CRISTINA CANALE arredores e rastros surroundings and traces
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro 1o de julho a 15 de agosto de 2010
1 Cristina Canale em seu ateliê no Rio de Janeiro, 2010
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CAMINHOS DA PINTURA E O PEIXE AMARELO *
Luiz Camillo Osorio
A ida para Berlim em meados da década de 1990 deu à pintura de Cristina Canale uma personalidade própria, um estilo singular. Se já se destacava entre os pares da geração 80, a partir daí sua obra ganhou força incontestável. Seu compromisso com a pintura, ao contrário de lançá-la para fora do seu tempo, vai comprometê-la com as múltiplas temporalidades que convivem e se enfrentam no presente. Sua pincelada assume a crença moderna na potência autônoma da forma. A experiência da pintura deve se sustentar por si mesma, sem se pautar em uma referência externa, nem tampouco se isolar numa intransitividade que recuse o mundo. Não se trata de uma crença arbitrária e formalista, indiferente às questões do presente, mas de uma aposta na capacidade de o olhar criar para si desejos e sentidos próprios. O tempo do olhar potencializa a experiência e não se esgota na identificação de algo fora dela. Seja na aspereza mais opaca da série dos botânicos, seja na vibração cromática das pinturas mais recentes, sua obra cativa o espectador no primeiro contato. Diante de suas telas surge-nos uma figuração que parece existir por si, independentemente das convenções pictóricas que estruturam o aparecer das coisas. Há uma intensidade plástica que convoca o olhar sem um sentido dado de antemão. Convocação que põe o olho a trabalhar na difícil transformação da mera sensação em sugestão de sentido. Há familiaridade no que vemos: com plantas, jardins, cenas casuais, uma temática simples e desprovida de tragicidade — característica que dissolve a influência expressionista. Nesse aspecto, a calma, o luxo * Este texto é uma versão
e a voluptuosidade das telas de Matisse lhe falam mais de perto. Sem
ampliada e retrabalhada
perda, todavia, da intensidade cromática e da sensualidade da pincelada.
do que foi publicado
Deleuze, em seu livro sobre Francis Bacon, faz uma observação sobre a
anteriormente pela Galeria Nara Roesler, São Paulo, julho-agosto 2008.
cor que interessa resgatar aqui: “o colorismo não significa apenas cores que entram em relação (como em toda pintura digna desse nome), mas a
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cor que é descoberta como a relação variável, a relação diferencial de que depende todo o resto [...] se a cor é perfeita, quer dizer, se suas relações
Francis Bacon: lógica das sensações.
foram desenvolvidas por elas mesmas, você tem tudo, a forma e o fundo,
Rio de Janeiro:
1 o claro e o escuro”. Nas pinturas de Canale vemos que são as relações de
Jorge Zahar, 2007,
cor que articulam as figuras no espaço, atraindo os corpos, dilatando ou comprimindo as formas, enfim, criando campos de força que mobilizam a nossa percepção. As figuras aparecem nas pinturas de Cristina Canale como se brotassem na própria tela. Na série orgânica, então, isso é mais evidente. Há tanta cumplicidade entre as figuras e o fundo, entre a linha e a cor, que a impressão é de que elas vieram de dentro, como pequenas células que repentinamente germinaram e cresceram na superfície do quadro. É como se a figura fosse surgindo para potencializar campos / massas de cor postos em tensão. Não é tanto um exercício de precisão da linha, mas de contenção e expansão de uma energia cromática. De início, seja através de esboços realizados ao ar livre ou de fotografias tiradas de algum motivo interessante, há uma sugestão figurativa, mas será na execução da pintura que a artista define, pela constituição dos campos de cor, quais os elementos que de fato permanecerão na tela. A presença da figura é um ponto importante para a discussão de seu vínculo com a tradição moderna. Digo isso, na medida em que se tomou a abstração, a partir de uma leitura modernista simplificadora, como recusa da figura. Esta, todavia, não é toda a verdade da pintura moderna. Toda uma vertente expressionista, passando por Giacometti e Francis Bacon, assume a figura, assumindo, concomitantemente, a liberdade do acontecimento pictórico. A linha, a cor, os planos, elementos constituintes da “razão abstrata”, estão na origem de todo processo de figuração. Em vez de tomar a abstração como uma superação da figura, esta é que seria um desdobramento daquela. A figuração só assume qualidade pictórica uma vez constituída uma afecção na superfície da tela dada pelos elementos “abstratos” da pintura. Nestas suas pinturas recentes, há um esforço construtivo da linha que se mostra através da articulação geométrica do espaço. A presença mais evidente da figura junto com a energia cromática de costume poderia saturar a superfície pictórica, não fosse esta contenção dada pela estru turação mais gráfica do espaço. Ao falar destas pinturas mais recentes, a artista declara que se sente “mais atenta à estrutura do quadro, meio
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[1] Gilles Deleuze.
p. 138-139.
