FENARRECO uma história de amor, orgulho e tradição do povo brusquense
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CONHEÇA PARTE DA TRAJETÓRIA DA
FESTA NACIONAL DO MARRECO!
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Sumário BEGINNEN (INÍCIO) ..................................................................................................................................................................................... 07 ERPEL (MARRECO) ....................................................................................................................................................................................... 09 MUSIK UND TANZ (MÚSICA E DANÇA) ................................................................................................................................................. 19 PARADE (DESFILE) ....................................................................................................................................................................................... 33 KÖNIGIN (RAINHA) ....................................................................................................................................................................................... 47 FAMILIE FENARRECO (FAMÍLIA FENARRECO) .................................................................................................................................. 57 PAVILLON (PAVILHÃO) ................................................................................................................................................................................ 67 TYPISCHE SPIELE (BRINCADEIRAS TÍPICAS) ..................................................................................................................................... 79
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Tudo começou na época em que José Celso Bonatelli era prefeito da cidade de Brusque, em 1983, e convidou Augusto Cesar Diegoli para criar uma Comissão Municipal de Turismo - COMUTUR para desenvolver o turismo em Brusque. Diegoli resolveu chamar uma pessoa de cada segmento da cidade. Depois do convite feito Sergio Higino Kunitz, Nivert Imhof, Antonio Cesar de Souza, Rolf Kaestner, Valdir Rubens Walendowsky e Marlon Jorge Teza aceitaram o desafio, mesmo sem ganhar nenhum tostão da prefeitura. Eram oito membros de distintas áreas da cidade, mas que tinham uma coisa em comum: amor por Brusque. Queriam o desenvolvimento do município. Encontravam-se todas as quintas-feiras a partir das 19h para as reuniões no salão nobre da prefeitura. Foram 12 anos com essa rotina e hoje em dia, mesmo com o fim da comissão, o grupo ainda se encontra nas quintas-feiras sem lei, como eles mesmos nomearam. No primeiro ano Bonatelli queria que o grupo da Comissão de Turismo focasse na Feira Industrial do município. Foi através da feira que muitos acabaram conhecendo Brusque como a cidade dos tecidos e a partir de então começaram a pensar em trabalhar com shoppings atacadistas e varejo de roupas. A feira foi o maior sucesso e logo quiseram trazer mais opções para as pessoas virem até a cidade. No ano seguinte, em 1984, a comissão percebeu que a cidade vizinha, Blumenau, ganhou destaque nacional com a festa que haviam criado para animar os blumenauenses após a grande enchente. Então Rolf Kaestner levou a ideia, para o prefeito, de criarem uma festa alemã em Brusque também e Bonatelli adorou a ideia. A partir de 1985 começaram a focar na festa, mas sabiam que naquele ano seria impossível da festa acontecer. Teriam que reconstruir tudo que ainda estava quebrado por conta da enchente de 84. Começaram a planejar a festa para que se iniciasse em 1986. Já tinham o ano da estreia, só faltava todo o resto. Perceberam que a Oktoberfest era noturna de música, dança e bebida, mas e a gastronomia? Resolveram trabalhar com a falha da festa blumenauense e a festa brusquense seria durante o dia e com o foco na gastronomia. Como as cidades ficam a 44km de distância, a ideia era simples: os turistas, que vinham de diferentes cidades para curtir a Oktoberfest, passariam o dia em Brusque, conhecendo a cidade e almoçariam e jantariam por aqui, e de noite iriam festar em Blumenau. A festa não nasceu com o intuito de cópia da Oktoberfest, mas sim para ser um complemento.
