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ESPECIALISTAS
EM PEQUENOS
NEGÓCIOS SEBRAE 2011-2014
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EM PEQUENOS
NEGÓCIOS SEBRAE 2011-2014
BRASÍLIA, 2014
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ROBERTO SIMÕES PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO DO SEBRAE NACIONAL
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LUIZ BARRETTO DIRETOR-PRESIDENTE DO SEBRAE NACIONAL
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CARLOS ALBERTO DOS SANTOS DIRETOR TÉCNICO DO SEBRAE NACIONAL
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LUIZ CLAUDIO DOS SANTOS DIRETOR DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS
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INQUIETUDE E INOVAÇÃO MÁRCIO METZKER, EDITOR
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ATENDIMENTO
22 24 26 30 30 34 36 40 44 46 50 54 60 64 66 68
A BUSCA DA EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO SEIS SEGMENTOS PROGRAMAS NACIONAIS INOVAR PARA PROSPERAR A INOVAÇÃO BATE À PORTA O QUEIJO DO SERRO E O MELÃO POTIGUAR NEGÓCIO A NEGÓCIO APERFEIÇOAR A GESTÃO PARA AVANÇAR TERRITÓRIOS DA CIDADANIA DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO TERRITORIAL GANHAM GRANDES E PEQUENOS CULTURA EMPREENDEDORA DESDE CEDO VIVER BEM FAZENDO O BEM FOMENTAS RODADAS DE CRÉDITO
OPORTUNIDADES ATENÇÃO AO CALENDÁRIO DE EVENTOS BRASIL ORIGINAL POTÊNCIA DO OBJETO STARTUPS, A ALVORADA DIGITAL CENTRAL DE OPORTUNIDADES SEBRAE NA RIO +20 FEIRA DO EMPREENDEDOR
70 72 76 82 84 86 88 94
AMBIENTE LEGAL MPE NA AGENDA POLÍTICA LEI GERAL DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA A COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS APRIMORAMENTO CONTÍNUO A CULTURA DO ALVARÁ RÉGIO LEI GERAL NOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NAS FAVELAS
EXCELÊNCIA NA GESTÃO ATITUDE E COMPROMISSO DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇAS CAPITAL HUMANO E MERITOCRACIA ESPECIALISTAS EM PEQUENOS NEGÓCIOS UNIVERSIDADE CORPORATIVA – RESULTADOS 2013 GESTÃO DO CONHECIMENTO CERTIFICAÇÃO DE CONHECIMENTOS MEMORIAL SEBRAE SOLUÇÕES EDUCACIONAIS
DIRECIONAMENTO ESTRATÉGICO
96 98 100 102 108 110 112 113 119 120 122 124 126 128 130 132 134 137 138
PLANEJANDO O SEBRAE ATÉ 2022 CENÁRIO MUNDIAL CENÁRIO SUL-AMERICANO MPE NA ECONOMIA BRASILEIRA DIMINUIÇÃO DA POBREZA INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE EXPANSÃO DO MEI PROGRAMAS NACIONAIS OPORTUNIDADE X NECESSIDADE AÇÕES VOLTADAS PARA ESTUDANTES
140 142 146 148 150 152 155 156 158 160 162
FICHA TÉCNICA
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APRESENTAÇÃO
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ATENDIMENTO
O NOVO DESAFIO É A COMPETITIVIDADE ROBERTO SIMÕES PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO NACIONAL DO SEBRAE
O SEBRAE
é uma das mais destacadas organizações brasileiras. Ao longo de sua história de mais de 40 anos, trabalhou sem cessar para criar um ambiente propício ao florescimento dos pequenos negócios. Empenhou-
se em particular nos campos da legislação, do acesso ao crédito, da desburocratização e da competitividade. Assim, pode exibir muitas conquistas, como a criação do Estatuto da Pequena Empresa, a adoção do
Simples, depois transformado em Supersimples, a instituição do Fácil, e o lançamento do Empreendedor Individual, objeto de atenção especial nos últimos quatro anos para que trabalhadores – até então na informalidade produtiva – pudessem regularizar sua pequena empresa, crescer e prosperar. Os pequenos negócios são hoje grandes geradores de empregos no país. Mas vivemos agora um momento de inflexão. O mundo mudou abruptamente. E a empresa brasileira está pagando o preço por não ser competitiva. Para sair desta conjuntura, a solução é investir mais em capacitação, no estímulo à inovação e no acesso à tecnologia, para que os empreendimentos sejam mais produtivos e competitivos. Devemos atentar para as mudanças que ocorrem nos modelos de negócios globais. Olhar e aprender com os países líderes que atuam firmemente na promoção das cadeias produtivas para participar ativamente das redes internacionais de comércio.
Este livro trata da gestão dos últimos quatro anos do Sebrae e faz-nos refletir sobre as escolhas que nos conduziram até aqui. Contém os principais temas que foram objeto de encontros dos conselhos do Sistema Sebrae, traduzidos nas suas diretrizes e prioridades. O livro evidencia também a dedicação e a competência do quadro de colaboradores técnicos, dirigentes, executivos e conselheiros. E ressalta o aperfeiçoamento dos regulamentos institucionais, com vistas a melhorar a governança de todo o Sistema. É útil para iluminar o futuro e orientar o que deve ser feito. Boa leitura!
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APRESENTAÇÃO
UM NOVO SEBRAE PARA UM NOVO EMPREENDEDORISMO LUIZ BARRETTO PRESIDENTE DO SEBRAE NACIONAL
NOS ÚLTIMOS quatro anos, o empreendedorismo avançou muito no Brasil, assim como o trabalho do Sebrae em benefício dos pequenos negócios. Tivemos importantes mudanças no ambiente legal, no mercado interno brasileiro e na escolaridade dos empreendedores, o que impactou na adesão de mais pessoas ao regime do Supersimples e, consequentemente, na nossa forma de atuação junto a esse público.
Em 2011, em torno de 5,6 milhões de micro e pequenas empresas eram optantes desse modelo tributário - que oferece um tratamento diferenciado com redução de impostos e de burocracia. Após quatro anos, houve um aumento de 3,8 milhões de empreendedores e, hoje, ultrapassamos a marca de 9,5 milhões de inscritos no Supersimples. Sem dúvida, as ampliações do regime melhoram as condições de
empreender no país. Ao longo dos últimos anos, lutamos para aprimorar a legislação a fim de oferecer mais facilidade para quem sonha em ter o próprio negócio. Participamos da mudança no aumento do teto do Supersimples, que passou a ser de R$ 3,6 milhões. Também contribuímos para reduzir o imposto para o Microempreendedor Individual e, mais recentemente, para universalizar a entrada de todas as categorias nesse sistema diferenciado de tributação. O nosso próximo desafio é planejar um regime de transição para estimular o crescimento dos empreendedores. Atualmente, as pequenas empresas têm medo de crescer porque, quando mudam de faixa, mudam de imposto sobre todo o faturamento. Estamos fazendo estudos para oferecer uma proposta de transição suave, uma rampa de ascensão empresarial, sem ônus para quem está prosperando no próprio negócio. Paralelo a isso, tivemos nesses últimos quatro anos um fortalecimento do mercado interno, que hoje soma cerca de 100 milhões de consumidores, sendo que 40 milhões são representantes da chamada Nova Classe Média. Outro fator importante que melhorou o cenário do empreendedorismo foi a mudança no
nível de escolaridade do empresário, que está maior do que a média brasileira. A educação empreendedora nunca teve papel tão determinante no sucesso do empreendimento e, sob esse aspecto, o Sebrae contribuiu bastante. Nesse livro, abordaremos com mais detalhes o trabalho executado na gestão 2011/2014 e as oportunidades que tivemos, como, por exemplo, ao criarmos o Sebrae 2014, um programa específico para inserir as empresas de pequeno porte na Copa do Mundo. Em cinco capítulos, vamos mostrar o que mudou no empreendedorismo brasileiro e na nossa atuação como especialistas em pequenos negócios. Concentramos esforços para conhecer mais o nosso cliente, com o intuito de melhorar a qualidade do nosso atendimento. Para isso, investimos na segmentação do atendimento, fizemos pesquisas, desenvolvemos produtos customizados e ampliamos os canais de interlocução com os empresários, que além de serem atendidos nos mais de 700 postos espalhados pelo Brasil, podem utilizar nossa Central de Atendimento ou o novo Portal Sebrae como aliados na busca da capacitação profissional. Recentemente, criamos mais dois programas nacionais com o objetivo de tornar nosso atendimento mais
direcionado, sob a luz da agenda do século 21, que prioriza a inovação, a sustentabilidade e a educação continuada como itens indispensáveis para se tornar competitivo no mercado globalizado. As pesquisas de mercado realizadas com parceiros estratégicos renderam frutos e muito conhecimento para subsidiar o trabalho desempenhado pelas unidade do Sebrae Nacional. Hoje temos dados sobre participação dos pequenos negócios no PIB, de sobrevivência, geração de empregos, perfil do empreendedor em todas as categorias, entre outros, que nos orientam para traçar atuação. Para nortear nossas ações, elaboramos o Direcionamento Estratégico 2022 que leva em conta um conjunto de cenários e tendências do país. Além das metas quantitativas, agora temos metas qualitativas de atendimento para avaliar de forma mais apropriada nossos resultados. Uma delas trata da fidelização de nossos clientes, um esforço para entregar mais produtos e valor para os empresários e potenciais empreendedores. Para os próximos anos, o Sebrae mantém o compromisso estratégico de fortalecer o empreendedorismo e fomentar os pequenos negócios no Brasil.
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APRESENTAÇÃO
O DESAFIO DE ATENDER MAIS E MELHOR CARLOS ALBERTO DOS SANTOS DIRETOR-TÉCNICO DO SEBRAE
ATENDER MAIS E MELHOR os pequenos negócios em todo o país foi o principal objetivo da Diretoria Técnica do Sebrae nos últimos quatro anos. A prioridade de atuar na segmentação de clientes nos levou a um novo padrão de atendimento, mais ágil e qualitativo. Acoplados à estratégia, produtos específicos com ênfase em capacitação empresarial, acesso a mercados, tecnologia e inovação foram desenvolvidos pelas áreas de conhecimento com a participação do Sebrae nos estados.
Os programas nacionais são um marco nesse processo. Todo o Sistema Sebrae compartilha a mesma estratégia, com produtos e serviços customizados para cada público. Assim, avançamos na estratégia de ir onde o cliente está para atendimento in loco, com os programas nacionais Negócio a Negócio e Agentes Locais de Inovação (ALI). Para empresas mais avançadas, interessadas em evoluir nos seus modelos de gestão, o Sebrae dispõe do Sebrae Mais. Inovação e tecnologia são prioridade institucional e parte estratégica da agenda cotidiana dos pequenos negócios. O Sebraetec oferece soluções para que esse segmento possa evoluir em diferenciais de competitividade. Por meio desse programa nacional, uma rede prestadora de serviços tecnológicos em todo o país está à disposição dos pequenos negócios com inovação no seu DNA. O Sebrae intensificou as parcerias com grandes empresas para impulsionar e melhorar o atendimento aos pequenos negócios em suas cadeias de valor. O Programa Nacional de Encadeamento Produtivo potencializa esses objetivos.
Também estamos mais próximos das instituições de ensino, que abrem espaço ao empreendedorismo e envolvem estudantes de todos os níveis a partir do Programa Nacional de Educação Empreendedora. Ampliamos e diversificamos nossas parcerias. O Sebrae está mais próximo das instituições financeiras – públicas, privadas e cooperativas – para facilitar o acesso a crédito e serviços financeiros pelos pequenos negócios. As operações do fundo de aval Fampe se multiplicaram. E, estimuladas pelo Sebrae, surgiram novas Sociedades de Garantia de Crédito (SGC), uma ponte entre os empresários e os agentes financeiros, com vantagem para os pequenos negócios. Com o programa nacional Territórios da Cidadania o Sebrae foi mais longe. Chegou a localidades de baixo dinamismo econômico, porém, com forte potencial para prosperar a partir da implementação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Empreendedorismo e associativismo marcam nossa atuação nesse programa.
A Plataforma Integrada de Atendimento (Platina) vai reforçar e ampliar a qualidade do atendimento do Sebrae: possibilitará mais interação com os clientes, além de facilitar a sua fidelização e aumentar nossa capacidade de atendimento em todo o país. O novo portal com o inédito “Fale com o especialista”, é parte dessa estratégia de atendimento on line. O Sebrae convive com o desafio permanente de estar na vanguarda do conhecimento em pequenos negócios para cumprir sua missão institucional. Irrigar conhecimento, experiências, histórias exemplares – de sucesso e insucesso – não é nada trivial. O diálogo direto com os gestores estaduais, a partir dos Encontros Ditec, também favoreceu o alinhamento estratégico, o esforço de atender melhor e os resultados operacionais. Essas conquistas só foram possíveis com a equipe Sebrae, de profissionais engajados, comprometidos e atualizados, a serviço da maior competitividade dos pequenos negócios. Que o Sebrae siga avançando em sua missão nos próximos anos.
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APRESENTAÇÃO
EFICIÊNCIA, CONHECIMENTO E RESULTADOS JOSÉ CLAUDIO DOS SANTOS DIRETOR DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS DO SEBRAE NACIONAL
O DIRECIONAMENTO Estratégico do Sebrae impõe desafios, cada vez mais relevantes, para que a instituição se consolide como referência no atendimento aos pequenos negócios e promova a cultura empreendedora por meio de um capital humano comprometido e motivado, com foco nos resultados efetivos para todas as partes interessadas. Por estas razões é que se trabalha e
se investe na educação corporativa de forma permanente, na gestão do conhecimento e em um programa de qualidade da gestão, que visa tornar o Sebrae mais eficiente, moderno e digital. No percurso rumo à excelência da qualidade na gestão, o Sebrae implantou novos processos, buscou modernas tecnologias, aprimorou suas práticas de governança, investindo na valorização do capital humano e fortalecendo também o papel das lideranças do Sistema. O resultado foi a construção de um ambiente mais colaborativo como rede, mais inovador, sustentável, produtivo e comprometido com a efetividade das ações e com o atendimento aos clientes. Os pilares foram alicerçados em uma cultura de excelência que permeia todas as unidades e envolve todo o capital humano. Nos últimos quatro anos, o Sebrae alcançou uma significativa evolução na maturidade da gestão e em 2014 atingiu o patamar que o aproxima das empresas de Classe Mundial, segundo critérios do Modelo de Excelência na Gestão (MEG), da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Do início do programa, em 2011, até 2014 ocorreu uma evolução de 222 pontos nos critérios de liderança, estratégias e planos, clientes, informações e conhecimento, pessoas, processos, sociedades e resultados.
Essa ascensão demonstra uma significativa evolução na maturidade da gestão. Os investimentos na capacitação de fornecedores, na preparação dos parceiros, assim como na melhoria dos processos de aquisição de bens e serviços cada vez mais sustentáveis, colaboraram para esta evolução. A instituição também expandiu sua capilaridade com atendimento virtual por meio dos Terminais de Autoatendimento, com a modernização dos canais de comunicação e a padronização de fachadas dos postos de atendimento. Destaca-se ainda neste período um trabalho de maior transparência com a instalação da Ouvidoria, e o fortalecimento da cultura da gestão por meio de
indicadores. Para dar sustentação ao posicionamento da marca, muito foi investido no desenvolvimento de lideranças através de parcerias com renomadas instituições nacionais e internacionais, bem como na formação dos colaboradores por meio da pósgraduação, que os credencia como Especialistas em Gestão de Pequenos Negócios. E desta forma, o Sebrae contribui decisivamente para uma performance mais elevada em relação aos compromissos assumidos com os clientes, a sociedade e o governo, estimulando um ambiente economicamente rentável, ambientalmente correto e favorável à inclusão social produtiva para o fortalecimento da economia nacional.
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INTRODUÇÃO
INQUIETUDE E INOVAÇÃO MÁRCIO METZKER EDITOR
HÁ MAIS DE UMA DÉCADA, o Sebrae decidiu ultrapassar suas atribuições originais de capacitação de empreendedores e empenharse em combater as ameaças à sobrevivência e à prosperidade dos pequenos negócios. Os melhores esforços foram devotados à criação de um ambiente legal e tributário que favorecesse os pequenos negócios, incluindo a luta contra exigências burocráticas paralisantes por parte dos órgãos de fiscalização e licenciamento. Tais esforços frutificaram na Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas – aprovada em 2006 com respaldo de grandes mobilizações nacionais – e em várias leis complementares sucessivas que a aperfeiçoaram e garantiram o acesso de novos segmentos ao regime tributário do Simples Nacional. Campanhas memoráveis foram realizadas para disseminar os benefícios da Lei Geral por estados e municípios, e o Sebrae passou a apoiar as municipalidades na implantação de um ciclo duradouro de prosperidade. Importantes avanços foram obtidos em termos de facilidade para abrir e fechar empresas, e de agilidade na emissão de alvarás e licenças. Conquistadas essas vitórias históricas, o Sebrae decidiu concentrar suas atenções no Atendimento, atualizando cursos, soluções e produtos, e aperfeiçoando seus canais de acesso – tanto os diretos quanto os virtuais – para todas as áreas do amplo espectro de interesse dos pequenos negócios.
Essa decisão partiu da constatação de que, na última década, o Brasil cresceu, incorporando 40 milhões de novos consumidores e mudando significativamente o perfil do pequeno empresário. O Sebrae se preparou para dar a devida atenção desde ao microempreendedor individual de municípios remotos plantados nos territórios da Cidadania, até as startups digitais de Campinas. Não há públicos mais diferentes. Enquanto o MEI requer atendimento individual, o criador de interfaces digitais para novas aplicações dos voos não-tripulados divide seu tempo entre seu embrião de empresa digital e o Vale do Silício nos Estados Unidos. É perfeitamente capaz de acessar informações através da plataforma integrada de atendimento do Sebrae, enquanto aguarda num saguão de aeroporto. Entre os dois exemplos extremos de empreendedor existe uma infinidade de graduações e portes que o Sebrae dividiu em segmentos e para os quais criou produtos específicos. Os compromissos assumidos pelo Sebrae abrangem ainda os bolsistas dos programas sociais, e também crianças e adolescentes promissores para o desenvolvimento de seu potencial empreendedor. No meio rural, criaram-se linhas para ajudar agricultores familiares a se converter em empreendedores do agronegócio, oferecendo soluções para acesso à tecnologia, ao crédito e ao mercado. Dentre todas as instituições brasileiras, dificilmente haverá alguma onde a inquietude e a inovação sejam marcas tão evidentes quanto no Sebrae. Como se verá nas páginas seguintes, essa instituição está sempre pronta a reavaliar e modificar seus rumos, de acordo com as oportunidades ou mudanças que se verifiquem na conjuntura nacional. Nada no Sebrae é permanente, a não ser o compromisso com os interesses da micro e pequena empresa, e com o papel que lhes cabe no desenvolvimento do Brasil.
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ATENDIMENTO
ATENDIMENTO
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ATENDIMENTO
A BUSCA DA EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO
O SEBRAE CONSIDERA ATENDIMENTO tudo que tem interface direta com os empreendedores e também as ações deflagradas dentro dos projetos de desenvolvimento econômico. Uma série de pesquisas conduzidas nos últimos quatro anos evidenciou que a melhor maneira de alcançar o nível de excelência no atendimento é individualizar – ou pelo menos customizar – a relação com o público. Cada segmento da clientela no Sebrae passou a ter um pacote bem abastecido de produtos e soluções para consultoria e treinamento.
A Unidade de Capacitação Empresarial desenvolve dezenas de produtos e os disponibiliza para uso de todas as áreas do Sebrae, o que não impede que cada unidade de atendimento desenvolva soluções específicas em sua linha de atuação. Novas ferramentas, como a Plataforma Integrada de Atendimento (Platina), ao registrar o feedback dos atendimentos, permitirão o ajuste e refinamento contínuos das soluções, além de oferecer ao cliente todo o seu histórico de relacionamento com o Sebrae. Essa novidade permitirá ao Sebrae alcançar um objetivo almejado, que é a fidelização do cliente, acompanhando sua evolução ao longo dos anos.
A busca ativa pelo cliente consolidou-se no Sebrae nos anos mais recentes.
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ATENDIMENTO
SEIS SEGMENTOS
O microeemprendedor individual é o segmento empresarial que mais se expande no Brasil.
MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL São empresários que atuam vendendo produtos ou serviços, com faturamento até R$ 60 mil anuais. Pagam contribuição previdenciária reduzida, podem ter no máximo um empregado e emitir nota fiscal. São hoje cerca de 4,5 milhões os inscritos. O programa criado especificamente para eles pelo Sebrae é o SEI (Sebrae para o Empreendedor Individual). Inscrevendo-se no SEI, o microempreendedor pode capacitar-se em sete temas: vender, controlar o dinheiro, planejar, empreender, unir forças, comprar e administrar. Pode frequentar os cursos no Sebrae, aprender em cartilhas, audiolivros, obter informações pelo celular, pela internet ou material audiovisual.
O foco principal do programa Na Medida é a capacitação na gestão da microempresa.
MICROEMPRESA A Lei Complementar 123 define como microempresas os empreendimentos com faturamento até R$ 360 mil anuais, permitindo-lhes inscrever-se no tratamento tributário simplificado do Simples Nacional. Um dos programas concebidos especialmente para essa faixa é o Na Medida, com foco na gestão das microempresas, oferecendo palestras, oficinas, cursos, consultorias e diálogos empresariais específicos. É um processo de capacitação contínua, composto de oito temas: Gestão de Pessoas e Equipes, Gestão Financeira, Tributação, Planejamento Estratégico, Marketing, Internet, Redes Associativas e o Empretec.
EMPRESA DE PEQUENO PORTE Empreendimentos com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões anuais são definidos como empresas de pequeno porte. Para elas o Sebrae desenvolveu uma cesta de programas e soluções, com destaque para o Sebrae Mais. Este programa se destina a pequenas empresas avançadas, com mais de dois anos de existência, que já passaram da fase inicial do negócio, têm mais do que nove funcionários e amadureceram, querendo crescer mais. Compõe-se de oito soluções diferenciadas, entre elas o fortalecimento do comportamento empreendedor, as ferramentas de gestão avançada, gestão de qualidade e de inovação, e o planejamento para exportar.
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ATENDIMENTO
PRODUTOR RURAL Por definição, produtor rural é quem planta, cria, pesca ou colhe, seja na agricultura familiar ou no pequeno empreendimento rural com receita bruta de até R$ 3,6 milhões. Para ele foi concebido o programa No Campo, um conjunto de soluções educacionais cuja finalidade é fazer com que o produtor passe a administrar sua fazenda como uma empresa rural, adotando critérios como eficiência e controle sobre custos, associativismo na compra de insumos e na comercialização da produção. O aprendizado pode se dar através de palestras, oficinas, cursos, kits educativos e consultorias. Para a agricultura familiar, são cinco oficinas sob os temas Atender Bem, Negociar, Controlar o Dinheiro, Custos de Produção, Gerenciar a Propriedade, e o Negócio Certo.
POTENCIAL EMPRESÁRIO É a pessoa que já decidiu abrir sua empresa e está tomando providências nesse sentido. Para ela o Sebrae oferece o projeto Começar Bem, que abrange desde a concepção do projeto até a formalização, com apoio à tomada de decisão e ao processo de abertura da empresa. O Sebrae faz análise da viabilidade e oferece apoio contínuo para que a nova empresa seja consistente, durável, sustentável e lucrativa. As etapas do Começar Bem devem levar de um a dois meses, para que, ao final, a pessoa tenha mais convicção de que o negócio vai dar certo. O ramo da confecção é um dos mais procurados pelos potenciais empresários.
O interesse por tornar-se empresário pode surgir durante atividades escolares.
POTENCIAL EMPREENDEDOR Universo amplo de pessoas que podem um dia empreender, mas ainda não tomaram a decisão. A clientela mais promissora desse segmento são os alunos do Pronatec Empreendedor, que traz a perspectiva do autoemprego, além do desenvolvimento de competências empreendedoras fundamentais à dimensão produtiva da vida social. O Pronatec Empreeendedor possibilita ao participante pensar seu projeto de futuro pessoal e profissional de forma empreendedora. O público potencial para as ações de Educação Empreendedora vai além dos estudantes. É estimado em 1,3 milhão de jovens e adultos. O Sebrae destinou R$ 80,3 milhões para o custeio total do projeto até 2017.
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ATENDIMENTO
OS PROGRAMAS NACIONAIS A SEGMENTAÇÃO POR PORTE APERFEIÇOA O ATENDIMENTO, QUE PASSOU A CONTAR TAMBÉM COM OITO PROGRAMAS NACIONAIS.
SEBRAETEC AGENTES LOCAIS DE INOVAÇÃO NEGÓCIO A NEGÓCIO SEBRAE MAIS SEBRAE NOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA SEBRAE 2014 ENCADEAMENTO PRODUTIVO EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
INOVAR PARA PROSPERAR O Sebrae definiu como meta mobilizadora o atendimento de dois milhões de CNPJ por ano. Apenas uma pequena parcela era atendida com inovação até 2010. A razão era muito simples: como a maioria dos empreendimentos sequer tinha resolvido seus problemas de gestão, relegava ao segundo plano as preocupações com a inovação. Esse panorama mudou muito nos últimos quatro anos. O público que procura inovação é mais sofisticado, está se diferenciando, já resolveu problemas de gestão e agora tem tempo, fôlego e agenda pra olhar para o lado e ver que a concorrência se aproxima. E o concorrente nem sempre está na esquina. É a economia globalizada que vem inundando o mercado com produtos internacionais. Os brasileiros viajam mais para o exterior, consomem produtos de padrão alto e voltam com um grau de exigência maior.
2010
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* Realizado até 15/10/2014
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113.000
120.264
58.425
59.295
30.000
40.139
17.000
2013
201.524
REALIZADO
157.645
PREVISTO
178.054
EMPRESAS ATENDIDAS COM SOLUÇÕES INOVADORAS
2014*
A preocupação com inovação não é recente no Sebrae, e nos últimos anos foi incorporada organicamente ao atendimento. Tornou-se meta mobilizadora e gerou dois grandes programas, os quais recebem investimentos crescentes a cada ano. O campeão de investimentos do Sebrae é o Sebraetec, que recebe demandas de inovação tecnológica dos micro e pequenos empresários e as repassa aos fornecedores, um pool de instituições de ciência e tecnologia identificadas pela sigla ICT. Os investimentos são reveladores da importância crescente da inovação. O Sebraetec recebeu R$ 36,7 milhões em 2011. O volume quase dobrou em 2012, com R$ 70,6 milhões.
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ATENDIMENTO
2010
40.977
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EMPRESAS ATENDIDAS 67.679
De um lado estão as empresas que precisam de soluções inovadoras para melhorar seu desempenho e seu faturamento. De outro os centros de estudos e experimentos capazes de desenvolver soluções e interessados em aplicá-las na prática. “Os dois lados não se procuram espontaneamente. Nosso papel é colocá-los em contato e intermediar as soluções. Subsidiamos os custos em 80%, mas antecipamos o pagamento do valor total aos ICTs. O empresário beneficiado reembolsa os 20% ao Sebrae, podendo parcelar em seis vezes ou até 48 vezes pelo cartão do BNDES”, explica Ênio Pinto, gerente da Unidade de Acesso à Inovação e à Tecnologia. Uma das linhas preferenciais de inovação estimuladas pelo Sebrae
26.748
SEBRAETEC RECEBE RECURSOS SEMPRE CRESCENTES. VAI FECHAR 2014 COM R$ 233,7 MILHÕES.
é a de sustentabilidade ambiental, que tem duas carteiras principais: eficiência energética e tratamento de resíduos. A eficiência energética é uma relação ganha-ganha: permite poupar custos ao empresário e recursos naturais ao planeta. Uma padaria com forno desregulado é capaz de consumir o lucro mínimo do pão. Um técnico vai ao local, aplica os parâmetros de metrologia do Inmetro, faz um trabalho de normalização, e também pesquisa a norma ABNT para oferecer uma fórmula de pão francês qualitativo e financeiramente viável. A norma inclui peso mínimo, tamanho, cuidados higiênicos, etc.
17.338
Subiu para R$ 100,3 milhões em 2013 e prevê fechar 2014 com R$ 233,7 milhões. O público atendido também é crescente. Foram 26,7 mil empresas em 2011 e a previsão é fechar 2014 com 76,2 mil. O atendimento, antes coletivo e apoiado em palestras, agora é individualizado e recorrente, na medida da necessidade de cada empreendimento.
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* Realizado até 15/10/2014
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No conceito de inovação, tecnologia é apenas um dos aspectos. A ideia básica é procurar reduzir custos. A racionalização do processo produtivo eventualmente pode eliminar mão de obra, o que seria bom evitar, mas a finalidade é tornar o investimento mais produtivo. Sustentabilidade ambiental é outro conceito que pode aumentar a receita, ao agregar valor ao produto. Os melhores exemplos são os chamados “produtos verdes”. O selo orgânico faz com que muita gente dê preferência a ele. Os resultados para o empresário surgem rapidamente. Para a atribuição dos selos de produto orgânico, o Sebrae trabalha com uma rede de fornecedores de certificação. Em convênio de cooperação com o Sebrae, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) passou a produzir normas técnicas também para as micro e pequenas empresas. Faz consultoria de avaliação de conformidade e implementa a norma técnica naquela empresa. Algumas delas viram regulamento obrigatório exigido pelo Inmetro, que fiscaliza também em convênio com o Sebrae. São muitas as parcerias estratégicas no setor de Inovação, demandando investimentos de R$ 526 milhões entre 2013 e 2016. São instituições de alta credibilidade, como a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Finep Inovação e Pesquisa, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Anprotec, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Movimento Brasil Competitivo (MBC), Inmetro, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Fundação Getúlio Vargas (FGV), CS1 Brasil, Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas (BRT).
ECONOMIA DE 75% DE ÁGUA A LAVANDERIA ALBA, de Cuiabá, gastava 2.430 m³ de água por mês, pagando uma fatura média de R$ 10 mil, acrescida de R$ 4 mil de esgotos. O empresário Gustavo Malheiros via literalmente seus lucros se esvaírem pelo ralo. Orientado por um agente local de inovação, procurou o Sebrae Mato Grosso e foi atendido dentro do programa Sebraetec. O Sebrae identificou uma empresa de consultoria em reuso de água localizada no Espírito Santo, a Água Pura, especializada em criar soluções para lavanderias e lavajatos, que são grandes consumidores do insumo. A Água Pura domina uma tecnologia de baixo custo para tratamento físico-químico da água servida. Remove-se a massa de resíduos decantados e a água está pronta para reutilização. O sistema foi instalado e a grande surpresa veio no mês seguinte: o consumo baixou para 566 m³ e a fatura de água para R$ 2.604,00, com a correspondente queda na taxa de esgoto para R$ 1.302,00. A despesa com a instalação do sistema foi abatida em poucos meses e o custo de manutenção (produtos químicos e energia) é mínimo. Além de economizar R$ 10 mil por mês, Malheiros teve aumento na clientela. A Lavanderia Alba passou a ser preferida por pessoas preocupadas com a preservação dos mananciais.
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ATENDIMENTO
A INOVAÇÃO BATE À PORTA A INOVAÇÃO é um fator crucial para a competitividade, quando não para a própria sobrevivência das micro e pequenas empresas. Sem inovação tecnológica e racionalização de processos, o Brasil não será competitivo nem para combater a concorrência externa, nem para ganhar mercados em outros países. Para promover a inovação, o próprio Sebrae se inovou, decidindo fazer busca ativa de clientes. Criou o programa de Agentes Locais de Inovação (ALI). Trata-se da seleção de egressos das universidades, selecionados por edital conjunto entre as unidades estaduais do Sebrae e o CNPq. Podem candidatar-se os recém-formados nas escolas de Engenharia, Gestão, Economia, Administração e Contabilidade. O trabalho deles é fazer busca ativa e sensibilização dos empresários para a relevância da inovação, da qual dependerá o futuro do empreendimento. Para a maioria, a bolsa de R$ 3,6 mil mensais por dois anos será o primeiro emprego, pelo menos em sua área de graduação. Eles recebem 276 horas de qualificação. Com jaleco, boné e crachá do Sebrae, percorrem as lojas, pequenas indústrias e empresas de serviços, oferecendo-se para estudar fluxos e processos para propor inovações. Inovação tem que resultar em ganho financeiro. Ideia + ação pode até levar a uma invenção, mas se não der resultados financeiros não pode ser classificada como inovação. Depois da globalização, a
concorrência passou a ser não apenas com o vizinho, mas com o mundo todo. O trabalho do ALI é buscar o empreendedor tradicional que não se moderniza e introjetar a cultura da inovação. “Padaria sempre foi um negócio tradicional. Aqui em Brasília há um bom exemplo, com duas padarias concorrentes, uma de cada lado da rua. Uma delas começou a usar as redes sociais para vender seu produto, informando aos clientes em tempo real a saída do pão do forno. A novidade ‘bombou’. Custo zero e resultado financeiro imediato”, exemplifica Ênio Pinto. Nada mudou na forma de fazer o pão e expô-lo de maneira atrativa. A inovação foi apenas na comunicação. Em 2010 havia 300 ALI em campo, acompanhando 5 mil empresas. Em 2013, 1.067 ALI atenderam 44 mil empresas. Em 2014, houve um acréscimo para 1.200, que estão atendendo 50 mil empresas. Cada um deles acompanha 40 empresas, predominantemente de pequeno porte. O atendimento é inteiramente gratuito, e consta de um mínimo de três visitas. Ele identifica os nós do processo produtivo e depois o Sebrae define uma consultoria para desatá-los. Foi um ALI que encaminhou a Lavanderia Alba, de Cuiabá, para uma experiência bemsucedida de reuso da água (ver box).
Inovação no setor de alimentação não significa necessariamente tecnologia.
EVOLUÇÃO DE AGENTES EM CAMPO 1051
1200 1000
1043
834
800 600 400
396
450
200 0
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O QUEIJO DO SERRO E O MELÃO POTIGUAR
INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS são o registro de origem de produtos tradicionais originários de determinadas regiões. O exemplo mais clássico vem do Norte da França, onde fica a região demarcada de Champagne. Ninguém fora dali pode atribuir esse nome à bebida dourada que produzir. No Brasil, temos que chamá-la de “espumante”. O mercado do champagne francês é cativo e os preços são altamente compensadores. No Brasil, para se registrar um produto de Indicação Geográfica no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), é necessário cumprir um conjunto de exigências que demonstrem a singularidade desses produtos.
Em 2010, havia 14 indicações geográficas no Brasil, que tiveram apoio técnico do Sebrae para cumprir os requisitos. Este ano, a instituição atingiu a marca de 42 IGs. Há regiões demarcadas contemplando cerca de dez mil produtores ou empresas dentro de seus limites. Os produtos são qualificados em apenas duas modalidades: indicação de procedência ou denominação de origem. Apenas o café do cerrado mineiro conquistou as duas classificações. Indicações Geográficas são reconhecidas para a produção de determinados queijos, cachaça de alambique, determinados doces, frutas como o melão do Rio Grande do Norte, as uvas e mangas do vale submédio do São Francisco, entre outros produtos. Um bom exemplo é o camarão da Costa Negra, do Ceará (ver box).
MAIOR E MAIS SABOROSO
Produtos tradicionais típicos de determinadas regiões se valorizam com a IG.
A COSTA NEGRA situa-se no litoral oeste do Ceará. O nome deriva de um aspecto característico das praias locais, que apresentam grandes extensões de sedimentos cinza-escuro. O rio Acaraú, de água escura e rico em nutrientes, ajuda a transformar o solo costeiro na melhor área biológica para a produção do camarão, que é criado em tanques com água do mar. A Costa Negra dá a esse crustáceo características únicas, a começar pelos microorganismos dos sedimentos depositados nessa região, que lhe servem de alimentação natural. Com alto teor de cálcio e fibras, esse alimento permite que o camarão atinja até 11 centímetros num período que vai de 70 a 120 dias. Maior, mais saboroso, contendo mais proteína, o preço é disparadamente maior do que em outras regiões. Com o registro da indicação geográfica, houve empresários que começaram a produzir ração e embalagens para o camarão criado em cativeiro. Criouse um ciclo de prosperidade na região, que produziu 25 mil toneladas em 2011.
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INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS POR REGIÃO REGIÃO SUDESTE UF
IG
PRODUTO
ES ES ES MG MG MG MG MG MG MG RJ RJ RJ RJ SP SP
Cachoeiro de Itapemirim Goiabeiras Linhares Canastra Região da Serra da Mantiqueira Região do Cerrado Mineiro Salinas São João Del Rei São Tiago Serro Paraty Pedra Carijó Pedra Madeira Pedra Cinza Alta Mogiana Franca
Mármore Panelas de Barro Cacau Queijo Café Café Cachaça Peças artesanais em estanho Biscoitos Queijo Cachaça Gnaisse Fitado Gnaisse Fitado Gnaisse Fitado Café Calçados
REGIÃO NORDESTE UF
IG
PRODUTO
AL BA BA/PE CE PB PB PE PI PI RN SE BA
Manguezais de Alagoas Microrregião de Abaíra Vale do Submédio São Francisco Costa Negra Cariri Paraibano Paraíba Porto Digital Pedro II Piauí Mossoró Divina Pastora Abaíra
Própolis Vermelha Cachaça Uvas de mesa e Manga Camarão Renda Têxteis em algodão colorido Serviços de TI Opalas Cajuína Melão Renda Cachaça
REGIÃO SUL UF
IG
PRODUTO
PR RS RS RS RS RS RS RS RS SC
Norte Pioneiro do Paraná Altos Montes Litoral Norte Gaúcho Monte Belo Pampa Gaúcho da Campanha Meridional Pelotas Pinto Bandeira Vale dos Sinos Vale dos Vinhedos Vales da Uva Goeth
Café Vinhos Arroz Vinhos Carne bovina e derivados Doces Finos Vinhos Couro acabado Vinhos Vinhos
REGIÃO NORTE UF AM TO
IG Rio Negro Região do Jalapão do Estado de Tocantins
PRODUTO Peixes Ornamentais Artesanato em Capim Dourado
A região de Salinas, no norte de Minas, é a principal produtora de cachaça de alambique.
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ATENDIMENTO
NEGÓCIO A NEGÓCIO Receber um consultor do Sebrae no seu próprio negócio e contar com apoio na gestão do empreendimento é uma realidade para muitos empresários de pequenos negócios brasileiros. O Negócio a Negócio vai fechar o ano de 2014 com cerca de 600 mil atendimentos em todo o Brasil, e para tanto recebeu investimentos da ordem de R$ 100 milhões. O crescimento no número empresas visitadas e acompanhadas pelos agentes de orientação empresarial é considerável. O Negócio a Negócio é o programa mais capilarizado do Sistema Sebrae, chegando a todos os rincões dos territórios da cidadania. São cerca de 1.500 agentes formados em Administração de Empresas, Economia e outros cursos voltados à gestão empresarial, treinados e capacitados para atuar junto às microempresas e aos microempreendedores individuais. Os agentes saem a campo para uma primeira visita, explicam o motivo de sua presença, aplicam um questionário e fazem um diagnóstico do empreendimento. Retornam ao
empresário com uma proposta de melhoria na gestão, orientam sobre fluxo de caixa, fornecem o caderno de ferramentas para anotações de controle e explicam a necessidade de ter disciplina para fazer os lançamentos. Depois de alguns meses voltam para uma análise dos resultados, conjunta com o interessado. Quase sempre há o que comemorar. Para o atendimento presencial, existem atualmente 692 pontos distribuídos em todo o país, com aproximadamente 3,4 mil profissionais responsáveis pelo contato direto com o empreendedor e o empresário.
O volume de atendimentos dentro do programa Negócio a Negócio é o maior dentre os programas nacionais do Sebrae.
PLATAFORMA ROBUSTA PARA O NOVO PORTAL CENTRAL DE RELACIONAMENTO 0800 A Central de Relacionamento Sebrae, que atende pelo telefone 0800-5700800, alcançou um patamar notável de efetividade nos últimos anos. São 24 centrais com 640 teleatendentes e gestores que recebem diariamente uma média 17,8 mil contatos de clientes. Todos os estados e o Distrito Federal têm uma central de relacionamento, mas Alagoas, Sergipe, Paraíba e Pernambuco compartilham a mesma, denominada Bloco Nordeste. “O contato massivo com a clientela gera a perspectiva de atender de forma inovadora e customizada, considerando as necessidades de cada um e suas peculiaridades geográficas, setoriais, de porte e nível de proficiência em gestão”, esclarece Jaqueline Almeida, gerente da Unidade de Atendimento Individual.