2 Escorrega, 2002 (detalhe, p. 4) t écnica mista sobre tela, 140 x 165 cm col. particular
3 Amigos, 2009 técnica mista sobre tela, 200 x 200 cm Galeria Sílvia Cintra + Box4, Rio de Janeiro
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4 À noite, 1998 técnica mista sobre tela, 195 x 270 cm c ol. Gilberto Chateaubriand, MAM-RJ
que para rebater a figuração. Tenho procurado mais nitidez na estrutura, planos mais próximos, os campos de cor mais nítidos etc. Acho que no [2] Observações
caso destes trabalhos com animais, entrou mais humor também”.2 Esta
apresentadas em troca
maior nitidez estrutural da linha aparece mais nas pinturas do que nos
de e-mails da artista com o autor no mês
desenhos. Onde a cor está mais diluída e os vazios deixam as massas de
de abril de 2008.
cor respirar, a linha pode ser mais solta e divagante.
[3] Herberto Helder.
O que se percebe nestas obras de Cristina Canale é uma atenção
Os passos em volta.
obstinada em relação aos meios da própria pintura — sua faceta moder-
Lisboa: Assírio & Alvim,
na — ao mesmo tempo em que eles produzem na superfície da tela um
1994, p. 23 e 24. Agradeço a Madalena Vaz
repertório de sensações que intensificam nossa abertura para o mundo.
Pinto pela apresentação
Ao contrário da tradição figurativa, não há uma cena anterior ao quadro,
deste poeta.
mas algo que se desenvolve a partir do jogo de forças entre potências cromáticas e gráficas. É uma figuração sem representação, sem narração, construída a partir de sensações pictóricas e em nome de uma libertação das formas de ver em relação aos modelos achatados de visibilidade. Acima de tudo, a pintura de Canale é mais mancha do que linha, submetendo a figura às palpitações cromáticas e não deixando o contorno se estabilizar. Nessa vibração, as coisas não se acomodam e estão sempre se contaminando, em constante metamorfose. Em um pequeno conto intitulado “Teoria das cores”, o poeta português Herberto Helder nos fala de um pintor e de um peixe vermelho. Quando chegava à tonalidade desejada na tela eis que surge no peixe um nó preto atrás da cor encarnada. “Ao meditar sobre as razões da mudança exatamente quando assentava na sua fidelidade, o pintor supôs que o peixe, efetuando um número de mágica, mostrava que existia apenas uma lei abrangendo tanto o mundo das coisas como o da imaginação. Era a lei da metamorfose. Compreendida esta espécie de fidelidade, o artista pintou um peixe amarelo”.3 Esta liberdade, que é uma espécie de fidelidade do artista à máxima poética de fazer ver sem se prender ao já visto, dá à pintura de Cristina Canale um frescor próprio. E, à pintura, uma atualidade necessária, de modo a multiplicar os modos e o tempo da nossa percepção das coisas.
Luiz Camillo Osorio é professor do Departamento de Filosofia da PUC-Rio e curador do MAM-RJ. Autor dos livros Flávio de Carvalho (São Paulo: Cosac Naify, 2010), Abraham Palatnik (Cosac Naify, 2004), Razões da crítica (Rio de Janeiro: Zahar, 2005) e Angelo Venosa (São Paulo: Cosac Naify, 2008). Além de ter artigos e ensaios publicados em livros e revistas nacionais e internacionais.