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erpel (marreco) O cheirinho de marreco assado aguça o olfato dos visitantes e invade o térreo do pavilhão, onde ele é preparado, e é impossível não ficar com água na boca ao transitar por ali. Este prato tipicamente alemão é o grande destaque e é através dele que muitos conhecem Brusque. A gastronomia alemã possui um cardápio bastante diversificado, por que marreco? A ideia em focar na ave surge depois que Rolf Kaestner, um dos fundadores da festa, percebe que no ponto de informações da cidade, que ficava na Praça Barão de Schneeburg, muitos turistas queriam saber onde encontravam o marreco recheado. O marreco era parte integrante nas refeições de alguns lares e em algumas festas da cidade, mas este famoso prato era destaque dos restaurantes da cidade vizinha Guabiruba. Rolf contou aos outros membros da comissão, sobre a procura por essa iguaria, e, pronto, já tinham um foco: Marreco. “Festa Nacional do Marreco” ousou Rolf, entretanto algumas pessoas da comissão o criticaram dizendo que poderia ser um foco estadual e não nacional. Contudo, a ousadia dele deu certo e hoje Brusque é conhecida em todo país pela ave que embala uma das festas do mês de outubro em Santa Catarina. Queriam a festa do marreco, mas onde conseguir tantos deles? Em Brusque existiam apenas pequenos criadores, mas depois de uma procura, descobriram que a empresa Sadia vendia a ave. Alguns dos fundadores foram até o escritório central da empresa, em São Paulo, contar sobre a ideia da festa. Para a felicidade dos brusquenses, eles adoraram a iniciativa e marcaram de visitar Brusque. Depois de três semanas do primeiro contato, chegaram os responsáveis pela Sadia em Brusque. Junto da visita veio a pergunta: quantos marrecos?
A pergunta foi desesperadora, já que a festa nunca tinha acontecido e não sabiam quantos seriam necessários. Rolf confessou que não tinha noção de números, mas que sabia quem poderia ter a resposta. Foram até Osvaldo Campi, o cozinheiro do Clube Caça e Tiro Araújo Brusque, que fazia o prato nos casamentos que ali aconteciam. Osvaldo quis saber quantas pessoas viriam na festa, mas ninguém tinha a resposta, já que em 1986 seria a primeira edição. Então ele levou em consideração um casamento grande e para a surpresa de Rolf, e do responsável pela Sadia, Osvaldo responde que 30 marrecos eram o suficiente. Trinta! Mas ele explicou que nesse tipo de evento tinham mais opções de carnes, por isso nunca passava desse número. Rolf perguntou o que ele achava de 5mil marrecos. Osvaldo imediatamente o respondeu que ele estava ficando doido. Por fim, não chegaram a nenhuma conclusão. Rolf sempre desconversava quando o assunto, entre ele e o responsável da Sadia, era a quantidade do marreco. Mas até que não teve mais jeito e então disse: 10mil. Com o número da encomenda, o responsável da Sadia voltou a São Paulo. Rolf naquele dia teve dificuldades em dormir, pois a responsabilidade daquele número era toda dele. A 1ª Fenarreco começou na sexta-feira, dia 10, mas começaram a assar os marrecos já na quarta-feira. A rotina de assar a ave passava por três fases: Primeiro era preciso limpá-lo, depois temperá-lo e, em seguida, assá-lo. Mas Osvaldo não temperava um a um, ele colocava 100 marrecos em uma grande bacia junto de cebola, vinagre, alho e pimentão e deixava no repouso por 4horas. O forno a lenha do Clube Caça e Tiro assava 30 marrecos a cada 3horas. Na quinta-feira a noite já eram 800 marrecos assados. Osvaldo estava preocupado com a grande quantidade
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erpel (marreco) da ave que estava espalhada por todos os cantos do clube. “Eu quero ver quem é que vai pagar por tudo isso, porque isso aqui eu não posso devolver” dizia ele apontando para os 800 marrecos assados. A festa começou na sexta-feira e ao sábado de meio dia os 800 marrecos já tinham sido todos comidos. Além da felicidade com a venda rápida das aves, surge o desespero de onde vão assar tantos marrecos em tão pouco tempo? Receberam apoio de vários comércios e casas, e durante toda a noite de sábado para domingo, em todos os fornos disponíveis na cidade, assaram marreco. A cidade não dormiu naquela noite. Mas como saber se em tal bairro da cidade estava pronto os marrecos? Celular era coisa rara no ano de 1986 e telefone fixo eram poucos que tinham. Para esta comunicação, entre os bairros e o clube, contaram com o apoio da polícia militar que tinha rádio em seus carros. Já ao meio dia de domingo, as filas eram métricas para pegar o marreco. Entre estas pessoas que estavam na fila tinham brusquenses e turistas da região. Todos em busca de um almoço diferente. Naquele dia faltou pão em Brusque, porque muitos desistiam de ficar na fila e iam comer sanduíches nas lanchonetes da cidade. Dentro da cozinha era o maior tumulto, uma ajudante acabou desmaiando e as outras começaram a chorar. Antônio César de Souza, um dos fundadores, comprou potes de sorvetes para alegrá-las. Pediu para que elas parassem de fazer o que estavam fazendo por 15 minutos para poder tomar o sorvete. Lá fora as pessoas a espera do almoço enquanto elas acalmavam tomando sorvete.