Mais de sete milhões de atendimentos para empreendedores foram realizados pelo Sebrae em 2013. Quase dois milhões de empresas solicitaram cerca de 16 milhões de informações naquele ano, entre elas potenciais empresários em busca de orientações para a abertura de empresas. O Portal do Sebrae Nacional recebeu mais de 28 milhões de visitas e registrou-se um aumento considerável de atendimento via redes sociais. “A riqueza de dados produzida durante um atendimento, que deve ser registrado e gerenciado de forma simplificada e com alto nível de integração, possibilita ao Sebrae um valioso cruzamento de informações e realização de análises para o refinamento constante das estratégias adotadas, gerando um ciclo virtuoso de melhorias que impactarão diretamente na maior efetividade dos resultados ao cliente”, prevê Jaqueline Almeida.
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ATENDIMENTOS REALIZADOS DE 2011 A 2014 A nova plataforma Platina está implantando uma solução CRM (Customer Relationship Management) que trará indicadores de efetividade e dos resultados do atendimento, contribuindo para alcançar a excelência que é meta estabelecida pela diretoria. Mais do que isso, a Platina permitirá ao próprio cliente, e não apenas ao Sebrae, o acesso ao histórico das consultas e da interação com cada um. Com essa plataforma, será possível dobrar o atendimento individual de hoje.
NÚMEROS DE ATENDIMENTOS 2011*
2012
2013
2014 - out
TOTAL
9.208.822
4.730.737
5.932.806
6.064.023
25.936.388
NÚMEROS DE EMPRESAS ATENDIDAS** 2011
2012
2013
2014 - out
TOTAL
1.649.258
1.662.913
1.995.254
1.924.460
7.231.885
NÚMEROS DE EMPRESAS ATENDIDAS** PELO NEGÓCIO A NEGÓCIO 2011
2012
2013
2014 - out
TOTAL
483.974
517.847
418.708
1.420.529
**Atendimentos pelo Negócio a Negócio até setembro de 2014: 761.854
NÚMEROS DE MATRÍCULAS DO EAD 2011
2012
2013
2014 - out
TOTAL
566.583
627.692
810.354
850.145
2.666.374
NÚMEROS DE ATENDIMENTOS 0800 (ATIVO + RECEPTIVO) 2011
2012
2013
2014 - out
TOTAL
2.636.812
3.525.602
4.554.906
3.440.178
14.157.498
*Os critérios para registrar atendimentos tornaram-se mais rigorosos a partir de 2012.
A plataforma Platina permitirá ao cliente acessar seu histórico de relacionamento com o Sebrae e o refinamento constante dos programas de atendimento.
MEI PROSPERAM EM ITACARÉ A agente de orientação empresarial Lara Pirajá Santos reporta dois casos de microempreendedores individuais de Itacaré, no litoral Sul da Bahia, que já receberam cinco visitas nos dois últimos anos. São exemplos de rápido crescimento respaldado pela capacitação do programa Negócio a Negócio. O jovem Tarek Roveran fundou em maio de 2013 a loja Clínica do Surf, dedicada a aulas de surfe e venda de moda praia. Logo após registrar-se como MEI recebeu a visita do Sebrae. Interessou-se pela oferta e cursou os sete conteúdos do programa pela Educação à Distância. Melhorou o layout da loja, a iluminação, a exposição de produtos e teve rápido retorno financeiro, ao ponto de prepararse para o registro como microempresa. Na mesma cidade vive a artesã Larissa Guimarães, empresária da Tulipa Eco Arts. Ela fez cinco cursos pelo EAD Sebrae em 2013. Melhorou sua técnica de vendas no varejo, o visual de sua loja, aprendeu a controlar custos e receitas e está faturando hoje 115% mais do que em 2012. Para evoluir nas vendas por atacado das peças que produz em seu ateliê, porém, ela precisará de consultoria especializada do Sebraetec. Tanto o surfista quando a artesã trabalham com produtos ecológicos e esse diferencial ajuda no marketing das lojas.
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ATENDIMENTO
APERFEIÇOAR A GESTÃO PARA AVANÇAR
A SEGMENTAÇÃO do atendimento busca também atingir as diferentes fases de um empreendimento. Para aqueles com mais de dois anos de existência, que já passaram pelas fases iniciais do negócio, amadureceram e buscam modernizar sua gestão e alcançar melhores resultados foi criado o programa Sebrae Mais. O Sebrae Mais oferece oito soluções diferenciadas, flexíveis e independentes que combinam capacitação do empresário e consultoria para a empresa, incrementando sua competitividade. O foco principal é na gestão e no estímulo ao comportamento empreendedor. A proposta inicial é a participação no Empretec, um seminário desenvolvido pela ONU, com jogos, exercícios e debates. São seis dias de imersão, com 60 horas de capacitação.
Outras modalidades são os Encontros Empresariais, em que grupos de empresários trocam experiências e ampliam suas redes de contatos e oportunidades, e as Estratégias Empresariais, com capacitação para análise do ambiente empresarial, identificação de pontos fortes e fracos, e de oportunidades e ameaças aos negócios. O curso de Ferramentas de Gestão Avançada tem duração de um ano, com 127 horas de consultoria
127 HORAS DE CONSULTORIA
76 HORAS DE WORKSHOPS
individual, 76 horas de workshops e oito de encontros empresariais. Prepara o empresário para implantar um modelo de gestão baseado em indicadores e metas. Três cursos de Gestão são oferecidos. O primeiro é o de Gestão da Qualidade, voltado para diferenciar a empresa dos concorrentes. O segundo é de Gestão Financeira, que aborda as finanças como ferramentas para decisões seguras, e prepara o empresário para projeções financeiras e
planejamento orçamentário. O terceiro é de Gestão da Inovação, que, mais que tecnologia, aborda novas formas de gerir o negócio, fazendo diferente e agregando valor. O último curso da cesta do Sebrae Mais é o Planejamento para Internacionalizar. Prepara para a observação da atuação da concorrência externa no mercado doméstico, e também para a conquista de novos mercados fora das fronteiras nacionais.
LE PETIT DE BLUMENAU Geruza Feller é empreendedora nata. Estudou Administração de Empresas desde os 17 anos e aos 24 já era pós-graduada. Trabalhava em uma confecção com sua irmã Cátia, que é estilista. Há seis anos, fizeram um plano de negócios e iniciaram em Blumenau (SC) sua própria indústria de moda infantil, a confecção Le Petit. O futuro marido de Geruza foi quem financiou o projeto, sendo reembolsado poucos anos depois. O estreito relacionamento com o Sebrae de Blumenau ajudou a refinar o talento natural de Geruza para a gestão. Depois dos cursos realizados dentro do Sebrae Mais e do seminário Empretec, o crescimento da empresa
foi acelerado. De 2011 a 2013 o faturamento cresceu 582%, e as irmãs Feller deram o salto de EPP para empresa de médio porte. Hoje têm 28 funcionários próprios e outros 140 terceirizados realizam, fora da sede, etapas sucessivas do processo, como tecer, tingir, estampar, talhar e bordar. Segundo Geruza, a consultoria do Sebrae Mais fez a diferença na abertura dos horizontes, na ampliação dos contatos, na procura de novos fornecedores e na valorização do produto no mercado.
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TERRITÓRIOS DA CIDADANIA ONDE GERMINA UM BRASIL MAIS JUSTO
O que tem a ver um pescador artesanal de Mucajaí, em Roraima, com um barqueiro que atravessa passageiros no rio Jequitinhonha, em Minas Gerais? Ambos vivem e trabalham em regiões deprimidas, ambos estão por conta própria, sem políticas públicas que os contemplem, sem proteção previdenciária, sem perspectivas futuras. Ambos são clientes potenciais do Sebrae, mas estão muito longe de um ponto de atendimento, e até mesmo da noção de que podem recorrer à instituição.
Uma instituição de abrangência nacional como o Sebrae, tradicionalmente com presença muito forte nos centros urbanos, não podia abster-se de interiorizar sua atuação, e de definir estratégias que lhe permitissem chegar ao pescador da Amazônia e ao barqueiro do Polígono das Secas. Essa estratégia consubstanciou-se no programa Sebrae nos Territórios da Cidadania, que desde 2012 chega aos pontos mais distantes e menos dinâmicos do território nacional.
120 TERRITÓRIOS DA CIDADANIA
Artesanato no Nordeste, turismo e produtos da biodiversidade na Amazônia são atividades econômicas importantes nos Territórios.
O QUE SÃO TERRITÓRIOS DA CIDADANIA? O GOVERNO FEDERAL
lançou, em 2008, o Programa Territórios da Cidadania. São áreas de baixo dinamismo, definidas pelo Governo Federal a partir de uma cesta de indicadores socioeconômicos. O programa tem como objetivos promover o desenvolvimento econômico e universalizar programas básicos de cidadania por meio de uma estratégia de desenvolvimento territorial sustentável. A participação social e a integração de ações entre Governo Federal, estados e municípios são fundamentais para a construção dessa estratégia. Foram delimitados inicialmente 120 territórios, englobando 1.600 municípios. Há quatro anos, o Sebrae atuava em 50 deles. Em 2014 alcançou 108, envolvendo 1.500 municípios.
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NO SEU PRIMEIRO ANO O PROGRAMA ATINGIU 220.955 CLIENTES E PROPORCIONOU
512.516 ATENDIMENTOS EM TODO O PAร S, REPRESENTANDO 146% DA META PLANEJADA.
O artesanato produzido a partir de fibras naturais e corantes ecolรณgicos tem melhor mercado consumidor nos centros urbanos.
Um convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social respalda o Sebrae para trabalhar com beneficiários do Bolsa-Família, com o objetivo de identificar e estimular candidatos a se tornarem microempreendedores individuais. O pacote prioritário oferecido a essas famílias é o Negócio a Negócio. O Sebrae se comprometeu a atender 120 mil MEI-Bolsa Família, inscritos no Cadastro Único dos programas sociais do Governo Federal, com treinamento e consultoria inteiramente gratuitos. Em 2013 o programa atingiu 257.254 clientes em todo o país. A busca ativa no Cadastro levou a 400 mil pessoas, permitindo chegar ao número de 120 mil beneficiários, os quais se dedicam principalmente às áreas de alimentação, confecção, cabeleireiros e
salão de beleza, áreas estas que compõem 70% dos microempreendedores individuais no Brasil. Uma das razões de sucesso da atuação do Sebrae nos Territórios da Cidadania é que se trata de um programa nacional adotado por 22 unidades estaduais do Sebrae. “Nosso trabalho nos territórios tem o foco na inclusão produtiva dos bolsistas para que se tornem microempreendedores individuais. É o Sebrae trabalhando como agência de desenvolvimento, melhorando o Índice de Desenvolvimento Humano e criando uma base empresarial onde não existe”, avalia Luiz Barretto, diretor-presidente do Sebrae Nacional.
O Sebrae apoia o artesão com técnicas de exposição e de embalagem adequada para os objetos.
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DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO TERRITORIAL OS RESULTADOS de uma pesquisa encomendada pelo Sebrae ao Instituto Data Popular para mapear o tamanho da economia do interior do país deram origem a outro projeto, o Desenvolvimento Econômico Territorial (DET), que significou um salto de qualidade muito mais amplo. A partir daí, a Unidade de Desenvolvimento Territorial do Sebrae passou a trabalhar nos Territórios da Cidadania em três frentes distintas: 1. na base da pirâmide econômica, com os beneficiários do Bolsa-família, divulgando as vantagens do microempreendedor individual e estimulando a profissionalização. 2. levando consultorias e capacitação para micro e pequenos empresários, dentro do programa DET. 3. sensibilizando e assessorando prefeituras para simplificar a burocracia e implementar os princípios da Lei Geral, o que é um trabalho de melhoria do ambiente legal.
Embalagem, rotulação e controle de estoque. O Sebrae ajuda a microempresa a melhorar todo o seu processo produtivo.
O projeto Desenvolvimento Econômico Territorial (DET) começou neste ano de 2014, chegou a 108 territórios e prevê alcançar 140 territórios em 2015, tendo em vista que os estados redefiniram algumas áreas geográficas e ampliaram o número original de territórios. Até o momento, a ação do Sebrae abrange mais de 1.500 municípios dentro dos territórios. O esforço
pela implementação da Lei Geral nos municípios tem dado resultados compensadores. Os municípios que implementaram a Lei Geral compram hoje da pequena empresa o mesmo volume de recursos que o Governo Federal, ou seja, cerca de R$ 15 bilhões por ano. A grande vantagem é que o dinheiro circula mais na comunidade e amplia o ciclo de prosperidade do município.
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•
SEBRAE ITINERANTE As principais iniciativas que compõem a estratégia de atuação do Sebrae nos TCs são: • Negócio a Negócio: promove até três atendimentos por ano no próprio empreendimento por agentes de Orientação Empresarial; • Sebrae Itinerante: acontece quando um determinado município promove a mobilização de empresários, empreendedores e interessados em conhecer e receber orientação especializada sobre serviços e produtos, bem como participar de palestras, oficinas e cursos;
•
Iniciativas individuais: compostas de consultorias especializadas para empreendedores que necessitam de serviços ou produtos customizados para o seu negócio; e Iniciativas coletivas/setoriais: contemplam ações focadas nas potencialidades locais identificadas por um determinado grupo de empresários, podendo representar um encadeamento produtivo, um arranjo produtivo local, uma rede de empresários ou grupo de interessados em aproveitar uma oportunidade latente.
SOCIOBIODIVERSIDADE NA AMAZÔNIA Um bonito trabalho de empreendedorismo com respeito ao meio ambiente está sendo realizado pelo Sebrae no Amazonas em unidades de conservação de uso sustentável, onde o programa Bolsa Floresta é implementado pela Fundação Amazonas Sustentável. Com um investimento pouco superior a R$ 2 milhões, são aproveitadas oportunidades identificadas nas cadeias produtivas da sociobiodiversidade para o fortalecimento da economia ribeirinha. O projeto prevê o desenvolvimento de 15 cadeias produtivas: açaí, agricultura familiar, artesanato, borracha, cacau, cantinas comunitárias (comércio ribeirinho), castanha, criações (pequenos animais), farinha, madeira manejada, óleos vegetais,
pesca, pirarucu, sistemas agroflorestais e turismo comunitário. Entre os municípios contemplados estão Novo Aripuanã, Manicoré, Borba, Novo Airão, Iranduba e Manacapuru, Juruá, Codajás, Itapiranga, Jutaí e Tefé.
Equipes do Sebrae nos Territórios da Cidadania se deslocam sempre que necessário aos pontos mais remotos do país.
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GANHAM GRANDES E PEQUENOS A BOA IDEIA DO ENCADEAMENTO PRODUTIVO
ENCADEAMENTO PRODUTIVO Estratégia para atuação do Sistema SEBRAE
NEM SEMPRE as relações entre grandes e pequenas empresas são satisfatórias. Há interesse das grandes em manter uma carteira de bons fornecedores de produtos e serviços. Por parte das pequenas, este não é um mercado que se possa dispensar. O problema é que as queixas sobre a qualidade dos serviços e a pontualidade nas entregas, por exemplo, podem resultar em rompimento de contratos, interrupção de fluxos e grandes prejuízos para ambas as partes. Surgiu daí uma oportunidade de atuação do Sebrae, que se materializou no programa nacional Encadeamento Produtivo. Ao longo dos anos, o Sebrae vem acumulando grande experiência na atuação com os APLs, assim chamados os arranjos produtivos locais, voltados para ganhos de escala, padronização e comercialização. Nos últimos quatro anos, esse conceito recebeu um upgrade para aproximar-se de grandes empresas que lideram cadeias produtivas ao seu redor, como as montadoras de veículos que dão origem a um colar de pequenas indústrias de autopeças e componentes e empresas de serviços. A nova concepção é orientada para intensificar e melhorar
os negócios entre as empresasâncora e seus fornecedores. “As grandes empresas nos revelam quais são as dificuldades que têm com seus fornecedores e o Sebrae monta um programa para superar esses gaps. É uma relação ganha-ganha. Ajudamos a melhorar a base de fornecedores da empresa e assim valorizamos toda aquela cadeia produtiva”, explica Luiz Barretto, diretor-presidente do Sebrae. Em termos gerais, o Sebrae investiu, desde o início do programa, mais de R$ 120 milhões em 115 projetos de encadeamento produtivo, beneficiando cerca de 20 mil empresas e gerando R$ 5 bilhões em negócios. Ótimos resultados foram alcançados entre os fornecedores da Petrobras, Gerdau, Odebrecht, Vale, Nestlé, Braskem, etc. Em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Sebrae está atuando junto às montadoras de veículos, o que deve gerar frutos no próximo ano.
Grandes empresas têm muito a ganhar ao escolher fornecedores entre os pequenos negócios.
20 MIL EMPRESAS R$ 5 BILHÕES EM NEGÓCIOS
Quando uma pequena empresa se capacita para ser fornecedora de uma Gerdau, por exemplo, significa que melhorou sua gestão, ultrapassou limites, ganhou dimensão não só para vender para a Gerdau, mas para conquistar novos mercados, resguardando-se do risco de ficar permanentemente vinculada a uma única empresa. A construtora Odebrecht tornou-se pujante por contar com um conjunto de fornecedores brasileiros de padrão. Isso vale para a Petrobras, para as mineradoras,
siderúrgicas e montadoras, que se fortalecem ao se cercarem de uma rede de fornecedores qualificados. A montadora que a Fiat está instalando no Porto de Suape, em Pernambuco, pode enfrentar altos custos de transporte se depender de importar componentes do Sul e do Sudeste. Por esta razão, já credenciou 16 fornecedores para se instalar no entorno da fábrica, e muitos novos empreendimentos visualizam a oportunidade de entrar na carteira da Fiat-Chrysler pernambucana.
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ATENDIMENTO
PESQUISA COMPROVA ACERTO Uma sondagem realizada em abril de 2014 detectou os grandes benefícios da abordagem do Encadeamento Produtivo, com aumento médio de faturamento de 34% para 66% das pequenas empresas. Aumentaram o número de empregados 47% delas. Noventa por cento das âncoras constataram melhoria na qualidade
FATURAMENTO
LUCRATIVIDADE
PARA
PARA
DOS PEQUENOS NEGÓCIOS, AUMENTO MÉDIO DE
DAS PEQUENAS EMPRESAS, CRESCEU EM MÉDIA
66%
48%
34%
MAIS PARCEIROS
70%
26%
FLEXIBILIDADE
DAS ÂNCORAS AUMENTARAM A PARTICIPAÇÃO DE PEQUENAS EMPRESAS NO SEU VOLUME DE COMPRAS EM
60%
PARA
60%
DAS ÂNCORAS MELHOROU A PRESTEZA E FLEXIBILIDADE DOS PEQUENOS FORNECEDORES AO ATENDER NECESSIDADES EMERGENCIAIS
dos produtos e serviços que compram dos pequenos negócios, e 70% das grandes informaram aumentos de participação das microempresas e pequenas empresas no seu volume total de compras. Além disso, 71% dos pequenos negócios que participaram da sondagem confirmaram que houve um aumento na qualidade de seus produtos e 28% citaram que houve queda no total de reclamações quanto a seus produtos e serviços.
QUALIDADE
PRODUTIVIDADE
71%
DOS PEQUENOS NEGÓCIOS AUMENTARAM A QUALIDADE DE SEUS PRODUTOS E SERVIÇOS; RECLAMAÇÕES CAÍRAM
28%
58% 31%
50%
90%
DE SEUS PEQUENOS DISTRIBUIDORES
DAS PEQUENAS EMPRESAS AUMENTARAM O NÚMERO DE PESSOAS OCUPADAS
DOS PEQUENOS NEGÓCIOS, AUMENTO MÉDIO DE
QUALIDADE
60%
47%
PARA
INOVAÇÃO
PERCEBEM ATUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE PRODUTOS E/OU PROCESSOS DE SEUS FORNECEDORES E
EMPREGOS
RELACIONAMENTO
DAS ÂNCORAS CONSTATAM MAIOR QUALIDADE DOS PRODUTOS E/OU SERVIÇOS DE FORNECEDORES; TEMPO DEDICADO A RESOLVER PROBLEMAS CAIU
30%
80%
DAS ÂNCORAS REGISTRARAM MELHOR APROXIMAÇÃO COM O CONSUMIDOR FINAL APÓS PARCERIA COM DISTRIBUIDORES
A Vale ĂŠ a maior mineradora de ferro do mundo. Seu relacionamento com pequenos fornecedores vem dando Ăłtimos resultados.
