Universidade Federal do Tocantins Mestrado Profissional em Educação
Instrumentos e/ou técnicas de Coleta de Dados: Gravação de áudio e vídeo
Sueliane Isaac Aluna especial do mestrado Palmas – maio/2017
O mundo atual é tecnológico.
Muitos pesquisadores ainda possuem uma certa recusa em aceitar a inovação tecnológica, mas deve-se buscar vencer estes mitos, como no uso de câmaras de vídeo para a coleta de dados, equipamento tão presente no dia a dia dos indivíduos.
A Tecnologia na Pesquisa: permitiu uma melhoria no processo de observação; Os pesquisadores aprofundaram a coletada de dados de suas pesquisas por meio da videogravação; A filmagem passou a captar sons e imagens que reduzem muitos aspectos que podem interferir na fidedignidade da coleta dos dados observados. (PINHEIRO, KAKEHASHI, ANGELO, 2005).
A imagem vem sendo há muito tempo uma
ferramenta para registrar o movimento, ou seja, as ações e comportamentos (REYNA, 1997;
HEIVEIL, 1984). Torna-se, assim, um instrumento para captar o objeto de estudo, pois reduz
questões da seletividade do pesquisador e configura a reprodutividade e estabilidade do
estudo (SCAPPATICCI; IACOPONI, BLAY, 2004).
Principal vantagem A principal vantagem deste método é que outros pesquisadores ou colaboradores (juízes) também podem fazer uso do material coletado. Torna-se possível analisar todo o material de pesquisa e manter a neutralidade dos dados. Sendo assim, o uso do vídeo permite um certo grau de exatidão na coleta de informações, uma comprovação frente aos tradicionais questionamentos da subjetividade da pesquisa qualitativa (KENSKI, 2003)
A utilidade dos instrumentos filmagem/vídeo Com a filmagem pode-se reproduzir a fluência do processo pesquisado, ver aspectos do que foi ensinado e apreendido,
observar pontos que muitas vezes não são percebidos. O vídeo também permite a ampliação, a transformação das qualidades,
das características e particularidades do objeto observado. A imagem oferece à prática de observação e descrição, um
suporte a mais, um novo olhar (MAUAD, 2004).
Segundo Lèvy (2003) a aprendizagem estava muito centrada nas técnicas orais e escritas e na aquisição e repetição de informações. Deixava-se de lado o desenvolvimento das habilidades intelectuais que eram
relevantes para a formação do cidadão (CHANG; SEMERIA, 1998). Assim, por meio da observação e
filmagem, o educando passou a manifestar seus comportamentos, suas habilidades e a aprender de forma
interativa (ABRAMOWICS, 1990).
Para utilizar as tecnologias de vídeo na pesquisa É necessário preparo. Escolher o ambiente de acordo com a estrutura física; verificar se o local comporta a instalação da filmadora, a disposição dos móveis, a iluminação e o fluxo de pessoas; Além disso, é preciso criar um clima adequado para a coleta de dados, permitindo que o sujeito da pesquisa
participe e expresse suas opiniões (LANDER, 2000).
É importante assinalar que o vídeo não é mera transcrição da realidade em imagens; há que se considerar o olhar de quem filma, seu posicionamento diante do que está sendo registrado, seus recortes, enquadramentos, escolhas. Muitas vezes, é necessário ter outro pesquisador operando a câmera, sobretudo quando o trabalho de campo exige uma atuação direta do pesquisador junto aos sujeitos da pesquisa, como frequentemente ocorre, por exemplo, nos estudos que envolvem crianças. Nesse caso, cabe o alerta feito por Honorato et al. (2006) de que aquele que filma pode ser considerado coautor da pesquisa, pois as opções que faz no momento da gravação interferem diretamente no modo como os registros são produzidos.
Outras possibilidades do uso do vídeo são apontadas por pesquisadores. Algumas delas são: observar contradições entre discurso e comportamento (PINHEIRO; KAKEHASHI; ANGELO, 2005); minimizar a intervenção do pesquisador, embora ela nunca seja eliminada, pois há sempre o olhar de quem filma (HONORATO et al., 2006); revisitar o campo inúmeras vezes e em diferentes momentos, por meio das múltiplas leituras que podem ser feitas do que foi vivenciado, pela visualização do material gravado (LEONARDOS; FERRAZ; GONÇALVES, 1999), e mesmo possibilitar outras interpretações do material empírico por parte de outros pesquisadores (SADALLA; LAROCCA, 2004); diferentes possibilidades de visualizar o material videogravado, acelerando, saltando partes, pausando, congelando a imagem, retrocedendo, avançando, repetindo a visualização quantas vezes forem necessárias para uma boa apreensão e interpretação do material (SADALLA; LAROCCA, 2004).
Aspectos éticos da pesquisa com videogravação A identificação ou não dos sujeitos no texto final da pesquisa, por exemplo (se
pelo nome verdadeiro, por um código criado pelo pesquisador ou por um pseudônimo escolhido pelo próprio sujeito ou pelo pesquisador), perde o sentido quando as imagens desses sujeitos são exibidas, já que estas os identificam tanto quanto ou até mais que seus nomes. Imagens somente podem ser difundidas com o pleno conhecimento e concordância, por escrito,
daqueles que as forneceram. Assim, é preciso, antes de mais nada, dar ciência dos objetivos da pesquisa a todas as pessoas que terão suas imagens gravadas e solicitar de cada uma delas autorização expressa assinada de uso de imagem.
Gravações de áudio em texto – alguns recursos: • O Google oferece um recurso chamado “Speech” que permite “Ouvir” palavras ditas próximas ao microfone do computador e transformar em texto. o site de reconhecimento de voz, Speech (google.com/speech); • O InqScribe pode ser baixado no site oficial (https://www.inqscribe.com/download.html) por 30 dias; • Dictanote é um chrome-based com um motor Google. Apresenta o inconveniente de mesmo sendo versão paga (experimentado e aprovado), quando aplicamos uma limpeza com o CCleaner, todas as configurações salvas desaparecem. Outro inconveniente é que o microfone fica acesso pouco tempo.
Referências file:///C:/Users/Administrador/Downloads/GIL,%20A.%20C.%20M%C3%A9todos% 20e%20t%C3%A9cnicas%20de%20pesquisa%20social%206.%20ed%20(1).pdf
https://drive.google.com/drive/u/0/folders/0BySPp01cddW_LUlXRTdXMXNEVTA
http://www.scielo.br/pdf/ep/v37n2/v37n2a03