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5 Platane, 1995 óleo sobre tela, 175 x 200 cm c ol. Gustavo de Castro Rebello, Rio de Janeiro
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6 Sem título, 1993 técnica mista sobre papel, 21,1 x 29,6 cm col. da artista
7 Cisnes, 1993 técnica mista sobre papel, 21,1 x 29,6 cm col. da artista
8 Grande flor II, 1995 t écnica mista sobre tela, 210 x 140 cm col. particular
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9 Sem título, 1993 técnica mista sobre papel, 24 x 31,9 cm col. da artista
10 Sangue frio, 1994 técnica mista sobre tela, 150 x 170 cm c ol. Gustavo de Castro Rebello, Rio de Janeiro
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11 Folhas e ornamentos,1997 t écnica mista sobre tela, 200 x 260 cm col. da artista
12 Sem título, 1993 técnica mista sobre papel, 25 x 32,5 cm col. da artista
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13 Lisérgico, 2002 técnica mista sobre tela, 130 x 120 cm c ol. particular
14 Varanda, 2001 técnica mista sobre tela, 190 x 240 cm c ol. particular
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15 Sangue frio, 1994 (detalhe) t écnica mista sobre tela, 150 x 170 cm col. Gustavo de Castro Rebello, Rio de Janeiro
16 Quiosque, 2003 técnica mista sobre tela, 100 x 120 cm col. da artista
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17 Gato e rato, 2006 técnica mista sobre tela, 140 x 180 cm Galeria Nara Roesler, São Paulo
18 Olhando para o futuro, 2003 técnica mista sobre tela, 175 x 200 cm c ol. Banco Fator, São Paulo
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19 Escorrega, 2002 técnica mista sobre tela, 140 x 165 cm c ol. particular
20 Observadora, 2004 técnica mista sobre tela, 140 x 195 cm c ol. Cristina Secaf A. Rebello, São Paulo
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21 Piscina, 2001 técnica mista sobre tela, 150 x 235 cm col. particular
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22 Homens e animais, 2006 técnica mista sobre tela, 190 x 240 cm Galeria Nara Roesler, São Paulo
23 Colombina, 2006 técnica mista sobre tela, 200 x 260 cm c ol. Marcelo Guarnieri, Ribeirão Preto, SP
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24 Casa da esquina II, 2005 t écnica mista sobre tela, 145 x 270 cm col. particular
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25 Avô e neta, 2007 t écnica mista sobre tela, 190 x 250 cm Galeria Nara Roesler, São Paulo
26 Laguinho, 2002 técnica mista sobre tela, 175 x 200 cm col. particular
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27 Família em férias, 2007 técnica mista sobre tela, 170 x 260 cm col. Guy e Andrea Dellal, Rio de Janeiro
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28 Gato e piscina, 2006 t écnica mista sobre tela, 180 x 200 cm col. Dulce e João Carlos Figueiredo Ferraz Ribeirão Preto, SP
29 Poltrona anos 60, 1999 técnica mista sobre tela, 140 x 160 cm col. particular
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30 Sem título, 2005 t écnica mista sobre papel, 29,6 x 42 cm col. da artista
31 Mãe e filha II, 2007 técnica mista sobre tela, 140 x 165 cm col. particular
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32 Interior, 1998 t écnica mista sobre tela, 140 x 155 cm col. particular
33 Mondo cane, 2007 técnica mista sobre tela, 100 x 105 cm col. particular
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34 Cão no verão, 2009 técnica mista sobre papel, 50 x 65 cm col. particular
35 Cães do quadrado, 2008 técnica mista sobre tela, 140 x 180 cm col. particular
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36 Poodle & Co., 2008 técnica mista sobre tela, 120 x 150 cm Galeria Nara Roesler, São Paulo
37 La chair est triste, 2010 técnica mista sobre tela, 200 x 200 cm col. da artista
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PATHS OF PAINTING AND THE YELLOW FISH*
Luiz Camillo Osorio
The time she spent in Berlin, in the mid 1990s, im-
of this name), but that color itself is discovered to
pressed a singular style and unique personality upon
be the variable relation, on which everything else
Cristina Canale’s painting. If her art production had
depends. […] If the color is perfect, if the relations
already stood out among the works of 1980’s artists,
of color are developed for their own sake, then
from Berlin on it gained indisputable might. Rather
you have everything: form and ground, bright and
than ejecting the artist outside of her time, swerv-
1 dark”. In these paintings by Canale, we verify that
ing toward an anachronistic and empty formalism,
the relations of color articulate figures in space by
Canale’s engagement with painting represents her
drawing bodies together, dilating or compressing
commitment to multiple coexistent temporalities
forms, and in this way creating force fields that mo-
that confront one another in the present.
bilize the viewer’s perception.