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ATENDIMENTO
O Sebrae elegeu vários segmentos capazes de atingir patamares superiores de desempenho, considerando a densidade territorial de cada segmento. Destacamse os segmentos metal-mecânico, os de biotecnologia, os eletroeletrônicos, de moda (têxtil, confecção, gemas e joias, couro e calçados), de alimentos e bebidas, cosméticos, construção civil, movelaria, química e plásticos. O segmento de moda é o mais populoso, com previsão de atender 115 mil pequenos negócios até 2017. Para buscar melhores resultados mediante a disseminação de informações privilegiadas sobre tecnologia, comportamento, tendências da moda, mercado e design, o Sebrae celebrou convênio com o Senai em julho de 2013.
Alimentação para funcionários é um dos contratos que a empresa-âncora pode confiar a fornecedores externos.
A EXPERIÊNCIA COM A PETROBRAS HÁ DEZ ANOS o Sebrae e a Petrobras fizeram uma primeira parceria para fomentar a inserção competitiva e sustentável das MPE na cadeia produtiva de petróleo, gás e energia. A clientela eram os arranjos produtivos locais que se formam em torno das unidades da Petrobras. Em onze estados, participaram 188 grandes empresas, 53 instituições e 6.032 MPE. Em 33 rodadas de negócios, os contratos chegaram a R$ 1,5 bilhão. Em 2008, um novo convênio, que foi estendido até os dias atuais e incluiu a refinaria Abreu e Lima, abrangeu 16 estados, envolveu 31 unidades da Petrobras, 800 grandes e médias empresas-âncora e 12 mil MPE. O encadeamento produtivo gerou aumento de 51% no faturamento das MPE e 19% no número de empregos. A expectativa de negócios subiu para R$ 4,7 bilhões.
7 MIL VISITAS TÉCNICAS
CINTURÃO DE AÇO DA GERDAU O CONTATO com a Gerdau foi iniciado na
28 MIL HORAS DE CONSULTORIA
atual gestão do Sebrae, objetivando desenvolver ações de aumento da competitividade e sustentabilidade em 286 MPE fornecedoras e potenciais fornecedoras da cadeia produtiva do aço nos estados de Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná. O convênio demandou 7 mil visitas técnicas, 28 mil horas de consultoria e 5 mil horas de treinamento, para reduzir os principais gaps de fornecimento à Gerdau, como prazo de entrega, qualidade, inovação, custo e atendimento. Ao final de dois anos, o faturamento cresceu 29,4%, a margem de lucro das MPE aumentou de 4% para 17,6%, as queixas de conformidade foram reduzidas para um terço, os postos de trabalho aumentaram 25,1% e as reclamações trabalhistas caíram 65%.
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ATENDIMENTO
CULTURA EMPREENDEDORA DESDE CEDO O PRONATEC EMPREENDEDOR VAI À ESCOLA
VOCAÇÃO empreendedora é um traço facilmente identificável nas pessoas desde a infância. Existem aquelas, todavia, cujo talento para empreender precisa ser despertado e instrumentalizado. O quanto antes isso acontecer, melhor. O Programa de Educação Empreendedora oferecido pelo Sebrae, inteiramente gratuito, tem o objetivo de inserir
A Educação Empreendedora não define faixa de idade. Quanto mais jovem for o aluno, melhor o resultado.
EMPRESÁRIO: FAIXA ETÁRIA
29%
26%
21% 15% 5%
4% DE 18 A 24 ANOS
o conteúdo do empreendedorismo em todos os níveis de ensino – fundamental, médio, técnico e superior. O programa para esse público foi criado em 2013, estando em 2014 em seu primeiro ano de aplicação, já com muitos resultados significativos. Sua construção começou no início da atual gestão. O objetivo é estimular o surgimento da mentalidade
DE 25 A 34 ANOS
DE 35 A 44 ANOS
DE 45 A 54 ANOS
DE 55 A 64 ANOS
DE 65 ANOS OU MAIS
empreendedora no jovem, permitir que ele visualize toda a gama de oportunidades à sua frente se decidir tornar-se protagonista do próprio destino. Dados do IBGE demonstram que apenas 4% dos empresários começam na faixa dos 18 a 24 anos. A Educação Empreendedora pode aumentar esse percentual nos próximos censos.
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ATENDIMENTO
O Pronatec Empreendedor trabalha atitude e aponta ao jovem possíves caminhos. Com o tempo, ele pode tornar-se um potencial empresário.
“Estamos fazendo a diferença na vida dos jovens brasileiros, quando levamos para eles os conteúdos do empreendedorismo”, afirma Mirela Malvestiti, gerente de Capacitação Empresarial do Sebrae. O Programa Nacional de Educação Empreendedora difunde conceitos de empreendedorismo a alunos do ensino formal, seja fundamental, médio, técnico ou superior. Nos níveis fundamental, médio e técnico, o Sebrae trabalha muito a atitude empreendedora, com o objetivo de desenvolver nos jovens o protagonismo e o espírito de iniciativa.
4.000 PROFESSORES
100.000 ALUNOS
Convênios firmados com mais de 60 instituições de ensino superior oferecem aos estudantes universitários a disciplina de Empreendedorismo. No ensino fundamental e no médio, o Sebrae faz parceria com as secretarias estaduais e municipais de Educação, ou diretamente com as escolas privadas. O Sebrae capacita os professores e as escolas levam o conteúdo aos alunos.
O programa prevê muitas dinâmicas, como as feiras de mini-empresa, em que o negócio é feito na própria escola. Pronatec Empreendedor – Em convênio com o Ministério da Educação, o Sebrae desenvolveu a disciplina de empreendedorismo para o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). O Pronatec Empreendedor oferece qualificação para quem quer fazer parte de um negócio ou prefere ter o seu próprio negócio. Desde 2013, foram capacitados cerca de 4 mil professores para lecionar empreendedorismo a mais de 100 mil alunos do Pronatec. É a contribuição do Sebrae para a inclusão produtiva de jovens e adultos beneficiados pelo Pronatec do Ministério.
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ATENDIMENTO
VIVER BEM FAZENDO O BEM A FILOSOFIA DOS NEGÓCIOS SOCIAIS NOS ÚLTIMOS dois anos foram mapeadas demandas de criação de empreendimentos formais com CNPJ, pagamento de impostos e capazes de gerar lucro, mas com impacto social, gerando benefícios para a coletividade ligada à atividade desenvolvida. Essas demandas foram classificadas como "Negócios Sociais". Os mais comuns estão no fornecimento de alimentação, educação, lazer e saúde. O perfil desses "empreendedores do bem" é quase sempre o de jovens universitários desencantados com o trabalho sem perspectivas nas ONGs, que desejam progredir pessoalmente sem abrir mão de seus compromissos com os carentes.
Assim é com os dentistas que desejam atuar nas favelas. Fazem seus planos de negócios, levantam empréstimos, adquirem equipamentos e montam consultório, cobrando barato e às vezes até atendendo de graça, se tiverem investidores. "Eles não têm a intenção de enriquecer, mas viver do seu trabalho e fazer o bem", percebe André Spínola, gerente da Unidade de Desenvolvimento Territorial. Definido esse perfil e o público, o Sebrae trabalha com sensibilização em massa, através de palestras em universidades, publicações, eventos e feiras, abrangendo até o momento os estados de Santa Catarina, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão e Pará. As maratonas de negócios sociais exigem quatro dias de treinamento hiperconcentrado. O Sebrae lança a proposta: quem tem ideia de negócio com impacto social? Abrem-se as inscrições, faz-se uma seleção, oferecese treinamento com instrutores, consultores aprimoram os projetos. Ao final, uma banca de especialistas premia seis projetos novos e outros seis já em funcionamento, que tenham possibilidade de escala.
Empresários que se dedicam a negócios sociais não têm intenção de enriquecer.
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ATENDIMENTO
FOMENTAS
A finalidade dos Fomentas é aproximar os compradores públicos dos empresários de pequenos negócios.
A PARTICIPAÇÃO dos pequenos negócios nas compras públicas é crescente, e o projeto Fomenta é o pioneiro nesse tipo de estímulo, ao promover encontros entre os gestores públicos das três esferas encarregados das compras, e os pequenos fornecedores, sejam empresas de pequeno porte, microempresas, microempreendedores
individuais e produtores rurais. O projeto também cuida de capacitar não só os fornecedores, mas também os compradores, e de disseminar boas práticas de inserção de pequenos negócios nas cadeias de suprimentos públicos. No ano de 2011, foram realizados 26 Fomentas em todo o Brasil. Em 2012 o número de eventos cresceu
para 42. Em 2013 foram 27 e a previsão de fechar 2014 é com 38 eventos. Durante o período 2011-14, portanto, foram 171 Fomentas, com participação de 21.758 pequenos negócios e 11.785 gestores públicos. Os investimentos feitos na realização dos Fomentas pelo Sebrae Nacional chegaram a R$ 11 milhões, os estaduais despenderam R$ 7,6 milhões e os parceiros R$ 1,5 milhão. Em 2013, a participação das MPE nas compras públicas do Governo Federal cresceu 33%. As aquisições totalizaram R$ 68,4 bilhões, dos quais R$ 20,5 bilhões foram contratados das MPE. Em 2012, a participação percentual das MPE tinha sido menor, de 21%. Os produtos mais fornecidos à Administração Pública Federal em 2013 foram do grupo Subsistência, que movimentou cerca de R$ 1,3
bilhão. Aquisições importantes de alimentos foram contratadas pelas Forças Armadas. As possibilidades de expansão das compras com a metodologia do Fomenta são expressivas. "Neste ano de 2014, reforçamos a nossa parceria interna com as unidades de Desenvolvimento Territorial e de Atendimento Coletivo à Indústria, visando ampliar o escopo da
atuação do projeto. Nossa intenção é levar o Fomenta aos territórios do Desenvolvimento Econômico Territorial (DET) e trabalhar compras institucionais dentro dos projetos de Encadeamento Produtivo, aproximando os grandes compradores (públicos e privados) das empresas atendidas nesses projetos", antecipa Paulo Alvim, gerente da Unidade de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros.
OS FOMENTAS DO MATO GROSSO DENTRE AS unidades federativas do Brasil, os melhores exemplos na realização dos Fomentas vêm do Mato Grosso, pela grande participação de microempresas, pela quantidade de gestores presentes, mas principalmente pela qualidade das parcerias que o Sebrae no Mato Grosso estabeleceu para disseminar os benefícios da Lei Geral, capacitar e tranquilizar os gestores. Cada Fomenta é um verdadeiro seminário de compras governamentais, com a participação de juristas, conselheiros do Tribunal de Contas e em muitos casos do próprio chefe da Controladoria Geral da União no Estado. Neste ano, os maiores destaques foram os Fomentas de Cuiabá, Primavera do Leste, Campo Novo dos Parecis e Sinop, dos quais, em conjunto, participaram 1.488 micro e pequenas empresas e 992 gestores públicos. O Mato Grosso foi o segundo Estado brasileiro a ter a Lei Geral aprovada em todos os seus 141 municípios. Em 140 deles estão cumpridos os critérios de implementação da LG.
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ATENDIMENTO
RODADAS DE CRÉDITO ENQUANTO OS FOMENTAS colocam compradores do governo e de empresas públicas em contato com os pequenos e microempresários fornecedores de produtos e serviços, as rodadas de crédito promovem o encontro dos agentes financeiros públicos e privados com as micro e pequenas empresas que necessitam de crédito e serviços bancários.
Uma dessas rodadas ocorreu no primeiro semestre de 2014 em Macaé (RJ), para pequenos negócios do setor de petróleo e gás, no hotel Brisa Tropical, numa iniciativa do convênio entre o Sebrae e a Petrobras para fortalecimento do arranjo produtivo local de Petróleo, Gás e Energia da Bacia de Campos, a principal área petrolífera em exploração no Brasil. Entre as instituições
OPORTUNIDADES NO LITORAL NORTE PERNAMBUCANO Em Goiana (PE), representantes de cinco instituições financeiras apresentaram suas linhas de crédito aos microempreendedores individuais.
financeiras, apresentaram suas linhas a Age Rio, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Bradesco e o Fundec. Após tomar conhecimento das vantagens de cada linha, os empresários puderam conversar individualmente com os representantes das instituições para negociar seus interesses.
Com a chegada da Fiat-Chrysler, da Hemobrás, da Itaipava, White Martins e outras empresas de grande porte, Pernambuco passa por grandes transformações. O momento é propício para que os pequenos negócios se instalem adequadamente e prosperem, desde que alertados para as oportunidades e devidamente qualificados. A Prefeitura de Goiana, o Sebrae e a Federação do Comércio se puseram de acordo para que os pequenos negócios possam aproveitar o ambiente favorável. Uma das ações idealizadas em parceria por eles foi uma rodada de crédito realizada no início de novembro de 2014 na sede da Agência de Desenvolvimento de Goiana. Estiveram presentes cerca de 60 empreendedores dos ramos de salão de beleza, mercadinhos, hospedagem e gastronomia, e também do comércio popular de rua. Representantes do Banco do Brasil, do Banco do Nordeste, da Caixa Econômica Federal e da Agência de Fomento de Pernambuco (Agefepe) explicaram suas linhas de crédito e demais serviços bancários a esse público.
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ATENÇÃO AO CALENDÁRIO DE EVENTOS
UM PAÍS EMERGENTE como o Brasil, com economia dinâmica, um extenso programa de obras e desenvolvendo capacidade para realizar grandes eventos internacionais, é um manancial de oportunidades perceptíveis com muita antecedência por mentes ágeis e criativas. Muitas dessas mentes, focadas nos interesses dos pequenos negócios, podem ser
encontradas na força de trabalho do Sebrae, e as oportunidades mais ricas do período recente surgiram com a Copa do Mundo da FIFA, antecedida pela Copa das Confederações. O insucesso da nossa Seleção nos gramados não ofuscou o sucesso financeiro dos empreendimentos apoiados pelo Sebrae. Os Jogos Olímpicos do Rio em 2016 certamente serão outra oportunidade de ouro, e as pequenas empresas precisam brilhar no quadro de medalhas. Desde 2008, quando foi anunciado o Brasil como sede da Copa 2014, o Sebrae começou sua preparação para entrar em campo. Pela importância da Copa, o programa Sebrae 2014 foi inscrito entre os programas nacionais da instituição. Eventos de menor porte, mas de grande significado de vanguarda, como os Campus Party, também não escapam ao olhar atento do Sebrae, como se verá neste capítulo dedicado ao aproveitamento das oportunidades.
SEBRAE 2014 PEQUENOS NEGÓCIOS SAÍRAM VITORIOSOS NA COPA
CEARÁ
AMAZONAS
RIO GRANDE DO NORTE PERNAMBUCO DISTRITO FEDERAL
BAHIA
MATO GROSSO GOIÁS
48MIL R$570 EMPRESAS
MATO GROSSO DO SUL
MINAS GERAIS
SÃO PAULO
PARANÁ
RIO DE JANEIRO
RIO GRANDE DO SUL
MILHÕES
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OPORTUNIDADES
Quando foi anunciado que a Copa FIFA 2014 seria realizada no Brasil, o país viveu momentos de euforia pela grande visibilidade internacional que teria, mas também de preocupação com relação à sua capacidade de organizar um evento que projetasse uma imagem positiva do Brasil entre as nações em crescimento. “Nós, do Sistema Sebrae, já em 2008 tivemos a percepção de que ali estava uma grande oportunidade para os pequenos negócios brasileiros. E ela teria que ser muito bem aproveitada”, recorda Paulo Alvim, gerente da Unidade de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros. Teve início então um amplo trabalho de preparação, que incluiu desde a busca de informações sobre as experiências acumuladas por outros países organizadores nas copas anteriores - e mesmo os que hospedaram Jogos Olímpicos - até o estabelecimento de parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) com o objetivo de mapear oportunidades setoriais para os pequenos negócios.
O programa Sebrae na Copa investiu cerca de R$ 90 milhões e fomentou negócios de R$ 570 milhões, uma alavancagem 6,3 vezes maior.
40 MIL V I S I TA S
141 PAÍSES A partir da definição das cidadessede, envolveram-se as unidades do Sebrae em cada estado e foi construído o Programa Sebrae 2014. A iniciativa apoiou a preparação e a aproximação comercial dos pequenos negócios frente às oportunidades geradas pelos investimentos e também pela circulação de pessoas e recursos antes, durante e após o Mundial. O resultado foi um amplo aprendizado, tanto no que diz respeito ao esforço de mobilização, quanto ao atendimento das mais de 48 mil empresas que se beneficiaram do
evento, especialmente nas 12 cidadessede da Copa. O Programa Sebrae 2014 investiu cerca de R$ 90 milhões para o atendimento a essas quase 50 mil empresas, e fomentou negócios no valor total de R$ 570 milhões, superando em R$ 113 milhões a meta pré-definida. A alavancagem bruta de retorno foi 6,3 vezes maior do que o investimento. Significativa parcela desses recursos foi aplicada para aquisição de bens e serviços de pequenos negócios. O portal Sebrae 2014 recebeu, até o término da Copa, mais de 1.266.989 visualizações. O hotsite exclusivo registrou mais de 186 mil acessos e 7 mil downloads (14% do total). O portal Sebrae 2014 chegou a receber mais de 40 mil visitas em um único dia, e teve acessos de 141 países e de 3.435 cidades diferentes.
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OPORTUNIDADES
BRASIL ORIGINAL ARTESANATO BRASILEIRO NAS ESTANTES DO MUNDO
O programa Brasil Original buscou artesanato fino de todos os estados, dentro dos núcleos da lista Top 100 do Sebrae.
É UMA LONGA tradição a identificação do Sebrae com os núcleos de artesanato, com fins de divulgação e comercialização. A oportunidade representada pela Copa foi um dos pontos altos dessa identificação, com a criação do projeto Brasil Original. Apenas o artesanato
mais refinado e mais artístico, proveniente dos núcleos certificados como Top 100, teve lugar nos stands montados nas principais cidades. O Brasil Original teve a oportunidade de realizar um piloto um ano antes, na Copa das Confederações, com resultados excelentes.
21
ESTADOS PARTICIPANTES
R$ 1.821.941,79 EM VENDAS
533.783
VISITANTES
AMAZONAS R$ 139.577,87 AMAZONAS - 33.252 BAHIA - 65.886
BAHIA R$ 363.929,29
CEARÁ - 39.520 DISTRITO FEDERAL - 257.778
CEARÁ R$ 100.400,00
MINAS GERAIS - 62.192 RIO DE JANEIRO - 25.282
ELES COMPRARAM
RIO GRANDE DO NORTE - 1.565 RIO GRANDE DO SUL - 28.695 SÃO PAULO - 19.613
TOTAL DE VENDAS POR ESTADO
DISTRITO FEDERAL R$ 460.561,51
66.318
ITENS
DESSE TOTAL, BOA PARTE FOI VENDIDA NOS SEGUINTES ESTADOS:
MINAS GERAIS R$ 307.317,56
RIO DE JANEIRO R$ 214.269,14 RIO GRANDE DO NORTE R$ 19.704,70
21.520
15.038
10.925
6.153
DF
BA
MG
RJ
RIO GRANDE DO SUL R$ 131.808,60 SÃO PAULO R$ 84.373,12
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OPORTUNIDADES
A loja-conceito do ParkShopping de Brasília foi a primeira em número de visitantes e volume de vendas no período da Copa.
A triagem dos objetos seguiu critérios de valor agregado e identidade cultural.
Nove lojas-conceito foram montadas em todas as regiões: Brasília, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Manaus, Natal, Fortaleza e Rio de Janeiro. No Rio, o Sebrae inaugurou ainda o Centro Brasileiro de Referência em Artesanato, que será enfocado a seguir. O artesanato de 21 estados brasileiros foi representado no projeto, com a preparação prévia dos artesãos para desenvolver coleções já na Copa das Confederações, quando cinco lojas-conceito foram montadas. Uma curadoria especializada permitiu a triagem dos objetos segundo seu valor agregado e identidade cultural.
9 LOJAS CONCEITO
21 ESTADOS
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OPORTUNIDADES
COMPRADORES DAS CLASSES A E B A escolha da localização das lojas nos shoppings com circulação de turistas e pessoas de alto poder aquisitivo revelou-se acertada, se considerada a grande mídia recebida e o ótimo resultado das vendas. No entanto, teve um aspecto negativo: muitos shoppings fecharam mais cedo ou não abriram em dias de jogos da Seleção Brasileira ou nas cidadessede, o que prejudicou as vendas. Os organizadores
perceberam que os turistas brasileiros e estrangeiros não foram os compradores majoritários do Brasil Original, mas os próprios moradores das cidades, das classes A e B, que responderam bem a esse contato com o artesanato exposto de maneira diferente e sofisticada. Observou-se também a realização de outros eventos de comercialização de artesanato no período, como o projeto Vitrines Culturais do
Os principais compradores não foram os turistas estrangeiros, mas as classes A e B das próprias cidades.