Além do cozinheiro Osvaldo Campi e das ajudantes, as mulheres dos fundadores da festa tiveram que ir ajudar. Elas tinham passado pelo salão de beleza e estavam com unhas, cabelos e maquiagens impecáveis para curtir a festa. Chegando lá tiveram que deixar toda a vaidade de lado e colocar a mão na massa. Dos 10mil marrecos comprados em consignação, foram consumidos 8mil naquele primeiro ano. As pessoas comiam a ave na festa e queriam levar para casa, por se tratar de um prato diferente do que estavam acostumados. Na 29ª edição da festa, além do marreco, foram preparados: Eisbein, o joelho de porco com chucrute; Pernil de porco; Spätzle, o macarrão caseiro alemão; Gaulash, um ensopado de carne; e o buffet livre contou com 40 pratos típico alemão. O restaurante Schmitt Buffet e Eventos, que tinha uma equipe de 30 cozinheiros, foi o responsável em atender aos visitantes e oferecer o melhor da gastronomia alemã.
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Musik und tanz (Música e dança) Ao som do trompete e dos instrumentos já conhecidos pelos frequentadores das festas tipicamente alemã, as pessoas pulam e dançam das mais diversas maneiras. A enorme pista de dança é um convite irresistível até para aqueles que não sabem dançar muito bem. Pode ser sozinho, em dupla ou até mesmo com a galera, o que não vale é ficar parado quando os músicos tocam. A primeira banda a subir no palco da Fenarreco foi a Banda Araújo Brusque. Como o planejado na primeira edição, a festa do marreco seria o complemento da Oktoberfest, e, por isso, fecharia seus portões às 23h. O grupo estava contratado para tocar no primeiro dia de festa até as 23h, porém mesmo depois de anunciarem que seria a última música da noite, todas as pessoas continuaram dentro do salão. Os músicos já estavam cansados, pois estavam tocando, sem parar, desde as 19h. A comissão de turismo conseguiu convencê-los a tocar até a 1h da manhã, mesmo com eles exaustos. A partir daquele momento perceberam o sucesso que era a Fenarreco. As bandas e grupos folclóricos são peças fundamentais para o sucesso da festa, sem as marchinhas alemãs nada aconteceria dentro dos pavilhões. Entre as trocas de bandas, os grupos folclóricos assumem as pistas dos pavilhões. O público enquanto recupera o fôlego, depois de dançar e pular sem parar, aprecia as danças. Mas quando o assunto é música, os mais antigos já tem sua banda favorita: Os Montanari. Quando sobem no palco, o pavilhão treme. Nas edições anteriores eles entravam às 23h e tocavam até as 4h da manhã, durante as
cinco horas de show ninguém saía do pavilhão. Os policiais ficavam nos quatro cantos dos camarotes e sempre atentos na multidão para ver quando acontecia algum tumulto. Outra banda que vem encantando e animando o público, das últimas duas edições da Fenarreco, é a VOX3. Apesar de pouco tempo em cima dos palcos brusquenses, a banda já é antiga e surgiu em 1998. Com ela nasce um estilo único de fazer música, fazem paródias com diversas músicas e são considerados os Mamonas Alemães. Apesar do estilo diferente, o repertório é repleto de traços e instrumentos alemães. O vocalista, Rogério França, define o estilo da música como chucrute. VOX3 foca em