Habitação
perspectivas o
social: novas
para
Jardim
Itaú
Suélen Ferrante
Habitação de interesse social: novas perspectivas para o Jardim Itaú
Trabalho final de curso para obtenção do título de graduação em Arquitetura e Urbanismo apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda.
Orientadora: Profª Ma. Tânia Maria Bulhões Figueira.
Ribeirão Preto 2015.11
Suelen Ferrante
Trabalho final de curso submetido ao Curso de Arquitetura e Urbanismo no Centro Universitário Moura Lacerda
Habitação de interesse social: novas perspectivas para o Jardim Itaú
Banca examinadora:
Examinador 1
Examinador 2
Examinador 3
Ribeirão Preto 2015.11
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a minha amada avó, Antônia Ferrante, por sempre ter acreditado em mim enquanto estava presente.
“Em teoria, são as pessoas que vivem nas cidades que deveriam definir o que fazer do espaço urbano. Essa ideia fundamental seria o ponto de partida para a melhoria da convivência, uma vez que a vida cotidiana seria melhorada. Não basta oferecer um teto para as pessoas, tarefa dos programas habitacionais. É necessário fornecer também a cidade, o espaço fora de casa e do trabalho.” Silke Kapp
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os docentes que compartilharam seus conhecimentos nessa jornada, em especial Ana Luisa Miranda e Tânia Bulhões pela dedicação, apoio e ensino. Aos moradores da favela do Jardim Itaú pela confiança e paciência. Aos meus queridos amigos que me ajudaram ideologicamente ou concretamente, mesmo distantes, em especial ao Affonso Malagutti e Vanessa Rodrigues. Aos meus pais, que nos momentos mais difícies foram compreensivos e dedicados, sem a força e apoio de vocês eu jamais chegaria até aqui. Por fim, ao grande arquiteto e urbanista Mauro Freitas, por ser tão prestativo, sua colaboração foi de essencial importância.
A todos vocês os meus sinceros agradecimentos.
Imagem 01| Fotografia de favela no Rio de Janeiro.
ABSTRACT
This paper aims to analyze the slum characteristics of Itaú Garden, its residents and the environment, seeking information from concrete ways to qualify the neighborhood today as abandoned. To support this research present a theoretical basis, which contributes to the understanding of the process of the formation of irregular housing, projective references to collaborate with the final step of this research: check for interventions that modify the seedy reality of the area, especially the slum garden Itaú, will be offered to both new access to the neighborhood, a housing development of social interest, recreation areas and equipment that support its residents.
Keywords: slum, intervention, access, housing, leisure.
RESUMO
O presente trabalho tem como proposta analisar as características da favela do Jardim Itaú, dos seus moradores e do entorno, buscando a partir de informações concretas maneiras de qualificar o bairro, hoje tão abandonado. Para embasar a presente pesquisa apresento uma fundamentação teórica, que colabora para o entendimento do processo da formação da habitação irregular, referências projetuais que colaborarão com a etapa final dessa pesquisa: buscar por intervenções que modifique a realidade decadente da área, em especial a favela do Jardim Itaú, para tanto será proposto novas possibilidades de acesso ao bairro, um conjunto habitacional de interesse social, áreas de lazer e equipamentos urbanos que deêm suporte aos seus moradores.
Palavras-chave: favela, intervenção, acesso, habitação, lazer.
Imagem 02| Favela, aquarela e acrĂlica sobre tela, 50 X 70, Camila Lacerda, 2010
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
15
REFERÊNCIAS
FAVELA
1. FAVELIZAÇÃO NO BRASIL: O INÍCIO NO SÉCULO XIX
17 47
2. O PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS FAVELAS EM RIBEIRÃO PRETO
21 49
5.1 Unidade de habitação| Le Corbusier bbbbbbbbb
3. A FAVELA JARDIM ITÁU: CARACTERIZAÇÃO
25 57
5.2 Conjunto habitacional Quinta Monroy| Elemental arquitetura
67
LEVANTAMENTO
4. COLETA DE DADOS
5. REFERÊNCIAS PROJETUAISmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmbb
55
5.3 Favela Nova Jaguaré - Setor 3| Boldarini Arquitetos Associadosb
PROJETO
31
4.1 Rede De Esgoto
32
4.2 Águas Pluviais
33 79
4.3 Rede de energia elétrica
34 80
6.1 Urbano
4.4 Legislação
35 86
6.2 Arquitetônico
4.5 Uso do Solo
4.6 Materialidade
39 108
CONSIDERAÇÕES FINAIS
4.7 Adensamento
40 109
ANEXOS
4.8 Sistema viário
41 113
REFERÊNCIAS DAS IMAGENS
4.9 Formação do Jardim Itaú
42 117
REFERÊNCIAS
6. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL
37
BBBBBB bbbbbb
ABRIGOSERTÃOÁBUSOMATERIALIDADE EXCLUSÃO LAR SOCIEDADE RIO DE JANEIRODIFICULDADE ESGOTO PRECARIEDADE BRASIL RACHADU SECA BAHIACANUDOS BAGUNÇA ÁRBUSTO
“Ele deixou sua mente viajar enquanto fitava a cidade, meio favela, meio paraíso. Como um lugar podia ser tão feio e violento, mas bonito ao mesmo tempo?” Chris Abani
INFORMALIDADE CONSELHEIRO MORADIA MOR VIDA AGLOMERADO ARRAIALNORDESTE PLANTA SERTÃO IMPROVISO RACHADURASECA FIBROCIMENTO UNIÃO RIO DE JANEIRO PHYLLACANTHUSRACISMO PROVIDÊNCIA RACHADURA MATERIALIDADE BAHIA PLORIFERAÇÃO EXCESSOAGRUPAME LAJE LAR DIFICULDADE PROVIDÊNCIA DIF INFORMALIDADE BARRO ABRIGO TRABALHO RIBEIRÃO PRETO AGLOMERADO CRESCIMENTO AGLOMERADO SOLDADOS MEDO TRABALHO EXÉRCITO CARIOCAS SECA HABITAÇÃO INFORMALIDADE POSSIBILIDADE BRASIL MORRO EXCLUSÃO ESGOTO IMPROVISOALVENARIA TER CRESCIMENTO DESEMPREGO RACISMO CONSELHEIRO CRESCIMENTO POPULAÇÃOEXCLUSÃOBAGUNÇA ÊXODO AGRUPAMENTO PERIFERIA DESEMPREGOSOCIEDADE FIBROCIMENTO PRECONCEITO INCONSEQUENTE LAR PRECONCEITOPLORIFERAÇÃOBAGUNÇA AGLOMERADO AGL INFORMALIDADE MATERIALIDADE HABITAÇÃOMORRO DESEMPREGO PLORIFERAÇÃO DISTANTE RIBEIRÃO PRETO ITAÚ ABRIGO D FRAGILIDADEBARRO FESTADEFICIÊNCIA IDOSOS
ABRIGOSERTÃOÁBUSOCAPITALBAGUNÇAEXÉRCITO DIFICULDADE
RIO DE JANEIRO LAR MATERIALIDADE BRASIL NECESSIDADEEXCLUSÃOEXCESSOGUERRA RIO DE JANEIRO ESGOTO SOCIEDADE HABITAÇÃO HABITAÇÃO POSSIBILIDADEPRECONCEITOTERRA PRECARIEDADE EXÉRCITO CANUDOS CRESCIMENTOÊXODO SECA BAHIA ÁRBUSTO RACISMO DESEMPREGOAGLOMERADO URA INFORMALIDADE RACHADURA TRABALHO CONSELHEIRO DROGAS INCONSEQUENTE NORDESTE SOLDADOS BAGUNÇA RADIA RACHADURA BARRO VIDA RACISMO ESGOTO POPULAÇÃO LAJE RACHADURA MORRO RIBEIRÃO PRETO SECA LAJE ARRAIAL MEDO PLANTA MORRO
SERTÃO IMPROVISO AGRUPAMENTO COMPANHEIRISMO UNIÃOFIBROCIMENTO PLORIFERAÇÃO ÁBUSO PLORIFERAÇÃO PERIFERIA AGRUPAMENTO MADEIRA AUSÊNCIA SUJEIRA SOCIEDADE MATERIALIDADE MATERIALIDADE PROVIDÊNCIA NECESSIDADE PHYLLACANTHUS CONSELHEIRO BAHIA CANUDOS PROVIDÊNCIA INCONSEQUENTE PRECARIEDADESUJEIRAGOVERNO LAJEPROVIDÊNCIA LAR RACISMO INCONSEQUENTEPOSSIBILIDADE RIO DE JANEIRO ENTO LAJE CRESCIMENTO BARRO ABRIGO FICULDADE ITAÚ INFORMALIDADE MATERIALIDADE LAJE FAMÍLIA SERTÃO SOLDADOS RIBEIRÃO PRETO VIDA OTRABALHO FAMÍLIA RIBEIRÃO PRETO POPULAÇÃO INCONSEQUENTE TRABALHO DESEMPREGO IMPROVISO LAR CONSELHEIRO UNIÃO PERIFERIA REJEIÇÃO CARIOCAS SOLDADOS BRASIL SÃO PAULO POSSIBILIDADE EXCESSO ÊXODO MEDO ÁRBUSTO DESEMPREGO LAJE SECA RACHADURA AGRUPAMENTO DENSIDADE MORADIA IMPROVISO DESORDEM EXÉRCITO ESGOTO TRABALHADORESCAPITAL MADEIRA CRESCIMENTO IMPROVISO CRESCIMENTO RRA ALVENARIAAUSÊNCIA HABITAÇÃO CRESCIMENTO CIDADE BAGUNÇA POSSIBILIDADE EXCLUSÃO FIBROCIMENTO HABITAÇÃO UNIÃO RACISMO EXCLUSÃO MATERIALIDADE CLANDESTINO POPULAÇÃO AGLOMERADO SOCIEDADE O MORADIA RACHADURA DESEMPREGO CRESCIMENTO EXCESSO INCONSEQUENTE PERIFERIA POSSIBILIDADE AGLOMERADO O GOVERNO NECESSIDADE DIFICULDADE PRECONCEITO RACHADURA ABRIGO PRECONCEITO LAR SERTÃO PLORIFERAÇÃO INCONSEQUENTE INDUSTRIALIZAÇÃO LAJE DESEMPREGO MÚSICA ÁBUSO ABRIGOGRANDETRABALHADORES PLORIFERAÇÃO MORRO LOMERADOPOPULAÇÃO DROGAS PROVIDÊNCIA DEFICIÊNCIA BAGUNÇA BAGUNÇA ESGOTO INFORMALIDADE TERRAAGRUPAMENTO CRESCIMENTO DESIGUALDADE MATERIALIDADE DISTANTE RIBEIRÃO PRETO AMIZADES FAMÍLIACHURRASCO PERIFERIAFRAGILIDADE FESTA FIBROCIMENTO BAGUNÇA IRREGULAR ITAÚ BARRO OESTE VIDA DEFICIÊNCIA POSSIBILIDADE CRIANÇAS ALVENARIA
FAVELA COMPANHEIRISMO
Imagem 03| Exemplo de assentamento precรกrio no Brasil.
INTRODUÇÃO
Em toda a história da humanidade, o desejo de possuir um espaço onde se possa ocupá-lo, dominá-lo e transformá-lo, vem sendo um dos mais significativos objetivos do homem, já que proporciona ao indivíduo dignidade, proteção e respeito perante toda a sociedade. Com a especulação imobiliária cada vez mais presente, comprar a tão sonhada casa própria, vem sendo previlégio de poucos. Mesmo com o incentivo de programas governamentais, ainda é muito grande a parcela da população que não consegue alcançar esse sonho.
Na questão habitacional, os intereses privados sobrepõem-se em relação à necessidade comum. É nítido como “...o mercado de trabalho e o mercado de locação de imóveis não se comunicam” (BONDUKI, 2013 p. 9). O salário do trabalhador muitas vezes não é suficiente para quitar as parcelas do aluguel e muito menos participar do financiamento de casas, o que resulta na fragilidade que as grandes cidades enfrentam: “...se o mercado de trabalho relega parte da população à pobreza, o mercado imobiliário nega aos pobres a possibilidade de habitar no mesmo espaço em que moram aqueles que podem pagar” (BONDUKI, 2013, p. 8).
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Como consequência dessa realidade, a parcela menos beneficiada da população encontra outros meios de alcançar seus anseios, criando assim soluções que estão distantes de serem adequadas. Entre estas soluções está a ocupação irregular de terrenos públicos e privados, dando origem aos denominados assentamentos precários. O processo de favelização está cada vez mais presente nas grandes e médias cidades brasileiras.
Em Ribeirão Preto, cerca de 1400 famílias (prefeitura de RIBEIRÃO PRETO, 2010, não paginado.) residem em assentamentos precários, em sua maioria, nas áreas periféricas da cidade. Tendo em vista este contexto, o presente trabalho tem como principal objetivo desenvolver um projeto de um Conjunto Habitacional para moradores da “Favela do Itaú”, localizada no bairro Jardim Itaú, zona oeste de Ribeirão Preto buscando, sobretudo o remanejamento da população, já que uma das principais dificuldades da “Favela do Itaú” é o adensamento construtivo excessivo e a total falta de infraestrutura na área que compreende o assentamento.
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Para tanto, esse trabalho procura apresentar soluções adequadas para os problemas de moradia encontrados nessa favela. Com esse intuito, a pesquisa será baseada em quatro partes: a primeira composta pelos capítulos um, dois e três, onde é apresentado um levantamento de dados históricos sobre o processo de favelização no Brasil e na cidade de Ribeirão Preto, respectivamente. O quarto capítulo expõe um estudo de caso onde é contextualizada a favela do Jardim Itaú apresentando um levantamento detalhado da área, a fim de diagnosticar as principais dificuldades e potencialidades do local. A terceira parte apresenta três referências projetuais, a primeira é a unidade de habitação localizada na cidade de Marselha na França, a segunda é conjunto habitacional Quinta Monroy no Chile e a terceira referência será a intervenção na favela Nova Jaguaré em São Paulo, as três embasarão o projeto apresentado na quarta parte: um Conjunto Habitacional somado a áreas de recreação, localizado no entorno imediato da favela; além disso será proposto como diretriz projetual a construção de uma unidade básica de saúde, um centro educacional e melhoria nos acessos do bairro facilitando assim a conexão do Jardim Itaú com o centro da cidade de Ribeirão Preto.
Imagem 04| Crianças em meio a destroços causado por incêndio na favela Sônia Ribeiro em São Paulo.
1. FAVELIZAÇÃO NO BRASIL: O INÍCIO NO SÉCULO XIX
O processo de favelização no Brasil tem origem em meados do século XIX, como resposta a uma série de marcos históricos pelos quais o país passava. Segundo Ermínia Maricato, o surgimento do problema habitacional no país data de 1850 quando “a partir da promulgação da Lei de Terras [...], na emergência do trabalho livre, assegurou que a propriedade fosse transformada em mercadoria e a atividade empresarial imobiliária regulamentada” (MARICATO, 1996 apud FREIRE, 2006 p. 21). A lei em questão define pela primeira vez no Brasil a implantação de propriedade privada, dando direito à terra para quem a compra ou regularizando “posses mansas e pacíficas [...] que se acharem cultivadas, ou com princípio de cultura e morada habitual do respectivo posseiro ou de quem o represente...” (BARROS, 2015 p. 250).
Outro marco significativo, que afeta fortemente o início do processo de favelização, é a Lei Áurea, que em 1888, com a libertação dos escravos, consolida no Brasil uma sociedade dividida em duas classes: proprietários e não proprietários, “de um lado os latifundiários de terras urbanas de outro os escravos, recém libertos e a mão de obra assalariada sem acesso á terra.” (FREIRE, 2006, p.22).
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Além desses fatos, cada estado ou região brasileira possui outros marcos que resultam na origem dos assentamentos precários. Como cita Houaiss Pereira, o Rio de Janeiro é a cidade que possui, hoje, as maiores favelas do país e também deu origem ao próprio termo, na busca de classificar esse tipo de assentamento: A origem das primeiras favelas, no Rio de Janeiro, está ligada ao fim da Guerra de Canudos em 1897 que trouxe à capital federal inúmeros ex-combatentes que, sem nenhum apoio institucional quanto à questão da moradia, ocuparam o Morro da Providência que se localizava atrás das guarnições militares. A ocupação passou-se a chamar Morro da favela, em referência ao morro que as tropas ocuparam na região de Canudos onde se encontravam muitas favelas – plantas leguminosas utilizadas para a alimentação.” (HOUAISS ,2004; PEREIRA, 1996; TASCHNER, 2000 apud FREIRE, 2006, p. 24).
“Segundo Bonduki, as primeiras favelas em São Paulo surgiram como uma resistência dos inquilinos, despejados pelos efeitos da Lei do Inquilinato de 1942, em deixar as áreas centrais e mudar-se para a periferia. As áreas ocupadas localizam-se nas várzeas dos rios Tietê e Tamanduateí, públicas e ociosas devido à dificuldade de ocupação do centro ou em áreas industriais.” (FREIRE, 2006, p. 22).