Ministério da Cultura. Os diversos eventos ampliaram as oportunidades para os artesãos. Nos dois anos do projeto, o Sebrae investiu R$ 12,9 milhões no Brasil Original, repassando recursos a 19 estados participantes. Integram esses custos não só a montagem das lojas-conceito, como também toda a logística de participação dos estados, e também as capacitações e consultorias que antecederam os eventos. Um ganho direto foi a consolidação da marca Brasil Original como sinônimo de artesanato de qualidade. A loja de Brasília, instalada no Park Shopping, foi
a líder de faturamento, com R$ 460 mil, em número de visitantes, com 257.778 pessoas, e itens comercializados (21,5 mil). Em segundo lugar ficou Salvador, e em terceiro Belo Horizonte. No total, o faturamento ultrapassou R$ 1,8 milhão, e o número de visitantes foi superior a 533 mil. Foram comercializados 66 mil itens.
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A POTÊNCIA DO OBJETO O CRAB E A MÃO CRIATIVA DO ARTESÃO
QUEM FOI AO RIO de Janeiro na época da Copa do Mundo não teve apenas o Maracanã, as praias e as escolas de samba para visitar. Uma belíssima coleção do melhor artesanato brasileiro foi instalada bem no centro do Rio, no prédio em obras que será a sede do Centro de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB). Foi a exposição "A Potência do Objeto", badalada na mídia e visitada por mais de 5 mil pessoas. A instalação do CRAB no Rio recebeu um bom impulso por ocasião da Copa, com o início da restauração do Solar Visconde do Rio Seco, prédio histórico da Praça Tiradentes, no centro do Rio de Janeiro, e a realização da exposição "A Potência do Objeto". A execução da exposição ficou a cargo do Sebrae no Rio de Janeiro, e a empresa contratada para realizar o projeto expográfico e o material gráfico foi o Grupo do Rio. Desde o início de 2014, formouse um núcleo de curadoria com a participação dos renomados pesquisadores Adélia Borges e José
Alberto Nemer. Definiu-se o conceito do CRAB: um lugar de qualidade estética, marcado pela diversidade de procedências geográficas e territórios, de matérias-primas e suas técnicas e de expressões e linguagens dos mestres e artesãos. Esses objetos que passaram por rigorosa seleção foram exibidos em conjunto, agrupados como instalações sob iluminação artística. O acervo da exposição inclui os leões de
O presidente do Sebrae, Luiz Barretto, e o superintendente do Sebrae no Rio de Janeiro, Cezar Vazques, compareceram à inauguração da exposição no CRAB.
Tracunhaém, dos pernambucanos Mestre Nuca e seu filho Marco, cabeças de barro da alagoana Irinéia, bonecas de barro da mineira Zezinha do Vale do Jequitinhonha, flores esqueletizadas do Distrito Federal, varinhas da conquista do núcleo paraense Igama, luminárias de lã do núcleo gaúcho Ladrilã, rendas de bilro, irlandesas, frivolité, renascença, filé, turca e tenerife de artesãs baianas, sergipanas, piauienses, alagoanas, mineiras e catarinenses, bordados de núcleos de oito estados.
A exposição foi inaugurada com a presença do presidente do Sebrae, Luiz Barretto, e do superintendente do Sebrae no Rio de Janeiro, Cezar Vasquez, e prestigiada por autoridades estaduais e municipais. A abertura para o público, na sequência, teve 300 visitantes, entre jornalistas, críticos e especialistas. Dezenas deles se interessaram em adquirir peças, inclusive o colecionador de arte popular da Petrobras.
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OPORTUNIDADES
STARTUPS, A ALVORADA DIGITAL O SEBRAE SOMA ESFORÇOS PARA A CRIAÇÃO DE UM ECOSSISTEMA FAVORÁVEL À CRIATIVIDADE DIGITAL
STARTUPS são empresas com potencial de escala e crescimento rápido desde sua concepção. Potencializadas pela tecnologia da informação, são ágeis no planejamento e se caracterizam por buscar transformar ideias em modelos de negócios inovadores. Nesse modelo de empresa, as ideias mais promissoras recebem investimentos para acelerar o negócio. Esse tipo de empresa começa a se firmar no Brasil, atraindo a atenção de investidores e merecendo respaldo do Governo e apoio do Sebrae. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação definiu medidas de fortalecimento dos pequenos negócios digitais, e atua no desenvolvimento de um ecossistema favorável às startups. Esse objetivo estratégico, constante das metas do Sebrae para 2022, vem desencadeando uma série de ações dentro da instituição.
A Campus Party realizada no Anhembi (SP) em 2012 foi a primeira atuação do Sebrae junto ao segmento. Desde então a instituição tem sido um ator presente nos principais eventos do gênero, como o Startup Weekend, o Brapps, o Demo Brasil e o You Pix. O mote de aproximação junto a esse público tem sido a hashtag #sebraelikeaboss, em referência ao meme da internet no qual as pessoas se sentem chefes ao realizar algum tipo de ação. Em junho de 2012 o Sebrae elaborou um Termo de Referência de Atuação junto à economia criativa e digital. Em 2013, priorizou sua atuação com as startups digitais no contexto da carteira de Economia Criativa. Naquele ano, quatro estados lançaram projetos voltados para o segmento: Alagoas, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina, com atendimento a 120 empresas. Atualmente, cresceu para 23 o número de estados que conduzem projetos específicos ou realizam ações no segmento das startups, elevando o atendimento para 600 empresas. O atendimento dos projetos estaduais está apoiado em três pilares:
INVESTIMENTOS DE
US$40
BILHÕES NOS EUA
O Campus Party é um evento ideal para levar aos jovens criativos a mensagem do Sebrae de apoio aos empreendimentos inovadores.
O GOOGLE COMEÇOU COMO STARTUP
1.
capacitação com soluções voltadas à aplicação de novas metodologias de modelagem de negócios, prototipação e controles gerenciais; 2. inovação em ações conjuntas com programas nacionais como ALI e Sebraetec; 3. ações de mercado com o apoio na participação em eventos e interação com investidores-anjos e fundos de capital de risco. Para facilitar o atendimento, o Sebrae desenvolveu um diagnóstico que identifica o perfil do empreendedor em cinco estágios: curiosidade, ideação, operação, tração e estrela. O trabalho Startup Beta Brasil, coordenado pelo Sebrae, busca reunir os principais conceitos e definições sobre o tema, apresentando de forma clara a atuação e participação dos principais atores nesse novíssimo ecossistema empresarial.
O mercado interno de Tecnologia da Informação e Comunicação deve passar da sétima para a quarta posição mundial. O programa TI Maior do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação prevê investimentos de R$ 500 milhões até 2015 para acelerar empresas de base tecnológica, a consolidação de ecossistemas digitais e preferência nas compras governamentais para softwares com tecnologia nacional, além de capacitação de jovens para atuar na área de tecnologia da informação e comunicação. Esses investimentos se destinam a recuperar o tempo perdido nos anos recentes. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas, realizado em 2012, mostrou que nos quatro anos de 2005 a 2008, foram dirigidos apenas US$ 300 milhões a empresas de inovação no Brasil. Esse número saltou para US$ 750 milhões em 2011. Parece uma quantia expressiva, mas é irrisória se comparada aos incentivos recebidos pelos negócios nascidos no Vale do Silício dos Estados Unidos no triênio 2009-2011, que foram de US$ 40 bilhões. O que está alavancando as startups no Brasil é o alargamento da base de consumidores dos serviços digitais, com os 100 milhões que hoje têm acesso à rede e aumentam a cada ano o volume de comércio pela internet e a procura por games. Vale lembrar que dois universitários de Stanford, na Califórnia, Larry Page e Sergey Brin, foram os criadores do algoritmo de busca de conteúdos na internet que deu origem ao Google. Essa empresa multibilionária já foi uma startup, e seu sucesso é inspirador para milhares de jovens no mundo inteiro.
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CENTRAL DE OPORTUNIDADES UMA DAS MAIS novas ferramentas desenvolvidas pelo Sebrae para aproximar compradores e fornecedores de produtos e serviços é a Central de Oportunidades. É uma página simpática e interativa na web, para que empresas de qualquer porte possam comprar de pequenas empresas apoiadas pelo Sebrae. Os fornecedores publicam seus anúncios sem qualquer custo, os compradores os acessam, podem
solicitar maiores informações e depois fechar o negócio em contato à parte. O ambiente é sólido e seguro. O Sebrae se dispõe também a encontrar fornecedores caso o comprador não encontre o que procura nos anúncios. Em outubro de 2014 eram 15.100 pequenas empresas cadastradas como fornecedoras e 510 grandes como compradoras. O endereço eletrônico é www.oportunidades. sebrae.com.br.
WWW.OPORTUNIDADES.SEBRAE.
COM.BR
O sistema facilita ainda as vendas internacionais das pequenas empresas cadastradas em seu projeto de exportação. Traduz os anúncios para o inglês e o espanhol, e envia ao exterior para os centros de desenvolvimento de pequenos negócios (Small Business Development Centers).
15.100 PEQUENOS FORNECEDORES
510 GRANDES COMPRADORES
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SEBRAE NA RIO +20 IMPULSO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS O SEBRAE comemorou seus 40 anos com uma participação intensa na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, em junho de 2012, no Rio de Janeiro. Foi patrocinador oficial, expositor, montou espaços criativos com alta tecnologia que receberam dezenas de milhares de visitantes e associou-se definitivamente à temática
Empreendimentos sustentáveis e lucrativos foram expostos na Feira do Empreendedor, o espaço mais visitado do Sebrae na Rio +20.
da sustentabilidade. O saldo foi um impulso à importância dos pequenos negócios dentro da agenda ambiental, que ganha cada vez mais espaço nas preocupações planetárias. Desde 2011, a temática da sustentabilidade foi incorporada definitivamente às estratégias de atuação do Sebrae. Se antes era tratada como prática interna de responsabilidade social, passou a ser encarada na ótica do cliente, como uma nova forma de elevar seus ganhos e garantir sua permanência no mercado, atraindo novos clientes e reduzindo seus custos operacionais.
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A melhor tecnologia, como telas touch-screen, foi instalada no espaço interativo do Sebrae na Rio+20.
Três objetivos foram traçados para essa participação da instituição na Rio+20: Demonstrar à comunidade nacional e global a importância do fortalecimento dos pequenos negócios para a efetiva existência de uma economia verde. Associar a imagem do Sebrae à temática da sustentabilidade. Apresentar à sociedade e aos empresários como o Sebrae pode apoiar os pequenos negócios na adoção de práticas sustentáveis
por meio da exposição de produtos e serviços do seu portfólio. "A sustentabilidade foi levada à Rio +20 como área de interesse para os pequenos negócios. Naquele momento, iniciamos decisivamente a opção estratégica de tratar o tema muito além do conceito ambiental e conectá-lo intimamente com a questão da competitividade empresarial", lembra o diretor-presidente do Sebrae, Luiz Barretto. Compõe essa opção estratégica o estímulo à percepção, pelo consumidor, de que comprar dos
pequenos negócios é mais sustentável por si só, pelo fortalecimento da economia local e por seu menor potencial ofensivo ao ambiente. A sustentabilidade foi evidenciada, no contexto da Rio +20, também como uma oportunidade. O tema da campanha de comunicação foi “Um Planeta de Oportunidades”. Para atribuir um significado econômico ao conceito de sustentabilidade, o Sebrae argumentou que sustentabilidade se refere a três aspectos fundamentais: 1. gente vivendo de forma digna, longe da miséria e da fome; 2. meio ambiente, onde os recursos são utilizados de forma racional e renovável; 3. economia, para gerar e distribuir riquezas.
DISSEMINAÇÃO DE CONCEITOS Na Rio +20, o Sebrae teve presença ativa e ostensiva na qualidade de parceiro oficial, com acesso diferenciado. Os preparativos, liderados pela Diretoria Técnica, implicaram a mobilização de inúmeras unidades do Sebrae Nacional. As unidades estaduais também participaram com a indicação dos expositores para a Feira do Empreendedor e a Mostra Sebraetec. Tarefas mais complexas couberam ao Sebrae do Rio de Janeiro, que deu apoio logístico por ser o estado anfitrião, e ao do Mato Grosso, que elaborou conteúdos interativos
para o stand institucional, com base na experiência do Centro Sebrae de Sustentabilidade, instalado em Cuiabá no ano anterior. Vários eventos precederam a Rio +20, como o Encontro Nacional de Inovação e Sustentabilidade, realizado em fevereiro em Brasília, com 1.006 participantes. Presenças marcantes foram as da ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira e do representante da ONU. Os agentes locais de inovação (ALI) do Sebrae, depois de participarem do evento, cumpriram mais dois dias de capacitação. A ministra Izabella Teixeira abriu outro evento prévio em parceria com o Sebrae, que foi o Seminário Empreendedorismo Sustentável, realizado em seguida no Rio de Janeiro. O Seminário Sebrae +20, concebido para duzentos dirigentes e colaboradores do Sebrae, teve lugar no Parque dos Atletas, já durante a Conferência. Foi aberto pelo presidente do Conselho Deliberativo Nacional, Roberto Simões, e teve como palestrantes internacionais Peter Poschen (OIT), Casten SchmitzHoffmann (GIZ) e Christin Pfeiffer (INSME).
39.476 VISITANTES NOS 4 ESPAÇOS
NORMAS ABNT Na instalação do Parque do Flamengo, ocorreu o lançamento da norma técnica ISO 14.005 para Sistemas de Gestão Ambiental pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
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A norma tem a finalidade de guiar organizações, especialmente MPE, para a implementação em fases de um sistema de gestão ambiental. Tal norma vinha sendo discutida entre o Sebrae e a ABNT desde o ano anterior, e sua elaboração teve a participação de técnicos do Sebrae e empresários. Outra norma desenvolvida em parceria entre a ABNT e o Sebrae foi a 15.401, especificando os requisitos de sustentabilidade para certificar meios de hospedagem.
FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO E MARKETING A comunicação foi vital para a estratégia do Sebrae na Rio +20. Um vídeo lançado em fevereiro de 2012 – quatro meses antes da Conferência – esclarecia aos colaboradores do Sistema Sebrae as razões para defender os conceitos de sustentabilidade e a participação na Rio +20. O vídeo que lançou o slogan “Um planeta de oportunidades”, foi compartilhado nas redes sociais e veiculado em dezenas de eventos patrocinados pelo Sebrae, alcançando um público estimado em 500 mil pessoas. A Agência Sebrae de Notícias criou, em março de 2012, a editoria de Desenvolvimento Sustentável,
A mostra Sebraetec apresentou tecnologias sustentáveis para pequenas empresas.
que passou a divulgar exemplos de sucesso de empresas que já adotavam práticas sustentáveis. As notícias foram replicadas em diversos veículos e no hotsite Rio +20, que obteve 43.523 acessos. Nas redes sociais os resultados também foram expressivos. O número de seguidores do Sebrae no Facebook subiu de 17.810 no início da campanha para 101.057 no último dia do evento. A exposição da marca Sebrae no material oficial da Conferência foi destacada, ao lado da Vale, da Eletrobras e da Petrobras.
HOTSITE TEVE
43.523 ACESSOS
ESPAÇO INTERATIVO O Espaço Interativo montado pelo Sebrae no Parque dos Atletas foi uma grande atração na Rio +20, abrigando a Exposição Institucional sobre Sustentabilidade. A concepção do pavilhão por si só já atraía as atenções, ao replicar a arquitetura do Centro Sebrae de Sustentabilidade instalado em Cuiabá. No entanto, foi a proposta arrojada em tecnologia interativa que conquistou os visitantes a que se destinava: as delegações oficiais da Conferência. Vídeos 3D, totens para navegação nos sites do Sebrae, telas holográficas, painéis interativos touch-screen, toda essa tecnologia foi acionada para mostrar as ações apoiadas pelo Sebrae em ecoagricultura, eficiência energética, disposição de resíduos sólidos, etc.
CENTRO SEBRAE DE SUSTENTABILIDADE O Centro Sebrae de Sustentabilidade, instalado em um prédioconceito nas dependências do Sebrae no Mato Grosso, em Cuiabá, já chama a atenção por sua arquitetura, inspirada nas habitações indígenas do Xingu, que proporcionam conforto climático natural naquela região de muito calor. Todo o projeto foi baseado em preceitos de construção sustentável, a ponto de conquistar a certificação Procel Edifica, pela conservação de energia. Foi criado por decisão da Diretoria Executiva do Sebrae para ser um centro de referência de gestão de conhecimento em sustentabilidade aplicada aos pequenos negócios. É seu objetivo gerar e difundir conhecimentos específicos relacionados ao mercado e à competitividade, no âmbito da economia verde. Oferece capacitação presencial ou remota, dentro de seu programa acadêmico ou da trilha de aprendizagem. Opera a plataforma Sustentabilidade Online, um espaço de convergência de conhecimentos dentro da Universidade Corporativa do Sebrae. A principal ferramenta de disseminação do CSS é o site sustentabilidade.sebrae.com.br, hospedado pelo portal Sebrae. Merece destaque ainda o Sistema de Inteligência Setorial (SIS), que ajuda os empresários a tomar decisões estratégicas em seu mercado. O SIS está desenvolvendo um amplo trabalho em Santa Catarina, atendendo os setores de apicultura, calçados femininos, leite, móveis de madeira, sustentabilidade e vestuário.
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FEIRA DO EMPREENDEDOR EXPOSIÇÃO DE OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS VERDES
20 IDEIAS DE NEGÓCIOS VERDES
CARPINTARIA VERDE COLETA E RECICLAGEM DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
NO PARQUE do Flamengo, de 15 a 23 de junho, foi instalada uma edição especial da Feira do Empreendedor, com exposição de oportunidades de negócios ligados à temática da sustentabilidade. Por ali circularam 25.407 pessoas, que conheceram oportunidades de negócios prospectadas pelo Sebrae em todas regiões do país. Outros destaques no Parque do Flamengo foram o Espaço Sebrae de Educação e a apresentação da mostra Sebraetec, que teve como monitores os Agentes Locais de Inovação do Sebrae no Rio de Janeiro. A mostra destacou 24 prestadores de serviços tecnológicos que possuem tecnologias verdes em seus portfólios e estão cadastrados no programa. Ao todo, as quatro instalações do Sebrae (Espaço Interativo, Sebraetec, Feira do Empreendedor e Espaço Sebrae de Educação) receberam 39.476 visitantes, sendo o maior destaque a Feira do Empreendedor.
ORGANIZADORA DE EVENTOS CARBONO NEUTRO FÁBRICA DE AQUECEDOR SOLAR FÁBRICA DE CALÇADOS ECOLÓGICOS FÁBRICA DE CONSERVAS FÁBRICA DE EMBALAGENS ECOLÓGICAS FÁBRICA DE COSMÉTICOS ECOLÓGICOS GRÁFICA HOTEL FAZENDA INDÚSTRIA DE CERÂMICA INDÚSTRIA DE PAVIMENTO ECOLÓGICO INDÚSTRIA DE REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS LAVAJATO LAVANDERIA POUSADA PRODUÇÃO DE BIOJOIAS RECICLAGEM DO LIXO ELETRÔNICO RESTAURANTE NATURAL RETÍFICA ECOLÓGICA
NEGÓCIOS SELECIONADOS PELO SEBRAETEC PRIMEIRO GRUPO
SEGUNDO GRUPO
Entidade
UF
Entidade
UF
Chamma (aromas da Amazônia)
PA
Ecotest Tecnologia Ambiental
SP
Cassiopéia
SP
Ecojardim – Tratamento e Nutrição
SP
Acqua Zero
SP
Ecology Store
RS
Biomagnetizer
PA
Ecoblock
MG
Verde e Progresso
MG
Via Verde Produtos Naturais
RJ
Madeplast Madeira Ecológica
PR
Amazongreen
AM
Ecomáquinas
MS
Ekofootprint Gráfica Sustentável
MG
Gatos de Rua
PE
Natura
SP
Aradef Malhas
SC
Ecossis
RS
Eco Side – Brindes Ecológicos
SP
BKR Brasil
RS
Eco RDS
SP
L.M. da Amazônia
AM
Arte dos Aromas
SP
Apliquim Brasil Recicle
RS
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MPE NA AGENDA POLÍTICA PEQUENOS EMPREENDIMENTOS SÃO CAPAZES DE FLORESCER COM BOA ASSISTÊNCIA TÉCNICA E CRÉDITO, MAS NÃO SOBREVIVEM SEM UM ARCABOUÇO LEGAL QUE OS RESGUARDE DO EXCESSO DE BUROCRACIA E DA SELVA TRIBUTÁRIA.
