bum! Bum! Bum! Oh! O que ? A l g u m e s t a b a t e r p o r t a . P elos olhos da velhinha perpassa uma certa pre o c u p a o . Pelos vidros da janela, luzes laranja e azuis chegam dentro de casa. É a luz rotativa de um ve c u l o . Avelhinha abre a porta. Tr s h o m e n s vestidos de branco entram na cozinha. Um deles t e m u m a r m u i t o s i m p t i c o . Usa c u l o s e u m a s grandes botas.

- Minha senhora ! N s s o m o s o s r e s p o n s v eis pela q u a l i d a d e d a g u a . Vimos preveni-la de um perigo!

A l g u m d e v e ter deitado produtos perigosos no r i o q u e a m e a a m c h e g a r g u a d a sua nascente e provocar-lhe dores de barriga.

- É p o r i s s o q u e o s a l m o e s t d o e n t e ! grita Toninho. Venham depressa!

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To n i n h o e m p u r r a o h o m e m a t a o s a l m o . Acocorado, o homem olha para Toninho.

- Foste tu, rapaz, que trouxe s t e e s t e s a l m o a t a q u i ? pergunta o homem.

- Sim, senhor…

- Penso que lhe salvaste a vida…

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De re p e n t e , o s a l m o o l h a p a r a o h o m e m .

- A i n d a h o u t r o s s a l m e s … a l i … m a i s a l m … a h … n o r i o … n o s t i o o n d e a s c r i a n a s c o s t u m a m tomar banho… na Nascente Vermelha…

O homem endire i t a s e . D o r dens com um ar severo.

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- Mi n h a s e n h o r a , p o r a g o r a n o b e b a m a i s g u a da sua nascente! Temos de a analisar o mais

r a p i d a m e n t e p o s s v el! Simples pre c a u o ! Max, h g u a p o t v el no nosso carro! Me t e o s a l m o n a g u a e o f e r ece alguns litros a esta senhora!

Jo n a s , t u s e g u e s j p a r a a N ascente Vermelha! Temos de salvar todos os outro s s a l m e s d o r i o .

O homem quer agradecer a Toninho.

- Chiu! sussurra a velhinha. El e e s t a d o r m i r …

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O sol nasceu. Toninho acord o u . E s t f e l i z . O s a l m o que ele socorre u e s t a n o i t e e s t c u r a d o . Fo i p o s s v el salvar todos os outro s s a l m e s . U m grupo de homens e mulhere s j e s t a l i m p a r o r i o . Toninho

aproxima-se deles.

- Quando poderemos tomar banho no rio outra vez? pergunta Toninho.

- Calma, rapaz! re s p o n d e o h o m e m . N o v a i s e r j .

É pre c i s o l i m p l o e d e s p o l u l o ! Isso leva tempo!

Calma... Sempre com pressa, hein? Mas se tu nos ajudares...

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- Ajudar-vos? pergunta Toninho.

- Estou com uma certa fome! diz o homem a sorrir. Toninho compreende. Precipita-se para a padaria da Cidade Me r l i m e p e d e v i n t e f a t i a s d e p o b a r r a d a s com chocolate e vinte sumos de fruta: «É para os trabalhadores do rio!» exclama. «É a minha maneira de os ajudar!».

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Do alto da colina, Lila contempla a Cidade Merlim. Avista Toninho de longe. O seu amigo corre carregado d e f a t i a s d e p o e d e s u m o s d e f r u t a . N o f c i l transportar tudo aquilo. L i l a e s t o r gulhosa de ter um amigo como o Toninho. Porque sem o Toninho o s s a l m e s e s t a r i a m t o d o s . . . O h! Lila prefere nem pensar nisso. Araposa fecha devagarinho as p l p e b r a s s o b r e os seus olhos castanhos e pensa apenas: «Obrigada, Toninho, por nos protegeres». Um lindo raio de sol atrave s s a o c u . A g a r a , l o n g e de todos, dive r t e s e a d e b i c a r a b a r b a t a n a d o s a l m o .

- Hi , h i … P r a , d i z o s a l m o , f a z e s m e c c e g a s !

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Comissão Europeia

O SALMÃO DA NASCENTE VERMELHA

Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias

2003 — 20 p. — 16,2 x 22,9 cm

ISBN 92-894-4546-7

A presente publicação encontra-se disponível a título gratuito, até esgotamento das existências, no seguinte endereço: Comissão Europeia

Direcção-Geral Ambiente

Centro de Informação (BU9 – 0/11)

B-1049 Bruxelas

Fax: 32-2 299 61 98

E-mail: env-pubs@cec.eu.int

KH-47-02-260-PT-C 14 16

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