Her brushstroke renders the modern belief into
Figures materialize in Cristina Canale’s paint-
powerful and autonomous form. The experience of
ings as if springing from the canvas. In the organic
painting has to be self-sustainable; it must neither
series this becomes even more evident. So great is
rely on an external reference, nor become isolated
the empathy between figures and ground, and be-
in an intransitive denial of the world. Rather than
tween line and color, that they seem to have come
an arbitrary and formalist belief that disregards
from within the support, like small cells that sud-
current issues, what we have here is a wager on the
denly germinate and develop on the picture surface.
creative capacity of the gaze in terms of evoking
It is as if the figure emerged gradually to enhance
particular desires and meanings. The timing of the
fields/masses of color subjected to tension. More,
gaze enhances the experience and is not exhausted
even, than an exercise at linework precision, this is
in the identification of something extraneous to it.
an exercise of constraint and expansion of chromat-
As we stand before her canvases, a figuration comes
ic energy. At first, whether it be through sketches
forth that seems to exist by and in itself, unencum-
done in the open air or photographs of some inter-
bered by the pictorial conventions that structure
esting subject, a figurative rendition is suggested,
the genesis of things. An aesthetic intensity com-
but it is during the painting process that the artist
mands the gaze without any pre-assigned denota-
defines, through the construction of color fields, the
tion. This summons sets the viewer’s eye to work
elements that actually will remain on the canvas.
in the difficult conversion from mere sensation to suggested meaning.
The attendance of the figure is an important point for the discussion of its connection with the
There is familiarity to what we see — namely
modern tradition. I say this, considering that, after
plants, gardens, everyday scenes, and simple themes
a simplifying modernist reading, abstraction was
divested of tragicalness —, and this characteristic
viewed as a rejection of the figure. However, this
dispels the expressionist influence. In this respect,
does not hold completely true for modern paint-
the calm, luxury and voluptuousness in Matisse’s
ing. There is an entire Expressionist source that
canvases come closer to it, without ever hampering
includes Giacometti and Francis Bacon, which vali-
the color intensity and the sensuality of the brush-
dates the figure and, concomitantly, the freedom
stroke. In his book on Francis Bacon, Deleuze offers
of the pictorial event. Line, color and plane — all
an observation about color that comes in handy:
of them elements of “abstract reasoning” — are at
“‘Colorism’ means not only that relations are estab-
the origin of the entire figuration process. Instead
lished between colors (as in every painting worthy
of abstraction being featured as an overcoming of
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Unlike the figurative tradition, in her pictures there is no pre-established setting; rather, something comes forth that develops from the interplay of forces between chromatic powers and graphic powers. Canale renders a non-representational and non-narrative figuration built from pictorial sensations, in the name of a freedom for viewpoints on any flattened visibility models. Above all, Canale’s painting is more a blotch than a line; it subjects the figure to color palpitations and does not allow the contour to gain stability. Given its vibration, things remain unsettled and keep on contaminating one another, generating a constant metamorphosis. In a shot story titled “Teoria das Cores” [Theory of Colors], Portuguese poet Herberto Helder tells about a painter and a red fish. As soon as he arrived at the desired hue for the fish, a black knot would appear behind the red coloring. “Pondering the reasons for the change precisely when he was asserting his fidelity, the painter wondered whether the fish was showing him, with a magic trick, that there is only one law ruling the realm of things and the realm of imagination: the the figure, the figure would be presented as having
law of metamorphosis. Understanding this fidelity
developed from abstraction. Figuration only attains
mode, the artist painted a yellow fish”. This free-
pictorial quality once an affectation on the canvas
dom, which doubles as the artist’s fidelity to the
surface takes place that results from the “abstract”
poetic adage of making something visible without
3
holding on to the previously seen, conveys an origi-
elements of painting. Canale’s recent paintings reveal the line’s con-
nal freshness to Cristina Canale’s painting. At the
structive effort through the geometric articulation
same time, it conveys a necessary actuality to paint-
of space. The most evident attendance of the figure
ing, so as to multiply the modes and the time of the
next to the habitual chromatic energy might satu-
viewer’s perception of things.