paródias, músicas autorais e também coreografias diferenciadas. França afirma que levar a alegria ao público é o que desejam e é o que acontece. Quando sobem no palco as pessoas sabem que músicas divertidas e coreografias engraçadas virão pela frente. Na 29ª edição, 37 bandas foram as responsáveis por embalar a festa: Estrela de Ouro, D’fiebes, Heimatmusikanten, Sandro e Wilson, Hausmusikanten, Banda do Barril, Banda Cavalinho, Tropical Band Show, Trio Pomerado, Milênio, Choppmotorad, Banda Alma Germânica, Banda Primavera, Regas Buam, César e Paulinho, Dorfmusik, Super Banda K’necus, Alpenmusikanten, Os Montanari, Trio Edelweiss, Champagner Show, Rodrigo e Cleide, Irmãos Radoll, Banda Munique, Banda Fridas, Musikfreunde, Brusband, Banda Sintonia Sul, Adler’s Band, Irmãos Fiebes, Banda XV Show, Banda Mensagem, Dorfquintet, Tropical Band Show, Harmonia RS, Society Band Show e Banda VOX3.
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Roupas impecáveis, instrumentos brilhando e polidos, som afinado, cada grupo em seu lugar, ansiedade e últimos ensaios antes de começar a caminhar pela Avenida Cônsul Carlos Renaux, é o que acontece na concentração do desfile. Enquanto isso as pessoas começam a tomar conta das calçadas que começa na ponte estaiada e só termina nas Casas Bahia. O desfile faz muito sucesso desde a segunda edição da festa, em 1987, quando eles tiveram início. As idealizadoras foram Sandra Pereira Willrich e Leka Pereira, elas que haviam participado do desfile da Oktoberfest em Blumenau, e trouxeram a ideia para Brusque. As duas foram às responsáveis pela organização, junto da coordenação de um dos fundadores da festa Antônio César de Souza. Além de se inspirarem nos desfiles de Blumenau, começaram a assistir os carnavais, das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, pela televisão. Já no primeiro desfile existiam regras, entre elas: não poderia utilizar papel, nem balão para enfeitar e se algum carro fosse fazer propaganda teria que respeitar o tamanho já estabelecido.
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Quando o relógio marcava 17h30, pontualmente, Antônio dava início ao desfile. Mesmo quando autoridades ainda não estavam presentes, a pontualidade era cumprida. Descia os carros pela Avenida Cônsul Carlos Renaux e as flores naturais e ciprestes, nos para-lamas e carrocerias, perfumavam todo o caminho. Nas primeiras edições diversas pessoas já participavam do desfile, desde famílias até empresas da cidade, com seus carros enfeitados. Eram 1h30 de desfile sem buracos, como no carnaval de São Paulo e Rio de Janeiro. Antônio pensava como nas regras do carnaval do sudeste, se deixassem buracos entre uma ala e outra perderia pontos. Atualmente a Fenarreco conta com dois desfiles, um na abertura da festa e outro na semana seguinte. No ano de 2014 o público compareceu em peso nos dois dias. Quem foi assistir o desfile saiu satisfeito e animado, afinal, vários carros iam distribuindo copos de chopes para os adultos e as crianças eram presenteadas com bolas e doces. Às 19h o desfile finaliza e o público se dirige até o pavilhão da Fenarreco. Desde que o desfile surgiu, ele se faz presente em todas as edições.