Com o passar dos séculos, os aglomerados subnormais (assentamentos irregulares conhecidos como favelas, invasões, grotas, comunidades, vilas, mocambos, palafitas e etc.) foram aumentando gradativamente suas proporções, ocupando não somente as capitais como também grandes cidades localizadas no interior dos estados brasileiros; no ano de “[...] 2010 o Brasil contava com 190.732.694 milhões de habitantes, sendo que 6% destes residiam em locais irregulares, um total de 11.425.644 milhões de pessoas, distribuídas em 323 municípios” (segundo dados do IBGE – senso 2010, não paginado). A maioria das ocupações acontece em regiões metropolitanas como São Paulo e Rio de Janeiro, “[...] em áreas menos propícias à urbanização como encostas íngremes [...], àreas de praia [...], vales profundos [...], baixadas permanentemente inundadas [...], manguezais [...]’’ (IBGE – senso 2010, não paginado), entre outras.
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Imagem 05| A primeira favela do Brasil, morro da favela, hoje conhecido como morro da providência. 2012.
Outra área de grande importância nessa questão é a região metropolitana de São Paulo, onde suas primeiras favelas surgiram por motivos bem diferentes daqueles que levaram o surgimento no Rio de Janeiro: “consequência dos despejos, da forte urbanização e da falta de alternativas habitacionais, os primeiros núcleos de favelas em São Paulo surgiram na década de 40” (BONDUKI, 2013, p.270).
Imagem 06| Divisa entre o condomínio de luxo Penthouse e a favela Paraisópolis na cidade de São Paulo. 2004.
Desde o seu surgimento, as favelas são mundialmente conhecidas como áreas de desordem e, muitas vezes, são relacionadas à violência e à precariedade. Cenário presente em grandes obras literárias e sucessos do cinema nacional e internacional, de onde boa parte da população se baseia para formar sua opinião a respeito do local. Mas afinal, o que caracteriza de fato uma favela? Muitos autores propõem um significado para o termo a fim de diferenciar a favela de outras formas de assentamentos precários como: núcleos urbanizados, cortiços, loteamentos irregulares, entre outros. Segundo Alliance:
[...] favelas são núcleos precários, localizados em áreas públicas ou privadas. Em ambos os casos, as favelas são originárias de processos de ocupação espontâneos ou organizados, à revelia dos proprietários entre o proprietário da terra e os habitantes da favela. (CITIES ALLIANCE: 2004, p. 11, apud Freire, 2006 p. 17).
Já de acordo como a SEHAB (Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo):
Favelas são núcleos habitacionais mais precários, com moradias autoconstruídas, formadas a partir da ocupação de terrenos públicos ou particulares. Estão associados a problemas da posse da terra, a elevados índices de precariedade ou à ausência de infraestrutura urbana, serviços públicos e população com baixo índice de renda. (SEHAB, 2010, não paginado).
Em contrapartida ao que foi citado até o momento, a favela não é representada apenas por características negativas, ela também incorpora recursos que podem ser explorados de forma positiva e que muitas vezes não são vistos ou aproveitados adequadamente. Muitas vezes a favela é construída em áreas proprícias à expanção urbana, locais destinados à recreação e áreas verdes, terrenos com alta declividade, próximos a córregos, rios, entre outros. Os próprios barracos contam com características peculiares, por exemplo, o uso das lajes para circulação ou recreação, entre outros. Saber identificar essas características e potenciais vem sendo cada vez mais a preocupação de grandes urbanistas, já que muitas vezes, as “soluções” apresentadas é o deslocamento desses habitantes para áreas distantes, gerando uma série de transtornos aos seus moradores.
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Imagem 07| Favela da Rocinha, Rio de Janeiro 2014.
Imagem 08| Moradora se emociona ao abraçar animal durante incêndio na favela da Mata em Ribeirão Preto.
2. O PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS FAVELAS EM RIBEIRÃO PRETO
A cidade de Ribeirão Preto, região nordeste do estado de São Paulo, localiza-se em uma das áreas mais ricas e bem equipadas do país, considerada sede do maior pólo sucro-alcooleiro do mundo. Além do agronegócio, o município conta com uma vasta variedade de comércios e prestação de serviços que atrai muitos moradores de cidades vizinhas; sendo assim, o município conta com um mercado imobiliário em constante expansão. No entanto, segundo Vera Migliorini: Paralelamente à incorporação dos luxuosos residenciais fechados, esvaziam-se regiões antigas e mais centrais da cidade, e proliferam os bolsões de pobreza, na forma de loteamentos subsidiados pelo poder público distantes das áreas mais equipadas e, em meio deles, precários assentamentos habitacionais clandestinos. (MIGLIORINI, PALAZZO e VIANA, 2009, p. 1).
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Esses núcleos de habitação irregular possuem as mesmas características encontradas em outras regiões do país, guardadas as diferenças de grau e intensidade. Foram construídas em áreas de preservação ambiental, institucionais ou até mesmo privadas, em locais afastados da região central, não possuem saneamento básico, o que coloca seus moradores em situação de vulnerabilidade.
A origem do processo de favelização na cidade de Ribeirão Preto aconteceu a partir da década de 1960, como consequência de uma urbanização desenfreada, “...chegando a mais de 400% ao longo de 50 anos, segundo dados do IBGE.” (ADAS, 2004, p.50). Um dos principais fatores foi um extremo esvaziamento da zona rural da cidade, devido ao atrativo processo de industrialização que o município apresentava. Outro fato relevante diz respeito à implantação do Proálcool, na década de 1970, que demandava mão de obra para o corte da cana-de-açúcar, o que aumentou significativamente a migração na região.
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Imagem 09| Maria Isabel da Silva Almeida, em favela no bairro parque Ribeirao Preto. 2010.
A maior parte desses migrantes, que contribuíam para formar a mão de obra barata no corte da cana-de-açúcar, não conseguia acompanhar o ritmo do mercado de imóveis. Muitas vezes o salário dos trinta dias de trabalho não era suficiente para quitar o aluguel, muito menos realizar a compra de uma casa ou apartamento. Dessa forma “a produção informal de habitação e assentamentos precários surge como uma estratégia de acesso a cidade” (CAVALLIERI e OLIVEIRA, 2006, p. 4, apud MIGLIORINI, PALAZZO e VIANA, 2009, p. 2.).
E como consequência desse sistema, depois da década de 1980, as favelas apresentaram um crescimento desenfreado. De acordo com ADAS: Em 1993, segundo dados da Secretaria Municipal de Bem-Estar Social, do município de Ribeirão Preto, divulgados em fevereiro de 1994, a cidade contava com 7.830 favelados ou pessoas vivendo em condições precárias de mroadia, distribuídas em 21 favelas da cidade com o número de barracos estimado em 1.566. No início de 2001, transcorridos 8 anos, de acordo com novo levantamento da Secretaria da Cidadania e Desenvolvimento Social, a cidade apresentava 26.205 moradores vivendo em favelas e ocupações de sem-teto que, reunidas contabilizavam 31 áreas [...]. (ADAS, 2004, p.50):
A prefeitura local apresenta uma preocupação em erradicar as favelas do município, principalmente as que possuem maior dimensão, descriminadas na imagem 10, pelo fato de trazerem consigo grandes problemas advindos da ausência de saneamento básico, doenças e muitas vezes violência. Um bom exemplo foi o que aconteceu na favela da Mata, onde a desapropiação foi feita e várias famílias receberam moradia em outras localidades, a imagem número 12 representa bem esse acontecimento, os projetos realizados, em sua maioria, “consistem na ocupação de espaços vazios da cidade” (RIBEIRÃO PRETO, 2014, não paginado), relocando os moradores das favelas para outras áreas do município para ocuparem “conjuntos habitacionais compostos por apartamentos de 40m²” (segundo informações fornecidas pelos próprios ex-moradores dos assentamentos.). A discussão que será tratada ao longo desse trabalho é a procura da melhor forma de se intervir em núcleos de habitações irregulares; será que mudar completamente a vida dessas pessoas, alterando o seu cotidiano, afastando-as da sua área de convivência, modificando as características das suas habitações, seja mesmo a melhor forma de solucionar essa questão?
Imagem 10| Gráfico apresentando informações sobre as favelas mais populosas de Ribeirão Preto. 2012.
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Imagem 11| Favela do bairro Vila Zanetti e córrego Tanquinho, onde os moradores locais despejam o lixo. 2011.
Imagem 12| Desapropiação da favela da Mata, no Jardim Aeroporto. 2012.
Imagem 13| Moradia encontrada na favela do Jardim ItaĂş.
3. A FAVELA JARDIM ITÁU: CARACTERIZAÇÃO
O bairro Jardim Itaú, localizado na zona oeste da cidade de Ribeirão Preto, foi inaugurado no ano de 1969, desde então, parte do bairro não possui asfalto e rede de esgoto. O Jardim Itaú é o único bairro da cidade que, “juridicamente, é clandestino, pois nao foi registrado em cartório. Nesse contexto é o local mais problemático do município, afirma o promotor de Justiça de Urbanismo, Antonio Alberto Machado” (PAVINI, 2015, não paginado); sendo assim, grande parte dos moradores ocupam uma área maior que a de direito, muitas vezes ocupando o espaço destinado a calçadas, terrenos vizinhos e até mesmo das vias públicas. Por volta do ano de 1990, as ruas limites do bairro começaram a ser ocupadas ilegalmente, cada família improvisou da forma que pode para construir as próprias casas, conectar energia elétrica e liberar o próprio esgoto para as fossas.
A Favela do Jardim Itaú, objeto de estudo deste trabalho, possui em torno de “50 unidades irregulares de habitação” (PAVINI, 2015, não paginado), sendo as primeiras construídas há mais de 20 anos. Parte da favela se desenvolveu em uma área onde, segundo o plano diretor de Ribeirão Preto, projetava-se implantar uma avenida, nesse local “no ano de 2013 as casas foram erradicadas e cada família recebeu um apartamento num conjunto habitacional na zona norte do município (segundo informações fornecidas pelos próprio moradores.).
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O restante da favela permanece no mesmo lugar com os seus moradores vivendo sob as mesmas condições, como acontece nos demais assentamentos precários da cidade, seus habitantes encontram grande dificuldade para acessar equipamentos urbanos e transporte público, as residências irregulares não contam com saneamento básico, casas construídas em ruas de terra e muitas vezes, fazendo da terra batida o próprio piso, o esgoto é a céu aberto, ligações de energia elétrica clandestinas, construções mal estruturadas, a grande maioria são em alvenaria com telhas de fibrocimento, pé-direito relativamente baixo enfim, vulneráveis às interpéries e seus moradores sujeitos a diversas doenças ou infecções. Em meio a essa situação desordenada, até o presente momento, a prefeitura local não tomou nenhuma atitude que viabilize uma solução para essas moradias, colocando essa regão em posição de total descaso.
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A favela em questão, está localizada em uma região afastada das principais áreas comerciais e de serviços da cidade, tanto o bairro que está inserida quanto os limítrofes não possuem qualquer tipo de equipamento; seus moradores, sem opção, se deslocam para a Vila Virgínia ou Centro para terem acesso a escolas, hospitais, mercados e etc., colaborando assim para a formação de um trânsito cada vez mais caótico. A imagem 14 apresenta a localização de cada um dos bairros, deixando explicita a distância que seus moradores percorrem diariamente; o círculo azul turqueza posiciona o Jardim Itaú, em comparação com círculo vermelho que representa o Centro e o cículo amarelo a Vila Vírginia. O bairro não conta com transporte púlico, sendo assim, a única opção é caminhar até o bairro Jardim Recreio, para só então conseguir transporte para o centro. A imagem 17 mostra mais claramente a relação de proximidade entre os dois bairros, a avenida Bandeirantes, que permite um acesso direto e rápido ao centro, servindo de divisor entre essa área e a Universidade de São Paulo (USP), Imagem 14| Fotografia aérea de Ribeirão destacando os bairros Centro, o Jd. Itaú e a Vila Vírginia.
Imagem 15| Depósito de sucatas em frente a favela do Itaú.
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Imagem 16| Exemplo de habitação da favela do Itaú.
A sequência de imagens 15 e 16 representam a atual situação da favela Jardim Itaú, a primeira mostra um depósito de sucatas e lixo ocupando boa parte de um terreno baldio dentro dos limites do bairro, A segunda fotografia mostra uma das moradias encontradas na favela, vemos o improviso desse morador: portões e telhas substiuindo muros, pé-direito relativamente baixo e na falta de encanamento o esgoto foi mantido a céu aberto. Essa habitação em questão, mora uma família composta po 12 pessoas, vivendo sobre 4 cômodos; exemplificando toda a problemática apresentada nesse trabalho até então.
LEGENDA: Jardim Itaú Jardim Recreio Favela do Jardim Itaú Favela do Jardim Itáu já erradicada Imagem 17| Fotogradia aérea destacando a localização do Jardim Itaú, Jardim Recreio, favela do Jardim Itaú, Campus da USP e avenida Bandeirantes.
PRECÁRIO
VIAS DESORDEMPESQUISA ENTORNO AGLOMERAÇÃO COMUN EXTERIOR CROQUI IMPROVISO COMÉRCIO GRÁFICOSVISTA
MEDIÇÃO RIBEIRÃO PRETO PERIFERIA DESIG SOCIEDADE POBREZA SOCIEDADE C SANEAMENTO PARCELAMENTO TOPOGRAFIA MEDIÇÃO ESGOT CONVERSA IMPROVISO BARROOCUPAÇÃO CURVAS FOTOGRAFIA VISITA BRASIL PROPRIEDADEFOTOG ELETRECIDADE PERIFERIA ADENSAMENTO PAPELÃOCOMUNIDADE CURVAS INFORMALIDADE MEDO PESQUISA MATERIA SÃO TRABALHADORES PAULO TRABALHADORES PARCEL AGRUPAMENTO BAGUNÇA CRIANÇAS EXTERIOR ITAÚ SOCIEDADE POPULAÇÃO DADOSFAVELA CON LOCAL TABELAGRÁFICOS CLANDES FIBROCIMENTO AGLOMERAÇÃO IMPROVISO ADENSAMEN SOCIEDADE SÃO PAULOFAVELA COMUNIDADESOCIEDADE MEDIÇÃO HABITAÇ DESORDEM CONTATO PR INFORMALIDADE IMPRO LEGISLAÇÃO INFRAESTRUTURA TERRA PROPRIEDADE MORADIA FAMÍLIA CORTES ECONÔMICOS AGRUPAMENTO ESPACIA COMUNIDADE SANEAMENTO TOPOGRAFIA ESPACIAL BARRO AÉREO PLUVIAL AGRUPAMENTO IMPROVISO MATERIALIDADECLAND DESIGUALDADEOCUPAÇÃO CLANDESTINO ENERGIA EVOLUÇÃO ENTORNO ELETRECIDADE ÁREA BAIRRO MEDO INFORMAÇÃO CONTATO IMPROVISOAUSÊNCI “E tem favela e tem gente boa e gente ruim. Tem gente trabalhando e gente só aproveitando. Até quem teve casa invadida não desistiu. É prum futuro melhor que se investiu. O asfalto em muito lugar é que não resistiu. Tem buracão, cão bravo solto, mas também joão de barro bão. Ainda tem poeirão e margaridão. Mas tem obra em volume, tem quem só veja estrume, vagalume tem tem. Há luz nesse trem. É saber viver o Jardim Itaú além.” AMAJI (Assosiação dos Moradores e Amigos do Jardim Itaú.)