rate the pictorial surface, if it were not for the constraint resulting from a more graphic structuring of the space. In respect to these current paintings, the artist states that she feels “more alert to the painting structure, as if to refute figuration. I have tried to secure more precision for the structure, closer planes, more clearly outlined color fields, and so on. And I think that in these works with animals 2
there is more humor too”. This greater structural clarity of the line is more evident in Canale’s paint-
*
This essay is an expanded and revised version of a text origi-
nally published in a catalog by Galeria Nara Roesler, São Paulo, July-August 2008. [1] Gilles Deleuze. Francis Bacon: The Logic of Sensation. Daniel W. Smith (trans.). New York: Continuum, 2003, p. 139. [2] Remarks taken from Canale’s e-mails to the author in April
2008. [3] Herberto Helder. Os Passos em Volta, Lisbon: Assírio & Alvim, 1994, p. 23 and 24, Izabel M. Burbridge (trans.). I thank Madalena Vaz Pinto for introducing me to the work of this Portuguese poet.
ings than in her drawings. In those areas where color appears more diluted and voids allow color masses to breathe, the line can be looser and more unrestrained. At the same time that these works by Cristina Canale reveal an obstinate attention to the means of painting itself — its modern facets —, they pro-
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Luiz Camillo Osorio holds positions as a professor at the Philosophy Department of PUC-Rio and as curator of the Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. He is the author of the books Flávio de Carvalho (São Paulo: Cosac Naify, 2010), Abraham
Palatnik (São Paulo: Cosac Naify, 2004), Razões da Crítica (Rio de Janeiro: Zahar, 2005) and Angelo Venosa (São Paulo: Cosac Naify,
duce, on the canvas surface, a repertoire of sensa-
2008), besides articles and essays published in books and maga-
tions that hone the viewer’s outlook on the world.
zines in Brazil and abroad.
38 Homens e animais, 2006 (detalhe, p. 46) técnica mista sobre tela, 190 x 240 cm Galeria Nara Roesler, São Paulo 39 Capa do caderno da artista, Meninas e Residências 2003 / I 40-41 Páginas internas do caderno da artista
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42 e 44 Vista do ateliê da artista em Berlim, 2010 43 Manhã de sol, 2008 t écnica mista sobre tela, 190 x 240 cm col. particular
Biografia
Biography
Cristina Canale nasceu no Rio de Janeiro em 1961.
Cristina Canale was born in Rio de Janeiro (1961).
De 1980 a 1983 estudou desenho e pintura na Esco-
From 1980 to 1983 she studied drawing and paint-
la de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro,
ing at Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio
onde em 1984 foi lançada pela mostra coletiva “Co-
de Janeiro, the same school where the group exhi-
mo vai você, Geração 80?” Cristina fazia parte do
bition “Como vai você, Geração 80?” [How Are You
grupo de jovens artistas que passaram a integrar,
Generation 80s?] was held in 1984. Canale belonged
depois desse evento, um dos núcleos da retomada
in a group of young artists who, after the exhibi-
da pintura no país. Em 1991, participou da 21a Bie-
tion, launched a movement in favor of the revitaliza-
nal de São Paulo, recebendo o prêmio Governador
tion of painting in Brazil. In 1991 she showed at the
do Estado. Em 1993, mudou-se para Berlim e, nes-
21st São Paulo International Biennial, at which she
se ano, recebeu do Estado de Brandenburg a bolsa
was awarded the State Governor Prize. In 1993 she
de ateliê-residência no Castelo de Wiepersdorf. De
moved to Berlin. That same year, the State of Bran-
1993 a 1996 estudou na Academia de Artes de Düs-
denburg awarded her an artistic residency at Wiep-
seldorf, com bolsa do Departamento de Intercâm-
ersdorf Castle. From 1993 to 1996 she attended the
bio Acadêmico da Alemanha (DAAD), sendo orien-
Düsseldorf Academy of Arts with a grant from the
tada pelo artista conceitual holandês Jan Dibbets.
German Academic Exchange Service (DAAD), having
A artista vive e trabalha atualmente em Berlim e
Dutch conceptual artist Jan Dibbets as advisor. She
mantém também um ateliê no Rio de Janeiro, onde
lives and works in Berlin, and maintains a studio in
passa longas temporadas.
Rio de Janeiro, where she stays for lengthy periods.
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Exposições individuais Solo exhibitions
Exposições coletivas Group exhibitions
2009
“Contos”, Galeria Sílvia Cintra, Rio de Janeiro.
2009 “Dentro do traço, mesmo”, Fundação Iberê Camargo,
2008
“Mondo cane”, Galeria Nara Roesler, São Paulo.
Porto Alegre. 2008 “Positionen 2008”, Galerie Noah, Augsburg, Alemanha. 2007 “Cenas”, Galeria Baginski, Lisboa.