A MISSÃO DO SEBRAE é apoiar os pequenos negócios em toda a sua imensa gama de possibilidades e necessidades, e isso compreende desde o seu papel como agência de desenvolvimento nos rincões mais isolados da Amazônia, envolvendo a pesca artesanal e o extrativismo, até os mais avançados modelos de gestão oferecidos a empresas de tecnologia da informação em São Paulo. Esse é o Sebrae mais conhecido, dos cursos, treinamentos, feiras e rodadas de negócios. No entanto, desde 2002 decidiu subsidiar tecnicamente e apoiar articulações políticas e mobilização de órgãos de classe em favor da criação de um ambiente legal favorável ao desenvolvimento e maturação dos pequenos negócios.
Uma série de eventos tem sido organizada pelo Sebrae para discutir novos aperfeiçoamentos à Lei Geral.
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LEI GERAL DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS ALÉM DAS FALHAS de gestão de grande parte dos pequenos empresários, o Sebrae identificou como causas das enfermidades mais fatais que acometem as pequenas empresas, os entraves burocráticos e a estrutura tributária que engessa a economia. Um extenso trabalho de diagnóstico foi feito para a identificação dos pontos críticos, seguido pela articulação de ações para neutralizá-los. No Brasil existem forças capazes de promover mudanças eficazes nas estruturas hostis aos pequenos empreendimentos, e essas forças estão presentes no
140 CATEGORIAS DA ÁREA DE SERVIÇOS
NÃO TINHAM SIDO ANTES CONTEMPLADAS
Congresso Nacional. Desde 2003, a Frente Parlamentar de Apoio às Micro e Pequenas Empresas empolga a maioria dos deputados e senadores em favor da melhoria do ambiente legal para o florescimento das MPE, e realizou campanhas memoráveis, como a aprovação quase unânime da Lei Geral das MPE, em dezembro de 2006. Desde então, a Lei Complementar 123 recebeu vários aperfeiçoamentos, dois deles na gestão atual do Sebrae. A LC 139/2011 ampliou a faixa do microempreendedor individual (MEI) de R$ 36 mil para R$ 60 mil e estendeu todos os segmentos de microempresas para a faixa máxima de R$ 360 mil de faturamento anual. Da mesma forma, o limite máximo para a empresa de pequeno porte passou a ser R$ 3,6 milhões, podendo ser acrescido de outros R$ 3,6 milhões para fins de exportação. A LC 139 reduziu também a contribuição previdenciária do MEI de 11% para 5% do salário mínimo. A LC 147, de 2014, universaliza o acesso ao Simples Nacional a todos os segmentos, incluindo 140 categorias da área de Serviços que não tinham sido antes contempladas. Grandes benefícios estão disponíveis agora para
As votações das leis complementares à Lei Geral na Câmara sempre empolgam centenas de deputados.
empresas de Serviços que geram maior número de empregos formais, como as clínicas de fisioterapia, os escritórios de advocacia e os de representação comercial. Outro aspecto importante incluído na LC 147 foi a limitação, para os estados, da prática de antecipação de cobrança do ICMS - chamada substituição tributária - sobre uma série de produtos, a partir de janeiro de 2016.
O papel do Sebrae, como sempre, foi o de apresentar-se como ator constante na elaboração de estudos, na interlocução, implementação e avaliação de políticas públicas, fornecendo números e argumentos para subsidiar o debate. A formulação estratégica das políticas públicas é atribuição da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, sob o comando do ministro
Afif Domingos. O Sebrae desfruta de grande credibilidade diante dos atores políticos e representantes de classe pela sua postura técnica e pela isenção político-partidária. "O Sebrae não é entidade de representação, não é órgão de governo, não tem papel de traduzir vontades, mas de identificar as necessidades do setor. Os interesses da micro e pequena empresa hoje estão muito fortalecidos e passaram a ter prioridade na agenda do Governo Federal", esclarece Bruno Quick, gerente da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae. Essa atividade do Sebrae de apoiar a articulação de instituições políticas, corporações e órgãos de classe em favor dos interesses da pequena empresa é atividade da Unidade de Políticas Públicas, que trabalha em rede com as congêneres estaduais, prestando ajuda recíproca e monitorando avanços e retrocessos no ambiente legal de cada Estado. Um reforço fundamental para essa atuação vem do diretor-presidente do Sebrae, Luiz Barretto, cuja habilidade para conduzir articulações favoráveis aos pequenos negócios é amplamente reconhecida.
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SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA O APOGEU histórico para o Sebrae na construção de um ambiente legal favorável foi o que culminou com a própria aprovação da Lei Geral, em 2006, mas a instituição tem uma sequência de êxitos a comemorar nos últimos quatro anos. A mais recente dessas campanhas, concluída em julho de 2014, teve como alvo a substituição tributária, um mecanismo de antecipação da cobrança do ICMS que a maioria dos estados utiliza indiscriminadamente, anulando, na prática, o tratamento privilegiado para as MPE previsto na Constituição e detalhado na Lei Geral. Estudo conduzido pela Fundação Getúlio Vargas por encomenda do Sebrae apurou que as MPE pagaram em 2011 aos fiscos estaduais R$ 4 bilhões de ICMS acima do que deveriam recolher
pelas alíquotas do Simples Nacional, acarretando principalmente uma drenagem no capital de giro dos pequenos comerciantes. Nos anos seguintes, a perda passou dos R$ 5 bilhões anuais. Essa sangria de recursos fundamentais para manter a dinâmica econômica do mercado interno, levada à consideração do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Fazenda (Confaz), não foi capaz de mudar a atitude de cautela do órgão. O argumento sempre apresentado era o de não pôr em risco o delicado equilíbrio das contas estaduais. Mesmo governadores com forte compromisso popular, como Confúcio Moura, de Rondônia, ficam num impasse quando a questão lhes é colocada: "A substituição tributária é como uma espada de Dâmocles. Se não a fazemos, não fechamos as contas. Se a praticamos, enfrentamos a cara feia da sociedade", escreveu Moura. Numa parceria com a Confederação Nacional da Indústria, o Sebrae formatou uma pesquisa sobre
Deputados e especialistas discutem o mecanismo da Substituição Tributária, que invalida o tratamento privilegiado previsto na Constituição.
paridade no poder de compra, para medir a incidência da substituição tributária. A pesquisa foi encomendada ao Instituto IOB e aplicada em todos os Estados. Foram selecionados 13 setores, com uma cesta de 20 produtos cada. As empresas foram divididas em sete portes diferentes. Duas constatações saltaram à vista: a grande disparidade de critérios e alíquotas entre os Estados, já conhecida como “guerra fiscal”, e outra surpreendente revelada por uma sondagem paralela, que é o
desconhecimento dos empresários a respeito do tema. Apenas um em cada três sabia o que era substituição tributária e apenas um em cada nove sabia que a responsabilidade era estadual. O Sebrae deu ampla divulgação a essas revelações, não só pela mídia, mas também por uma rodada de palestras com abrangência nacional. O tema passou ao cotidiano dos pequenos empresários e logo mobilizou os representantes parlamentares. O Sebrae subsidiou com dados técnicos os debates espontâneos da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, que aumentaram a pressão sobre o Confaz. A partir daí, duas estratégias foram adotadas: o ministro Afif Domingos, sensível às queixas e, com a desenvoltura que seu cargo permite, propôs a limitação da substituição tributária aos produtos da pauta federal, impedindo os Estados de incluir novos produtos.
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O ministro Afif Domingos levou para dentro do Palácio do Planalto a defesa dos interesses dos pequenos negócios.
Enquanto isso, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, em projeto relatado pelo senador Armando Monteiro, avançou em uma alternativa negociada com o Confaz, a qual acabou se revelando viável. Demonstrou-se que a maior parte dos produtos que oneram a MPE não são relevantes do ponto de vista da arrecadação global dos estados, e chegou-se a uma lista fechada de produtos para tributação exclusiva na origem, para vigorar a partir de janeiro de 2016. Monteiro foi presidente da Confederação Nacional da Indústria
(CNI) e do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae. O projeto relatado por ele, aprovado na íntegra pelo Senado, foi adotado na Câmara dos Deputados e tornou-se um capítulo da Lei Complementar 147, concebida para permitir o acesso ao Simples Nacional para todas as categorias de pequenos negócios. Além da
universalização do Simples e imposição de limites à substituição tributária, a LC 147 consolida a obrigatoriedade de preferência nas compras governamentais no valor de até 80 mil pelas pequenas e microempresas, criação do cadastro único empresarial, com base no CNPJ, e proibição de cobranças de taxas do MEI não previstas em lei.
PRODUTOS SUJEITOS A SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
energia elétrica; cigarros e outros produtos derivados do fumo; bebidas; óleos e azeites vegetais comestíveis; farinha Combustíveis e lubrificantes;
de trigo e misturas de farinha de trigo; massas alimentícias*; açúcares; produtos
lácteos; carnes e suas preparações; preparações à base de
cereais;
chocolates; produtos de padaria e da indústria de bolachas e biscoitos; sorvetes e preparados para fabricação de sorvetes em máquinas; cafés e mates, seus extratos, essências e concentrados; preparações para molhos e
molhos preparados; preparações de produtos vegetais;
veículos automotivos e automotores, suas peças, componentes e acessórios; pneumáticos; câmaras de ar e protetores de borracha; medicamentos e outros produtos farmacêuticos para uso humano ou veterinário; cosméticos; produtos de perfumaria e de higiene pessoal; papéis; plásticos; canetas e malas; cimentos; cal rações para
animais domésticos;
e argamassas; produtos cerâmicos;
vidros; obras de metal e plástico
para construção; telhas e caixas d’água;
tintas
e vernizes; produtos eletrônicos,
eletrodomésticos; fios; cabos e outros condutores; transformadores elétricos e reatores; disjuntores; interruptores e tomadas; isoladores; para-raios e lâmpadas; máquinas e aparelhos de ar-condicionado; centrifugadores de uso doméstico; aparelhos e instrumentos de pesagem de uso doméstico; extintores; aparelhos ou máquinas de barbear; eletroeletrônicos e
máquinas de cortar o cabelo ou de tosquiar; aparelhos de depilar,
motor elétrico
aquecedores elétricos de água para uso doméstico e termômetros; ferramentas; álcool etílico; sabões em pó e líquidos para roupas; detergentes; alvejantes; esponjas; palhas de aço e amaciantes de roupas; com
incorporado;
venda de mercadorias pelo sistema porta
a porta.
* Produtos perecíveis constantes desta lista e alguns produtos cerâmicos só serão objeto de substituição tributária se produzidos em escala industrial.
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GRANDES MOBILIZAÇÕES A aprovação de sucessivas leis complementares à Constituição pelo Congresso Nacional dependeu das grandes mobilizações promovidas pela Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, e também do apoio explícito do Palácio do Planalto. Da mesma forma que o ex-presidente Lula se emocionou ao criar o Microempreendedor Individual, coube à presidenta Dilma Rousseff patrocinar a iniciativa que resultou na LC 139, de redução da contribuição previdenciária dos MEI de 11% para 5% do salário mínimo, e também de ampliação dos limites dos
pequenos empreendimentos abrigados no Simples. Em 2014, Dilma sancionou a LC 147, que universaliza o acesso ao Supersimples. Até chegarem à sanção presidencial, no entanto, esses aperfeiçoamentos custaram meses de debates e muitos estudos técnicos. A começar pelos pioneiros da Frente Parlamentar até o reforço político representado pela criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa diretamente subordinada à Presidência da República, muitos nomes de prestígio se empenharam na causa dos pequenos negócios. Nos últimos quatro anos, os defensores mais constantes dos pequenos negócios no Senado têm sido os senadores José Pimentel (PT-CE), Armando Monteiro (PTB-PE) e Ana Amélia (PP-RS). Na Câmara dos Deputados, os destaques foram o relator da LC 147, Cláudio Putty (PT-PA), Guilherme Campos (PSD-SP), Pedro Eugênio (PT-PE), Armando Vergílio (SD-GO), e os presidentes de ambas as casas, Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves.
Deputados e senadores da Frente Parlamentar da MPE comemoram a aprovação da LC 147.
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A COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS O SEBRAE é uma instituição que atende no campo da informação e do conhecimento, desde a obtenção de informação de qualidade, via estudos, pesquisas, monitoramento, estatísticas, até a formulação de mecanismos e iniciativas voltados à melhoria do ambiente de
A interveniência dos tribunais de Contas acelerou a implementação da Lei Geral nos municípios.
negócio e políticas de estímulo ao empreendedorismo e competitividade empresarial. É grande sua capacidade de sensibilizar, orientar, e dar apoio técnico, até mesmo para a gestão pública, na implementação da lei. Mas foge de sua competência fiscalizar e cobrar.
Por essa razão, o Sebrae foi a campo procurar ajuda de quem tem essa competência. A partir de 2013, firma acordo com os órgãos de controle externo, via parceria com a Associação Nacional dos Tribunais de Contas (Atricon) e com o Instituto Rui Barbosa. "O primeiro resultado foi esplêndido: seis meses depois do
início da parceria, havia dobrado o número de municípios com a Lei Geral implementada. Em seis meses foram obtidos números equivalentes aos dos sete anos anteriores", comemora Bruno Quick, gerente da UPP. Os tribunais de Contas incumbiram-se de instruir, tranquilizar e orientar os gestores municipais a respeito da aplicação da Lei Geral. A partir de então, o Sebrae vem avançando nas parcerias com a Controladoria Geral da União e com o Ministério Público Federal, ambos também dedicados a dar segurança jurídica aos gestores públicos e cobrar a plena aplicação do Estatuto Nacional da Pequena Empresa.
O Instituto Rui Barbosa soma esforços com o Sebrae e os tribunais de Contas para aperfeiçoar os conhecimentos sobre compras governamentais.
O ex-presidente Antonio Joaquim foi homenageado num evento da Atricon, hoje presidida pelo conselheiro Valdecir Pascoal.
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APRIMORAMENTO CONTÍNUO O CONJUNTO de parcerias e alianças com instituições de grande credibilidade vem permitindo a implantação, no Estado brasileiro – no que tange à Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas –, de um ciclo de aprimoramento contínuo típico do mundo da gestão empresarial (planejar, fazer, checar e ajustar). O Sebrae se credenciou, ao mesmo
tempo, como ator institucional apto a subsidiar tecnicamente a formulação e a implementação de políticas públicas desenvolvimentistas voltadas para os pequenos negócios. Esta foi uma grande conquista de respeitabilidade junto ao Estado. “Dentro do nosso negócio, conseguimos buscar a instância do Governo que faltava para completar o
A decisão de reduzir a contribuição previdenciária dos microempreendedores individuais foi tomada pessoalmente pela presidenta Dilma Rousseff.
REDESIM AVANÇA EM
25 ESTADOS
ciclo de relacionamento com o Estado brasileiro. Já tínhamos ótima relação com o Legislativo. Avançamos com o Executivo após a criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa. Entendemos a estruturação e a estratégia da SMPE e buscamos articular e alinhar nossa atuação a essa nova área especializada, com programas já existentes e programas novos”, relata Bruno Quick. A Secretaria foi criada para implementar a Lei Geral e efetivar o Estatuto Nacional, o que já era inclusive um desafio para o Sebrae. O prestígio e a experiência do ministro Afif Domingos têm sido fundamentais para fazer avançar as propostas, entre elas a de enfrentar o mecanismo injusto da substituição tributária e dar impulso a projetos como a Redesim, que estava limitada a algumas unidades federativas e hoje já se desenvolve em 25 estados. Os números do MEI cresceram de um milhão para 4,4 milhões nesta gestão do Sebrae.
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AMBIENTE LEGAL
A CULTURA DO ALVARÁ RÉGIO
UMA DAS FRENTES de trabalho que coloca grandes desafios para o Sebrae é a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim), designada para combater permanentemente a herança colonial do alvará régio. O professor João Geraldo Piquet Carneiro, pioneiro dos esforços de desburocratização ainda nos governos militares, ensinava que no Brasil colonial qualquer empreendimento era concessão do Estado. "Era a cultura do alvará régio. Foi-se o rei, ficou o alvará", escreveu Piquet Carneiro. O alvará régio hoje é representado pela burocracia do licenciamento. No Brasil existem cerca de 20 mil órgãos públicos das três esferas, cada qual capaz de exercer arbitrariamente o poder de estabelecer normas e criar taxas para licenciamento de atividades econômicas, muitas das quais em flagrante desrespeito à legislação superior. O Sebrae assumiu a tarefa nem sempre compensadora de enfrentar normas e exigências que desestimulam os pequenos negócios, através de um trabalho árduo de persuasão dos entes federados. A estratégia de
buscar o diálogo com as instâncias federais superiores passou a render melhores resultados com a entrada em cena da Secretaria da Micro e Pequena Empresa. A Redesim tornouse atualmente o grande projeto da Secretaria. O êxito obtido com a Resolução 49 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi uma recompensa animadora para esse esforço, simplificando a obtenção de licenciamento sanitário para os microempreendedores individuais. Noventa por centro das empresas brasileiras são atividades de baixo risco. A concessão de alvará automático desafoga o trabalho da fiscalização, que passa a se concentrar nos empreendimentos de alto risco sanitário. A resolução 49 prevê também
20 MIL ÓRGÃOS PÚBLICOS DAS 3 ESFERAS
isenção da taxa de vigilância sanitária para empresas que não necessitam vistoria prévia. Por enquanto os benefícios foram concedidos à faixa dos microempreendedores individuais, mas a próxima etapa consiste em estendê-los às micro e pequenas empresas. Assim também os corpos de Bombeiros foram sensibilizados a restringir suas exigências de segurança às atividades que realmente expõem a sociedade a riscos elevados. Nada se avançou ainda em termos de licenciamento ambiental. A bandeira de desburocratizar a abertura e facilitar o encerramento de atividades microempresariais que não tiveram sucesso é o compromisso primordial anunciado pelo ministro Afif Domingos ao assumir a Secretaria.
LEI GERAL NOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA
Existem ainda mais de mil municípios que não aprovaram nem implantaram a Lei Geral.
UM PROGRAMA que leva o Sebrae aos pontos mais distantes e menos dinâmicos do território nacional é o Sebrae nos Territórios da Cidadania, que responde à decisão de interiorização da presença do Sebrae e dá impulso ao processo de aprovação e implementação da Lei Geral das MPE. Até o momento, a ação do Sebrae abrange mais de 1.500 municípios dentro dos territórios, oferecendo atendimento contínuo com uma cesta de
cursos adequados, informações acessíveis e também consultoria especializada, mas dando prioridade também ao seu papel de agência de desenvolvimento e contribuindo para a criação de um ambiente legal favorável. Os resultados são compensadores. Os municípios que implementaram a Lei Geral compram hoje da pequena empresa o mesmo volume de recursos que o Governo Federal, ou seja, cerca de R$ 15 bilhões por ano. E o potencial de expansão é muito maior.
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O Sebrae assessora as prefeituras para a criação de um ambiente favorável aos pequenos empreendimentos.
O QUE É LEI GERAL IMPLEMENTADA? Com os esforços conjuntos de sua rede de apoios institucionais, o Sebrae contabiliza 4.200 municípios que aprovaram a Lei Geral. No entanto, são 2.154 os que a implementaram de fato. A UDT trabalha em 3.153. Ou seja, é preciso redobrar os esforços para implementar a Lei nesses mil municípios que estão à margem desses benefícios. E como o Brasil tem 5.564 municípios, restam 1.364 que não aprovaram nem implementaram a Lei Geral. Em sua quase totalidade, são municípios muito pequenos, de economia estagnada. Representam um campo de trabalho considerável para a vanguarda do Sebrae. Para que a Lei Geral seja considerada implementada num
município, há uma série de requisitos a cumprir: o prefeito escolhe um agente de desenvolvimento local (ADL) com perfil adequado e o envia para treinamento no Sebrae. Esse agente passa a identificar potenciais empreendedores, dissemina as vantagens de formalização dos microempreendedores individuais e estimula os pequenos fornecedores locais a se credenciar junto à Prefeitura. Por sua vez, a Prefeitura facilita e desburocratiza a abertura de empresas e adota o princípio de fazer suas compras até o montante de R$ 80 mil exclusivamente de fornecedores locais. Comprometese também a manter a cobrança do IPTU residencial para os microempreendedores individuais formalizados, bem como dispensar a cobrança do "Habite-se".