SOLO ADENSAMENTO AGRUPAMENTO DEFICIÊNCIA COMUNIDADE VIDAPROPRIEDADE CHUVAÁREA
MAPEAMENTO FORMAÇÃO ADENSAM INFORMALIDADE ADENSAMENTO OCUPAÇÃO VIÁRIO MATERIALIDADE CO TABELA FAVELA MAPEA
MATERIALIDADECLANDESTINO FIBROCIMENTO PRECÁRIO ENTORNO DESORDEM FAVELA VISTA GOVERNO CONTATO AGLOMERAÇÃO PESQUISA IMPROVISO ENERGIA RIBEIRÃO PRETO NIDADE TABELA EXTERIOR CROQUI SÃO PAULO SOCIEDADE IMPROVISO COMÉRCIO DADOS GRÁFICOS OPINIÃO PLANTAS AGUALDADEFÍSICOITAÚPROPRIEDADE OESTE SANEAMENTO MEDIÇÃO PERIFERIA DESENHOS ELETRECIDADE BRASIL SOCIEDADE CORTES PROPRIEDADE POBREZA CONVERSA ESGOTOINTERIORTOPOGRAFIA PARCELAMENTO VIAS VISITA QUESTIONÁRIO COMÉRCIO POBREZA REDE MEDIÇÃO CONVERSA POPULAÇÃOAÉREO TOMADEIRA HABITAÇÃO OCUPAÇÃO IMPROVISO BARROOCUPAÇÃO NECESSIDADE CURVAS SANEAMENTO FOTOGRAFIA DESIGUALDADE LOCAL AUSÊNCIA CHUVADEFICIÊNCIA PROPRIEDADE GRAFIACONVERSA ELETRECIDADE PERIFERIA OCUPAÇÃO PAPELÃO
PERIFERIABÁSICO CONVERSA ALIDADE
PROPRIEDADE COMUNIDADE INFORMALIDADE ADENSAMENTO BAIRRO MEDO PESQUISA MADEIRA ELETRECIDADE COMUNIDADE CAMPO TRABALHADORES POPULAÇÃO TRABALHADORES AGRUPAMENTO EVOLUÇÃO GOVERNO CONTATO BAGUNÇA LAMENTO USO IMPROVISO CRIANÇAS EXTERIOR CLANDESTINO BARROSOCIEDADE ITAÚ TRABALHADORES CORTES TABELA POPULAÇÃO PARCELAMENTO NTATO OESTE FAVELA DADOSENERGIA ENTORNO DESORDEM DADOS PARCELAMENTO TABELAGRÁFICOS SOCIEDADE STINO FIBROCIMENTO EXTERIOR AGLOMERAÇÃO FAVELA PLANTAS BRASIL IMPROVISO MATERIALIDADE EXTERIOR NTO SOCIEDADE ADENSAMENTO HABITAÇÃO COMUNIDADESOCIEDADE SÃO PAULO IMPROVISO PRECÁRIO ÁREA EVOLUÇÃO AÉREO PRECÁRIO ENTORNO CONTATO DESORDEM MEDIÇÃO RIBEIRÃO PRETO REDESOCUPAÇÃO ÇÃO INFORMALIDADE INFRAESTRUTURA GOVERNO ROPRIEDADE GOVERNO CRIANÇAS INFRAESTRUTURA TERRA OVISOREGISTRO SISTEMA INFORMAÇÃOCOMÉRCIO MORADIA CURVAS GRANDE PROPRIEDADE A HABITANTESENERGIA ÁREA CORTES BÁSICO RIBEIRÃO PRETO SÃO PAULO CONVERSA LOCAL AL OESTE COMUNIDADE SANEAMENTO TOPOGRAFIA EXTERIOR OCUPAÇÃO PROPRIEDADE ESPACIAL CHUVA REDES BARRO AÉREO AUSÊNCIA POPULAÇÃO FOSSAIMPROVISO AGRUPAMENTO MATERIALIDADE MAPEAMENTO VIAS DESTINO PLUVIAL DESIGUALDADE OCUPAÇÃO INTERIOR OCUPAÇÃO EVOLUÇÃO ENTORNO CLANDESTINO REALIDADE DEFICIÊNCIA ECONÔMICOS ELETRECIDADE CLANDESTINO BAIRRO TABELA MATERIALIDADE IMPROVISO SISTEMA ITAÚ MEDO IA COMPANHEIRISMO NECESSIDADE USO INFORMAÇÃOSOLO CONTATO IMPROVISO FORMAÇÃO AGRUPAMENTO INFRAESTRUTURAVIÁRIOCONVERSATRABALHADORESSOCIEDADE ADENSAMENTO PROPRIEDADE BASE PAPELÃO VIDA COMUNIDADE CRIANÇAS POPULAÇÃO PLUVIAL CHUVA ADENSAMENTO PARCELAMENTO FORMAÇÃO MENTO IDOSOS AGRUPAMENTO INFORMALIDADE DESIGUALDADE GRÁFICOS ADENSAMENTO MATERIALIDADE MEDO ONVERSAESPACIAL EXTERIOR OCUPAÇÃO VIÁRIO FAMÍLIA TABELA ÁREA LEGISLAÇÃO ADENSAMENTO FALTAADENSAMENTOFAVELA AMENTO HABITAÇÃOPOBREZA OCUPAÇÃO
LEVANTAMENTO
Imagem 18| Fotografias da favela do Jardim ItaĂş.
4. COLETA DE DADOS
Para um melhor entendimento da área de estudo, um levantamento foi realizado buscando criar uma base sólida para possibilitar a criação de um conjunto habitacional de interesse social para moradores da favela do Jardim Itaú, que contará com dados físicos e sócio-econômicos dos habitantes da favela, a fim de conhecer melhor a realidade do local e dos seus habitantes, levando sempre em consideração opiniões e depoimentos de quem ali vive.
A coleta de dados conta com fotografias registradas na favela, mapas oferecidos pela Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, imagens aéreas tanto da área de estudos quanto do seu entorno, pesquisa em campo e mapas sistemáticos apresentando fielmente a realidade local. Os dados coletados serão analisados criticamente, com o objetivo de extrair dos mesmos as principais caracteristicas, identificando as deficiências e qualidades do local e as peculariedades da favela do Jardim Itaú em relação aos demais setores de Ribeirão Preto.
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4.1 Rede De Esgoto
Com base nos dados coletados, nos depoimentos fornecidos pelos moradores locais e pelas visitas em campo, é notório como a área é carente quando o assunto é saneamento básico, tanto a parte ocupada pela favela (destacada pelo pontilhado vermelho na imagem número 21) quanto nas vias não asfaltadas do bairro Jardim Itaú, nos deparamos com a ausência de rede de esgoto canalizada. Estas características somadas a falta de limpeza na área como um todo, apresentam uma visão de descaso aos visitantes, Na área compreendida pela favela o esgoto a céu aberto gera mau cheiro no ambiente e fortalece a ideia de total falta de higiene, contribuindo para o surgimento de diversos problemas de saúde aos moradores e animais que ali vivem.
32
Para exemplificar as informações descritas no parágrado anterior, segue uma sequência de imagens onde as duas primeiras fotografias (respectivamente imagens 19 e 20) revelam a atual situação da favela do Jardim Itaú, a primeira foi captada na rua Diva Egnácio Ambrósio no quintal de uma das residências e a segunda na rua Prisco da Cruz Pratés em meio a uma das vias; logo após segue um mapa fornecido pelo DAERP - Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (imagem 21) onde vemos que a quantidade de rede de esgoto existente (representada pelos pontos vermelhos) ocupa praticamente a metade do bairro, quando comparada com a rede de esgoto a executar (demonstrada pelos pontos verdes). A imagem 22 compõe três desenhos esquemáticos da rede de esgoto: planta, corte e detalhamento da ligação entre os poços de coleta e as moradias. A partir dessas informações, conclui-se que o sistema de esgoto é um dos temas mais urgentes a serem tratados no local, sendo assim, a prefeitura de Ribeirão Preto deu início as obras para a execução de “pavimentação asfáltica, galerias de águas pluviais, redes e derivações de água e esgoto e construção de calçadas em diversas ruas do bairro Jardim Itaú” (RIBEIRÃO PRETO, 2015, não paginado.), com previsão de término para outubro de 2015.
Imagem 19| Fotografia revelando o esgoto a céu aberto na rua Diva Egnácio Ambrósio na favela do Jardim Itaú.
Imagem 20| Fotografia apresentando o esgoto a céu aberto na rua Prisco da Cruz Pratés na favela do Itaú.
Imagem 21| Mapa com a localização da rede de esgoto existente e a executar.
Imagem 22| Ilustração dos poços de coleta de esgoto no bairro, com imagens da planta, do corte e o detalhamento da ligação entre os poços e as residências.
4.2 Águas Pluviais
O bairro Jardim Itaú não conta com coleta de águas das chuvas, já a favela, por não possuir ruas asfaltadas e nem meio-fio, a água em abundância escorre de acordo com a declividade do solo, em direção ao córrego mais próximo. Em meio as ruas de terra formam-se poças com água suja, tornando a via escorregadia e perigosa; o que facilita a proliferação de bactérias e insetos causadores de doenças, como é o caso da dengue, uma das doenças mais comuns na região, como apresenta a imagem 23. De acordo com a figura 24, que representa o mapa de topografia do bairro e seu limite imediato, ientificando a direção que as águas pluviais percorrem na área. De acordo com o mapa, toda a área possui declividade média em direção aos córregos que cervam a o bairro. Essa característica topográfica será explorada nesse trabalho a fim de colaborar para o desenho do conjunto habitacional.
Imagem 23| Fotografia registrando a rua Diva Egnácio Ambrósio após forte chuva.
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Direção das águas pluviais. Imagem 24| Mapa de topografia do Jardim Itaú, indicando a direção das águas pluviais na favela.
4.3 Rede de energia elétrica
De forma geral, o bairro Jardim Itaú, é bastante desprovido de rede de energia elétrica legalizada, grande parte das ruas não são pavimentadas e coincidentemente não contam com esse serviço, dessa forma os moradores encontram meios de disponibilizar energia para as suas moradias: ilegalmente. Em todo percurso da favela a energia é conseguida clandestinamente, de forma perigosa, afinal todo o processo é feito pelos próprios moradores, sem nenhum conhecimento técnico no assunto. Na imagem 25 vemos um exemplo dessa realidade: o poste de energia elétrica que serve as casas do bairro, tem parte do seu fornecimento desviado para as moradias da favela do Itaú. A imagem 26 mostra o mapa da favela do Itaú, identificando as ruas asfaltadas e não asfaltadas, os lotes regulares e irregulares, área verde e todo o sistema de energia elétrica regular de onde se origina a rede de energia clandestina.
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Imagem 25| Fotografia representando a favela do Jardim Itaú, revelando a rede de energia legalizada e a partir dessa a rede de energia elétrica irregular
Imagem 26| Mapa com a rede de energia elétrica legal e ilegal na favela do Jardim Itaú e no seu entorno.
4.4 Legislação
De acordo com a Lei Complementar 2157 de 2007, a área que compreende o bairro Jardim Itaú, a própria favela e os bairros mais próximos, está classificada como zona de urbanização preferencial (ZUP), e seus limites compõe a zona de proteção máxima (ZPM), como apresenta o mapa da imagem 27, especificamente a área destacada pela elipse vermelha. De acordo com a lei apresentada, a zona de urbanização preferencial é composta por áreas dotadas de infraestrutura e condições geomorfológicas propicias para urbanização, onde são permitidas densidades demográficas médias e altas.
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Imagem 27| Mapa de parcelamento e uso do solo.
A lei complementar 2157 de 2007 também prevê um projeto de áreas especiais, caracterizando melhor cada gleba de Ribeirão Preto. De acordo com a imagem 28, o Jardim Itáu (destacado pela elipse vermelha), não conta com nenhuma classificação, porém faz limite na direção leste com uma gleba designada como área especial para parque urbano (AEPU).
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Imagem 28| Mapa representando o projeto de lei de parcelamento, uso do solo e áreas especiais.
Ao norte está o Jardim Recreio que encontra-se qualificado como área especial estritamente residencial (AER), fazendo limite ao sul e oeste toda a área que está classificada como área especial de interesse social II (AIS 2) que incentiva a implatanção do conjunto habitacional de interesse social para os moradores da favela do Itaú justamente no limite do bairro, que além de evitar que seus moradores sejam levados para uma área distante, se vincula aos interesses da prefeitura local.
4.5 Uso do Solo
A área que compreende o Jardim Itaú e o Jardim Recreio é predominantemente residêncial, desprovida de qualquer tipo de comércio ou de serviços, de acordo com a legislação municipal de parcelamento e uso do solo. A área está localizada próxima ao campus da Universidade de São Paulo (USP), limitada pela Avenida Bandeirantes que além de ser uma das entradas ao município (para os visitantes que vem na direção da cidade de Sertãozinho), é também uma forma rápida de acesso ao centro da cidade, como apresenta a imagem 29.
O grande problema que esse tipo de urbanização gera é a necessidade de se deslocar para outro bairro (distante nesse caso) para acessar comércios simples como uma farmácia ou supermercado; ou pior ainda, quando se tem urgência para o uso de um hospital, por exemplo. Como não há transporte público no bairro Jardim Itaú, seus moradores precisam se direcionar até o Jardim Recreio para só então, encontrar uma forma de chegar ao centro da cidade, porém o transporte público não tem funcionamento 24 horas. No caso de uma urgência médica, o que farão aqueles que não têm veículo próprio?
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Analisando esse fato e levando em consideração todos os problemas que estão envoltos desta questão, como o de trânsito, por exemplo; que esse trabalho preverá em forma de diretriz meios que minimizem esse impacto, trazendo para a área serviços e comércios básicos, criando terminal para ônibus, taxis e mototaxis para faciliar o rápido escoamento de pessoas até o centro da cidade ou até a Vila Vírginia, e no caso de urgências médicas, que o próprio bairro consiga suprir essa demanda.
Imagem 29| Mapa de uso e ocupação do solo na área que compreende o Jardim Itáu e seu entorno.
Imagem 31| Fotografia de comércio no fundo de uma residência na favela do Jardim Itaú.
38
Imagem 32| Fotografia de comércio na frente de uma residência na Favela do Jardim Itaú.
Imagem 30| Mapa de uso e ocupação do solo da favela do Jardim Itáu e seu entorno.
Imagem 33| Fotografia de residência recém construída na favela do Jardim Itaú.
Enquanto os bairros Jardim Itaú e Jardim Recreio são caracterizados como bairros extremamente residencias, os moradores da favela do Itaú encontram formas de diminuir o problema. Ao longo de toda a favela foram encontrados dois comércios, o primeiro, representado pela imagem 31, caracterizado como boteco, realiza venda de bebidas alcoólicas, cigarro, petiscos, oferece jogos de azar a seus clientes e doces para crianças. Já o segundo comércio, registrado pela imagem 32, conta também com a comercialização de bebidas alcoólicas e cigarro, jogos de azar e uma parte destinada a mercearia, onde a vizinhança encontra alimentos básicos, tais como: arroz, leite, feijão, ovos, biscoitos, entre outros. Por ser o único local nas redondezas que se possa encontrar esses mantimentos, os valores são bastante elevados, chegando a custar de três a quatro vezes mais o valor do mesmo produto vendido em outros bairros em Ribeirão Preto. Essa situação gera revolta nos moradores, porém, não encontrando saída, já que perder tempo e ter gastos com transporte público para encontrar um supermercado acaba ficando ainda mais caro. Já a imagem 33 exemplifica uma das moradias da favela, construída em meio a uma área verde.
4.6 Materialidade
Imagem 35| Fotografia de uma das construções de alvenaria na favela do Jardim Itaú .
Imagem 36| Fotografia de uma das construções de papelão na favela do Jardim Itaú .
Imagem 34| Mapa demonstrando a materialidade das construções na favela do Jardim Itaú .
Imagem 37| Fotografia de moradia feita de papelão e telhas de fibrocimento na favela do Itaú .
Depois de realizadas as visitas em campo, ficou nítido que predominantemente as residências localizadas na favela do Jardim Itaú são construídas de alvenaria estrutural, na maioria das vezes cobertas com telhas de fibrocimento. Ao longo de toda a favela foi encontrada apenas duas unidades habitacionais que possuem toda a estrutura, fechamento e cobertura em telhas de fibrocimento, madeira e papelão, como mostra o mapa da imagem 34. Por toda a favela encontramos improviso e criatividade de seus moradores para melhorarem seu lar. A cada dia, as construções mais antigas (as primeiras datam de duas décadas atrás), como é o caso da que aparece na imagem 35, conta com adaptações feitas ao longo do tempo, principalmente nos fechamentos. Já as moradias que aparecem nas imagens 36 e 37 foram construídas recentemente, com o material disponível no momento; reforçando a ideia do nível de carência daquelas pessoas que procuram assentamentos precários para construir suas casas e oferecer um lar a seus filhos, na medida do possível.
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4.7 Adensamento
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Um dos grandes problemas encontrados na favela do Itaú, além dos já citados nesse trabalho, é que a área conta com um adensamento muito alto, um recuo consideravelmente baixo, ou inexistente, em relação as moradias vizinhas e também ao limite da rua. Há habitações que avançam o limte do que deveria ser a calçada e alcançam as vias públicas. Muitos lotes contam com mais de uma moradia ocupando um espaço abaixo do mínimo permitido pela prefeitura local (125m² segundo a lei complementar 2157 de 2007.).
Imagem 38| Conjunto de moradias na favela do Itaú.
Imagem 40! Sala de uma das moradias da favela do Itaú.
A grande consequência dessa urbanização desenfreada é falta de conforto térmico, acústico e lumínico, o que impede que as residências possam ser ventiladas adequadamente e que a luz natural penetre em todos os cômodos, o que resulta na fácil proliferação de doenças; tudo isso sem contar com a perda de privacidade de seus moradores. A sequência de fotografias (imagem 38 até a 41) registram as residências externa e internamente, dando ênfase aos problemas já citados. Imagem 39| Quarto em uma das habitações na favela do Itaú.
Imagem 41| Divisões de lotes da favela do Jardim Itaú.