Instituto Tomie Ohtake, São Paulo. “Caiçaras”, Bolsa de Arte, Porto Alegre. Galerie van der Mieden, Antuérpia, Bélgica.
“Um século de arte brasileira – Coleção Gilberto Chateaubriand”, Museu de Arte de Santa Catarina, Florianópolis. 2007 “Poder e afetividade”, Galeria Sílvia Cintra,
2006 “Banhistas”, Galeria Sílvia Cintra, Rio de Janeiro.
Copa da Cultura – Embaixada do Brasil, Berlim. 2005 “Arredores”, Galeria Nara Roesler, São Paulo. 2004 Galerie Schmalfuß, Marburg, Alemanha.
Rio de Janeiro. “Da visualidade ao conceito 80-90: Modernos pós-modernos etc.”, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo. “Um século de arte brasileira – Coleção Gilberto Chateaubriand”, Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador.
Museum Theo Kerg, Schriesheim, Alemanha. 2006 “É hoje na arte brasileira contemporânea – Coleção 2003 “Rastros”, Paço das Artes, São Paulo.
“Paraísos”, Galeria AM, Belo Horizonte. 2002 “Áreas de lazer”, Galeria Anna Maria Niemeyer,
Rio de Janeiro. 2001 Galeria Marina Potrich, Goiânia.
“Wohnzimmer und andere Gemütlichkeiten”, Kunstverein Genthiner Elf, Berlim. 2000 “Grenzenlos” (com Rolf Behm), Städtisches Museum
Eisenhüttenstadt-Fürstenberg, Alemanha. “Amor proibido”, Paço Imperial, Rio de Janeiro. 1999 Kunstverein, Bretten, Alemanha.
“Interiores”, Galeria de Arte São Paulo, São Paulo. “Sem fronteiras” (com Rolf Behm), Palácio das Artes, Belo Horizonte. 1998 Kunst im Stift, Koblenz, Alemanha.
“Flutuantes”, Galeria Anna Maria Niemeyer, Rio de Janeiro. 1995 “De cisnes, folhagens e ornamentos”, Paço Imperial,
Rio de Janeiro. Galeria Anna Maria Niemeyer, Rio de Janeiro. Galeria de Arte São Paulo, São Paulo. 1992 Galeria de Arte São Paulo, São Paulo. 1990 Galeria de Arte São Paulo, São Paulo. 1989 Pasárgada Arte Contemporânea, Recife. 1987 Galeria de Arte do Centro Empresarial Rio, Rio de Janeiro. 1985
Gilberto Chateaubriand”, Centro Cultural Santander Banespa, Porto Alegre. “The image of the sound: football”, Haus der Kulturen der Welt – St. Elisabeth Kirche, Berlim. “Um século de arte brasileira – Coleção Gilberto Chateaubriand”, Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo e Museu Oscar Niemeyer, Curitiba. 2005 “Transeuntes – América Latina”, Museu de Arte
Contemporânea da Universidade de São Paulo. “Discover Brazil”, Aktuelle Malerei, Skulptur, Installation, Ludwig Museum im Deutschherrenhaus, Koblenz, Alemanha. “Piscinas”, Sílvia Cintra Galeria de Arte, Rio de Janeiro. “Arte em metrópolis”, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo. 2004 “Onde está você, Geração 80?”, Centro Cultural Banco
do Brasil, Rio de Janeiro. 2003 “Arte em diálogo – artistas do Brasil e da Noruega”,
Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. “Zeitgenössische brasilianische Kunst in Deustchland”, Embaixada do Brasil, Berlim. “Marcantonio Vilaça – passaporte contemporâneo”, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, São Paulo. “Grenzsignale”, ARCIS-DAAD, Santiago do Chile. 2002 “Coleção Metrópolis”, Pinacoteca do Estado de São Paulo,
São Paulo. “Em matéria de natureza”, Maison de l’Amerique Latine, Paris; ICBRA, Berlim; Solar Grandjean de Montigny, Rio de Janeiro. “Caminhos do contemporâneo – 1952-2002”, Paço Imperial, Rio de Janeiro. “28(+)pintura”, Espaço Virgílio, São Paulo.
Galeria Contemporânea, Rio de Janeiro.
