Indicadores de impacto nas ações sociais Andrea Alvarez, antropóloga social, deu uma palestra enriquecedora aos participantes hispânicos do Encontro, com base em sua experiência no Projeto El Castillo. Há oito anos ela trabalha em La Pintana, em um dos bairros mais pobres de Santiago do Chile, ajudando mais de 60 crianças para que possam concluir a escola. Alguns anos atrás, outros problemas começaram a surgir entre sua comunidade. As crianças que, inicialmente, tinham cinco anos de idade, agora eram adolescentes e suas necessidades foram mudando. Até mesmo o relacionamento com as famílias se estreitou: eles começaram a expressar suas necessidades mais profundas, revelando seus medos em relação à violência, ao alcoolismo ou à dependência de drogas de seus filhos. Assim, os voluntários de El Castillo começaram a detectar novas necessidades em sua comunidade. Foi nessa instância que se juntou Andrea, para ajudar a fazer uma sistematização da experiência e trazer novos caminhos e novas metas. Andrea compartilhou algumas reflexões metodológicas que surgiram a partir desta experiência:
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Importância da assistência técnica para a construção de um projeto que leve em conta parâmetros metodológicos ou ação social. Sempre buscando recolher toda a riqueza que foi plantada para construir caminhos de continuidade e crescimento.
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Utilizar a figura de facilitadores, que estão na posição de simetria com o outro para construir novos conhecimentos.
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Realizar seminários para reforçar a confiança. Assim, os voluntários vão perceber que os facilitadores não vieram para mudar todas as bases que foram construídas, mas para enriquecer.
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Apresentar um plano de trabalho de seis meses com objetivos, atividades principais, estratégias metodológicas e um delineamento da Missão/Visão da iniciativa.
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Estabelecer as bases da comunicação por escrito. Apresentar um projeto e um plano antes de implementá-lo.
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Planejar projetos que permitiram "Capacitar as pessoas nas suas próprias tomadas de decisão", para que os sujeitos a se sintam como parte desse projeto. Isso evita o paternalismo e assistencialismo.
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Fazer um diagnóstico participativo comunitário que permita criar a solução entre todos e não impor, porque podemos estar errados sobre as reais necessidades da comunidade de acolhimento. Assim sistematizados três níveis de diagnóstico: 1 – Institucional: Missão, valores, objetivos e recursos. 2 – Participação dos receptores: Foram realizadas com três ferramentas. Um levantamento geral, diversas entrevistas pessoais com a comunidade e vários Focus Group. 3 - Mapeamento das ONGs que trabalham no distrito e município para encontrar organizações semelhantes que trabalhem em contextos parecidos.
Este diagnóstico permitira obter uma radiografia de quem são as pessoas que participaram do projeto e quais as suas reais necessidades. As entrevistas geram
enorme riqueza e os Focus Group podem se conectar a comunidade para perguntar quais são os problemas do bairro. Uma comunidade onde muitos viviam isolados uns dos outros por medo. Além disso, estes grupos despertaram o desejo nas pessoas para gerar sua própria mudança. Este diagnóstico participativo permite considerar os sujeitos como parte das intervenções sociais e não apenas meros receptores ou beneficiários. Por último, o mapeamento de ONGs semelhantes serve para aproveitar as experiências dos outros e construir alianças. Capacidade de criar rede com outros para retroalimentar-se e construir mapas de ação. Construção de indicadores de impacto em ações sociais: -‐
Usado para comparar o desempenho entre os períodos de tempo.
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Com base nesse modelo, podemos comparar-nos com nós mesmos, medir qual área tem havido progressos ou maiores dificuldades.
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Essas etapas são necessárias, porque podem nos ajudar a salvar muito tempo e recursos Algumas perguntas de orientação que podem ser utilizadas como indicadores: 1 - Até que ponto o projeto tem uma base concreta de ação, tanto a partir da estrutura de um modelo a seguir como das necessidades reais que poderiam ser respondidas por este? 2 - Até que ponto os voluntários do projeto sabem, aderem e se identificam com a Missão / Visão e os valores que querem ser transmitidos. 3 – Até que ponto os usuários dos projetos se sentem parte deste? 4 - Até que ponto os usuários do projeto têm responsabilidades neste ou o constroem? 5 - Até que ponto as ações concretas que são realizadas atendem as expectativas dos usuários?
6 - Até que ponto a organização se propõem estabelecer redes / laços de cooperação com outras organizações com iniciativas semelhantes na área territorial? 7 - Até que ponto os voluntários e usuários se dispuseram criar laços de fraternidade nas suas relações 8 - Até que ponto as ações realizadas no projeto contribuem para a construção de uma cultura de fraternidade