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Artigo Governança, sucessão e gestão patrimonial
:: PALAVRA DO PRESIDENTE
JOÃO CARLOS DAL’AQUA presidencia@sulpetro.org.br
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Mais associativismo, mais força
Esta é a primeira edição exclusivamente digital de nossa revista, iniciativa que demonstra a adaptação aos novos tempos e às inevitáveis mudanças de comportamentos. Estamos vivendo algo para o qual ninguém foi preparado. Certamente, nenhum presidente, governador ou prefeito – somente para citar alguns líderes – estão seguros das decisões que precisam tomar para buscar os melhores resultados, tanto em nível de preservação de saúde da população, bem como da questão econômica. Infelizmente, convivemos com disputas políticas, como se pudéssemos eleger um ou outro fator como a solução para esse enfrentamento.
Sempre defendemos que nada está isolado e que todas as ações são “vasos comunicantes” dentro de nosso tecido social. Assim também estamos nós, empresários, na condução de nossos negócios, preocupados com a saúde de nossas famílias e amigos, de nossas equipes e, com certeza, apreensivos com a situação financeira e a sobrevivência das empresas. Sem elas, não teremos como prosseguir em nossa missão de gerar empregos e tributos e exercermos nosso papel na sociedade.
Como presidente da nossa instituição, sempre tenho me posicionado sobre a importância que o nosso segmento tem para a comunidade. Nesta nova realidade que estamos enfrentando, o Sulpetro, por meio de sua incansável equipe, tem feito todos os esforços para estar, cada vez mais, junto de seus associados, apoiando e trocando informações que possam ajudar na busca de soluções. Na impossibilidade da presença física, desenvolvemos várias atividades, materiais, esclarecimentos legais, reuniões por videoconferências, além de lives em redes sociais, com especialistas de áreas jurídicas, contábeis, administrativas, de gestão e estratégicas, para auxílio ao revendedor.
Também participamos do Comitê de Crise do Governo Estadual e do Fórum de Combate ao Colapso Social e Econômico do RS, da Assembleia Legislativa, visando contribuir para superarmos esse enorme desafio. Ressalto a agilidade do Sulpetro, logo no início da pandemia, quanto à negociação com o sindicato obreiro, permitindo a flexibilização nas questões trabalhistas que, mais tarde, foram amparadas nas medidas provisórias do Governo Federal.
A recomendação é de que tenhamos serenidade neste momento, para analisarmos todos os detalhes de nossas empresas, estarmos atentos às nossas equipes, cumprindo as recomendações dos órgãos de saúde e motivando-as a seguir. Precisamos ser, efetivamente, líderes em nossas ações e resilientes, pois este é um momento de sobrevivência, de reorganização de nossas vidas, de valorização do convívio familiar, de sermos solidários com aqueles que poderão ser mais afetados.
Diante de todo esse cenário, reforço a necessidade do associativismo, pois, juntos, teremos mais chances de êxito do que isolados. Incentive seus conhecidos a se engajar com o Sulpetro para, unidos, superarmos os desafios que ainda teremos pela frente.
:: ARTIGO
Governança, sucessão e gestão patrimonial
Na maioria dos países ocidentais, a empresa familiar é dominante da estrutura econômica. No varejo de combustíveis, isso não é diferente, já que muitos são os negócios familiares. O que move muitas dessas empresas é o desejo do fundador e de seus sucessores em manter a propriedade e gestão dos negócios nas mãos da família. Esse desejo esbarra em muitos desafios a serem superados, dentre eles: os conflitos de interesse, a definição e preparação do sucessor, a profissionalização da gestão e a organização da empresa e do patrimônio. A preocupação dos gestores de empresas familiares com a profissionalização tem aumentado gradativamente ao longo das décadas. A escolha por uma gestão mais profissional parte do intuito de identificar, tratar e minimizar suas fraquezas e explorar suas potencialidades, com o olhar voltado a estratégias que ampliem seu poder competitivo. Investimentos em sistemas, processos e pessoas para maior controle financeiro, auxílio profissional para identificação de oportunidades tributárias e de negócio, ou até mesmo para criação de estratégias patrimoniais, como o uso de holdings, têm sido cada vez mais frequentes em empresas do varejo de combustíveis. A gestão e a governança profissionalizada não são isentas de interferência de familiares. Considerando que o fator “herança” pode impactar o comando do negócio, os herdeiros, ainda que não ocupem cargos de direção na empresa, podem afetar as políticas organizacionais e as estratégias empresariais.
Pode-se concluir que se os herdeiros não estiverem bem preparados para a sucessão, podem ocasionar grandes “estragos” no desempenho das empresas familiares. Gerenciar e governar uma empresa familiar, ou não, significa assumir riscos. Não podemos ser ingênuos a ponto de acreditar que haverá organização com risco zero. O desafio empresarial está em gerenciar o maior número de riscos possíveis e escolher aqueles que poderão ser aceitos ou tolerados. A implantação de um modelo de governança alinhada à profissionalização do negócio não só impactam significativamente na redução dos riscos em que a relação empresa versus família versus patrimônio está exposta, como também contribuem significativamente no processo de sucessão empresarial, melhorando a relação entre sucessores e sucedidos.
Rosane Machado
Professora de MBAs, palestrante, mentora, consultora empresarial e fundadora da Roma Business Consulting