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Königin (REALEZA) Maquiagem e cabelos impecáveis, vestidos longos, coroa na cabeça, sorriso largo no rosto, passos lentos e várias pausas para fotos, esta é rotina de uma realeza durante todos os dias de festa. A primeira rainha da Fenarreco surge na segunda edição quando Rolf Kaestner e Valdir Walendowsky, dois dos fundadores da festa, decidem que a festa deveria ter uma atração a mais e então nasce a ideia de uma realeza. Mas a ideia dos dois surgiu pouco tempo antes do início da festa, no ano de 1987, e não teriam tempo para criar um concurso para a escolha da rainha oficial. Rolf então teve a ideia de chamar uma amiga que trabalhava junto dele na prefeitura: Ieda Hartke. Ieda adorou a ideia e prontamente aceitou o convite feito pelo amigo. Com a rainha eleita, Marlene Petrusky ficou responsável por fazer os vestidos da realeza. Nos dias de festa, Ieda acordava, vestia seu traje e se dedicava em arrumar seus cabelos e a fazer uma bela maquiagem. Pontualmente, às 14h um carro da prefeitura passava em sua casa para levá-la ao Clube Caça e Tiro. Ieda passava tardes e noites dançando com o público, também tirava muitas fotos com brusquenses e turistas, sem perder o sorriso e simpatia. Atualmente algumas coisas mudaram como a coroa que, antes feita com flores, foi substituída por uma de pedras, os trajes simples deram vez para os vestidos mais sofisticados e se antes era apenas uma para embelezar a festa hoje a função é dividida em três: uma rainha e duas princesas. Também existe a realeza mirim, que é composta por uma rainha e duas princesas.
O que não mudou em todos estes anos foi a simpatia, alegria e beleza que cada uma trás para dentro dos pavilhões. No último dia da 29ª Fenarreco foram escolhidas as representantes da 30ª edição da festa mais gostosa do Brasil. Antes das nove candidatas subirem ao palco o nervosismo e ansiedade já tomavam contam dos bastidores e os últimos retoques na maquiagem eram feitos. A primeira aparição em cima do palco, e onde o público pôde ver as candidatas, foi em uma breve apresentação coreografada por Betinho Ghisland. Depois da dança concluída voltaram para os bastidores e, em seguida, era a vez de cada uma desfilar, individualmente, e falar um pouco sobre a festa e porque gostaria de fazer parte da realeza da festa. Durante o entra e saí das candidatas os jurados dão suas notas. Os critérios de avaliação são: postura, desenvoltura na passarela, capacidade de comunicação, beleza e simpatia. Depois das notas dadas é hora de somar os números. Enquanto o resultado não sai é hora das realezas da 29ª edição subirem no palco e se despedirem do público. As lágrimas da rainha Djuliani França e das princesas Juliana Silveira e Patrícia May, são difíceis de conter e a fala sai meia tremula. Afinal de contas foram nove meses a frente da divulgação da festa pelo país. Uma experiência única e cansativa, mas com certeza deixa saudade em cada uma que ocupa este cargo. Com o envelope em mãos, Ademir Moraes anuncia as representantes da 30ª Fenarreco: Rainha Ionara Liesi Tiecker, 1ª princesa Joanita Demate e a 2ª princesa Jussara Becker.
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Papai, mamãe e dezenas de marrequinhos assumiam o papel de animar o público presente. Mas a família não trabalhava apenas durante a festa, desde o início do ano estavam cheios de ensaios de desfiles e coreografias. Participavam ainda de desfiles e festivais nas cidades da região, levando sempre a alegria da festa brusquense. Quem teve esta grande inovação, de trazer novos membros para a família, foi Milana Zanon, a coreografa responsável durante 20 anos da festa. A Família Fenarreco era formada apenas por meninas de 10 a 15 anos, das escolas Araújo Brusque e Oscar Maluche, mas as marrequinhas crescem e dão vez as novas integrantes. O figurino muda com o passar dos anos, materiais mais leves, menos quentes e que possibilita um melhor desempenho dos integrantes. Embora a família esteja em constante mudança, o pré requisito fundamental para todos é manter o clima de diversão e de alegria contagiante. Atualmente Indiara Cristiana da Silva, que já fez parte da Família Fenarreco com as orientações de Milana, é a nova coreografa da família mais gostosa do Brasil.