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2001 “Espelho cego”, Coleção Marcantonio Vilaça,
Paço Imperial, Rio de Janeiro; Museu de Arte Moderna, São Paulo. “Bilderwetter”, Kulturring-Berlin, Berlim. “Dozenten der Sommerakademie 2001”, Künstlerhaus Schloss Nackel, Alemanha. “Cristina Canale, Osmar Pinheiro, Sérgio Sister”, Galeria A Hebraica, São Paulo.
1991 “BR-80, pintura brasileira dos anos 80”,
Fundação Casa França-Brasil, Rio de Janeiro. “Viva Brasil viva”, Liljevalchs Konsthall, Estocolmo. 21a Bienal Internacional de São Paulo. 1990 “Arte moderna brasileira – Coleção Gilberto
Chateaubriand”, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. “Olhar Van Gogh”, Museu de Arte São Paulo, São Paulo; Escola de Artes Visuais, Rio de Janeiro; Palácio das Artes de Belo Horizonte; Museu de Artes de Brasília, Brasília.
1999 “Moto migratório”, Rudolf Scharf-Galerie, Ludwigshafen,
Alemanha. 1989 “Novos valores da arte latino-americana”, Brasília. 1998 “Arte brasileira contemporânea”, Künstlerhaus Berlin,
Berlim. “Moto migratório”, MAC-Ibirapuera, São Paulo. “Der brasilianische Blick – Sammlung Gilberto Chateaubriand”, Haus der Kulturen der Welt, Berlim; Luwig Forum für Internationale Kunst, Aachen; Kunstmuseum, Heidenheim, Alemanha. “Geração 80”, Galeria Marina Potrich, Goiânia.
“Canale, Fonseca, Milhazes, Pizarro, Zerbini”, Museu de Arte Contemporânea – Ibirapuera, São Paulo; Museu Municipal de Arte de Curitiba; Funarte, Rio de Janeiro. 1987 “Novos novos”, Galeria de Arte do Centro Empresarial
Rio, Rio de Janeiro. 1985 “Velha mania, desenho brasileiro”, Escola de Artes
1997 “Peinture – Trau Deinen Augen”, Hausvogteiplatz 2,
Fundação Starke, Berlim. “8 artistas brasileiros”, Universidade de Greifswald, Alemanha.
Visuais, Rio de Janeiro. 1984 “Como vai você, geração 80?”, Escola de Artes Visuais,
Rio de Janeiro.
1996 “Organicus”, Instituto Cultural Brasileiro em Berlim
(ICBRA); Galerie Drei, Dresden, Alemanha; Centro de Artes Visuais Tambiá (CAVT), João Pessoa; Galeria Valu Ória, São Paulo; Museu de Arte de Ribeirão Preto, Brasil. “Dialog – experiências alemãs”, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. “Contrapartida”, Kunstspeicher Potsdam, Alemanha. 1995 “Paisagem”, Galeria de Arte São Paulo, São Paulo.
“Anos 80 – o palco da diversidade”, Coleção Gilberto Chateaubriand, Galeria de Arte do SESI, São Paulo. 1994 “Images of the 80’ and 90’”, Museum of Americans,
Washington, D.C. “Papel do Rio”, Paço Imperial, Rio de Janeiro. “The exchange show”, Center for Arts Yerba Buena Gardens, São Francisco, EUA; Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro.
Coleções institucionais Institutional collections
•
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Coleção Gilberto Chateaubriand, Brasil.
•
Museu de Arte Contemporânea de Niterói (RJ) Coleção João Sattamini, Brasil.
•
Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil.
•
Itaú Cultural, São Paulo, Brasil.
•
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Coleção Marcantonio Vilaça, Brasil.
•
Museu de Arte Contemporânea, Coleção Marcantonio Vilaça, Recife, Brasil.
•
Coleção Metrópolis – TV Cultura, São Paulo, Brasil.
•
Jornal O Globo, Rio de Janeiro, Brasil.
•
Coleção Stadt Sparkasse Frankfurt Oder, Alemanha.
1993 “Workshop Brasil-Alemanha”, Maceió.
“Guignard – a escolha do artista”, Paço Imperial, Rio de Janeiro. “Wiepersdorf 93”, Castelo de Wiepersdorf, Alemanha. 1992 “Branco dominante”, Galeria de Arte São Paulo, São Paulo.