4.8 Sistema viário
A partir da análise feita sobre o mapa fornecido pela prefeitura de Ribeirão Preto, sistema viário – hierarquia funcional (imagem 42), foram analisadas as vias existentes e as vias propostas localizadas em áreas ainda não urbanizadas. Na área que compreende o Jardim Itaú, consta no Plano Diretor a localização de duas avenidas, classificadas como avenidas parque (identificadas pela cor verde), porém ainda não foram construídas. As demais vias encontradas no bairro são locais, com leito carroçável predominantemente estreito.
Fazendo um comparativo entre o Plano Diretor e imagens tanto aéreas quanto no mapa da situação atual da área (representada por imagens como a de número 34, por exemplo.) entende-se como vias de acesso rápido são inexistentes no local, além do bairro contar com uma grande parte das ruas ainda não asfaltadas, as que possuem pavimentação não colaboram com a fluidez no fluxo de veículos; com certeza, essa deficiência é um dos desestimulantes quanto a urbanização da zona oeste de Ribeirão Preto, uma área muito pouco adensada se levarmos em consideração que está localizada na mancha que compreende a ZUP (zona de urbanização preferencial), como apresenta a imagem de número 27.
No projeto apresentado no capítulo 06 desse trabalho, há uma proposta, em forma de diretriz, a construção dessas vias, que façam ligação com a Avenida Bandeirantes, facilitando assim o acesso tanto para moradores do Jardim Recreio, quanto do Jardim Itaú, com o objetivo de incentivar o crescimento da cidade de Ribeirão Preto na direção dessa área do município.
Imagem 42| Mapa representando a hierarquia viária funcional do Jardim Itaú e seu entorno.
41
4.9 Formação do Jardim Itaú
42
De acordo com a imagem de número 43, o bairro Jardim Itaú data do ano de 1969, apesar da quantidade de décadas em que o bairro está consolidado, ele apresenta problemas primários, que já foram citados ao longo dessa pesquisa como: irregularidade no cadastramentos dos lotes, falta de asfalto, sistema de esgoto e energia elétrica, falta de praças nos espaços que para elas foram reservadas, entre outros. De acordo com as fotografias aéreas do ano de 1994 até 2015, registradas pela sequência de imagens, da 44 até a 47 respectivamente, o bairro Jardim Itaú pouco mudou, as alterações mais significantes é o crescimento populacional como um todo, consequentemente a favela também ampliou, o que em 2002 eram 36 moradias, hoje a favela conta com mais de 50 habitações irregulares, um crescimento de quase 40% ao longo de 13 anos.
Imagem 43| Mapa com a formação dos bairros por data de aprovação.
Imagem 44| Fotografia aérea do bairro Jardim Itaú regisrada no ano de 1994.
Imagem 46| Fotografia aérea do bairro Jardim Itaú regisrada no ano de 2002.
Imagem 45| Fotografia aérea do bairro Jardim Itaú regisrada no ano de 2005.
Imagem 47| Fotografia aérea do bairro Jardim Itaú regisrada no ano de 2015.
43
LIMITE
3 ELETRECIDADE SETOR QUINTA MONROY
IQUIQ AGLOMERAÇÃO MORRO REALIDADEMAPEAMENTO CUSTOS QUADRA IQUIQUE MEDIÇÃOLIMITE INTERVEN DEGRADAÇÃO ESPACIAL SISTEMA SOLO GOVERNO CLANDESTINO ELEMENTAL
“A arquitetura é produzida por pessoas comuns e para pessoas comuns; por conseguinte, ela deve ser facilmente compreensível a todos”. Steen Eiler Rasmussen
REALIDADE IN JAGUARÉ EXTERIOR SOCIEDADE POPULAÇÃO MAPEAME REALIDADE HABITAÇÃOQUINTA MONROY MEDIÇÃO PINHEIROS REGISTRO P VIDA IMPROVISO LIMITE PINHEIROS MATER 35LIMITE SETOR 3 FOTOGRAFIA VIDAFRANÇA REGI SOCIAL PROJETO REGISTRO BOLDARINI INTERVENÇÃO EXTERIOR REALIDADE REALIDADE INTERVENÇÃO FRANÇ MEDIÇÃO AÇO SOLO FORMAÇÃO EXTERIORPINHEIROSREDES DESER SOCIEDADE ESPACIAL COMÉRCIO CUSTOS LIMITE VIDA POPULAÇÃO CUSTOSSOCIEDADE REVITALIZAÇ ALEJANDRO ARAVENA INTERVENÇÃO REALIDADE SISTEMA IQUIQUE QUADRA ESPACIAL NECESSIDADE SOCIEDADEINTERNACIONAL MAPEAMENTO CHILE IN PAPELÃO INTERVENÇÃO EXTERIOR MORRO REALIDADE SOCIE POPULAÇÃO DESIGUALDADE PERIFERIAMEDIÇÃO INTERVENÇÃO QUINTA MONROY LIMITE FRANÇA PARCELAMENTO RECRE SOLO ARQUITETURA REALIDADESISTEMASOCIALALEJANDRO ARAVENA ALE POPULAÇÃO POSSIBILIDADE POSSIBILIDADE DEFICIÊNCIA PE JAGUARÉ CHILE PROJETO REALIDADE MODERNO ECONÔMICOS MORADIA PARCELAMENTO ELETRECIDADE MORADIA FAVELA AÇO QUINTA MONROY EUROPA ELETRECIDADE BOLDARINI FRAN AÇO MEDIÇÃO CRECHE ESPACIAL FRANÇAFOTOGRAFIAPAPELÃO DESLISAMENTO EXTERIOR MAR REDES PAPELÃO 35 EVOLUÇÃO MAPEAMENTO EDIFÍCIO SÃO PAULO ELEMEN DECLIVIDADE FAVELA FRANÇA
CORTES QUE INTERNACIONAL CLANDESTINO JAGUARÉCHILE LIMITE
3 ELETRECIDADE SETOR QUINTA MONROY
POPULAÇÃO AGLOMERAÇÃO HABITAÇÃO MORRO REALIDADE POSSIBILIDADE CUSTOS GOVERNO MAPEAMENTO SETOR 3 QUADRAMEDIÇÃO 35 PERIFERIA IMPROVISO INTERVENÇÃO DEGRADAÇÃO JAGUARÉ NÇÃO EUROPA LIMITE PERIFERIA SISTEMA ESPACIAL ALEJANDRO ARAVENA IQUIQUE SOLO GOVERNO REVITALIZAÇÃOARQUITETURAEXTERIOR ELEMENTAL VIDA CONTATO POPULAÇÃO VISTA FRANÇAMAPEAMENTO NTERIORCHILE REALIDADE JAGUARÉ SOCIEDADE CLANDESTINO EXTERIOR MORADIA POPULAÇÃO INTERVENÇÃO ENTO REALIDADE HABITAÇÃO IQUIQUE HABITAÇÃOQUINTA MONROY MEDIÇÃO MAPEAMENTO DESERTO PINHEIROS DESORDEMBOLDARINI REALIDADE 35 REGISTRO PINHEIROS PROBLEMA VIDA IMPROVISO LIMITE PINHEIROS CORTES LIMITE RIALIDADE SETOR 3 FOTOGRAFIA PROJETO FRANÇA AGLOMERAÇÃO ISTROSÃO PAULO MAPEAMENTO SOCIAL PROJETO REGISTRO BOLDARINI POPULAÇÃO INTERVENÇÃO JAGUARÉ REGISTROELEMENTAL EXTERIOR REVITALIZAÇÃO REALIDADE EUROPA POSSIBILIDADE REALIDADE INTERVENÇÃO FRANÇA ÇA SETOR 3DEGRADAÇÃO MEDIÇÃO AÇO REDES FORMAÇÃO SOLO ESPACIAL POBREZASOCIEDADE RTO FRANÇA SOCIEDADE EXTERIOR ELETRECIDADE PINHEIROS ESPACIAL COMÉRCIO POPULAÇÃO CUSTOS CUSTOS GOVERNO LIMITE HABITAÇÃO HABITAÇÃO JAGUARÉ ESGOTO CORTES VIDA SOCIEDADE ÇÃO ALEJANDRO ARAVENA INTERVENÇÃO FAVELA ARQUITETURA REALIDADE MORRO SISTEMA PARCELAMENTO SOCIEDADE EVOLUÇÃO IQUIQUE QUADRA VISTA ESPACIAL CUSTOS PERIFERIA NECESSIDADE CHILE PLUVIAL BOLDARINI MAPEAMENTO CHILE INTERNACIONAL NTERNACIONAL SISTEMA IQUIQUEDESERTO FOTOGRAFIAPAPELÃO INTERVENÇÃO PERIFERIA EXTERIOR MORRO REALIDADE EDADE AGLOMERAÇÃO POPULAÇÃO QUINTA MONROY PERIFERIA MEDIÇÃO DESIGUALDADE INTERVENÇÃO PAPELÃO QUINTA MONROY MORADIA FRANÇA QUINTA MONROY LIMITE PERIFERIA EUROPA BAGUNÇA HABITAÇÃO EAÇÃO PARCELAMENTO LIMITE REVITALIZAÇÃOMEDIÇÃO SOLO ARQUITETURA REALIDADE EVOLUÇÃO ALEJANDRO ARAVENA EDIFÍCIO DECLIVIDADE EJANDRO ARAVENA SOCIAL POPULAÇÃO POSSIBILIDADE POSSIBILIDADE BAGUNÇA LE CORBUSIER DEFICIÊNCIA MEDIÇÃO LIMITE POBREZA ERIFERIA JAGUARÉ SISTEMA CHILE SISTEMA MORADIA PROJETO DESERTO IQUIQUE SOCIAL MODERNO ECONÔMICOS MORADIA ESPACIAL ELETRECIDADE PARCELAMENTO PLANTA BOLDARINI CHILESOCIEDADEESPACIALURBANISMO MORADIA FAVELA AÇO ESPACIAL QUINTA MONROY EUROPA EXTERIORDECLIVIDADE ALEJANDRO ARAVENA MORADIA QUINTA MONROY NÇACONTEMPORÂNEIO BOLDARINI AÇO MEDIÇÃO INTERNACIONAL CRECHE ESPACIAL SISTEMA FRANÇA DESERTO MORRO PLUVIAL SOLO NECESSIDADE PAPELÃO DESLISAMENTO ELETRECIDADE FOTOGRAFIA SOCIAL EXTERIOR RSELHA GOVERNOQUINTA MONROY LAMINA REDES PAPELÃO 35 ESTACIONAMENTO REALIDADE MAPEAMENTO SÃO PAULO EDIFÍCIO LIVRE MAPEAMENTOSÃO PAULO LOCAL MODERNO NTALCUSTOS EDIFÍCIOPROJETO DECLIVIDADE FAVELA FRANÇA DESIGUALDADE EVOLUÇÃO
OPINIÃO
REFERÊNCIAS
46
“Se há algum poder no projeto, é o poder da síntese.” Alejandro Aravena
5. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Foram escolhidos três grandes construções para embasar o projeto a ser desenvolvido no final deste trabalho: o primeiro é a unidade de habitação, do grande arquiteto moderno Le Corbusier, o edifício conta com 337 moradias localizado na cidade de Marselha na França. O conjunto habitacional Quinta Monroy, localizado no Chile, foi a segunda referência escolhida, representa a construção de habitações para pessoas de baixa renda e teve grande repercussão por todo o mundo, devido a sua forma diferente de intervir num local já consolidado no centro da cidade de Iquique - Chile.
O terceiro é a intervenção na favela Nova Jaguaré na cidade de São Paulo - Brasil, realizado pelo escritório de arquitetura Boldarini, representa um bom exemplo de intervenção em áreas frágeis de um grande assentamento precário. Os três projetos abrangem os temas que serão explorados no final dessa pesquisa, apesar da diferença de escala, época e contexto, coloborarão como bons exemplos na busca de enfrentar problemas habitacionais que abrangem questões ligadas ao transporte, saúde, educação, segurança, lazer, entre outras.
47
“O lar deve ser o tesouro da vida”. Imagem 48| Unidade de habitação em Marselha.
Le Corbusier
5.1 - Unidade de habitação| Le Corbusier
Para representar os conjuntos habitacionais modernos, foi escolhido a unidade de habitação projetada por Le Corbusier, devido a sua inédita forma de pensar a cidade: em sentido vertical, oferecendo ao mesmo edifício moradia, comércio e serviços, se tornando autossuficiente aos moradores. Esse modelo foi multiplicado em várias outras cidades, como Marselha, Nantes, Berlim, Briey en Forêt e Firminy, sendo o primeiro da lista objeto de estudo dessa pesquisa.
O arquiteto
Charles Edouard Jeanneret-Gris (1887-1965), nasceu na Suíça , mudou-se para a França onde adotou o pseudônimo Le Corbusier, pelo qual ficou conhecido mundialmente. É considerado um dos mais importantes arquitetos e urbanistas do século XX. Foi um dos maiores representantes do movimento moderno, e um dos criadores do CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna) influenciando arquitetos do mundo inteiro.
Localização
49 Imagem 49| Vista da cidade de Marselha.
A primeira unidade de habitação criada por Le Corbusier foi construída no sul da cidade de Marselha, um dos município mais populosos da França, uma cidade repleta de belas paisagens e a mais antiga cidade do país, possui localização privilegiada, banhada pela costa do mar Mediterrâneo e construções de grande valor cultural. A imagem 49 justifica o motivo pelo qual Marselha atraí grande número de turistas anualmente, a figura de número 50 posiciona a localização da cidade em meio ao mapa da França quanto a figura 51 mostra uma fotografia aérea da unidade de habitação projetada por Le Corbusier. Imagem 50| Mapa da França com cidade de Marselha em destaque (ponto vermelho).
Imagem 51| Fotografia aérea da unidade de habitação de Marselha.
PROBLEMÁTICA A unidade de habitação de Le Corbusier foi criada no período pós-guerra, “quando Le Corbusier foi contratado para projetar um conjunto habitacional residencial multifamiliar para o povo de Marselha, que foram deslocados após os atentados na França” (KROLL, 2010, não paginado). O grande edfício construído em Marselha tem a capacidade de abrigar 1600 pessoas, segundo informações da fundação Le Corbusier. A ideia do arquiteto, além de abrigar uma grande quantidade de habitantes é também fazer do edifício uma cidade jardim vertical; autossuficiente para os seus moradores, e suprindo as necessidades da época. As imagens 52 e 53 representam a grandeza dessa obra.
50
Imagem 53| Fotografia da unidade de habitação de Marselha.
Projeto
Imagem 52| Desenho de um corte vertical do edifício.
Imagem 54| Fotografia dos pilotis da unidade de habitação.
A unidade de habitação de Marselha segue os 5 pontos da arquitetura moderna, teoria desenvolvida pelo próprio Le Corbusier que pode ser vistos na maioria dos edifícios modernos espalhados pelo mundo, são eles: térreo livre, elevando o edifício sobre pilotis, permitindo que a grande construção aparente leveza, como mostra a imagem 54. A cobertura usada como terraço jardim, possibilita o uso desse espaço, que antes era destinado apenas para equipamentos hidráulicos e elétricos, esse novo uso da laje pode ser visto na figura 55.
Imagem 55| Fotografia da cobertura.
51
Imagem 56| Fotografia da fachada unidade de habitação . A fachada livre conta com um desenho bastante limpo, com repetição de módulos e o uso das cores primárias, cria um efeito único visto em 3 dos 4 lados do monobloco, apresentado na imagem 53 e 56. As janelas possuem a forma de uma fita, ocupando desde o lado direito até o lado esquerdo das paredes dos apartamentos. Por último está a planta livre, com ambientes integrados, usando paredes-divisória o menos possível, fornecendo ao morador uma maior liberdade de ocupação.
Imagem 57| Corte esquemático representando o programa da unidade de habitação de Marselha.
Elevador central
Ginásio
Área de ventilação
O edifício tem um programa bastante amplo, já que a premissa usada pelo arquiteto foi de criar uma cidade jardim vertical, para tanto a construção conta com um grande número de apartamentos, um corredor comercial, e o uso da laje para serviços que atenda a população, os último dois ítens são de uso público, a sua distribuição no edifício está representado pela imagem 58 que revela uma perspectiva esquemática de toda a construção. O corredor comercial está distribuídos em dois pavimentos (imagem 60.), para torná-lo público, de uso dos moradores locais e também para a vizinhança, Le Corbusier projetou uma escada de acesso exclusivo para ambos os pavimentos, representada pela imagem 61.
Área comercial
52
Apartamento tipo
Circulação horizontal - corredor
Imagem 59| Corredor de acesso aos comércios.
Pilotis
Imagem 58| Pespectiva esquemática representando o imenso programa da unidade de habitação de Marselha.
Imagem 60| Vista externa de ambos os pavimentos comerciais.
Imagem 61| Escada de acesso ao corredor de comércios.