Com roupas amarelas e as calças, bicos e patas alaranjados, eles fazem a alegria do público da festa, essa é a Família Fenarreco. São tão carismáticos e brincalhoes que fazem com que as pessoas parem para vê-los dançar e tirar inúmeras fotos. Na segunda edição, em 1987, acontece a primeira coreografia do casal de marrecos. A ideia veio de Rolf Kaestner que sempre dizia que eles tinham uma vantagem muito grande, pois diferente da Oktoberfest em que o símbolo é um copo de chope, em Brusque tinham a figura do marreco. Pensando em trabalhar melhor com a figura da ave, Rolf lembra que um dos personagens mais conhecidos na Disney era o Pato Donald. Como as características do pato e marreco são parecidas, porque não usar a imagem? Surge a ideia de imitar o figurino do Pato Donald. Nas primeiras edições era apenas um casal de marrecos que interagia com o público. As roupas imitavam as cores e características da ave e as patas feitas de feltros amarelos, que ficava em cima dos sapatos, atrapalhavam na hora de caminhar. Depois de alguns anos o casal de marrecos acabou tendo filhos e a Família Fenarreco ficou completa.
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pavillon (PAVILHÃO) Um mar de cabeças é vista do palco, nas mulheres arcos de flores e nos homens chapéus, todos balançando para um lado e para o outro e quando o músico grita “Ein Prosit” os canecos de chopes sobem. Essa é à visão dos palcos do Pavilhão de Eventos Maria Celina Vidotto Imhof. As primeiras edições da festa aconteceram no Clube Caça e Tiro Araújo Brusque, já que a cidade não tinha um espaço adequado. Mas com a forte enchente de 1984 o clube estava severamente danificado e a prefeitura teria que investir muito para que ele estivesse pronto para receber tantas pessoas. Porém a prefeitura já estava sem dinheiro, depois de reconstruir toda a cidade. Mesmo assim Celso Bonatelli, o prefeito da época, autorizou que se reconstruísse o Caça e Tiro para que a festa começasse no ano de 1986. Dentro do clube a decoração colorida criava o clima de alegria da festa. Já no primeiro ano o clube ficou pequeno pela quantidade de pessoas que vieram para a festa do marreco. No ano seguinte o sucesso se repetiu e o espaço ficou ainda menor. A partir da segunda edição perceberam que deveriam construir um espaço, exclusivo, para a Fenarreco, já que a cada ano vinham mais pessoas. Celso Bonatelli desapropriou o terreno onde hoje é a prefeitura e fórum da cidade para a construção do pavilhão. Mas no ano de 1989, Ciro Marcial Roza, o novo prefeito assume a prefeitura de Brusque. Junto da mudança do governo, o terreno para construção do pavilhão foi alterado. Ciro achou que ficaria ruim fazer o pavilhão num morro e acabou optando por um local mais plano. Deixou o antigo espaço para construir a prefeitura e acreditou que a Fenarreco ficaria melhor instalada próximo a Beira Rio onde é atualmente.