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O PERFIL DO AGENTE DE DESENVOLVIMENTO 67%
86%
ESTÃO HÁ MENOS DE UM ANO NA FUNÇÃO
TÊM CERTEZA DE QUE CONTINUARÃO NA FUNÇÃO NO PRÓXIMO ANO
48%
SÃO SERVIDORES CONCURSADOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL
59%
ACREDITAM QUE TÊM MUITA AUTONOMIA EM SEU TRABALHO
62%
GANHAM TRÊS SALÁRIOS MÍNIMOS OU MAIS
56% 44% SÃO HOMENS E
82%
JÁ CONCLUÍRAM OU ESTÃO CURSANDO UNIVERSIDADE
SÃO MULHERES
DADOS DEMOGRÁFICOS O BRASIL CONTA COM
2.140
28%
8% DOS AD
81%
DOS MUNICÍPIOS QUE TÊM AGENTE DE DESENVOLVIMENTO TÊM ATÉ 50 MIL HABITANTES
DOS AD
NORTE
AGENTES DE DESENVOLVIMENTO
NORDESTE
CENTRO-OESTE
11%
SUDESTE
DOS AD 1 EM CADA 3 MUNICÍPIOS BRASILEIROS CONTA COM UM AGENTE DE DESENVOLVIMENTO
25% DOS AD
SUL
28% DOS AD
42%
DOS AGENTES DE DESENVOLVIMENTO ESTÃO EM MUNICÍPIOS NOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA
Com as compras locais, o dinheiro público passa a circular na comunidade e amplia o ciclo de prosperidade. As prefeituras criam uma Sala do Empreendedor onde o ADL fica sediado, viabiliza a abertura de empresas, reúne interessados e promove cursos e treinamentos do Sebrae. Hoje são cerca de dois mil esses agentes de desenvolvimento local. Nem sempre o seu trabalho é solitário. Há municípios cujos prefeitos percebem tão claramente os benefícios desse tipo de trabalho que criam verdadeiros departamentos e ações para incentivar o desenvolvimento. Esses prefeitos estão sempre entre os vencedores do prêmio de Prefeito
O agente de desenvolvimento local trabalha com a formalização de empreendedores.
Empreendedor, conferido pelo Sebrae. Não por acaso, cinco desses prefeitos premiados venceram as eleições para governador. Dos mais diversos pontos do Brasil chegam exemplos os mais gratificantes, dependendo da qualidade, da energia e da capacidade de articulação desses ADL, e da visão dos prefeitos que os empregam.
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GOVERNADORES QUE FORAM PREFEITOS EMPREENDEDORES Beto Richa (PSDB), reeleito governador do Paraná com 3,3 milhões de votos, foi prefeito de Curitiba, premiado como prefeito empreendedor na 6ª edição do Prêmio, no biênio 2009/2010. Confúcio Moura (PT), reeleito governador de Rondônia com 420 mil votos, foi prefeito de Ariquemes. Sua premiação também foi no biênio 2009/2010. Ivo Sartori (PMDB) venceu as eleições 2014 para o Governo do Rio Grande do Sul com 61% dos votos, impulsionado pela administração exemplar que realizou na Prefeitura de Caxias do Sul. Foi premiado na 7ª edição, no biênio 2011/2012. Luiz Fernando Pezão (PMDB) era vicegovernador do Rio e largou com apenas 4% de preferências, terminando por vencer no segundo turno. Foi prefeito da pequena cidade de Piraí, premiado na 1ª edição, no biênio 2001/2002. Ricardo Coutinho (PSB), ex-prefeito de João Pessoa, foi reconduzido ao Governo da Paraíba com 1,1 milhão de votos. Sua premiação se deu na 4ª edição do prêmio Prefeito Empreendedor, no biênio 2005/2006.
Cidades como Belo Horizonte e São Paulo já criaram facilidades para os pequenos empreendimentos das comunidades de periferia.
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NAS FAVELAS O SEBRAE SUBIU às favelas pacificadas do Rio logo após as unidades de Polícia Pacificadora. Ao oferecer sua especialidade, que é de apoiar pequenos negócios, os técnicos perceberam um obstáculo para a formalização de empreendimentos, que é a questão da propriedade. Favelas são espaços urbanos apropriados por moradores de baixa renda sem qualquer tipo de permissão ou investimento do Poder Público. Se no início as favelas representam um alívio para a questão de moradia, depois de consolidadas criam um impasse, já que um dos
requisitos fundamentais da cidadania é o endereço, e do empreendedor a regularidade do imóvel. O Sebrae passou então a prestar a essas comunidades o serviço de desenvolver estudos e pareceres com vista à regularização fundiária, que inclui a sensibilização das prefeituras, quando não para legalizar as propriedades, pelo menos para retirar exigências no registro de empreendimentos. A metodologia ali desenvolvida foi estendida a outros estados, como Sergipe, Maranhão, Minas Gerais e Santa Catarina. As primeiras vitórias:
a Prefeitura de Belo Horizonte desvinculou a regularidade do imóvel da regularidade da atividade, o que foi um grande avanço. A de São Paulo aprovou lei dispensando de alvará estabelecimentos com até 150 m².
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EXCELÊNCIA NA GESTÃO
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EXCELÊNCIA NA GESTÃO
ATITUDE E COMPROMISSO O SEBRAE APOSTA NA SINERGIA DO CONHECIMENTO, DAS HABILIDADES E DAS ATITUDES DE SUA FORÇA DE TRABALHO, ALIADO A UM MODELO EFICIENTE DE GESTÃO, PARA ATINGIR A EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO.
DESDE 2011, o Sebrae dá passos s e Conhecim rmaçõe ent Info o Clientes
Pessoas
Estratégias e Planos
Resultados
Processos
Sociedade
Info
es e Conhecim rmaçõ ent o
Liderança
importantes para a melhoria de seus processos e resultados, buscando tornar-se referência em gestão por meio da cultura da excelência e do compartilhamento de boas práticas. Nesta trajetória evolutiva, da qual fazem parte o Sebrae Nacional e outros 24 estados, é utilizado o Modelo de Excelência na Gestão (MEG) da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Com quatro ciclos contínuos e sistêmicos de avaliação, planos de melhorias, implementação de ações e monitoramento, o Sebrae consolidou a sua cultura na excelência e elevou o patamar de resultados para os clientes, colaboradores e sociedade. No gráfico ao lado é possível constatar uma evolução de 56% na maturidade da gestão com aderência relevante nas dimensões liderança, estratégias e planos, gestão de processos, clientes, sociedade e resultados.
Colaboradores bem capacitados podem ostentar com orgulho o crachá de Especialistas em Pequenos Negócios.
EVOLUÇÃO DA MATURIDADE DA GESTÃO PON
TO S
400
470
500
399
600
621
222
519
700
300 200 100 0
2011
2012
2013
2014
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DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇAS
Prof. Fabio Antoldi veio da Itália para dar curso na Universidade Corporativa Sebrae.
SEGUNDO O DIRETOR de Administração e Finanças do Sebrae, José Claudio dos Santos, os novos desafios da sociedade brasileira exigem uma preparação de alto nível para as lideranças do Sistema. “Essa preparação inclui desenvolver altas e médias lideranças, utilizando parcerias com renomadas instituições de ensino nacionais e internacionais. O objetivo é trazer experiência global para a atuação local. Desta forma, o Sebrae busca atualizar os conhecimentos e fortalecer o modelo de liderança que reflete os objetivos e as diretrizes estratégicas da instituição", afirma o diretor. Por meio destas parcerias e com programas totalmente customizados, as lideranças têm a
oportunidade de ampliar a capacidade de debater os fundamentos e os conceitos em temas estratégicos para o Sebrae, como sustentabilidade, desenvolvimento territorial, competitividade dos pequenos negócios, inovação e políticas públicas. É também uma oportunidade de conhecer a realidade de outros países que apoiam nos pequenos negócios as alavancas para sua economia. Além dos programas de formação, o Sebrae realiza também inúmeras visitas de benchmarking com instituições internacionais, visando buscar novos conceitos e metodologias para aplicar em seus programas.
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CAPITAL HUMANO E MERITOCRACIA
O público da UC Sebrae é estimado em 22 mil pessoas, entre colaboradores internos, externos e dirigentes.
A POLÍTICA DE ATRAÇÃO e retenção de capital humano do Sebrae é alicerçada em um sistema de gestão de pessoas estruturado em competências, desempenho, ascensão profissional e reconhecimento por mérito. Pratica, também, uma política de remuneração competitiva com o mercado, de forma a criar incentivos tangíveis à permanência do colaborador na instituição. Além disso, oferece mecanismos de desenvolvimento profissional para o fortalecimento da carreira do indivíduo na direção das competências específicas da instituição. Fundamentadas nos princípios da meritocracia, são estabelecidas Metas Organizacionais que asseguram o cumprimento da missão do Sebrae e
que estão associadas aos objetivos estratégicos; as Metas de Equipe, que asseguram a implementação do plano de trabalho de cada unidade e as Metas Individuais, que estão associadas aos projetos e atividades às quais os colaboradores estão vinculados. A estrutura do modelo é construída por um Placar Individual de Carreira, onde são consideradas as ações de desenvolvimento, desempenho e competências. A preocupação com a saúde e integridade física de todos os colaboradores e seus familiares se revela através do Programa de Gestão dos Ambientes, que trata da segurança, da ergonomia, qualidade de vida, estímulo a esportes, apoio nutricional e psicológico, além de um completo plano de benefícios que se estende até a aposentadoria.
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ESPECIALISTAS EM PEQUENOS NEGÓCIOS
PARA OPERAR as grandes mudanças no atendimento, o Sebrae precisava contar com uma equipe bem capacitada, informada e capaz de cooperar com agilidade e qualidade. O caminho definido para chegar à pretendida excelência no atendimento foi um grande estímulo à Universidade Corporativa do Sebrae, que ganhou status de Unidade, com orçamento, equipe e espaço físico compatíveis com o seu desafio. "Foram feitos ainda investimentos relevantes em tecnologia, para desenvolver metodologia de ensino à distância", relata o diretor José Claudio dos Santos. O público de mais de 22 mil pessoas tem características bem heterogêneas, tanto de origem, como de formação. É constituído por conselheiros, dirigentes, colaboradores, consultores e parceiros. São estagiários, menores aprendizes e trainees, que estão tendo sua primeira experiência profissional. São os sete mil colaboradores internos e nove mil consultores
e instrutores externos, que trazem uma grande bagagem de conhecimentos, mas que entretanto precisam alinhar-se e renovar seus compromissos com os objetivos estratégicos do Sebrae. A cada grupo são oferecidas soluções educacionais adequadas, de acordo com as necessidades. A importância da educação continuada é traduzida pelo Sebrae por meio da oferta de um
A Fundação Instituto de Administração preparou curso de 470 horas.
mapa de opções de inúmeras modalidades: curso on-line, videoaulas, leituras orientadas, participação em capacitações de mercado dentro e fora do Brasil, visitas técnicas e intercâmbio nacional e internacional. Para dar sustentação ao posicionamento de marca, o Sebrae
ofereceu, em parceria com a Escola de Negócios da Fundação Instituto de Administração (FIA) a pós-graduação Especialistas em Gestão de Pequenos Negócios. O curso foi customizado com exclusividade para os colaboradores desenvolverem e aperfeiçoarem seus conhecimentos. Os Programas Acadêmicos procuram preparar um grupo selecionado de colaboradores, por meio de programas de extensão e pós-graduação e em contato com especialistas acadêmicos e teóricos, para enfrentar os desafios estratégicos que surgem nas unidades de Negócios. Num patamar mais elevado estão os programas de Educação Continuada. São cursos de mestrado stricto sensu, que visam produzir conhecimentos científicos e pesquisas avançadas que impactem na atuação do Sebrae.
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UNIVERSIDADE CORPORATIVA RESULTADOS EM 2013
Sebrae estimula o aperfeiçoamento profissional de seus colaboradores, custeando parte de sua educação.
7.000 TÉCNICOS INTERNOS
9.000
CONSULTORES
E INSTRUTORES
EXTERNOS S E B R A E E S P E C I A L I S TA S E M P E QU E N O S N E G Ó C I O S
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GESTÃO DO CONHECIMENTO
Cursos on-line estão disponíveis em todas as unidades estaduais do Sebrae.
Os cursos em meio digital são oferecidos por meio de um learning management system disponível no Portal Sebrae.
NOS ÚLTIMOS anos, o Sebrae vem consolidando a Gestão do Conhecimento por meio da captação, desenvolvimento, organização, armazenamento e disseminação de conhecimentos úteis aos clientes e colaboradores. São inúmeros os estudos e pesquisas sobre perfis e necessidades dos clientes que subsidiam o desenvolvimento de soluções e a disponibilização de informações em ferramentas virtuais, na produção de materiais de forma colaborativa, e no compartilhamento de experiências e boas práticas. O Sebrae estruturou uma rede social própria de propósitos
para o empreendedorismo, com uma plataforma de comunicação integrada que possibilita o intercâmbio e a retenção do conhecimento. Além disso, conta com um grupo de colaboradores que identifica os conhecimentos relevantes para a instituição e realiza um verdadeiro mapeamento de ações de todo o Sistema a serem estruturados e disseminados na Casa, por meio de publicações ou de ferramentas de compartilhamento virtual de informações. O Portal Saber, que também faz parte da plataforma de comunicação, possibilita a criação, disseminação, cocriação, colaboração e registro de publicações desenvolvidas pelos colaboradores, agentes e credenciados do Sebrae.
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CERTIFICAÇÃO DE CONHECIMENTOS O SEBRAE ESTÁ em seu segundo certame de certificação de conhecimentos adquiridos pelos colaboradores, em sete áreas: Sistema Sebrae, Pequenos Negócios e Empreendedorismo, Inovação, Mercados, Finanças, Gestão de Projetos e Atendimento. A finalidade é induzir a educação continuada, com foco nos conhecimentos relacionados ao negócio.
Para o colaborador é uma forma de receber validação e reconhecimento formal dos conhecimentos que adquiriu ao longo da vida profissional. Também é usada como requisito para evolução na carreira. O processo é voluntário e válido por tempo determinado. Todo o sistema é voltado para a valorização do esforço pessoal e estímulo à aquisição de conhecimentos básicos para uma atuação eficaz. O primeiro certame de certificação, realizado em 2013, contou com a adesão de 57% dos colaboradores. Em 2014, foram 67% do total do quadro de cerca de sete mil colaboradores do Sistema Sebrae.
PRIMEIRO CERTAME DE CERTIFICAÇÃO REALIZADO EM
2013 A ADESÃO DE 57%
EM 2014 Conhecimentos úteis para o negócio do Sebrae recebem certificação válida para a carreira do colaborador.
67% S E B R A E E S P E C I A L I S TA S E M P E QU E N O S N E G Ó C I O S
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Memorial registra a evolução histórica do Sebrae, com seus acertos e correções de rumo.
MEMORIAL SEBRAE APÓS 42 ANOS DE EVOLUÇÃO, o Sebrae já tem um patrimônio de conhecimentos e experiências a preservar. Os frutos dessa dinâmica merecem ser avaliados de uma perspectiva histórica, com os acertos e as correções de rumo. Para fazer esses registros é que foi criado o Memorial Sebrae, com um aporte de tecnologia de última geração. Trata-se de registrar o conhecimento adquirido e os resultados gerados pela instituição em ferramentas de pronta disponibilidade, e também de valorizar o capital humano do Sebrae. Para projetar o futuro, precisa-se comparar a evolução da instituição com a linha do tempo do desenvolvimento econômico-social do Brasil.
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SOLUÇÕES EDUCACIONAIS
800 OPÇÕES
DE APRENDIZAGEM DISPONÍVEIS
A Universidade Corporativa oferece uma diversidade de recursos de estudo.
PARA DESENVOLVER novas competências e se aprimorar como profissional, basta ao colaborador participar das Trilhas de Aprendizagem da Universidade Corporativa. Com um formato interativo e lúdico, o conceito das trilhas remete à liberdade e à autonomia, voltadas para o desempenho de forma mais ampla.
As temáticas disponibilizadas estão vinculadas aos objetivos estratégicos do Sebrae. Por meio das trilhas, é possível encontrar caminhos alternativos de aprendizagem e uma diversidade de recursos de estudo. São, em média, 45 soluções disponíveis para cada trilha, com um total de mais de 800 opções de aprendizagem disponíveis, todas elas mapeadas por especialistas. A Universidade apoia também os colaboradores que desejem aperfeiçoarse em outros idiomas, oferecendo cursos à distância em ambientes virtuais.
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DIRECIONAMENTO ESTRATÉGICO
DIRECIONAMENTO ESTRATÉGICO
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DIRECIONAMENTO ESTRATÉGICO
PLANEJANDO O SEBRAE ATÉ 2022 O DIRECIONAMENTO ESTRATÉGICO SEBRAE 2022 FOI CONSTRUÍDO COM AMPLA PARTICIPAÇÃO DOS COLABORADORES - PARA VALORIZAR SEU CONHECIMENTO E OBTER SEU COMPROMISSO -, DOS PARCEIROS E DOS EMPRESÁRIOS, QUE SÃO OS CLIENTES PREFERENCIAIS DA INSTITUIÇÃO. A ELABORAÇÃO DO DIRECIONAMENTO ESTRATÉGICO PARA O DECÊNIO FOI EFETIVADA EM 2012, APÓS A REALIZAÇÃO DE GRANDES EVENTOS QUE MOBILIZARAM ESPECIALISTAS E TODA A COMUNIDADE DO SEBRAE.
Quatro grandes eventos precederam a elaboração do Sebrae 2022.
O PRIMEIRO deles foi uma conferência sobre Cenários Macroeconômicos nacionais e internacionais, que indicou tendências para atuação do Sebrae. O segundo foi um Seminário Internacional sobre Pequenos Negócios, onde foram abordados os principais desafios e oportunidades e o tema da competitividade. O terceiro foi um envolvente Encontro Nacional de Inclusão Produtiva, transmitido também pela intranet para todas as unidades do Sebrae. Houve ainda um Encontro Nacional de Inovação
e Sustentabilidade e a participação do Sebrae na Conferência Rio +20, na qual se introduziu o conceito de sustentabilidade econômica para os pequenos negócios. Todos esses eventos geraram informação, registro de experiências, compromissos e massa crítica para a formulação do Direcionamento Estratégico. Os colaboradores puderam participar com ideias e comentários, e da reflexão subsequente resultaram documentos que sintetizam a visão atual do Sebrae sobre esses cenários futuros, em alinhamento harmonioso
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Conferencistas estrangeiros trouxeram sua expertise ao Seminário Internacional sobre Pequenos Negócios.
com a Gestão Estratégica Orientada para Resultados. A GEOR é um instrumento de gestão adotado pelo Sebrae há 10 anos, que auxiliou a consolidação de sua imagem de instituição capaz de promover uma atualização constante de seus métodos e serviços, buscando resultados para os pequenos negócios.
Encontro Nacional de Inovação e Sustentabilidade teve participação de 1.055 pessoas.
Por isso mesmo, seria contrassenso imaginar que uma previsão para dez anos fosse imutável. Existe no Sebrae a Unidade de Gestão Estratégica (UGE) encarregada do monitoramento periódico dos indicadores e das tendências, e de propor correções de rumo ao grupo dirigente. "O que foi mais marcante nesse processo foi que nos estruturamos, com método e estratégia, para dar um grande salto em todas as nossas áreas, tanto internas quanto as voltadas para o atendimento ao cliente do Sebrae", avalia Pio Cortizo, gerente da UGE.
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Os BRICS ganham importância econômica a cada ano sobre os países do G7.