Devido a sua grandeza, a unidade de habitação de Marselha conta com várias possibilidades de acesso, que atendam ao seu grandioso programa, tanto acessos privados (disponível apenas aos moradores do edifício) e públicos (para que a vizinhança acesse o piso comercial e a cobertura); sua circulação vertical (imagem 62) acontece por meio de escadas e elevadores e sua circulação horizontal se dá através de corredores centrais, representado pelas figuras 59 e 63.
Referente as moradias da unidade de habitação de Marselha, o projeto conta com um total de 337 unidades do tipo duplex, com vista para os dois lados do edifício, seu acesso acontece através de um corredor central. A imagem 64 apresenta uma perspectiva feita através de um corte no edifício, nela está esquematizado em vermelho o corredor, que permite acessar todas as moradias daquele pavimento, em verde claro está a moradia superior com escada que permite a transição dos moradores entre os dois pavimentos, em azul claro a moradia inferior, já as figuras 66 e 67 mostram o desenho da planta da unidade duplex inferior.
Imagem 64| Perspectiva esquemática das moradias.
Imagem 62| Perspectiva esquemática destacando a circulação vertical.
A1 B1
Legenda:
duplex superior
duplex inferior
A2 B2 Imagem 65| Perspectiva esquemática dos duplex.
Imagem 63| Fotografia do corredor de acesso as moradias.
Imagem 66| Planta do pavimento B2 - duplex inferior.
Imagem 67|Planta do pavimento B1 - duplex inferior.
circulação
53
As habitações, como já foi mencionado, foram projetadas de acordo com os ideiais propostos pelo movimento moderno, sendo assim elas contam com um sistema de planta livre, onde a edificação possui as instalações básicas, hidraúlica e elétrica, e com fechamentos básicos, como é o caso dos sanitários, por exemplo, o restante do apartamento pode ser manipulado pelo seu próprio morador.
De acordo com as figuras, 68, 69 e 70 nota-se as diferentes possibilidades de ocupação para o espaço. Para formar os ambientes, seus moradores fizeram o uso de diferentes divisores, como o próprio mobiliário representado pela imagem 69, dessa forma o habitante pode alterar a medida dos cômodos e alterar o uso desses ambientes com facilidade. Outras formas utilizadas foram o uso de paredes de gesso (drywall), que apesar de serem mais regídas que o mobiliário são de fácil manipulação, as imagens também apresentam o uso de cortinas ou portas de correr, ambos intregam os espaços quanto necessário, criando limites temporários aos ambientes.
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Imagem 69| Fotografia da unidade de habitação.
Imagem 68| Fotografia da unidade de habitação.
Imagem 70| Fotografia da unidade de habitação.
Referente a cobertura, ou terraço jardim, o edifício conta com o acesso através do elevador central, tanto para moradores quanto aos visitantes, nele é possível encontrar serviços que envolve esporte e saúde, tais como: uma pista de atletismo, ginásio coberto, teatro, playground, enfermagem, berçário e solário; quando somado a área comercial do edifício torna a unidade de habitação uma inovação para a época em que foi projetada. Toda a sua materialidade baseia-se em concreto aparente e vidro, estruturado através do sistema pilar e viga, com uma forma simples que responde muito bem as exigências de um programa tão grandioso.
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Imagem 72| Fotografia do terraço jardim.
Imagem 73| Fotografia do terraço jardim.
Imagem 71| Perspectiva do edifício.
Imagem 75| Planta da cobertura.
Imagem 74| Fotografia de crianças usando o terraço.
“Minha filosofia de arquitetura? Trazer a comunidade para o processo�. Imagem 76| Conjunto Habitacional Quinta Monroy.
Alejandro Aravena
5.2 - Conjunto habitacional Quinta Monroy| Elemental arquitetura
O segundo projeto escolhido como referência projetual deste trabalho, para contribuir com a criação de um conjunto habitacional para os moradores da favela do Jardim Itaú, é o conjunto habitacional Quinta Monroy, no Chile, de autoria do escritório de arquitetura Elemental, coordenado pelo arquiteto Alejandro Aravena. O grupo de arquitetos que compõem essa associação são responsáveis por grandes projetos que envolvem transporte, conjuntos habitacionais, intervenções urbanas, entre outras.
O arquiteto
O arquiteto chileno Alejandro Aravena (1.967) é diretor executivo do escritório de arquitetura Elemental, foi professor visitante da Universidade de Harvard, atualmente é membro do juri prêmio Pritzker. Segundo informações coletadas no site do escritório, seus trabalhos incluem edifícios educacionais, institucionais, corporativos, edifícios culturais e públicos, habitações plurifamiliares, casas particulares, entre outros. Foi premiado diversas vezes por diferentes instituições como o prêmio Marcus em 2010, Leão de Prata no XI edição da Bienal de Veneza, Prêmio Zumtobel Grupo em 2014, entre outros. Possui livros públicados e seu nome aparece entre a maioria das mais renomadas revistas de arquitetura. Seu trabalho é reconhecido e respeitado em todo o mundo com um grande exemplo de sensibilidade e eficiência.
Imagem 77| Litoral da cidade de Iquique e ao fundo deserto de Tarapacá.
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Localização
O projeto está localizado no bairro Quinta Monroy, no centro do município de Iquique, no norte do Chile; uma “cidade costeira, rodeada pelo deserto de Tarapacá” (Helo Barbeiro – apud CANOTILHO, 2008) que se destaca por grandes monumentos nacionais e suas praias. A imagem 77, apresenta o litoral e logo após o deserto de Tarapacá, uma visão paradisíaca. A imagem 78 está a
localização da cidade de Iquique no Chile e a demarcação do bairro Quinta Monroy, “um loteamento ilegal que se desenvolveu a partir dos anos 60” (CANOTILHO, 2008, p. 75) representado por fotografias aéreas que apresenta o bairro antes da intervenção realizada pelo escritório Elemental arquitetura em um projeto que promoveu habitações para cem moradores.
Imagem 78| Conjunto de mapas e fotografias aéreas da cidade de Iquique e do bairro Quinta Monroy, pré-intervenção.
Problemática
A escritório Elemental arquitetura foi convidado pelo governo chileno a “coordenar o financiamento, concepção e execução do projeto de arquitetura” (CANOTILHO, 2008, p. 75), com o intuíto de resolver o problema habitacional no centro da cidade de Iquique: criar uma solução para as moradias ilegais que ocupavam a área a mais de trinta anos, evitando que as mesmas fossem transferidas para a periferia da cidade. Ao todo o “território de 5000 m² era ocupado por cem famílias” (FRACALOSSI, 2012, não paginado). Além disso a verba disponibilizada pelo governo chileno era significativamene baixa. Nas palavras do próprio arquiteto, Alejandro Aravena: “havia um programa do governo já há uns 30 anos, chamado Chile Bairro, que não conseguia uma solução para o problema habitacional de Iquique [...]. Pedimos para trabalhar lá, já que, com as opções existentes no mercado, acreditávamos não ter nada a perder.”(BARBEIRO, 2009, não paginado, apud GRUNOW, 2009, não paginado.).
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Segundo, Canotilho, o problema habitacional em Quinta Monroy contou com uma sequência de acontecimentos a longo prazo, como foi descrito abaixo: Com o crescimento da urbanização em direção as áreas agrícolas, a área do Quinta Monroy passou a fazer parte do setor central da cidade de Iquique. Contudo esta área ainda não usufruía de infra-estrutura e saneamento básico, ao mesmo tempo em que já se configurava como bairro consolidado. Na década de 90 as cem famílias moradoras não contavam com padrões de habitabilidade, vivendo em casas com condições precárias e um ambiente de conflito social. [...] A partir de 1995 iniciou-se uma disputa territorial neste bairro já que de um lado estavam às famílias moradoras e do outro os donos das terras que desejavam os benefícios da especulação imobiliária do local. Por esse motivo a Chile Bairro agência governamental responsável pela intervenção e realojamento de população de baixa renda, comprou esta área com intenção de realojar a população moradora, sem segurança que fosse no mesmo local. (CANOTILHO, 2008, p. 77.).
A fim de encontrar uma resposta para a questão, a primeira medida tomada pelo escritório elemental arquitetura foi de realizar um “levantamento socioeconômico da população de Quinta Monroy, abrangendo questões como composição e rendimento das famílias, além de avaliação espacial e estrutural das casas existentes” (CANOTILHO, 2008, p. 78.). O resultado desse levantamento foi de extrema importância para a realização do projeto, nele foi constatado que “60% das famílias viviam no limite da pobreza, [...] suas habitações não reuniam as condições mínimas de salubridade, sem luz ou ventilação direta, sem acesso a rede de água potável ou saneamento” (CANOTILHO, 2008, p. 76), as habitações não possuíam área adequadada para o perfil dos moradores, mantinham uma “média de 30m²” (CANOTILHO, 2008, p. 76.).
Imagem 79| Quinta Monroy antes da intervenção realizada pelo escritório Elemental Arquitetura.
Projeto
A partir da quantidade de características peculiares do bairro Quinta Monroy, da problemática existente e local onde está inserido, Alejandro Aravena começou a traçar as premissas projetuais que possibilitariam a construção de um ideal que solucione a questão:
“A dificuldade da equação fez-nos tratar o problema a partir de três pontos: conseguir o melhor projeto possível ajustando a forma às condicionantes espaciais; aplicar as melhores soluções construtivas e estruturais possíveis, sujeitandoas a ensaio laboratorial; definir mecanismos de colaboração com a comunidade, oferecendo orientação técnica nas fases anteriores e posteriores à construção.” (CANOTILHO, 2008, p. 79).
A primeira decisão a ser tomada para dar início a discussão das ideias foi definir o local em que o projeto aconteceria, havia opiniões que defendiam a retirada dos moradores do local e relocados para outra área da cidade.
Depois de realizada uma série de estudos e analisada cada possibilidade, a forma que melhor atendeu aos pré-requisitos foi aquela que combinava tanto futuras ampliações no sentido vertical ou horizontal, na combinação de blocos representada pelas imagens 81 e 82.
[...]verificou-se, também, que a localização privilegiada na cidade era apontada como um fator vital para a segurança familiar, reduzindo a distância ao local de trabalho, até à oferta de equipamentos sociais, como escolas e creches. Desde logo, a prioridade do projeto do escritório Elemental passou por conseguir a negociação da permanência dos moradores em Quinta Monroy, salvaguardando as redes sociais que se haviam consolidado e, garantindo a proximidade ao conjunto de serviços e infraestruturas da cidade.(CANOTILHO, 2008, p. 80.).
Visando a problemática proposta, várias possibilidades foram estudadas; por exemplo: dividir a área em lotes, mesmo que pequenos, conseguiram abrigar em torno de trinta famílias, no caso de uma construção em casas separadas, como exemplifica o desenho esquemático na imagem 80. “Para conseguir usar melhor a área, o ideal seria reduzir o lote até igualar com o tamanho da casa, porém isso causaria um certo amontoamento e impossibilitaria” (CANOTILHO, 2008, p. 83.) futuras ampliações “ mesmo que as construções fossem verticalizadas; Por isso, a solução foi pensar em unidades que pudessem ser expandidas, através da autoconstrução dos moradores, que arcariam com este ônus” (CANOTILHO, 2008, p. 83.). Nas palavras de Aravena:
Imagem 81| Representação da tipologia escolhida.
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[…] conseguíamos ter um conjunto de moradias com densidade suficientemente alta para pagar terrenos caros, bem localizados, e, ao mesmo tempo, permitíamos seu crescimento porque, no marco da política habitacional com que trabalhávamos, havia tão poucos recursos que era possível construir apenas metade das casas. O governo decidiu testar a proposta. Desde então, pudemos estender a idéia a outras cidades, mantendo as mesmas regras.” (BARBEIRO, 2009, não paginado, apud, GRUNOW,2009, não paginado.).
Imagem 80| Desenhos esquemáticos para a escolha da melhor tipologia construtiva.
Imagem 82| Maquete eletrônica do conjunto habitacional.
A respeito dessa forma de pensar a habitação de interesse social, valorizando a autoconstrução e a possibilidade de ampliação que pode ser feita por cada morador individualmente, gerando características únicas para cada residência, garantindo uma boa estrutura e o conforto necessário para a família, o arquiteto responsável descreve para a revista AU em um breve texto que foi reproduzido a seguir: Percebemos que o tema moradia implicava a entrega de um lugar para que uma família não vivesse exposta a interpéries; a formalização da tendência de propriedade; a criação de uma maneira para financiar o acesso à moradia; e o desenvolvimento de um desenho que a tornasse melhor do que as não planejadas. Visualizamos a oportunidade de mudar a abordagem do problema, de criar um tipo de residência que, inserida na lógica da propriedade, fosse usada pela família como capital com valor crescente, integrada na rede econômica e social da cidade. Perguntamo-nos se era possível usar a casa como investimento mais do que como recurso social e acabamos por reformular a noção de qualidade. Ela seria, então, indicativa do aumento de valor da habitação ao longo do tempo. Passamos à identificação de um conjunto de condições de desenho que possibilitassem essa valorização, assim como dos mecanismos que permitissem a passagem dos subsídios públicos ao patrimônio das famílias mais pobres. Essa foi a seqüência do nosso trabalho e criação do Elemental. (BARBEIRO, 2009, não paginado, apud, GRUNOW, 2009, não paginado.).
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Imagem 83| Fotografias aéreas que mostram a diferença entre o antes e depois da intervenção. Imagem 84| Implantação do conjunto habitacional (destacado pela cor vermelha) e seu entorno.
Outra característica importante que a edificação apresenta é a sua permeabilidade, já que metade da construção será realizada pelos próprios moradores, essa característica foi essencial para que toda a ampliação acontecesse dentro da estrutura já construída, como mostra a imagem 85. A intenção dos arquitetos foi de “emoldurar (mais do que controlar) a construção espontânea, a fim de evitar a deteriorização do entorno urbano com o tempo, e por outro, [...] fazer o processo de ampliação o mais fácil possível”. (HIGUTI, 2012, não paginado.).
Outra qualidade importante que a obra apresenta, são as áreas molhadas (cozinha, lavanderia e sanitário) e a circulação vertical, foram projetadas como “uma habitação de classe média, a qual podemos entregar, por agora (dados os recursos disponíveis), somente uma parte. Neste sentido, [...] estão projetadas para o estado final [...], quer dizer, para uma habitação de 70m²” (HIGUTI, 2012, não paginado.).
Imagem 85: Maquete eletrônica representando as etapas da construção, mostrando os vazios dos blocos e por onde eles possibilitariam futuras ampliações.
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Imagem 87| Fotografia do interior das moradias do conjunto habitacional. Imagem 86| Fotografia do interior das construções apresentando as áreas molhadas das habitações.
Em resumo, quando se tem fundos para fazer somente metade do projeto, qual se faz? Optamos por fazer aquela metade que uma família, individualmente, nunca poderá alcançar, por mais tempo, esforço e dinheiro que se invista. E é dessa forma que procuramos responder com ferramentas próprias da arquitetura a uma pergunta nãoarquitetônica: como superar a pobreza? (HIGUTI, 2012, não paginado)
Imagem 88| Conjunto habitacional Quinta Monroy após a intervenção feita pelos seus moradores.
A imagem 88 revela o conjunto habitacional Quinta Monroy após sofrer ampliações feitas pelos seus moradores, a parte da construção que permanece em blocos de concreto aparente com esquadrias em branco e amarelo correspondem ao que foi entregue originalmente aos habitantes e a demais areas foram auto-construídas por quem ali vive.
Já a imagem 89 representa a planta do pavimento térreo, seguida pelas plantas do primeiro e segundo pavimento , respectivamente, nelas é possível analisar a simplicidade e ao mesmo tempo a magnitude do projeto; mostrando através dos desenhos uma proposta simples de mobiliário e as instalações sanitárias e as possibilidades de expanção das moradias, chegando a duplicar o tamanho original.
Imagem 90| Planta do primeiro pavimento.
Imagem 89| Planta do pavimenoto térreo.
Imagem 91| Planta do segundo pavimenoto.
63
64 Imagem 93| Corte BB.
Imagem 92| Corte AA.
As imagens 92 e 93 apresentam o desenho dos cortes da edificação, já indicados na planta, enquanto a imagem 94 é o desenho das vistas do projeto. Essas figuras, somada as imagens das plantas, indicam o sistema estrutural da edificação, feito através do sistema laje e viga e as aberturas. A circualção vertical em determinados momentos acontecem na área externa, ora na parte interna, dependendo da habitação.
As figuras de número 95 até 98 apresentam as habitações vistas por dentro após a ocupação de seus moradores e as alterações feitas por cada família, dando personalidade ao espaço em que residem. Imagem 94| Vistas.
Imagem 97| Fotografia de famĂlia moradora do conjunto habitacional Quinta Monroy.
65 Imagem 95| Fotografia da sala de um dos moradores do conjunto habitacional Quinta Monroy.
Imagem 96| Fotografia de ambiente em das moradias do conjunto habitacional Quinta Monroy .