Mas de onde tirar tanto dinheiro? Em busca de patrocínio para a grande obra, membros da comissão da festa foram até Curitiba no escritório da Brahma. Conseguiram naquela época 300mil dólares da Companhia e Cervejaria Brahma, em contrapartida a Brahma foi o chope oficial da Fenarreco por 20 anos. Com o dinheiro em mãos começaram as obras. Mesmo o pavilhão não estando pronto a 4ª e 5ª edição, da festa mais gostosa do Brasil, já acontecia no local em baixo de lonas de circo. O público acabou diminuindo nestes anos, já que o chão era de terra e dava muita poeira e lama. Mas no ano de 1992, na 6ª Fenarreco, o novo pavilhão, finalmente, ficou pronto. A inauguração oficial aconteceu em 26 de setembro de 1992, com o show do Zezé Di Camargo e Luciano, e cerca de seis mil pessoas estavam presentes. O pavilhão levou o nome de Maria Celina Vidotto Imhof que era esposa de Nivert Imhof um dos fundadores da Fenarreco. Maria Celina, assim como as outras esposas, sempre acompanhou o marido e ajudava em tudo que era preciso na festa. Maria Celina acabou faleceu de câncer de mama naquele ano da inauguração. A perda foi grande, Nivert ficou com três filhas pequenas para criar. Nomear o pavilhão com o seu nome foi uma maneira que encontraram de homenagear uma das pessoas que foram tão importante para a evolução da festa, mas a homenagem não esta apenas no nome, todo espaço leva um pedacinho da queria professora Maria Celina. Hoje o espaço recebe também a Fenajeep, Cavalgadas e em quase todos os finais de semana do ano acontecem eventos dentro do pavilhão.
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até fila pela quantidade de pessoas que querem participar. Muitos chegam à festa e logo perguntam qual será o horário das brincadeiras. E não é muito difícil saber quando esta acontecendo alguma brincadeira, além da pausa da banda o público chega a dobrar de quantidade onde esta acontecendo uma das provas. Ademir conta anos trás, se não tivesse alguém no palco para animar, as pessoas chegariam e sentariam em uma mesa para comer e depois ficariam ali sentadas olhando. Atualmente nem é preciso ter alguém no palco para animar, só tocar alguma marchinha alemã que o público levanta e começa a pular e dançar as mais variadas coreografias. No último domingo é dia da voz de Ademir falhar, por dois motivos: cansaço e pela tristeza porque a festa vai acabar.
Quando ele sobe no palco o público já sabe que prêmios vêm pela frente, é assim durante duas décadas. Entretanto, atualmente ele divide o palco com outros locutores, mas na maioria das vezes ainda é Ademir Moraes que fica responsável pelos microfones. Não é por menos, ele foi o grande inovador quando percebeu que o público vinha, até a Fenarreco, por três motivos: comida, bebida e lazer. Bebida e comida a festa já tinha, mas e o lazer? Na busca desta alegria e diversão para o público, surgem as brincadeiras de tradição germânica dentro dos pavilhões: serra serrador, corrida de tamancos e o chope em metro. Ademir era o responsável em chamar as pessoas para as brincadeiras e, naquele ano de 1996, começou a fazer a locução da festa. Quando sobe no palco já sabe qual o seu papel: animar a galera e fazer com que eles participem. No início, como qualquer novidade, as pessoas eram mais inibidas, mas hoje tem
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Na 29ª edição da festa o concurso do chope em metro acontecia sempre às 01h da madrugada no pavilhão superior com três competidores femininos e três masculinos. A disputa consiste em fazer o participante beber 1 metro de chope (cerca de 600 ml) o mais rápido possível, sem babar ou tirar a tulipa da boca.
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A brincadeira do serra serrador é mais disputada pelos homens, já que é preciso ter mais força para ganhar. A dupla que serra o tronco em menos tempo, vence a disputa. Mas é preciso ficar atento as dicas passadas antes da prova começar, pois não é necessário empurrar o serrote para o outro lado, isso faz com que ele entorte e demore ainda mais para finalizar, só é preciso puxar para o seu lado quando for sua fez.
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Outra competição tradicional da Fenarreco é a corrida do tamanco, onde cada competidor corre com tamancos amarrados um ao outro. Esta brincadeira requer habilidade para vencê-la, porque as passadas ficam limitadas pela cordinha que amarra um tamanco ao outro. Vence quem termina o trajeto em primeiro lugar. Na 29ª edição a disputa sempre acontecia após a competição do serra serrador próximo às 21h no pavilhão cultural.
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