CENÁRIO MUNDIAL NO MUNDO globalizado, os países são interdependentes e não existe planejamento autóctone. Todas as estratégias de desenvolvimento para um país - mesmo os de dimensões continentais como o Brasil - têm que considerar as variáveis externas e o desempenho político e econômico dos principais atores globais. O cenário externo que ampara as previsões do Sebrae considera a necessidade de ajuste das contas públicas em países europeus como Espanha, França, Grécia, Irlanda, Itália e Portugal, que perderam competitividade
OPORTUNIDADES SURGEM
ENTÃO PARA O BRASIL O PIB BRASILEIRO DEVE CHEGAR A
US$ 2,2 TRILHÕES NO FINAL DE
2014 internacional, e uma lenta recuperação da economia mundial depois da crise de 2008-2009, que, segundo o FMI, pode estabilizar-se próximo de 4% de crescimento anual até 2019. Oportunidades surgem então para o Brasil, que foi menos afetado pela crise, graças à pujança do mercado interno. O PIB brasileiro, que foi de US$ 600 bilhões no ano 2000, deve chegar a US$ 2,2 trilhões no final de 2014, e alcançar US$ 2,9 trilhões em 2019, subindo da décima para a oitava posição no ranking das maiores economias do planeta.
Outro cenário favorável prevê o aumento da importância econômica dos países emergentes representados pela sigla BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Entre 2000 e 2022 esses países devem passar de 8% a 28% do PIB mundial). No mesmo período, os países que compõem o G7 (Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido) devem recuar de 66% para 40% do PIB mundial. Prevê-se, portanto, uma desconcentração do poder econômico mundial dos países mais desenvolvidos para as economias emergentes.
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CENÁRIO SUL-AMERICANO
DE ACORDO COM O FMI, o PIB da América do Sul deve chegar a US$ 4,1 trilhões em 2014. Na economia sul-americana, a participação do Brasil é a mais pujante, já que o país responde por 55% do produto gerado na região, com US$ 2,2 trilhões. As maiores taxas de crescimento previstas para os países da região em 2014 são as da Bolívia e da Colômbia, respectivamente 5% e 4,8%. No outro extremo estão a Argentina e a Venezuela, com respectivamente -1,7% e -3%. A despeito da baixa taxa de crescimento prevista para o Brasil em 2014 (0,3%), a recuperação do país - esperada nos próximos anos - deverá garantir o Brasil como a maior economia da região, mantendo sua participação em 55%.
A economia brasileira, embora cresça a taxas moderadas, manterá a hegemonia na América do Sul.
As reservas cambiais do país devem fechar o ano de 2014 com o maior valor da série, próximas de US$ 380 bilhões, e os investimentos estrangeiros no país devem ficar na casa dos US$ 60 bilhões por ano. Informações desse tipo influenciam milhares de acordos comerciais e criam outros milhares de oportunidades. São fundamentais para propor estratégias de conquista de mercados externos para pequenas empresas, o que também faz parte do negócio de uma instituição como o Sebrae.
O PIB
DA AMÉRICA DO SUL
DEVE CHEGAR A
US$ 4,1 TRILHÕES
EM 2014
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MPE NA ECONOMIA BRASILEIRA
MPE NA ECONOMIA BRASILEIRA A IMPORTÂNCIA DAS MPE NA ECONOMIA Micro e Pequena Empresa Média e Grande Empresa
100%
DO TOTAL de empresas brasileiras, 99% são micro e pequenas. Elas respondem por 62% dos postos de trabalho e dentre esses por 52% dos empregos com carteira assinada. Na massa salarial, elas respondem por 40%. No faturamento, por 28%. Produzem 27% do PIB e respondem por 1% do valor das exportações.
1%
27% PIB
FONTE: RAIS, PED, FUNCEX E SEBRAE
VALOR DAS EXPORTAÇÕES
28%
MASSA DE SALÁRIOS
EMPREGADOS COM CARTEIRA
TOTAL DE EMPRESAS
0%
FATURAMENTO DAS EMPRESAS
40%
52%
59% EMPRESAS EXPORTADORAS
20%
62%
40%
TOTAL DE PESSOAS OCUPADAS
60%
99%
80%
Micro e pequenas respondem por 62% dos postos de trabalho.
EMPREENDEDORES E EMPREENDIMENTOS NO BRASIL
POSIÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO (IBGE, 2012)
23 MILHÕES EMPREGADORES E CONTA PRÓPRIA PESSOAS JURÍDICAS, COM CNPJ (SRF, 2014)
8,5 MILHÕES MICROEMPRESAS PEQUENAS EMPRESAS EMPREENDEDORES INDIVIDUAIS
FONTE: IBGE (2012) E SRF (2014)
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DIRECIONAMENTO ESTRATÉGICO
DIMINUIÇÃO DA POBREZA
Entre 2003 e 2011, 32 milhões de brasileiros sairam das classes D e E para as classes C e A/B.
UM DADO PRECIOSO para a formulação de estratégias para o Sebrae veio da Fundação Getúlio Vargas e foi confirmado pelo Instituto Data Popular: entre 2003 e 2011, um contingente de 32 milhões de brasileiros subiu das classes D e E para as classes C e A/B. Outros 15 milhões seguiram esta ascensão nos três anos seguintes, perfazendo um total de 47 milhões de novos consumidores. A desigualdade de renda diminuiu e o rendimento médio real dos trabalhadores aumentou, pelas seguintes causas:
• • • • •
Programa Bolsa Família Aumentos reais do salário mínimo Demanda aquecida por mão de obra Aumento do nível de escolaridade da população Redução de oferta de mão de obra
MILHÕES DE HABITANTES POR CLASSE SOCIAL
EXPANSÃO DA CLASSE MÉDIA
13
23
MILHÕES
29
MILHÕES
MILHÕES A/B
66
105
MILHÕES
96
MILHÕES
64
MILHÕES
D/E
49
MILHÕES
2000
C
118
MILHÕES
MILHÕES
2011
2014
FONTE: CENTRO DE POLÍTICAS SOCIAIS, FGV
De 2004 a 2014, o rendimento médio real da mão de obra cresceu 37%, passando de R$ 1.498 para R$ 2.059. A tendência é de que continue crescendo até 2018 para algo próximo a R$ 2.300 ou mais. A desigualdade de renda, medida pelo Coeficiente de Gini, diminuiu de 0,61 para 0,53 entre 1990 e 2012. Pode descer para 0,50 até 2022. Outros dados interessantes para o negócio do Sebrae são os que apontam
um crescimento da participação da mulher na População Economicamente Ativa (PEA) e no grupo de Donos de Negócio. Em 2001 elas eram 29% da PEA contra 71% dos homens. Em 2011 chegaram a 31% contra 69% e a projeção é que cheguem a 2022 com 34% da PEA contra 66% dos homens. Da mesma forma, a expectativa de vida do brasileiro subirá para 76 anos em 2020, e a população chegará a 210 milhões em 2022.
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DIRECIONAMENTO ESTRATÉGICO
MUDANÇAS ECONÔMICAS E SOCIAIS - IMPLICAÇÕES ENTRE 2010 E 2020... • • • • • • • • • • • • • • •
A população total crescerá em mais de 14 milhões de pessoas. A população entre 15 e 64 anos crescerá em mais de 15,8 milhões. Haverá 6,0 milhões a menos de crianças com até 9 anos. Haverá 1,6 milhão a menos de jovens entre 10 e 14 anos. Haverá 6,7 milhões a mais de pessoas entre 30 e 44 anos. Haverá 5,9 milhões a mais de pessoas com 65 anos ou mais. Haverá mais pessoas vivendo sozinhas. Haverá menos filhos por família e por domicílio. Aumentará a participação da mulher no mercado de trabalho. A população com mais de 70 anos crescerá 42%. Serão 12,2 milhões de pessoas com 70 anos ou mais. A população com mais de 80 anos crescerá 51%. Serão 4 milhões de pessoas com 80 anos ou mais. Os jovens até 19 anos perderão 5 pontos percentuais na população total. As pessoas com 50 anos ou mais ganharão 7 pontos percentuais na população.
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA A PARTIR DE DADOS DO IBGE.
Devido à queda contínua da taxa de fertilidade no Brasil (que deve se reduzir a 1,5 filho por mulher), em 2020 haverá um empate entre o número de crianças de 0 a 9 anos e o de idosos acima de 60 anos. A
crescente preocupação com a qualidade de vida e os maiores gastos com saúde significam oportunidades de negócios para pequenos empreendimentos tanto na indústria, como no comércio e no setor serviços.
CRIANÇAS X IDOSOS (NÚMERO DE PESSOAS) A POPULAÇÃO COM 60 ANOS OU MAIS CRESCERÁ A TAXAS ELEVADAS A POPULAÇÃO DE 0-9 ANOS CAIRÁ EM TERMOS ABSOLUTOS
2020
60.000,000 50.000,000 40.000,000 0-9 anos 60 MAIS
30.000,000 20.000,000
2050
2045
2040
2035
2030
2025
2020
2015
2010
2005
2000
1995
1990
1985
10.000,000
1980
NÚMERO DE PESSOAS
70.000,000
FONTE: ELABORAÇÃO SEBRAE A PARTIR DO IBGE
INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE UMA LEITURA
de todos esses indicadores leva à formulação de novos campos de oportunidades e à reflexão sobre a competitividade das empresas no futuro próximo. A lenta expansão da oferta de mão de obra, causada pelo baixo índice de crescimento da população brasileira, associada à maior escolaridade, levará a uma queda nas taxas de desemprego e também acarretará um aumento dos custos com mão de obra. Por outro lado, a retomada do crescimento mundial implicará em aumento dos custos das matérias primas. A saída é inovar e buscar a sustentabilidade. Fazer mais com menos. Fazer cada vez melhor. A globalização da concorrência exige também boa qualidade no atendimento.
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DIRECIONAMENTO ESTRATÉGICO
EXPANSÃO DO MEI
EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES (EM MILHÕES) 9.4
MILHÕES DE OPTANTES
10.0 8.2 8.0
7.1 5.6
6.0 4.3 4.0
2.5
4.0
4.5
3.2
2.6
4.9
4.6
4.5
3.6 2.6
2.0
1.6 0.0
0.8
0.0 2007
2008
2009
2010
OPTANTES
OS REGISTROS de empreendimentos no regime tributário do Simples Nacional alcançaram em outubro de 2014 a surpreendente marca de 9,4 milhões de CNPJ, sendo 4,5 milhões de microempreendedores individuais. Eles somavam 800 mil no final de 2010, e podem chegar a 8 milhões em 2022, bem à frente da soma de microempresas e empresas de pequeno porte.
2011 ME + EPP
2012
2013
2014*
MEI
Políticas para atendimento dos MEI precisam ser prioridade nas formulações das três esferas de Governo e receber atenção especial do Sebrae. É um grande motivo de orgulho para a instituição ter se empenhado tanto para a criação dessa figura jurídica que incorpora à economia formal e à proteção previdenciária esse contingente de brasileiros.
EMPREENDIMENTOS NO REGIME TRIBUTÁRIO DO
SIMPLES NACIONAL EM OUTUBRO DE 2014
9,4 MILHÕES
DE CNPJ
PROGRAMAS NACIONAIS DO SEBRAE RECURSOS INVESTIDOS E ATENDIMENTOS REALIZADOS (2011 A 2014)
Programas Agentes locais de inovação
Atendimento (no de clientes)
Recurso (R$ mil) 2011
2012
2013
2014*
2011
2012
2013
2014*
13.152
8.838
6.074
81.637
14.037
24.867
44.252
45.000
Negócio a Negócio
38.742
39.801
54.631
97.308
448.437
483.974
517.847
600.000
Sebrae 2014
14.443
13.278
14.368
16.443
6.148
12.967
15.072
12.500
Sebrae Mais
15.181
16.740
18.288
29.084
43.373
39.957
36.513
35.000
Sebraetec
38.667
70.682
100.314
233.827
26.748
67.631
78.816
76.196
Sebrae nos Territórios de Cidadania
4.145
38.400
37.499
32.698
21.743
221.018
257.254
144.522
Educação Empreendedora
17.725
1.480.000
Encadeamento Produtivo
13.496
4.012
* Valores previstos
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PROGRAMAS NACIONAIS NO INÍCIO da gestão atual, o Sebrae esteve diante de um dilema estratégico, que era sua atuação fragmentada, um handicap para uma instituição de grande porte, com bom volume de recursos e expressão nacional. Esse dilema foi resolvido mediante a segmentação dos públicos e o desenvolvimento de grandes programas nacionais de atendimento, que tiveram a adesão de todos os estados. "Isso acabou se mostrando, na prática, muito eficaz. Os estados compraram a ideia e recebem recursos para custear suas ações. Continuam
tendo espaço e orçamento para trabalhar em seus produtos locais, mas ampliaram muito seu atendimento com os programas nacionais", avalia Cortizo. Os programas nacionais bem estudados e bem formulados para públicos bem estudados e bem dimensionados acabaram se tornando a melhor vitrine da evolução do atendimento nestes quatro anos. Foram definidas metas de atendimento de pelo menos 20% de cada segmento por ano, e alocados os recursos orçamentários calculados para atendê-los segundo o grau de complexidade. Com certeza, um
ENCADEAMENTO PRODUTIVO Estratégia para atuação do Sistema SEBRAE
cliente básico atendido pelo "Negócio a Negócio" demanda menos recursos do que uma pequena empresa que precisa de uma inovação tecnológica. Desses públicos, o que transbordou rapidamente os limites previstos foi o microempreendedor individual, que até outubro de 2014 já havia atingido 4,4 milhões de registros. A melhor estratégia para abranger esse contingente foi o programa Sebrae nos Territórios da Cidadania, designado para trabalhar a inclusão produtiva de beneficiários do Bolsa Família nos pontos mais remotos do território nacional.
Outra resposta para atender o aumento da clientela foi aperfeiçoar e tornar mais acessível o atendimento pela internet. Seria praticamente impossível atender tantos milhões de clientes em contatos presenciais. Foi criado um novo portal, uma poderosa plataforma, que é a Platina, e até os totens de autoatendimento. Essas ferramentas são de fácil acesso ao público informatizado que deseja informações disponíveis no banco de dados, mas estão sendo também oferecidos consultores on-line para casos mais específicos.
NÚMERO DE EMPRESAS ATENDIDAS PELO SEBRAE 2011-2014 (ACUMULADO DE 7.2 MILHÕES DE EMPRESAS ATENDIDAS EM 4 ANOS)
EMPRESAS ATENDIDAS
2.5000.000 1.974.849
1.982.485
2.000.000 1.649.081 1.500.000
1.640.322
1.000.000 500.000 0 2011
2012
2013
2014(*)
FONTE: SEBRAE. (*) O DADO DE 2014 É A META DE ATENDIMENTO DO ANO OBSERVAÇÃO: 7.246.737 EMPRESAS NÃO DISTINTAS.
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Os brasileiros empreendem mais por oportunidade do que por necessidade.
OPORTUNIDADE X NECESSIDADE DURANTE DÉCADAS, o Sebrae lidou com um público majoritário de empresários que empreendiam por necessidade, e não por oportunidade. O despreparo para enfrentar as adversidades era uma das realidades que os técnicos encontravam com muita frequência no contato com o cliente. Até a virada do século, a "mortalidade infantil" das empresas antes de completarem dois anos era de 50%, e poucas conseguiam passar dos cinco anos. Atualmente, a taxa de sobrevivência das empresas com até dois anos está próxima de 76%.
Uma mudança radical nessa equação oportunidade x necessidade foi comprovada pela pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada em mais de 80 países. No Brasil, é contratada pelo Sebrae ao Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP). Ela mostra que a proporção de negócios por oportunidade passou de 43,6% em 2002 para 71,1% em 2013. Ou seja, para cada dez negócios criados atualmente, mais de sete são por oportunidade, e menos de três por necessidade. A leitura que resultou dessa pesquisa e de outros indicadores foi a de que o empreendedor hoje é mais exigente, mais escolarizado,
mais motivado para os desafios que se apresentam. Por assim dizer, também é mais vocacionado, porque na vigência do pleno emprego no Brasil, seria mais fácil trabalhar para alguém do que ser seu próprio patrão. Muito da evolução nesse perfil do empreendedor pode ser creditado aos esforços do Sebrae nos últimos dez anos para contribuir na criação de um ambiente legal favorável aos pequenos empreendimentos.
TENDÊNCIA DE AUMENTO DA PROPORÇÃO DE NEGÓCIOS POR OPORTUNIDADE (NO GRUPO DE “EMPREENDEDORES INICIAIS” DO GEM) 67,0% 56,4% 55,3%
53,1% 53,3% 51,9%
57,7%
48,1% 43,6% 44,7% 46,9% 46,7% 42,3% 33,0%
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
OPORTUNIDADE
68,5% 69,2% 69,5% 71,1% 61,3%
38,7%
2009
31,5% 30,8% 30,5% 28,9%
2010
2011
2012
2013
NECESSIDADE
FONTE: GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR (GEM)
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AÇÕES VOLTADAS PARA ESTUDANTES
A PARTIR DE 2010, o Sebrae fez uma definição mais clara dos segmentos que compõem seu público (microempreendedor individual, microempresa, empresa de pequeno porte e produtor rural). Mais recentemente, foram definidos mais dois segmentos: o potencial empresário e o potencial empreendedor. Continuam valendo outros critérios de segmentação, mas o Sebrae precisava identificar quem era o seu público, onde estava e que tamanho tinha, para dimensionar as ações capazes de atingi-lo com eficácia. Para atingir o potencial empreendedor, o caminho escolhido foi encetar ações de educação empreendedora. Ao procurar atender em todos os aspectos os pequenos negócios, o Sebrae contribui para o desenvolvimento econômico brasileiro. Mas também
presta um serviço de capital importância para o futuro do país ao identificar e motivar potenciais empreendedores, que são os estudantes de qualquer nível de ensino. Capacitar os professores para despertar o espírito empreendedor latente nos alunos desde a adolescência é talvez a última fronteira de atuação que restava dentre os múltiplos fronts do Sebrae. É o que está sendo feito com o Programa Nacional de Educação Empreendedora. Além disso, o Pronatec Empreendedor é oferecido em parceria com o Ministério da Educação aos estudantes dos cursos técnicos. Essa estratégia é apoiada pela análise dos estudos do IPEA Data sobre escolaridade e frequência escolar. Entre 1990 e 2011, a proporção de crianças entre 7 e 14 anos na escola subiu de 81,9% para 98,5%. Até 2022, a tendência é de que chegue próximo a 100%.
DISTRIBUIÇÃO DOS EMPRESÁRIOS POR GRAU DE ESCOLARIDADE (2012) 27%
ENSINO SUPERIOR COMPLETO OU MAIS
7%
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO
39%
ENSINO MÉDIO COMPLETO OU INCOMPLETO
9%
ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO
18%
SEMI-INSTRUÇÃO OU FUNDAMENTAL INCOMPLETO
0%
10%
20%
30%
40%
FONTE: PNAD (2012)
No mesmo período (1990 a 2011), a escolaridade média dos brasileiros a partir dos 25 de idade subiu de 4,8 para 7,6 anos de estudo. Em 2022, a tendência é de que chegue a 10 anos. A análise desses indicadores evidenciou ao Sebrae a oportunidade de contribuir para melhorar o nível de ensino através da disseminação da cultura empreendedora, que pode fazer muita diferença no curto prazo para os estudantes dos cursos técnicos.
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FICHA TÉCNICA
Presidente do Conselho Deliberativo Nacional ROBERTO SIMÕES
Ficha técnica Entrevistas
Diretoria Executiva
EDUARDO CAMPOS
Diretor-presidente do Sebrae LUIZ BARRETTO
MÁRCIO METZKER
Diretor-Técnico CARLOS ALBERTO DOS SANTOS
Redação e edição
Diretor de Administração e Finanças JOSÉ CLAUDIO DOS SANTOS
MÁRCIO METZKER
Gerente da Unidade de Marketing e Comunicação CÂNDIDA BITTENCOURT
Copydesk e revisão BEATRIZ AFONSO FRANZLÁLIA MELO Fotografia
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SGAS 605 – Asa Sul CEP 70200-904 Brasília/DF
AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS Imagens cedidas Coordenação CÂNDIDA BITTENCOURT
www.sebrae.com.br 0800 570 0800
Produção LORENA ORTALE Projeto gráfico e direção de arte RIBAMAR FONSECA (Supernova Design) Diagramação e editoração eletrônica CRISTINA GUIMARÃES (Supernova Design) Impressão CORONÁRIO EDITORA GRÁFICA
M596e Metzker, Márcio Especialistas em pequenos negócios : SEBRAE 2011-2014. / Márcio Metzker. – Brasília : Sebrae, 2014.
Tiragem 1.000 exemplares
164 p. il. 1. Pequenos negócios 2. SEBRAE I. Sebrae. II. Título CDU – 334.012.64
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