Imagem 98| Fotografia de crianças moradoras do conjunto habitacional Quinta Monroy.
“Quando moram em um lugar digno, os moradores começam a se sentir parte da cidade”. Imagem 99| Favela Nova Jaguaré.
Marcos Boldarini
5.3 - Favela Nova Jaguaré - Setor 3| Boldarini Arquitetos Associados
O terceiro projeto de referência que colaborará para embasar esse trabalho é a intervenção feita pelo escritório Boldarini Arquitetos Associados, liderado por Marcos Boldarini, na área determinada como setor 3 da favela Nova Jaguaré. O programa que busca revitalizar parte da favela é bastante amplo, conta com áreas de recreação, mirante e um centro comunitário. O arquiteto
O escritório Boldarini Arquitetos Associados há 15 anos “atua na elaboração, desenvolvimento e implantação de projetos de urbanismo, arquitetura e paisagismo, tendo se destacado no âmbito da habitação social e da urbanização de assentamentos precários.” (BOLDARINI, 2004, não paginado). Os trabalhos da equipe de profissionais que compõem o escritório, destacase por apresentar soluções inovadoras em cenários críticos, como favelas, por exemplo. Além do projeto para a favela Nova Jaguaré, o escritório foi responsável por projetos de grande repercussão, como: Cantinho do Céu - Parque Residencial dos Lagos, Residencial Corruíras, Edifício Multiuso Grotinho, Residencial Diogo Pires, entre outros.
Distrito Nova Jaguaré Imagem 100| Mapa destacando o distrito de Jaguaré em meio a cidade de São Paulo e a planta do bairro,
Localização
A favela Nova Jaguaré é um dos assentamentos irregulares mais antigos da cidade de São Paulo, suas primeiras moradias datam da década de 1950; está localizada no distrito de Jaguaré subordinado a subprefeitura da Lapa, na zona oeste do município (como apresenta a imagem 100) conurbando com o município de Osasco. Sua urbanização inicia-se a partir das margens do rio Pinheiros, hoje encontra-se próxima de importantes instituições como a Universidade de São Paulo (USP), a área que um dia era caracterizada como residencial, hoje mescla as moradias com indústrias. A imagem 101 representa uma fotografia aérea destacando a favela Nova Jaguaré, o setor 3 onde aconteceu a intervenção urbana, o rio Pinheiros, Parque Villa-Lobos e a USP; a partir dessa identificação é notório como a área é bem localizada com fácil acesso por vias importantes da cidade.
01 - Setor 3 02 - Favela Nova Jaguaré 03 - Rio Pinheiros 04 - Parque Villa-Lobos 05 - Universidade de São Paulo (USP) Imagem 101| Fotografia aérea da favela Nova Jaguaré e seu entorno.
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Problemática
“Não se pode mais fingir que as favelas não existem. A solução é investir em melhorias” (SEHAB, 2010), a pártir desse princípio, criou-se o programa de urbanização de favelas na cidade de São Paulo, que “prevê novas moradias, infraestrutura e obras de contenção, drenagem e proteção de áreas de risco” (TRONCOSO, 2012). Dentro desse programa está a favela Nova Jaguaré, que tem como objetivo intervir nas áreas de risco encontradas no local e estruturar esse espaço. Imagem 102| Fotografia de deslizamento na favela Nova Jaguaré.
68
Imagem 103| Fotografia de deslizamento de terra na favela Nova Jaguaré.
Imagem 104| Fotografia de habitações na favela Nova Jaguaré.
A favela Nova Jaguaré originou-se da “farta oferta de emprego na região e o déficit habitacional que formaram um cenário ideal para o início da ocupação dessa área pública [...] chegando em 1973 a 579 barracos.” (PISANI, 2011, não paginado). Esse fato se deu devido a grande industrialização da área , com grandes empresas como a Companhia Antártica Paulista S/A, Insdústrias Reunidas F. Matarazzo, entre outras. O setor 3, considerado a região mais problemática da favela Nova Jaguaré, possui uma declividade de 35m, sendo uma área de extremo risco de deslisamento, como apresenta as imagens 102 e 103; já que em “1983 [...] duzentos barracos foram atingidos [...] o maior acidente desse gênero já registrado no município de São Paulo” (PISANI, 2011, não paginado); esse deslizamento aconteceu como consequência do forte desmatamento, a vegetação sendo substituída por habitações precárias. Este é o maior desafio para os arquitetos do escritório Boldarini, no momento de projetar nesse espaço, além dos problemas já citados, o local também conta com grande dificuldade de acesso, grande acúmulo de lixo, cortes e aterros que foram feito sem conhecimento técnico, entre outros; comprovam que a fragilidade acontece de tal maneira que pensar em contrução se torna algo completamente inviável.
As imagens 104 e 105 apresentam a situação do setor 3 da favela Nova Jaguaré, antes do projeto,realizado pelo escritório de arquitetura Boldarini, as margens do rio Pinheiros encontra-se um conjunto habitacional e logo atrás a situação caótica das moradias da favela, principalmente a região propícia a deslizamentos.
A imagem 106 apresenta conjuntos habitacionais as margens do Rio Pinheiros, sua construção ocorreu por volta do ano de 2008; atrás dos mesmos está a favela e toda a área de risco, de forma que os visitantes que percorrem a marginal Pinheiros não tem visão da favela, já que os conjuntos ocultam as habitações precárias.
Analisando a localização e o nível de precariedade dessa parte da favela, a Prefeitura Municipal de São Paulo propôs vários projetos de intervenção, como foi citado nos parágrafos anteriores. Devido ao histórico e contexto do lugar, a intervenção feita por Marcos Boldarini inicia-se com a “qualificaçao urbano-ambiental desse setor da comunidade, com o objetivo de resgatar o caráter público como premissa básica [...]” (BOLDARINI, 2011, não paginado).
Imagem 106| Fotografia de conjunto habitacional na favela Nova Jaguaré.
69
Imagem 107| Fotografia de conjunto habitacional em meio favela Nova Jaguaré
Segundo a opinião dos arquitetos responsáveis pelo projeto em questão:
Imagem 105| Fotografia da favela Nova Jaguaré
A compreensão de que as intervenções em áreas críticas da cidade, independente da sua localização, escala e necessidades, devem garantir padrões de urbanização adequados ao reconhecimento e acesso a condições mínimas adequadas à moradia guiou o projeto.(BOLDARINI, 2011, não paginado).
Imagem 108| Fotografia da favela Nova Jaguaré antes da intervenção.
Projeto
O grande eixo de circulação conta com escada, rampas e passarelas que além de promover o acesso também permite ao observador desfrutar das vistas que todo o entorno apresenta; como revela as imagens 110 e 111.
Depois de um longo levantamento e estudo realizados na favela Nova Jaguaré, considerando a impossibilidade de construção nas enconstas, o escritório responsável desenvolveu um projeto que busca facilitar o acesso as moradias da favela, criando um eixo de circulação que vença o vão de 35m, “implementação de sistemas de infraestruturas para drenagem pluvial, redes de esgoto e abastecimento de água [...], criação de patamares onde estão localizados os equipamentos e espaços para as atividades de esporte, lazer e recreação [...]”; para tanto todas as moradias que se encontravam em situação de risco nessa área foram demolidas.
A imagem número 109 representa uma fotografia aérea da favela e seu entorno imediato após a intervenção, nela vemos o conjunto habitacional, o eixo de circulação, centro comunitário e mirante, logo atrás o espaço de recreação, as indústrias, ao fundo a favela e no final da imagem o rio Pinheiros: Imagem 110| Fotografia do eixo de circulação revelando as escadas, rampas e passarelas.
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Imagem 109| Fotografia aérea da favela Nova Jaguaré após a intervenção.
Imagem 111| Fotografia do eixo de circulação, sua materialidade e as vistas que o mesmo oferece..
As figuras 112 e 113 apresentam fotografias da área de lazer, que faz parte do novo projeto de intervenção na favela, nela vemos quadras poliesportivas e um parque infantil. A imagem 114 revela a solução dada ao desnível de 35m: um grande talude une o restante da favela a área de recreação e ao centro comunitário, onde o acesso se dá através da grande escadaria, representada pela imagem 115.
Imagem 112| Fotografia da área de esportes.
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Imagem 113| Fotografia da quadra poliesportiva.
Imagem 114| Fotografia da aérea de esportes e a favela ao fundo.
Imagem 115| Fotografia do centro comunitário e mirante na laje.
As figuras 116, 117 e 118 representam respectivamente o centro comunitário visto por dentro de dois ângulos diferentes e uma fotografia de grande parte da intervenção e o seu entorno. Já a imagem 119 representa a implantação do projeto, através da legenda entende-se a localização das quadras poliesportivas, o conjunto habitacional, as vagas de estacionamento destinadas a esses moradores, o centro comunitário, a grande escadaria que liga os edifícios habitacionais e a área de lazer e esportes até a favela e por último a mancha de área verde destinada a ocupar, principalmente, o grande desnível do terreno.
Imagem 116| Fotografia interna do centro comunitário.
1 2 3 4 5 6 7
5
1
– – – – – – –
Quadras poliesportivas Centro comunitário Estacionamentos Conjunto habitacional Favela Escadaria Área verde 5
72
2
6
5 7
1
3
Imagem 117| Fotografia interna do centro comunitário.
4
4
Imagem 118| Fotografia do conjunto habitacional, área de esportes e eixo de circulação.
Imagem 119| Implantação.
4
3
6
3 3 4
As imagens 120 e 121 apresentam o desenho do corte geral e o corte da escada respectivamente. Os desenhos apresentam as cotas para identificar o quão ingríme é o terreno, os muros de arrimo para evitar futuros deslizamentos, e também as passarelas elevadas do nível do chão fazendo a ligação entre escadas. Já as figuras 122 e 123 representam a planta e levação e depois a cobertura e o corte longitudinal, do centro comunitário e mirante, respectivamente. Apresentando as instalações hidráulicas como sanitários e cozinha e as salas destinadas ao uso dos moradores locais.
73 Imagem 120| Corte Geral.
Imagem 121| Corte da Escada
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Imagem 122| Centro comunitário| planta e elevação.
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Imagem 123| Centro comunitรกrio| cobertura e corte longitudinal.
“Estudar a casa para o homem corrente, qualquer um, é reencontrar as bases humanas, a escala humana, a necissidade-tipo, a função-tipo, a emoção-tipo.” Le Corbusier
SANEAMENTO URBANIS RIBEIRÃO PRETO ABERTO CRESCIMENTO DENRO P ARQUITETURA ABERTURA CROQUI CONCRETO DOAÇÃO EDUCAÇÃO COMÉRCIO FAVELAFUNCIONALIDADE LIMPEZA SOLUCÃOFARMÁRCIA VISITA BANCO ITAÚ PREMISSAS POPULAÇÃO LAZER ENERGIA ÁRVORE ACÚSTICA REGULARIZAÇÃO RUAS TIPOLOGIA ESPAÇO COBERTURA PESQUISA DESENHOS PLANTAS PREMISSAS CENTRO COMUNIDADE HABITACIONAL ESTACIONAMEN BAIRRO SOLUÇÃ REGULARIZAÇÃO SENSIBILIDADE VIAS TIJOLOS NECESSIDADE MORADIAFARMÁRCIA SOLUÇÃO CAMPO PARQUE SISTEMA VEGETAÇÃOLAZERACÚSTICA POSSILIDADE SOMBRA SANEAMENTO EDUCACIONAL ARQUITETURA PREMISSAS JARDIM SANEAMENTO FUNCIONALIDADE DOAÇÃ VIASPLANEJAMENTO PLANTAS ALVENARIACONFORTO POBREZA PARQUE FORADESAPROPRIAÇÃO ARTE CROQUICOMÉRCIO PLUVIAL SUFICIENTE PESQUISA COBERTURA DENSIDADE MADEIRA ORDEM EDUCAÇÃO IDEIASABERTURA HABITACIONAL ESCADAS SOLUÇÃO TRANSPORTE HOSPITAL URBANISMO ÁGUA LOCAL TRANSPORTE ITAÚ ENERGIA FAVELA ABERTURA ESCADAS HAB PREOCUPAÇÃO IDOSOS EXTERIOR LUZ FORMA DENRO POPULAÇÃO CONJUNTO MOBILIDADE UNIÃO P CONTATO SANEAMENTO COBERTO HIGIÊNE PAVIMENTOS ACESSOS GRANDE HOSPITAL COMÉRCIO CONCRETO AVENIDAS SEGURANÇA PARCELAMENTO COBERTOLAZERDESENHO GOVERNO PAVIMENTOS PREMISSASGOV DEFICIÊNCIA ALVENARIA PLANEJAMENTO DESIGUALDADE PLUVIAL ECONÔMICO REGULARIZAÇÃO ACÚSTICAREALIDADE VEGETAÇÃO LUZ EDUCACIONAL PRAÇA LAZER VOCAÇÃO VISTA ESPACIAL PLANJEMANETO ENERGIA ESTRUTURA EVOLUÇÃO
LUZCONJUNTOIDEIAS OESTE PAVIMENTOS PROTEÇÃO CONCRETO CICLOVIA CROQUI EDUCAÇÃO ESCADAS TOPOGRAFIA VIAS FAVELA FUNCIONALIDADE COMÉRCIO LIMPEZA SOLUCÃOFARMÁRCIADADOS ORDEM ABERTO SUFICIENTE URBANISMO BANCO ITAÚ PREMISSAS SOMBRA PESQUISA UNIÃO POPULAÇÃO LAZER ÁRVORE SANEAMENTO ESTACIONAMENTO RUAS LIXEIRA LIBERDADE REGULARIZAÇÃOESPAÇO FAVELA COBERTURA PESQUISAFORA ACÚSTICA DESENHOS CONFORTO PLANTAS COBERTO PREMISSAS ACADEMIA SOLODESAPROPRIAÇÃO HABITACIONAL COMUNIDADE NTO DENSIDADE PARQUE ELETRECIDADE BAIRRO REGULARIZAÇÃO HOSPITAL TERMINAL SENSIBILIDADE PREOCUPAÇÃO VISITA ÃO ESPAÇO FARMÁRCIA TIJOLOS CAMPO MORADIA DESEJO SOLUÇÃOARTE HABITACIONAL BASICO SISTEMA VEGETAÇÃOLAZER ENERGIA E ACÚSTICA DENRO SOMBRA LUZ EDUCACIONAL VIAS PROTEÇÃO VEGETAÇÃO POSSILIDADE BASE ARQUITETURA S DOAÇÃO JARDIM SANEAMENTO FUNCIONALIDADE ELETRECIDADE ÃO LAZER PAVIMENTOS ITAÚ PARCELAMENTO PLANTAS ALVENARIACONFORTO SANEAMENTO PERIFERIA ESTACIONAMENTO POBREZA PARQUE DESAPROPRIAÇÃO FORA CROQUI LUZ CONTATO SUFICIENTE PESQUISA COMÉRCIO COMÉRCIO CROQUI EXTERIOR EESCADAS ENERGIA DENSIDADE ESPAÇO ORDEM TIPOLOGIA IDEIAS PREMISSAS EDUCAÇÃO ABERTURAESCADAS SOLUÇÃO TRANSPORTE INTERVENÇÃO ESTRUTURA URBANISMO AVENIDAS ÁGUA TRANSPORTE CONCRETO BITACIONAL PREOCUPAÇÃOITAÚ HABITAÇÃO FAVELA ABERTURA SEGURANÇA IDOSOS SAÚDE ABERTO AÇÃOPLANJEMANETODENRO EXTERIOR CONJUNTO POPULAÇÃO SOMBRA BASICO MOBILIDADE UNIÃO DOAÇÃO PLANEJAMENTO REDES PARQUE SANEAMENTO FORMAÇÃO COBERTO QUADRA SOLUÇÃO GRANDE ACESSOS COMÉRCIO LIBERDADEVEGETAÇÃO HOSPITAL HIGIÊNE AVENIDAS CONCRETO SISTEMA VIAS ARQUITETURA PARCELAMENTO SOLO IDEIAS SEGURANÇA MADEIRA COBERTO PAVIMENTOS ELETRECIDADE DESENHO DEFICIÊNCIAPREMISSASMORADIACOBERTO ACADEMIA VERNO ALVENARIA LUZ ACÚSTICAPLUVIAL DESIGUALDADE ECONÔMICO DESENHOS FUNCIONALIDADE NECESSIDADE REALIDADE REGULARIZAÇÃO INFORMALIDADE VEGETAÇÃO LAZER AMPLIAÇÃO EDUCACIONAL ESPORTE CICLOVIA BELEZAARTE LIMPEZA PAPELÃO VISTA PRAÇA SEGURANÇA ESPACIAL CENTRO BAGUNÇA LOCALVOCAÇÃO FORMAÇÃO VIDA ENERGIA COMPANHEIRISMO ACESSOS PLUVIAL EVOLUÇÃO TRANSPORTE
SMO ARQUITETURAPLANEJAMENTOSANEAMENTO CRESCIMENTORIBEIRÃO PRETO
PREMISSASDOAÇÃO COBERTURAABERTO ABERTURA TIPOLOGIA
DENRO
PROJETO
“O segredo é dar aos espaços públicos uma forma tal que a comunidade se sinta pessoalmente responsável por eles, fazendo com que cada membro da comunidade contribua à sua maneira para um ambiente com o qual possa se relacionar e se identificar.” Imagem 124| Croqui do Conjunto Habitacional para os moradores da favela do Jardim Itaú
Herman Hertzberger
6. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Esta monografia é composta por uma contextualização teórica, onde foi estudada o ínicio da favelização, desde uma escala nacional até a favela do Jardim Itaú, apresentando um levantamento da área com registros fotográficos, informações extraídas de questionário aplicado aos moradores, mapas com diretrizes e legislação fornecidos pela prefeitura local, fotografias aéreas e mapas sistemáticos que resultaram em uma análise crítica sobre a atual situação do bairro, seguido desta, está a análise feita sobre três referências projetuais que abordam problemáticas similares daquela tratada nessa pesquisa.