“Eco-art”, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. “Avenida Central”, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
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45 e capa Esfinge, 2010 t écnica mista sobre tela, 175 x 200 cm col. da artista
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Museu de Arte Moderna Rio de Janeiro Av Infante Dom Henrique 85 Parque do Flamengo 20021-140 Rio de Janeiro RJ Brasil T +55 21 2240 4944 www.mamrio.org.br Mantenedores Sponsors Petrobras Light Parceiros Partners Bolsa de Arte do Rio de Janeiro Credit Suisse Hedging-Griffo Gávea Investimentos Grupo Icatu Hartford Investidor Profissional Mica Mídia Cards Outback Steakhouse Salta Elevadores Lei de Incentivo à Cultura | Ministério da Cultura Projetos Especiais Special Projects ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico TAM – transportadora oficial do MAM Presidente President Carlos Alberto Gouvêa Chateaubriand Vice-Presidente Vice President João Maurício de Araújo Pinho Filho Diretor Director Luiz Schymura Conselheiros Counselors Armando Strozenberg Carlos Alberto Gouvêa Chateaubriand Demósthenes M. de Pinho Filho Eduardo Vianna Elisabete Carneiro Floris Gilberto Chateaubriand (Presidente President) Heitor Reis Helio Portocarrero Henrique Luz Irapoan Cavalcanti de Lyra João Maurício de Araújo Pinho (Vice-Presidente Vice President) João Maurício de Araújo Pinho Filho Joaquim Paiva José Luiz Alquéres Kátia Mindlin Leite Barbosa Luís Antônio de Almeida Braga Luiz Carlos Barreto Luiz Schymura Nelson Eizirik Paulo Albert Weyland Vieira Artes Plásticas Luiz Camillo Osorio (Curador Curator) Frederico Coelho (Assistente Assistant) Pesquisa e Documentação Rosana de Freitas (Curadora Curator) Cinemateca Film Archive Gilberto Santeiro (Curador Curator) Hernani Heffner (Assistente Assistant)
EXPOSIÇÃO EXHIBITION
PUBLICAÇÃO PUBLICATION
Curadoria Curatorship Luiz Camillo Osorio
Textos Texts Luiz Camillo Osorio
Identidade Visual Visual Identity Danowski Design
Projeto Gráfico Graphic Design Danowski Design Sula Danowski Manuela Roitman
Museologia Museology Cláudia Calaça (Coordenador Coordinator) Verônica Cavalcante Cátia Louredo Fátima Noronha Camila Cardoso (Estagiária Trainee) Produção Production Hugo Bianco Renata Contins Coordenação da Montagem Assembly Coordination Carla Marins Rafael Rodrigues (Estagiário Trainee) Equipe de Montagem Assembly Team Cosme de Souza José Marcelo Peçanha Natalino Laurindo Iluminação Lighting Antonio Mendel Transporte Transportation Millenium
Tradução Translation Izabel Burbridge Revisão e Padronização Copy Editing Rosalina Gouveia Pré-impressão Pre-press Danowski Design (Tratamento de Imagens Image Processing) Trio Studio (Scan e Provas Scans and Proofs) Impressão Printing Sol Gráfica Fotografias Photographs Cícero Rodrigues: capa (cover), n. 1 (p. 2-3), 37, 45 Digitalização (digitalisation): n. 6, 7, 9, 12, 30, 39, 40, 41 Eduardo Ortega: n. 28 Ilona Ripke: n. 2, 3, 8, 11, 13, 14, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 29, 31, 32, 33, 35, 36, 38, 42, 43, 44 Jaime Acioli: n. 4, 5, 10, 15 Maurício Froldi: n. 34
Apoio Supported by Banco Cruzeiro do Sul Agradecimentos Acknowledgements Afonso Burlamaqui Luiz Januário Canale Marcelo Guarnieri Sula Danowski Galeria Nara Roesler, São Paulo Galeria Sílvia Cintra + Box4, Rio de Janeiro
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
C22c Canale, Cristina, 1961Cristina Canale / [curadoria da exposição e texto Luiz Camillo Osorio; versão para o inglês Izabel Burbridge]. – Rio de Janeiro: Garamond, 2010. 56p. : 45 il. color. Texto em português e inglês Exposição realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, de 1o de julho a 15 de agosto de 2010. ISBN 978-85-7617-186-7 1. Canale, Cristina, 1961 – Exposições – Catálogos. 2. Pintura moderna – Século XXI – Brasil – Exposições – Catálogos. I. Osório, Luiz Camillo, 1963-. II. Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. III. Título. 10-2092
CDD 759.981 CDU 75.036(81)
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