Ao concluir as etapas citadas anteriormente, indispensáveis para a criação de uma base para o projeto que será apresentado ainda neste capítulo: um conjunto habitacional para os moradores da favela do Jardim Itaú. Antes de chegarmos ao desenho dessas habitações, é preciso salientar que os dados coletados em pesquisa de campo apresentaram condições onde tornou-se fundamental estruturar primeiramente a área que necessita receber infraestrutura adequada, para darmos início a solução habitacional. Tendo em vista essa necessidade, o projeto contará com duas grandes etapas: a primeira preocupa-se em apresentar proposta urbana para o bairro e seu entorno imediato e uma segunda, objetivo principal deste trabalho que trata do projeto arquitetônico, propriamente dito, criando enfim uma solução adequada ás principais carências encontradas nas moradias.
79
6.1 URBANO
o Jardim Recreio, criando mais opções de acesso, e um plano de diretrizes viárias que servem de orientação para a urbanização de uma grande área na zona oeste localizada na zona de urbanização preferencial (ZUP.).
Ao analisar a problemática envolta do Jardim Itaú, já citada ao longo dessa pesquisa, foram listadas intervenções necessárias antes da realização do projeto do conjunto habitacional, apesar da falta de saneamento básico encontrada por todo o bairro e considerada um dos maiores problemas que essa população enfrenta, a pesquisa não embarcará essa questão, visto que se trata de um trabalho acadêmico, ele se limitará a resolver questões relacionadas à favela e aquilo que nela interfira. Para tanto algumas propostas urbanas, em forma de diretriz, serão apresentadas. Devido a essa característica o projeto urbano não contará com detalhamentos, visto que este não faz parte do objetivo central desta monografia, será apresentada apenas uma intenção inicial de intervenção.
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O projeto urbano, essencial para a implantação do conjunto habitacional, foi desenvolvido a fim de suprir as deficiências encontradas no bairro, em harmonia com a opinião dos moradores da favela, sendo assim ele contará com: melhoria nos acessos aos bairros Jardim Itaú e Jardim Recreio, previsão do crescimento urbano em direção a zona oeste, parcelamento de uma gleba limítrofe com o Jardim Itaú, implantação de equipamentos urbanos, criação e readequação de áreas verdes, remanejamento total da favela, construção de um conjunto habitacional de interesse social, elaboração de áreas de recreação destinadas ao público e criação de um bloco comercial que atenda a escala da vizinhança. Imagem 125| Mapa com o desenho nas novas vias propostas.
Acessos
Como já foi apresentado, o bairro Jardim Itaú somado ao Jardim Recreio, apesar da diferença sócio-econômica, possuem uma característica comum: grande dificuldade de acesso, principalmente por se tratar de bairros residenciais, ambos não contam com vias de rápido acesso e a pavimentação existente está cada dia que passa mais precária, devido aos rompimentos no asfalto, tornando essa área pouco atrativa aos visitantes. Como um dos ideais desta monografia é atrair pessoas para a zona oeste e incentivar a urbanização da mesma, a melhoria nos acessos à área tornou-se indispensável. A imagem 125 apresenta um novo desenho urbano com melhoria nas vias existentes e criação de novas formas de acesso (identificadas pela cor rosa.). A grande parte das vias está de acordo com a proposta da prefeitura de Ribeirão Preto (representada pela imagem 42 dessa pesquisa), onde são implantadas duas avenidas parque ao longo dos córregos, que correspondem com a área de proteção máxima, o projeto também conta com continuação ao desenho das avenidas que cercam o Jardim Itáu, maior quantidade de ligações entre o Jardim Itaú e
Parcelamento do solo
A zona oeste de Ribeirão Preto é pouco urbanizada se compararmos com outras regiões da cidade e com o fato de estar localizada na zona de urbanização preferencial. Levando em consideração o crescimento constante do município, principalmente em direção as zonas sul e leste, esta última classificada como zona de urbanização restrita por estar localizada na área de recarga do Aquífero Guarani. Devido a essas condições, prever o crescimento dessa região tornouse indispensável, sendo assim foi realizada uma proposta de continuação da malha urbana do Jardim Itaú inclusive completando as quadras ocupadas pela favela, o desenho está representado pela imagem 126 com as novas quadras identificadas na cor vermelha em contraste com as as quadras já existentes, representadas pela cor cinza. As novas quadras terão o uso classificado como misto, a fim de suprir a falta de comércios e serviços que o Jardim Itaú e o Jardim Recreio enfrentam.
81 Imagem 126| Proposta de continuação da malha urbana do Jardim Itaú.
Equipamentos urbanos Após as análises realizadas através dos dados levantados e considerando a opinião dos moradores, foi identificado a dificuldade que os mesmos enfrentam para acessar instituições de ensino, serviços médicos e transporte público, devido a distância que precisam percorrer até encontrá-los. A fim de suprir essa carência, o projeto propõe a implantação de um centro educacional, uma unidade de pronto atendimento (UPA) com funcionamento 24 horas e um terminal urbano.
Visto que o bairro já conta com áreas destinadas a instituições públicas, embora não foram sequer pavimentadas, o projeto propõe uma alteração na localização das áreas, transferindo a mesma metragem quadrada para outros locais do bairro, que se mostraram mais interessantes em relação, principalmente, aos acessos. A imagem 127 apresenta o mapa com o projeto urbano colocado pela prefeitura de Ribeirão Preto, já a imagem 128 apresenta uma alteração neste desenho, proposta por esta pesquisa.
Imagem 127| Mapa do Jardim Itaú desenvolvido pela prefeitura de Ribeirão Preto.
Apesar do bairro estar próximo ao Hospital das Clínicas, a distância é suficiente para tornar uma caminhada entre este e o Jardim Itaú inviável. Grande parte dos moradores da favela não possuem veículo próprio, portanto se fez necessário a implantação de uma unidade hospitalar que atenda a escala do bairro, visando também o futuro aumento de pessoas residentes na zona oeste. O local escolhido para implantar a unidade de pronto atendimento é a quadra de número 01 (representada pela imagem 128.). A escolha se deu pelo fato dessa quadra oferecer acesso rápido até a avenida Bandeirantes. Em virtude dos problemas que um grande fluxo de veículos oferece a uma instituição médica, foi proposto um grande recuo do limite da quadra até a unidade hospitalar, o espaço será ocupado por uma área verde servindo de barreira entre a instituição e a via.
A segunda quadra destinada ao uso institucional contará com um centro educacional somado a um terminal urbano (que comporte ônibus, táxis e mototáxis). Entende-se que o projeto deverá contar com um limite entre os dois equipamentos, porém não será apresentado nessa pesquisa por não ser o foco do trabalho. A área número 02 na imagem 128 apresenta a localização desses equipamentos, ela conta com fácil acesso pela avenida que circunda o Jardim Itáu, mantendo um afastamento da via, já que o local contará com um grande número de crianças.
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82 Imagem 128| Mapa identificando os equipamentos urbanos em meio ao novo desenho urbano do Jardim Itaú.
Vegetação
O projeto proposto por este trabalho prevê também a alteração na localização das áreas verdes do Jardim Itaú (representado pela imagem 127.), o novo projeto propõe que haja duas praças nas quadras onde hoje está localizada a favela (figura 130.), e cria um corredor verde que além de completar as quadras do Jardim Itaú, serve também de proteção em relação a avenida a ser implantada no limite do bairro. Com a mudança, o bairro ganha uma metragem maior de área destinada à vegetação. Além disso, com a implantação das avenidas parque, há a necessidade de tratamento nas áreas existentes ao longo dos córregos que limitam o bairro, possibilitando novos usos para essas áreas tão grandes e significativas para a cidade, tornando-as atrativas. A imagem 129 destina-se a esclarecer essa questão, onde as áreas verdes já consolidadas permacem sem sofrer alteração, elas são identificadas pela cor verde escuro, quanto as áreas novas propostas foram representadas pela cor verde claro.
Imagem 129| Mapa identificando a atual localização da favela do Jardim Itaú em meio ao novo desenho urbano.
Favela
No ínicio da pesquisa a opção encontrada para a favela do Jardim Itaú era o remanejamento parcial das moradias, seriam retiradas apenas as habitações que apresentassem ilegalidade no espaço de ocupação, ou seja, aquelas construídas sobre vias públicas, sobre áreas verdes ou que a sua área total fosse inferior a 125m² (lote mínimo exigido pela prefeitura local), ou que sua materialidade fosse deficiente ao ponto de colocar seus moradores em risco eminente de vida. Após um maior aprofundamento da pesquisa, ficou claro a deficiência generalizada das moradias em relação a estrutura, ventilação e insolação. Ao concluir essas características, a postura em relação a intervenção mudou, concluindo que seria necessário o remanejamento total da favela, até mesmo para evitar conflitos internos. A imagem 126 apresenta localização atual da favela do Jardim Itaú, identificando os dois principais núcleos, repectivamente A e B.
A imagem 131 apresenta a área escolhida para a construção do conjunto habitacional, nela foram somadas três figuras: a primeira conta com a intenção da prefeitura local para parcelar essa área: uma praça ao centro cercada por áreas institucionais. A segunda imagem é uma fotografia aérea que revela a situação atual, nela podem ser vistas algumas construções irregulares, com o passar do tempo tenderá a ampliar a favela. A terceira é o projeto apresentado nesta pesquisa, onde a marca laranja representa o local escolhido para implantar o conjunto habitacional.
A
B
Imagem 130| Mapa identificando a atual localização da favela do Jardim Itaú em meio ao novo desenho urbano.
Habitação de interesse social
Ao concluir a necessidade de remanejamento total da favela veio a dúvida mais óbvia: qual seria o local ideal para implantar esse projeto? Após avaliar as respostas dadas pelos moradores da favela ao questionário aplicado, uma certeza ficou clara: eles devem ser mantidos próximos ao local em que hoje vivem. A resposta absoluta que essas famílias apresentaram foi que reconheciam no Jardim Itaú uma identidade, mesmo cientes de todas as deficiências que o bairro apresenta, não se viam em nenhuma outra área da cidade. O Jardim Itaú foi o local onde encontraram a tranquilidade necessária para manter suas famílias, respeitando o poder aquisitivo que têm, além das relações de amizade que matêm com a vizinhança. Tomada a decisão de implantar o conjunto habitacional no Jardim Itaú ficou a decidir a área exata. A própria área da favela tornou-se inviável, visto que seria necessário realojar essas famílias temporariamente, enquanto as habitações estivessem em fase de construção, isso alavancaria os gastos e causaria transtornos aos moradores. Analisando as áres disponíveis e com tamanho suficiente para implantar o projeto, a única opção foi a área que faz limite com a favela, já que seu domínio é público e não conta com uso. Apesar das questões burocráticas envolvidas, esta foi a forma encontrada para manter os moradores próximos do local de origem.
Imagem 131| Projeto proposto pela prefeitura, fotografia aérea do Jardim Itaú e o projeto proposto nesse trabalho.
Área comercial
Como já foi citado ao longo desta pesquisa, o Jardim Itaú e o Jardim Recreio são bairros residenciais, portanto não contam com nenhum tipo de comércio. Os moradores precisam percorrer grandes distâncias para encontrar uma farmácia ou supermercado, por exemplo. A fim de minimizar esse problema, dois moradores da favela do Jardim Itaú fizeram de parte da sua moradia uma mercearia, onde a vizinhança pode encontrar produtos básicos, porém com preços bem mais elevados se comparado ao restante da cidade, gerando revolta nos demais moradores, já que se veem obrigados a comprar esses produtos, visto que é a opção mais próxima existente.
A fim de suprir essa necessidade, o novo projeto contará com uma área destinada a comércios que atenda a escala da vizinhança. Como existe dois bairros escassos desse tipo de estabelecimento, foi feita a proposta de uso misto ao novo desenho da malha urbana que dará continuidade ao Jardim Itaú, para que de forma gradual surjam ao longo do tempo, uma maior quantidade e variedade de comércios e serviços, principalmente ao longo das avenidas propostas. A imagem 132 representa a área na qual será construído blocos de apartamentos, onde as unidades térreas correspondem as áreas destinadas a comércios e serviços e os dois pavimentos superiores de uso residencial.
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Imagem 132| Mapa representando a área destinada ao comércios.
Áreas de recreação
Visando a qualidade de vida dos moradores do Jardim Itaú, principalmente aqueles que residem na favela, será proposta áreas públicas, localizas em meio às moradias do conjunto habitacional criando um limitador entre os grandes blocos de habitação e ao mesmo tempo servindo de união entre os moradores, uma espécie de parque urbano totalmente vinculado as moradias.
O projeto contará com áreas destinadas ao lazer para todos os públicos, desde crianças a idosos, os equipamentos propostos são: quadra poliesportiva, quadras de tênis, academia ao ar livre, playground, áreas de lazer contemplativo, pista de skate, sanitários, bebedouros e pista de cooper. Esse programa poderá ser ampliado, criando espaços destinados a oficinas, ateliers, horta comunitária, entre outros. A imagem 133 apresenta o primeiro plano de massas com o intuito de pré-dimensionar os espaços ocupados pelas moradias somado as áreas de recreação, as manchas coloridas representam uma ideia inicial de distribuição das atividades propostas.
Imagem 133| Plano de massas.
Projeto urbano
A imagem 134 apresenta, enfim o desenho urbano finalizado, englobando o Jardim Itaú e seu entorno, nele são somadas todas as etapas explicadas até então neste capítulo, apresentando de forma mais clara a intervenção urbana proposta. Como pode-se notar, a imagem representa apenas um plano de massas, sem detalhamento algum, ao qual este trabalho se limita.
Imagem 134| Projeto urbano para o Jardim ItaĂş e seu entorno.
6.2 ARQUITETÔNICO
A intenção primordial desse estudo é criar um projeto de habitação social para os moradores da favela do Itaú, que busque minimizar as deficiências das moradias atuais e potencialize as qualidades encontradas nas mesmas. Para tanto os dados levantados foram de suma importância, já que através deles foi traçada a premissa desse projeto que somado a proposta urbana, criam juntos uma base sólida para o desenho dessas habitações.
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A premissa que guiou esse projeto foi a busca da valorização das características mais belas dessa favela, fazendo uma releitura da sinuosidade vernacular que ela apresenta oferecendo aos habitantes novas moradias que não se opõem de, forma brusca, ao local onde eles hoje consideram como lar. Uma importante particularidade observada nessa favela foi a liberdade que as moradias apresentam, a maioria não conta com muros nem cercas, nenhum tipo de barreira entre elas e a cidade. Qualidade que se contrasta com o que se tornou as grandes cidades do país: uma selva de pedra onde as pessoas ficam “protegidas” em seus castelos “inalcansáveis” e têm medo de conversar até com os seus vizinhos; como exemplo estão os inúmeros projetos de condomínios fechados que matam os espaços de convivência, criando entre as casas ou apartamentos corredores particulares destinados apenas ao acesso de veículos.
O projeto proposto por esta monografia busca se contrapor à maioria dos desenhos de conjuntos habitacionais produzidos atualmente, criando arranjos compostos por edifícios onde, entre eles surjam espaço públicos de lazer que favoreçam a covivência, não somente dos moradores da favela, como daqueles que residem nos limites da área de intervenção. Sendo assim fará da arquitetura um estimulante quanto a convivência social, qualificando o espaço, evitando se limitar apenas aos custos da obra.
Imagem 135| Croquis do projeto de intervenção.
O conceito que rege o projeto foi a escolha de conceber as moradias em forma de blocos modulares organizados de tal forma que resulta em arranjos sinuosos, respeitando a declividade natural do terreno e de acordo com a orientação solar, criando entre si acessos e espaços destinados à convivência e lazer dos moradores. A imagem 136 representa uma intenção inicial de intervenção, onde pode ser vista a primeira implantação feita para o conjunto habitacional, com os arranjos dos blocos, estacionamentos e os acessos previstos, já a imagem 137 apresenta uma implantação inicial do bloco modular.
LEGENDA:
pavimento térreo, primeiro pavimento segundo pavimento.
Imagem 137| Primeira implantação do bloco modular.
Imagem 136| Primeira implantação da proposta de intervenção.
Os blocos modulares, que originam o projeto, são compostos por dez apartamentos distribuídos em três pavimentos, os apartamentos contam com 3 diferentes metragens a fim de suprir as necessidades de diferentes famílias. Apesar de reconhecer que o ideal para os moradores da favela do Itaú seria propor moradias térreas, não podemos deixar de reconhecer que a área de intervenção faz parte da zona de urbanização preferencial (ZUP) e considerar alto déficit habitacional de Ribeirão Preto. Portanto o projeto contará com um total de 240 moradias, 85 apartamentos por hectare, (em média 290 habitantes por hectare) onde 60 unidades são destinadas aos moradores da favela do Itaú e o restante para famílias de outras áreas da cidade. A imagem 138 apresenta a maquete eletrônica destacando a forma do bloco modular e os seus pavimentos, ele conta com laje jardim e ignora totalmente a ideia de pavimento tipo, essa peculiariedade torna cada habitação única, criando um vínculo entre morador e moradia.
aparentassem leveza, pilares e vigas de concreto armado não seriam bem vindos, além disso, a fim de agilizar o tempo para construir a obra, tornar a estrutura pré-fabricada foi uma escolha de suma importância. Dessa forma a opção restante foi o uso do aço, tanto para as vigas quanto para os pilares. A imagem 140 apresenta a maquete eletrônica evidenciando a estrutura metálica do bloco modular, foi representada apenas a parte que fica aparente, já os contraventamentos e as terças não foram representados já que estarão ocultos na construção.
LEGENDA:
pavimento térreo,
primeiro pavimento e
segundo pavimento.
Imagem 138| Maquete eletrõnica do bloco modular.
A imagem 139 apresenta a maquete eletrônica destacando as unidade de habitação de acordo com a sua metragem, elas foram projetadas para atender os diferentes perfis encontrados na favela. Cada bloco modular conta com 3 moradias de 35m² (em verde), destinadas a um indivíduo ou a casais sem filhos. A segunda tipologia é a habitação de 50m² (em amarelo), onde foram projetadas 5 unidades por bloco, que abrigarão famílias com no máximo 4 indivíduos e a quinta moradia destinada exclusivamente para famílias com membros que possuam deficiências físicas (totalizando 7%). A última tipologia projetada foi a unidade de 70m² (em vermelho), para abrigar famílias com 5 indivíduos ou mais. As metragens respeitam o mínimo e o máximo exigido pelo código de obras de Ribeirão Preto, quando se trata de habitações de interesse social.
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LEGENDA:
pavimento térreo,
Imagem 140| Maquete eletrõnica com as vigas e pilares da estrutura. LEGENDA:
unidade com 70m²
unidade com 50m²
unidade com 35 m²
unidade destinada a portadores de deficiências físicas.
Imagem 139| Maquete eletrõnica do bloco modular destacando as unidades de acordo com a metragem..
Por se tratar de um projeto que não conta com pavimento tipo, onde cada bloco modular é composto por apartamentos dispostos de forma a remeter o desenho compostos por grandes favelas, como aquelas localizadas no Rio de Janeiro ou São Paulo capital, a estrutura foi um desafio. Por existir a necessidade que a vedação seja independente da estrutura, o uso de bloco estrutural se tornou dispensável. Considerando um desejo estético de que as moradias
Imagem 141| Exemplos de estrutura metálica em edifícios.
primeiro pavimento e
segundo pavimento.
O projeto parte da ideia que a estrutura deve se desvincular da vedação visto que, quando necessário, o espaço destinado a uma moradia pode dar lugar a sanitários públicos, ateliers, oficinas de aprendizagem, entre outros, à medida que se tornarem necessários. Foi eleito o bloco de concreto como o único material que vedará todos os edifícios. A escolha se deu pelo fato deste material não exigir revestimento nem externo nem interno, diminuindo os custos da obra, mesmo quando aparece na sua forma bruta ele apresenta boa estética, somado a estrutura também aparente, cria um efeito brutalista ao projeto. A figura 142 apresenta um bom exemplo, nela está a fotografia de uma residência projetada pelo escritório de arquitetura Terra e Tuma, onde o bloco de concreto aparente foi mantido mesmo em seu interior.
As aberturas foram projetadas em busca de minimizar os efeitos do clima quente de Ribeirão Preto e possibilitar que cada morador, em sua própria casa, possa desfrutar da bela vista que o entorno oferece. Para tanto, foram escolhidas janelas pivotantes com eixo deslocado, já que sua abertura é de quase 100% da área total que ela ocupa. A proposta é que as janelas abram em direção a área externa, para economizar espaço dentro dos apartamentos As portas escolhidas foram a opção de correr com trilhos aparentes em todos os ambientes e portas sanfonadas para os sanitários,
Imagem 143| Desenho de janela pivotante com eixo deslocado.
Os materiais escolhidos para compor as esquadrias são o aço e o vidro, o primeiro por ser um material resistente inclusive à água, quando devidamente protegido por tintas específicas. Já o vidro se faz necessário para permitir que a luz natural penetre nos ambientes. Devido ao posicionamento de cada apartamento no bloco modular, as janelas serão instaladas de acordo com a necessidade de luz e ventilação em cada ambiente, essa disposição é apresentada pela imagem 145 que representa a fachada de um dos apartamentos.
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Imagem 144| Desenho de porta de porta de correr.
Imagem 142| Exemplo de habitação que fez uso de bloco de concreto aparente.
Imagem 145| Fachada de um dos apartamentos do bloco modular.
O piso escolhido para o interior das habitações foi o cimento queimado, devido ao seu baixo custo e versatilidade já que se trata de um produto resistente e de fácil manutenção. Para as áreas molhadas, sanitários, cozinha e área de serviço, optamos pelo piso cerâmico, já que o cimento queimado não é indicado para ambientes que são frequentemente molhados, por ser liso e escorregadio.
Para a área exterior será proposto o piso intertravado permeável, pois suas vantagens vão além da estética , ele permite a drenagem de água da chuva e cada unidade desse piso pode ser retirada facilmente para possíveis reparos no subsolo e depois recolocados, isso porque sua instalação não exige argamassa, assim ele se torna um produto muito prático, principalmente ao se tratar de áreas públicas.
Imagem 147| Exemplo do uso da laje nervurada em apartamento.
Os acessos são compostos basicamente por escadas e rampas. Os blocos modulares contam com escadas para acessar os dois pavimentos superiores, localizadas na área externa à construção, de forma que pode ser acessada por qualquer pessoa, sua materialidade se baseia ao aço, o mesmo material usado na estrutura. O aço também servirá para revestir as platibandas que que sercam os terraços, a fim de criar uma linguagem única para o conjunto habitacional. O uso desse material na concepção das escadas permite que elas possam ser pré-construídas, além de ser um material resistente. Para evitar que o aço venha a oxidar, ele será pintado com tinta isolante térmica que além de protegê-lo, também minimizará a alta temperatura que esse material apresenta durante o dia.
Imagem 146| Fotografias dos dois pisos utilizados no projeto, o cimento queimado e o piso intertravado, respectivamente.
A cobertura dos blocos modulares será a laje nervurada impermeabilizada com manta asfáltica, o principal motivo dessa escolha foi a possibilidade de transformar esses espaços em áreas de convivência para uma ou no máximo duas famílias, criando uma espécie de quintal semi-privado. Em relação ao custo e estética a laje impermeabilizada saí a frente de telhados convencionais, estrurados em madeira e cobertos por telhas. A desvantagem está na sensação térmica em relação ao telhado convencional, principalmente em regiões com clima elevado, para minimizar o problema, parte da cobertura receberá vegetação, as demais áreas receberão tintas específicas que funcionem como isolante térmico.
O terreno eleito para a implantação do conjunto habitacional conta com alta declividade, como já foi citado, a quadra tem um denível total de 15 metros distribuídos ao longo de 230 metros. Dessa forma grandes recortes no terreno foi inevitável, para vencê-los de forma acessível aos portadores de deficiências físicas, grandes rampas formarão os acessos (como pode ser observado na implantação na página 102.) que também serão revestido com piso intertravado.
Imagem 148| Maquete eletrônica destacando os acessos (vermelho) em relação ao bloco modular (cinza).
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Depois de definida a forma, a estrutura, cobertura, vedação, aberturas e acessos, chegou o momento de resolver como as instalações elétricas e hidráulicas se acomodariam aos blocos. Quanto à elétrica, buscamos um sistema que facilitasse a realização de futuras manutenções e que mantivesse a linguagem do projeto. Para suprir as duas exigências ficou definida que toda a tubulação elétrica permaneça externa às paredes, de forma que qualquer alteração necessária poderá ser realizada facilmente, como alterar a posição de tomadas ou luminárias.
A procura de facilitar a ocupação das unidades habitacionais pelos moradores da favela do Jardim Itaú, foi desenvolvida uma simples proposta que busca orientá-los no momento de mobiliar os apartamentos. Cada apartamento conta com as suas peculiariedades, principalmente em relação as aberturas, o modelo com 35 m² (representado pela imagem 152.) é o que possui menos opções de alteração, devido ao seu tamanho. Já os apartamentos com 50 m² e 70 m² contam com uma maior liberdade de alteração, as áreas social e privativa podem inclusive inverter sua posição, transmitindo ao morador o poder de escolha sobre sua nova habitação.
Em relação ao sistema hidráulico, optamos em fazer uso do shaft como um ponto único que ligue toda a tubulação de 3 ou 4 apartamentos até a caixa d’água. O shaft está localizado, na marioria das vezes, no centro dos apartamentos, mantendo todas as áreas molhadas em seu entorno, além de gerar economia essa opção também serve como um limitador entre a área íntima e a área social das moradias. A imagem 151 apresenta a planta de um dos apartamentos, onde o shaft foi destacado pela cor azul, exemplificando o que foi dito nesse parágrafo.
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Imagem 149| Planta de apartamento de 50m².
Imagem 150| Planta com mobiliário - apartamento de 35m². Sem escala.
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Imagem 151| Planta com mobiliário - apartamento de 50 m². Sem escala.
Imagem 152| Planta com mobiliário - apartamento de 70 m². Sem escala.
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PLANTA PAVIMENTO TÉRREO
Escala 1:100
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PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO
Escala 1:100
94
PLANTA SEGUNDO PAVIMENTO
Escala 1:100
S Terraço
3,00
Platibanda
6,40
Laje impermeabilizada i= 8%
Acesso
Terraço 3,00
3,40
9,90
Caixa d'água
Terraço 6,00
Terraço
9,90
6,00
6,40 9,50
Acesso
9,90
Platibanda
9,50 Caixa d'água
3,40
Laje impermeabilizada i= 8%
Platibanda
Acesso
3,40
95
Terraço
3,00
3,40
Caixa d'água
Platibanda
0,40
3,40 6,40
Terraço 6,00
S
3,00
S
6,40
S
3,40 Platibanda
0,00
3,40 S Platibanda
IMPLANTAÇÃO 1:1001:100 IMPLANTAÇÃO Escala ESCALA
Acesso
Platibanda
Acesso
Terraço
Acesso
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CORTE AA
Escala 1:75
Uso de cobogós para permitir a iluminação e ventilação as áreas molhadas.
97
CORTE BB
Escala 1:75
98
CORTE CC
Escala 1:100
99
VISTA A
Escala 1:100
100
VISTA B
Escala 1:100
101
VISTA C
Escala 1:100
102
VISTA D
Escala 1:100
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MAQUETE ELETRテ年ICA
Sem escala
Imagem 165| Perspectivas dos blocos modulares habitacionais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O contato direto com a favela do Jardim Itaú e seus moradores tornou este trabalho uma experiência singular, de suma importância para a compreenção do objetivo central dessa pesquisa: a criação de habitações de interesse social que respondessem de forma eficiente e racional a problemática encontrada.
A imersão nas problemáticas pertinentes a essa área da cidade revelou que o tema tratado é bastante amplo, considera não somente questões relacionadas diretamente à arquitetura e ao urbanismo, mas também ligadas a outras esferas. Verificadas as questões sociais envolvidas, o trabalho aborda a relação do indivíduo com o meio e como a arquitetura contribui para tornar as cidades mais justas e com melhores condições de vida aos seus habitantes. A relevância acadêmica da pesquisa se dá ao apresentar informações ainda não vistas sobre o núcleo carente instalado no Jardim Itáu e sua caracterização nos aspectos físicos, sociais, psicológicos e habitacionais. A atenção a esses aspectos consolida a base para a atuação profissional do arquiteto e urbanista.
ANEXOS
A fim de conhecer melhor a situação da favela do Jardim Itaú, um questionário foi aplicado no local, dividido em duas etapas, com questões que caracerizem seus moradores as habitações e o entorno. Infelizmente não foi possível aplicar essa pesquisa em todos os habitantes da favela, mas na maioria, assim já foi possível criar uma ideia bastante completa sobre a situação vivida por essas pessoas. O questionário segue nas duas próximas páginas, o resultado dessa pesquisa de campo foi explicada ao longo dos capítulos de levantamento e de projeto, encontrados nesse trabalho.
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QUESTIONÁRIO – JARDIM ITAÚ
Dados do entrevistado Nome completo:___________________________________________________________________________________________ Idade: _______ Escolaridade:______________________ sexo: F ( ) M ( ), cor: A ( ), B ( ), P ( ), N ( ) data: __/__/__ Profissão/Ocupação: ________________________________ Tempo de moradia: ____ anos Estado Civil: _______________ Quantas pessoas residem nessa casa? ______________ Quantas pessoas, que moram nessa casa, trabalham? ________ Nessa residência, alguém possui veículo? ___________ (Em caso de resposta positiva) Qual: ________________________ Outros componentes familiares
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Sexo
Idade Parentesco Escolaridade
Ocupação
Estado nasc.
Utiliza T.P.?
Religião que segue 1 2 3 4 5 6
Possui algum deficiente ou doente incapacitado na família: sim ( ) não( ). Se sim, indique qual tipo de deficiência ou doença incapacitante: visual ( ) auditiva, ( ) motora ( ), mental ( ), orgânica ( ) ou múltipla ( ). Dados da moradia Por que veio morar nesse local? ____________________________________________________________________________ Participa de algum programa social? __________ Qual: ( ) Bolsa família, ( ) Renda cidadão, ( ) Ação Jovem, ( ) BPC Outros: __________________________________________________________________________________________________
Situação da moradia: ( ) própria, ( ) alugada, ( ) cedida, ( ) barraco (invadida). Número de cômodos: ______________ Possui criações de animais no local: sim ( ) não ( ). Quais: _____________________________________________________ Tipo de Construção: ( ) alvenaria, ( ) madeira, ( ) material aproveitado - qual? __________________________________ Água: relógio individual ( ) Relógio Coletivo ( ) Ligação Direta à Rede ( ) Emprestada ( ) Poço ( ) Caminhão Pipa ( ). Destino do Lixo: coletado ( ), queimador ( ), enterrado ( ), céu aberto ( ) ou outros ( ). Energia Elétrica: relógio individual ( ), relógio coletivo ( ), ligação direta ao poste ( ), emprestada ( ) ou não tem ( ). Banheiro: não tem ( ), interno ( ), externo exclusivo ( ) ou externo coletivo ( ). Cômodos da casa: ( ) 1 banheiro, ( ) 2 banheiros ( ) sala, ( ) sala de estar, ( ) sala de jantar, ( ) sala de TV, ( ) cozinha, ( ) 1 quarto, ( ) 2 quartos, ( ) 3 quartos, ( ) 4 ou mais quartos, ( ) suíte, ( ) copa, ( ) lavanderia, ( ) hall. Escoamento Sanitário: rede pública ( ), fossa rudimentar ( ), fossa séptica ( ), vala ( ), céu aberto ( ) Qual equipamento urbano mais te faz falta nesse bairro? _______________________________________________________ Para você, qual seria a melhor solução de moradia: urbanização c/ melhoria da moradia (s/ a substituição) ( ), apartamento no local ( ), terreno mais financiamento de materiais de construção ( ) ou casa em outro local ( ). Por que? _________________________________________________________________________________________________ Gostaria de mudar-se para outro local? ____ Por que? _________________________________________________________ Opinião do morador entrevistado a respeito do local onde reside: ___________________________________________ ____________________________________________________________________ Qual equipamento urbano mais te faz falta nesse bairro? _______________________________________________________ Por que?_________________________________________________________________________________________________
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“Quanto mais influência pudermos excercer pessoalmente sobre a nossa volta, mais nos sentiremos emocionalmente envolvidos com elas, mais atenção daremos a elas e mais inclinados estaremos a tratá-los com todo o amor.” Herman Hertzberger
REFERÊNCIAS DAS IMAGENS
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